Boletim Informativo N 1. Setembro 2018
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- Márcia César
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1 Boletim Informativo N 1. Setembro 2018 Biólogos do CTV monitoram recifes de coral e comportamento dos mergulhadores recreativos na Reserva Marinha Parcial da Ponta do Ouro Capacitação sobre monitoria de processos de licenciamento ambiental e de ocupação de terras é realizada em Montepuez Coligação Cívica sobre a Indústria Extractiva solidária para com a comunidade de Moatize CTV realizou um levantamento ecológico de base sobre recifes de coral, recifes rochosos e florestas de mangal em áreas de pesca de gestão comunitária e de recuperação do recurso Ficha Técnica Propriedade e Edição: Centro Terra Viva Estudos e Advocacia Ambiental; Redacção: Manuela Wing, Nelson Alfredo, Raquel Fernandes,Tânia Pereira, Lino Manuel, Dinis Mandevane, e Ideltrudes Namburete Fotografias: Dinis Mandevane, Shelio Chaia, Raquel Fernandes e Manuela Wing, Revisão: Tânia Pereira Periodicidade: Trimestral
2 Índice 1. Biólogos do CTV monitoram recifes de coral e comportamento dos mergulhadores recreativos na Reserva Marinha Parcial da Ponta do Ouro; 2. CTV e parceiros organizam capacitação de comités comunitários de gestão de recursos naturais, no Distrito de Inhassoro, em matérias sobre o quadro legal sobre terras, minas e reassentamento 3. Membros do Fórum Nacional do Mecanismos Africano de Revisão de Pares reuniram-se no âmbito da preparação da segunda avaliação do país 4. Capacitação sobre monitoria de processos de licenciamento ambiental e de ocupação de terras é realizada em Montepuez 5. Coligação Cívica sobre a Indústria Extractiva solidária para com a comunidade de Moatize 6. CTV disseminar conhecimento sobre a legislação de terra e outros recursos naturais 7. Coligação Cívica sobre Indústria Extractiva trabalha em Namanhumbir 8. CTV realizou um levantamento ecológico de base sobre recifes de coral, recifes rochosos e florestas de mangal em áreas de pesca de gestão comunitária e de recuperação do recurso
3 Biólogos do CTV monitoram recifes de coral e comportamento dos mergulhadores recreativos na Reserva Marinha Parcial da Ponta do Ouro A equipa de biólogos do Programa Ecossistemas e Biodiversidade do CTV e fiscais da Reserva Marinha Parcial da Ponta do Ouro realizaram a campanha de monitoria dos recifes de coral e do comportamento dos mergulhadores no final dos meses de Maio e Junho do corrente. Notou-se ainda outras ameaças que devem ser consideradas, tais como a presença de material de pesca perdido que se afixa nos recifes, como por exemplo linhas de pesca, anzóis e chumbos. A monitoria dos recifes de coral na secção sul da reserva, entre a Ponta do Ouro e o Monte Matonde, é feita de dois em dois anos em cinco recifes, nomeadamente Creche, Kev s Ledge, Texas, Techobanine 1 e Techobanine 2, sendo os últimos dois integrados numa zona de protecção total, o Santuário de Techobanine. Embora ainda estejam a ser analisados os dados recolhidos a cobertura de coral nestes recifes apresentou uma subida de cerca de 8%, entre 2016 e 2018, De um modo geral foi observada uma grande diversidade de peixes típicos de recifes de coral, sendo de salientar a presença de garoupas dos géneros Epinephelus e Cephalopholis. Durante dois mergulhos foram monitorados aleatoriamente oito mergulhadores recreativos, tendo sido o principal distúrbio observado os toques nos corais, maioritariamente para apoio, e a ressuspensão de areia com as barbatanas. Acredita-se que trabalhos desta natureza são essenciais para suportar o estabelecimento, a longo prazo, de medidas de gestão da actividade de mergulho recreativo, como por exemplo definir número de mergulhadores máximo, experiência mínima do mergulhador para poder visitar recifes mais sensíveis, ou estabelecer áreas de santuário, onde não podem ser praticadas actividades recreativas, inclusive a pesca recreativa. Estas actividades enquadram-se dentro do Memorando de Entendimento que o CTV tem assinado com a Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC) e o Fundo Nacional de Desenvolvimento Sustentável (FNDS), que tem como objectivo o desenvolvimento de actividades relacionadas com investigação e monitoria de espécies e ecossistemas nas áreas de conservação marinhas, promovendo a sua protecção e conservação. 1
