Boletim Informativo
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- Geraldo Bastos Lima
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1 PEETT IMAGEEM I DIAGNÓSSTTI ICOSS VEETTEERRI INÁRRI IOSS NNOVVI IIDDAADDEESS NNO SS IITTEE I Estamos constantemente disponibilizando em nosso site novidades em serviços, dowloads e notícias, visite-o e aproveite. EE XXAAMEE EE LLEE TTRROCAARRDD IOGRRÁÁFFI I ICO Informamos que os exames estão sendo realizados todos os dias durante o período comercial, podendo também ser realizado sem agendamento prévio. MAATTÉÉ RRI IAA TTÉÉCNNI ICAA DDO MÊÊSS M V responsável pelo serviço de Radiologia Veterinária Danielle Murad Tullio Membro do Colégio Brasileiro de Radiologia Veterinária M V responsável pelo serviço de Radiologia Veterinária Vivien Midori Morikawa Especialista em Radiodiagnóstico Veterinário DISTÚRBIOS CARDÍACOS RELACIONADOS COM A FREQÜÊNCIA CARDÍACA, RITMO E PULSO E OS EXAMES DIAGNÓSTICOS PARTE 1 Os distúrbios da freqüência cardíaca e ritmo associadas com características de pulso estão entre os sinais mais comuns de desordens cardíacas e extra-cardíacas. A freqüência cardíaca e o ritmo são facilmente identificados pela auscultação, palpação do pulso arterial e principalmente pela eletrocardiografia. Algumas arritmias causam sinais clínicos catastróficos, enquanto outras quase não são percebidas, e se não forem corretamente diagnosticadas e identificadas, para o correto tratamento, pode haver a morte do paciente. Às vezes nem percebemos o quanto as arritmias são freqüentes na rotina diária de atendimento. Relata-se que pode ocorrer em até 90% dos cães submetidos à anestesia. As arritmias podem ser secundárias e até complicadas com algumas condições diversas que iremos discorrer adiante. Algumas das variações normais do ritmo cardíaco do cão podem ser notavelmente irregulares, e estas devem ser reconhecidas adequadamente como normais e requerem diferenciação de outras arritmias sérias. Quando as arritmias se tornam significantes, inúmeros sinais clínicos podem ocorrer. Para os casos mais discretos podem ser enumerados sinais como fraqueza, fadiga, letargia e intolerância ao exercício. Para os casos mais severos fraqueza profunda, ataxia e confusão mental. No caso de sérias arritmias podemos observar colapso, convulsões, coma e morte súbita. Apesar dos sinais acima descritos não serem patognomônicos para arritmias cardíacas qualquer animal que os mostre deve ser avaliado para presença de arritmias. Os sinais clínicos causados pelas arritmias devem-se à diminuição do débito cardíaco, causadas por taquicardia, bradicardia e ritmos irregulares. Os sinais clínicos se desenvolvem quando a perfusão cerebral e periférica está comprometida significativamente pelo resultado da baixa pressão sanguínea. A taquicardia pode ser benéfica ou prejudicial dependendo da magnitude da taxa
2 cardíaca. Com taxa cardíaca aproximadamente de 180 bpm pode levar a um aumento de débito cardíaco. Com taxa cardíaca acima de 180 bpm em cães adultos o débito cardíaco começa a diminuir pois a pausa entre batimentos é tão pequena que os ventrículos batem antes de estarem completamente preenchidos com sangue. Se a taxa cardíaca excede 200 bpm o débito cardíaco diminui drasticamente. Se a taquicardia se prolonga, falência cardíaca congestiva pode resultar numa prolongada queda do débito cardíaco. Este mesmo mecanismo ocorre no caso de batimentos prematuros. Quando o batimento prematuro descarrega os ventrículos muito rapidamente estes são forçados a contrair antes que estejam completamente preenchidos com sangue, e assim a pressão sanguínea cai. Estes efeitos na pressão sanguínea não são clinicamente significantes até começarem a ocorrer frequentemente. A bradicardia afeta o débito cardíaco porque o coração não bate com a freqüência suficiente para manter a pressão arterial média num nível aceitável. Com uma taxa cardíaca baixa o coração compensa bombeando mais sangue em cada batida devido ao tempo mais longo de