Direito Autoral Professor: Attílio Gorini
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- Maria do Loreto Lagos Quintão
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1 DIREITO DO ENTRETENIMENTO DIREITO DO ENTRETENIMENTO Direito Autoral Professor: Attílio Gorini
2 Direito Autoral aula 2 UERJ 2010 (Entretenimento) Attilio Gorini gorini@dannemann.com.br 2006 Dannemann Siemsen. Todos os direitos reservados.
3 Perguntas?.O que é passível de proteção pelo direito autoral?.o que não se protege pelo direito autoral?.como nasce a proteção?.como se divide o direito autoral?.quais são os principais direitos morais?.quais são as características dos direitos morais?.informe alguns exemplos das modalidades de utilização..o que significa a autorização do autor para uma modalidade?.o que é a Convenção de Berna?.O que é a Convenção Universal?.O que é materialização/expressão?. Corpus misticum v. Corpus mechanicum..originalidade e criatividade importam?.quais os prazos de proteção?.o que são direitos conexos?.o que são os direitos da personalidade?.quais são as características dos direitos da personalidade? 3
4 Negócios jurídicos Como devem ser interpretados? Restritivamente. O que isso significa na prática? Muito cuidado na redação de contratos. 4
5 Cessão de direitos autorais Presunção de cessão: Obra coletiva art. 17; Software Lei nº 9.609/98 5
6 Cessão de direitos autorais Para os demais, a cessão não se presume art. 49. A cessão compreende todos os direitos? Os direitos it morais não são passíveis de alienação ou renúncia. A cessão pode ser definitiva? Sim, mediante estipulação contratual t escrita. 6
7 Cessão de direitos autorais E se não houver estipulação contratual sobre o prazo da cessão? Será de 5 anos. Aonde é válida a cessão? Apenas para o país onde se firmou o contrato, salvo estipulação em contrário. A cessão pode englobar modalidades de utilização não existentes? Não. 7
8 Art. 49: Parênteses: modalidades de utilização v. mídia Inciso V a cessão só se operará para modalidades de utilização já existentes à data do contrato; Inciso VI não havendo especificações quanto à modalidade de utilização, o contrato será interpretado restritivamente, entendendo-se como limitada apenas a uma que seja aquela indispensável ao cumprimento da finalidade do contrato. 8
9 Parênteses: modalidades de utilização v. mídia.art. 29. Depende de autorização prévia e expressa do autor a utilização da obra por quaisquer modalidades, tais como:.i a reprodução parcial ou integral;.ii a edição;.iii a adaptação, o arranjo musical e quaisquer outras transformações;.iv a tradução para qualquer q idioma;.v a inclusão em fonograma ou produção audiovisual;.vi a distribuição, quando não intrínseca ao contrato firmado pelo autor com terceiros para uso ou exploração da obra;.e a lista continua até o inciso X. 9
10 Parênteses: modalidades de utilização v. mídia Mídia, o que é mídia? É o suporte material ou imaterial, nada mais, nada menos. Mídia NÃO é modalidade de utilização. 10
11 Cessão de direitos autorais Será sempre por escrito; Será presumidamente onerosa; Poderá ser registrada (junto à obra ou em Cartório); Obras futuras: 5 anos. 11
12 Cessão de direitos autorais E os direitos conexos? Art. 13 da Lei nº 6.533/78: Não será permitida a cessão ou promessa de cessão de direitos autorais e conexos decorrentes da prestação de serviços profissionais. i i Parágrafo único Os direitos autorais e conexos dos profissionais i i serão devidos em decorrência de cada exibição da obra. 12
13 Parênteses: controvérsia do artigo 13 Como fica a interpretação do artigo 13 diante do artigo 81 da LDA? Como fica a interpretação do artigo 13 diante do artigo 92 da LDA? 13
14 Limitações aos direitos autorais Fair use. Ati Artigo 46da LDA É um direito? A tônica é de permissão de uso de trechos para fins não comerciais. 14
15 Parênteses: a controvérsia do inciso II do artigo 46 Artigo 46. Não constitui ofensa aos direitos autorais: II a reprodução, em um só exemplar de pequenos trechos, para uso privado do copista, desde que feita por este, sem intuito de lucro. 15
16 Outro parênteses: o DRM DRM = digital rights management (gerenciamento de direitos autorais em âmbito digital) A legislação brasileira permite? Sim, expressamente. No artigo 107 da LDA. 16
