É o direito subjetivo público de se dirigir ao Estado-juiz pedindo a aplicação do direito objetivo no caso concreto.

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1 Ação Penal É o direito subjetivo público de se dirigir ao Estado-juiz pedindo a aplicação do direito objetivo no caso concreto. Classificação das ações: a) quanto à tutela jurisdicional invocada: i. ação de conhecimento 1) constitutiva - revisão criminal é uma ação constitutiva negativa ou desconstitutiva. 2) declaratória HC para ver declarada extinta a punibilidade. 3) condenatória é a regra no processo penal. É imprescindível que na denúncia e na queixa venha expresso o pedido de condenação? Não! Não há necessidade do pedido vir expresso pois toda a vez o MP denuncia alguém, o único pedido que ele pode fazer é a condenação que pode vir implícito na denúncia. O mesmo ocorre em relação à queixa, onde o legislador só exige pedido de condenação em sede de alegações finais. Por esse motivo, o princípio da correlação no processo penal é observado entre fato imputado e sentença uma vez que o pedido é sempre o mesmo. É possível obter provimento condenatório em sede de HC?

2 De acordo com o art. 653, CPP é possível condenar a autoridade coatora ao pagamento das custas. ii. ação cautelar Existe no processo penal uma ação cautelar semelhante ao do processo civil? Não existe nos termos do processo civil, ou seja, dotado daquela organização, autonomia etc. O que existe no processo penal são as chamadas medidas cautelares, ou seja, trata-se de uma expressão genérica utilizada sempre que houver algum bem em risco no processo penal. Apesar de não ser semelhante ao processo civil, estas medidas cautelares devem apresentar os mesmos requisitos e as mesmas características de um verdadeiro processo cautelar (instrumentalidade, legalidade, etc). Existe poder geral de cautela no processo penal? Esse poder de cautela significa a possibilidade do juiz decretar de ofício medidas cautelares com ou sem previsão legal. Dependendo da espécie de cautelar, excepcionalmente a doutrina admite: Cautelares reais são aquelas que visam resguardar um patrimônio para uma futura ação indenizatória. Ex: arresto, especialização de hipotéca legal. Em relação a estas admite-se o poder geral de cautela. Cautelares probatórias são aquelas que visam preservar e arrecadar uma prova para o processo penal. Ex: busca e apreensão, interceptação telefônica. Em relação a estas admite-se o poder geral de cautela. Cautelares pessoais são aquelas que impõe uma restrição à liberdade individual. Tradicionalmente no Brasil estas cautelares

3 eram prisionais. Com a entrada em vigor do CTB (art. 294, L suspensão da habilitação), L Maria da Penha e L foram criadas cautelares restritivas de direito. Em relação as cautelares pessoais doutrina e jurisprudência entendem que elas se submetem ao rígido controle da legalidade, ou seja, o juiz não pode decretar sem previsão legal. De acordo com o art. 118, 2 da LEP, na hipótese de fuga do condenado, antes do juiz determinar a regressão ele deverá ouvir o preso. Como ele vai ser ouvido se ele fugiu? Como expedir as ordens de captura sem a regressão? 1ª orientação em nome do poder geral de cautela, o juiz poderá determinar a regressão cautelar, expedir as ordens de captura para após a localização e oitiva do preso ela ser ou não convertida em definitiva. 2ª orientação poder geral de cautela não autoriza o juiz a criar medidas cautelares sem previsão legal. O juiz deverá aguardar o comparecimento do preso para, após a sua oitiva, determinar a regressão. 3ª orientação Não há necessidade de recorrermos ao poder geral de cautela, pois a ordem de captura terá como base a sentença condenatória transitada em julgado, caso contrário, a fuga do preso estaria condicionando uma decisão judicial. iii. execução Qualquer execução no processo penal pressupõe a existência de uma sentença condenatória transitada em julgado. b) quanto ao ponto de vista subjetivo i. Ação Pública:

