ESTADO DA ARTE DA PRIMATOLOGIA NO BRASIL: UM RETROSPECTO DOS ÚLTIMOS 15 ANOS E PERSPECTIVAS FUTURAS

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1 ESTADO DA ARTE DA PRIMATOLOGIA NO BRASIL: UM RETROSPECTO DOS ÚLTIMOS 15 ANOS E PERSPECTIVAS FUTURAS Fabiano Rodrigues de Melo 1,2,3 ; Gerson Buss 4,6 ; Márcia M. de Assis Jardim 5,6 ; Rodrigo Cambará Printes 6 ; José de Souza e Silva Júnior 7 ; Marcelo Marcelino de Oliveira 8 ; José Rímoli 9 ; Maurício Talebi 10 1 Assessor de Pesquisa e Pós-graduação, Universidade Federal de Goiás, campus de Jataí, Br 364, km 192, no. 3800, Parque Industrial, Jataí (GO), cep ; frmelo@carangola.br; 2 Presidente do Centro de Estudos Ecológicos e Educação Ambiental (CECO), Rua Caparaó, 122, Centro, Carangola, MG, ; ceco@carangola.br; 3 Vice-tesoureiro da Sociedade Brasileira de Primatologia, Biênio ; 4 Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Instituto de Biociências, UFRGS, Av. Bento Gonçalves 950 Prédio 43422, CEP , Porto Alegre, RS. gbuss_pmu@yahoo.com.br 5 Laboratório de Mastozoologia, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS. 6 Programa Macacos Urbanos, Depto de Zoologia, Instituto de Biociências, UFRGS, Av. Bento Gonçalves 9500 prédio 43435, sala 218, CEP , Porto Alegre, RS. 7 Coordenação de Zoologia, Museu Paraense Emílio Goeldi, caixa postal 399, , Belém, PA. cazuza.junior@gmail.com; 8 Centro de Proteção de Primatas Brasileiros, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, Pça. Anthenor Navarro, nº 5, Varadouro, João Pessoa, Paraíba, Brasil. Marcelo.oliveira@icmbio.gov.br; 9 Coordenador do Curso de Ciências Biológicas; Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul UFMS; Campus de Aquidauana - UFMS/CPAq; Departamento de Biociências; Rua Oscar Trindade de Barros Serra, S/N; CEP: , Unidade II, Aquidauana MS; Tel.: ; ; biociencias@ceua.ufms.br; rimoli@cpaq.ufms.br 10 Coordenador Geral, Associa ção Pró-Muriqui, Pesquisa, Educacao e Conservação. Parque Estadual Carlos Botelho, Sao Miguel Arcanjo, SP. CEP talebi@promuriqui.org.br, 1- ASPECTOS GERAIS Dos 624 táxons de primatas existentes no mundo (Hilton-Taylor et al., 2004), 127 espécies e subespécies vivem em território brasileiro, representando 21% de todos os táxons que ocorrem no mundo. Deste número expressivo de espécies, 26 são listadas em alguma categoria de ameaça. Rylands & Chiarello (2003) compararam as duas listas já produzidas em âmbito nacional e demonstram que 11 espécies saíram da lista antiga (Bernardes et al., 1990) e 10 novos táxons entraram na lista atual. Rylands & Chiarello (2003) argumentam o maior rigor na aplicação dos critérios da IUCN, na melhoria do conhecimento sobre algumas espécies e descrição de novas espécies seguida de novos arranjos taxonômicos, além da própria ampliação de esforços conservacionistas. Mesmo assim, conforme observado na síntese de trabalhos do XII Congresso Brasileiro de Primatologia, ocorrido no ano passado, há uma grande concentração de trabalhos na área de Ecologia e Comportamento, sendo que pouco menos de 50 trabalhos abordaram Conservação, Reintrodução e Manejo, mostrando uma forte tendência ao longo das últimas seis edições do evento (Figura 01; Melo et al., 2007). É 1

2 notório que estudos sobre comportamento e ecologia básica são importantes, ainda mais sabendo que poucas são as espécies de nossa fauna primatológica que possuem algum conhecimento básico expressivo. Entretanto, vale ressaltar que estes estudos não são suficientes, por si só, na contribuição efetiva para aquelas espécies que se encontram em risco iminente de extinção. Há necessidade urgente em reverter esse quadro, visando o equilíbrio entre estudos básicos e aqueles aplicados, que privilegiam o manejo das espécies raras e ameaçadas e gestão de recursos financeiros e promovam ações efetivas de conservação. Ações diretas, contribuindo com a criação e implantação de Unidades de Conservação (UC s), ou indiretas, no intercâmbio de indivíduos entre populações, que possam minimizar os efeitos imprevisíveis da endogamia, por exemplo. Avaliando a Figura 02, nota-se, entretanto, um aumento significativo na participação de trabalhos no decorrer dos eventos. Certamente, isto se deve em função do aumento de primatólogos na rede nacional de cursos de pós-graduação, capacitando um contingente cada vez mais significativo de profissionais envolvidos. Os estudos primatológicos brasileiros cresceram em número e qualidade nas últimas quatro décadas (Faria, 1986; Mello, 1995). Segundo Mello (1995) isto se deve a uma série de circunstâncias como: a fundação da Sociedade Brasileira de Primatologia (1979); o Ciclo de Congressos Brasileiros de Primatologia, iniciado em 1983 e as ofertas pela Universidade de Brasília de Cursos de Especialização em Primatologia ao longo do período compreendido entre Assim, até 2007, haviam sido realizados 12 Congressos Brasileiros de Primatologia e um Congresso Internacional (o XII Congresso da Sociedade Internacional de Primatologia em Brasília em 1988). Os seis cursos de especialização foram freqüentados por 74 alunos do Brasil e de outros países sul-americanos. Porém, percebe-se que os estudos se concentram na região Sul e Sudeste, com grande volume de trabalhos envolvendo primatas da Mata Atlântica, em detrimento da rica fauna de primatas amazônicos, neste caso, com números inexpressivos de estudos envolvendo a maioria dos gêneros daquela região (Figura 03). Em relação à edição mais recente do congresso, podemos observar que a maioria dos estudos se concentra em ambientes naturais, o que é esperado tendo em vista o perfil dos estudos acima abordados. Porém, vale dizer que os trabalhos sobre metaanálise têm tido importante salto nos últimos anos, o que representa um significativo avanço em trabalhos multidisciplinares. Em 2007, além do Brasil, representantes de pelo menos 09 países enviaram trabalhos para esta edição do congresso, mostrando que apesar de ser um congresso nacional, a participação efetiva dos pesquisadores é mesmo internacional, com destaque para os Estados Unidos, México e Inglaterra. Entre os estados brasileiros, destaque para Minas Gerais, cujos representantes enviaram 74 dos 314 resumos recebidos (23,5%), seguido pelo Rio de Janeiro e São Paulo. Com menos de 20 resumos, vem todos os outros estados, com exceção de Amapá, Alagoas, Ceará, Acre e Mato Grosso, sem representantes no décimo segundo congresso. Ou seja, as espécies de primatas não são estudadas com a mesma intensidade nos diferentes estados do Brasil, havendo nítida concentração de instituições e pesquisadores localizados na região Sudeste (Figura 03). Em relação aos biomas brasileiros representados no congresso passado, a Mata Atlântica concentra 195 resumos, dos 314 avaliados, o que soma mais de 62% do total. Os trabalhos realizados no Cerrado e Floresta Amazônica, juntos, representam 21,33% apenas. Em pelo menos 11 outros ecossistemas estrangeiros, tivemos trabalhos representados em

