1) Leia atentamente a matéria divulgada pela assessoria de Comunicação do STF

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1 DIREITO CONSTITUCIONAL 1) Leia atentamente a matéria divulgada pela assessoria de Comunicação do STF em 25 de outubro de 2007: Supremo determina aplicação da lei de greve dos trabalhadores privados aos servidores públicos O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu hoje (25), por unanimidade, declarar a omissão legislativa quanto ao dever constitucional em editar lei que regulamente o exercício do direito de greve no setor público e, por maioria, aplicar ao setor, no que couber, a lei de greve vigente no setor privado (Lei nº 7.783/89). Da decisão divergiram parcialmente os ministros Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa e Marco Aurélio, que estabeleciam condições para a utilização da lei de greve, considerando a especificidade do setor público, já que a norma foi feita visando o setor privado, e limitavam a decisão às categorias representadas pelos sindicatos requerentes. A decisão foi tomada no julgamento dos Mandados de Injunção (MIs) 670, 708 e 712, ajuizados, respectivamente, pelo Sindicato dos Servidores Policiais Civis do Estado do Espírito Santo (Sindpol), pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Município de João Pessoa (Sintem) e pelo Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário do Estado do Pará (Sinjep). Os sindicatos buscavam assegurar o direito de greve para seus filiados e reclamavam da omissão legislativa do Congresso Nacional em regulamentar a matéria, conforme determina o artigo 37, inciso VII, da Constituição Federal. No julgamento do MI 712, proposto pelo Sinjep, votaram com o relator, ministro Eros Grau, - que conheceu do mandado e propôs a aplicação da Lei para solucionar, temporariamente, a omissão legislativa, os ministros Gilmar Mendes, Celso de Mello, Sepúlveda Pertence (aposentado), Carlos Ayres Britto, Cármen Lúcia Antunes Rocha, Cezar Peluso e Ellen Gracie. Ficaram parcialmente vencidos os ministros Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa e Marco Aurélio, que fizeram as mesmas ressalvas no julgamento dos três mandados de injunção. Na votação do MI 670, de autoria do Sindpol, o relator originário, Maurício Corrêa (aposentado), foi vencido, porque conheceu do mandado apenas para cientificar a ausência da lei regulamentadora. Prevaleceu o voto-vista do ministro Gilmar Mendes, que foi acompanhado pelos ministros Celso de Mello, Sepúlveda Pertence (aposentado), Carlos Ayres Britto, Cármen Lúcia, Cezar Peluso e Ellen Gracie. Novamente, os ministros Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa e Marco Aurélio ficaram parcialmente vencidos. Na votação do Mandado 708, do Sintem, o relator, ministro Gilmar Mendes, determinou também declarar a omissão do Legislativo e aplicar a Lei 7.783, no que couber, sendo acompanhado pelos ministros Cezar Peluso, Cármen Lúcia, Celso de Mello, Carlos Britto, Carlos Alberto Menezes Direito, Eros Grau e Ellen Gracie, vencidos os ministros Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa e Marco Aurélio. 1

2 Ao resumir o tema, o ministro Celso de Mello salientou que "não mais se pode tolerar, sob pena de fraudar-se a vontade da Constituição, esse estado de continuada, inaceitável, irrazoável e abusiva inércia do Congresso Nacional, cuja omissão, além de lesiva ao direito dos servidores públicos civis - a quem se vem negando, arbitrariamente, o exercício do direito de greve, já assegurado pelo texto constitucional -, traduz um incompreensível sentimento de desapreço pela autoridade, pelo valor e pelo alto significado de que se reveste a Constituição da República". Celso de Mello também destacou a importância da solução proposta pelos ministros Eros Grau e Gilmar Mendes. Segundo ele, a forma como esses ministros abordaram o tema "não só restitui ao mandado de injunção a sua real destinação constitucional, mas, em posição absolutamente coerente com essa visão, dá eficácia concretizadora ao direito de greve em favor dos servidores públicos civis". Nesse contexto responda as seguintes questões: a) No que consiste o Mandado de Injunção previsto no art. 5º LXXI da Constituição Federal? b) Qual a diferença entre o Mandado de Injunção e a Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão? c) Qual foi a evolução jurisprudencial acerca da aplicação do Mandado de Injunção, expressa no julgamento noticiado? d) Por que razão a decisão acima mencionada não ofende o princípio da separação dos poderes, tornando o Poder Judiciário legislador positivo? I- O Mandado de Injunção conforme expresso no corpo da notícia do STF, sofreu a partir dessa decisão uma revolução em sua aplicação. a) Trata-se de um remédio constitucional para assegurar o exercício dos direitos e liberdades constitucionais diante da ausência de norma reguladora. b) Ambos são instrumentos para combater a omissão inconstitucional, todavia o Mandado de Injunção é parte do controle difuso e a ADIN por Omissão do Controle Concentrado; c) Justamente a notícia juntada, assinala a mudança de entendimento do STF, dando efetividade ao Mandado de Injunção no sentido de se aplicar uma disciplina provisória para o caso concreto, enquanto não se edita uma lei específica. Anteriormente o entendimento do STF era de que o Mandado de Injunção alcançaria os mesmos efeitos da ADIN por omissão, quais sejam NOTIFICAR a autoridade omissa, sem no entanto ter poder coercitivo para obrigá-la a suprir a omissão, ou fazê-lo por decisão judicial. d) O Poder 2

