RENTABILIDADE DO ETANOL HIDRATADO SOBRE O AÇÚCAR CAI NA PRIMEIRA SEMANA DE MAIO

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Neuza Eger Sabala
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1 Boletim Semanal sobre Tendências de Mercados Ano X 07/maio/2015 n. 444 RENTABILIDADE DO ETANOL HIDRATADO SOBRE O AÇÚCAR CAI NA PRIMEIRA SEMANA DE MAIO A finalização da primeira semana de maio mostrou uma redução nos ganhos médios do hidratado negociado no mercado físico brasileiro frente aos preços do açúcar bruto, com base na cotação de Nova York, colocados dentro da usina (Preço PVU). Entre o dia primeiro e o dia seis de maio o preço médio do hidratado negociado no mercado físico oscilou ao redor de R$ 1,42 o litro. Convertidos em centavos de dólar por tonelada e descontados os custos logísticos e operacionais do porto, esta cotação equivale a 11,54 centavos de dólar por libra-peso. No mesmo período, o preço do açúcar bruto negociado em Nova York, com base no vencimento Julho/15, oscilou ao redor de 12,76 centavos, o qual, já com os referidos descontos de fobização e logístico, passou para a média de 11,00 centavos. Neste contexto, o etanol hidratado negociado com base em Ribeirão Preto oscilou, em média, 0,53 centavos de dólar acima da cotação do açúcar bruto com base em Nova York, colocando dentro da usina. Em termos de diferença porcentual, isto representou uma vantagem média ao redor de 4,87% do biocombustível sobre a commodity dentro da usina. Este valor indica apenas à média da primeira semana. Quando abrimos os dias, podemos notar claramente momentos em que a vantagem do biocombustível era bem superior a esta média, chegando ao topo de 7,29% no início da semana. Estes valores ainda se mostram tímidos quando comparamos com o mês anterior. Na média fechada de abril o hidratado teve uma vantagem de 7,07% sobre as vendas com açúcar naquele mesmo período. Olhando exclusivamente para a primeira semana

físico brasileiro frente aos preços do açúcar bruto, com base na cotação de Nova York, colocados dentro da usina (Preço PVU).

2 nº 444 ano X 07/maio/2015 de abril, percebemos que os ganhos do hidratado sobre o açúcar eram de 6,49%.O retorno da valorização cambial a partir da primeira semana de maio junto à retomada moderada dos ganhos do açúcar no mercado internacional justificaram esta perda de vantagem do hidratado durante o período. A expectativa é que, a partir da segunda semana de maio, o hidratado volte a ampliar sua vantagem sobre o açúcar, retomando os ganhos médios ao redor de 7% até o final de maio. Etanol apresenta leves ajustes negativos em abril Com o fechamento do mês de abril e sua consolidação de dados, foi possível observar um leve ajuste negativo nas cotações do etanol anidro e hidratado. Ambos tiveram uma variabilidade média mensal muito pequena em relação ao período anterior. Este fenômeno foi explicado pelo equilíbrio de forças entre a oferta e a demanda durante o final da entressafra da cana no Centro-Sul. Se, por um lado a demanda cresceu por parte dos consumidores finais nas bombas em reflexo do aumento nos preços da gasolina, por outro a oferta acabou compensando este vetor diante do elevado volume de estoques acumulados para a entressafra. Neste sentido, o mercado acabou confortavelmente equilibrado em grande parte diante dos estoques consumidos no período. Voltando aos preços, o mês de abril registrou uma média mensal ao redor de R$ 1,38 o litro para o anidro e de R$ 1,45 o litro para o hidratado, com base nos dados levantados no mercado físico na região de Ribeirão Preto. O hidratado teve CURSOS SAFRAS Gestão Estratégica na Comercialização de Açúcar e Etanol 13 de Agosto de 2015, São Paulo/SP Inscreva-se em eventos@safras.com.br fone: por fax:

período. A expectativa é que, a partir da segunda semana de maio, o hidratado volte a ampliar sua vantagem sobre o açúcar, retomando os ganhos médios ao redor de 7% até o final de maio.

3 Nº 815 Ano nº XV 444 ano 18/setembro/2014 X 07/maio/2015 uma desvalorização média de -0,10% frente à média do mês anterior, que fora de R$ 1,46 o litro. Em termos anuais, temos uma queda mais expressiva (-4,45%) frente à média de R$ 1,53 o litro observada em abril do ano passado. Esta diferença em termos proporcionais reflete o momento mais alcooleiro da safra atual. Isto é claramente explicitado através do mix de produção acumulado até o fim da primeira quinzena de abril (dados mais recentes disponíveis), que indica uma destinação de 70% da cana moída para a fabricação do biocombustível. Olhando para o anidro, temos uma queda marginal de 0,46% quando olhamos para a média de R$ 1,38 o litro vista em março contra a média de R$ 1,39 o litro vista em abril. Em termos anuais, temos uma queda bem mais expressiva - de -10,24% - em relação ao preço de R$ 1,54 o litro praticado em abril do ano anterior. Essa diferença ocorre mesmo diante da elevação da mistura de anidro à gasolina de 25% para 27%, devido ao elevado volume de contratação prévia de etanol anidro. Com isto, o mercado físico acabou deixado em segundo plano, o que fez com que a demanda cessasse de forma exponencial.a nossa expectativa é que, ao final de maio, o hidratado se consolide na região de R$ 1,40 o litro, caindo 4% em relação ao início do mês, enquanto que o anidro deve cair 5,8%, para R$ 1,30 o litro na região de Ribeirão Preto. Esperamos esta queda diante da pressão de entrada de safra, a qual deve intensificar ainda mais o mix de produção a favor do etanol nas próximas quinzenas.

Esta diferença em termos proporcionais reflete o momento mais alcooleiro da safra atual.

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