Trabalho e socialismo Trabalho vivo e trabalho objetivado. Para esclarecer uma confusão de conceito que teve consequências trágicas.

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1 Trabalho e socialismo Trabalho vivo e trabalho objetivado Para esclarecer uma confusão de conceito que teve consequências trágicas. 1

2 Do trabalho, segundo Marx Há uma frase de Marx nos Manuscritos de em que é preciso prestar a máxima atenção: Na produção, o trabalho vai da forma da atividade para a forma de ser, ou seja, para a forma de objeto. 2

3 Trabalho vivo O trabalho na forma da atividade é trabalho vivo, ou seja, subjetividade em ação. Portanto, o trabalho vivo é o sujeito real do processo econômico. E como sujeito real, ele é em princípio teleologia, liberdade, criatividade. 3

4 Alienação Para Marx, entretanto, o trabalho vivo não atua ainda enquanto tal, ou seja, como trabalho livre, criativo e autotélico. Pois, no modo de produção capitalista, o trabalho vivo existe como trabalho alienado, como trabalho que está obrigado a criar algo que permanece oculto de si mesmo, e que, por isso, o domina. 4

5 Trabalho objetivado O trabalho na forma de objeto é trabalho que passou de vivo à morto, ou seja, que foi posto socialmente na forma de valor. O trabalho morto pressupõe a forma mercadoria. Em sua forma plena, ele pressupõe o capitalismo. No capitalismo, o trabalho morto se afirma como sujeito automático. 5

6 O que é o socialismo? O socialismo para Marx é a primeira fase da libertação do trabalho vivo em relação ao processo de objetivação do trabalho. Implica, pois, necessariamente, a completa abolição da forma mercadoria, do dinheiro e do capital. 6

7 E para Lenin? Num texto de 1913, que se chama As três fontes e as três partes constitutivas do marxismo, Lenin fornece o seu entendimento da contribuição teórica de Marx para a compreensão do capitalismo. É preciso lê-la com cuidado. 7

8 A economia política clássica anterior a Marx tinha-se formado na Inglaterra, o país capitalista mais desenvolvido. Adam Smith e David Ricardo lançaram nas suas investigações do regime econômico os fundamentos da teoria do valor-trabalho. Marx continuou sua obra. Fundamentou com toda precisão e desenvolveu de forma consequente aquela teoria. Mostrou que o valor de qualquer mercadoria é determinado pela quantidade de tempo de trabalho socialmente necessário investido na sua produção. 8

9 Comentários Lenin registra a continuidade, mas não a descontinuidade de Marx em relação aos economistas clássicos. Ora, Ricardo toma a geração de valor como uma aptidão natural do trabalho. Para Ricardo, o trabalho já sempre gera valor-trabalho. Por isso, ele se concentra no aspecto quantitativo do valor. É também o que faz Lenin. Marx, ao contrário, pergunta qual o trabalho que cria valor? O seu foco é, portanto, o trabalho alienado historicamente datado. 9

10 Onde os economistas burgueses viam relações entre objetos (troca de umas mercadorias por outras), Marx descobriu relações entre pessoas. A troca de mercadorias exprime a ligação que se estabelece, por meio do mercado, entre os diferentes produtores. O dinheiro indica que esta ligação se torna cada vez mais estreita, unindo indissoluvelmente num todo a vida econômica dos diferentes produtores. O capital significa um maior desenvolvimento desta ligação: a força de trabalho do homem torna-se uma mercadoria. 10

11 Comentários Lenin toma o sistema econômico como um sistema de interação entre produtores que trocam o seu trabalho por meio das trocas. Ora, esse é precisamente o modo pelo qual os economistas clássicos entenderam o sistema econômico. Para eles, algo natural. Marx, ao contrário, toma esse sistema como um mundo, ao mesmo tempo, naturalizado e encantado, coisificado e enfeitiçado. 11

12 Comentários No fundo, Lenin toma a relação mercantil não como relação social de coisas, mas como relação mediada por coisas. E, em consequência, ele não sente necessidade de falar do fetichismo da mercadoria. Ele não sente necessidade de falar do trabalho vivo como teleologia, liberdade, criatividade em oposição ao trabalho automático, morto e objetivado 12

13 O operário assalariado vende a sua força de trabalho ao proprietário de terra, das fábricas, dos instrumentos de trabalho. O operário emprega uma parte do dia de trabalho para cobrir o custo do seu sustento e de sua família (salário); durante a outra parte do dia, trabalha gratuitamente, criando para o capitalista a maisvalia, fonte dos lucros, fonte da riqueza da classe capitalista. A teoria da mais-valia constitui a pedra angular da teoria econômica de Marx. 13

14 Comentários A pedra angular da crítica de Marx ao capitalismo não é a teoria da mais-valia. É, isto sim, a transformação do trabalho vivo em trabalho morto, o que ocorre de modo sistêmico, por meio da transformação do trabalho concreto em trabalho abstrato, medido pelo tempo (trabalho socialmente necessário). A questão central é o trabalho objetivado e alienado e não a exploração simplesmente. 14

15 O que é o socialismo, nessa perspectiva? O socialismo para Marx é o primeiro momento da libertação do trabalho vivo em relação ao processo social de objetivação do trabalho da desinversão do sujeito em objeto. Implica, pois, necessariamente, a completa abolição da forma mercadoria, do dinheiro e do capital. 15

16 O que é o socialismo na perspectiva de Lenin (e de Engels)? Para Lenin, o socialismo consiste numa mudança do comando do processo de produção. A mais-valia deixa de ser apropriada pela burguesia e passa ao comando do proletariado, ou seja, ao partido comunista que supostamente agora o representa como partido-estado. Mas a forma valor não é superada... A alienação não é superada... A exploração não é superada. 16

17 Engels: o motor da história Como a anarquia produz as crises e como a exploração produz o antagonismo e a revolta, tem-se a seguinte conclusão: O socialismo já não aparece como a descoberta casual de um ou outro intelecto genial, mas como produto necessário da luta entre as duas classes formadas historicamente: o proletariado e a burguesia. 17

18 Adeus capitalismo!? Para Engels e Lenin, o capitalismo vem a ser derrubado quando, com o enorme desenvolvimento da grande indústria no fim do século XIX e começo do século XX, forma-se um grande proletariado. Eis que Engels já havido dito: a revolução proletária é a solução das contradições: O proletariado toma o poder político e, por meio dele, converte em propriedade pública os meios sociais de produção. 18

19 Julgamento A história mostrou que a tese de Engels e Lenin estava errada o sistema centralizado de acumulação (que rigorosamente não é socialismo) volta ao capitalismo. Também se pode ver por meio de uma releitura mais rigorosa de Marx que o socialismo real foi produto de um erro teórico. 19

20 Superação do capitalismo Para mim, a superação do capitalismo torna-se realmente possível apenas quando o trabalho expressivo torna-se mais importante do que o trabalho rotineiro, o que ocorre no que chamo de pós-grande indústria. Mas isto é um tema que preciso desenvolver... 20

21 Trabalho vivo... Trabalho rotineiro. Exemplo: alimentar com matéria prima uma máquina. Trabalho expressivo. Exemplo: criar o programa que rege a máquina. Para Marx, implicitamente, todo trabalho contém rotina e expressividade. Mas a importância relativa desse dois momentos é crucial. Na grande indústria ainda predomina o trabalho rotineiro; somente na pós-grande indústria passa predominar cada vez mais o trabalho expressivo. 21

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