3 Judiciário ao tutelar o Mandado de Injunção cumpre seu papel constitucional de assegurar a guarda da constituição e portanto apenas colmata a lacuna legislativa no caso concreto mas não cria legislação geral, e não interfere na produção legislativa que sempre terá espaço e preferência na disciplina integradora da Constituição. DIREITO CONSTITUCIONAL + TEORIA GERAL DO ESTADO 2) Conceitue e relacione democracia, eleição, voto e sufrágio. Democracia: regime político em que o poder repousa na vontade do povo (SILVA). Eleição: representa instrumento por meio do qual o povo adere a uma política governamental, outorgando legitimidade à autoridade. Mais do que simples escolha de representante. Sufrágio: direito político subjetivo de participar ativamente nos destinos políticos da nação. É universal (abrange a todos). Voto: exercício concreto do direito de sufrágio. Direto (eleitor escolhe pessoalmente seus representantes). Periódico (se dá em espaços definidos de tempo). Igualitário (não há diferença de peso entre os votos/voto de qualidade). INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 3) Defina o que é antinomia jurídica, juntamente com suas classificações doutrinárias e critérios de resolução. Antinomia jurídica é a contradição, total ou parcial, entre duas ou mais normas. São consideradas juridicamente antinômicas quando são jurídicas, vigentes, contidas em um mesmo ordenamento, legítimas e contraditórias. Os critérios para a resolução desse conflito se baseia em: 1) Cronologia: norma posterior revoga norma anterior. 2) Hierarquia: norma superior revoga norma inferior. 3) Especialidade: norma especial revoga norma geral. DIREITO ADMINISTRATIVO 4) Diferencie licitação deserta de licitação fracassada. Licitação deserta é aquela na qual não se apresentou nenhum interessado, é espécie de licitação dispensável em razão de situações excepcionais. 3

4 Não se confunde com licitação fracassada, em que aparecem interessados, mas nenhum é selecionado, em decorrência da inabilitação ou da desclassificação. Neste caso, a dispensa não é possível. DIREITO PROCESSUAL PENAL 5) Discorra sobre as diferentes correntes e seus respectivos argumentos acerca da obrigatoriedade da presença do contraditório e da ampla defesa em inquérito policial, destacando em qual caso é obrigatório, por força de lei, a presença do contraditório e da ampla defesa no inquérito policial. De acordo com a corrente majoritária, como o inquérito é um mero procedimento, entende-se que não é obrigatória a observância do contraditório e da ampla defesa. (Art. 366, parágrafo 1, CPP) De acordo com a corrente minoritária, no inquérito policial é obrigatória a observância da ampla defesa (Marta Saad O direito de defesa no inquérito policial) Por força da lei 6815/80 (Estatuto do Estrangeiro), juntamente com o decreto /1981, é necessária a observância do contraditório e ampla defesa neste tipo de inquérito policia. DIREITO PENAL 6) O artigo 3º do Código Penal trata da lei temporária, e da sua ultra-atividade. Assim, quais as críticas e argumentos dirigidos à ultra-atividade tratada no referido artigo, no que toca a sua constitucionalidade? CP, Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. (Alterado pela L ). A lei temporária é aquela instituída por um prazo determinado. Por possuir ultraatividade, alcança os fatos praticados durante a sua vigência ainda que revogadas. Trata-se de um caso excepcional de ultra-atividade maléfica. A doutrina observa que, por serem de curta duração, se não tivessem a característica da ultra-atividade, perderiam sua força intimidativa. As correntes que debatem sobre sua constitucionalidade: 1ª- O artigo 3º é de duvidosa constitucionalidade, posto que exceção à irretroatividade legal que consagra a CF. A extra-atividade deve ser sempre benéfica ao réu (Zaffaroni) 4