3 Quanto às Unidades de Conservação UC s (federais, estaduais, municipais ou particulares) representadas em 2007, há 67 UC s envolvidas em estudos da nossa primatofauna. As Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN s) foram importantes áreas onde ocorreram estudos com primatas, com destaque para a RPPN Feliciano Miguel Abdala, localizada em Caratinga, Minas Gerais. Parques Estaduais, como de Carlos Botelho (SP) e da Serra do Brigadeiro (MG) também tiveram sua parcela de contribuição. Em contraste a estes números, a maior parte das UC s envolvidas é de jurisdição da União, sendo apenas 7,5% considerada UC particular, onde houve grande concentração de estudos. Apesar disso, um grande número de estudos não foi conduzido em UC s, pois este número não é representativo, já que o país possui mais de UC s, considerando todas as federais, estaduais, municipais e particulares. Mesmo sendo o Brasil o país com a maior diversidade primatológica do planeta, dos 127 táxons que se estimam ocorrer em nosso território, 78 deles tiveram estudos representados neste congresso (61,4% do total). Ou seja, ainda temos várias espécies consideradas lacunas de conhecimento, especialmente amazônicas. Dentro deste universo de espécies mais estudadas, a maioria não se encontra em risco de extinção. Dentre todas as avaliadas em 2007, nenhuma delas é considerada deficiente em dados. Consideramos premente a necessidade de estimular os estudos com as espécies consideradas criticamente em perigo, seguidas das espécies em perigo, vulneráveis e, finalmente, àquelas deficientes em dados. Somente assim entendemos que as espécies mais suscetíveis à extinção podem ter maiores chances de reversão deste quadro delicado e aquelas desconhecidas, possam ter uma melhor análise do seu status de conservação. Em todos os estudos envolvidos no ano de 2007, tivemos 210 agências financiadoras, com destaque para o CNPq e a CAPES, seguidos pelas Fundações de Amparo (FAP s) de São Paulo e do Rio de Janeiro. Organismos internacionais como a Margot Marsh Biodiversity Foundation e a Conservation International, através do Primate Action Fund (PAF) também contribuíram de maneira significativa. No congresso passado, os estudos partiram de diversas instituições de pesquisa, somando 163 ao todo, sendo que as universidades que mais se destacaram foram a USP, UFMG, UnB e PUC-MG, junto com o Centro de Primatologia do Rio de Janeiro (CPRJ). Diversas instituições estrangeiras também estavam representadas, reforçando o caráter internacional do congresso. Analisando as informações geradas, entendemos que há forte necessidade de se aplicar políticas públicas conjuntas que reforcem mais os estudos em áreas prioritárias para a conservação da nossa fauna de primatas, normalmente consideradas lacunas de conhecimento, dando ênfase aos estudos com espécies ameaçadas e deficientes em dados. Além disso, os estudos devem prever planos de manejo para espécies criticamente em perigo de extinção e reforçar a conservação in situ destes animais. Entendemos que as discrepâncias no estudo da primatofauna no Brasil só serão minimizadas caso ações conjuntas dos governos federal e estaduais sejam implantadas, de modo a superar a escassez de recursos e fortalecer grupos de pesquisas que aumentem a colaboração entre si e busquem parcerias internacionais e apoio financeiro, dando direcionamento mais efetivo e adequado aos estudos esparsos e, na sua maioria, diluídos pelo país. A seguir, faremos uma análise detalhada do estado da arte sobre a primatologia no Brasil, considerando as cincos regiões geográficas. 3

4 2- REGIÃO NORTE A Amazônia representa a maior reserva florestal da Terra (Ayres & Deutsch, 1982), possuindo uma grande diversidade de paisagens e o maior sistema hidrográfico do mundo, com grandes rios apresentando características diversas (Ayres & Clutton- Brock, 1992; Haffer, 2001). Após a chegada ao Novo Mundo, os primatas encontraram nesta região o ambiente ideal para sua diversificação, e atualmente a Amazônia possui a maior diversidade de todo o planeta (Ayres & Deutsch, 1982; Ayres & Clutton-Brock, 1992). Paradoxalmente à condição de campeã da diversidade, esta é uma das regiões do Brasil onde se verifica uma menor quantidade de pesquisas sobre este grupo de animais, com grande parte das espécies e áreas geográficas carecendo de informações básicas (Silva Júnior, 1998; Vivo, 1996). Apesar dos estudos sobre primatas neotropicais terem se intensificado a partir da segunda metade do século XX, apenas uma pequena parcela destes foi realizada na Amazônia brasileira (Melo et al., 2007). No cenário atual, observa-se uma quantidade mínima de espécies que já foram objetos de estudos de longo prazo sobre ecologia e comportamento. Entre estas, as mais estudadas, principalmente em forma de teses e dissertações, têm sido as espécies do gênero Chiropotes, além de Saguinus bicolor, Cebus apella e Cacajao calvus. As demais, como Mico argentatus, Saguinus niger, Alouatta belzebul e Ateles belzebuth, foram estudadas apenas uma ou duas vezes. Os táxons ameaçados, quase ameaçados ou deficientes em dados (Machado et al., 2005) apresentam situação semelhante, a maioria sem um único estudo de longo prazo. Muitas espécies novas (Ferrari & Lopes, 1992; Queiroz, 1992; Mittermeier et al., 1992; Roosmalen et al., 1998, 2000, 2002; Silva Júnior & Noronha, 1998), e até um gênero novo (Roosmalen & Roosmalen, 2003), foram descritos nas últimas décadas, e este número continua crescendo. Diversos táxons encontram-se atualmente em processo de descrição e outros sob investigação. A maioria dos grupos possui distribuições geográficas mal delineadas, com um grande número delas sendo corrigidas freqüentemente, a cada nova área geográfica investigada. Alguns exemplos são os trabalhos de Lopes & Ferrari (1996), Pinto & Setz (2000), Silva Júnior & Cerqueira (1998), Silva Júnior & Fernandes (1999), Silva Júnior & Martins (1999) e Oliveira et al. (2004). A maioria das revisões sistemáticas data de mais de uma década e meia, e a maior parte dos gêneros necessita de novas revisões de caráter multidisciplinar, utilizando melhores ferramentas e amostras. A situação atual se deve, em parte, ao parco incentivo à educação e pesquisa, com reflexos negativos na formação de especialistas e financiamento de projetos. Historicamente, observa-se um pequeno e mal distribuído número de pesquisadores na Amazônia. Sabe-se que pesquisadores residentes são os maiores responsáveis pelo avanço no conhecimento sobre uma dada região (Vivo, 1996). A Amazônia brasileira sempre foi carente neste sentido. Até o início do século XX, a maioria dos pesquisadores que estudaram primatas da Amazônia nunca esteve na região, e os poucos que se aventuraram a visitá-la o fizeram por curtos períodos. Na primeira metade do século XX, com a reestruturação do atual Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), observou-se pela primeira vez a presença de primatólogos residentes, com a atuação de Emílio Goeldi, Gottfried Hagmann e Eládio da Cruz Lima. Apesar da brevidade de sua permanência na região, Emílio Goeldi foi o responsável pela formação de uma coleção de mamíferos no MPEG, que hoje possui em 4

5 seu acervo uma das amostras de primatas amazônicos mais importantes do mundo. Atualmente, a Amazônia conta com três outras coleções que possuem amostras de primatas, a do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), a do Centro Nacional de Primatas (CENP), e a do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (IEPA). Só a partir da década de 1970, a Amazônia começou a contar novamente com a presença de primatólogos residentes. Durante esta década, Horacio Schneider criou o primeiro grupo de pesquisa em Primatologia da Amazônia, no Departamento de Genética da Universidade Federal do Pará (UFPA). Na mesma época, um convênio firmado entre os Ministérios da Saúde e da Agricultura, a Organização Pan-Americana da Saúde e a Organização Mundial da Saúde resultou na criação do CENP, em Ananindeua, Pará. Ao final da década de 1970 e nos anos seguintes, alguns primatólogos passaram a trabalhar ou foram estudantes de pós-graduação do INPA, como Anthony Brome Rylands, José Márcio Ayres e Wilson Spironello. Na segunda metade da década de 1980, José Márcio Ayres formou um grupo de pesquisa no MPEG, com atuação nas áreas de sistemática, biogeografia, ecologia e comportamento. Todas estas iniciativas renderam frutos, dando origem aos diversos grupos de pesquisa que se formaram posteriormente. Muitos estudantes concluíram o mestrado e o doutorado nos cursos de pós-graduação da região, conseguindo se fixar em alguma instituição regional. No entanto, observa-se ainda uma grande carência de profissionais na Amazônia. Os pesquisadores atuais possuem a tarefa de cobrir a enorme extensão da região, com muitas áreas até recentemente inacessíveis, e de atender a uma demanda crescente de estudantes interessados em abraçar a carreira de primatólogo. Apesar de todas as dificuldades, observa-se um avanço significativo no conhecimento sobre a diversidade de primatas da Amazônia, graças a essa intensificação de esforços. Nota-se também um aumento, ainda modesto, dos incentivos por parte das agências fomentadoras de pesquisas. Atualmente, sete instituições amazônicas possuem profissionais atuando em estudos com primatas, e quase todas contribuem para o aumento do conhecimento básico sobre este grupo de animais através da realização de inventários. Seis cursos de pós-graduação possuem professores que orientam estudos com primatas (Tabela 1), com destaque para o Programa de Pós-Graduação em Zoologia (MPEG/UFPA) e o Programa de Pós Graduação em Genética e Biologia Molecular (UFPA). Existe a expectativa de que os quadros de profissionais da região sejam ampliados nas próximas décadas. As perspectivas para se criar ações concretas de conservação poderiam ser enumeradas como se segue: 1. Fixação de pesquisadores e formação de recursos humanos residentes, com especial atenção aos alunos PIBIC; 2. Identificação de áreas prioritárias para a realização de inventários da diversidade, especialmente nas áreas geográficas mal ou ainda não amostradas, e áreas degradadas ou bastante ameaçadas por atividades econômicas; 3. Melhoramento das coleções; 4. Realização de estudos sistemáticos através de abordagem interdisciplinar; 5. Estudos de longo prazo, tanto das espécies ameaçadas como das espécies pouco tolerantes à degradação ambiental, além das espécies comuns. Os grupos de pesquisa do MPEG e instituições parceiras (UFPA, IEPA e Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, entre as amazônicas) buscam investigar o maior número possível de localidades da Amazônia e áreas vizinhas das regiões Nordeste e Centro-Oeste. Isto tem levado a um êxito substancial na produção de conhecimento, com a realização de inventários e estudos de longo prazo. Tais resultados constituem evidências de que este é um caminho a ser percorrido nas próximas décadas. 5