4 Princípios Orientadores das Ações Públicas Princípio da Obrigatoriedade O MP é obrigado a deflagrar a ação penal, ou seja, ele não pode deixar de fazê-lo por questões de política criminal. Transação penal, prevista no art. 76 da L. 9099/95, mitigou este princípio? 1ª orientação- Ada Pellegrini (posição majoritária) houve mitigação pois o MP deixa de deflagrar a ação penal para propor uma medida alternativa, ou seja, surge aqui a chamada discricionariedade regrada. 2ª orientação Afrânio Silva Jardim (posição minoritária) não houve mitigação pois quando o MP faz a proposta de transação ele está exercendo uma ação penal diferente, pois há imputação, há análise, há proposta de aplicação de pena e tudo isso ocorre perante o Poder Judiciário. Logo, trata-se de uma ação penal sui generis. Qual a natureza jurídica da transação? 1ª orientação Ada Pellegrini e Polastre (posição majoritária) - os requisitos legais é direito subjetivo do acusado. 2ª orientação - Afrânio Silva Jardim e Mirabete - nas ações privadas o querelante pode perdoar, renunciar, mas nem por isso existe direito subjetivo ao perdão e à renúncia. Essa discricionariedade que havia nas ações privadas foi trazida para a pública, ou seja, é poder discricionário do membro do MP oferecer ou não a transação penal. O que pode ser feito quando o MP se recusa a fazer a proposta de transação?

5 1ª orientação como é um direito subjetivo do acusado, o juiz faz a proposta de ofício. Crítica: transação penal é um acordo feito entra as partes e o juiz não é parte, ou seja, haveria ofensa à inércia e a imparcialidade da jurisdição. 2ª orientação Damásio para que não haja ofensa ao sistema acusatório, o juiz fará a proposta a pedido da defesa. 3ª orientação Mirabete como é um poder discricionário do MP não há nada a ser feito. 4ª orientação Bittencourt não podemos aplicar o art. 28 do CPP pois este artigo existe para tutelar interesses do Estado e não do réu. A solução será impetrar um HC contra o membro do MP. 5ª orientação devemos aplicar analogicamente a S. 696, STF com a remessa do feito ao PGJ conforme artigo 28, CPP. (essa é a orientação usada em concurso). Cabe transação penal em crime de ação penal privada? 1ª orientação Ada Pellegrini, TJRJ e STJ nas ações privadas o querelante pode perdoar e renunciar, logo ele também pode transacionar pois quem pode o mais pode o menos. Además haveria ofensa ao princípio da isonomia se estabelecessemos tratamento diferenciado simplesmente em razão da natureza da ação penal. 2 ª orientação Geraldo Prado todos os institutos que dão ao querelante a disponibilidade da ação são de direito processual. Em nenhum lugar do mundo é permitido que particulares negociem pena, sob pena de afronta ao princípio da dignidade da pessoa humana.

6 3 ª orientação Polastre o art. 76 da L. 9099/95 só permitiu transação para crime de ação pública. Nas ações privadas o acordo deve gerar em torno da composição dos danos. O que poderá ser feito quando a transação penal é homologada e não cumprida? 1ª orientação STF e STJ transação homologada e não cumprida equivale a transação inexistente. Logo, o MP deverá deflagrar a ação penal. 2 ª orientação Polastre se o objeto da transação for a multa, ela deverá ser executada conforme uma divida de valor. Se o seu objeto for uma pena restritiva de direitos ela deverá ser executada nos termos do CPC, ou seja, execução de obrigação de fazer. 3 ª orientação a transação deve conter uma cláusula condicionando a sua homologação ao integral cumprimento, caso contrário não há nada a ser feito. Princípio da Indisponibilidade O MP não pode desistir do andamento da ação penal. Uma vez proposta ela deve ir até o final. EXCEÇÃO: suspensão condicional do processo, art. 89, L. 9099/95. Art. 385, CPP: Art. 385, CPP - Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir sentença condenatória, ainda que o Ministério Público tenha opinado pela absolvição, bem como reconhecer agravantes, embora nenhuma tenha sido alegada.

