Tempos, Métodos e Arranjos Físicos

Tamanho: px

Começar a partir da página:

Download "Tempos, Métodos e Arranjos Físicos"

Isabel Canela de Andrade
6 Há anos
Visualizações:

1 Tempos, Métodos e Arranjos Físicos Histórico dos sistemas de produção e origem dos estudos de tempos e métodos Prof. Me. Fernando Santos de Oliveira

2 Breve histórico dos sistemas de produção A gestão da produção passou por muitos estágios, ao longo dos quais foram desenvolvidos diferentes modelos (BULHÕES, 2009). Iniciou-se pela produção artesanal, na qual os artesões, em suas oficinas, eram trabalhadores independentes que vendiam o produto do seu trabalho (ARRUDA, 1984). Com as revoluções industriais houve uma intensa mecanização da indústria baseada na divisão do trabalho, o que resultou no aumento da eficiência e produtividade das fábricas (ANTUNES JR., 1998). 2

3 Breve histórico dos sistemas de produção Na administração científica, surgida das experiências de Frederick. W. Taylor, entre outros, criou-se a divisão técnica do trabalho, não apenas no âmbito da produção, mas também numa clara divisão entre as tarefas de planejamento e controle (ANTUNES JR., 1998). A principal aplicação da administração científica foi, certamente, o sistema de produção em massa, iniciado na indústria de automóveis, desenvolvido principalmente por Henry Ford (WOMACK et al., 1992). 3

4 Breve histórico dos sistemas de produção No começo do século XX, o mercado da indústria automobilística estava claramente dominado pelo fabricante como vendedor. O chamado modelo de gerenciamento clássico, que surgiu principalmente a partir das contribuições de Taylor e Ford, obteve sucesso até a década de 1970, quando contextos econômicos, sociais e políticos alteraram o mercado global e causaram uma recessão econômica. 4

5 Breve histórico dos sistemas de produção Após a segunda guerra mundial, ocorreu a retomada da indústria automotiva no Japão. A empresa Toyota não apresentava, naquele momento, uma solidez financeira para investir nas tecnologias empregadas na produção em massa (LIKER, 2005). As principais metodologias de produção do STP, como JIT e autonomação, iniciaram na Toyota em 1945 (STAMM et al., 2009). Essas metodologias não receberam grande atenção por parte das empresas e dos pesquisadores do ocidente até os anos 1980 (OHNO, 1988; SHINGO, 1989; MONDEN, 1993). 5

6 Breve histórico dos sistemas de produção Os efeitos da saturação do conceito do sistema de produção em massa têm sido amplificados pela crescente escassez de matérias primas e pela tendência da diversidade causada pela sociedade (PIORE; SABEL, 1984). A escassez de matéria prima e a capacidade do planeta terra para atender o aumento da produção e os efeitos no meio ambiente, terão uma representativa influência nas novas práticas. Neste contexto, a eliminação do desperdício e a necessidade de sustentabilidade ganham cada vez mais importância (STAMM et al., 2009). 6

Breve histórico dos sistemas de produção Num cenário global competitivo, com ciclos de vida dos produtos cada vez mais curtos, a capacidade de motivar os colaboradores, inovar os produtos e,

7 Breve histórico dos sistemas de produção Num cenário global competitivo, com ciclos de vida dos produtos cada vez mais curtos, a capacidade de motivar os colaboradores, inovar os produtos e, consequentemente, buscar constantemente por novos conhecimentos são elementos chaves para o sucesso de qualquer empresa. A necessidade de não apenas produzir, mas continuamente aperfeiçoar o processo, leva a fechar a conexão entre pesquisas e engenharia, além da conscientização de que o aprender fazendo e o treinamento são necessários para criar meios para a melhoria da produção. 7

8 Origem do estudo de tempos e métodos O estudo de tempos teve seu início em 1881 na usina da Midvale Steel Company (BARNES, 1977). Acreditava-se que poderia haver uma cooperação entre empregado e empregador. Taylor conseguiu apoio para realizar estudos científicos para determinação de tempo necessários ao desempenho de vários tipos de trabalho. Nesse período foi criada a cronometragem. 8

9 Qual a melhor maneira de se executar uma determinada tarefa? Foi sugerido uma sequência de objetivos: estudo científico de uma operação em substituição aos métodos empíricos. escolha do melhor operário para cada tarefa. desempenho do espírito de cooperação. divisão do trabalho em partes iguais. 9

10 História do estudo de tempos e métodos (1898) Taylor procurou melhorar os métodos de trabalho existentes na Bethlehem Steel Works. Operários movimentavam 1,6 kg/pá (carvão) e 17,2 kg/pá quando o material era minério de ferro. Qual a carga por pá que permitiria mover a máxima quantidade de material por dia? Os resultados mostraram que com 9,75 kg por pá, um homem obteria, em um dia, a tonelagem máxima de material deslocado. 10