6 Espera-se que uma priorização destas ações resulte em um maior sucesso no avanço do conhecimento e em estratégias de conservação. Tabela 1. Programas de Pós-Graduação na Amazônia com orientadores em Primatologia. PROGRAMA INSTITUIÇÃO LOCAL N o de ORIENTADORES MESTRADO DOUTORADO Programa de Pós MPEG/UFPA Belém, PA 8 7 Graduação em Zoologia Programa de Pós UFPA Belém, PA 9 6 Graduação em Genética e Biologia Molecular Programa de Pós UFPA Belém, PA 3 3 Graduação em Teoria e Pesquisa do Comportamento Programa de Pós UFPA Bragança, PA 3 3 Graduação em Biologia Ambiental e Evolução Molecular Programa de Pós INPA Manaus, AM 4 4 Graduação em Biologia Tropical e Recursos Naturais- Curso de Ecologia TOTAL REGIÃO NORDESTE Mais de um terço dos 26 táxons de primatas relacionados na Lista Oficial da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, publicada em 2003 pelo Ministério do Meio Ambiente (Instrução Normativa - IN- N 03 de 27 de maio de 2003), ocorre no Nordeste do Brasil. Alguns com distribuição inteiramente restrita à região (Callicebus coimbrai, Callicebus barbarabrownae, Leontopithecus chrysomelas e Alouatta ululata), outros com parte dela (Cebus xanthosternos, Cebus kaapori, Chiropotes satanas, Alouatta guariba guariba, Cebus robustus e Callicebus melanochir). Nada menos do que dez dos 16 táxons de primatas presentes na região estão ameaçados. Reflexo natural de uma porção do país que teve a maior parte dos seus biomas profundamente alterados, durante um processo histórico de ocupação e uso territorial que ainda não encerrou. Haja vista o atual processo de desmatamento ao longo das rodovias federais que ligam São Luiz a Belém e São Luiz a Marabá, que aflige a Amazônia Maranhense, e as constantes agressões à Mata Atlântica do Sul da 6

7 Bahia, que parecem não ter fim, apesar de toda a proteção legal que goza (Kierulff et al 2005). Não esquecendo a constante redução e a perda de qualidade de habitat da Caatinga e da Mata Atlântica Setentrional. O resultado de tamanha e profunda alteração na paisagem natural do Nordeste não se reflete apenas no número de espécies ameaçadas, que, aliás, pode crescer para 12 na revisão da lista oficial, como será mencionado mais adiante, mas também na intensidade do risco de ameaça. A Lista Vermelha (UICN 2007), que divide os 26 primatas brasileiros ameaçados em três categorias de ameaça, conforme o grau de risco reconhece seis dos táxons nordestinos entre os dez primatas do Brasil considerados criticamente em perigo. Não coincidentemente, estão incluídos nessa relação os táxons endêmicos à região (à exceção de L. chrysomelas), e os primatas com grande parte da sua distribuição geográfica inserida no Nordeste, exceção feita a Chiropotes satanas. Mas, por pouco tempo, porque o agravamento da situação de desmatamento nos eixos São Luiz-Belém e São Luiz-Marabá, deverá levar a espécie a constar da categoria de criticamente em perigo da Lista Vermelha. Nesta categoria de ameaça seguramente será também adicionado Cebus flavius, espécie redescoberta em 2006, endêmica à região Nordeste e, aparentemente, restrita à pulverizada Mata Atlântica Setentrional (Oliveira & Langguth, 2006). Assim como deverá retornar à Lista Vermelha, na condição de espécie vulnerável, o Alouatta belzebul. Esta espécie possui duas populações disjuntas, uma nordestina, restrita à mesma área de ocorrência de C. flavius, e outra amazônica, que vai do Amapá até a Amazônia Maranhense (Gregorin, 2006). A situação crítica da população nordestina levou a espécie fazer parte da lista brasileira e da Lista Vermelha até 2003, quando foi retirada de ambas, em prevalência ao estado de conservação mais favorável da população amazônica. Situação hoje abalada com o desmatamento acentuado nos últimos cinco anos, nos eixos São Luiz-Belém e São Luiz-Marabá, que atingiu uma área significativa de ocupação de A. belzebul. A efetividade das medidas para conservação de espécies ameaçadas depende de uma série de fatores. O primeiro e mais fundamental deles é a qualidade da própria medida. Uma boa medida é construída sobre um forte alicerce de conhecimento científico, que inclui, além do conhecimento elementar sobre a distribuição geográfica do táxon e as áreas de ocorrência das suas populações remanescentes, o conhecimento a cerca da sua biologia (reprodução, ciclo de vida e ciclos epidemiológicos) e da sua ecologia (dieta, estrutura social, abundância e dinâmica populacional). Conhecimento que permita avaliar corretamente o estado de conservação do táxon e realizar análises de viabilidade populacional, peça chave na elaboração de um bom plano de ação. Dos dez táxons brasileiros criticamente em perigo, existe acúmulo de conhecimento suficiente para a elaboração de um plano de ação para metade deles apenas (Assis & Jerusalinsky, 2007). Neste seleto grupo, apenas um primata nordestino, Cebus xanthosternos. Os demais correspondem, portanto, aos táxons mais ameaçados do Brasil com maior carência de informação científica. A melhor situação de C. xanthosternos em termos de conhecimento disponível deve-se, sem dúvida, a sua maior proximidade a pólos científicos importantes na área de primatologia, situados na região Sudeste. Entre 1987 e 1992, a espécie foi objeto do 7

8 interesse de pesquisadores ligados à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), como Anthony Brome Rylands e Ilmar Bastos Santos, e ao Centro de Primatologia do Rio de Janeiro (CPRJ), no caso dos pesquisadores Adelmar Coimbra-Filho e Alcides Pissinatti, o que rendeu publicações importantes sobre sua distribuição e estado de conservação. Na década atual, Cecília Kierulff, vinculada ao Centro de Conservação da Fauna da Fundação Parque Zoológico de São Paulo (CECFAU), lidera um grupo de pesquisa envolvendo pesquisadores do Instituto Sócio Ambiental do Sul da Bahia (IESB) e da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), que vem desenvolvendo trabalhos que abordam aspectos populacionais, de genética e conservação da espécie. Em 2005, este grupo produziu um plano de manejo para conservação do C. xanthosternos, com análises importantes sobre a viabilidade das populações remanescentes (Kierulff et al 2005). Em 2001 foi criado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), o Centro de Proteção de Primatas Brasileiros (CPB), com o objetivo de desenvolver pesquisas e ações para conservação da fauna primatológica do Brasil. O foco de pesquisa deste Centro voltou-se prioritariamente para as espécies mais ameaçadas e com menor grau de conhecimento, por conseguinte, para as espécies nordestinas acima citadas. O Centro assumiu a liderança nas pesquisas relacionadas à distribuição geográfica, áreas de ocorrência e estado de conservação de A. ululata, C. coimbrai, C. flavius, C. kaapori, e, mais recentemente, de C. satanas, com alguns resultados já publicados (Oliveira et al., 2007). As pesquisas sobre C. coimbrai, envolvem uma parceria entre o CPB, a Universidade Federal de Sergipe (UFS), o IBAMA de Sergipe e a inédita participação da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (CODEVASF), que já rendeu um diagnóstico sobre o estado de conservação da espécie, extensão de distribuição e ocupação atuais, e uma estimativa da população remanescente (Jerusalinsky et al., 2006). Conhecimento que deverá subsidiar as análises de viabilidade populacionais. Rodrigo Printes, em 2007, defendeu tese de doutoramento na UFMG, sob orientação de Anthony Brome Rylands, abordando a distribuição geográfica, áreas de ocorrência e status taxonômico de C. barbarabrownae. Estas duas espécies de Callicebus são alvo de estudos em genética por Leandro Jerusalinsky, em projeto de doutorado, sob orientação de Stephen Ferrari, envolvendo a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e o CPB. Em ecologia, há quatro projetos de pós-gradução em curso sobre C. coimbrai, sob a orientação de Stephen Ferrari, envolvendo a UFS e CPB. Outro projeto de doutoramento em ecologia, envolvendo a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ/USP) e CPB, está em desenvolvimento com C. flavius, que também é objeto de estudo na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Referente à C. kaapori, está em desenvolvimento um projeto de doutorado na Universidade Federal do Pará (UFPA), sob orientação conjunta de José de Souza Silva Jr. (Museu Paraense Emílio Goeldi MPEG) e Cecília Kierulff. Em 2006, Liza Veiga concluiu doutoramento na UFPA, sob orientação de Stephen Ferrari, em ecologia de C. satanas, tendo já publicado alguns trabalhos relacionados à tese. Há lacunas de informação científica importantes a serem preenchidas, para que seja possível a elaboração de planos de ação em médio prazo, contemplando todas as espécies nordestinas ameaçadas de extinção. Tais lacunas referem-se não necessariamente a falta de informação, tendo em vista que os trabalhos acima citados 8

