Epidemiologia Descritiva CURSO DE EPIDEMIOLOGIA VETERINÁRIA, ACT Prof. Luís Gustavo Corbellini EPILAB /FAVET - UFRGS
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1 Epidemiologia Descritiva CURSO DE EPIDEMIOLOGIA VETERINÁRIA, ACT Prof. Luís Gustavo Corbellini EPILAB /FAVET - UFRGS 23/09/2014
2 Observação - coleta de dados Avaliação qualitativa Ecologia Transmissão e manutenção Hospedeiro, agente e meio ambiente Avaliação quantitativa Epidemiologia descritiva Inquéritos de prevalência Epidemiologia analítica Estudo transversal, caso-controle, coorte
3 Epidemiologia descritiva Estudo da distribuição da frequência das doenças e dos agravos à saúde coletiva, em função de variáveis ligadas ao tempo, ao espaço e ao indivíduo, possibilitando o detalhamento do perfil epidemiológico, com vistas à promoção da saúde. Rouquayrol, 2000 (adaptado)
4 C A B Granjas problema
5 Animais infectados
6 Epidemiologia descritiva Um estudo descritivo responde às 3 questões básicas: Quem (quem tem a doença?) Quando (como muda com o tempo?) Onde (onde está ocorrendo o problema?) O que fazer?
7 Quem? 1) Características gerais Animal (espécie, raça, idade, sexo...); Aglomerados (corte, leite, reprodução, terminação); 2) Indicadores sócio-econômicos Escolaridade; Renda;
8 Frequência de dermatofitose* em cães atendidos no HCV UFRGS ( ) Raças Positivos Total % Pelos médio/longo % Pelo curto % Total % * Microsporum e Trichophyton
9 Indicadores sócio econômicos do produtor Frequência de BVDV por estrato de escolaridade de produtores Propriedades - Status BVDV Anos de estudo produtor Positivo Total % ,9% ,7% ,4% > ,0% NI 1 2 *
10 Onde? Lugar/espaço Divisões geopolíticas País, região, estado, município; Setor censitário, bairros Locais específicos dentro de uma propriedade Ambiente físico e biológico Regiões alagadiças, regiões secas; Regiões áridas, regiões de mata;
11 Soroprevalência de Neospora em bovinos em duas regiões do RS
12 Quando? Evolução da doença conforme período de tempo Séries históricas avalia a ocorrência da doença ao longo de uma escala de tempo (semanas, meses, anos) Verifica padrões de ocorrência temporal Sazonalidade; Seculares;
13 Incidência de TB bovina RS (2008)
14 Epidemiologia descritiva - uso Avaliação da comportamento das doenças; Comparação de indicadores entre regiões; Identificação de grupos de risco; Bases para o planejamento de um programa de saúde animal; Geração de hipóteses sobre supostos fatores de risco a serem investigados em estudos analíticos;
15 Pilares da investigação Animais; Propriedades; Região; Bairro; Galpão, piquete; Época do ano; Sazonalidade; Tendências; Quem? Onde? Quando? Objetivo da epidemiologia descritiva é estudar a distribuição de freqüência eventos relacionados à saúde animal com relação à população, espaço e tempo.
16 Principais medidas de ocorrência (indicadores) em epidemiologia
17 Medidas de ocorrência Medidas de ocorrência são utilizadas para descrever a distribuição das doenças na população; Saber quantificar é fundamental para o estudo de um determinado problema;
18 Principais medidas de ocorrência (indicadores epidemiológicos) 1. Prevalência; 2. Incidência; 3. Outros indicadores: Mortalidade; Letalidade; Taxa de ataque;
19 Prevalência: corresponde a um estado num determinado momento. Incidência: corresponde a uma mudança de estado.
20 1. Prevalência Número de ocorrência de uma doença em uma população conhecida ao longo de um período ou num dado instante; Não distingue entre casos novos e antigos; Fornece uma informação estática, apenas sobre a frequência da doença e não a evolução;
21 Prevalência instantânea (pontual) Nº de indivíduos doentes em um determinado ponto no tempo (n) Nº de indivíduos NA POPULAÇÃO EM RISCO naquele ponto no tempo (N) Dia 0, 20 animais com mastite clínica dentre 100 em ordenha (em risco): Prevalência = 20/100 = 0.2 (20%)
22 Prevalência em um dado período Soma dos casos presentes no primeiro dia (prevalência pontual) e dos casos surgidos durante o período. Dia 0: 20 animais com mastite clínica Dia 30: 5 animais novos com mastite clínica Prevalência período: (20 + 5)/100 = 0,25 (25%)
23 Prevalência Uma série de prevalências pode ser combinada para obter uma sequencia da ocorrência da doença ao longo de um período: Auxílio tomada de decisões;
24 Prevalência Prevalência Anual Raiva Morcegos (Burnett, 1989) 12% 10% 8% 6% 4% 2% 0% Ano R² =
25 2. Incidência Número de casos novos de uma doença, numa determinada população ao longo de um período específico (ano, mês, semana, dia). Sempre definida em um dado período. Fornece uma informação dinâmica.
