Relevância dos Reparos Navais

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1 Patrocínio: Coordenação: Relevância dos Reparos Navais Parcerias: Elaborado por: Marcos Mendes de Oliveira Pinto Emerson Colin Alfonso Pires Gallardo David Joshua Krepel Goldberg João Stefano Luna Cardoso Apresentado por: David Joshua Krepel Goldberg UFPE São Paulo, 24 de Outubro de 2007

2 Conteúdo Reparo de navios mercantes Visão geral da atividade Drivers de reparo Tamanho do mercado Reparo x construção Exemplo de Cingapura Critérios de sucesso

3 De modo geral, a atividade de reparos pode ser lucrativa... possui menores barreiras de entrada Navios sofisticados e offshore: Cingapura, Europa e EUA são exemplos de lucratividade (seguramente lucrativa) Navios básicos: China, Romênia, Vietnã e países de baixo custo de mão de obra são exemplos (lucrativa? Possivelmente sim) Mais simples do que construção Mão de obra é o item chave Não requer certos equipamentos sofisticados... tem como habilidade fundamental o PPCP... deve estar na rota dos navios alvo ou próximos Rapidez de realização do serviço e confiabilidade da data prometida são critérios chave Construção requer outras habilidades Ninguém leva a embarcação para longe para fazer reparos... tem pontos favoráveis e desfavoráveis ao Brasil:... tem uma imagem negativa na comunidade É plataforma de qualificação de mão de obra Permite acesso a navios e tecnologias, desde que se tenha estrutura para absorvê-las Gera estabilidade de receitas Requer uma cadeia de fornecedores desenvolvida (pode forçar seu desenvolvimento) Apesar de quase todos os grandes estaleiros realizarem reparos, eles não gostam de destacar isso Não é bom para a imagem, e pode levar a perda de reputação em construção

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5 Driver 1 de demanda por reparo: idade média da frota Idade [anos] % Bulker +48% Container +5% Dry Cargo +16% Offshore Mundo +15% Pass./Ferry Brasil +8% Roro +18% Tanker +16% Total geral A frota brasileira é um pouco mais velha do que a frota mundial Em média é 16% mais velha do que a frota mundial Pode ser resultado da alta taxa de juros Uma idade mais avançada requer uma intensidade de reparo maior, beneficiando empresas do setor A idade média é uma idade de estabilidade Fonte: Lloyd s Register

6 Driver 2 de demanda por reparo: regulamentação e práticas de manutenção (1) Início do Serviço Fim do Serviço Projeto / Construção Operação (30 anos em média) Vistoria requerida Vistoria intermediária Reparos não planejados Conversão / modernização (eventualmente)???? Periodicidade definida por: Exigências (IMO, Sociedades Classificadoras e seguradoras) Regime de uso do navio Políticas de manutenção de cada empresa Desativação / desmontagem (1) O foco aqui é apenas a manutenção realizada em dique seco

7 Driver 3 de demanda por reparo: fretes e mercado de construção Armador diminui investimento em manutenção Errado... Apesar de postergar a parada, a elasticidade é pequena Preço do frete aumenta... Quer aproveitar o bom momento Armador aumenta o investimento em manutenção Tem mais capital à disposição Certo... Sobra mais recurso para ser alocado (% das receitas) O mercado fica mais otimista e serviços sobem de preço Reparos são positivamente correlacionados com frete e mercado de construção naval O armador fica disposto a pagar mais por um serviço mais rápido

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9 Reparos, em termos de receitas, representam aproximadamente US$ 11 bilhões no mundo (1) Bases para a estimativa Idade no desmonte ou perda [anos] Navio se aposenta com 30,2 anos Perfil da frota mundial (Lloyd s) Perfil da frota reparada em Cingapura (ASMI) Ajuste da frota de Cingapura para a mundial Checagem com CESA (Europa) Navios perdidos ou desmontados entre 2/3/05 e 24/2/06 Perdido Desmontado Para cada $100 gastos com construção, $13 são gastos com reparo (apenas serviços associados ao estaleiro) (1) Construção é equivalente a US$ 81 bilhões no mundo Fonte: Lloyd s Register

10 Há uma demanda de aproximadamente 140 reparos/ano no Brasil Número de reparos necessários à frota que opera no Brasil Receita associada Número de reparos/ano Navios de substituição Cabotagem Suppliers Navios Fronape Gráfico ilustrativo de uma faixa de preços de reparo razoável Receita [US$ milhões] Média mundial Considera que todos os navios que operam no Brasil (1) fazem reparos no Brasil A estimativa não considera navios estrangeiros que aportam no Brasil Reparo a cada 2,5 anos Navio se aposenta com 30 anos Média no período 137 reparos/ano O número de reparos necessários fica entre 110 e 140 reparos/ano A receita potencial associada ao reparo no Brasil fica entre US$ 40 e 100 milhões, dependendo do valor individual do reparo Valor de um reparo médio [US$ milhares] (1) 52 navios da Fronape (+ 26 da licitação), 207 supplys (operação e construção), 65 navios de cabotagem, estimativa de navios de substituição cuja frota dependerá do ano em questão

