II CONGRESSO DE INOVAÇÃO E METODOLOGIAS DE ENSINO

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1 II CONGRESSO DE INOVAÇÃO E METODOLOGIAS DE ENSINO 1 Tecnologias digitais FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES NO CONTEXTO DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS Camila Sanches Gomes Faculdade de Educação -UFMG camilasagomes@gmail.com Professor Doutor Eucidio Pimenta Arruda Faculdade de Educação, UFMG eucidio@gmail.com Resumo: A pesquisa Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação na formação de professores da UFMG, tem como foco a formação inicial do professor no âmbito da graduação tanto na modalidade presencial quanto a distância. Realizada com pesquisa documental, através dos Projetos Pedagógicos e Planos de Ensino de quatro cursos de licenciatura da UFMG, sendo eles: Química, Matemática, Pedagogia e Ciências Biológicas as quais foram escolhidas por serem oferecidas nas duas modalidades. A pesquisa agora evoluirá para realizar entrevista com os professores. Palavras-chaveTecnologias digitais, Formação inicial de Professores, Ensino Superior 1 ESTILO NÍVEL 1: INTRODUÇÃO E REGRAS GERAIS INTRODUÇÃO Tratar das questões que mobilizam as tecnologias na escola tem sido constante na literatura educacional dos últimos vinte anos, entretanto, observa-se a existência de lacunas importantes, sobretudo no que diz respeito a essas discussões sobre a formação inicial do professor da educação básica.

2 Em um contexto no qual as tecnologias digitais permeiam as vidas de todas as gerações, constituindo uma espécie de referência para nossas ações individuais e sociais, consideramos que a escola possui uns lócus da maior importância, que é o de formar as novas gerações de maneira que possam posicionar-se frente às transformações tecnológicas de maneira crítica. 2 Apesar das mudanças sociais resultantes do desenvolvimento da microinformática, nos últimos 50 anos, a escola, conforme afirmam Tiffin e Rajasingham (2010), promove uma manutenção das práticas de ensino e de formação dos professores no ambiente universitário, indicando a necessidade de alterações estruturais nos cursos de formação de professores. Barreto (2009 e 2010) afirma que há um discurso que atribui à educação presencial o uso técnico das tecnologias e deixa uma impressão de que elas são mais apropriadas à modalidade da Educação a Distância. Já Demo (2010) concorda com a necessidade de modificações nas estratégias de formação dos professores, uma vez que os cursos com esta finalidade não têm obtido sucesso em reconfigurar suas ementas e suas práticas. Este autor discorre ainda sobre as estratégias de aprendizagens dos jovens que tem implicações diretas nas maneiras como eles aprendem e convivem com a escola. De maneira geral, a tendência é para o distanciamento cada vez maior do jovem que se comunica e aprende por meio de linguagens digitais, da escola, que mantém ainda um discurso analógico. Pesquisas recentes (Gatti 2009) demonstram haver poucas alterações na organização dos cursos de formação de professores no Brasil. Apesar de todas as discussões ocorridas nas últimas décadas, presenciamos ainda organizações didáticas e curriculares que dialogam pouco ou nada com as transformações sociais originadas pelas TDIC. Gatti (2009 e 2010) aponta que não houve mudanças significativas nos currículos dos cursos de formação de professores em Pedagogia, Matemática, Língua Portuguesa e Ciências Biológicas em pesquisa realizada em nível nacional entre 2005 e Os resultados apontam para formações genéricas, com presença maciça de discursos críticos que pouco apresentam a respeito de conteúdos e forma de funcionamento dos cursos, além da quase inexistência da discussão

3 sobre as tecnologias no ambiente escolar. A autora aponta que menos de 0,7% das disciplinas destes cursos são direcionadas para discussões sobre tecnologias na escola. 3 O problema não reside na oferta de uma disciplina específica para se discutir possibilidades de introdução das TDIC no processo de ensino e de aprendizagem. A questão, portanto, não parte da inserção de disciplinas específicas, mas de discussões mais complexas que partam da relação entre as tecnologias antigas e novas e os conteúdos necessários à formação docente em uma sociedade cujos alunos (e professores) convivem rodeados por mídias digitais que transformam suas relações sociais, culturais e econômicas. A pesquisa Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação na formação de professores da UFMG, busca compreender como os professores de quatro cursos de licenciatura, tanto presencial quanto a distância, lidam com as TDIC em sala de aula e a discutem com os futuros docentes. Os quatro cursos escolhidos foram Quimica, Ciências Biológicas, Matemática e Pedagogia. Escolhidos por serem cursos de licenciatura oferecidos pela UFMG nas duas modalidades. A primeira parte da pesquisa foi levantar o caráter documental levantando primeiramente os Projetos Pedagógicos dos oito cursos. O documento traz com ele as concepções do curso, o perfil de egresso, quais seus objetivos quando seu aluno sai do curso, quais seus objetivos. A coleta foi realizada através de pedidos, apenas o de ciências biológicas se encontrava disponibilizado online no site do colegiado do curso, os demais foram pedidos diretamente para os coordenadores. Após a leitura e a análise dos projetos pedagógicos foi possível verificar que nos projetos dos cursos presenciais que existe pouca ou quase nenhuma referência quanto as tecnologias nos documentos. Neles também não estão presentes disciplinas ou referências as tecnologias nas ementas. As referências retiradas dos Projetos se refere a referências diretas as TDIC nas propostas do curso.