17 A edição O que é? Obrigações do editor em cada exemplar. Obrigações de obra futura. O contrato versa sobre uma edição, salvo estipulação em contrário. A tiragem é de 3 mil exemplares, salvo estipulação em contrário. 17
18 A edição.preço arbitrado em usos e costumes, salvo estipulação em contrário..entrega em desacordo exige recusa em 30 dias, sob pena de aceitação tácita..o editor pode fixar o preço de venda livremente?.edição deverá acontecer em 2 anos, salvo estipulação em contrário..exclusividade se mantém enquanto edição não se esgotar..saldo só depois de um ano..o autor poderá modificar sua obra em edições futuras. 18
19 Comunicação ao público Inciso V do artigo 5º -ato mediante o qual a obra é colocada ao alcance do público, por qualquer meio ou procedimento e que não consista na distribuição de exemplares. O que é representação pública? O que é execução pública? Locais de freqüência coletiva? 19
20 Parênteses: o ECAD O que é? Como pode um monopólio? Polêmicas: Determinação de valores de cobrança; Cobrança em cinema? Cobrança em televisão? Cobrança em festa de criança em clube? Cobrança por download de ringtones? 20
21 Obra de arte plástica O que a alienação acarreta? Como se dá a autorização para reproduzí-la? 21
22 Obra fotográfica Que direitos têm o autor? E o fotografado? E o autor da obra fotografada? 22
23 Fonograma Inciso IX do artigo 5º - Toda fixação de sons de uma execução ou interpretação ou de outros sons, ou de uma representação de sons que não seja uma fixação incluída em uma obra audiovisual. Regras para publicação: Inserção do título da obra e seu autor; Inserção do nome ou pseudônimo do intérprete; Inserção do ano de publicação; Inserção do nome ou marca que identifica o produtor. 23
24 Obra audiovisual O que é? Contrato de produção? At Art. 86 execução pública. 24
25 Base de dados Qual é o grau de proteção? 25
26 Obra coletiva O que é? Quem é o autor? O organizador, ao publicar, deve mencionar em cada exemplar: o título da obra; a relação de todos os participantes, em ordem alfabética, se outra não houver sido convencionada; o ano de publicação; o seu nome ou marca. 26
27 Violações Sanções cíveis; Sanções criminais. 27
28 Sanções civis Sanções civis sem prejuízo das sanções penais (art. 101) Esfera cível (arts. 102 e ss.) Previsão de busca e apreensão (art. 102) Previsão de indenização (art. 103 e 105) Previsão de solidariedade (art. 104) 28
29 Previsão de solidariedade Vender Ocultar Adquirir Distribuir Ter em depósito Utilizar Com finalidade de vender, obter ganho, vantagem, proveito, lucro direto ou indireto, para si ou para outrem 29
30 Sanções civis Destruição dos exemplares fraudulentos e de todo o material utilizado para praticar o ilícito (art. 106) Novas tecnologias (art. 107) 30
31 Processo civil Busca e apreensão com base em violação de direitos autorais (artigo 842, parágrafo 3º do CPC): Necessário:.2 oficiais de justiça;.2 peritos para confirmação da violação. 31
32 Lei de Software Ênfase na tipificação dos crimes de violação de direitos de autor de programa de computador (art. 12) Sanções penais sem prejuízo das sanções civis i (art. 14) Liminar nos autos da ação principalp Informações confidenciais 32
33 Tutela penal Direito Autoral, com exceção do software: Código Penal arts. 184 e 186 Direito Autoral sobre o software: Lei 9.609/98 33
34 Código Penal Artigo 184 do Código Penal Violar direito autoral Norma penal em branco Lei de Direitos Autorais 34
35 Parágrafo 1º: Código Penal reprodução + intuito de lucro direto ou indireto + obra intelectual (no todo ou em parte) + sem autorização expressa do autor ou de quem o represente 35
36 Parágrafo 2º: Código Penal Distribuir Vender Expor à venda Alugar Introduzir no país Adquirir Ocultar 36
37 Código Penal Parágrafo 3º: Oferecimento ao público, mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer outro sistema que permita ao usuário realizar a seleção da obra ou produção para recebê-la em um tempo e lugar previamente determinados por quem formula a demanda, com intuito de lucro, direto ou indireto, sem autorização expressa. 37
38 Código Penal Parágrafo 4º Não se aplicará o disposto nos incisos parágrafos 1º, 2º e 3º no caso de limitação de direitos autorais, nem no caso de cópia de obra intelectual ou fonograma, em um só exemplar, para uso privado do copista, sem intuito de lucro direto ou indireto. 38