7 Quando o MP pede a absolvição ele está dispondo da ação, ou seja, o art. 385 é compatível com o sistema acusatório? 1ª orientação majoritária o MP não pode dispor do que não lhe pertence, ou seja, a pretensão punitiva não é dele, é do Estado. Además, o pedido que vincula o juiz é aquele contido implicita ou explicitamente na denúncia ou queixa. O que o MP faz, em sede de alegações finais, é opinar sobre o mérito, algo que ele possui total liberdade. 2ª orientação Geraldo Prado e Paulo Rangel a pretensão punitiva é do Estado, o que o MP possui é a pretensão acusatória, e sem isso não é possível condenação. Quando o MP pede a absolvição ele está retirando esta pretensão, desta forma o artigo 385, CPP não foi recepcionado pela Constituição por ser incompatível com o sistema acusatório. Princípio da Indivisibilidade A ação pública deve ser proposta em face de todos os autores do crime. OBS: para o STF a ação pública é divisível pois eventuais omissões na denúncia não gerarão qualquer consequência processual uma vez que não existe a figura do aquivamento implícito. Princípio da Intranscendência A ação pública é proposta apenas em face do autor do crime e não do responsável cível. Princípio da Oficialidade Ação pública é proposta pelo MP, que é um órgão oficial que integra o Estado. Espécies de Ação Pública:

8 a) ação pública incondicionada é aquela cuja atuação do MP independe da manifestação de vontade de quem quer que seja. É a regra no Código Penal. b) ação pública condicionada a requisição do Ministro da Justiça: requisição ato discricionário de forte cunho político do Ministro da Justiça. Diferente da representação, ela não se subordina a um prazo específico, porém deve ser exercida dentro do prazo prescricional do crime. Não há previsão legal sobre a possibilidade de revogação da requisição. Porém, como é um ato político, a revogabilidade é da sua própria natureza. c) ação pública condicionada à representação: *Após várias alterações no CP e no CPP, diversos crimes que possuíam a ação incondicionada ou privada, passaram a exigir a representação da vítima, como também é possível que o agente seja denunciado por um crime de ação pública incondicionada e, em razão de desclassificação, passe a ser exigida a sua representação. Podemos enfrentar a situação de duas formas: a vítima deve ser intimada para que no prazo de 30 dias exerça o seu direito de representação com a aplicação analógica do art. 90 da L. 9099/95; devemos perquirir o comportamento da vítima ao longo do processo, ou seja, se ela cooperava sempre que era chamada devemos presumir o seu interesse no feito sem necessidade de cobrarmos dela a representação. * É possível a retratação da retratação? Apesar da retratação levar à extinção da punibilidade, o que impediria a retratação da retratação, o STF entende que é possível desde que dentro do prazo decadencial de 6 meses.

9 * crimes sexuais: De acordo com o art. 225, CP crime de estupro com resultado morte cuja a vítima tenha mais de 18 anos a ação penal será pública condicionada à representação. Diante da violação ao princípio da proporcionalidade e da exposição ao direito à vida foi ajuizada ADIn. Porém, Aury Lopes Jr entende que, por hora, devemos aplicar analogicamente a S. 608, STF de forma que a ação penal seja incondicionada. OBS: o STF adotou o conceito de crime complexo do jurista italiano Antolizei que entende que se da fusão de um fato típico (lesão corporal) com um fato atípico (conjunção carnal), resultar em um novo crime, esse crime é complexo. Após considerar o estupro crime complexo, o STF afastou a aplicação do art. 225 do CP para aplicar o art. 101, CP que trata da ação penal no crime complexo. Como na época da edição da Súmula a lesão corporal possuia ação incondicionada assim surgiu a S Toda doutrina criticava a Súmula, pois além do estupro não ser crime complexo o art. 225 do CP era especial quando comparado ao art Com a entrada em vigor da L. 9099/95, que no seu art. 88 passou a exigir a representação para o crime de lesão corporal, todos esperavam uma alteração da Súmula, que não ocorreu. Em 2008, em decisão do pleno publicada no Informativo 456, o STF sugere que a Súmula 608 seja interpretada de forma conjunta com a L. 9099/95, exigindo a representação. Em 2009, a L entrou em vigor, mudando toda a parte do CP quanto aos crimes sexuais, de forma que a própria lei estabeleceu que o crime de estupro cometido com lesão leve possui ação pública não sendo necessário aplicarmos a Súmula neste caso. Assim, a Súmula não será mais aplicada para a hipótese que foi criada. Aury entende que devemos considerar o estupro com resultado morte um crime complexo e como um dos elementos que o integram possui