enchimento, mas a pressão sanguínea está frequentemente fixada num nível baixo. A pressão sanguínea pode se adequar no momento de descanso, mas é inadequada durante exercício, onde temos o agravamento dos sinais clínicos. Durante o exame físico se dá a observação da ocorrência de algum tipo de arritmia, a taquicardia, bradicardia e batimentos irregulares são notados no momento da auscultação ou durante a palpação do pulso femoral. Quando alguma anormalidade é detectada no exame físico, três importantes observações clínicas devem ser feitas para auxiliar a sua pesquisa: 1. Correlacionar a arritmia com a respiração. A influência respiratória no tônus vagal pode causar aumento da taxa cardíaca durante a inspiração e diminuição durante expiração. Se flutuações na taxa cardíaca podem ser correlacionadas positivamente com movimentos respiratórios, podemos observar arritmia sinusal, que é uma variação normal do ritmo cardíaco canino. 2. Comparar taxa cardíaca e pulso femoral. Normalmente o pulso femoral ocorre após cada batimento cardíaco. Algumas arritmias, como batimento prematuro e fibrilação atrial, causam um déficit do pulso onde há mais batimentos que pulso femoral. Devemos ter em mente que déficit de pulso é sinal de severa arritmia. 3. Observação do pulso jugular no exame físico. Arritmias como batimento prematuro ventricular, taquicardia e bloqueio completo causam pulso jugular. Nessas arritmias o ventrículo contrai antes do átrio. No momento da contração atrial as válvulas atrioventriculares já estão fechadas, e em vez de deslocar o sangue para os ventrículos, a contração atrial bombeia o sangue de volta. Este movimento de bombeamento reverso é transmitido para a veia jugular produzindo o pulso. Cães com fibrilação atrial tem pulso jugular por que eles estão em falência de coração direito.
3 Podemos classificar as arritmias baseado em dois esquemas: Arritmias Sinoatriais CLASSIFICAÇÃO ANATÔMICA E FISIOLÓGICA DAS ARRITMIAS CARDÍACAS Arritmia sinusal Sinus arrest e bloqueio sinoatrial Marcapasso migratório Taquicardia sinusal Bradicardia sinusal Arritmias Ectópicas Arritmias supraventriculares Batimentos prematuros atriais Batimentos prematuros juncionais Taquicardia atrial Fibrilação atrial Flutter atrial Taquicardia juncional Arritmias ventriculares Batimentos prematuros ventriculares Taquicardia ventricular e dissociação atrioventricular Fibrilação ventricular Ritmos de escape Batimentos de escape juncional Batimentos de escape ventricular Distúrbios e Condução Bloqueio átrio-ventricular Primeiro grau Segundo grau Terceiro grau (completo) Parada sinoatrial Bloqueio de ramos de feixe Bloqueio de ramos de feixe direito Bloqueio de ramos de feixe esquerdo Síndrome de Wolff-Parkinson-White CLASSIFICAÇÃO DAS ARRITMIAS CARDÍACAS PELA TAXA CARDÍACA Taquicardias Taquicardia sinusal Taquicardia atrial Fibrilação atrial Taquicardia juncional (às vezes) Flutter atrial Taquicardia ventricular (às vezes) Bradicardias Bradicardia sinusal Parada sinoatrial Ritmos de escape ventricular Ritmos de escape juncional Bloqueio cardíaco completo Bloqueio átrio ventricular de segundo grau Sinus arrest (às vezes) Arritmias com taxas normais Arritmia sinusal Sinus arrest (geralmente) Batimentos prematuros atriais Batimentos prematuros juncionais Batimentos prematuros ventriculares Taquicardia juncional (geralmente) Taquicardia ventricular (geralmente) Bloqueio átrio ventricular de primeiro grau Bloqueio átrio ventricular de segundo grau (geralmente) Bloqueio de ramos de feixe Síndrome de Wolff-Parkinson-White
