Possíveis caminhos para a descentralização em Moçambique. Fernando Luiz Abrucio Natalia N. Fingermann
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1 Possíveis caminhos para a descentralização em Moçambique Fernando Luiz Abrucio Natalia N. Fingermann
2 DESAFIOS DA DESCENTRALIZAÇÃO: PRINCIPAIS QUESTÕES AUTONOMIA POLÍTICA: CAPACIDADE ADMINISTRATIVA, FISCAL E PROCESSOS DE PARTICIPAÇÃO CIDADÃ EVITAR FRAGMENTAÇÃO POLÍTICA E DESIGUALDADES REGIONAIS FORTALECIMENTO DAS RELAÇÕES INTERGOVERNAMENTAIS: CULTURA DA PARCERIA E DA NEGOCIAÇÃO; ARENAS DE DIÁLOGO; PAPEL DO GOVERNO NACIONAL EM INDUZIR MELHORIAS DOS GOVERNOS LOCAIS, POR MEIO DE POLÍTICAS OU ÓRGAOS DESCONCENTRADOS É PRECISO TER FLEXIBILIDADE NO DESENHO INSTITUCIONAL PARA RESOLVER PROBLEMAS POLÍTICO-TERRITORIAIS ESPECÍFICOS, TENDO UM PROJETO MAIOR E CAMINHOS PACTUADOS PARA CHEGAR NELE
3 Agenda para descentralizar e melhorar as relações intergovernamentais em Moçambique Descentralização hoje Estabelecimento de mecanismos de Intergovernabilidade Caminhos a Moçambique
4 Descentralização hoje Avanços 1. Mudança na cultura centralizadora 2. Alternância de poder da elite do próprio partido 3. Lições em lidar com a participação cidadã e os serviços públicos 4. Necessidade de criar mecanismos intergovernamentais de negociação Desafios 1. Legitimidade e Credibilidade dos Representantes das OLEs 2. Nível de Participação 3. Estrutura Fiscal e Tributária 4. Qualidade na Provisão dos Serviços Públicos
5 1. Legitimidade e Credibilidade das OLEs Escolha dos Governadores e administradores, com base nos vínculos pessoais e não local. Assembleia Provincial carece de poder de governança local (art.34) Sem independência financeira Nome do Governador Província Designada Naturalidade Arlindo da Costa Gonçalo Mazungane Chilundo Niassa Inhambane Celmira Silva Cabo Delgado Beira Victor Manuel Borges Nampula Tete Abdul Razak Noormahomed Zambézia Maputo Paulo Auade Tete Niassa Alberto Ricardo Mondlane Manica Gaza Maria Helena Taipo Sofala Nampula Daniel Chapo * Inhambane Sofala Stella da Graça Pinto Novo Zeca Gaza Manica Raimundo Maico Diamba Maputo Cabo Delgado Iolanda Maria Pedro Campos Cintura Cidade de Maputo Manica * Nomeado em 2016, após exoneração de Agostinho Abacar Trinta
6 2. Nível de Participação Alta abstenção nas eleições gerais e autárquicas Baixa credibilidade do processo eleitoral Baixo nível de conscientização política Conselhos Consultivos Baixa capacidade técnica Carece de recursos financeiros Cooptação das autoridades comunitárias Não há instrumentos de responsabilização
7 3. Estrutura Fiscal e Tributária Concentração das despesas de funcionamento e investimento na esfera central Desequilíbrio na distribuição per capita de recursos às províncias e distritos Escassa a transferência de recursos às autarquias Sistema Tributário Autárquico ineficiente devido à baixa capacidade estatal local de arrecadação e tributações regressivas relacionadas ao período colonial.
