PN: ; Ap: Tc Estarreja, 1º J ( ) Ape: Apos: Em Conferência no Tribunal da Relação do Porto I. INTRODUÇÃO:
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- Giovanni Viveiros Amaral
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1 PN: ; Ap: Tc Estarreja, 1º J ( ) Ape: Apos: Em Conferência no Tribunal da Relação do Porto I. INTRODUÇÃO: (a) O Ape., discord a da decisão pela qual foi tido em incumprimento da pensão alimentar da filha, no montante somado de 4.800,00, e a acrescer d as diferenças de 30,00 mensais, referentes aos pagamentos em défice dos meses de e subsequentes. (b) Da sentença recorrida: (1) Está em causa fundamentalmente apurar se o requerido incumpriu o regime de regulação do exercício do poder paternal fixado judicialmente. (2) Segundo o disposto no artº 181 OTM, se um dos progenitores não cumprir o acordado ou decidido relativamente á regulação pode o outro requerer ao Tribunal as diligências necessárias para o cumprimento coercivo e a condenação do remisso em multa e numa indemnização a f avor do menor. (3) Neste caso, a requerente ped e que o requ erido seja obrigado a satisfazer a pensão de alimentos, inclusivamente quanto às quantias em divida. (4) Segundo a matéria assente, este apenas entre 09/10.06 cumpriu, e entregou da pensão alimentar de 150,00, a quantia de 120,00 apartir de até pelo mesmo 02.07; pretende diminuir nesta medida a prestação: não o poderá fazer, todavia enquanto não for proferida sentença que a alter e. 1 Adv: Dr. 2 Adv: Dra. 1
2 (5) Assim, o incumprimento é imputável ao requerido, na totalidade até e depois na diferença. II. MATÉRIA ASSE NTE: a) Por acordo homologado por sentença, , transitada, requerente e requerido estabeleceram o exercício do poder paternal em favor da filha menor de ambos com a cláusula de o pai se obrigar a depositar-lhe 150,00/mês de alimentos. b) O requerido satisfez 150,00 nos meses 09/10.06, e 120,00 nos meses de 11/12.06 e 01/ c) Vive com a companheira desde d) E do agregado familiar fazem parte o filho mais velho de, 11 anos de idade, e os dois filhos adolescentes de, 13 e 10 anos. e) está desempregada. f) trabalh a á experiência, sem vínculos contratuais, para uma empresa de máquinas de diversão, como angariador de clientes, remunerado á comissão. g) Mantém, porém, algumas máquinas destas com que ficou, de ter estado estabelecido por conta própria e que continua a explorar. h) Aufere em média 750,00/mês e 32,00 de prestações sociais familiares. i) Os outros elementos do agregado familiar recolhem 364,00 mensais. j) As despesas de mais significativas são com o pagamento de um empréstimo bancário para a aquisição de casa própria, 450,00; com a prestação de alimentos a : 150,00; com o pagamento de um crédito pessoal contraído junto da CGD: 100,00. k) O agregado familiar da mãe de é constituído das duas. l), tem um filho mais velho, que se encontra a f requentar o ensino superior em Braga e que visita pontualmente a casa da mãe. m) Trabalha ela num centro de abate de coelhos como trabalhadora efectiva: aufere 380 mensais. n) E a quantia de 35,00/mês a titulo de abono de família. o) Tem recebido 120,00 da pensão de alimentos relativa á menor. 2
3 p) As despesas mensais mais significativas são para de gás e electricidades no quantum de 50,00 e a de 85,00 dos honorários da ama de. III. RELAT ÓRIO SOCIAL ( ): 1) O requerido mostra-se um pai afectivo e preocupado com o bem-estar da filha. 2) Revela competências parentais, quer nos asp ecto s ligados á segurança e criação, quer nos aspectos respeitantes á educação e socialização. 3) Integra um agregado familiar estável, or ganizado e coeso, susceptível de se constituir numa mais-valia relativamente á convivialidade da menor. 4) Manifesta pretender aco mpanhar o desenvolvimento da filha e retomar o mais célere quanto possível o convívio com em ambiente o mais natural possível e sob sua inteira responsabilidade. 5) Assume porém, receptividade colaborante em face do que vier a ser determinado acerca do regime transitório de visitas, mas evidencia que a criança não tem mostrado sofrimento ou sentimentos de insegurança nos contactos que tem tido com ele, pai. 6) Parecem adequadas as pretensões do requerido. 7) Existe da parte deste consciência da necessidade de algumas cautelas a ter na reaproximação. 8) E particularmente no que diz respeito a uma futura convivência com a família que entretanto constituiu. IV. RELATÓRIO SOCIAL ( ): (1) Mostra-se preocupada com o bem-estar da filha. (2) Denota conhecer os interesses e necessidades de, com laços afectivos evidentes. (3) Não obstante, a criança dá indicações de estar excessivamente informada acerca dos problemas dos adultos: a progenitora (ou progenitores) não a têm protegido devidamente do conflito parental. 3
