Formação do Profissional na Área de Memória. Ana Célia Navarro de Andrade Historiógrafa do CEDIC/PUC SP Presidente da ARQ SP
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- Júlio César Lombardi Felgueiras
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1 Formação do Profissional na Área de Memória Ana Célia Navarro de Andrade Historiógrafa do CEDIC/PUC SP Presidente da ARQ SP
2 Programa 1. Conceituação: o que se entende por memória? 2. Instituições de memória. 3. A gestão da memória e seus produtos. 4. O profissional da área de memória: indivíduo ou equipe? a. Formação acadêmica; b. Formação complementar; c. Funções/atividades. 5. Espaço para perguntas.
3 Conceituação: o que se entende por memória? Para a psicologia, neurologia e outras ciências Memória A memória é a capacidade de adquirir (aquisição), armazenar (consolidação) e recuperar (evocar) informações disponíveis, seja internamente, no cérebro (memória biológica), seja externamente, em dispositivos artificiais (memória artificial). Fonte: Wikipédia.
4 Conceituação: o que se entende por memória? Tipos de Memória Memória declarativa. É a capacidade de verbalizar um fato. Classifica se em: Memória imediata. É a memória que dura de frações a poucos segundos. Um exemplo é a capacidade de repetir imediatamente um número de telefone que é dito. Estes fatos são após um tempo completamente esquecidos, não deixando "traços".
5 Conceituação: o que se entende por memória? Memória de curto prazo. É a memória com duração de alguns segundos ou minutos. Neste caso existe a formação de traços de memória. O período para a formação destes traços chama se "Período de consolidação. Um exemplo desta memória é a capacidade de lembrar eventos recentes que aconteceram nos últimos minutos. Memória de longo prazo. É a memória com duração de dias, meses e anos. Um exemplo são as memórias do nome e idade de alguém quando se reencontra essa pessoa alguns dias depois. Como engloba um tempo muito grande pode ser diferenciada em alguns textos como memória de longuíssimo prazo quando envolve memória de muitos anos atrás.
6 Conceituação: o que se entende por memória? Memória não declarativa ou de procedimentos. É a capacidade de reter e processar informações que não podem ser verbalizadas, como tocar um instrumento ou andar de bicicleta. Ela é mais estável, mais difícil de ser perdida. Fonte: Wikipédia.
7 Conceituação: o que se entende por memória? A memória não possui um único lócus. Existem diferentes estruturas cerebrais envolvidas na aquisição, armazenamento e evocação das informações adquiridas por meio da aprendizagem. Os cientistas julgam que o hipocampo é o centro da memória. Registra os fatos simples, não emotivos e é considerado a zona do cérebro onde se processa a maior parte da aprendizagem realizada por intermédio de livros ou de memória semântica. Quando se vivencia uma experiência diferente, mas relacionada à rede original, automaticamente o cérebro reescreve o arquivo para considerar a nova entrada. Fonte:
8 Conceituação: o que se entende por memória?
9 Conceituação: o que se entende por memória? Para a informática Memória RAM, de armazenamento e outras Em informática, memória são todos os dispositivos que permitem a um computador guardar dados, temporariamente ou permanentemente. Memória é um termo genérico para designar componentes de um sistema capazes de armazenar dados e programas. A sigla RAM vem do inglês e significa Random Access Memory (memória de acesso aleatório). Fonte: Wikipédia.
10 Conceituação: o que se entende por memória?
11 Conceituação: o que se entende por memória? Para a Sociologia Memória Individual cada memória individual é um ponto de vista sobre a memória coletiva (Maurice Halbwachs).
12 Conceituação: o que se entende por memória? Memória Coletiva Para Le Goff, o termo memória coletiva deve ser utilizado para os povos sem escrita; conhecimentos transmitidos por tradição oral; homem memória. Utilização de registros de memória (documentos): dinâmica de relações pautadas na comunicação e na troca de informações; transformação da memória coletiva dos povos sem escrita em memória social.
13 Conceituação: o que se entende por memória? Memória Social Segundo Maurice Halbwachs, as memórias são construções dos grupos sociais, que determinam o que é memorável e os lugares nos quais essa memória será preservada. Esses lugares são definidos como lugares de memória (Pierre Nora).
14 Conceituação: o que se entende por memória? Lugares de Memória Lugares topográficos: arquivos, bibliotecas, museus etc. Lugares monumentais: cemitérios, arquiteturas etc. Lugares simbólicos: comemorações, pereguinações, aniversários etc. Lugares funcionais: manuais, autobiografias ou associações.
15 Conceituação: o que se entende por memória? Observação: todos esses memoriais têm sua história. Verdadeiros lugares da história: Estados, meios sociais e políticos, comunidades de experiências históricas ou de gerações = criadores e denominadores da memória coletiva.
