Introdução à Psicologia do Desporto e Exercício
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- Guilherme Castel-Branco Camelo
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1 INSTITUTO POLITÉCNICO DE SANTARÉM ESCOLA SUPERIOR DE DESPORTO DE RIO MAIOR LICENCIATURA EM PSICOLOGIA do DESPORTO e do EXERCÍCIO PROGRAMA DA UNIDADE CURRICULAR Introdução à Psicologia do Desporto e Exercício REGENTE: Prof. Adjunto - Doutor Carlos Silva DOCENTE(s): 2009/2010
2 Total de Trabalho do Aluno Teóricas Psicologia do Desporto e Exercício Teóricopráticas Práticas Labor. Trab. Campo Seminário Estágio Orient Tutorial Outras Semestral ECTS
3 1. Âmbito: No processo da procura do sucesso uma das grandes barreiras com que se deparam os atletas e treinadores é de ordem psicológica. Estas são, involuntariamente, auto impostas pelos atletas. Para além destas dificuldades, os competidores necessitam de exercer um controlo quase absoluto sobre todas as dimensões comportamentais presentes nas prestações competitivas. Por estas razões é que treinadores e atletas cada vez mais procuram apoio nas ciências sociais aplicadas ao rendimento desportivo. Se bem que a maioria dos técnicos reconheça a necessidade de preparar mentalmente os atletas para a competição, na sua vasta maioria, estes não possuem os conhecimentos mínimos necessários para implementar e integrar nos seus treinos este tipo de preparação. Por outro lado, a própria Psicologia, tal como herdada dos corpos filosóficos e teóricos tradicionais tem também experimentado alguma dificuldade em responder às necessidades dos técnicos desportivos com a rapidez que as características da profissão de treinador exigem. Para além deste problema outros se têm levantado na área da aplicação dos conceitos da psicologia tradicional à situação de treino e à realidade da imperiosa procura pela melhoria de rendimento. Correntes mais recentes, e tipicamente mais pragmáticas, numa perspectiva multidisciplinar, têm encontrado soluções para os problemas que se apresentam aos académicos e psicólogos a intervir no terreno. Daí que hoje em dia seja possível afirmar e demonstrar como a psicologia aplicada ao desporto contribui significativamente para a melhoria do rendimento desportivo. A integração dos psicólogos no desporto de alta competição tem sido lenta, por várias razões. Entre elas podemos anunciar as já enumeradas, mas, talvez, a mais importante seja o facto de que o desporto em si e os seus estudiosos não sejam reconhecidos como iguais na prática científica pelos investigadores e estudiosos das outras áreas da ciência, assim como pelos responsáveis das agências que financiam a investigação científica no nosso país, e ainda, sem dúvida a pobre formação teórica e prática dos treinadores, assim como a deficitária formação dos vários académicos no domínio da filosofia da ciência, daí a sua dificuldade em compreender a complexidade das actividades corporais.
4 A intervenção psicológica, para além do desporto, pode estender-se a todas as áreas da actividade humana. Podemos afirmar que, desde a evolução da gravidez e a preparação para o parto, os primeiros movimentos da criança, o seu evoluir, as etapas do desenvolvimento, o brincar, a noção de normalidade (e suas correcções), o jogo, o divertimento, o trabalho - em todas estas áreas fisicamente activas, a Psicologia intervém. Intervém igualmente na compensação dos problemas relativos à idade, através dos factores psicológicos (efeitos psicológicos) associados à actividade física. Também, cada vez mais, a actividade física é utilizada para ocupar os tempos livres que a evolução tecnológica vai permitindo aos trabalhadores. Os médicos, por sua vez, cada vez recomendam mais a actividade física como compensação para muitas das doenças chamadas da civilização (stress, obesidade, depressões, etc.) e como forma de manter o corpo activo, já que o trabalho se está a terciarizar. A intervenção psicológica ao nível da actividade física, visa assim, promover o bem estar do praticante, aumentar a sua auto-estima, reduzir a ansiedade e a depressão, promover o desenvolvimento global e harmonioso do indivíduo, estudando as repercussões psicológicas das diferentes práticas e aconselhando as condições em que ela deve ocorrer. É todo um campo ainda pouco explorado mas já com alguma investigação científica e que promete ser um largo espaço de aplicação profissional.