4 CTV e parceiros organizam capacitação de comités comunitários de gestão de recursos naturais, no Distrito de Inhassoro, em matérias sobre o quadro legal sobre terras, minas e reassentamento A referida capacitação vai decorrer de 17 a 21 de Setembro do corrente ano, no Distrito de Inhassoro, Província de Inhambane. Esta capacitação organizada pelo Centro Terra Viva (CTV), em parceria com o Governo Distrital de Inhassoro e a Plataforma Distrital das Organizações da Sociedade Civil, pretende abranger cerca de 100 pessoas, entre líderes comunitários e membros dos comités comunitários das comunidades de Chitsotso, Mabine, Temane, Macovane e Mangungumete. O evento tem como objectivos: a) revitalizar e formar os comités em matérias sobre o quadro legal sobre terras, florestas e fauna bravia, minas nas componentes de justa indeminização e reassentamento e o papel dos comités; b) divulgar os procedimentos para realização de consultas comunitárias previstos no Diploma Ministerial 158/2011. Como esta acção estas organizações esperam partilhar conhecimentos e ferramentas para que os membros destas comunidades sejam capazes de efectuar a monitoria do licenciamento de terras e outros recursos naturais aliado aos projectos implantados nestas áreas, bem como resolver diversos conflitos que possam existir dentro das comunidades. A seleção deste local, para a realização desta capacitação, deve-se à expansão do Projecto da Sasol, devido a novas descobertas de gás em áreas habitadas e usadas para a prática agricola. A exploração do gás deve ser precedida de um processo de licenciamento ambiental, que implica a realização de uma avaliação de impacto ambiental e de todos os restantes procedimentos. No entanto, sabe-se que muitas vezes estes processos têm sido seguidos de forma inconsistente e/ou à margem dos instrumentos legais correspondentes, revestindo-se da maior importância que as partes interessadas e afectadas estejam preparadas e conheçam os direitos e deveres que as assistem. Associado ao aspecto acima citado, estes instrumentos legais foram recentemente aprovados, nomeadamente o Regulamento de Avaliação do Impacto Ambiental (Decreto 54/2015), e o Diploma Ministerial n.º 158/2011 que estabelece os procedimentos específicos para a consulta comunitária, sendo necessária a sua divulgação contínua. O CTV e parceiros estão convictos que a implementação correcta destes e outros dispositivos legais constituem um passo fundamental para a salvaguarda do direito de acesso à terra, e de viver num ambiente saudável, inclusive assegurar e elevar a participação dos vários actores, com destaque para as comunidades locais que são os principais afectados. Após a realização destas capacitações, as duas organizações esperam que estas comunidades sejam capazes de fazer a monitoria dos processos que estão a decorrer nas suas comunidades e defender os seus direitos de acordo como a lei vigente no país. 4
5 Membros do Fórum Nacional do Mecanismos Africano de Revisão de Pares reuniram-se no âmbito da preparação da segunda avaliação do país Membros do Fórum Nacional do Mecanismo Africano de Revisão de Pares (MARP) reuniram-se, a 27 de Setembro último, em Maputo, com o objectivo de analisar o ponto de situação da elaboração do segundo relatório de avaliação do país, da preparação dos seminários de validação dos resultados preliminares da auto-avaliação e da preparação da vinda da Missão Continental do MARP. O encontro, dirigido pela Direcção do Fórum Nacional do MARP, contou com a presença dos seus membros, nomeadamente: Ordem dos Advogados de Moçambique (OAM), Kulima, Fórum Mulher, Bolsa de Valores de Moçambique, Parlamento Juvenil, Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC), Centro Terra Viva (CTV), Comissão Nacional dos Direitos Humanos (CNDH), Grupo Moçambicano da Dívida (GMD) e União Nacional dos Camponeses (UNAC). O MARP, criado em 2002 pela União Africana (UA), é um instrumento que tem por objectivo encorajar a adopção de leis, políticas, padrões e práticas apropriadas que conduzem à estabilidade política, crescimento