16 Conceituação: o que se entende por memória? Memória Nacional Não é a somatória das diferentes memórias coletivas de uma nação; apresenta se como unificadora e integradora, procurando a harmonia e escamoteando ou sublimando o conflito; é da ordem da ideologia.
17 Conceituação: o que se entende por memória? Memória Organizacional: Conjunto de processos e ferramentas para organizar, preservar e tornar acessível o acervo de conhecimento da empresa, isto é, informações sobre seus processos, pessoal, experiências etc. [ ] trata se de um conjunto abrangente de referências experiências, problemas, soluções, projetos tecnologias, casos, eventos, fornecedores e clientes, entre outras que a organização sabe estar disponível para quem atua na empresa, com o fim de apoiar os processos de trabalho (Jayme Teixeira Filho).
18 Conceituação: o que se entende por memória? Memória Institucional: Difere de Memória Organizacional no foco de cada atividade; enquanto o termo Memória Organizacional leva à ideia da eficácia que aceita mudanças no seu trajeto, o termo Memória Institucional remete à ideia de legitimidade, criação e identidade (Paulo Nassar).
19 ARQUIVO NACIONAL, RJ.
20 Instituições de memória. ARQUIVOS Documentos acumulados organicamente, no decorrer das funções desempenhadas por pessoas físicas ou jurídicas, independentemente da natureza ou do suporte da informação; ou seja, única fonte geradora; é um órgão receptor (passagem natural e obrigatória); é constituído por documentos seriados e, ao mesmo tempo, únicos; a totalidade desse conjunto é indivisível porque somente dentro desse conjunto cada documento adquire pleno significado; tem finalidades administrativas, jurídicas e sociais, podendo ser também científicas e culturais; Organização dos documentos é baseada na trajetória específica de cada PF ou PJ; conhecimento da relação entre os documentos e da estrutura e funções da PF ou PJ; referencia conjuntos de documentos.
21 BIBLIOTECA NACIONAL, RJ.
22 BIBLIOTECAS Instituições de memória. Documentos originados de atividades culturais e de pesquisa científica, reunidos artificialmente em torno de seu conteúdo, sob a forma de coleções; é um órgão colecionador, ou seja, define quais documentos deseja ter em seu acervo e os adquire por compra, doação ou permuta; acervo formado por documentos múltiplos, produzidos por fontes diversas; finalidades educativas, científicas e culturais; organização baseada em sistemas predeterminados e universais, exigindo conhecimento do sistema e do conteúdo dos documentos; referencia documentos isolados.
23 MUSEU NACIONAL, RJ.
24 Instituições de memória. MUSEUS possui objetos tridimensionais originados da atividade humana ou da natureza, reunidos, artificialmente, sob a forma de coleções, em torno de seu conteúdo ou função; órgão colecionador; acervo constituído por documentos únicos, produzidos por diversas fontes geradoras; finalidades recreativas, educativas, culturais e científicas; testemunha uma época ou atividade; organização efetuada segundo a natureza do material e a finalidade específica do Museu; referencia peça a peça.
25 Instituições de memória. CENTROS DE DOCUMENTAÇÃO Entidade híbrida; não conta com teoria e metodologia específicas para o tratamento do acervo; presença frequente em empresas, órgãos públicos, entidades de trabalhadores, universidades, movimentos sociais etc. reúne, por compra, doação ou permuta, documentos únicos ou múltiplos de origens diversas (sob a forma de originais ou cópias) e/ou referências sobre uma área específica da atividade humana; documentos arquivísticos, bibliográficos e/ou museológicos, constituindo conjuntos orgânicos (fundos de arquivo) ou reunidos artificialmente, sob a forma de coleções, em torno de seu conteúdo;
26 Instituições de memória. CENTROS DE DOCUMENTAÇÃO órgão colecionador e/ou referenciador; acervo constituído por documentos únicos ou múltiplos, produzidos por diversas fontes geradoras; Finalidade: oferecimento da informação cultural, científica ou social especializada; realiza o processamento técnico de seu acervo, segundo a natureza do material que custodia.
27 Instituições de memória. Competências dos CEDOC's: reunir, custodiar e preservar documentos de valor permanente e referências documentais úteis ao ensino e à pesquisa em sua área de especialização; estabelecer uma política de preservação do acervo; disponibilizar o acervo e as referências coletadas aos usuários definidos como seu público; divulgar o acervo, as referências e os serviços ao público especializado; promover intercâmbio com entidades afins.
28 CENTRO DE MEMÓRIA DO CIRCO, SP.
29 Instituições de memória. CENTROS DE MEMÓRIA Área de uma instituição cujo objetivo é reunir, organizar, identificar, conservar e produzir conteúdo e disseminar a documentação histórica para os públicos interno e externo. Ecoando os valores das instituições, geram produtos e serviços, dialogando com o campo da gestão do conhecimento, da comunicação e da cultura organizacional.