39 Código Penal Artigo 186 Ação penal privada - caput; Ação penal pública incondicionada parágrafos 1º e 2º; Ação penal pública condicionada parágrafo 3º 39
40 Artigo 12: Lei de Software Caput: Norma penal em branco Parágrafo 1º: Reprodução por qualquer meio De programa de computador No todo ou em parte Para fins de comércio Sem autorização 40
41 Parágrafo 2º: Vender Expor à venda Introduzir no país Adquirir Ter em depósito Lei de Software 41
42 Ação penal privada Lei de Software Exceção expressa no artigo 13: vistoria (arts. 524 e ss. do CPP) 42
43 2006 Dannemann Siemsen. Todos os direitos reservados. Direitos Conexos
44 O que são direitos conexos? Artistas, intérpretes e executantes (art. 90) Fixação Reprodução Execução pública Locação Radiodifusão Colocação à disposição Qualquer outra modalidade de utilização.direitos morais as Integridade Paternidade 44
45 O que são direitos conexos? Produtores fonográficos (art. 93) Reprodução Distribuição Comunicação ao público Quaisquer outras modalidades de utilização 45
46 O que são direitos conexos? Empresas de radiodifusão (art. 95) Retransmissão Fixação Reprodução Comunicação ao público 46
47 Duração 70 anos de 1º de janeiro do ano subseqüente à: Fixação, no caso de fonogramas Transmissão, no caso das emissões das empresas de radiodifusão; e Execução e representação pública, para os demais casos. 47
48 2006 Dannemann Siemsen. Todos os direitos reservados. Direitos da Personalidade
49 Proteção legal CF 1988 art. 5º, incisoxx CC 2002 arts. 11 a 21 49
50 Quais são os direitos da personalidade? Direito à imagem; Direito à voz; Direito ao nome; Direito à privacidade (intimidade); Direito it à honra; Direito ao próprio corpo. 50
51 Características Inalienáveis; Irrenunciáveis. Não devem ser confundidos com os direitos de autor. 51
52 2006 Dannemann Siemsen. Todos os direitos reservados. Propriedade Industrial
53 Qual é o conceito de Propriedade Intelectual? Propriedade intelectual = propriedade p industrial + direitos autorais e conexos Propriedade Industrial = marcas, patentes, modelos de utilidade, desenhos industriais, indicações geográficas e proteção contra a concorrência desleal e todos os outros direitos que resultem de atividade intelectual na área industrial, científica, literária ou artística. 53
54 Qual a razão para se proteger a Propriedade Intelectual? Na nossa sociedade a recompensa básica para a criação de um produto é o dinheiro. Uma sociedade eficiente deve recompensar de modo apropriado as invenções e criações para estimular o crescimento tecnológico. Se não existe incentivo para a criação de um produto/serviço, não existe razão para sua criação. 54
55 Legislação básica Lei nº 9.279/96 - Lei da Propriedade Industrial (aspectos cíveis e criminais) 55
56 Tratados Internacionais Convenção da União de Paris - marcas, patentes, desenhos industriais e repressão à concorrência desleal TRIPS -propriedade d intelectual t l no âmbito da Organização Mundial de Comércio (OMC) 56
57 O que são patentes? A patente confere ao seu titular o direito de impedir terceiro, sem o seu consentimento, de produzir, usar, colocar à venda, vender ou importar produto objeto da patente. (Art. 42 da Lei de Propriedade Industrial - Lei 9.279/96) 57
58 O que são patentes? Barganha entre inventor e sociedade, por intermédio do Estado, onde o inventor tem a exclusividade sobre a sua invenção assegurada por lei, por um determinado período de tempo e onde a sociedade d recebe em troca a informação de como realizar a invenção. 58
59 O que são patentes? Evita-se, assim, que novas invenções permaneçam em segredo. É um poderoso instrumento de desenvolvimento tecnológico, pois incentiva a pesquisa de outras soluções, que não infrinjam patentes de terceiros, para um mesmo problema técnico. 59
60 O que são patentes? Patentes não são só invenções revolucionárias. Hoje, é muito difícil invertar a roda : pequenos incrementos são mais constantes e, muitas vezes, mais importantes t de serem protegidos. A patente é uma solução para um PEQUENO PROBLEMA. 60
61 Patentes x Modelos de Utilidade.Patentes.Modelos de Utilidade Novidade absoluta Objeto de uso prático Atividade Inventiva Nova forma Aplicação Industrial Ato inventivo 20 anos do depósito Aplicação industrial 15 anos do depósito 61