5 2ª- O artigo 3º não viola o princípio da irretroatividade da lei prejudicial. Não existe sucessão de leis penais. Não existe tipo versando sobre o mesmo fato sucedendo a lei anterior. Não existe lei para retroagir (prevalece). DIREITO AMBIENTAL 7) Considerando a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, é correto afirmar que no regime objetivo de responsabilização civil em matéria ambiental, não se exige a demonstração do nexo de causalidade? Justifique. A afirmação do regime objetivo pela lei n /1981 e pela Constituição brasileira subtraem tão somente a necessidade de se demonstrar o componente volitivo da conduta. Em outras palavras, a relação de imputação deixa de exigir a demonstração de dolo ou culpa para o fim de justificar um dever de reparar o dano, mas ainda exige a fixação da relação de causalidade entre o comportamento e o efeito lesivo. Entretanto, já é possível identificar em casos excepcionais da jurisprudência do STJ a mitigação dessa regra (que ainda é mantida pelo tribunal) nos casos em que se tenha em causa a reparação de danos pelo desamte ilegal. Nestas situações, o STJ já teve a oportunidade de reconhecer em uma relação propter rem existente entre o proprietário e a coisa, a possibilidade de se ter uma presunção dessa relação de causalidade. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. 8) Correlacione o efeito translativo e o efeito substitutivo, com a reforma e uma sentença por error in judicando (erro de julgamento) e a anulação de ofício da mesma decisão por error in procedendo (erro de procedimento). No caso do error in procedendo, que seria um vício de procedimento, caso algum ato judicial fira uma matéria processual de ordem pública, como por exemplo, causando cerceamento de defesa à parte Recorrente, torna maculada a sentença, devendo, portanto, ser anulada, inclusive de ofício, pelo Tribunal ad quem. Com esta anulação, aplica-se o efeito translativo, devendo o processo retornar à origem para que o juízo a quo suprima a nulidade e promova novamente todos os atos necessários até a prolação de uma nova sentença. Já no caso do error in judicando, que seria o erro de julgamento, tem relação direita com a pretensão resistida levada ao Poder Judiciário, ou seja, o direito material objeto da demanda. Assim, caso a sentença não esteva amparada pela 5

6 melhor justiça, deve o Tibunal ad quem reformá-la, imponto em seu acórdão o entendimento da referida corte. Dessa forma, o acórdão do Tribunal que reforma a sentença recorrida é envolto do efeito substitutivo, uma vez que a decisão colegiada dá lugar à decisão singular. 9) ADALBERTO, advogado em causa própria, interpôs ação de reparação civil por danos morais e materiais em desfavor de POWER ENERGIA LTDA. Ao sentenciar a demanda, o juiz da 13ª Vara Cível de Cuiabá/MT condenou a requerida ao montante de R$ ,00 (quarenta e cinco mil reais) a título de danos materiais e R$ ,00 (vinte mil reais) a título de danos morais. Ao apelar da referida decisão a POWER ENERGIA LTDA. teve seu recurso parcialmente provido, por maioria, tão somente para afastar os danos morais. Ao ser intimado do acórdão da 3ª Câmara Cível Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Adalberto decide recorrer. Responda: a) Qual o recurso que poderá ser interposto por ADALBERTO? b) Qual o prazo para a interposição do referido recurso? c) Qual o juízo competente para o julgamento de admissibilidade do mencionado recurso? d) Qual matéria poderá ser objeto do recurso? a) Embargos Infringentes (art. 530, 1ª parte, do CPC); b) 15 dias contados a partir do dia útil subsequente à data da publicação (art. 508, do CPC); c) o relator do próprio órgão que proferiu a decisão recorrida: desembargador relator da 3ª Câmara Cível Tribunal de Justiça de Mato Grosso (art. 531, do CPC); d) Somente a matéria em que houve divergência para reformar a sentença: danos morais (art. 530, 2ª parte, do CPC). DIREITO FINANCEIRO 10) No âmbito do controle externo das contas dos gestores públicos, e em relação aos poderes atribuídos pela Constituição brasileira aos Tribunais de Contas, seria possível que, por sua própria iniciativa, suspendessem os efeitos de contratos administrativos irregulares e lesivos ao patrimônio público? Justifique. 6

7 A atribuição dos tribunais de contas nesse caso é supletiva, podendo ocorrer a sustação do contrato na hipótese em que o parlamento e o poder executivo não o tenham feito, conforme seria possível depreender do texto do artigo 70, 1º e 2º, da CRFB de