4 Cada arritmia deve ser diagnosticada corretamente para que o tratamento seja feito da melhor forma, mas vale a pena lembrar que certas alterações são secundárias a diferentes processos do organismo e que são revertidos conforme tratamento da causa de base. Normalmente temos algumas condições que estão associadas com arritmias, conforme tabela abaixo. Taquicardia sinusal Taquicardia atrial Fibrilação atrial Taquicardia ventricular Bradicardia sinusal Bloqueio sinoatrial e sinus arrest Condução sinoventricular Bloqueio átrio ventricular de 2º grau e 3º grau Fisiológica Falência cardíaca congestiva Desordens sistêmicas Hipoxemia Administração de drogas Aumento atrial Doença pulmonar Administração de drogas Cardiomiopatia Insuficiência de mitral Cardiomiopatia Insuficiência de mitral Miocardites: trauma, toxemia, bacteremia, isquemia e drogas Fisiológica Desordens sistêmicas Hipoxemia Drogas Aumento de tônus vagal Fisiológico Drogas Doença do seio doente Aumento de tônus vagal Hipercalemia Fibrose miocárdica Cardiomiopatia hipercalemia EXAMES COMPLEMENTARES DIAGNÓSTICOS Devemos lembrar que todos os exames são complementares e o clínico terá uma perfeita avaliação de seu paciente obtendo todos estes resultados, os quais aliados ao seu exame clínico minucioso possibilitarão uma verdadeira posição diagnóstica e prognóstica. Salientaremos aqui a indicação para cada um dos exames diagnósticos por imagem, já que muitas vezes temos que saber escolher qual o mais indicado entre todos. 1. ELETROCARDIOGRAFIA O eletrocardiograma é o exame diagnóstico de eleição e fornece a única maneira de identificar positivamente uma arritmia. A anamnese completa e o exame físico permitem ao clínico fazer uma suposição sobre qual arritmia está presente, mas isto não é suficiente. Os diferentes tipos de arritmias são distintos em muitos aspectos incluindo o tratamento, assim erros no diagnóstico e tratamento podem ser fatais, sendo assim o exame eletrocardiográfico é indispensável. Podemos elencar aqui algumas de suas aplicações: Diagnóstico exato da arritmia detectada na auscultação; Dispnéia aguda; Choque; Síncopes e convulsões;
5 Monitoração durante a após cirurgias; Sopro cardíaco; Cardiomegalia avaliado pela radiografia; Cianose; Avaliação do efeito dos fármacos utilizados para o tratamento das cardiopatias; Distúrbios eletrolíticos; Monitoração da pericardiocentese; Doenças sistêmicas (miocardite tóxica = piometra, uremia, pancreatite, neoplasias...); Exames seriados como auxílio no diagnóstico e prognóstico das cardiopatias; Rotina para animais geriátricos. 2. RADIOGRAFIA O exame radiográfico é uma ferramenta importante na avaliação cardiovascular. Os achados radiográficos não são consistentemente específicos o suficiente para levar a um diagnóstico definitivo sem evidências clínicas, devendo-se ter muito cuidado com certos parâmetros e padrões para interpretação dos resultados. Salientamos que radiografias de pouca qualidade são um desperdício de tempo e dinheiro do cliente, além de levar a interpretações errôneas. Podemos elencar aqui algumas de suas aplicações: Caracterização de doenças pulmonares; Detectar a fase da insuficiência cardíaca; Avaliação de metástases pulmonares; Auxílio no diagnóstico em casos de tosse, dispnéia, respiração ofegante, sopro cardíaco, vômito/regurgitação e cianose; Avaliação pré-anestésica; Suspeita de choque elétrico; Trauma grave; Avaliação de rotina para pacientes geriátricos. 3. ECOCARDIOGRAFIA A ecocardiografia é uma técnica recente e tornou-se um dos mais importantes auxílios diagnósticos na avaliação das desordens cardíacas, sendo uma técnica complementar da radiografia e não um substituto. Podemos elencar agora algumas das suas indicações: Avaliação das estruturas cardíacas quanto à espessura, formato e tamanho; Avaliação das funções cardíacas; Avaliação com o uso do Doppler da hemodinâmica; Avaliação de massas extra-cardíacas e intra-torácicas; Avaliação de efusões pericárdicas e pleurais. Colocamos a seguir como ilustração algumas imagens de exames realizados.
6 Animal: Labrador, macho castrado, 9 anos, com diagnóstico de Bloqueio Átrio-ventricular II grau e cardiomegalia e sob tratamento.
7 Animal SRD, 12 anos, fêmea, castrada sem tratamento, com aumento de coração direito. Na próxima edição iremos especificar cada uma das arritmias, seus aspectos principais e informações relevantes. Aguardem.
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