4 (4) A gravidade das suspeitas que tece relativamente ao que pode acontecer á filha em situação de convívio com o requerido carece de melhor esclarecimento3. (5) A incerteza quanto á duração efectiva do relacionamento conjugal mantido entre requerida e requerido não permite aferir, com rigor, da existência de mensalidades em atraso relativamente á pensão de alimentos.4 V. CLS/ALEGAÇÕES: (1) Na sentença do divorcio de e, já transitada em julgado (PN 479/06.7 TBETR, 1ºJ) ficou provado que apesar de os membros do casal se terem desentendido por várias vezes só em se efectivou a r uptura definitiva. (2) Até foi, de qualquer modo, o recorrente quem providenciou pelo sustento da família composta por e a filha de ambos, facto também dado como provado na decisão. 3 Cfr. Relatório do aluno Miguel Guerra [filho mais velho do requerido] passado pela Escola EB1 da Lagarteira: Miguel revela uma forte personalidade, é uma criança desinibida, alegre e comunicativa; gosta de participar em todas as actividades que lhe são propostas e reage bem perante situações novas; é organizado e responsável; vem alimentado para a escola e tem higiene corporal; é uma criança muito dócil; por vezes revela uma certa apatia na sala de aula e nessa altura torna-se uma criança insegura e carente. Vd. Relatório social ( ): no que concerne ao progenitor, não lhe identifica grandes capacidades parentais, e concretizando esta observação menciona ter sofrido pena de prisão efectiva e acomodar-se a um modo de se sustentar pouco consensual (segundo ela) com as normas do direito; relativamente às visitas entre e o pai, refere muitas duvidas quanto às reais intenções deste, substanciando-se no aparente desinteresse mostrado após a separação, como também numa alegada intencionalidade de usar a criança para a magoar a si. Vd. Relatório Social ( ): o requerido considera [a filha] uma criança meiga, que apesar do interregno de visitas verificado entre ambos reagiu muito bem e com a vontade mostrando-se uma criança satisfeita por estar com ele isto apesar de na ultima a mãe a ter entregue, não sem chorar na presença da filha, a implorar ao requerido que não lhe fizesse mal, á filha, entre outras alegadas referencias inapropriadas e destabilizadoras; não preserva junto da menos uma imagem securizante de si como o pai, pelas alusões que efectua junto de a perigos interditos ; ponderando as atitudes recentes da requerente com as exigências que se impõem ao nível educativo com a avançada idade da filha, coloca agora algumas reservas quanto ao bem-estar desta junto da mãe, bem como relativamente ás competências parentais de no sentido de assegurar um desenvolvimento e educação equilibrada á menor. 4 Do ponto 2.3 deste relatório:.. Adicionalmente, entende que existe um incumprimento ao nível da pensão de alimentos, respeitante ao período compreendido entre e [por razão de] a ruptura conjugal ter ocorrido em inícios de 2003, tendo entretanto sido regulado o poder paternal em Conferência de pais, 12.03; não obstante, deve ser referido que em foi elaborada por este serviço informação social referente aos progenitores de (PN 1419/03.0 TBETR, 2ºJ), na qual se dava conta, á data, de se encontrarem reconciliados, estando a menor ao cuidado de ambos. 4
5 (3) Por outro lado, ficou provado também que, até ao divórcio não exercia qualquer actividade profissional. (4) E do relatório social (IR S) junto aos presentes autos consta este dado de a separação só ter ocorrido em (5) Em todo o caso, que em e estavam juntos, tendo o cuidado ambos da criança. (6) Foi nele emitida a opinião de sérias dúvidas da ex istência de mensalidades em atraso da pensão. (7) Contudo, o Tribunal nem ouviu o recorr ente5, nem levou a cabo quaisquer diligências de prova par a sustentar a decisão proferida, n ão levou em co nta os relatórios sociais juntos. (8) Por conseguinte, existe uma clara contradição entre os elementos de prova do processo e a decisão recorrida, por isso, deve ser revogada. VI. CONTRA ALEGAÇÕES: Não houve. VII. RECURSO: Pronto para julgamento nos termos do artº 705º CPC. VIII: SE QUÊ NCIA: (a) O recorrente argui a nulidade de preterição do contraditório por não ter sido ouvido por escrito nesta causa; porém não tem r azão, porque