10 ação incondicionada (homicídio culposo), devemos aplicar o art. 101 do CP e a própria Súmula do STF para que a ação neste caso seja incondicionada. d) ação pública subsidiária da pública art. 2, DL. 201/67 e art. 27, L ª hipótese: De acordo com o art. 2, 2 do DL. 201/67, se as providências para a instauração da ação penal não forem tomadas pelo MPE, poderão ser cobradas junto ao MPF. Toda doutrina critísca este dispositivo apontado a sua inconstitucionalidade, pois além de toda a competência da Justiça Federal estar fixada no art. 109 da Constituição Federal, este dispositivo coloca o MPF em uma posição de fiscal da atuação do MPE. O STJ, na apreciação de dois incidentes de deslocamento de competência, com base no art. 109, V-A da CF, entendeu que grave violação de direitos humanos, de certa forma, está associado à inércia da Justiça Estadual na apuração de determinados crimes, ou seja, o STJ acabou repristinando a ação pública subsidiária da pública. 2ª hipótese: Se o Procurador da República não instaurar inquérito ou não deflagrar a ação, qualquer interessado poderá provocar o PGR para que ele designe outro membro do MPF para deflagrar a ação. Trata-se de mais uma forma de fiscalização do MPF. ii. Ação Privada Motivos que levam o legislador a dar sinal de que a ação penal será privada: Tenuidade da lesão crimes contra a propriedade imaterial. O acentuado caráter privado do bem jurídico tutelado crimes contra a honra

11 O prejuízo para a vítima com a publicidade de um processo crimes sexuais anterior ao advento da lei 12015/09. Parte da doutrina seguida por Pacceli entende que sendo o Direito Penal a ultima ratio não há razão para diferenciarmos as ações em pública e privadas, ou seja, todas as ações devem ser públicas. Además, o que fomenta a vítima é um sentimento pessoal de vingança, o que é incompatível com os fins do direito penal. Com base nisso, não haverá mais a ação privada no novo CPP. Princípios Gerais Princípio da Oportunidade ou Conveniência O querelante não é obrigado à deflagrar a ação penal. Ele analisa, discricionariamente, se deve ou não iniciar a ação. Quais são as causas de extinção de punibilidade ligadas a este princípio? Renúncia e Decadência. Princípio da Disponibilidade Uma vez proposta a açãoo querelante poderá desistir do seu andamento a qualquer momento. Quais são as causas de extinção de punibilidade ligadas a este princípio? Perdão e Perempção. Princípio da Indivisibilidade O querelante deve propor a ação em face de todos os autores. A, B e C foram indiciados pela prática de um crime de ação penal privada, porém o querelante ofertou queixa em face de A e B, se omitindo

12 em relação a C. Houve renúncia tácita em relação a C (art. 49) ou o MP poderá aditar a queixa velando pela indivisibilidade (art. 45 e art. 48)? 1ª orientação Polastre o CPP não deu ao MP poderes para aditar a queixa, que velará pela indivisibilidade pedindo a renúncia tácita, causa da extinção da punibilidade, que beneficiará todos os envolvidos. 2ª orientação Sérgio Demoro diante da contradição entre os arts. 45, 48 e 49, CPP a solução será interpretar pró réu, ou seja, renúncia tácita para todos os envolvidos. 3ª orientação Mirabete - devemos perquerir a razão da omissão. Se ela foi proposital houve renúncia que extinguirá a punibilidade para todos. Se ocorreu um erro material, caberá ao querelante aditar a queixa. 4ª orientação Pacceli e Tourinho o querelante não é obrigado a concordar com o indiciamento feito pelo delegado. Em situações como esta cabe ao MP como custus leges velar pela indivisibilidade e aditar a queixa. Princípio da Intranscendência Espécies de Ação Privada: a) ação penal privada propriamente dita: é aquela promovida mediante queixa com possibilidade de sucessão ou substituição processual. b) ação penal privada personalíssima: somente o ofendido pode deflagrá-la e a sua morte extingue a punibilidade pois aqui não há a possibilidade de sucessão ou substituição processual. Somente há um crime em nosso ordenamento jurídico desta espécie: induzimento a erro essencial no casamento.

