História das Teorias Econômicas Aula 5: Karl Marx Instituto de Geociências / Unicamp
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- Teresa Viveiros Franco
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1 História das Teorias Econômicas Aula 5: Karl Marx Instituto de Geociências / Unicamp 2 Semestre de
2 Apresentação - de origem alemã Economista, sociólogo e filósofo - Recebeu influência de Hegel e Adam Smith - Obras: A ideologia alemã; Manifesto do Partido Comunista; Grundrisse; O Capital e muitas outras - Parceiro de trabalho: Engels 2
3 Concepção dialética/materialismo dialético: movimento e contradições econômicas na história da humanidade Capitalismo modo de produção voltado para a produção de mercadorias, sob as seguintes condições: - Propriedade privada dos meios de produção, da força de trabalho; do produto final; - Divisão social do trabalho Objetivo da produção: a troca (o mercado) 3
4 Retoma a teoria do valor-trabalho de Smith e Ricardo: Valor de Uso Mercadoria (duplo caráter) E avança ao afirmar: Valor de Troca Valor de uso: resultado do trabalho humano concreto, útil, individual Valor de troca: resultado do trabalho humano abstrato, geral 4
5 Para que haja troca, as mercadorias devem possuir: - Diferentes valores de uso (produzidas por espécies de trabalho diferentes) - Mesmo valor de troca (equivalentes) O valor de troca é o que iguala as mercadorias e o valor de uso é o que as diferencia. Trabalho= é o denominador comum de todas as mercadorias, que permite comprá-las e trocá-las em determinadas proporções 5
6 Deste modo... O valor das mercadorias é determinado pela quantidade de trabalho socialmente necessário para a sua produção. Trabalho socialmente necessário Trabalho médio (produtividade média) Daí ser o tempo socialmente necessário. O produto de um trabalhador lento não vale mais do que o de um trabalhador rápido. 6
7 Qual a origem da forma dinheiro de valor? O dinheiro surge historicamente. Antes do dinheiro (escambo): troca direta, sem intermediário Alfaiate utiliza o casaco como meio de troca Ex.: 2 mesas = 1 casaco Casaco tem valor de uso e é também equivalente 3 pares de sapatos 1 casaco = 20 metros de algodão 10 gramas de ouro 7
8 Dificuldade deste tipo de troca... Dependente dos outros produtores quererem adquirir casacos Com a prática diária, os indivíduos foram se orientando em direção a uma mercadoria reconhecidas como equivalente geral; Isso aconteceu independente/e do planejamento consciente e da consciência dos produtores isolados; Assim surgiu o dinheiro (inicialmente, o ouro): mercadoria aceita comoequivalente geral ou comum para todas as outras mercadorias 8
9 Assim... Ouro tornou-se a mercadoria-dinheiro, assumindo papel duplo: - Metal precioso útil para fazer artigos - Equivalente geral (maleabilidade da troca) A troca passou, assim, a ser fundida em duas partes: Na circulação simples: 1.Tranformação da mercadoria em dinheiro (venda) 2.Transformação do dinheiro em mercadoria (compra) M 1 D M 2 Neste caso, a troca se dá em busca do valor de uso 9
10 E na circulação ampliada, sob o capitalimo? No capitalismo, o objetivo é a acumulação, é obter mais dinheiro ao final. Neste modo de produção, a circulação simples não faz sentido: D M D Essa circulação só faz sentido se : D M D Sendo D > D. OBS: Isso explica por que o capitalista não produz se não tiver lucros 10
11 Mas como se verifica a acumulação? V D M Cc... P M D C Cf D Dinheiro inicial; M Mercadoria V Capital variável (mão-de-obra) trabalho vivo C Capital Constante, que subdivide em Cc capital circulante Cf capital fixo trabalho morto P Produção M Mercadoria nova (com maior valor agregado) D Dinheiro final Por estar num ciclo de valorização, o dinheiro empregado é denominado de capital 11