económico, desenvolvimento sustentável e acelerada integração económica tanto sub-regional quanto continental. O mecanismo foca a avaliação de desempenho e progresso dos países membros em relação a quatro áreas, nomeadamente: (i) Democracia e governação política; (ii) Governação e gestão económica; (iii) Governação corporativa; e, (iv) Desenvolvimento socioeconómico. Durante o encontro, os membros foram informados sobre o processo de mobilização de fundos para a realização da segunda avaliação do país. Neste âmbito, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) foi identificado como parceiro tendo, conjuntamente com o Secretariado do Fórum, elaborado o documento do projecto para viabilizar a segunda avaliação e identificado instituições de pesquisa para elaboração dos relatórios temáticos. Para esta avaliação foram selecionadas as seguintes instituições de pesquisa: MAP Consultoria (para a temática Democracia e Governação Política ); COWI Moçambique Lda. (Gestão e Governação Económica); - Departamento de Antropologia e Arqueologia da Universidade Eduardo Mondlane (Desenvolvimento Sócio-economico); e, MzC&C (Governação Corporativa). Para mais detalhes, acesse o link: 2
6 Capacitação sobre monitoria de processos de licenciamento ambiental e de ocupação de terras é realizada em Montepuez Nos dias 11 e 12 de Setembro do corrente ano, decorreu uma capacitação que juntou na mesma sala membros da plataforma distrital das organizações da sociedade civil, empresas mineradoras e técnicos do Governo Distrital de Montepuez. Este evento, organizado pelo Centro Terra Viva (CTV), abordou diversos temas ligados ao quadro legal de terras, ambiente, minas, focando especial atenção aos aspectos ligados à participação comunitária nas consultas comunitárias e públicas, justa indemnização, reassentamento e acesso à informação. Esta iniciativa surge, após relatos de vários conflitos envolvendo comunidades e investidores, condicionando assim a implementação dos projectos e consequentemente retardando o desenvolvimento. Algumas das causas apontadas para esses conflitos são: a) Interpretação divergente da legislação, por parte do sector privado, funcionários do Estado, sociedade civil e comunidades em geral, o que resulta na insegurança de posse da terra e na ameaça aos direitos dos mais vulneráveis; b) Maus procedimentos na realização de consultas comunitárias e/ou pública para atribuição do Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (DUAT); c) Falta de preparação das comunidades locais sobre os seus direitos e deveres e ainda em relação ao investimento em questão; d) Ausência de uma política ou estratégia de promoção do registo de terras das comunidades e cidadãos mais pobres, o que poderia fortalecer a segurança de posse da terra e levar ao estabelecimento de parcerias benéficas para ambos os interessados. Com esta iniciativa, o CTV pretendeu disseminar conhecimento sistematizado sobre a legislação de terra, minas e outros recursos naturais vigente no país, para melhorar as intervenções na gestão e administração de terras, incluindo o ambiente. De modo específico, os objectivo foram o de harmonizar a interpretação da legislação, princípios e normas de gestão de recursos naturais incluindo a terra no seio dos interessados; reconhecer os procedimentos práticos do processo de consulta comunitária no âmbito de atribuição do DUAT; discutir o papel dos técnicos do governo como representantes do Estado, da sociedade civil, da comunidade e do sector privado, na gestão do ambiente, terra e outros recursos naturais; e, por fim, influenciar os processos de tomada de decisão sobre a segurança e posse da terra para as comunidades rurais através da interpretação harmoniosa da legislação. Estiveram presentes durante os três dias de capacitação, cerca de 35 participantes (29 homens e seis mulheres). Durante o evento os participantes mostraram-se aptos para aprender e partilhar as suas experiências, através de exemplos práticos do seu dia-a-dia. Todos os participantes foram unânimes a apontar muitas falhas no processo de reassentamento que está a acontecer em Namanhumbir. Este processo é caracterizado por ser pouco transparente e com sinais evidentes de injustiça nas compensações pagas aos titulares de benfeitorias na actual zona mineira. A plataforma da sociedade civil, presente no encontro, apontou ainda duras críticas ao funcionamento do Conselho Municipal da Cidade de Montepuez, que apesar de convidado para o evento não se fez presente, como promotor de vários conflitos de terras, devido à atribuição de DUATs aos munícipes em áreas com ocupantes nativos, sem consultá-los. 3