13 Normalmente isso é perguntando em prova como: É possível que a morte da vítima leve a extinção da punibilidade do fato? Neste crime isso é possível já que somente ela pode deflagrar e dar andamento ao feito. c) ação privada subsidiária da pública (art. 29, CPP): é uma forma de controle e fiscalização da atuação do membro do MP, ou seja, findo o prazo da denúncia se o promotor permanecer inerte surge, para a vítima, uma legitimidade concorrente para o oferecimento da queixa. Inércia é a ausência de manifestação do membro do MP. A, B e C foram indiciados pela prática de um crime de ação pública. O MP ofereceu denúncia em facede A e B. Se omitindo em relação a C. É possível ação penal privada subsidiária da pública em relação a C? 1ª orientação Tourinho é possível pois em relação a C houve inércia. 2ª orientação posição do STF não é possível pois inércia é a ausência de manifestação do membro do MP, que não ocorreu na hipótese. Pedido de arquivamento inconsistente autoriza ação privada subsidiária da pública? Para Barbosa Moreira um pedido feito nestes termos equivale a inércia, o que justificaria a ação privada subsidiária mesmo porque o direito de ação tem sede constitucional e neste caso ele foi violado. O que prevalece é a posição do STF de que neste caso não houve inércia. É possível o perdão e a perempção na ação privada subsidiária da pública? Como esses crimes possuem a sua ação penal de natureza pública, não é possível que ocorram estes institutos típicos de ações privadas. Neste

14 caso, isso fará com que o membro do MP retome a ação como parte principal. O prazo para o querelante oferecer a queixa subsidiária é decadencial? Para toda doutrina o prazo de 6 meses para o querelante oferecer a queixa substitutiva possui natureza decadencial. Porém trata-se na verdade de um prazo preclusivo pois impõe apenas a perda da faculdade processual. OBS: Aditamento da queixa pelo MP Em crime de ação privada subsidiária da pública o MP pode aditar a queixa para incluir novos fatos ou novos autores, pois ele na verdade é o titular da ação. Na ação privada propriamente dita existem 4 orientações sobre a possibilidade do MP aditar a queixa para incluir novos autores. Porém o MP poderá aditá-la para incluir novos fatos que caracterizem novos crimes? Se esses crimes forem de ação penal privada não será possível aditamento pelo MP, sob pena de ofensa ao princípio da oportunidade. Se os fatos caracterizarem crime de ação pública, o MP não possui legitimidade para aditar a queixa, cabendo a ele oferecer denúncia. Ajuizada a queixa, os autos serão conclusos ao MP que elaborará parecer sobre a sua admissibilidade. O promotor poderá apontar algum motivo ou vício de natureza processual para que a queixa não seja recebida para após a decisão judicial, se for o caso, oferecer denúncia. Se o MP não atuar nesta ação, a hipótese é de nulidade relativa, conforme art. 572, CPP. d) ação penal privada adesiva é aquela que é proposta ao lado da denúncia nas hipóteses de conexão.

15 Ação Penal nos Crimes Contra a Honra Em regra, a ação é privada, com as seguintes exceções: Crime contra a honra do Presidente da República ou Chefe de Governo Estrangeiro a ação penal é pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça. Injúria preconceituosa art. 140, 3, CP ação pública condicionada à representação. Injúria Real praticada com o emprego de lesão corporal ação pública condicionada à representação. Crime contra a honra de funcionário público relacionado ao exercício da função pelo CP a ação é pública condicionada à representação, porém o STF editou a S. 714 dando legitimidade concorrente ao ofendido mediante queixa. Para aqueles crimes contra a honra cuja pena supere o patamar de dois anos aplicaremos o rito previsto nos arts. 519 e seguintes do CPP. Antes do ajuizamento da queixa o ofendido poderá formular o pedido de explicações previstos no art. 144 do CP. Trata-se de medida facultativa de caráter preparatório que tem por objetivo esclarecer as ofensas. É medida que não interrompe o prazo decadencial e sua única consequência processual será a prevenção. Nos crimes contra a honra que a ação é pública, cabe pedido de explicações? Não! O CP só deu legitimidade ao ofendido. Com ou sem pedido de explicações, o querelante oferecerá queixa, porém antes do juiz decidir se recebe ou não a inicial ele deverá designar audiência de conciliação prevista no art. 520 do CPP. Essa audiência possui