26 Incidência: n de casos novos surgidos num determinado período Indivíduos saudáveis início período Mastite clínica Incidência = 5/80 = 0,062 (6,2%)
27 Incidência acumulada: n de casos novos surgidos num determinado período Indivíduos saudáveis início período Dia 0: 20 animais com mastite clínica Dia 30: 5 animais novos com mastite clínica Dia 60: 3 casos novos de mastite clínica Incidência acumulada: 5+3/80 = 10%
28 Taxa de incidência Dimensão tempo n de casos novos surgidos num determinado período (n de risco no início do período + número de risco final período)/2 Mastite clínica 5/(80+75)/2= 0,065/animal-mês em risco As verdadeiras taxas epidemiológicas tem uma dimensão tempo, sendo calculada por animal-semana, animal-ano, etc.
29 Exercício Indicadores (15 minutos) Dados sobre uma doença hipotética em bovinos foram avaliados num período de 4 semanas numa população com 1550 animais. A doença em questão causa distúrbios respiratórios e a imunidade dura pelo menos 24 meses. No dia 0, 45 animais já estavam com a doença. Ao completar uma semana (dia 7, semana 1) 60 novos casos foram diagnosticados. Na segunda semana 75 casos novos foram diagnosticados, com 54 e 35 casos na terceira e quarta semana respectivamente. Calcule: 1. Prevalência dia 0; 2. Prevalência ao final da primeira semana; 3. Incidência por semana; 4. Incidência acumulada no período de 4 semanas; 5. Taxa de incidência no período de 4 semanas;
30 3. Outros indicadores Mortalidade n mortos durante um período população exposta ao risco no período Letalidade: n mortos durante um período indivíduos doentes
31 Letalidade Influenza em humanos * Tipo Casos Mortes Letalidade H5N % H1N ,1% *Fonte: WHO, 31 de agosto de 2009
32 Outros indicadores Taxa de ataque: Quando o período de risco é breve, o termo taxa de ataque é usado para descrever a proporção de animais que desenvolvem a doença nº de indivíduos que desenvolveram a doença n total de indivíduos expostos ao risco
33 Para discussão 4 (10 minutos) Um surto de salmonelose foi registrado em um rebanho bovino leiteiro. No total, 12 animais em lactação apresentaram diarréia em um dia. Suspeita-se de que a ração contaminada tenha sido a fonte de infecção para os animais. Sabendo que a propriedade utiliza dois tipos de ração (ração 1 e ração 2) e que a ração 1 é suspeita, pergunta-se: como saber se a ração 1 foi a causa da infecção dos animais em lactação? Suponha que a propriedade tem 100 animais em lactação (população exposta) e 40 comeram a ração 1 e 60 não comeram. Dos 40 (ração1), 9 apresentaram diarreia e dentre os 60 (ração 2) 3 apresentaram diarreia.
34 2 pontos importantes 1. Outra forma de calcular os coeficientes de incidência. 2. Influência do teste de diagnóstico no resultado da estimativa de prevalência em inquéritos soroepidemiológicos.
35 1. Forma comum de demonstrar os coeficientes de incidência Em 1998 a frança teve 18 casos notificados de BSE. O número total de bovinos é de aproximadamente A incidência foi de 4,8 casos a cada de bovinos.
36 2. Influência do teste de diagnóstico no resultado da estimativa de prevalência em inquéritos soroepidemiológicos. Testes de diagnóstico são imperfeitos. Parâmetros de sensibilidade e especificidade.
37 Teste de diagnóstico Resultado Teste T - T + VN FN VP FP
38 Prevalência Aparente (PA) Um estudo soroepidemiológico foi realizado para estimar a prevalência de paratuberculose em bovinos em um estado americano (adaptado de Thorne e Hardin, 1997). Foram coletados amostras de sangue de 1954 bovinos e realizado o teste sorológico de ELISA. Um total de 101 animais foram positivos. Qual a soroprevalência aparente (PA)? 101/1954 = 5,2%
39 Prevalência Real (PR) Teste ELISA de Paratuberculose: Sensibilidade (Se) = 43% Especificidade (Sp) = 99% PR = PA + Sp -1/Se + Sp - 1 5,2% + 99%-100%/43% + 99% -100% PR = 10%
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