Semiótica Triádica CHARLES S. PEIRCE Semiótica da Comunicação Profa. Carol Casali
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1 Semiótica Triádica CHARLES S. PEIRCE Semiótica da Comunicação Profa. Carol Casali
2 A SEMIOSE Para Peirce, o importante não é o signo tal como em Saussure - mas a situação signíca, que ele chama de semiose. A FUNÇÃO-SIGNO É TRIÁDICA
3 A SEMIOSE Semiose: ação ou influência que é ou implica na cooperação de três sujeitos (subjetcs que é melhor traduzido, segundo Verón, em suporte são suportes do processo semiótico) e que não é redutível de maneira alguma a pares.
4 A SEMIOSE Logo, a função do signo consiste, para Peirce, em uma situação triádica, que tem por suportes: OBJETO: aquilo que é representado, tudo que é citável. REPRESENTÂMEN: base que fundamenta a representação, um signo-veículo (significante). INTERPRETANTE: outro signo que faz a conexão interpretativa entre a representação material e seu referente (objeto). É o que consegue ler/decifrar o signo.
5 A SEMIOSE um signo se dirige à alguém, isto é, cria na mente dessa pessoa um signo equivalente, ou talvez um signo mais desenvolvido. Chamo o signo assim criado o interpretante do primeiro signo (apud NOTH, 1995, p.74)
6 OS SIGNOS Signo: tudo aquilo que exerce a função de estar no lugar de outra coisa, representando-a. Peirce entende cada elemento como signo inserido em um processo de semiose infinita.
7 OS SIGNOS REPRESENTANTE = a foto da cadeira OBJETO = conceito de cadeira como suporte para se sentar. INTERPRETANTE = o modo como relacionamos o objeto com a coisa representada [sentar, apoio].
8 A SEMIOSE Em relação a Saussure: REPRESENTÂMEN = signo/significante OBJETO = conceito (da ordem do pensamento) INTERPRETANTE = significação do signo Para Peirce não há signo fora da situação de semiose, já para Saussure havia significante fora dela. nada é signo se não é interpretado como signo (Peirce)
9 SEMIOSE SINTETIZANDO: para que um signo represente um objeto é preciso que o sujeito crie na sua mente esse signo que seja a relação dos dois primeiros (signo e seu objeto); este terceiro signo é o INTERPRETANTE. REPRESENTÂMEN (SIGNO) OBJETO (SIGNO: RELAÇÃO ENTRE OS OUTROS DOIS) INTERPRETANTE
10 Correspondência sistemática das reflexões de Frege e Peirce, no que concerne ao modelo fundamental de sentido FREGE Matemático e filósofo alemão contemporâneo de Peirce (séculos XIX e XX) Expressão Sentido PEIRCE Signo/Representâmen Interpretante Denotação Objeto
11 ELEMENTOS FORMAIS DA CONSCIÊNCIA PEIRCE DIFERE PENSAMENTO (CONSCIÊNCIA) DE PENSAMENTO RACIONAL (QUALIDADES GENÉTICAS)
12 ELEMENTOS FORMAIS DA CONSCIÊNCIA Peirce dizia que tudo o que parece consciência, deriva de três propriedades que correspondem aos três elementos formais de qualquer experiência: Qualidade (Primeiridade) Relação (Reação - Secundidade) Representação (Mediação - Terceiridade)
13 PRIMEIRIDADE Refere-se a tudo que está presente à consciência naquele instante (impressão, sentimento). Categoria do desprevenido, da primeira impressão. O primeiro (primeiridade) é presente e imediato, ele é original, espontâneo, precede toda síntese e toda diferenciação. A qualidade da consciência, na sua imediaticidade, é tão tenra que mal podemos tocá-la sem estragá-la.
14 PRIMEIRIDADE (azul positivo impressão de azul)
15 SECUNDIDADE Consiste no conflito da consciência com o fenômeno, buscando entendê-lo. Onde quer que haja um fenômeno, há uma qualidade (sua primeiridade). Mas a qualidade é apenas uma parte do fenômeno; para existir, a qualidade tem que estar encarnada numa matéria. O fato de existir (secundidade) está nessa corporificação material.
16 SECUNDIDADE (azul aqui e agora - encarnado)
17 TERCEIRIDADE Primeiridade é a categoria que da à experiência sua qualidade distintiva (sentimento). Secundidade é o que dá à experiência seu caráter factual/material. Terceiridade corresponde à camada de inteligibilidade, através da qual representamos e interpretamos o mundo.
18 TERCEIRIDADE (laboração cognitiva - síntese) Indivíduo conecta à frase sua experiência de vida, fornece à oração um contexto pessoal (elementos extratextuais). O Meu Olhar Azul como o Céu O meu olhar azul como o céu É calmo como a água ao sol. É assim, azul e calmo, Porque não interroga nem se espanta... Alberto Caeiro (Heterónimo de Fernando Pessoa)
19 TERCEIRIDADE 1ª: sensação de liberdade 2ª: percebe a experiência. Sente o sol batendo no rosto. 3ª: interpretação de que deve ficar exposta ao sol ou sair de seu alcance.
20 ÍNDICE, ÍCONE E SÍMBOLO Para PEIRCE existem três tipos de signos: ÍNDICE ÍCONE SÍMBOLO
21 ÍCONE ÍCONE: representa apenas uma parte da semiose na qual o representamen evidencia um ou mais aspectos qualitativos do objeto (imagens, diagramas). Semelhança entre representamen e objeto. Nem sempre um ícone exerce apenas essa função: ÍCONE E SÍMBOLO ÍCONE = semelhança entre a representação e o objeto SÍMBOLO = reconhecemos (por convenção) que ali há um banheiro do gênero que o boneco representa.
22 ÍNDICE ÍNDICE: relações orgânicas de causalidade são típicas dessa categoria, onde o representamen indica (para) o objeto. Onde há fumaça, há fogo Nuvem escura indica chuva Pegada na areia é "indício" de quem passou
23 SÍMBOLO SÍMBOLO: são arbitrários, no sentido de que são socialmente convencionados e mutáveis, mas não absolutamente acidentais (há homologias entre línguas). Não há semelhança entre representâmen e objeto = NÃO É ÍCONE O representâmen não indica o objeto = NÃO É ÍNDICE
24 SÍMBOLO cadeira - Brasil chair - Inglaterra O nome de um objeto qualquer "cadeira" por exemplo refere-se não só a uma cadeira em particular mas a uma idéia geral de "objeto composto de um assento sustentado a uma determinada distância do solo através de um ou mais pés e um encosto fixado angularmente em relação ao assento, transcendendo a secundidade indiciática e/ou icônica em direção à categoria simbólica.
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