9 em andamento tendem a suprir parte substancial da escassez atual de conhecimento. As lacunas dizem respeito, especialmente, à completa ausência de estudos para suprir informações que não estão disponíveis. Esta ausência de trabalhos acadêmicos e científicos abrange, de forma categórica, o conhecimento sobre a ecologia de A. ululata e C. barbarabrownae, assim como as análises de viabilidade populacional para todas as espécies já mencionadas, à exceção apenas de C. xanthosternos e, apostando na continuidade do ensaio já realizado, também de C. coimbrai. A maior lacuna, porém, está no conhecimento acerca de Alouatta guariba guariba, com escassez de informações em todas as áreas de pesquisa abordadas, inclusive seu status taxonômico. A prioridade de pesquisa para conservação dos primatas nordestinos está, portanto, na busca sistemática pelo preenchimento destas lacunas. 4- REGIÃO CENTRO-OESTE As pesquisas com primatas no Centro-Oeste brasileiro tiveram início com os trabalhos pioneiros, em campo e cativeiro, dos professores Milton Thiago de Mello e Dóris Dantos de Faria, pela Universidade de Brasília a partir do início da década de 80. Nas últimas décadas os trabalhos com as diferentes espécies de primatas desta região também atingiram números representativos [para citar alguns exemplos temos: (Callithrix penicillata: Vilela & Faria, 1993; Álvares & Santee, 1999; Miranda & Faria, 2001; Odalia-Rímoli et al., 2002; Rímoli et al., 2002; Odalia-Rímoli & Rímoli, 2007; Alouatta caraya: Santini, 1985, 1986; Melo & Júnior, 2000; Godoy et. al., 2004; Cebus libidinosus: Mendes et al., 1999; Mendes & Marquezan, 2000; Cebus cay: Rímoli et al., 2002, 2005)]. Atualmente, um número relevante de Universidades Públicas e Privadas do Centro-Oeste desenvolve pesquisas em várias áreas do conhecimento. Nesta região, os Biomas Cerrado, Pantanal e Amazônia (Ab Saber, 2003) sofreram grande processo de degradação ambiental a partir da grande expansão territorial e agropastoril iniciada no fim da década de 50 e início da década de 60 (Saraiva et al., 1998; Capobianco, 2002, Cerqueira et al., 2002; Constantino et al., 2002; Vieira et al., 2002). Inserido num contexto conservacionista, o objetivo deste tópico é apresentar as espécies de primatas encontradas nos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal, as instituições e áreas de atuação da primatologia no Centro- Oeste brasileiro (Tabela 2), e evidenciar as perspectivas de pesquisa que poderão ser realizadas para as próximas décadas do século XXI. Os três Estados do Centro-Oeste brasileiro possuem ecossistemas e mosaicos vegetacionais que compõem três Biomas principais: o Cerrado, o Pantanal e a Amazônia (Ab Saber, 2003). O Bioma Amazônia ocupa a totalidade de cinco unidades da federação (Acre, Amapá, Amazonas, Pará e Roraima), grande parte de Rondônia (98,8%), mais da metade de Mato Grosso (54%), além de parte de Maranhão (34%) e Tocantins (9%). O Bioma Cerrado ocupa a totalidade do Distrito Federal, quase a totalidade do estado de Goiás (97%), mais da metade dos estados do Maranhão (65%), Mato Grosso do Sul (61%), Minas Gerais (57%) e grande parte de Tocantins (91%), além de porções de outros seis estados. O Bioma Pantanal está presente em dois estados: ocupa 25% do Mato Grosso do Sul e 7% do Mato Grosso. 9

10 Vivem nestes Biomas 22 espécies de primatas assim distribuídas: Mato Grosso [10 gêneros e 19 espécies (Atelíneos: Alouatta belzebul discolor; Alouatta seniculus seniculus; Alouatta caraya; Ateles chamek; Ateles marginatus; Lagothrix cana cana); (Calicebíneos: Callicebus cinerascens; Callicebus pallescens); (Cebíneos: Cebus apella; Cebus cay; Saimiri ustus; Saimiri boliviensis); (Aotíneos: Aotus azarai; Aotus nigriceps); (Pitecíneos: Chiropotes albinasus; Pithecia irrorata irrorata); (Calitriquíneos: Mico intermedius; Mico emiliae; Mico melanurus)]; Mato Grosso do Sul [6 gêneros e 6 espécies (Atelíneos: Alouatta caraya); (Cebíneos: Cebus cay); (Aotíneos: Aotus azarai); (Calicebíneos: Callicebus donacophilus); (Calitriquíneos: Mico melanurus; Callithrix penicillata)]; Goiás & Distrito Federal [3 gêneros e 3 espécies, (Atelíneos: Alouatta caraya); (Cebíneos: Cebus libidinosus); (Calitriquíneos: Callithrix penicillata)]. A partir do fim da década de 50 e início da década de 60, os Estados do Centro- Oeste brasileiro, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e o Distrito Federal, passaram a sofrer forte ação antrópica através de grande expansão territorial e agrícola (Saraiva et al., 1998; Capobianco, 2002, Cerqueira et al., 2002; Constantino et al., 2002; Vieira et al., 2002). Assim, nos diferentes biomas, foram produzidos fragmentos florestais isolados, de tamanhos variados e que alteraram direta e drasticamente as condições de vida tanto das espécies de primatas, quanto de um grande número de animais e vegetais. Muitas destas espécies correm riscos de extinção (MMA, 1998, 1999; Mittermeier et al., 1999; Machado et al., 2005). Somente a partir de 1980, iniciaram-se as pesquisas de campo com primatas e passou-se a entender melhor tanto a ecologia quanto o comportamento, principalmente das espécies que viviam nas circunvizinhanças de Brasília, Callithrix penicillata, Alouatta caraya e Cebus libidinosus (Santini, 1985, 1986; Vilela & Faria, 1993). Atualmente, um conjunto relevante de instituições universitárias trabalha com pesquisas primatológicas no Centro-Oeste. A Tabela 2, logo abaixo, nos apresenta alguns exemplos de programas que têm como objetivo formar cientistas com amplo poder de inovação e conhecimento teórico e técnico em ecologia e comportamento, buscando o fortalececimento da pesquisa primatológica na região Centro-Oeste, principalmente no Pantanal e no Cerrado, e gerando novos conhecimentos e soluções para o uso sustentável dos recursos naturais e para o desenvolvimento das atividades humanas. Tabela 2. Instituições, Cursos, Áreas de Concentração onde são desenvolvidos estudos com primatas no Centro-Oeste brasileiros. INSTITUIÇÃO Curso Área de Concentração Universidade de Brasília (UnB) Mestrado e Doutorado Grupo Taxonômico de interesse Principais Linhas de Pesquisa Biologia Animal Platyrrhini (1) Etologia alimentar de Callithrix penicillata. (2) Comportamento e padrões fisiológicos em primatas (3) Estresse em ambiente natural. (4) Estresse e enriquecimento ambiental em cativeiro. Área de interesse na primatologia : Ecologia comportamental; Neuroetologia do Estresse. Local Departamento de Ciências Fisiológicas, Instituto de Biologia, Universidade de Brasília, Brasília, DF, , Universidade de Brasília (UnB) Mestrado e Doutorado Neurociências e Comportamento Platyrrhini Ilusões visuais; Preenchimento perceptual no sistema visual Visão de Cores Aspectos Ecologógicos e Comportamentais de Cebus apella Universidade de Brasília: Campus Universitario Darcy Ribeiro Asa Norte CEP:

11 Universidade Católica de Goiás (UCG) Mestrado e Doutorado Etologia Todos os primatas neotropicais, especialmente Atelídeos (Brachyteles e Alouatta) e Cebídeos (Cebus) Etologia Animal e Humana Comportamento social, comunicação vocal, cognição, socioecologia Brasilia, DF Universidade Federal de Goiás (UFG) Univeridade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) Mestrado e Doutorado Mestrado e Doutorado Mestrado Ecologia e Evolução Ecologia e Conservação Ecologia e Conservação de Mamíferos Primatas do Cerrado e da Mata Atlântica Primatas do Cerrado e Pantanal Primatas da Amazônia, Cerrado e Pantanal Ecologia, distribuição geográfica e conservação de espécies ameaçadas Ecologia e comportamento de primatas neotropicaiss Núcleo Interdisciplinar de Estudos Faunisticos Ecologia de primatas neotropicais; Biologia da conservação Comportamento, ecologia, manejo e conservação Comportamento, ecologia, manejo e conservação Universidade Federal de Goiás; Campus de Jataí; Br 364, Km 192, Parque Industrial; Jataí, Goiás CEP: Telefone: Universidade Federal de Mato Grosso, Departamento de Biologia e Zoologia; Av. Fernando Correa da Costa s/n; CEP: ; Cuiabá, MT Apesar da importância das pesquisas nessas instituições cujo maior número de projetos encontra-se na Universidade de Brasília, a quase totalidade das espécies do Mato Grosso, por exemplo, exceção feita para Alouatta belzebul discolor (Pinto, 2002) é quase desconhecida da comunidade científica. Como as espécies encontram-se ameaçadas com a forte ação antrópica na região, acreditamos que o conhecimento detalhado da ecologia e do comportamento somente será viabilizado juntamente com estratégias conservacionistas que visem apresentar subsídios tanto para a conservação dos primatas como para os respectivos Biomas, como forma de estimular as pesquisas que deverão ocorrer no Centro-Oeste brasileiro nas próximas décadas. A conservação de primatas do Centro-Oeste brasileiro é uma questão crítica na atualidade. Assim, para que pesquisas possam ser desenvolvidas, nas diferentes áreas do conhecimento, o objetivo maior está em produzir informações sobre o status das populações nativas e monitorar tanto populações cativas quanto nativas. Necessita-se, portanto, providenciar informações que corroborem com a legislação que auxilie na conservação e no manejo das espécies. Uma das estratégias está em identificar áreas prioritárias para a conservação dos primatas e respectivos habitats e reforçar a importância da manutenção das áreas de conservação já existentes. As áreas destinadas à conservação de primatas poderão levar em consideração a abordagem sobre Unidades de Conservação no Cerrado e Pantanal baseada no sistema de unidades de terra desenvolvido pela EMBRAPA (MMA, 1998, 1999), que divide a região em pouco mais de 100 compartimentos. Como recomendação geral, propõe-se o estabelecimento de pelo menos uma unidade de conservação de uso indireto em cada porção, com tamanho suficiente para garantir sua viabilidade ecológica. Nesses relatórios (MMA, 1998, 1999; Vieira et al., 2002) foi demonstrado a carência de unidades de conservação para o Centro-Oeste, e, então, foram indicadas as seguintes áreas prioritárias para a criação de novas unidades de conservação de uso indireto e que poderão auxiliar na conservação das espécies de primatas: Mato Grosso: A Serra no Pantanal do Rio das Mortes; O vale do Aricaçu, Chapada dos Guimarães; Uma grande área contendo as planícies inundáveis entre o rio 11

12 Araguaia e o rio das Mortes; A ampliação da área protegida na serra das Araras; A ampliação do Parque Nacional do Pantanal Mato-Grossense; A Serra dos Caiabis; Uma área de grande porte na Serra do Roncador; A Serra do Cachimbo, Pará / Mato Grosso. Goiás: A criação de área de uso direto na região da Chapada dos Veadeiros; Recomenda-se atuar para viabilizar a interligação deste parque com outras áreas protegidas da região, públicas e particulares; A criação de área de uso direto na região do alto Araguaia, município de Baliza; A ampliação da área do Parque Estadual da Terra Ronca, município de São Domingos de Goiás, para não menos ha; A adoção de medidas visando a proteção de áreas importantes remanescentes no entorno do Parque Nacional das Emas, contíguas ou não, bem como para diminuir a pressão naqueles locais onde a área cultivada chega até os limites do Parque. Mato Grosso do Sul: Criar uma ou duas unidades de conservação de grande porte em cada uma das 9 sub-regiões do Pantanal; Pelo menos duas delas devem ter área superior a ha; Sugestão de uma unidade com área de cerca de ha no Pantanal da Nhecolândia; Preservação do maciço do Urucum, município de Corumbá; - Uma área de grande porte para a Serra da Bodoquena (MS); A Serra de Maracaju e vale do rio Taboco, no município de Aquidauana. Estudos da organização não-governamental Conservação Internacional (CI- Brasil) indicam que o Cerrado deve desaparecer até Dos 204 milhões de hectares originais, 57% já foram completamente destruídos e a metade das áreas remanescentes estão bastante alteradas, podendo não mais servir à conservação da biodiversidade. A taxa anual de desmatamento no bioma é alarmante, chegando a 1,5%, ou 3 milhões de hectares/ano. As principais pressões sobre o Cerrado são: a expansão da fronteira agrícola, as queimadas e o crescimento não planejado das áreas urbanas. A degradação é maior no Estado de Mato Grosso do Sul, Goiás e Mato Grosso. Essas conclusões são o resultado de um estudo, feito a partir de imagens satélites, pela parceria da CI-Brasil com a ONG Oréades, que tem sede em Mineiros (GO). Assim, segundo esses estudos e de acordo com os relatórios do Ministério do Meio Ambiente (1998, 1999), os Corredores de Biodiversidade evitariam o isolamento das áreas protegidas, garantindo o trânsito de espécies por um mosaico de unidades ambientalmente sustentáveis - parques, reservas públicas ou privadas, terras indígenas, além de propriedades rurais que desenvolvem atividades produtivas resguardando áreas naturais. Então, levando-se em consideração o contexto da conservação, são descritas abaixo sugestões necessárias para uma ampla distribuição de perspectivas e atividades relacionadas à conservação de primatas. Portanto, dever-se-ia focar todos os aspectos da conservação dos primatas, incluindo: 1- Levantamentos e censos rápidos, no curto prazo, e no longo prazo, serão fundamentais para se identificar áreas importantes para a conservação de primatas ameaçados e para poder se avaliar o status de conservação (distribuição; tamanho de população, fragmentação e ameaça para a conservação); 2- Monitorar as populações de primatas nas e fora de áreas protegidas, levantamentos e inventariamentos populacionais fazem-se necessários; 3- Avaliar quais pesquisa de campo já foram desenvolvidas para se poder interpretar os vários aspectos da biologia das espécies e de sua relevância para a conservação das pesquisas aplicadas; 12