16 natureza jurídica de condição de procedibilidade imprópria, cuja inobservância é causa de nulidade. Nos crimes contra a honra que a ação é pública, cabe audiência de conciliação? Não, por conta do princípio da indisponibilidade. O juiz deve marcar esta audiência de conciliação mesmo na hipótese da queixa ser manifestamente inepta? 1ª orientação - Neste caso ele pode rejeitar liminarmente a queixa pois caso contrário a audiência acabaria se caracterizando em um constrangimento ilegal. 2ª orientação ele deve marcar a audiência antes de decidir pois os juízes devem sempre tentar pacificar os conflitos de interesse. A ausência do querelante na audiência de conciliação é causa de perempção? 1ª orientação majoritária - é causa de perempção pois demonstra o seu desinteresse com a relação processual 2ª orientação só é possível falarmos em perempção quando tiver sido instaurada a persecução processual. Como na hipótese a queixa não foi recebida, não há perempção. Además, a sua ausência significa apenas que ele não quer qualquer acordo. OBS: Crimes contra a honra e exceção da verdade Crime Conceito Exceção da Verdade Calúnia Imputar fato criminoso que sabe-se falso. SIM, exceto nas hipóteses do art. 138, CP

17 Difamação Injúria Fato Ofensivo: Atípico Contravenção Penal Qualidades negativas Não admite, exceto quando o ofendido for func. Pub. e a ofensa está relacionada com o exercício da função. Não Exceção da verdade: em regra não há julgamento prévio da exceção da verdade, ou seja, ação e exceção são julgados simultaneamente no final do processo, salvo quando o querelante tiver foro por prerrogativa de função. A, juiz, ajuizou uma queixa em face de B pois B teria dito: esse juiz vende sentenças. Como forma de defesa, B ajuiza a exceção da verdade para tentar provar que o juiz vende sentenças. Neste caso, o que estará sendo discutido na exceção é se o magistrado cometeu ou não um delito, logo, a exceção da verdade deverá ser remetida ao tribunal para julgamento prévio, podendo surgir duas situações: 1ª hipótese o tribunal julga procedente a exceção da verdade, ou seja, ele conclui que aquele fato imputado não era falso. Neste caso, a exceção será devolvida ao juiz singular restando a ele apenas a absolvição uma vez que o tribunal reconheceu que aquele fato imputado era verdadeiro. 2ª hipótese- o tribunal julga improcedente a exceção da verdade. Neste caso o juiz singular poderá condenar ou absolver de acordo com as provas constantes nos autos.

18 E se na hipótese anterior o fato ofensivo imputado por B ao juiz caracteriza-se apenas uma difamação, como seria o processamento da exceção da verdade? Se o fato ofensivo envolve-se a prática de uma contravenção pelo juiz, o que estaria sendo discutido na exceção da verdade é se o magistrado cometeu ou não um delito, razão pela qual a solução será a mesma da hipótese anterior. Porém se o conteúdo da difamação fosse um fato ofensivo porém atípico não há necessidade de remessa da exceção ao tribunal, ou seja, ação e exceção devem ser julgadas simultaneamente pelo juiz sentenciante. Ação Penal nos Crimes contra a propriedade imaterial São crimes que protegem atividade intelectual das pessoas que possuem repercussão econômica. A maioria dos crimes possuem ação penal privada, porém antes do ajuizamento da queixa devemos observar as peculiaridades contidas nos arts. 524 e ss., CPP. Se a infração deixar vestígios, a parte deverá formular pedido de busca e apreensão destes vestígios, que se for deferido será realizado por dois peritos oficiais. Para adoção de qualquer medida judicial a parte deverá comprovar a titularidade do direito de ação., conforme art. 526, CPP. Os peritos elaborarão um laudo daquilo que foi apreendido, para após ser homologado pelo juiz. De acordo como art. 529, CPP o querelante terá 30 dias para oferecer a queixa com base neste laudo.trata-se de prazo decadencial específico ou não?

19 1ª orientação minoritária não aplicamos o prazo de 6 meses típicos do oferecimento da queixa, porque o prazo fixado pelo art. 529, CPP é um prazo decadencial específico. 2ª orientação majoritária o prazo continua o mesmo de 6 meses, ou seja, dentro deste período a vítima deverá solicitar a busca e apreensão, comprovar a titularidade do direito de ação, providenciar a homologação do laudo e assim poder utilizá-lo dentro do prazo de 30 dias, ou seja, trata-se na verdade de um prazo específico de validade do laudo. Elementos ou requisitos da denúncia ou queixa Art. 41, CPP: Qualificação do acusado este elemento ou requisito não é determinante deste que seja certa a identidade física (art. 259, CPP). Classificação do crime este elemento também não é imprescindível uma vez que o réu não se defende do capitulação legal, mas sim dos fatos. Rol de Testemunhas Exposição do fato criminoso com todas as suas circunstâncias Jurisdição Conceito: a jurisdição é, ao mesmo tempo, um poder, uma função e uma atividade. É um poder pois é uma manifestação da soberania estatal que decide imperativamente impondo as suas decisões. É uma função porque expressa o encargo que o poder judiciário possui de promover a pacificação dos conflitos de interesse. É uma atividade pois é desenvolvida a partir de um complexo de atos processuais ao longo do processo. Existe jurisdição voluntária no processo penal?