11 História do estudo de tempos e métodos Ainda na Bethlehem Steel Works, Taylor desenvolveu: um setor adequado de ferramentaria; a implantação de um depto. de planejamento; Um sistema de incentivo com bônus. 11

12 História do estudo de tempos e métodos Após três anos e meio nessa mesma indústria: obteve a mesma produção com apenas 140 homens no pátio; reduziu em cerca de 50% os custos com manuseio de material; reduziu ainda os custos totais de produção com uma média de 7800 dólares por ano. Estudo de tempos é uma ferramenta essencial no aumento da eficiência global da empresa. 12

13 História do estudo de tempos e métodos O estudo de movimentos teve avanços com Frank e Lillian Gilbreth (SILVA; COIMBRA, 1980). Seus estudos foram relevantes para posterior desenvolvimento da área de Ergonomia. Suas atividades proporcionaram melhorias na construção civil, no estudo sobre fadiga, na monotonia, na transferência de habilidades, na condução de trabalhos para inabilitados, além do desenvolvimento de técnicas como gráfico de fluxo do processo e estudo de micromovimentos. 13

14 História do estudo de tempos e métodos (1885) F. Gilbreth empregou-se numa construtora e começo a aprender a assentar tijolos. Notou que cada pedreiro tinha seu método e que dois homens não trabalhavam da mesma forma. Iniciou suas investigações com o objetivo de encontrar o melhor método de se executar determinada tarefa. Recomendou que o trabalho fosse filmado e depois passado em câmera lenta, com pausas, se necessário. 14

15 História do estudo de tempos e métodos Gilbreth tinha uma habilidade para analisar os movimentos utilizados pelos operários. Suas invenções e melhorias aumentaram a produtividade de um pedreiro, em um dia de trabalho, de 120 para 350 tijolos assentados por hora. As indústrias se convenceram de que o estudo de tempos e o estudo de movimentos são inseparáveis. 15

16 História do estudo de tempos e métodos A American Society of Mechanical Engineers ASME representou papel importante no desenvolvimento da administração científica, da engenharia de produção, do estudo de movimentos e de tempos, com publicações de Taylor desde A Taylor Society foi fundada em 1915 e, em conjunto com a Society of Industrial Engineers, cuja a sede era em Chicago, formou em 1936 a Society for Advancement of Management (BARNES, 1977). 16

17 Referências ANTUNES JR., J. A. V. Em direção a uma teoria geral do processo na administração da produção: uma discussão sobre a possibilidade de unificação da teoria das restrições e da teoria que sustenta a construção dos sistemas de produção com estoque zero Tese (Doutorado em Administração) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, ARRUDA, J. História moderna e contemporânea. São Paulo: Ática, BARNES, R. M. Estudo de movimentos e de tempos: projeto e medida do trabalho. São Paulo: Edgard Blücher, 1977 BULHÕES, I. R. Diretrizes para implementação de fluxo ininterrupto na construção civil: uma abordagem baseada na filosofia lean Tese (Doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Campinas, LIKER, J. K. O modelo Toyota: 14 princípios de gestão do maior fabricante do mundo. 1. ed. Porto Alegre: Bookman,

18 Referências MONDEN, Y. Toyota Production System: an integrated approach to Just-in-time. 1. ed. USA: Industrial Engineering and Management Press, OHNO, T. Toyota Production System: beyond large-scale production. 1. ed. USA: Productivity Press, SHINGO, S. O Sistema Toyota de Produção do ponto de vista da engenharia da engenharia de produção. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 1996b. 291 p. SILVA, A.V. da.; COIMBRA, R.R. de C. Manual de tempos & métodos: princípios e técnicas do estudo de tempos. São Paulo: Hemus, WOMACK, J. P.; JONES, D. T.; ROOS, D. A máquina que mudou o mundo. 1. ed. Rio de Janeiro: Campus,

Links Sugeridos https://www.youtube.com/watch?v=ajtfrcmd5sq https://ead.uninove.

19 Links Sugeridos

20 Recomendação de Leitura

21 Próxima Aula Produtividade, capacidade e eficiência da produção 21

22 Muito Obrigado pela atenção!

Documentos relacionados

Tempos, Métodos e Arranjos Físicos

Tempos, Métodos e Arranjos Físicos Estudo de tempos, métodos e projeto do trabalho Prof. Me. Fernando Santos de Oliveira Uso do estudo de tempos fazer a programação da produção; determinar a eficiência