5 2. Objectivos: A realidade do desporto e da actividade física actual é caracterizada por um enorme desenvolvimento nos diferentes domínios social, económico, técnico, tecnológico, científico; Tal desenvolvimento determina o aparecimento e progressivo aumento de importância de técnicos especialistas de diferentes áreas das ciências do desporto de que o psicólogo do desporto de destacou nos últimos anos; Assim, procura-se que na disciplina de Introdução à Psicologia do Desporto e Exercício os alunos da Licenciatura em Desporto, Variante de Psicologia do Desporto e do Exercício, da Escola Superior de Desporto de Rio Maior: Assimilem a importância da Psicologia no desenvolvimento e compreensão do Desporto e das Actividades Físicas e estejam profundamente identificados com as características da sociedade e cultura desportivas de modo a terem deles o necessário entendimento e aceitação com vista ao estabelecimento de uma relação de empatia e confiança; conheçam os comos e os porquês da Psicologia do Desporto e Exercício, isto é, a sua história (aparecimento e desenvolvimento), a sua natureza e organização, quer em Portugal, quer no estrangeiro, bem como as principais metodologias de intervenção.
6 3. Conteúdos Programáticos a) Natureza da Psicologia do Desporto e do Exercício: a. - O Desporto e a Actividade Física como fenómeno Social e Cultural. b. - A Psicologia do Desporto como ciência c. - Natureza da Psicologia do Desporto d. - História e Organização da Psicologia do Desporto. e. - A Psicologia do Desporto em Portugal f. - As Organizações Desportivas g. - Tendências da Investigação Actual b) Competências do Professor/Monitor a. A Filosofia de treino i. O que é a filosofia de treino ii. O auto-conhecimento iii. Os objectivos de treino b. Comunicação i. Estrutura do processo de comunicação ii. Tipos de comunicação c. Liderança i. Componentes da liderança eficaz ii. A liderança no desporto c) Áreas de Intervenção da Psicologia do Desporto a. Diferenças Individuais e Desporto i. Caracterização psicológica da actividade desportiva ii. Potencial Intelectual e psicomotor iii. Personalidade iv. Motivação v. Activação, stress e ansiedade b. Avaliação em Psicologia do Desporto i. Controle e avaliação do treino em desporto ii. A observação em Psicologia do Desporto iii. Os testes específicos do desporto d) Psicologia Social do Desporto a. Aspectos Psicossociológicos i. Competição e cooperação b. Dinâmica dos grupos i. Características dos grupos c. O envolvimento social i. O clube, empresa, autarquia, ginásio ii. Os dirigentes iii. Os familiares e amigos d. O envolvimento físico i. As condições materiais ii. As lesões iii. O clima e) A Interacção a. Treino Psicológico
7 4. Metodologias de Ensino: O programa foi construído no pressuposto de que, numa primeira fase os alunos deverão contactar com os conceitos teóricos subjacentes à área cientifica, e que numa segunda fase os deverão mobilizar para o desenvolvimento de um trabalho. Deverá privilegiar-se a relação Professor Aluno, realizando aulas dinâmicas e positivas, em que os alunos têm um papel activo no seu processo de aprendizagem. As reflexões dos alunos sobre as matérias são os guiões para desenrolar das aulas. Os diapositivos de todas as aulas, assim como o programa e sumários são disponibilizados na página da unidade curricular, antes de cada aula. Esta estratégia visa a preparação dos alunos para as aulas de modo a que a o seu papel seja activo. 5. Regime de Frequência: Estes conteúdos são leccionados em aulas teóricas, teórico-práticas e Trabalhos de campo, perfazendo um total de 60 horas. Nas aulas teóricas são apresentados e desenvolvidos os conceitos, enquanto nas práticas os alunos são preferencialmente confrontados com situações e pessoas cuja experiência e vivência lhes permitirá a aquisição e integração de diferentes filosofias e modos de encarar a Psicologia do Desporto. Nos Trabalhos de Campo, os alunos efectuarão um conjunto de visitas a vários locais de prática desportiva. Este segundo tipo terá um calendário próprio e do qual se elaborarão pequenos relatórios, consoante um guião previamente definido. As sessões de Tutória terão como objectivo principal orientar os alunos no desenvolvimento dos seus trabalhos. Este trabalho será efectuado preferencialmente em regime presencial, no entanto prevê-se a possibilidade de utilização de um sistema de LMS onde serão disponibilizados todos os conteúdos da disciplina e que poderá ser utilizado no apoio destes estudantes on-line.
