Editorial. Prevenção de Riscos Profissionais. março Boletim Informativo PRP. PRP Boletim de Prevenção de Riscos Profissionais

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1 Boletim Informativo PRP Prevenção de Riscos Profissionais Editorial É fundamental integrar a dimensão de género na avaliação de riscos e na prevenção no local de trabalho. Existem questões chave a ter em conta, como a identificação dos perigos, a avaliação de riscos e a implementação de soluções. março Nesta publicação de março, em que se assinala o Dia Internacional da Mulher chamamos a atenção para a problemática de Género na Segurança e Saúde no Trabalho. PRP Boletim de Prevenção de Riscos Profissionais Visite o Destaques nesta Edição: Uma Publicação Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho da UGT Campanha Locais de trabalho saudáveis para todas as idades FICHA PRÁTICA PRP n.º 21 Problemática de Género na Segurança e Saúde no Trabalho Dados sobre Sinistralidade laboral relativos a 2013 Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho

2 Página 2 Campanha Locais de trabalho saudáveis para todas as idades A existência de condições de trabalho seguras e saudáveis ao longo da nossa vida profissional é fundamental para os trabalhadores e trabalhadoras, para as empresas e para a sociedade em geral. Esta é a mensagem principal da Campanha «Locais de trabalho seguros e saudáveis» A Campanha tem quatro objetivos: Promover o trabalho sustentável e o envelhecimento saudável desde o início da vida profissional; Prevenir os problemas de saúde ao longo da vida profissional; Fornecer aos empregadores e aos trabalhadores meios para gerir a Segurança e Saúde no Trabalho no contexto do envelhecimento da população ativa; Promover o intercâmbio e informações e boas práticas. Saiba mais Aqui. Consulte o Guia da Campanha. Aceda ao nosso Blog em:

3 Página 3 Ficha Prática n.º 21 Problemática de Género na Segurança e Saúde no Trabalho 1 - Problemática de Género na Segurança e Saúde no Trabalho. Do que falamos? Sabemos que o trabalho pode representar riscos para a Segurança e Saúde dos trabalhadores e trabalhadoras. As políticas de Segurança e Saúde não abordam, geralmente, a dimensão de género, sendo que os riscos específicos para as mulheres são muitas vezes ignorados ou subestimados, na medida em que os setores e atividades especificamente masculinos têm definido as prioridades. A proporção crescente de mulheres na força de trabalho suscitou um conjunto de questões relacionadas com a igualdade de género, no que toca aos diferentes efeitos dos riscos relacionados com o trabalho para homens e mulheres, em termos de exposição a substâncias perigosas, impacto dos agentes biológicos na saúde reprodutiva, exigências físicas do trabalho pesado, conceção ergonómica dos locais de trabalho e duração da jornada de trabalho, especialmente quando as tarefas domésticas devem igualmente ser tidas em conta. 2 - O que as entidades patronais podem fazer? Uma abordagem sensível ao género no domínio da Segurança e Saúde no Trabalho implica reconhecer e ter em conta as diferenças entre os trabalhadores masculinos e femininos. As entidades patronais podem: - Ter como objetivo tornar o trabalho mais seguro e mais fácil para todos; - Incluir as questões de género na avaliação de riscos; - Ter em conta o trabalho em concreto e evitar identificar, com base em conjeturas, os trabalhadores e trabalhadoras que estão em situação de risco e porquê; Continuação...

4 - Admitir flexibilidade no horário de trabalho; - Envolver as mulheres na tomada de decisões relativas à Segurança e Saúde no Trabalho; 3 - Como pode ser integrada a dimensão de género na Avaliação de Riscos? A avaliação de riscos deve ter em conta a problemática do género, em todas as fases do seu processo, a saber: 1 Identificação dos perigos; 2 Avaliação dos riscos; 3 Implementação de medidas; 4 Acompanhamento; 5 Reavaliação. 4 - Como é que se pode incluir a dimensão de género na Identificação de Riscos? Podemos incluir a questão do género da seguinte forma: Considerar os perigos que existem tanto nos chamados trabalhos masculinos como nos denominados trabalhos predominantemente femininos; Considerar, de igual forma, tanto os riscos para a saúde como os riscos para a segurança; Inquirir, de forma estruturada, tanto os trabalhadores homens, como as trabalhadoras mulheres sobre os problemas com que se confrontam no trabalho; Ter em conta o conjunto de todos os trabalhadores e as trabalhadoras, sem exceção; Ter em conta os trabalhadores e as trabalhadoras a tempo parcial, temporários ou subcontratados, bem como aqueles que se encontram de baixa médica; Cont.