7 Coligação Cívica sobre a Indústria Extractiva solidária para com a comunidade de Moatize A Coligação Cívica sobre a Indústria Extractiva (CCIE), realizou no dia 17 de Outubro uma conferência de imprensa a fim de partilhar com o público as suas constatações sobre a situação em Moatize, na Província de Tete. Os representantes desta Coligação manifestam total apoio e solidariedade para com as comunidades de Moatize, que impuseram a paralisação das actividades da mina de extração de carvão naquela região, em protesto contra níveis intoleráveis de poluição ambiental, com consequências graves sobre a saúde pública. No dia 04 de Outubro do corrente ano, a população que vive nas proximidades de mina da Empresa Vale Moçambique, denominada Moatize II, invadiu o empreendimento, impondo a sua paralisação, até que uma solução seja acordada com a empresa brasileira, para pôr cobro ao problema. A conferência de imprensa realizada em Maputo, contou com a presença de três representantes da comunidade de Moatize, que prestaram declarações ao público, explicando as razões e o contexto da paralisação da mina de Moatize e as expectativas sobre os contactos em curso com todas as partes relevantes. Perante os factos constatados, a coligação considera a posição tomada pela comunidade de Moatize como legitima, por ser consequência directa da inércia das autoridades e da irresponsabilidade corporativa da empresa Vale Moçambique, actos que, combinados, permitiram a expansão da mina de Moatize para a chamada região 4, sem antes assegurar a retirada da comunidade local nem criar condições que salvaguardassem, tanto quanto possível, a sua qualidade de vida. Notam-se ainda altos níveis de poluição do ambiente nas regiões de extração de carvão na Província de Tete, em particular nos distritos de Moatize e Marara, estes factos são conhecidos desde há vários anos, e as suas consequências têm-se manifestado através da ocorrência de doenças respiratórias, como tosse, incluindo entre bebés recém-nascidos, abortos espontâneos, doenças da pele, poluição da água dos rios, entre outros impactos. A CCIE é uma plataforma de organizações da sociedade civil de advocacia e monitoria deste sector económico. Integram a CCIE as seguintes organizações: Centro de Integridade Pública (CIP), Centro Terra Viva (CTV); Conselho Cristão de Moçambique (CCM); Centro de Estudos e Pesquisa de Comunicação SEKELEKANI e KUWUKA JDA Desenvolvimento e Advocacia Ambiental. Na sua visita a esta mina, a coligação constatou diversas irregularidades, que são apresentadas no comunicado de imprensa publicado. Para ter acesso ao mesmo, acesse ao link: 018&area=Terras%20e%20Recursos%20Naturais 6
8 CTV disseminar conhecimento sobre a legislação de terra e outros recursos naturais Técnicos dos Governos distritais, de organizações da sociedade civil e paralegais no distrito de Inhassoro participaram numa capacitação em monitoria de processos de licenciamento ambiental e de ocupação de terras. Este evento organizado pelo CTV tinha como objectivo disseminar conhecimento sistematizado sobre a legislação de terra e outros recursos naturais, vigente no país, para melhorar as intervenções na gestão e administração de terras, incluindo o ambiente. A definição do tema desta capacitação, vem da informação de vários conflitos envolvendo comunidades e investidores condicionando assim a implementação dos projectos e consequentemente retardando o desenvolvimento neste ponto do pais. Acredita-se que a causa destes conflitos, advém de diversas situações em que as comunidades estão a passar, de mencionar: a) interpretação divergente da legislação, por parte dos funcionários do estado, sector privado e comunidades em geral o que resulta na insegurança da posse da terra e na ameaça aos direitos dos mais pobres; b) maus procedimentos na