Dor irruptiva oncológica Guidelines 2013 Guia de bolso

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1 Dor irruptiva oncológica Guidelines 2013 Guia de bolso Este guia destina-se a ajudar os profissionais de oncologia a entender, reconhecer e melhorar o tratamento da dor irruptiva oncológica (DIO)*. Os enfermeiros oncológicos têm um papel fundamental na identificação, avaliação e tratamento da DIO. O contacto regular com os pacientes permite uma observação e um diálogo que pode contribuir para a identificação, um melhor controlo da DIO e uma maior satisfação do paciente com o tratamento. Uma boa colaboração entre profissionais de saúde, pacientes e cuidadores constitui um requisito essencial para a prestação de melhores cuidados aos pacientes com cancro. * em inglês breakthrough cancer pain (BTCP). Desenvolvido pela European Oncology Nursing Society (EONS), com o apoio de uma bolsa educacional da Takeda Pharmaceuticals International GmbH

2 Dor irruptiva oncológica Guidelines 2013 Guia de bolso Introdução A dor irruptiva oncológica (DIO) é reconhecida como um sintoma perturbador, muitas vezes tratado de forma inadequada e frequentemente não resolvido em pacientes com cancro. 1,2 Apesar da sua natureza autolimitada, a ocorrência de DIO pode ter um impacto muito significativo na qualidade de vida dos pacientes e cuidadores. 3,4 Definição de DIO Uma exacerbação transitória da dor que ocorre quer espontaneamente quer desencadeada por um fator específico (previsível ou imprevisível), apesar do relativamente estável e adequado controlo da dor basal. 5 Figura 1. Um típico episódio de DIO Tratamento da dor basal Típico episódio DIO Dor basal

3 Características da DIO A DIO é um sintoma de natureza heterogenea. 5 As duas categorias de DIO mais amplamente identificadas e aceites são dor espontânea e dor incidental. 5 Dor espontânea ( dor idiopática ) os episódios dolorosos não estão relacionados com um fator precipitante identificável, sendo portanto imprevisíveis por natureza. Dor incidental ( dor precipitada ) os episódios dolorosos estão relacionados com um fator precipitante identificável, pelo que são geralmente previsíveis. A dor incidental é geralmente subdividida ainda em três categorias: Dor incidental volitiva quando é desencadeada por um ato voluntário (ex.: caminhar); Dor incidental não volitiva quando é desencadeada por um ato involuntário (ex.: tossir); Dor relacionada com os procedimentos que está relacionada com um procedimento, uma intervenção terapêutica (ex.: tratamento de feridas). NB: A DIO não deve ser confundida com os episódios de dor que ocorrem durante a iniciação ou titulação de analgésicos opioides para tratamento da dor crónica nem com os episódios de dor que ocorrem no fim do intervalo entre doses de analgésicos opioides, uma vez que o paciente não tem a dor de base controlada em qualquer uma destas situações. 5

4 Dor irruptiva oncológica Guidelines 2013 Guia de bolso DIO versus dor basal não controlada É fundamental identificar claramente que se trata de um episódio de DIO e não de dor crónica mal controlada. Figura 2. Algoritmo para identificar pacientes com DIO 6-8 O paciente tem dor basal? Dor basal = dor presente durante 12 horas/dia na semana anterior (ou que estaria presente se não fossem administrados analgésicos) Não Sim O paciente não tem DIO, mas sim dor basal não controlada O paciente não tem DIO Reproduzido de Davies, A. Breakthrough pain is often poorly controlled in patients with cancer. Guidelines in Practice 2010; 13 (4): Disponível em:

5 Não Está a dor basal adequadamente controlada? Adequadamente controlada = dor classificada como sem dor ou ligeira, e não moderada ou intensa durante 12 horas/dia na semana anterior Sim Não O paciente tem exacerbações transitórias de dor? Sim O paciente tem DIO

6 Dor irruptiva oncológica Guidelines 2013 Guia de bolso Avaliação da DIO Para avaliar a DIO recomenda-se que o paciente seja questionado relativamente às seguintes questões chave: 5 Como surge a dor (é espontânea, é incidental)? Qual a frequência dos episódios de dor? Qual a localização da dor (ex.: é no mesmo local que a dor de base)? Há irradiação da dor (ex.: há alguma dor neuropática durante o episódio de DIO)? Qual a natureza (as características) da dor? Qual a intensidade (severidade) da dor (avaliada através da escala numérica e da escala qualitativa)? Qual a duração da dor? Existem fatores de exacerbação? Existem fatores de alívio? Como é a resposta aos analgésicos? Qual a resposta a outras intervenções (ex.: calor, massagem, relaxamento)? Há sintomas associados (ex.: náusea, ansiedade)? Qual a interferência nas atividades do dia a dia?