11 Distribuição do tempo de reparo Distribuição do tempo de reparo na Daewoo Mangalia Freqüência de ocorrência por reparo 25% 20% 15% 10% 5% 0% 20% 14% 13% 10% 9% 7% 7% 6% 4% 2% 2% 2% 2% 1% Tempo de docagem [dias] Tempos de reparo em dique seco tipicamente ficam entre 1 e 4 semanas Tempo médio de reparo (1) Daewoo-Mangalia: 35 dias (261 ocorrências) Unión Naval Barcelona: 1-2 semanas Transpetro: 12 a 15 dias para um navio em boas condições (1) Retirados de análise de dados e entrevistas

12 Demanda por dique seco para diferentes tempos de reparo no Brasil Número de diques necessários em função do tempo médio de docagem (1) Dias de docagem por reparo Número de diques necessários Se são necessários 14 dias para se fazer um reparo médio, serão necessários 5 diques para reparar a frota brasileira No Brasil Exclusivo reparo Sermetal: 2 diques (1 vai atender a frota da Transpetro) Enavi Renave: 5 diques (1 vai ser vendido) Reparo e construção Mauá Jurong: 1 dique A capacidade de reparo de navios de grande porte está seriamente afetada (1) A demanda por reparo foi definida num gráfico anterior (Número de reparos necessários à frota que opera no Brasil)

13 Apesar da indústria de reparo ser pequena com relação à construção, algumas regiões capturaram uma grande fatia do mercado Receita da indústria de construção e reparo em Cingapura Receita [US$ bilhões] 5,00 4,50 4,00 3,50 3,00 2,50 2,00 1,50 1,00 0, CAGR (1) ,1% 4,7% 9,7% Offshore Construção Reparo Cingapura Reparos representam mais de 50% da receita da indústria em Cingapura O foco é conversões e offshore Cingapura + Europa possuem aproximadamente 50% da receita mundial em reparos de navios comerciais Reparos de embarcações mais simples são mais distribuídos em países de baixo custo de mão de obra (1) Compounded Annual Growth Rate (Taxa anual composta) entre 1998 e 2005 Fonte: ASMI

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15 A atividade de reparos é positiva para a indústria de construção naval Estabilidade de receitas Produção brasileira Reparos Fortalecimento da cadeia de suprimentos Peças e partes (ex.: autopeças) Prestação de serviços especializados Transferência de know how Conhecimento de técnicas de construção e montagem usadas em outros países / empresas Habilidades para produção de navios e estruturas especiais Qualificação de ampla mão de obra (que pode suprir a indústria de construção) Milhares de CGT CGT v Núm. navios Número de navios Construção Fonte: Lloyd s Register

16 O amplo oferecimento de atividades de reparos nos maiores estaleiros corrobora com a percepção Comprimento equivalente de dique alocado a construção e reparo Comprimento de dique [%] 100% 75% 50% 25% 0% Navios (2005) Hyundai HI - Ulsan 74 Hyundai - Mipo 46 Hyundai - Samho 30 Samsung 44 STX 27 Imabari 41 Mitsubishi 19 Daewoo 40 Imabari - Iwagi 6 Fincantieri 5 Kawasaki 13 IHI 13 Tsuneishi 42 Imabari - Koyo 11 KeppelFels nd Universal 23 Hanjin 11 Sembcorp Hyundai - Vinashin nd - Reparo Nd Const. e Reparo Construção Apenas Samsung e STX não possuem instalações dedicadas ao reparo Hyundai e Daewoo exportaram a atividade de reparos Empresas japonesas têm uma parcela significativa dos diques alocados à reparos Keppel Fels e Sembcorp são focadas em reparos CGT (2005) nd nd -

17 Um caso explícito de margem operacional na Hyundai MIPO mostra uma certa equivalência entre reparo e construção Margem operacional Hyundai MIPO 20 [% da receita] Nd Nd O foco de construção da MIPO é de navios médios (1) que possuem boa lucratividade em geral Margens de reparo entre 2002 e 2005 Não foram piores do que margens de construção -5 Mostraram mais estabilidade E 2007E Construção Reparo (1) dwt em média entre 2000 e 2006 Fonte: Hyundai MIPO e BNP Paribas (2005 e 2004)