realização de consultas comunitárias para atribuição do DUAT; c) falta de preparação das comunidades locais sobre os seus direitos e deveres e ainda em relação ao investimento em questão; e d) d) ausência de uma política e estratégia de promoção do registo de terras das comunidades e cidadãos mais pobres que fortaleça a segurança de posse da terra e leve ao estabelecimento de parcerias benéficas para ambas partes. normas de gestão de recursos naturais incluindo a terra no seio dos funcionários públicos, clarificação do o papel dos técnicos distritais, como representantes do Estado, na gestão do ambiente, terra e outros recursos naturais, procedimentos práticos do processo de consulta comunitária no âmbito da aquisição do Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (DUAT) e a legislação da terra e outros recursos naturais para as comunidades visando a sua participação nos processos de consultas comunitários. Com esta iniciativa o CTV pretendia :(a) influenciar os processos de tomada de decisão sobre a segurança e posse da terra para as comunidades rurais através da interpretação harmoniosa da legislação, (b) garantir negociações com contrapartidas sustentáveis para os grupos vulneráveis, e (c) promoção de investimentos seguros particularmente para os que requeiram extensas áreas de terra para a exploração. No final da capacitação os participantes, mostram-se satisfeitos com a informação partilhada, mas constatou-se haver pouco conhecimento sobre o cálculo de indemnizações, plano de reassentamento incluindo os momentos de participação nesses processos. Após a realização desta capacitação, espera-se que os participantes repliquem a informação por outras pessoas que não participaram a nível dos postos administrativos, localidades e comunidades. A capacitação contou com a participação de 32 pessoas, dos quais chefes dos postos administrativos, chefes das localidades, organizações de sociedade civil bem como paralegais. Durante os dois dias de capacitação os formandos foram dotados de matérias ligadas a interpretação da legislação, princípios e 5
9 Coligação Cívica sobre Indústria Extractiva trabalha em Namanhumbir A Coligação Cívica sobre Indústria Extractiva (CCIE) realiza, de 8 a 12 de Julho corrente, uma missão de monitoria às actividades extractivas de rubi nas minas de Namanhumbir, no distrito de Montepuez, em Cabo Delgado. A CCIE é uma plataforma de coordenação de estratégias e de actividades, fundada e integrada pelas organizações Centro de Integridade Pública (CIP), Centro Terra Viva Advocacia Ambiental (CTV); Conselho Cristão de Moçambique (CCM), KUWUKA JDA Desenvolvimento e Advocacia Ambiental e SEKELEKANI- Comunicação para o Desenvolvimento. Encontros e trabalho de campo Durante a sua missão, a delegação da CCIE vai ser recebida em audiência pelo Governador da Província de Cabo Delgado, Julio Parruque, e vai manter encontros com o governo distrital de Montepuez e com organizações da sociedade civil, e ainda interagir com uma missão de deputados da Assembleia da Republica, que vai também escalar a região, em missão de fiscalização e monitoria. Objectivos da missão A missão da CCIE a Namanhumbir tem como principais objectivos: a) Avaliar o curso dos preparativos para a implementação do Plano de Reassentamento das Comunidades vivendo na área concessionada pelo Estado à empresa Montepuez Ruby Mining, nomeadamente o processo das consultas comunitárias ora em curso, incluindo os critérios e sistemas de indemnizações e compensações aos camponeses afectados, por perda de terra, de bens patrimoniais e outros direitos associados à perda de terra; b) Avaliar os processos de gestão das receitas de retorno à comunidade (2,75%), nomeadamente dos benefícios monitoráveis e mensuráveis e mecanismos de sua determinação pelos beneficiários. c) Avaliar os programas de responsabilidade social empresarial implementados em benefício das comunidades locais, bem como o grau de respeito pelos direitos humanos dos trabalhadores mineiros e da população local, de um modo geral, incluindo garimpeiros artesanais ou outros. Os contactos com a empresa MRN vão incluir visitas de campo às minas de rubi e a projectos integrados no programa de responsabilidade social