20 Para Tourinho, a possibilidade do juiz nomear curador especial prevista no art. 33, CPP seria uma das poucas hipóteses de jurisdição voluntária. Para Pacceli uma das raras hipóteses seria a revisão criminal, pois aqui não há lide, não existe uma pretensão que deverá ser resistida pela parte contrária, a posição do MP é exclusiva de custus leges. Princípio da Jurisdição Princípio da Inércia Toda atividade jurisdicional deve ser provocada. O juiz não pode no processo penal agir de ofício, sob pena de comprometer além da inércia a imparcialidade da jurisdição. Apesar do CPP autorizar em vários momentos a possibilidade do juiz prender de ofício ou decretar outras cautelares de ofício durante o processo, autores como Geraldo Prado, Aury Lopes Jr, entre outros, entendem que essa atuação viola a inércia e a imparcialidade da jurisdição. Segundo Geraldo Prado, o juiz não poderia nem mesmo conceder liberdade provisória de ofício, mas excepcionalmente isso é admitido para a tutela da liberdade individual. Princípio da Investidura Só é possível exercer atividade jurisdicional quem tenha sido regularmente investido no cargo de juiz. Existem exceções previstas na Constituição Federal. A inobservância deste princípio traz como consequência a inexistência jurídica. Princípio da Inafastabilidade (art. 5, XXXV, CF) O juiz não pode recusar o exercício da atividade jurisdicional.

21 Princípio da Indelegabilidade O juiz não jurisdicional. pode delegar a outro órgão o exercício da atividade Exceção: art. 9, 1 L carta de ordem E a carta precatória, é uma exceção? A doutrina majoritária (Ada Pellegrini e Tourinho) entende que não, porque o juiz não pode delegar o que ele não possui. Como ele não pode realizar atos fora da sua comarca ele conta com cooperação judicial. Mas parte dadoutrina entende que sim porque o juiz está delegando o exercício da atividade jurisidicional. Princípio da Improrrogabilidade ou Princípio da Aderência O juiz só pode exercer a sua atividade jurisdicional dentro de limites previstos em lei, ou seja, dentro das regras de competência. Princípio do Juiz Natural Esse princípio surgiu no direito anglo saxão trazendo consigo três subprincípios que lhe são consectários, sendo que no Brasil apenas dois foram adotados, ou seja, a Constituição garante processo e julgamento perante juiz competente e proibe a criação de tribunais de exceção. Pro STF a inobservância do princípio do juiz natural causa inexistência processual Princípio do Promotor Natural Existe princípio do promotor natural? 1ª orientação (alguns Ministros simpatizam com essa orientação) este princípio surgiu de forma implícita na Constituição, a partir

22 das regras da inamovibilidade e independência funcional. Com a entrada em vigor da LONMP (L. 8625) ele passou a ser reconhecido na legislação ordinária, uma vez que a lei proibiu o PGJ de designar auxílios sem a concordância do promotor titular. Este princípio significa que ninguém poderá ser processado se não pelo membro do MP dotado de atribuição. 2ª orientação majoritariamente o STF não reconhece este princípio. Este princípio não existe e, ainda que existisse, ele não foi reconhecido na Instituição uma vez que, por conta do princípio da unidade que norteia a Instituição, que autoriza a substituição de seus membros sem comprometer a atividade-fim não há que se falar em promotor natural. Princípio da Correlação Diferente do Processo Civil, no Processo Penal, o juiz poderá condenar ou absolver de acordo com as provas constantes nos autos e tendo como parâmetro a imputação dos fatos narrados na denúncia. Qualquer modificação na imputação exigirá prévio aditamento pelo MP.

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