12 Mas como se verifica a acumulação? V D M Cc P M D C V Cf D M Cc P M D C Cf V D M Cc P M D C Cf 12
13 A valorização do capital se verifica no processo produtivo É durante o processo produtivo que se verifica a valorização do capital; O capital constante: tem ser valor transferido sem modificação para o produto acabado; O trabalho vivo: cria (agrega) novo valor ao processo de produção, por meio do seu valor de uso; O resultado do trabalho (vivo) não é apropriado integralmente pelo trabalhador (agora, força de trabalho), mas passa a ser de propriedade do capitalista; A parte apropriada denomina-se mais-valia. É o excedente que permite a acumulação (é o lucro do capitalista); Deste modo, o excedente não é criado no processo de troca e sim durante o processo produtivo 13
14 Quem cria a mais-valia? A força-de-trabalho Mais-valia: trabalho não pago FORÇA DE TRABALHO HUMANA Seu uso é o trabalho, e o trabalho cria valor 14
15 A mercadoria força-de-trabalho É mercadoria porque, como as demais: a) Tem valor de uso: o trabalho b) Tem valor de troca: tempo de trabalho socialmente necessário à sua produção e reprodução (expresso nos meios de subsistência) Como se dá a apropriação e a ampliação da mais-valia (ou excedente/ou lucro)? 15
16 Jornada de Trabalho: 8h 6 h 2h Trabalho necessário Mais-trabalho 8h Como aumentar a mais-valia? - mais-valia absoluta: aumento da jornada de trabalho (mais horas de trabalho) há limites para este aumento -mais-valia relativa: jornada de trabalho constante (intensificação do ritmo) 16
17 Grau de exploração da força-de-trabalho Taxa de mais-valia (s ) = massa de mais-valia (s) capital variável (v) No exemplo anterior: 2h de trabalho não pago a 100 trabalhadores: mais-valia: 2x100 = 200h; cada trabalhador recebe por 6h de trabalho: Valor da força-de-trabalho (v): 6 x 100 = 600h Tx de mais-valia = 200/600 = 33% 17
18 Em síntese... Valor do produto do trabalho: 8 horas Valor da força-de-trabalho: 6 horas Valor da mais-valia (excedente/lucro): 2 horas O valor da força-de-trabalho é, então, menor do que o valor do produto do trabalho. A diferença é o excendente, a mais-valia que é apropriada pelo capitalista 18
19 Composição Orgânica do Capital O processo de valorização do capital não se esgota na acumulação. Há um fator externo que atua como forte estímulo à expansão do capital: a centralização do capital, decorrente da forte concorrência intercapitalista. Neste processo, ocorre a sobrevalorização do capital constante em relação ao variável (aumento da composição orgânica do capital (CO) É a relação entre: CO= capital constante (c) capital variável (v)
20 Queda tendencial na taxa de lucros Tx lucro (r) = lucro c + v Sendo, CO= c/v (composição orgânica do capital) e s = s/v (taxa de mais valia) Taxa lucro = Taxa lucro = s/v assim, c/v + v/v s CO + 1 A composição orgânica do capital aumenta mais que proporcionalmente; taxa de lucro = aumenta menos que proporcionalmente queda tendencial da taxa de lucro 20
21 Compensações à queda da taxa de lucros 1. aumento da jornada de trabalho e maior intensificação do trabalho; 2. depressão dos salários abaixo do valor da força-detrabalho (exercito de reserva); 3. barateamento dos elementos do capital constante (tecnologia); 4. comércio exterior (novos mercados) 21
22 Bibliografia Hunt, E. K. (1981) História do pensamento econômico: uma perspectiva crítica. RJ: Campus. Napoleoni, C. (2000) Smith, Ricardo, Marx. RJ: Graal. Denis, H. (2000) História do Pensamento Econômico, Lisboa: Livros Horizonte. CATANI, A. M. O que é capitalismo. SP: Brasiliense, (Coleção Primeiros Passos) DOWBOR, L. O que é capital. SP: Brasiliense, (Coleção Primeiros Passos) 22
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