O PROGRESSO DO LIVRO DIDÁTICO EM PARALELO AOS AVANÇOS TECNOLÓGICOS NO ALTO VALE

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1 O PROGRESSO DO LIVRO DIDÁTICO EM PARALELO AOS AVANÇOS TECNOLÓGICOS NO ALTO VALE Autores: Gabriela ALLEIN, Amanda Antonia Dubowski GAUTO, Raquel WERLICH. Identificação autores: Acadêmica do curso de Licenciatura em Matemática IFC- Campus Rio do Sul; Acadêmica do curso de Licenciatura em Matemática IFC- Campus Rio do Sul; Orientadora IFC-Campus Rio do Sul. Introdução O presente trabalho tem a proposta de retratar, a influência da tecnologia nas escolas no Alto Vale com ênfase no Ensino Médio. Deste modo, discute todo o avanço do livro didático, que por alguns anos foi supostamente o artifício de maior modernidade, até a chegada do rádio, televisão e a tão celebre internet. As formas tradicionais de compreender e de agir sobre o mundo foram reestruturadas pelas novas possibilidades de ensinar usando o mundo digital. Portanto, a sociedade obteve novas maneiras de viver, de trabalhar e de fazer a educação. O aprendizado há certo tempo atrás, restringia-se somente a escola-instituição e a materiais concretos. Deste modo, objetivou-se analisar as mudanças que ocorreram até que todas as escolas tivessem acesso ao livro didático, de que forma que a tecnologia esta chegando as instituições de ensino, as vantagens e desvantagens desta modernidade, bem como, se os professores conseguiram se adaptar e ter segurança para agregar as novas ferramentas em suas metodologias. Material e Métodos O trabalho foi realizado através de pesquisa bibliográfica, documental e de campo. As pesquisas documental e bibliográfica foram desenvolvidas frente aos programas do governo, nos sites institucionais e em acervos particulares. Na sequência foram feitas entrevistas com dois professores de diferentes municípios do Alto Vale e épocas distintas de formação. Após realizadas as entrevistas foram analisados os dados e os resultados discutidos através da elaboração de um texto descritivo-explicativo. Resultados e discussão

2 A história dos livros didáticos do Ensino Médio no Brasil é bastante emblemática, até porque era muito relativo à realidade econômica de cada região, deste modo em alguns lugares ele já era uma peça conhecida, que fazia parte diariamente dos estudos dos adolescentes, enquanto que em outros ainda era apenas uma cobiça. Deste modo, ao desenrolar de cada região o avanço dos livros acabava caminhando junto. No entanto, ao longo de muitos anos os alunos que possuíam condições econômicas costumavam comprar anualmente seus livros de acordo com a didática adotada pelo professor, utilizavam ao longo do ano letivo, e já no ano seguinte vendiam para os alunos que supostamente ocupariam seus lugares e compravam os do próximo ano. De acordo com o Ministério da educação (2015), esta realidade se estendeu por muitos anos, até que em 2004 foi implantado o Programa Nacional do Livro Didático para o Ensino Médio (PNLEM) que prevê a universalização de livros didáticos para os alunos do ensino médio público de todo o país. No entanto, inicialmente apenas o norte e nordeste foi beneficiado com os livros das disciplinas de matemática e português. Já em 2005 todas as regiões brasileiras passaram a ser beneficiadas com os livros de matemática e português, ai conforme os anos foram passando livros de outras disciplinas também foram sendo incluídos, como biologia (2006), história e química (2007), física e geografia(2008), e pra completar língua estrangeira, filosofia e sociologia (2009). Entretanto, os avanços tecnológicos acontecem de forma muito acelerada, enquanto que em algumas regiões os livros estão sendo o instrumento de maior modernidade, em outras ele já passou a ser apenas um auxílio para as aulas. De acordo com Moran, As tecnologias na educação não trazem soluções imediatas, mas viabilizam novas formas de apreensão do conhecimento, e elas permitem ampliar o conceito de aula, de espaço e tempo, de comunicação audiovisual, e estabelecer pontes novas entre o presencial e o virtual, entre o estar juntos e o estarmos conectados a distância. (2000, p. 12). As tecnologias chegaram inevitavelmente para nos ajudar, e conforme foi o processo para que os livros chegassem a todas as escolas, os programas que prevê a implantação da tecnologia também acontecerão. Segundo o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (2015) alguns dos programas que surgiram e de certa forma estão ofuscando o