30 Instituições de memória. DIMENSÕES DA ATUAÇÃO DOS CM's Fortalecer o compromisso da instituição com as suas responsabilidades social e histórica: o passado é tratado como patrimônio a ser propagado e apropriado por todos. Torna se evidente o enraizamento da história particular de cada instituição na história do setor em que atua e na história nacional, revelando sua articulação com a sociedade. Importância que assume ao disseminar internamente a cultura organizacional, uma vez que ela perpassa todas as suas áreas internas e direciona as relações e a conduta de todos os funcionários.
31 A gestão da memória e seus produtos. Direção conservadora: vale se da fetichização, quer para transformar a memória em mercadoria, quer para utilizá la como instrumento de legitimação potenciada pelo valor cultural. Direção inversa: resposta às alienações provocadas pela expropiação da memória e representa pelo menos a emergência de uma consciência política.
32 A gestão da memória e seus produtos. Memória: tem caráter dinâmico. Quem ignora essa caracterísitca desenvolve a tendência vulgar de reduzi la objetivamente a seus produtos, vetores ou referenciais. Daí a memória da indústria no país, memória do teatro etc.
33 A gestão da memória e seus produtos. Para cobrir a problemática social da memória é necessário considerar não somente o sistema (os mecanismos, os suportes/vetores/referenciais), os conteúdos (as representações), mas também incluir os agentes e suas práticas. (Ulpiano Menezes)
34 A gestão da memória e seus produtos. Produtos: Linha do tempo Exposição Livro Coleção de depoimentos orais Site Mostras virtuais Pesquisas temáticas Visitas técnicas Documentários Seminários e outros eventos etc.
35 O profissional da área de memória: indivíduo ou equipe? Preferencialmente, equipe: Conhecimento multidisciplinar: história, memória, arquivologia, conservação, administração, marketing, gestão de projetos, gestão de pessoas, gestão de produtos etc. Atuação: Gerência; Pesquisa; Tratamento documental.
36 O profissional da área de memória: indivíduo ou equipe? Formação acadêmica: áreas mais comuns são os cursos de graduação em História, Ciências Sociais, Biblioteconomia e Museologia. É raro, mas não impossível, o profissional graduado em Arquivologia exercer a função de gestor de centros de memória.
37 O profissional da área de memória: indivíduo ou equipe? Formação complementar: Graduação em Arquivologia; Cursos de extensão, especialização (lato sensu) em organização de arquivos, conservação/restauração, gestão documental; Cursos de pós graduação stricto sensu (mestrado/doutorado) em Ciência da Informação; Curso de pós gradução em Memória Social (Unirio Universidade Federal do Rio de Janeiro) Cursos, oficinas e jornadas para reciclagem e complementação da formação.
38 O profissional da área de memória: indivíduo ou equipe? Funções / atividades: Da gerência do centro de memória, tratando de questões políticas, administrativas e, até mesmo, colaborando com a Direção da instituição no planejamento estratégico da organização/empresa, até as tarefas mais cotidianas de identificação, classificação, higienização, acondicionamento, armazenamento, descrição, compilação, divulgação e atendimento ao público (interno e externo).
39 Espaço para perguntas. Obrigada!
40 BIBLIOGRAFIA Centros de Memória: manual básico para implantação. São Paulo: Itaú Cultural, HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. São Paulo: Edições Vértice; Editora Revista dos Tribunais Ltda., LE GOFF, Jacques. História e memória. Campinas: Editora da UNICAMP, MENEZES, Ulpiano Toledo Bezerra de. A História, Cativa da Memória? Para um mapeamento da memória no campo das Ciências Sociais. In: Revista do Instituto de Estudos Brasileiros. São Paulo: IEB/USP, 1992, Nº 34, pp NORA, Pierre. Entre memória e história: a problemática dos lugares. Tradução: Yara Aun Khoury. In: Projeto História: Revista do Programa de Estudos Pós Graduados em História da PUC SP, São Paulo: Educ, V. 10, Dez./1993, pp OLIVEIRA, Eliane Braga; RODRIGUES, Georgete Medleg. O conceito de memória na Ciência da Informação: análise das teses e dissertações dos programas de pós graduação no Brasil. In: Liinc em Revista, v.7, n.1, março 2011, Rio de Janeiro, p TEIXEIRA FILHO, Jayme. Gerenciando conhecimento. 2. ed. Rio de Janeiro: SENAC, TESSITORE, Viviane. Como implantar Centros de Documentação. São Paulo: Arquivo Estado; Imprensa Oficial, (Projeto Como Fazer, 09). WITTER, José Sebastião. Arquivos, Memória História. In: Revista do Instituto de Estudos Brasileiros. São Paulo: IEB/USP, 1992, Nº 34, pp OBSERVAÇÃO: O uso da Wikipédia e do site serviu apenas para ilustrar a apresentação do tema Memória nas áreas de Psicologia / Neurologia e Informática, por conta de utilizarem o mesmo termo, apesar dos significados diferente. 21/08/14
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