8 Evolução das despesas de funcionamento 90000, , , , , , , , ,0 51,6% 52,0% 44,0% 40,5% 6,3% 3,1% 54,0% 53,7% 52,9% 49,8% 48,9% 44,8% 36,7% 25,7% 26,0% 27,8% 28,8% 29,0% 24,5% 20,6% 19,1% 19,7% 20,8% 8,1% 60,0% 54,8% 50,0% 40,0% 30,0% 24,3% 20,0% 19,4% 10,0% 0,0 1,3% 1,3% 1,2% 1,4% 1,4% 1,6% 1,7% 1,7% 1,5% 0,0% Central Provincial Distrital Autárquico % Central % Provincial % Distrital % Autárquico
9 Evolução das despesas de investimentos (Milhões meticais) 70000,0 90,0% 60000,0 79,5% 82,3% 81,0% 83,6% 80,6% 82,2% 78,7% 77,0% 78,8% 80,0% 50000,0 70,0% 60,0% 40000,0 50,0% 30000,0 40,0% 20000, ,0 0,0 14,3% 12,5% 13,8% 10,8% 12,2% 11,9% 13,2% 14,2% 13,5% 5,4% 4,5% 4,4% 4,5% 5,8% 4,7% 6,4% 6,9% 5,1% 30,0% 20,0% 10,0% 0,8% 0,8% 0,8% 1,1% 1,4% 1,2% 1,7% 1,8% 2,6% 0,0% Central Provincial Distrital Autárquico % Central % Provincial % Distrital % Autárquico
10 Despesa total agregada e per capita por província em ,0 5,0 4,0 3,0 2,0 1,0 0,0 Volume de recursos Per capita
11 Evolução das despesas de investimentos do componente interno e externo (Milhões meticais) Autárquico Interno 2008 Distrital Externo Distrital Interno Provincial Externo Provincial Interno Central Externo Central Interno
12 4.Qualidade na provisão de serviços públicos Persistência de padrões patrimoniais de seleção e de ocupação de postos públicos nos governos subnacionais Baixa qualidade da burocracia local, em termos de capital humano e qualificação gerencial Existência de desequilíbrios na distribuição orçamentária per capita por região Dificuldades de arrecadação das autarquias, seja por problemas de cadastro e qualificação de pessoal, seja por falta de vontade política para taxar os entes privados Ausência de uma política de coordenação da esfera central com a esfera subnacional
13 Caminhos para a Descentralização
14 REFORMAS BASE CRIAR UMA COMISSÃO INDEPENDENTE PARA AVALIAR A CRIAÇÃO DE GOVERNOS LOCAIS, DEFININDO CRITÉRIOS CLAROS E TRANSPARENTES CRIAR UM ÓRGÃO INDEPENDENTE PARA AJUDAR A ARTICULAÇÃO ENTRE OS ENTES TERRITORIAIS, POIS A COLABORAÇÃO ENTRE ELES É FUNDAMENTAL CRIAR UM PROGRAMA NACIONAL DE CAPACITAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA SUBNACIONAL.
15 Democracia, Governança e Accountability Capacidade Fiscal e Tributária Capacidade Administrativa e Provisão de Serviços públicos 1.Transformar os distritos em autarquias, realizando fusões quando necessário. 1. Estabelecer na ATM um Projeto de cadastramento nacional das terras e construções em Moçambique 1. Manter 3 esferas subnacionais, com a extinção de cargos em postos administrativos e localidades 2. Transformar as Autoridades Tributárias Distritais em Autárquicas 3. Estabelecer prestação de conta pública da Autoridade Tributária Autárquica 4. Definir critérios de transferência de recursos de acordo com a capacidade autárquica 5. Estabelecer Tribunal eleitoral autárquico para monitorar e fortalecer as eleições locais 2. Estender a Lei das Finanças aos Distritos 3. Criar Autoridades Tributárias Distritais e Serviços de Registros locais 4. CRIAR UM PROGRAMA NACIONAL para a capacitação técnica dos Distritos sobre manejo da arrecadação tributária 5. Ampliar e integrar os fundos de transferência aos distritos 2. Redefinir claramente as responsabilidades entre as 3 esferas : central, província e autarquia 3. Estabelecer critérios claros na distribuição dos recursos financeiros para a prestação de serviços por cada esfera subnacional 4. Estabelecer carreiras públicas e programa integrado para a seleção e contratação de servidores públicos
16 CONCLUSÕES É PRECISO CRIAR AS CONDIÇÕES PARA A DESCENTRALIZAÇÃO, TENDO UM PROJETO INCREMENTAL DE IMPLEMENTAÇÃO O INCREMENTALISMO SUPÕE UM PROJETO CLARO E PACTUADO SOBRE OS PASSOS QUE DEVERÃO SER TOMADOS NOS PRÓXIMOS ANOS, COM A PARTICIPAÇÃO DE VÁRIOS ATORES GOVERNAMENTAIS COM ESSE PROJETO, SE PODERÁ PROPOR UM CRONOGRAMA DE AÇÕES E REFORMAS PARA OS PRÓXIMOS ANOS A CRIAÇÃO DE MECANISMOS INTERGOVERNAMENTAIS QUE AUMENTEM A CONFIANÇA E A PARCERIA ENTRE OS ENTES É FUNDAMENTAL PARA O PROCESSO DE DESCENTRALIZAÇÃO
17 CONCLUSÕES REFORMAR A BUROCRACIA, ATACANDO O PATRIMONIALISMO E FORTALECENDO UM GESTÃO PÚBLICA PROFISSIONAL, E MELHORAR AS INSTITUIÇÕES ELEITORAIS, AUMENTANDO A PARTICIPAÇÃO DOS CIDADÃOS E A ACCOUNTABILITY, SÃO ESSENCIAIS PARA O PROCESSO DE DESCENTRALIZAÇÃO. A DESCENTRALIZAÇÃO TEM DE ESTAR CASADA COM A DEMOCRATIZAÇÃO E A EFETIVIDADE DAS POLÍTICAS PÚBLICAS NO PLANO LOCAL A DESCENTRALIZAÇÃO DEVE FAZER PARTE DE UM PROJETO NACIONAL, QUE FORTALEÇA O PAÍS, COMBATA AS DESIGUALDADES REGIONAIS E GARANTA A DIVERSIDADE DO POVO MOÇAMBICANO
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