IVA aduaneiro. Congresso de Direito Aduaneiro. Universidade Católica Portuguesa Faculdade de Direito. 29 de Janeiro de 2014 Alexandra Martins

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1 IVA aduaneiro Congresso de Direito Aduaneiro Universidade Católica Portuguesa Faculdade de Direito 29 de Janeiro de 2014 Alexandra Martins

2 O caso do roubo de jóias versus furto de tabaco (De) fora da UE Operação tributável Importação de bens Transmissão de bens Interna Intra UE Dentro da UE Operação tributável Transferência onerosa de bens por forma correspondente ao direito de propriedade Entrada em território nacional de: Bens de países terceiros que não se encontrem em livre prática Bens procedentes de territórios terceiros e que se encontrem em livre prática AIB (intra UE) Obtenção do poder de dispor (= ao exercício do direito de propriedade), de um bem móvel cuja expedição ou transporte para território nacional para o adquirente tenha tido início noutro Estado-Membro 1

3 O caso do roubo de jóias versus furto de tabaco (cont.) Roubo de jóias caso Harry Winston São roubadas jóias que se encontram em regime de entreposto aduaneiro AT francesa liquida IVA Furto de tabaco caso Newman Shipping São furtados cigarros de um entreposto fiscal em Antuérpia onde são armazenados tabacos manufacturados de origem belga (intra UE) AT belga liquida IVA Tribunal de Justiça A dívida aduaneira constitui-se com a introdução em livre prática de uma mercadoria sujeita a direitos de importação ou com a verificação de um dos factos elencados no CAC (v.g. subtracção à fiscalização aduaneira) O roubo não é um caso de força maior e dele não decorre a extinção da dívida aduaneira Facto gerador subtracção à fiscalização aduaneira O roubo de bens provenientes de países ou territórios terceiros gera tributação em IVA para o importador O furto de mercadorias não configura uma operação na acepção do IVA (transmissão de bens): i) Não existe a entrega de uma contrapartida ao proprietário legítimo das mercadorias ii) iii) Não se dá a transferência do poder de dispor dos bens como seu proprietário e O princípio da neutralidade não impõe a equiparação de um furto a uma transmissão de bens O furto de bens provenientes da UE não despoleta tributação em IVA 2

4 Vendas sucessivas Situações em que não ocorre coincidência entre o movimento físico e documental dos bens Exemplo: operação triangular (De) fora da UE Dentro da UE 100 B (Suíça) B (Espanha) 150 A (Japão) Expedição dos bens C (Portugal) A (Alemanha) Expedição dos bens C (Portugal) Facturação dos bens Facturação dos bens Movimentação física dos bens Movimentação física dos bens Valor tributável constituído pelo valor aduaneiro Possibilidade de o valor da primeira venda imediatamente anterior à exportação de um bem para o território aduaneiro europeu ser considerado como base de apuramento do valor aduaneiro de uma mercadoria Valor tributável da importação em Portugal = 100 IVA = 23 Valor tributável valor da contraprestação obtida ou a obter do adquirente, do destinatário ou de um terceiro Valor tributável da AIB em Portugal = 150 IVA = 34,5 3

5 Qualquer semelhança é pura coincidência Outras especificidades do IVA aduaneiro Facto gerador e exigibilidade do IVA: O facto gerador ocorre e o imposto torna-se exigível: no momento em que ocorram o facto gerador e a exigibilidade dos direitos aduaneiros ou, não sendo estes devidos, no momento em que é efectuada a importação de bens (arts. 70.º e 71.º da DIVA) Valor aduaneiro É o valor definido para efeitos aduaneiros pelas disposições comunitárias em vigor (art. 85.º da DIVA) 4

6 Qualquer semelhança é pura coincidência Outras especificidades do IVA aduaneiro Caducidade do direito à liquidação, regime de cobrança a posteriori, regime de reembolsos: Regulados pelo CAC (cf. artigo 101.º da Reforma Aduaneira, aprovada pelo Decreto-Lei n.º 46311, de 27 de Abril de 1965) Consequências regime autónomo. Ex: prazo de caducidade do direito à liquidação do IVA nas importações de bens é de três anos, no regime interno é de quatro anos Arbitrabilidade: IVA aduaneiro não é (para já ) uma matéria arbitrável 5

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