3 PNLEM são: o Programa Um Computador por Aluno (PROUCA), Regime Especial de Aquisição de Computadores para Uso Educacional (RECOMPE) e o Programa Banda Larga. Vale ressaltar que no Alto Vale do Itajaí, grande partes das escolas já foram beneficiadas parcialmente pelos programas, algumas já contem um número bom de computadores, aonde conseguem estar atendendo os alunos com maior facilidade, enquanto que em outras o número de aparelhos ainda é pequeno, e os professores precisam se organizar para poder estar utilizando, seja com trabalhos em dupla ou em grupos maiores. Sendo assim, a tecnologia assume uma função importante no apoio pedagógico no sistema de ensino, onde se faz necessário uma análise das vantagens e desvantagens, dessa nova ferramenta de ensino. Vantagens: Muda a rotina da sala de aula, tornando às aulas mais atrativas e descontraídas; Permite aos alunos o contato com novas linguagens e aproxima o conteúdo as novas gerações; Promove novas interações, sejam elas aluno-professor, aluno-aluno, aluno-máquina, professor-máquina; Flexibilidade: escolher onde estudar, quando estudar; Potencializa a aprendizagem, dando significado a conteúdos de difícil compreensão; Estimula a criatividade e a autonomia, fazendo os alunos explorarem e pesquisarem; Proporciona intuição, imaginação, bem como a curiosidade; Aproxima com as atualidades do mundo; Desvantagens: Abandono de materiais palpáveis; Acomodação tanto de professores como alunos em virtude da rapidez de informações; O aluno desaprende a escrita, desaprende a pensar, perde o hábito, uma vez, que existem coisas muitas mais atraentes disponíveis no mesmo aparelho; O aluno passa a ter relações sociais fictícias; A criança já nasce introduzida no mundo das tecnologias, o que lhes faz pularem fases da vida. Frente a todos esses avanços discutidos até agora, e as mudanças que a tecnologia vem trazendo, foram entrevistados alguns professores de diferentes municípios do Alto Vale e

4 épocas distintas de formação, para analisar como estão lidando com isso, se estão conseguindo se adaptar e se realmente são favoráveis a essas transformações. Entretanto, o professor A já atua há mais de 30 anos, e em sua graduação com certeza as ferramentas de estudo eram outras. Já o professor B, ingressou na profissão há pouco tempo, e sua formação já abrangia todas as modernidades. Num primeiro momento, questionamos se os mesmos sempre contaram com a ajuda do livro didático para lecionarem no ensino médio, e quais as principais mudanças que os mesmos podiam constatar com o passar dos anos. O professor A relata que no início da profissão utilizava os livros como auxilio na preparação das aulas com conteúdos e exercícios, mas que atualmente pouco os utiliza, além disso, ressalta que os livros atuais trazem muitos jogos, testes e questões de vestibulares que de acordo com o seu ponto de vista são um excelente complemento de estudo para os estudantes ao final de cada conteúdo estudado. Por outro lado, o professor B, afirma também utilizar este material, mas que nem sempre consegue encaixá-lo, uma vez que a distribuição dos conteúdos não atende a ementa de cada série, mas que um ponto positivo dos livros didáticos atuais é a maior preocupação em apresentar possíveis aplicações de cada tópico. Na sequência questionamos a cerca das vantagens e desvantagens do uso da tecnologia e como os alunos acompanham. O professor A, expõe que as vantagens das tecnologias nas aulas, quando bem planejadas e orientadas, auxiliam no desenvolvimento de habilidades como observação, analise, tomada de decisão, argumentação e organização. Mas que a utilização em demasia implica em uma significativa mudança nos processos de ensino, pois propicia um resumo do conteúdo não fazendo, muitas vezes, com que o aluno desenvolva um exercício, um teste ou realize uma pesquisa em livros, pois terá acesso muito rápido a informações prontas através da tecnologia. O professor B menciona que as mesmas possibilitam uma discussão mais aprofundada dos conceitos, permitindo estabelecer relações entre as diferentes representações de cada objeto e que se for uma atividade bem elaborada, as tecnologias possibilitam que os alunos acompanhem com facilidade, e assim consigam atingir os objetivos estabelecidos. E por fim, objetivávamos reconhecer se os educadores de fato acompanham os avanços tecnológicos na dinâmica escolar. O professor A afirma que decisivamente os avanços fazem parte do nosso cotidiano, e que não tem como deixá-los em segundo plano,

5 que os livros aos poucos estão sendo deixados de lado e substituídos por tabletes, hoje lemos o jornal através do computador, acompanhamos noticiários e o que acontece no mundo chega até nós em minutos quando não em segundos. E paralelamente a isso o professor B também afirmou que sempre procura acompanhar o desenvolvimento de novas tecnologias, e quando possível aplica em sala de aula. Contudo, o que se pode perceber é que não existe como desviar-se das tecnologias. Elas chegaram para nos auxiliar. Quanto à adaptação, para educadores mais experientes ela pode ser mais desafiadora do que para professores recém-chegados, mas que mesmo tendo algumas desvantagens esta chegou para ficar e transformar em muitos aspectos. Conclusão Percebe-se que as novas tecnologias cumprem um papel fundamental no processo ensino-aprendizagem. São ferramentas que permitem que os alunos associem os conteúdos estudados em sala de aula aos problemas práticos do seu cotidiano e, fazem com que os alunos estejam cada vez mais informados, atualizados, partícipes do mundo globalizado, e sobre tudo se constituem em um elemento motivador da aprendizagem. Quanto aos os professores percebemos que muitos ainda demonstram resistência na utilização dessas ferramentas, devido a diversos fatores, tais como: a falta de conhecimento sobre o manuseio, de investimento em formação continuada, tempo, mas que cada professor deve criar sua forma de integrar as tecnologias, unindo-as a utilização dos recursos pedagógicos que domina. Referências Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Programa um computador por aluno (PROUCA). Disponível em:< Acesso em: 02 jun Ministério da Educação. Programa Nacional do Livro Didático para o Ensino Médio PNLEM. Disponível em: < Acesso em 11 jun MORAN, J.; MASETTO, M. T.; BEHRENS, M. A. Novas tecnologias e mediação pedagógica. Campinas: Papirus, 2000.