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- Flavio Cesar Marchesoni
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1 Ocupação do Ambiente Construído Conceitos Flávio Cesar Mirabelli Marchesoni Arquiteto e Urbanista Mestre em Tecnologia do Ambiente Construído O homem é um animal cujo espaço ocupado é basicamente bidimensional. Somos muito cientes (carentes?) de nossas necessidades em termos de comprimentos e larguras, mas pouco de alturas. 2 1
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3 Quando se projeta um determinado espaço deve-se entender qual será seu ocupante e o que este espaço deverá fazer com esse ocupante. Muitas vezes o que se deseja é que ambos deixem de ser o que são. 5 O ser humano ocupa os espaços, mas é desejável que os espaços também possam fazer o mesmo com ele. Quando há harmonia nesse relacionamento, há arquitetura, senão, é apenas construção. 6 3
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5 O espaço é aquilo que nos envolve, que nos aperta, que limita nossa percepção
6 O espaço só é nosso espaço quando este nos traz alguma referência Salar de Uyuni, Bolívia - 6
7 13 Gran Canale, Venezia- FCMM Portanto, os espaços devem interagir com seus usuários estabelecendo relações de que irão se desdobrar na aceitação daquele espaço que pode ser medida pelo bem-estarestar que este provoca 14 7
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9 A preferência por este ou aquele traduz a influência da nossa carga cultural, primeiro passo para se tratar desse bem- estar. Alguns preferem o verde, outros o azul... Pobres coitados! Simplesmente não conhecem o amarelo! 17 Frequentemente, o que leva as pessoas a agirem ou consumirem desta ou daquela maneira são fatores muito complexos. Em vários casos o que se nota é a falta de reflexão, ou o medo de tentar algo novo. 18 Em outras, é o símbolo que a escolha significa e não a escolha em si. 9
10 ROZESTRATEN, Artur Simões. Ultraecletismo?. Arquitextos, São Paulo, , Vitruvius, nov
11 O objetivo do Espaço Construido Modernamente deve-se ampliar (muito!) o conceito clássico de conforto. Ele não é mais só as relações físico-fisiológicasfisiológicas entre o usuário e o meio construído
12 Conforto pode ser entendido, dentro dos ambientes construídos, como tudo aquilo que gera satisfação ao usuário; Que promove ou amplia a sua sensação de bem-estar; Que lhe confere felicidade. 23 Naturalmente, essa felicidade pode provir de diversas fontes; Igualmente, as pessoas serão mais conscientes, ou mais sensíveis, de umas que de outras. Apenas para comentar algumas delas: 24 12
13 Conforto pode ser entendido como: 25 Bem-estar estar fisiológico Cultura / Identidade Durabilidade / Resistência Economia Eficiência / Praticidade Estética / Design Higiene / Salubridade Segurança / Proteção Técnica / Engenho Nem todos desses fatores possuem caráter objetivo, pragmático. Muitos deles são influenciados por aspectos pessoais do usuário, desde motivações políticas até reações fisiológicas
14 Arquitetura da Felicidade Documentário em três episódios; nele o escritor e filósofo Alain de Botton defende que devemos morar em casas que reflitam nossos valores e a época em que vivemos. O autor faz um tour pela filosofia e psicologia da arquitetura. Sugere uma forma de habitar que leve em conta valores como flexibilidade, tecnologia, contato com a natureza e vida comunitária. Exibição com 2º Episódio: A casa Perfeita 27 Afinal, o mundo contemporâneo é um lugar para se sentir em casa (?) Questões sobre o filme: O que se entende por arquitetura? O que traz uma pessoa moderna querer morar em um lugar clássico? 28 Quais são os caminhos para vencer essa barreira e permitir que o usuário possa ampliar suas opções? 14
15 Questões sobre o filme: O que se entende por arquitetura? O que traz uma pessoa moderna querer morar em um lugar clássico? 29 Quais são os caminhos para vencer essa barreira e permitir que o usuário possa ampliar suas opções? Questões sobre o filme: O que se entende por arquitetura? O que traz uma pessoa moderna querer morar em um lugar clássico? 30 Quais são os caminhos para vencer essa barreira e permitir que o usuário possa ampliar suas opções? 15
16 Em nosso século é grande o número de teorias da percepção. Em todas elas há uma tendência de reduzir a gama dos processos de percepção aos da visualidade. 32 Pesquisas empíricas demonstram: 75% da percepção humana é visual; 20% é sonora e 5% ficam com os outros sentidos tato, olfato e paladar. 16
17 33 Através de nosso repertório decodificamos o mundo baseados em nossas experiências prévias. Essas experiências possuem forte influência cultural, mas também se baseiam fortemente em referências pessoais
18 Nas imagens a seguir: O que te acomoda e o que te incomoda? Onde está o belo e onde está o feio? O que é positivo e o que é negativo?