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19 Cingapura é um bom exemplo de estratégia alavancada inicialmente no reparo Faturamento dos setores de reparo e conversões, plataformas e construção naval [USD milhões] 1959 Independência 1975 Reabertura do Canal de Suez que impulsionou fortemente indústria de reparo em Cingapura; Começo da exploração no Mar do Norte e no Mar do Sul da China 1967 Fechamento Canal de Suez, gera construção de ULCC que não passa por Cingapura 1964 Início da Guerra do Vietnã º e 2 º choque petróleo, aumenta USD/barril, e aumenta exploração offshore Grande crise governo determina redução de 40% da capacidade instalada no país; Keppel articula golpe e fecha Mitsubishi Sing; Faturamento mais baixo em 20 anos Alto consumo, Invasão do Iraque, Problemas com Irã e Venezuela causam alta histórica do preço do petróleo CAGR ( ): 12,8% a.a Faturamento mais que dobrou em 2 anos A força em reparo naval garante sobrevivência aos estaleiros mesmo nas épocas de crise de preço de petróleo, que afeta a produção de plataformas e supply boats Fonte: ASMI, Wikipedia

20 O que a experiência de Cingapura tem a ensinar à indústria brasileira Surge uma demanda Preparo Tem conseguido gerir eficientemente os ciclos econômicos da indústria naval Preparo Surge uma demanda Plataformas e sondas Embarcações de apoio offshore Reparos e Conversões Gráfico ilustrativo Não há uma tentativa de migrar para a produção de navios mercantes Desejam Consolidar posição Manter competência em reparos, conversões, offshore e navios especializados Foco em segmentos de maior intensidade de capital Reparo de navios LNG Há duas vantagens competitivas indiretas de Cingapura: Localização excepcionalmente boa Crescimento do Sudeste Asiático no comércio mundial Mão de obra era barata Serviços complexos e de alto valor agregado Começa a fazer projetos localmente e com tecnologia própria Se alavancam em Infra-estrutura existente Capacitação de mão de obra Não quer expandir produção para navios mercantes

21 Critérios de sucesso em reparo naval Estratégia de produção Critérios associados ao tempo Rapidez (ganha pedido) Confiabilidade (retém cliente e cria reputação) Comentários sobre os critérios em construção Localização do estaleiro Mão de obra adequada Tem que ser na rota do navio Brasil recebe 10% (?) da frota mundial Brasil tem uma vantagem competitiva contra grandes players localizados em Cingapura e Europa Mão de obra é uma das principais barreiras à entrada (Mais simples do que construção) Mão de obra Qualificada: reparo de navios sofisticados e offshore Barata: reparo de navios simples Cadeia de suprimentos local A cadeia local (peças e serviços) é fundamental para o desenvolvimento da indústria de reparos Parece ser o ponto mais fraco e difícil de se reverter no Brasil (falta demanda, falta fornecedores)

22 Backup

23 Quadro Resumo Mão-de-obra Custo alto Alta capacitação Custo médio Alta capacitação Custo baixo Baixa capacitação Custo alto Média capacitação Custo muito alto Alta capacitação Custo médio Baixa capacitação Marinha Mercante (Longo Curso) Maior do mundo 9 a. maior do mundo Tem diminuído 4ª. maior do mundo Ainda em desenvolvimento 11 a maior do mundo 6 a maior do mundo 32ª maior do mundo Muito desenvolvida Tecnologia Nacional Investimento constante Muito desenvolvida Investimento constante Pouco desenvolvida Investimento recente Nível intermediário de desenvolvimento Pouco desenvolvida em mercante Pouco desenvolvida Investimentos baixos, mas crescentes Financiamento Para exportação e doméstica Dá garantias Para exportação e doméstica Já deu garantias Para exportação pratica subsídios (difícil provar) N/D Não exportam Só para compra doméstica Impostos para importação Não tarifa navios, mas tarifa navipeças N/D N/D Baixíssima tarifação N/D Baixas tarifas para navipeças e altas para navios Impostos internos N/D Impostos mais baixos para cadeia de suprimentos N/D N/D N/D Impostos mais baixos para cadeia de suprimentos

24 Ganhos de escala no reparo naval Os drivers de lucratividade de um estaleiro de reforma são: VOLUME e GESTÃO Grandes ganhos de escala se tornam possíveis pelo aumento do volume de obras dada a possibilidade de otimizar a ocupação dos ativos, das equipes de trabalho e da cadeia de fornecedores A captura de todo o potencial criado pelo volume só é possível com grande habilidade de planejamento, programação e controle das obras N o de navios reparados Ocupação das equipes % Lucro A diferença entre os dois são as habilidades de gestão Pintura Elétrica Deve existir um ponto a partir do qual o retorno cresce muito rápido Estaleiro A Mecânica Estaleiro B Bombas Ocupa. Total N o de navios reparados