7 Controlo da DIO Alterações no estilo de vida: ex.: ajustar as atividades que precipitam a DIO; recurso a ajudas específicas nas atividades do dia a dia (lavar, vestir, cozinhar, etc.); realização de exercícios específicos; recurso ao apoio de familiares. 4 Tratamento de causas reversíveis: ex.: tratar a tosse com um antitússico; ou a obstipação com um laxante. 4 Modificação dos processos patológicos da doença: ex.: tratar a causa da dor na maior parte dos casos o cancro com terapias sistémicas (ex.: quimioterapia), radioterapia e/ou cirurgia. 3,4 Tratamento não-farmacológico: ex.: aplicação de calor ou frio, massagem e/ou técnicas de relaxamento. 3,4 Tratamento farmacológico: Medicação de resgate tradicionalmente, a forma mais comum de medicação de resgate tem sido formulações orais de libertação normal ( libertação imediata ) de morfina e outros analgésicos opioides. 5 Medicamentos de efeito rápido especificamente desenvolvidos para tratamento da DIO, são todas as formulações do opioide fentanilo, administradas por via intranasal ou através da mucosa oral.

8 Dor irruptiva oncológica Guidelines 2013 Guia de bolso Figura 3. Tratamento da DIO Identificação de DIO 4 episódios por dia 9 >4 episódios por dia 9 Necessário um efeito rápido e de curta duração? Ajustar o tratamento de base 9 Sim Não Adicionar opioide de efeito rápido (fentanilo nasal ou bucal de ação rápida) Adicionar opioide oral de libertação imediata Analgesia clinicamente relevante após 5-15 minutos; duração do efeito por pelo menos 1-2 horas 10 Dose ótima estabelecida por titulação 10 Analgesia clinicamente relevante após minutos; duração do efeito 4 horas 11 Dose inicial equivalente a 10-15% da dose de base total diária. 9 Dose ótima estabelecida por titulação 5

9 Reavaliação do tratamento da DIO Os objetivos da reavaliação são determinar a eficácia e tolerabilidade do tratamento da DIO e se houve ou não alguma alteração da sua natureza. 5 Uma reavaliação inadequada pode levar à continuação de um tratamento ineficaz e/ou inapropriado. 5 Referências 1. Zeppetella G. Impact and management of breakthrough pain in cancer. Curr Opin Support Palliat Care 3, 1-6 (2009). 2. Portenoy R.K., et al. Breakthrough pain: characteristics and impact in patients with cancer pain. Pain 81, (1999). 3. Zeppetella G. Breakthrough pain. In: Oxford Textbook of Palliative Medicine, Fourth Edition, (2010). 4. Zeppetella G. Breakthrough pain in cancer patients. Clin Oncol (R Coll Radiol) 23, (2011). 5. Davies A.N., et al. The management of cancer-related breakthrough pain: recommendations of a task group of the Science Committee of the Association for Palliative Medicine of Great Britain and Ireland. Eur J Pain 13, (2009). 6. Caraceni A., et al. Breakthrough pain characteristics and syndromes in patients with cancer pain. An international survey. Palliat Med 18, (2004). 7. Davies A. Breakthrough pain is often poorly controlled in patients with cancer. Guidelines in Practice 13, (2010). 8. Davies A.N. The management of breakthrough cancer pain. Br J Nurs 20, , (2011). 9. Jost L. & Roila F, on behalf of the ESMO Guidelines Working Group. Management of cancer pain: ESMO Clinical Practice Guidelines. Ann Oncol 21, v257-v260 (2010). 10. Summary of Product Characteristics for Abstral, Actiq, Effentora, Instanyl, and PecFent. 11. Bennett D., et al. Consensus panel recommendations for the assessment and management of breakthrough pain. Part 2 Management. Pharm Ther 30, (2005).

10 Pelo seu contributo e orientação no desenvolvimento das guidelines EONS, gostaríamos de agradecer em especial a: Andrew Davies Jenske Geerling Theodora Pappa Barry Quinn Carina Rundström Tone Rustøen Isolde Weisse Yvonne Wengström Sian Williams Boštjan Zavratnik St. Luke s Cancer Centre, The Royal Surrey County Hospital, Guildford, United Kingdom University of Groningen, University Medical Center Groningen, Groningen, The Netherlands Ag. Anargyri Oncology Hospital, Athens, Greece Ashford and St Peter s Hospital NHS Foundation Trust, Chertsey, United Kingdom Karolinska University Hospital, Stockholm, Sweden Oslo University Hospital, Oslo, Norway Eberhard Karls University Tübingen, Tübingen, Germany Karolinska Institutet, Huddinge, Sweden The Beacon, Virgincare, Guildford, Surrey, United Kingdom Institute of Oncology, Ljubljana, Slovenia A EONS gostaria de agradecer ainda à Takeda Pharmaceuticals International GmbH pela bolsa educacional que suportou o desenvolvimento destas guidelines.

11 A dor é um fenómeno multidimensional e complexo que requer uma avaliação e uma gestão eficazes, com base num conhecimento atual. O enfermeiro é o profissional de saúde que beneficia de um contato frequente com os pacientes com dor crónica oncológica e dor irruptiva oncológica. A dor tem de ser avaliada de forma regular e adequadamente. A avaliação deve ser abrangente, refletindo a natureza biopsicossocial do fenómeno. Pretendemos desta forma com este guia de bolso contribuir para a melhoria da identificação e tratamento da dor irruptiva oncológica. REVISÃO CIENTÍFICA: Ana Leonor Ribeiro Esc. Sup. Enfermagem Porto Carina Raposo Centro Hospitalar Porto Juliana Santos IPO Porto M. Jorge Freitas IPO Porto Miguel Oliveira Harley Street at University College Hospital, UK

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