Dimensão do projecto A Montepuez Ruby Muning (MRM), uma subsidiária da empresa britânica Gemfields, iniciou as suas actividades em 2012, possuindo uma licença de exploração válida por 25 anos. A MRM é, por sua vez, uma parceria controlada em 75 por cento pela Gemfields e nos restantes 25 por cento pela empresa moçambicana Mwiriti, propriedade de Raimundo Pachinuapa, general da reserva. No presente ano de 2018, a MRN registou uma facturação de 109 milhões de dólares com a venda em leilão dos rubis extraídos. O MRM tem uma concessão para a exploração de aproximadamente hectares (340 km2), considerada uma das mais extensas concessões atribuídas a interesses privados no mundo, com potencial para produzir 40 por cento da produção mundial de rubi. Para mais detalhes, acesse ao link: 8
10 CTV realizou um levantamento ecológico de base sobre recifes de coral, recifes rochosos e florestas de mangal em áreas de pesca de gestão comunitária e de recuperação do recurso O levantamento foi realizado em cinco de seis áreas piloto de gestão comunitária e de recuperação do recurso, definidas e apoiadas pelo Projecto de Pesca Artesanal de Adaptação às Mudanças Climáticas (PPAMC) implementado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento da Pesca e Aquacultura (IDEPA) e a RARE. O levantamento ecológico referente a recifes de coral foi realizado nas áreas piloto de Mefunvo e Závora, enquanto que o de mangais foi realizado nas áreas piloto de Machangulo, Pomene e Memba. As referidas áreas, identificadas com base na análise de critérios biológicos, socioeconómicos e de governação, são Machangulo (Província de Maputo), Závora, Pomene e Inhassoro (Província de Inhambane), Memba (Província de Nampula) e Ilha Mefunvo (Província de Cabo Delgado). O levantamento teve como objectivo aprofundar o conhecimento ecológico destas áreas e apoiar no processo de identificação e selecção das designadas Áreas de Recuperação de Recursos. O PPAMC tem como objectivos: (i) contribuir para a sustentabilidade económica gerada pelos recursos marinhos do sudoeste do Oceano Índico; (ii) fortalecer a capacidade de gestão dos recursos pesqueiros e; (iii) identificar uma abordagem à escala crescente que irá contribuir para a redução da vulnerabilidade de Moçambique às mudanças climáticas, melhorando a gestão das pescas e dos recursos naturais. Uma das abordagens do projecto é através da combinação de intervenções para o desenvolvimento e fortalecimento dos grupos de gestão comunitária de recursos naturais, como os Conselhos Comunitários de Pesca (CCPs), de forma a que estes façam a gestão das áreas mencionadas. Para a implementação desta mesma estratégia, o projecto requereu levantamentos ecológicos de base sobre os ecossistemas costeiros e marinhos que estão sob influência do raio de acção das comunidades citadas, os quais foram realizados pelo CTV. Os dados colhidos, em relação aos sistemas coralinos, foram referentes à cobertura de coral e de outras categorias bentónicas, caracterização e composição das formas de crescimento de coral e abundância e biomassa da ictiofauna. Em relação aos mangais, o levantamento focou a descrição da composição específica de mangais, caracterização estrutural com base na altura das árvores e diâmetro à altura do peito, densidade de árvores e pneumatóforos, capacidade de regeneração, o nível de corte e alguma descrição do potencial pesqueiro presente. Complementarmente à amostragem, foi realizada uma pesquisa bibliográfica, e entrevistas aos oficiais de campanha do projecto e a membros dos CCPs, de forma a cobrir questões como os serviços ecossistémicos presentes e as principais ameaças aos ecossistemas estudados. Os resultados do levantamento foram apresentados em relatório técnico no qual foram igualmente efectuadas recomendações específicas para a selecção, estabelecimento e monitoria das áreas de gestão comunitária e áreas de recuperação do recurso. As recomendações foram feitas com base em critérios tais como a distância e acessibilidade das áreas, diversidade especificia presente aliada a abundância, e potencial de ictiofauna para a pesca. O levantamento esta disponível através do link abaixo: 9
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