o artº 181/2 OTM é claro no sentido de pôr na disponibilidade do Tribunal a opção pela audiência oral, em conferência, ou audiência escrita, sem conferência. (b) Neste caso realizou-se u ma Conferência a que o recorrente compareceu, e, por conseguinte, houve contraditório na dominante de uma audição oral da posição da parte contrária. (c) Depois, tratando-se de um caso de incumprimento do acordo de regulação do poder paternal por faltas mensais da pensão de alimentos da menor, pode muito bem entender-se que não tendo feito prova, ele recorrente, senão de ter solvido 5 No final da Conferência de pais de resultado negativo, o requerido não foi notificado para apresentar a sua posição por escrito, tendo sido ordenada logo a realização dos inquéritos so ciais. 5
6 as prestações a que dizem respeito os talões de transferência bancária exibidos na Conferência e juntos (competindo-lhe demonstrar ter cumprido sempre), está ou deve ser tido como assente não ter pago o resto, desde a propositura da acção de regulação. (d) Contudo, trata-se de processos de jurisdição voluntária, regido pela livre investigação do Tribunal, em que só, no limite, as regras do ónus da prova devem ser tidas em conta. (e) E é bem verdade, levantar um dos inquéritos sociais a dúvida pertinente acerca da efectividade da divida, apontando com toda a clareza para corresponderem a todos os pagamentos devidos as transferências bancárias acima aludidas. (f) É aspecto que tem de ser investigado para se conseguir uma decisão justa. (g) Acresce-lhe um outro: saber se o requerido au feriu rendimentos, porventura dentro de um período mais alargado de insatisfação dos alimentos da filha, que lhe permitissem saldar a prestação acordada. (h) Com efeito é causa justificativa do não pagamento a circunstância de não ter o pai bens ou rendimentos a que possa lançar mão para bem cumprir. (i) Concluímos portanto, por ter sido prematura a decisão definitiva, antes de mais, no que diz respeito á contabilidade da divida anterior a (j) Mas ainda assim justifica-se nos termos do disposto no artº 157º/1 OTM uma decisão provisória, justamente no sentido de acertar o débito nos 150,00 do acordo acerca da pensão de alimentos em benefício de : há por conseguinte, a partir de 11/06 uma divida mensal de 30,00, apenas se entretanto o requerido não corrigiu os pagamentos. (k) Atendendo entretanto: (i) ao nível atingido pelos rendimentos de ; (ii) onde não pode ser naturalmente acrescentado outro ou outros rendimentos familiares que não sejam exclusivamente dele (nomeadamente tem de ser excluído sem duvida desta conta o rendimento da companheira); (iii) mas também perante a ambiguidade da fonte dos pagamentos regulares a que está obrigado, por não se saber, por exemplo, se o empréstimo para a aquisição de casa própria é dele ou de 6; (iv) alcançando todavia e sempre nível 6 Vd. Relatório Social ( ): reorganizou a sua vida afectiva com estando a viver com esta no imóvel onde aquela já residia; a habitação respeita a um apartamento de tipologia 3, espaçoso, orga nizado e limpo, que dispõe d e boas condições de comodidade 6
7 modesto; (v) há que determinar uma modalidade de solvência realista e que contribua para ser obtida a prática satisfação do interesse d a criança. (l) Segundo estas dir ectrizes, parece adequado estabelecer a recuperação do atrasado em prestações mensais de 15,00. (m) Assim, a partir do trânsito, o recorrente passará a entregar para o sustento, aconchego e educação de, o montante mensal de 165,00 até saldar o défice agora considerado, e só, isto é, um défice correspondente á soma de 30,00 mensais desde 10.06, inclusive até á data em que o requerido provar ter recomeçado a completar as pensões mensais de 150,00, acaso já tenha reposto a normalidade: tem prazo de 10 dias para o efeito. (n) Tudo visto e o disposto no artº 157/1, 181/1.2 e 182 OTM, vai alterada a decisão recorrida, neste sentido de provisoriedade, devendo a causa vir a ser julgada logo realizadas as investigações probatórias de (e)/ (i). IX. Custas: já, na proporção da sucumbência pelo requerido com a taxa de justiça reduzida a ¼; no restante, a serem fixadas a final por quem sucumbir. e conforto, sendo n otório os investimentos a este nível; está presentemente desempregad a. Relatório social ( ); residem [mãe e filha] numa habitação pertença de uma irmã de reunirá as devidas condições de habitabilidade. 7
S. R. TRIBUNAL DA RELAÇÃO DE GUIMARÃES
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