Departamento de Química, Universidade Federal do Rio Grande do Norte. II Congresso Norte-Nordeste de Química.

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1 Comparação dos Teores de Proteína na Sardinha (Sardinellla brasiliensis), coletadas nas localidades de Volta da Lama e Ferreiro Torto provenientes do Estuário Potengi/Jundiaí no RN. *Geovane Chacon de Carvalho 1, Denise Porfírio Emerenciano 1, Heloiza Fernanda Oliveira da Silva 1, Ângela Maria Fagundes da Cruz 2, George Queiroz de Brito 2, Maria de Fátima Pereira Vieira 2, Maria de Fátima Vitória de Moura 3. 1 Iniciação Científica, 2 Pós-Graduação, 3 Pesquisadora. Departamento de Química, Universidade Federal do Rio Grande do Norte. II Congresso Norte-Nordeste de Química. João Pessoa - PB, 31 de março a 03 de abril de chacon.carvalho@yahoo.com.br 1. INTRODUÇÃO A sardinha-verdadeira, o pescado marinho mais popular da região sudeste-sul do Brasil, foi considerada como uma espécie sobreexplotada na lista divulgada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), isto é, ela foi pescada em quantidade tão elevada que reduziu o seu estoque no mar, exigindo cuidados para sua sustentabilidade. Na Instrução Normativa n o 5 do Diário Oficial da União, que entrou em vigor em 21 de maio de 2004, o Ministério do Meio Ambiente reconheceu numerosos invertebrados aquáticos e peixes como espécies ameaçadas de extinção ou como espécies sobreexplotadas ou ameaçadas de sobreexplotação, e determinou a elaboração de planos de recuperação e de gestão dessas espécies. Essa instrução foi elaborada considerando os princípios e as diretrizes da Política Nacional de Biodiversidade, e considerando os compromissos assumidos pelo Brasil na Convenção sobre a Biodiversidade (CDB) e na Convenção sobre Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens (CITES). A sardinha é um pescado de pequeno porte, cujo tamanho máximo nas capturas é, atualmente, de 25 cm. Segundo Maria Cristina Cergole, especialista em biologia pesqueira, até a década de 80 eram comumente capturados

2 exemplares maiores (27 cm). Este peixe vive cerca de 3,5 anos e realiza a primeira reprodução com aproximadamente um ano e meio de vida e comprimento entre 16 e 17 cm, quando 50% da população começa a produzir descendentes. As diversas particularidades do ciclo de vida da sardinha tornam este pescado vulnerável às mudanças ambientais do ecossistema, influindo naturalmente nas flutuações do seu estoque no mar. Várias causas para o sumiço da sardinha no mar são apontadas. Na visão de Cergole, a diminuição do estoque da sardinha é devido a um conjunto de fatores relacionados a falhas de recrutamento provocadas por condições ambientais adversas, principalmente relacionadas a fatores oceanográficos localizados, durante a época de reprodução da espécie, comprometendo o estoque adulto (estoque desovante) futuro. A inclusão da sardinha na lista das espécies sobrepescadas foi considerada pelos pesquisadores uma decisão importante do governo. Sendo a sardinha uma importante fonte de proteína e de baixo custo para a população, este trabalho procurou comparar os teores de proteínas de sardinhas coletadas em duas localidades diferentes do estuário Potengi/Jundiaí-RN. 2. MATERIAIS E MÉTODOS O método de Kjeldahl é o mais utilizado para a determinação de nitrogênio em diversos tipos de amostras (por exemplo, alimentos, rações e solos). Trata-se de um método clássico, confiável, simples e largamente utilizado em todo mundo e é dividido em três etapas digestão, destilação e titulação. Utiliza instrumentos relativamente simples, e os resultados são semelhantes aos obtidos com outros métodos. O método de Kjeldahl determina o nitrogênio presente em uma amostra a partir da sua digestão, em que o nitrogênio orgânico (proteínas) é transformado em nitrogênio inorgânico (íons amônio). A mistura contendo íon amônio obtido na digestão é colocada em um sistema de destilação no qual reage com o íon hidroxila; então, obtém-se amônia que é destilada e recuperada em solução específica que é então