13 4- Compreender o conflito entre primatas não humanos e humanos e promover um melhor conhecimento das espécies e dos problemas que eles apresentam através da educação para a conservação e do envolvimento das comunidades; 5- Desenvolver relevantes planos de Educação Ambiental para a conservação; Aumentar o entendimento do status de conservação dos primatas e os papéis que eles desempenham na natureza será importante para o desenvolvimento de programas viáveis de conservação. Onde as pessoas são partes do problema, face aos primatas (caça, conflitos, destruição de habitats, etc.) elas também podem ter parte da solução. Aumentando seu estado de consciência (ex. distribuição muito limitada de muitos primatas, seu benefício para a floresta através da dispersão de sementes), compreendendo o uso de recursos pelas comunidades próximas aos habitats; a interpretação do papel que os primatas de cativeiro podem desempenhar na conservação são questões que podem ser respondidas pela educação ambiental; 6- Tipos de projetos: santuários para primatas; políticas educacionais através da capacitação de profissionais envolvidos com a vida selvagem e do envolvimento com o público; construção de salas para as Estratégicas de Educação Ambiental; produção e distribuição de material educacional em ecologia, comportamento e conservação nas regiões circunvizinhas às áreas de proteção (folders, vídeos, slides, CDs e pôsteres), 7- Treinamento/Capacitação (Cursos e Treinamentos); 8- Implantação de unidades laboratoriais nas IES aplicadas à pesquisa; 9- Consolidação de grupos de pesquisas na região Centro-Oeste; 10- Treinamento da equipe de campo em técnicas de censo e captura por métodos menos impactantes às populações; 11- Integração de métodos demográficos e genéticos no estudo de populações sob impacto antrópico; 12- Obtenção de informações sobre os grupos de primatas do Oeste de Mato Grosso do Sul, Norte de Mato Grosso e ao longo de Goiás, ameaçados de extinção, 13- Obtenção de dados sobre a conservação de populações fragmentadas na Amazônia Mato Grossense e, também, sobre a tolerância à perturbação de habitats em fragmentos florestais na região Centro-Oeste; 14- Obtenção de dados comparativos das populações de primatas com outras populações da região Centro-Oeste no contexto da fragmentação de habitat. Como deve ser o caso de Mico melanurus em MS e MT. 15- Muitas organizações não governamentais, universidades, e zoológicos e centro de pesquisa deverão ser ativas na pesquisa, no treinamento e nas estratégias de conservação dos primatas. Desta maneira poderemos construir insights para uma ampla distribuição de perspectivas e atividades relacionadas à conservação de primatas. 5- REGIÃO SUDESTE A região Sudeste é formada pelos estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo e é cortada, em sua parte meridional, pelo Trópico de Capricórnio, o que lhe confere caráter nitidamente tropical do ponto de vista climático. O relevo, porém, atenua em amplas áreas, as condições térmicas decorrentes da localização geográfica dessa região. No conjunto, essa é a área mais acidentada do país. Serras e escarpas de planalto, como as serras do Mar e da Mantiqueira, podem ter altitudes superiores a 2 mil metros. Por exemplo, o ponto mais elevado do Planalto 13

14 Brasileiro é o Pico da Bandeira (2.890 m.), localizado junto aos limites dos estados do Espírito Santo e Minas Gerais (Olic, 2008). A Região Sudeste apresenta áreas representativas dos seguintes ecossistemas: Área Costeira, Mata Atlântica, Floresta Estacional Semi-Decídua, Cerrado e Caatinga e com exceção da primeira todas as outras abrigam populações de primatas. As formações vegetais originais desses cinco ecossistemas foram, em sua maior parte, drasticamente devastadas pelo intenso processo de ocupação humana e valorização econômica por que a região Sudeste passou, especialmente nos últimos dois séculos (Dean, 1995). Nos diferentes ecossistemas da região Sudeste ocorrem um total de 18 espécies, 8 genêros e 4 familias de Primatas Neotropicais (Tabela 3). TABELA 3. Primatas de ocorrência na Região Sudeste do Brasil Espécie / Subespécie (a) Nome Vulgar Família Categoria de Ameaça IUCN, 1996 (c) Estado de Ocorrência Alouatta guariba guariba (Humboldt, 1812) Bugio-marrom Atelidae CR MG, ES,RJ Alouatta guariba clamitans Cabrera, 1940 Barbado, bugio, guariba Atelidae VU MG,SP,RJ, Alouatta caraya (Humboldt, 1812) Bugio-preto Atelidae LR MG, SP Brachyteles hypoxanthus (Kuhl, 1820) Muriqui-do-Norte Atelidae EN MG, ES, RJ (?) B. arachnoides (É.Geoffroy, 1806) Muriqui-do-Sul Atelidae EN SP, RJ, PR Callicebus melanochir Wied-Neuwied, 1820 Sauá-do-Sul-da-Bahia Pitheciidae VU MG Callicebus nigrifrons (Spix, 1823) Sauá, güigó Pitheciidae VU MG,RJ, SP Callicebus personatus (É. Geoffroy, 1812) Sauá-do-Espírito-Santo Pitheciidae VU MG, ES, RJ Cebus libidinosus libidinosus Spix, 1823 Macaco-prego-do- Cerrado Cebidae LR SP, MG,RJ Cebus nigritus nigritus(goldfuss, 1809) Macaco-prego Cebidae LR MG, ES Cebus nigritus robustus (Kuhl, 1820) Macaco-prego-de-cristas Cebidae VU MG Cebus xanthosternos (Wied-Neuwied, 1826) Macaco-prego-do-peitoamarelo Cebidae CR MG Callithrix aurita (É. Geoffroy in Humboldt, 1812) Sagüí-da serra Callitrichidae EN MG, SP, RJ Callithrix flaviceps (Thomas, 1823) Sagüí-taquara Callitrichidae EN MG, ES Callithrix geoffroyi (É. Geoffroy in Humboldt, 1812) Sagüí-de-cara -branca Callitrichidae VU MG, ES 14

15 Espécie / Subespécie (a) Nome Vulgar Família Categoria de Ameaça IUCN, 1996 (c) Estado de Ocorrência Callithrix kuhlii (Coimbra Filho, 1985) sagüí-de-wied Callitrichidae LR MG, RJ Callithrix penicillata (É. Geoffroy, 1812) Mico-estrela Callitrichidae LR MG, RJ Leontopithecus caissara (Lorini e Persson, 1990) Mico leãoda cara preta Callitrichidae EN SP,PR Leontopithecus chrysopygus (Mikan, 1823) Mico leão preto Callitrichidae EN SP Leontopithecus rosalia ( Linnaeus, 1766 ) Mico leão dourado Callitrichidae EN RJ a) Rylands et al. (2000); (b) Coimbra Filho & Mittermeier (1981) e Mittermeier et al. (1988); (c) Machado et al. (1998): CR Criticamente em Perigo, EN Em Perigo, VU Vulnerável e LR Baixo Risco. A região sudeste concentra o maior numero de universidades e centros de pesquisa do Brasil. Embora a contribuição destes centros acadêmicos, todavia seja insipiente em perspectiva ao numero de táxons e suas respectivas áreas de ocorrência (Tabela 3), foi a partir desta região do Brasil que ocorreu acentuado desenvolvimento das ciências primatológicas, resultando na capacitação de diversos cientistas hoje expoentes em projetos e programas de pesquisa de primeira relevância, incluindo localidades externas à Região Sudeste. Os principais exemplos de centros acadêmicos e pesquisadores que contribuíram e que se encontram, em sua maioria, ativos nos dias de hoje na capacitação das novas gerações de primatólogos são: Universidade Federal de Minas Gerais (Prof. Célio Valle; Prof. Dr. Anthony Rylands), Centro de Primatologia do Rio de Janeiro (Dr. Adelmar Coimbra-Filho e Dr. Alcides Pissinatti), Universidade de São Paulo (Prof. Dr. César Ades), Universidade de Campinas (Prof. Dra Eleonore Setz) entre outros. Associados às instituições e cientistas estrangeiros desde ao redor de com destaque para os estudos iniciados com os gêneros Lentopithecus e Brachyteles, as instituições da Região Sudeste contribuíram para um significativo avanço e desenvolvimento da Primatologia brasileira fornecendo treinamento e capacitação de jovens profissionais e conservacionistas. São poucas as espécies de primatas que são objeto de estudos sistemáticos de longo prazo no Sudeste do Brasil. Exceto os dois gêneros endêmicos da Mata Atlântica e criticamente ameaçados de extinção, Brachyteles spp. e Leontopithecus spp., cuja a totalidade de suas espécies recebem estudos de longo prazo nos Estados de São Paulo (Brachyteles arachnoides, Leontopithecus caissara e Leontopithecus chrysopygus), Rio de Janeiro (Leontopithecus rosalia), Minas Gerais (Brachyteles hypoxanthus), os outros gêneros carecem de estudos sistemáticos. Embora uma compilação abrangendo todos os trabalhos realizados, ou em andamento, com primatas na Região Sudeste seja requerida, de forma geral, observa-se que trabalhos acadêmicos de graduação e pós graduação investigaram principalmente Alouatta spp. e Cebus spp., com uma menor quantidade de trabalhos disponíveis, ou mesmo em andamento, para os gêneros Callicebus spp. e Callithrix spp. Diferentes contextos convergem na região Sudeste: no contexto acadêmico a Região Sudeste concentra o maior contingente de Instituições, no contexto biológico, 15