5 Encorajar as trabalhadoras mulheres a assinalar os fatores que, na sua opinião, possam afetar a sua Segurança e Saúde no Trabalho, bem como os problemas de saúde que possam encontrar-se relacionados com o trabalho; Considerar e analisar problemas de saúde mais latos; Identificar eventuais riscos para a Segurança e a Saúde das mulheres grávidas ou lactantes, tais como a movimentação manual de cargas, a exposição a substâncias químicas e a exposição a doenças infetocontagiosas. 5 - Como é que se pode incluir a dimensão de género na Avaliação de Riscos? Podemos incluir a questão do género da seguinte forma: - Considerar o trabalho efetivamente executado e o contexto de trabalho real; - Não fazer suposições no que se refere à exposição a riscos com base apenas na discrição das funções; - Envolver as trabalhadoras na avaliação dos riscos, podendo ser considerada a utilização de círculos de saúde, as intervenções sobre stresse, etc. - Assegurar que os responsáveis pelo processo de avaliação de riscos se encontram devidamente formados sobre as questões de género na SST; - Informar convenientemente os avaliadores externos de que deverão adotar uma abordagem que tenha em conta a dimensão de género; - Ter em conta a problemática do género aquando do estudo das repercussões para a Segurança e Saúde no Trabalho de qualquer alteração prevista no local de trabalho. 6 - Como é que se pode incluir a dimensão de género na Implementação de Medidas? Podemos incluir a questão do género da seguinte forma: - Procurar eliminar os riscos na fonte, proporcionando a todos os trabalhadores e trabalhadoras um local de trabalho seguro e saudável, o que inclui necessariamente a eliminação dos riscos para a saúde reprodutiva; - Adaptar o trabalho e as medidas de prevenção a implementar aos trabalhadores e trabalhadoras, tendo em atenção as caraterísticas de cada um; Cont.

6 Página 6 - Envolver as mulheres no processo de tomada de decisões e de implementação das medidas de prevenção/ soluções; - Fornecer às mulheres, bem como aos homens, a informação e a formação adequada e suficiente para o trabalho que executam, bem como a informação sobre as consequências do mesmo para a sua saúde. 7 - Como é que se pode incluir a dimensão de género no Acompanhamento e na Reavaliação? Podemos incluir a questão do género da seguinte forma: - Garantir que as mulheres participam de forma efetiva nos processos de acompanhamento e reavaliação; - Garantir que a vigilância da saúde tenha em atenção as questões de género. Fonte: Ficha Técnica n.º 43 Integrar a dimensão do género na avaliação dos riscos da OSHA Para mais Informações consulte a publicação da UGT Brochura Dimensão de Género na Segurança e Saúde no Trabalho. PRP - Prevenção Riscos Profissionais

7 Página 7 Dados sobre Sinistralidade laboral relativos a 2013 já se encontram disponíveis (GEP) Já foram divulgados os dados sobre sinistralidade laboral, relativos a Seguem algumas conclusões gerais: Note-se que este ano, pela primeira, vez foram contabilizados todos os acidentes de trabalhos, tanto provenientes via sistema segurador como via entidades empregadoras públicas quando o acidente de trabalho é reparado pela própria entidade. Apesar do setor C - indústrias transformadoras ser a atividade económica com maior sinistralidade global, o setor E - captação, tratamento e distribuição de água; saneamento, gestão de resíduos e despoluição regista a maior taxa de incidência, quase 3 vezes maior que a taxa de incidência global (11.585,2 acidentes por cada trabalhadores) e um aumento de 2 843,4 acidentes por trabalhadores, face ao ano anterior; Na distribuição dos acidentes de trabalho por sexo observa-se que 69,0% dos acidentes ocorreram com homens; A concentração maior de trabalhadores sinistrados do sexo masculino destacase no setor B indústrias extrativas com 99,4%; Pelo contrário, onde a maioria dos sinistrados é do sexo feminino é no setor das T- atividades das famílias empregadoras de pessoal doméstico e atividades de produção das famílias para uso próprio com 90,8%, reflexo também da distribuição do emprego por sexo nesta atividade; A maior parte dos acidentes de trabalho mortais ocorreram em micro empresas ou trabalhadores independentes, 39,2%, e, pequenas empresas, 32,3%. Já nas grandes empresas, com 250 e mais pessoas ao serviço, registarem-se 11,4% dos acidentes; Comparativamente com a percentagem registada para o total dos acidentes, o grupo dos agricultores e trabalhadores qualificados da agricultura e pesca é o que se destaca em termos da sinistralidade mais grave, pois a percentagem para os acidentes mortais foi 4 vezes maior que para o total dos acidentes;