3 titulada. O volume gasto na titulação é utilizado para a determinação do teor de nitrogênio na amostra. Materiais e equipamentos Destilador Tecnal TE-036/1, Estufa de secagem e esterilização Quimis com ventilação, Balança Tecnal com precisão 0,0001g, Bloco digestor para 40 tubos Tecnal, erlenmeyer de 125 ml, buretas e outras vidrarias comuns de laboratório. Reagentes e soluções Ácido sufúlrico P.A., sulfato de cobre P.A., sulfato de sódio P.A., solução de hidróxido de sódio a 40%, solução saturada de ácido bórico, solução indicadora mista (vermelho de metila + azul de metileno); solução padrão de ácido clorídrico 0,0200M, carbonato de sódio P.A. Coleta das amostras A coleta das amostras foi realizada no Estuário Potengi/Jundiaí, em setembro de Preparação das amostras As amostras foram previamente limpas em água corrente para retirada de resíduos não desejáveis (areia, restos de folhas, etc.). Sendo 30 g destinados à determinação de umidade, distribuídos em porções de 10 g cada. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Determinação de umidade O teor de umidade presente em qualquer alimento é de fundamental importância sob vários aspectos. A água é uma substância abundante na natureza, faz parte de todos os organismos vivos, é indispensável para manter os processos biológicos. Para a determinação de umidade seguiu-se o procedimento descrito pelo Ministério da Saúde/Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Pesou-se cerca de 10g de cada amostra em cápsula de porcelana, previamente limpas e tratadas, que foram levadas à estufa na temperatura de 105 C, mantidas por

4 cerca de 30 horas e posteriormente transferida para dessecador até alcançar a temperatura ambiente e pesada até que se obtivesse peso constante. Na determinação de umidade os percentuais foram calculados obtendose a média das triplicatas. A determinação da umidade na Sardinha de ambas as localidades foi de 75,63 (±0, 46), x± s. Determinação de Proteínas Os valores de proteínas (%) para as sardinhas foram: 8,90 (+/- 0,95) para SFT (Sardinha de Ferreiro Torto) e 8,84 (+/- 0,27) para SVL (Sardinha Volta da Lama). Os respectivos valores para a porcentagem da amostra integral por 100g foram: 2,17 (+/- 0,23) e 2,17 (+/- 0,07). Como mostra a Figura 1. 80, , , , , , , ,0000 0,0000 UMIDADE SFT %AMOSTRA INTEGRAL/100g SVL %PROTEÍNA Figura 1: Valores de umidade e proteína no resíduo seco e na amostra in natura para SFT (Sardinha Ferreiro Torto) e SVL (Sardinha Volta da Lama) Os resultados mostraram que os valores de umidade, amostra integral e proteína, tanto para SFT quanto para SVL foram similares. 4. CONCLUSÕES Segundo a literatura os valores de proteína para a sardinha apresentam uma média de 17,8% com variação de 16,0%-19,5%. Dessa forma os valores encontrados estão um pouco abaixo dos níveis esperados na sardinha.

5 5. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao CNPq, CAPES e a FINEP/UFRN, pelo apoio e suporte financeiro durante a realização desta pesquisa. 6. REFERÊNCIAS 1- FRANCO, G. Tabela de Composição Química de Alimentos; 9 a. ed., São Paulo: Atheneu, Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos / Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: Ministério da saúde, Mapeamento Geoambiental dos Estuários dos rios Potengi e Ceará-Mirim. Disponível em: < Acesso em: 16 de dezembro de PEDROSA, L. F. C; COZZOLINO, S. M. F. Composição Centesimal e de Minerais de Mariscos Cruz e Cozidos da Cidade de Natal/RN. Ciênc. Tecnol. Aliment. vol.21 no.2 Campinas Mai/Ago SKOOG, D. A.; LARY, J. J. Principles of Instrumental Analysis. 4ª ed. Orlando: Sanders College Publishing, Disponível em: < Acesso em: 15 de novembro de SKOOG, D. A.; WEST, D. M.; HOPPER, F. J. Fundaments of Analytical Chemistry. 6ª ed., Orlando: Sanders College Publishing Tabela Brasileira de Composição de Alimentos, Projeto Integrado de Composição de Alimentos: (19/02/00). 7- VOGEL, A. Analise Química Quantitativa. 5ª ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, S.A., Classificação da Sardinha. Disponível em: < Acesso em: 27 de Fevereiro de CHRISTIAN, G. D. Analytical Chemistry, 5th edition, Washington, 2005.