16 diversas áreas e populações selvagens de primatas, todavia, no contexto conservacionista, a maioria das espécies estão sob algum grau direto de ameaça. Abaixo, são listadas as ações mais prioritárias para a pesquisa aplicada a conservação de primatas na Região Sudeste: 1- Levantamentos de populações remanescentes de espécies de primatas selvagens, com foco inicial nas espécies ameaçadas e, concomitante, amostragem de espécies não ameaçadas. Atualmente, não existem dados precisos sobre quais são as espécies, sua distribuição geográfica ou o status de ameaça destas populações. 2- Monitorar as populações de primatas em áreas protegidas, procedendo a levantamentos e inventários populacionais, quando necessários; 3- Implantar programas de Educação Ambiental de longa duração para aqueles remanescentes naturais significativos de ecossistemas do Sudeste, utilizando espécies bandeira da conservação como elemento aglutinador de interesse comunitário e que vise, ultimamente, a geração de renda para as comunidades do entorno. 4- Estudos de hábitos de caça de espécies de primatas nos diferentes habitats da Região Sudeste visando gerar conhecimento acerca destas práticas bem como a concepção de medidas e mecanismos mitigadores da ocorrência destas práticas. 5- Reforço das leis ambientais, principalmente visando incentivar a cultura comercial de palmito pupunha e, elaboração de mecanismos que mitiguem o extrativismo do palmito jussara (Euterpe edulis), cuja extração ilegal ameaça diretamente populações de primatas através de caça ilegal. 6- Investimentos continuados no treinamento e capacitação de estudantes, jovens pesquisadores, gestores e analistas de Instituições púbicas e privadas estaduais e federais de origem governamental ou não governamental a fim de possibilitar a realização de projetos, por exemplo, com a aplicação de mecanismos de desenvolvimento limpo visando fomentar estratégias de pesquisa, educação e conservação da fauna e flora da Região Sudeste. 6- REGIÃO SUL Na região sul do Brasil há cinco espécies autóctones de primatas não humanos: o bugio-ruivo (Alouatta clamitans, Cabrera, 1940), o bugio-preto (Alouatta caraya, Humboldt, 1812), o macaco-prego (Cebus nigritus, Goldfuss, 1809), o muriqui (Brachyteles arachnoides, É Geoffroy, 1806) e o mico-leão-da-cara-preta (Leontophitecus caissara, Lorini & Persson, 1990). Todas essas espécies ocorrem no estado do Paraná (Passos et al., 2007) enquanto que em Santa Catarina e Rio Grande do Sul temos as duas espécies de bugios e o macaco-prego (Cherem, 2004; Prates et al. 1994). Com exceção de A. caraya, que ocorre na região de cerrado e mata ciliar, as demais são espécies endêmicas de Mata atlântica e ecossistemas associados. Todas as demais constam na lista de espécies brasileiras ameaçadas de extinção, como Leontophitecus caissara, que é considerado criticamente em perigo e Brachyteles arachnoides, que é classificado como em perigo, ou na lista de espécies quase ameaçadas como Alouatta clamitans e Cebus nigritus (Machado et al., 2005). Apesar de uma riqueza de espécies relativamente baixa, quando comparada com outras regiões, o sul apresenta peculiaridades interessantes para pesquisas sobre biogeografia (Bicca-Marques, 1990; Printes et al.,2001, Codenotti et al., 2002; Koehler et al., 2005; Aguiar et al. 2007), bem como sobre a flexibilidade comportamental e 16

17 ecológicas das espécies frente a condições climáticas extremas (Prates et al., 1990; Jardim & Oliveira, 2000; Miranda et al., 2004.; Miranda et al., 2005). Além destas questões, a fragmentação acentuada dos hábitats tem gerado muita preocupação entre os pesquisadores levando a necessidade da avaliação dos possíveis impactos sobre as populações naturais de primatas (Printes, 1999; Ribeiro & Bicca-Marques, 2005; Aguiar et al., 2007; Silva & Codenotti, 2007). Procuramos relatar aqui o desenvolvimento e situação atual, lacunas e perspectivas futuras da pesquisa primatológica na região sul do Brasil. Para avaliar a evolução e a situação atual da pesquisa primatológica na região sul foram considerados os artigos publicados, no período de 1969 à 2007, em periódicos nacionais e internacionais e no livro A Primatologia no Brasil. Foram encontrados 83 artigos, sendo 41 realizados no Rio Grande do Sul, 32 no Paraná e 10 em Santa Catarina. Apesar do período de tempo abrangido no levantamento, podemos considerar que o surgimento efetivo da primatologia na região sul se deu a partir da década de 80 no Rio Grande do Sul e da década de 90 no Paraná e Santa Catarina. Nos últimos anos houve um incremento no número de publicações, especialmente nos estados do Paraná e Rio Grande do Sul (Figura 4). A espécie mais estudada até o presente foi o bugio-ruivo (Alouatta clamitans) e a maior parte dos artigos trata de comportamento e ecologia (Figura 5). Também foi observado que os estudos têm se concentrado em poucos locais. No Paraná se destacam os municípios de Balsa Nova para Alouatta clamitans e Porto Rico para Alouatta caraya. Em Santa Catarina, a maior parte dos estudos sobre Alouatta clamitans foi realizada em Indaial. No Rio Grande do Sul, os locais mais estudados foram os municípios de Porto Alegre e Viamão para Alouatta guariba e Alegrete para Alouatta caraya. A região sul tem um papel importante na primatologia devido ao grande potencial de formação de recursos humanos. Há atualmente grupos de pesquisa consolidados em todos os Estados da Região. Além disso, primatólogos formados na região sul têm realizado pesquisas em outros estados brasileiros e algumas vezes foram incorporados por importantes instituições de pesquisa ao longo do país. Entretanto o aproveitamento regional desses recursos humanos é limitado, tendo em vista a pouca capacidade de absorção dos profissionais formados pelas Instituições de pesquisa. Torna-se necessário à abertura de novas vagas em Universidades públicas e/ou particulares visando o aproveitamento desses pesquisadores. As principais lacunas identificadas, relativas às espécies, foram: a) carência de informações sobre Cebus nigritus nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul; b) ausência de informações sobre Alouatta caraya em Santa Catarina; c) necessidade de maiores estudos sobre as espécies ameaçadas Brachyteles arachnoides e Leontopithecus caissara no estado do Paraná. Considerando as áreas de conhecimento, identificamos como prioridades ou necessidades: a) a realização de estudos biogeográficos principalmente em Santa Catarina; b) estudos de ecologia de populações (demografia, dinâmica populacional e estimativas populacionais) para poder se avaliar adequadamente o status de conservação das espécies; c) a análise dos efeitos dos principais fatores de ameaça às populações para direcionar esforços de manejo visando à conservação e d) a avaliação dos possíveis impactos de espécies introduzidas de primatas, no caso dos estados do Paraná e Santa Catarina. 17

18 É esperado que nos próximos anos novos estudos venham a cobrir as lacunas anteriormente citadas. Porém também é necessário fazer frente aos novos desafios que provavelmente afetarão as espécies de primatas da região. Atualmente as populações vivem em fragmentos, alguns grandes (normalmente unidades de conservação), outros médios ou muitos pequenos. As populações em fragmentos estão sujeitas a uma série de fatores que as tornam mais suscetíveis à extinção (Gilpin & Soulé, 1986). O aumento na estocasticidade ambiental pode acentuar o declínio populacional numa paisagem fragmentada, por exemplo. Também devemos estar atentos, em longo prazo, a possíveis alterações fitogeográficas relacionadas às mudanças climáticas e suas conseqüências para o hábitat das espécies. Nesse sentido, faz-se necessária a existência de programas de monitoramento de populações, dentro e fora de unidades de conservação. Outras questões relevantes que poderão merecer a atenção dos pesquisadores são: a eficiência do sistema de unidades de conservação em termos de garantir a manutenção de populações viáveis de primatas; a efetividade dos prováveis corredores; o papel desempenhado pelos ambientes manejados, tais como áreas de fruticultura e florestas exóticas, na conservação de metapopulações; a influência do parasitismo na regulação de populações isoladas em fragmentos e sem predadores; a viabilidade de estabelecer uma coexistência pacífica entre primatas humanos e não-humanos. O conflito entre populações humanas e primatas não-humanos, principalmente na periferia dos grandes centros da região sul, deverá ser cada vez maior. Problemas como os documentados pelo Programa Macacos Urbanos (Printes, 1999; Lokschin et al., 2007), tais como eletroplessão de primatas, predação por cães e excesso de parasitismo, deverão aumentar em função da expansão urbana. Qual a postura que os pesquisadores deverão adotar frente a esses novos desafios? Acreditamos que, além de muita pesquisa, seja necessária disposição para trabalhar em grupo e flexibilidade para atuar em frentes diversas. São exemplos a educação para a conservação, através do desenvolvimento de programas de educação ambiental pelos grupos de pesquisa e a atuação política, através do envolvimento de pesquisadores em fóruns de gestão pública, visando uma maior aproximação entre especialistas e tomadores de decisão. 7- BIBLIOGRAFIA AB SÁBER, A Os domínios de natureza no Brasil, potencialidades paisagísticas. São Paulo: Ateliê Editorial, 159 pp. AGUIAR, L.M.; LUDWIG, G.; SVOBODA, W.K.; HILST, C.L.S.; NAVARRO, I.T. & PASSOS, F Occurence, local extinction and conservation of Primates in the corridor of the Upper Paraná River, with notes on other mammals. Revista Brasileira de Zoologia 24 (4): ÁLVARES, S. DE A. & SANTEE, D. P Avaliação preliminar do repertório vocal de um grupo de micos-estrêla (Callithrix penicillata) em ambiente natrual. In: Mendes, S. L. (Ed.) IX Congresso Brasileiro de Primatologia, Santa Teresa, Espírito Santo, Brasil. Resumo, p. 35. ASSIS, A.B. & JERUSALINSKY, L Primatas brasileiros criticamente em perigo de extinção: lacunas de informação, p In: Melo, F. R. et al. (Orgs.) CD- ROM de resumos do XII Congresso Brasileiro de Primatologia. Belo Horizonte, SBPr/PUC-Minas. 18

