Reunião Clínica: Implicações Clínicas do Diagnostico de DEL
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1 Reunião Clínica: Implicações Clínicas do Diagnostico de DEL Apresentação: Daniela C. Monfredini (4º ano) Bruna Camilo Rosa (4º ano) Orientação: Profª Drª Simone V. Hage Discussão: Profª Drª Maria de Lourdes Psicóloga Débora
2 O que é DEL?
3 Dificuldade Exclusivo Distúrbio Especifico de Linguagem Na capacidade de utilizar (e/ou entender) as palavras, as frases, os fonemas para expressar nossos pensamentos, ideias, opiniões e sentimentos.
4 Componentes da Linguagem Forma Conteúdo Uso Subsistemas/Domínios Linguísticos Fonologia Morfologia Sintaxe Semântica Pragmática (Bloom e Lahey, 1978)
5 Fonologia Sintaxe Semântica Pragmática (Nicolielo et al, 2008)
6 Definição do DEL Consiste numa dificuldade constitucional e duradoura, de gravidade variável para o processamento da linguagem, incompatível com o desenvolvimento intelectual e social da criança (Chevrie-Miller, 2005) (Hage e Guerreiro, 2010)
7 Características do DEL: Ausência de Déficit Sensorial Ausência de Déficit Intelectual Ausência de Déficit Motor Ausência de Transtornos Globais Ausência de Privação Social Ausência de Lesão Cerebral evidente (Hage e Guerreiro, 2010)
8 Subtipos de DEL: Distúrbio expressivo Distúrbio da programação fonológica Dispraxia verbal Distúrbio expressivo e de compreensão Distúrbio fonológico-sintático Agnosia auditivo-verbal Distúrbio do processo de formulação central Distúrbio léxico-sintático Distúrbio semântico-pragmático (Rapin e Allen, 1988)
9 Subtipos de DEL: Distúrbio expressivo de linguagem Subgrupo expressivo com implicações na sintaxe e semântica Distúrbio expressivo e receptivo de linguagem Subgrupo fonológico-sintático Subgrupo gramatical Distúrbio complexo de linguagem Distúrbio pragmático de linguagem "puro Distúrbio pragmático de linguagem "plus" (CONTI-RAMSDEN, 2000) Na classificação proposta por Conti-Ramsden, a Apraxia da fala não faz parte do DEL
10 Dispraxia Verbal (Apraxia da Fala na Infância)
11 Definição de Apraxia de Fala Uma alteração na programação motora da fala, com prejuízo na precisão e na consistência dos movimentos para produzir sons, palavras, na ausência de transtorno neuromuscular. Há alteração no planejamento e/ou programação de parâmetros espaço temporais das sequências dos movimentos, resultando em erros na produção dos sons da fala e alterações prosódicas (HAGE e RODRÍGUEZ)
12 Caso Clínico Clínica de Diagnóstico em Linguagem 2 semestre de 2016 Profª Drª Simone Hage e Profª Drª Maria de Lourdes Tabaquim
13 Identificação Nome: B. B. F. Data de Nasc.: 02/05/2013 Idade: 3 anos e 4 meses Escolaridade: Jardim II Encaminhado: Escola/Consultório Particular Entrevista realizada com: T. (mãe)
14 Queixa: Ele tinha mais de um ano e ainda não falava, agora ele fala de tudo, mas fala com muitas trocas.
15 História Pregressa A mãe começou a perceber diferença entre o paciente e outras crianças no segundo ano de vida, pois não falava e usava gestos pra se comunicar, como apontar e puxar. Relatou boa compreensão verbal. Descreveu a criança era muito quieto e tímido na escola. Diz que o paciente é uma criança bastante dependente, dificilmente toma iniciativas, é necessário ficar questionando sobre suas vontades e necessidades. O paciente era muito quieto e não interagia com as pessoas, quando mais novo.
16 Funções Orofaciais Relatou que o paciente não come todo tipo de consistência, quase não come carne e fruta. Nunca fez uso de chupeta.
17 Desenvolvimento Motor Obteve o controle cervical entre 4 e 5 meses de idade. Sentou sem apoio aos 6 meses. Andou aos 11 meses. Começou a correr com cerca de 1 ano e 6 meses. Mãe não acha que Bryan seja descoordenado, desastrado.
18 Escala do Desenvolvimento da Linguagem Avaliação Desenvolvimento da Linguagem ADL (Menezes, 2004) Linguagem Receptiva: Escore Padrão 111 Linguagem Expressiva: Escore Padrão 103 Linguagem Global: Escore Padrão 108 Valor dentro da faixa de normalidade!
19 Avaliação Desenvolvimento da Linguagem ADL Apesar da escala ter apontado normalidade, a criança mostrou dificuldades importantes na organização de frases e na produção fonológica. O resultado da escala combina o desempenho na vertente receptiva e expressiva, assim um desempenho superior na receptiva pode mascarar dificuldades na expressiva. Além disto, a vertente expressiva combina tarefas que exigem apenas um vocábulo com outras que exigem frases e narrativa, desta forma, um bom desempenho na expressiva pode ser decorrente de pontuações obtidas em tarefas de vocabulário ou inferência, não significando que a linguagem verbal está adequada.