8 Página 8 O distrito com maior sinistralidade foi o do Porto seguido do distrito de Lisboa, totalizando ambos 39,7% do total de acidentes; No que respeita aos acidentes mortais, em Portugal continental, foi no distrito de Lisboa que morreram mais trabalhadores (14), seguido de Setúbal e Aveiro com o mesmo número de mortes (12). Onde existiu um grande crescimento da sinistralidade foi no Estrangeiro, tendo-se registado acidentes de trabalho em 2013, contra em Estes acidentes ocorrem com indivíduos vinculados a entidades empregadoras portuguesas com seguro de acidente de trabalho em Portugal. Fonte: Acidentes de Trabalho (2013) Síntese do GEP. Pode consultar os dados na íntegra Aqui. Novos riscos e tendências na Segurança e Saúde das mulheres no trabalho A desigualdade de géneros quer dentro quer fora do local de trabalho pode ter um efeito sobre a Segurança e Saúde das mulheres no trabalho. O sumário deste relatório fornece uma perspetiva política ao examinar os desafios específicos em termos de segurança e saúde impostos por uma integração mais extensiva das mulheres no mercado de trabalho. Fornece também uma análise estatística das tendências no emprego e nas condições de trabalho, exposição a perigos e acidentes e problemas de saúde para mulheres causados pelo trabalho; e explora combinações de exposições, cancro ocupacional, acesso à reabilitação, mulheres e trabalho informal, profissões femininas emergentes tais como as de cuidados e tarefas domésticas, situações enfrentadas por mulheres jovens e idosas, o crescimento do sector dos serviços, violência e assédio e horários de trabalho cada vez mais variados como principais fatores de risco. Saiba mais Aqui.

9 Página 9 Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho Hoje, muitos trabalhadores enfrentam uma pressão maior para atender às exigências da vida laboral moderna. Os riscos psicossociais, tais como o aumento da concorrência, as expectativas mais elevadas em relação ao desempenho e mais horas de trabalho estão a contribuindo para que o local de trabalho se torne um ambiente cada vez mais estressante. Com o ritmo de trabalho ditado por comunicações instantâneas e elevados níveis de concorrência global, as linhas que separam o trabalho da vida tornam-se cada vez mais difíceis de identificar. Além disso, devido às alterações significativas nas relações de trabalho e à atual recessão económica, os trabalhadores estão a sofrer mudanças organizacionais e de reestruturação, oportunidades de trabalho reduzida, o aumento do trabalho precário, o medo de perder os seus empregos, demissões em massa e desemprego e diminuição da estabilidade financeira, com graves consequências para a sua saúde mental e para o bem-estar. Nos últimos anos, tem sido crescente a atenção dos investigadores, dos profissionais e dos decisores políticos para o impacto dos riscos psicossociais e do stress relacionado com o trabalho. O stress relacionado com o trabalho é hoje geralmente reconhecido como um problema global que afeta todos os países, todas as profissões e todos os trabalhadores, tanto nos países desenvolvidos como nos países em desenvolvimento. Neste contexto complexo, o local de trabalho é ao mesmo tempo uma fonte importante de riscos psicossociais e o local ideal para os resolver, de modo a proteger a saúde e o bem-estar dos trabalhadores. Texto baseado na versão inglesa da OIT.

10 Página 10 Estudo sobre Riscos Psicossociais em Portugal Um grupo de investigadores nacionais elaborou um protocolo com os autores do Projeto Guarding Work (GM@W), no Canadá, no sentido de proceder à validação para a população portuguesa de um questionário que permita fazer um estudo sobre stresse e riscos psicossociais. Cerca de 22% dos trabalhadores da União Europeia (em Portugal são cerca de 28%) estão afetados pelas consequências negativas do stresse (representam 40 milhões de profissionais de todas as atividades). A União Europeia, com os problemas do foro mental, identifica 136 mil milhões de euros gastos com dias perdidos, baixa produtividade e erros sistemáticos. Neste sentido, divulgamos neste Boletim PRP o questionário que serve de base a este Estudo. O Questionário encontra-se disponível Aqui. Ficha Técnica n.º 57 Questões familiares e equilíbrio entre vida familiar e profissional Ao longo das últimas décadas, homens e mulheres experienciaram uma cada vez maior necessidade de conciliar a sua vida pessoal, familiar e profissional. Encontrar o equilíbrio perfeito entre vida doméstica e profissional que combine tempo, satisfação e envolvimento psicológico constitui um grande desafio. Esta Ficha Técnica oferece uma visão geral sobre o tema em questão, descrevendo a situação na Europa e dando conselhos práticos a trabalhadores e empregadores. Aceda Aqui.

11 Página 11. Prevenção + Segurança = Investimento Seguro Uma Publicação Departamento de Segurança e Uma Publicação do Saúde no Trabalho da UGT Próximo número: maio de 2016