62 Desenho Industrial forma plástica ornamental ou conjunto ornamental de linhas e cores aplicada a um produto que leve a um resultado visual novo e original na sua configuração externa e que possa servir de tipo de fabricação industrial Validade: d 10 anos do depósito prorrogável por 3 períodos consecutivos de 5 anos 62
63 Como obter uma patente ou um registro de desenho industrial Instituto Nacional da Propriedade Industrial Sistema Atributivo Depósito do PI ou do MU Período de Sigilo Publicação Exame Substantivo Concessão ou Rejeição = 7 a 8 anos. Depósito de DI publicação e concessão (sem exame substantivo a não ser que seja requerido expressamente) Cuidado com a NOVIDADE 63
64 O que são marcas? São suscetíveis de registro como marca os sinais distintivos visualmente perceptíveis, não compreendidos nas proibições legais. Distintividade; id d Percepção visual; Fora das proibições legais. 64
65 Quais são as marcas tradicionais? Palavras e números (esses últimos não isolados); Combinações de palavras e números; Frases; Combinações de frases; Desenhos e estilizações;. Combinações de todos os itens acima; Marcas tridimensionais. i i 65
66 E as marcas não tradicionais? Marcas sonoras. Marcas gustativas. Marcas olfativas. Marcas tácteis. Formatos de estabelecimentos comerciais (trade dress). 66
67 Exemplo de formato de estabelecimento comercial 67
68 Exemplo de formato de estabelecimento comercial 68
69 Exemplo de formato de estabelecimento comercial 69
70 Marcas não tradicionais: o entendimento do INPI Sinal Sonoro, Gustativo e Olfativo Embora toda marca nominativa ou mista tenha um conteúdo sonoro, não há possibilidade de se registrar marca constituída somente em som, ainda que o sinal sonoro possa ser representado graficamente. Essa representação visual não se confunde com aquela enquadrada como marca figurativa, pois esta se destina a ser exclusivamente vista e não decodificada. (Diretrizes Provisórias de Análise de Marcas) 70
71 Marcas não tradicionais: o entendimento do INPI o entendimento do INPI 71
72 Marcas não tradicionais: o entendimento do INPI Igual entendimento se aplica aos sinais gustativos e olfativos. Estes, embora já se vislumbre a possibilidade de virem a existir como marcas distintivas de produtos, ainda se confundem com o próprio p produto. (Diretrizes Provisórias de Análise de Marcas) 72
73 Marcas não tradicionais realmente não há proteção? Concorrência desleal (Lei nº 9279/96) Art. 2º A proteção dos direitos relativos à propriedade industrial, considerado o seu interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País, efetua-se mediante:.v repressão à concorrência desleal. Art Comete crime de concorrência desleal quem:.iii emprega meio fraudulento, para desviar, em proveito próprio ou alheio, clientela de outrem. 73
74 Sistema Atributivo Só o registro perante o INPI garante a propriedade. Validade = 10 anos prorrogáveis por períodos sucessivos e iguais de 10 anos; Território = Brasil; Procedimento. Há exceção? Uso anterior. 74
75 As melhores marcas (sob o ponto de vista estritamente jurídico). Marca arbitrária. Ex: Häagen Dazs Marca formada por palavra dicionarizada mas sem relação com o produto ou serviço. Ex: Claro Marca formada por palavra ou expressão que sugira o produto ou serviço. Ex: Elektro Marca que descreva o produto ou serviço, indique sua qualidade ou seja. palavra comum para o produto ou serviço: NÃO É PASSÍVEL DE REGISTRO Cuidado com marcas que se pareçam com expressões de propaganda (slogans) 75
76 Como usar as marcas.a marca deve ser utilizada EXATAMENTE como foi registrada..o registro de marca fica vulnerável à caducidade após 5 anos da concessão ou, passados os 5 anos da concessão, ele não seja utilizado por 5 anos..uso = escala comercial..melhor prova de uso = notas fiscais contendo a marca..cuidado! A marca deve estar na descrição dos produtos/serviços. 76
77 Processamento dos pedidos de marca no Brasil Depósito pode ser feito, se necessário, em 24 horas; Publicação para conhecimento de terceiros e oposição iã em 2 a 6 meses se o depósito for em papel; em 1 ou 2 meses se o depósito for online; Concessão ou rejeição (sem eventos) 2 anos 77
78 Processamento dos pedidos de marca no Brasil Concessão ou rejeição (com eventos) 5 anos Transferências e alterações 1 ou 2 anos Prorrogação 2 anos (sem reclassificação) 78
79 Perguntas? 79
80 Obrigado! Dúvidas? Entre em contato: 80
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