20 Fonética e Fonologia Prova de Fonologia do ABFW (Wertzner, 2004). Processos produtivos: Plosivação de Fricativas Processos não produtivos: Harmonia consonantal Frontalização de velar No limite para aquisição: Posteriorização para velar Simplificação de líquidas Ensurdecimento de plosivas Não são mais esperados para a idade
21 Vocabulário Expressivo Prova de Vocabulário do ABFW (Befi-Lopes, 2004) Designações Usuais: Superior ao esperado em todos os campos semânticos Vocabulário adequado. Não-Designações: Encontrou-se acima da porcentagem esperada Processos de Substituição: Baixo do esperado para idade
22 Sintaxe Protocolo de avaliação morfossintática por amostra (Hage, 2000) Produz frases telegráficas.
23 Pragmática e Narrativa Protocolo de Avaliação das Habilidades Pragmáticas (Hage et al., 2007) Habilidades Conversacionais: raramente inicia turnos, utiliza turno simples frequentemente, não apresenta turno expansivo. Funções Comunicativas: não pede informações. Realiza nomeação frequentemente, faz uso de expressões sociais para iniciar ou encerrar a interação. Narrativa: realizou a narrativa apenas com perguntas direcionadas, sem construção de frases encadeadas. Pac. Demonstrou timidez a todo momento e é provável que as trocas fonológicas estejam interferindo na funcionalidade da comunicação.
24 Avaliação do Desenvolvimento Geral Escala de Desenvolvimento Comportamental de Gesell e Amatruda (Gesell, 2000) Comportamento Motor Grosseiro: 100% Comportamento Adaptativo: 100% Comportamento de Linguagem: 50% O resultado obtido superior a 80% foi na faixa etária de 2:0-2:5 O paciente encontra-se aquém apenas no Comportamento de Linguagem. Comportamento Social-Pessoal: 100% Comportamento Motor Delicado: 100%
25 Avaliação Complementar Praxias Articulatórias e Buco Faciais (Hage,2003) Na prova 1 Articulação, ponto de articulação solicitado após modelo, o paciente não produziu corretamente nenhuma das apresentações, portanto não pontuou nesta prova. Classificado com abaixo do esperado para idade de 3a6m a 4a5m, qual o resultado esperado é de 3 pontos. Na prova 2 Lábio, movimento solicitado após o modelo, o paciente obteve 2 pontos, realizou as provas de jogar um beijo e mostrar os dentes, porém foi classificado aquém do esperado, visto que a pontuação para idade de 3a6m a 4a5m é de 5 pontos.
26 Avaliação Complementar Praxias Articulatórias e Buco Faciais (Hage,2003) Na prova 3 Língua, movimento solicitado após modelo, o paciente teve resultado de 2 pontos, realizou as provas abaixar a língua em direção ao queixo e realizou com dificuldade tocar os quatro cantos da boca, pontuação esperada para idade. Na prova 4 Face, movimento solicitado após modelo, o paciente obteve 2 pontos, realizou as provas encher as bochechas de ar e sugar as bochechas, resultado esperado para idade.
27 Critérios para o Diagnóstico Atraso de pelo menos 12 meses em relação à linguagem expressiva. Atraso de pelo menos 6 meses em relação à linguagem receptiva. Diferença de 12 meses entre idade mental e idade linguística. Coeficiente intelectual maior que 85. O diagnóstico não pode ser atribuído concretamente antes dos 4 anos. (HAGE e RODRÍGUEZ)
28 Parecer Diagnóstico Novembro/2016 As dificuldades encontradas na produção fonológica (processos fonológicos atrasados e desviantes) na construção de frases e domínio das regras gramaticas, na funcionalidade da linguagem (em especial na narrativa) indicam alteração no desenvolvimento da linguagem. O fato de a criança apresentar habilidades intelectuais na média para a idade, competências adequadas para atividades simbólicas e audição normal sugerem que tal o transtorno é específico. Neste contexto, B. apresenta sinais de Distúrbio de Específico de Linguagem (DEL). O diagnóstico é mais confiável após os 4 anos, quando a alteração de linguagem se mostra persistente, entretanto B. apresenta características desviantes na fonologia e morfossintaxe com erros de gramaticais que já sugerem o transtorno. A evolução terapêutica poderá confirmar a hipótese.
29 Conduta
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32 REFERÊNCIAS HAGE, SRV; GUERREIRO, MM. Distúrbio Específico de Linguagem: aspectos lingüísticos e biológicos. In: FERNANDES, FDM; MENDES, BCA; NAVAS, ALPGP (orgs) Tratado de Fonoaudiologia (2a edição). São Paulo: Roca, HAGE, SRV; RODRÍGUEZ, VA. Distúrbio Específico de Linguagem: aspectos clínicos e educacionais. NICOLIELO, AP; GEJÃO, MG; LOPES-HERREA, AS; MAXIMINO, LP. Evolução do processo terapêutico fonoaudiológico no Distúrbio Específico de Linguagem (DEL): relato de caso. Rev. CEFAC vol.16 no.5 São Paulo Set./Out ALLEN, D.A.; RAPIN, I. Communication disorders of preschool children: the physician s responsibility. Journal of Developmental and Behavioral Pediatrics, vol. 9, p , 1988.
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