8 6. Modelo de Avaliação: O modelo base de avaliação será o da avaliação contínua e comportará quatro vectores fundamentais (10 horas): Assiduidade e Participação = 2 valor (10% do peso total) - Cumprir dois terços de presenças das aulas leccionadas (teóricas e teórico-práticas). No quadro específico do peso atribuído à assiduidade, apenas para efeitos de classificação final, é permitido a cada aluno faltar a 3 aulas (seja no bloco teórico ou no bloco teórico/prático) durante todo o semestre. No entanto, faltas acima deste valor serão penalizadas, do seguinte modo, no peso atribuído à nota da assiduidade: a) 4 faltas = subtracção de 1/2 do peso total. b) 5 faltas = subtracção da totalidade da nota. Ao contrário da nota da assiduidade, que é automática, o valor específico a atribuir à participação será contingencial, quer ao número e à qualidade das intervenções e exposições, quer ao empenhamento e envolvimento evidenciados em aula. Especificamente, os exercícios, sumários desenvolvidos das aulas e provas práticas traduzem uma parte substantiva das actividades a implementar nas aulas, reportando-se a dispositivos orientados para desencadear performances orais e escritas de concretização e de aplicação dos conhecimentos teóricos aprendidos (40%) -1 trabalho individual - Trabalho de pesquisa a ser entregue aproximadamente um mês antes do final das aulas, em data a definir. Este trabalho será composto por um projecto (a ser entregue até ao final de Outubro), um relatório escrito e uma apresentação/exposição oral à turma (50%) -5 Trabalhos de desenvolvimento da matéria efectuados em grupo. Sujeito à análise e discussão (apresentação / dinamização), no que se refere ao rigor científico e à qualidade formal do mesmo. Será elaborado um relatório (análise crítica) com rigor científico. Limite máximo de 10 páginas. a) Relatório Escrito (papel e suporte digital) Avaliação do grupo;
9 b) Apresentação/Dinamização -Avaliação de apresentação oral individual. Nota: A classificação final será em função das percentagens, não podendo qualquer dos momentos de avaliação ter uma classificação inferior a 7,5 valores Os alunos que não optarem por este tipo de avaliação serão avaliados em exame final de acordo com o regulamento de avaliação em vigor na Escola. 6.3 Calendário de momentos de Avaliação Entrega do Trabalho de Pesquisa 15 de Dezembro de 2009 Individual Apresentação/Dinamização do Trabalho Durante o mês de Janeiro O aluno opta pela pelo modelo de avaliação continua ou final Apresentação da 1ª ficha de trabalho ou seja até 13 de Outubro
10 7. Bibliografia Essencial: ALVES J., BRITO, A. P. & SERPA, S. (1996) - Psicologia do Desporto: Manual do treinador. Vol. I, Psicosport, Lisboa. BRITO, A. P. (1994) - Psicologia do Desporto. Omniserviços, Lisboa. CRUZ, J. (Ed.) (1996) - Manual de Psicologia do Desporto. Sistemas Humanos e Organizacionais, Braga. HORN, T. (1992) - Advances in Sport Psychology, Human Kinetics Pub, Champaign, IL. MARTENS, R. (1987) - Coaches Guide to Sport Psychology, Human Kinetics, Champaign, IL. SINGER, R., MURHEY, M., TENNANT, L. (Eds.) (2000) - Handbook of Research on Sport Psychology (ISSP) - Macmillan Pub. Co. New York. THOMAS, R., MISSOUM, G., RIVOLIER, J. (1987) - La Psychologie du Sport de Haut Niveau, Presses Universitaires de France, Paris. WEINBERG, R. & GOULD, D. (1999) - Foundations of Sport and Exercise Psychology. Human Kinetics, Champaign, IL.. WILLIAMS, J. M. (1991) - Psicologia Aplicada al Deporte. Biblioteca Nueva, Madrid. 8. Bibliografia de Extensão:
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