19 AYRES, J.M. & CLUTTON-BROCK, T.H River boundaries and species range size in Amazonian primates. The American Naturalist 140: AYRES, J.M. & DEUTSCH, L.A Os macacos da região amazônica. Revista Geográfica Universal 87: BERNARDES, A. T., MACHADO, A. B. M. & RYLANDS, A. B Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Belo Horizonte, MG: Fundação Biodiversitas para a conservação da Diversidade Biológica. 62 p. BICCA-MARQUES, J. C A new southern limit for the distribution of Alouatta caraya in Rio Grande do Sul State, Brasil. Primates 31(3): CAPOBIANCO, J. P. R. Biomas Brasileiros. In: Meio Ambiente Brasil: avanços e obstáculos pós-rio92. Organizadores Aspásia Camargo, João Paulo Ribeiro Capobianco, José Antônio Puppin de Oliveira São Paulo: Estação Liberdade: Instituto Socioambiental; Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 460 pp CERQUEIRA, R.; BRANT, A.; NASCIMENTO, M. T. & PARDINI, R Fragmentação: alguns conceitos. In: Efeitos da fragmentação sobre a biodiversidade: recomendações de políticas públicas. Ministério do Meio Ambiente, Secretaria de Biodiversidade e Florestas; Projeto de Conservação e Utilização sustentável da Diversidade Biológica Brasileira. Relatório Final, Setembro, Brasília. CHEREM, J.J.; SIMÕES-LOPES, P.C.; ALTHOFF, S. GRAIPEL, M.E Lista dos Mamíferos do Estado de Santa Catarina, Sul do Brasil. Mastozoología Neotropical 11(2): CODENOTTI, T.L.; SILVA, V.M.; ALBUQUERQUE, V.J.; CAMARGO, E.V. & SILVEIRA, R.M.M Distribuição e situação atual de conservação de Alouatta caraya (Humboldt, 1812) no Rio Grande do Sul, Brasil. Neotropical Primates 10(3): CONSTANTINO, R.; BRITEZ, R. M.; CERQUEIRA, R.; ESPÍNDOLA, E. L. G.; GRELLE, C. E. V.; LOPES, A. T. L.; NASCIMENTO; M. T.; ROCHA, O.; RODRIGUES, A. A. F.; SCARIOT, A.; SEVILHA, A. C. E TIEPOLO Causas naturais. In: Efeitos da fragmentação sobre a biodiversidade: recomendações de políticas públicas. Ministério do Meio Ambiente, Secretaria de Biodiversidade e Florestas; Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira. Relatório final, Setembro, Brasília. FARIA, D. S. de Reflexões acerca de uma primatologia brasileira. In: Milton Thiago de Mello (Ed.) A Primatologia no Brasil 2, Sociedade Brasileira de Primatologia (SBPr), pp.: FERRARI, S.F. & LOPES, M.A A new species of marmoset, genus Callithrix Erxleben, 1777 (Callitrichidae, Primates) from western Brazilian Amazonia. Goeldiana Zoologia 12: GILPIN, M.E. & SOULÉ, M.E Minimum viable populations: processes of species extinction. In: Soulé, M.E. (Ed.). Conservation Biology: the science of scarcity and diversity. Sinauer, Sunderland, p GODOY, K. C. I.; ODALIA-RÍMOLI, A. & RÍMOLI, J. Infecção por Endoparasitos em um Grupo de Bugios-Pretos (Alouatta caraya), em um Fragmento Florestal no Estado do Mato Grosso do Sul, Brasil. Neotropical primates, Washington, DC, USA, v. 12, n. 2, p ,

20 GREGORIN, R Taxonomia e variação geográfica das species do gênero Alouatta (Primates, Atelidae) no Brasil. Revista Bras. de Zoologia 23 (1): HAFFER, J Hypotheses to explain the origin of species in Amazonia. In: I.C.G. Vieira, J.M. Cardoso da Silva, D.C. Oren & M.A. D Incao (Organizadores), Diversidade biológica e cultural da Amazônia. Belém: Museu Paraense Emílio Goeldi. 421p. HILTON-TAYLOR, C., RYLANDS, A. B. & AGUIAR, J. M IUCN Red List Neotropical Primates. Neotropical Primates 12 (1): Jardim, M.M.A. & Oliveira, L.F.B Aspectos ecológicos e do comportamento de Alouatta fusca (Geoffroy, 1812) na Estação Ecológica de Aracuri, RS, Brasil. In: Alonso, C. & Languth, A. (Eds.) A Primatologia no Brasil 7, SBPr & Ed. Universitária, João Pessoa, PB, p JERUSALINSKY, L., OLIVEIRA, M.M., PEREIRA, R.F., SANTANA, V., BASTOS, P.C.R. & FERRARI, S.F Preliminary evaluation of the conservation status of Callicebus coimbrai Kobayashi & Langguth, 1999 in the brazilian state of Sergipe. Primate Conservartion 21: KIERULFF, M.C.M, SANTOS, G.R., CANALE, G.R., CARVALHO, C.E.G., CASSANO, C.R., GOUVEIA, P.S. & GATTO, C.A.F.R Plano de manejo para conservação do macaco-prego-do-peito-amarelo, Cebus xanthosternos. FNMA/PROBIO, 46p. Koehler, A.B.; Pereira, L.C.M.; Nicola, P.A.; Ângelo, A.C. & Weber, K.S., The southern muriqui, Brachyteles arachnoides in the state of Paraná, current distribution, ecology and the basis for a conservation strategy. Neotropical Primates 13(Suppl.): Lokschin, L.X.; Printes, R.C.; Cabral, J.N.H.. & Buss, G Power lines and howler conservation in Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil. Neotropical Primates 14(2): LOPES, M.A. & FERRARI, S.F Preliminary observations on the ka apor capuchin Cebus kaapori Queiroz, 1992 from eastern Brazilian Amazonia. Biological Conservation 76: MACHADO, A.B.M Lista da fauna brasileira ameaçada de extinção incluindo as espécies quase ameaçadas e deficientes em dados. A. B. M. Machado, C. S. Martins e G. M. Drummond (eds.), Fundação Biodiversitas, Belo Horizonte. MELLO, M. T. de Primatologia: Uma Fonteira em Expansão na Veterinária Mundial. Academia Brasileira de Medicina Veterinária. 59pp. MELO, F.R., HIRSCH, A., COSTA, C.G., DIAS, L.G., MOURTHÉ, I.M.C., TABACOW, F.P. & SCOSS, L.M Prioridades de pesquisa para o estudo de primatas neotropicais XII Congresso Brasileiro de Primatologia. [CD-ROM] Anais do XII Congresso Brasileiro de Primatologia. Belo Horizonte, Minas Gerais: PUC-MG e SBPr. MELO, W. F. DE & JÚNIOR, G. A. D Levantamento de ocorrências de bugiospretos (Alouatta caraya) na baía Negra do município de Corumbá. In: Encontro Internacional de Integração Técnico-Científica para o Desenvolvimento Sustentável do Cerrado e Pantanal. MENDES, F. D. C. & MARQUEZAN Orçamento de tempo gasto em atividades específicas em um grupo cativo de macacos prego (Cebus apella libidinosus): 20

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