4 Nos cursos a distância, existem bem mais referências as tecnologias. A própria modalidade representa um diferencial, uma vez que a ferramenta digital é o recurso didático para a realização da formação. Possuindo disciplinas obrigatórias voltadas para o seu uso. Sendo que elas estão presentes nos quatro cursos nessa modalidade. Mesmo assim elas se diferenciam entre os quatro cursos. 4 Matemática na modalidade a distância, apresenta quatro disciplinas relacionadas as TDIC sendo elas, Introdução as Tecnologias de Comunicação e Informação I e II e Programação de Computadores I e II. Ciências Biológicas por sua vez foram duas disciplinas, Tecnologias de Comunicação e Informação e Estudos autônomos. Quimica assim como Matemática foram quatro, Metodologia dos Estudos Autônomos I e II e Introdução as Tecnologias de Comunicação I e II. Por último a Pedagogia com três disciplinas Eixo integrador de Informática I e II e Uso de Informática no curso. Após a análise dos projetos pedagógicos foram coletados os Planos de Ensino individuais das disciplinas, buscando ver aonde nesses planos de ensino e na metodologia do professor referente as tecnologias. Cada um dos cursos apresentou um resultado diferente. No caso do curso de Quimica apenas uma disciplina faz referências as tecnologias sendo ela Instrumentação para o Ensino da Quimica. Sendo a referência presente ao tratar da importância de seus usos para ensinar Química. A Matemática por sua vez apresentou três disciplinas relacionadas as TDIC, sendo elas, Introdução á informação, Programação de computadores e Tópicos em Matemática Licenciatura Laboratório de Matemática. A disciplina Programação de computadores é obrigatória tanto para a licenciatura quanto para o bacharelado, enquanto as outras duas são obrigatórias apenas para Licenciatura.

5 No curso de Ciências Biológicas não foi possível observar nenhuma disciplina fazendo referência as tecnologias em seu plano de ensino, tanto na modalidade do bacharelado quanto na de licenciatura. 5 A Pedagogia por sua vez é que apresenta mais referencias as tecnologias em suas disciplinas sendo elas quatro. Alfabetização e Letramento I e II, Teorias de currículo e Estudos sobre a infância. Disciplinas que trabalham as TDICs de maneiras diferenciadas por tanto discutirem a maneira a qual podemos utilizar as tecnologias em sala de aula quanto no lugar de alunos na maneira a qual entregamos trabalhos e trabalhamos os temas. A fim de entender mais o processo das tecnologias e a formação dos professores a sugestão era entrevistar os coordenadores de curso para a elaboração dos projetos pedagógicos, afim de compreender como ele é elaborado e os motivos que os levariam a ter ou não referencias das TDIC em sua composição. Algumas perguntas foram elaboradas e também feito um pré-teste com um dos coordenadores dos cursos. Após a análise do pré-teste verificou-se que a entrevista com os coordenadores não seria o caminho ideal para se atingir ao objetivo de como os cursos da formação de professores em nível de graduação se apropria das tecnologias. A abordagem teria de ser modificada. A escolha pela mudança de quem seria entrevistado foi feita. Dessa maneira procurando quais pessoas poderiam responder as questões para compreender esse processo. Pensando nesses precedentes os professores foram escolhidos para serem entrevistados a seguir na busca pelas respostas. A questão são quais professores? Como selecionar? Qual o perfil buscado? Ou seria preferível apenas a realização de um sorteio? Os critérios os quais poderiam ser escolhidos poderiam ser dos mais diversos. Ao serem decididos algumas coisas ficaram claras, serão entrevistados professores os quais lecionaram por pelo menos dois semestres disciplinas especificas de educação das licenciaturas, professores com no mínimo um ano de docência universitária. Apenas se o número de

6 docentes que atendem as exigências for maior do que o necessário para o projeto que ocorrerá um sorteio para selecionar aqueles que serão entrevistados. A exceção para esse sistema é o curso de Pedagogia o qual por ser pura formação de professores, com praticamente todas as disciplinas voltadas para didática e ensino seria realizado o sorteio retirando disciplinas não voltadas para ensino e aprendizado tais como filosofia, política, sociologia e similares. 6 Após darmos a sequência para a pesquisa, teremos ainda mais dados para entender melhor como se dá o processo das TDIC na universidade. Assim como também teremos uma visão melhor de como aplicar as tecnologias em sala de aula e incentivar os novos professores a entrarem em sala de aula com confiança para usar as tecnologias como aliada. REFERÊNCIAS BARRETO, Raquel Goulart. A formação de professores a distância como estratégia da expansão do ensino superior. In. Educação & Sociedade. Campinas, vol. 31, n. 113, p , out-dez BARRETO, Raquel Goulart. Discursos, tecnologias, educação. Rio de Janeiro: UERJ, DEMO, Pedro. Educação Hoje. Novas tecnologias, pressões e oportunidades. São Paulo: Atlas, TIFFIN, John e RAJASINGHAM, Lalita. A universidade virtual e global. Porto Alegre: Artmed, 2010.

7 GATTI, Bernadete Angelina. BARRETO, Elba Siqueira de Sá. Professores do Brasil: impasses e desafios. Brasília: UNESCO, HOBSBAWM, Eric. Sobre história. São Paulo: Cia das Letras, 2001