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23 Ferramentas para ler e escrever os espaços A semiótica (do grego semeiotiké, (arte) dos sinais, sintomas) é a ciência dos signos e da semiose, ou seja, do processo de significação na natureza e na cultura. Entende-se por Semiose o processo interpretativo através do qual alguém cria na própria mente uma representação de algum objeto do mundo. 46 Já Signo é entendido por uma relação tripla entre Objeto, Interpretante e Representâmen. 23
24 47 Signo é composto por: um Objeto (que pode também ser um fato); um Interpretante (que pode ser a interpretação que alguém venha a fazer do fato); e um Representâmen, que é o corpo do signo em si. 48 Assim, Signo pode ser entendido também pela inter-relação relação entre objeto, significante e significado. (segundo Charles S Peirce). 24
25 Categorias do Pensamento: primeiridade categoria do "desprevenido", da primeira impressão ou sentimento (feeling) que recebemos das coisas, da descoberta, do espanto;
26 Categorias do Pensamento: secundidade categoria do relacionamento direto, do embate (struggle) de um fenômeno de primeiridade com outro, englobando a experiência analogística, da assimilação, da decodificação, e
27 Categorias do Pensamento: terceiridade categoria de inter-relação relação de triplo termo; interconexão de dois fenômenos em direção a uma síntese, lei, regularidade, convenção, continuidade, convivência, acomodamento, etc
28 Quando recebemos uma informação nova, acionamos automaticamente nosso mecanismo de reconhecimento. Quanto maior for a novidade, ou desequilíbrio entre o conhecido (proveniente da nossa experiência anterior, do nosso repertório) e o fato novo que surge, maior será a nossa reação para com o ocorrido. Dependendo da intensidade dessa discrepância entre o novo e o conhecido, igual reação ocasionará no nível de consciência da presença desse novo fato. 55 Em resumo, fatos chocantes, novidades absurdas, nos envolvem completamente. 28
29 Assim, uma proposta de lugar, leva em conta: o O repertório dos usuários; o O adequado grau de novidade, de ineditismo; o Se apoia em signos conhecidos; o Que resgate valores compondo novas linguagens, e o Crie informação suficiente para manter um estado prolongado de secundidade; 57 Podem orientar percepções, sensações, estados de espírito por parte de seus interlocutores, independente da área que for empregada. 29
30 59 Ferramentas para composição dos espaços 30
31 Necessidades básicas do usuário O espaço, as coisas, os ambientes fazem relações, diálogos, com os usuários... relações de aconchego, de repulsa, de indiferença, de proteção, de afinidade... Esse relacionamento pode acontecer através de relações físicas; relações funcionais; relações cognitivas. 62 Alguns entendem isso por ERGONOMIA 31
32 Ergonomia, do grego Ergon [trabalho] e nomos [normas, regras, leis]. 63 Trata-se de uma disciplina orientada para uma abordagem global de todos os aspectos da atividade humana e os meios com que esta realiza essa atividade. física 64Modalidades da Ergonomia cognitiva funcional 32
33 Ergonomia física: está relacionada com às características da anatomia humana, antropometria, fisiologia e biomecânica com relação às atividades físicas. Inclui o estudo da postura no trabalho, manuseio de materiais e movimentos repetitivos. 65 Também são focados os distúrbios músculo-esqueletais relacionados ao trabalho, projeto de posto de trabalho, segurança e saúde
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35 Referências projetuais a serem adotadas (entre outras): Dimensionamento em Arquitetura (UFPA) Medidas do Corpo Aplicadas ao Projeto de Arquitetura e Urbanismo (FAU/USP) 70 35
36 Ergonomia funcional: trabalha a otimização dos sistemas sociotécnicos, incluindo suas estruturas organizacionais, políticas e de processos. 71 Inclui as comunicações, gerenciamento de recursos de tripulações, projeto de trabalho, organização temporal do trabalho, trabalho em grupo, projeto participativo, trabalho cooperativo, cultura organizacional, organizações em rede, tele-trabalhotrabalho e gestão da qualidade. 36
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39 Ergonomia cognitiva: refere refere-se aos processos mentais, tais como percepção, memória, raciocínio e resposta motora conforme afetem as interações entre seres humanos e outros elementos de um sistema. 77 Inclui o estudo da carga mental de trabalho, tomada de decisão, desempenho especializado, interação homem computador, stress e treinamento conforme esses se relacionem a projetos envolvendo seres humanos e sistemas
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43 O direito de usar os espaços Acessibilidade pode ser considerada um desdobramento da Ergonomia. Embora se lembre imediatamente das pessoas com restrições físicas, os ambientes também devem atender a outros tipos de restrições, como a visual ou a auditiva 86 43
44 Referências projetuais a serem adotadas (entre outras): Guia de Acessibilidade em Edificações, (PMSP) Manual para Acessibilidade aos Prédios Residenciais da Cidade do Rio de Janeiro (PMRJ) Guia para Mobilidade Acessível em Vias Públicas (PMSP) 87 Todos se baseados na NRB 9050 (ABNT) O bem-estarestar do usuário, ao poder utilizar plenamente os espaços, traz um alto grau de satisfação ao projeto, possibilitando um aumento na eficiência e na segurança de sua utilização
45 Se procurarmos um empresário, ele nos diria que sustentabilidade é tudo aquilo que: Envolve redução nos seus custos; Envolve aumento de sua receita; Envolve uma melhoria na imagem de sua empresa
46 Nos espaços construídos, sustentabilidade pode ser entendida também por eficiência. Eficiência ao utilizar o espaço e eficiência ao manter esse mesmo espaço. A essa eficiência damos o nome de habitabilidade 91 Juntando-se habitabilidade com: uma baixa pegada ambiental, + menor necessidade energética, + menor necessidade de insumos, + maior controle climático e + menor descarte de resíduos 92 Temos o conceito de Sustentabilidade nos Espaços Construídos 46
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