Grupo 5 Regulação do espectro e órbita
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- Valentina Alcântara Dias
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1 Grupo 5 Regulação do espectro e órbita Bernardo Budó Simas de Andrade, Fabiano Mendes Lins, Klebert Renee Machado Gonçalves, Marina Alves Acioli da Silveira e Pedro Henrique Luz de Araujo Grupo 1: Por que as pequenas empresas de telecomunicação permitem que haja maior universalização e maior inclusão social no acesso à comunicação no Brasil? As microprestadoras de serviços de telecomunicações propiciam maior eficiência no processo de inclusão social, principalmente em áreas remotas, rurais e de baixa densidade populacional. Além disso, facilitam o processo de universalização e abrangência da disponibilidade de serviços de telecomunicações. Isso ocorre por diversos motivos. Entre eles, está o fato de que as microprestadoras, bem como as redes comunitárias, muitas vezes atingem locais de baixa atratividade econômica para as grandes prestadoras de telecomunicação, permitindo o acesso de novas regiões. Para além disso, a disponibilidade de serviço prestado por microprestadora é preferível, no âmbito da inclusão social, à disponibilidade de serviço prestado por empresas com poder de mercado significativo. Isso se deve à adequação dessas redes às demandas e necessidades locais, bem como o menor custo de sua prestação, o que garante que os serviços sejam ofertados a menores preços, de forma mais acessível às populações de baixa renda. Além disso, a presença dessas pequenas prestadoras fomenta a criação de um ambiente propício ao surgimento de iniciativas inovadoras na prestação de serviços e ajuda a dinamizar a economia local, com valorização do empreendedorismo e da mão-de-obra em regiões pouco atingidas por políticas públicas e serviços prestados pelo Estado. Grupo 2: Como se dá a aplicação dos tratados internacionais referentes ao uso de orbita e satélites em território nacional? O processo de coordenação realizado junto a OIT privilegia a observância dos acordos já firmados ao mesmo tempo em que tenta construir novos instrumentos de cooperação. Nesse sentido, os Tratados já celebrados devem ser discutidos já na OIT, durante o processo de coordenação, sob pena de determinada decisão se tornar impraticável em razão de vínculos
2 obrigacionais que impedirão futuramente a sua execução. Uma vez estabelecidos, esses tratados vincularão a ação estatal, passando a ter força cogente equivalente ao que possui uma lei ordinária. Assim, serão observados por todos os agentes que se vincularam, cabendo à Anatel, como Agência reguladora, fiscalizar a sua fiel execução. A Anatel poderá inclusive exigir resultados e estipular prazos que, se não observados, resultarão na extinção do direito à exploração do satélite. Grupo 3: Aos termos do papel desempenhado pela ANATEL à gestão de órbita e espectro como instrumento de concretização de direitos fundamentais de comunicação, como é possível compatibilizar a pretensão de garantia de acesso universal às telecomunicações com a concorrência de mercado e o estímulo que imbrica à melhoria crescente dos serviços prestados? Em primeiro lugar, a gestão de órbita e espectro cabe à UIT, não à ANATEL. No cenário internacional, a ANATEL se encarrega apenas da representação do estado brasileiro nos processo de coordenação conduzido pela UIT. Dentro do território brasileiro, a ANATEL promove leilões de oferta das posições e bandas que estão de alguma forma reservadas para o Brasil, dentro do princípio de isonomia de direitos para a exploração do espaço ultraterrestre. Esses leilões concedem o direito de conduzir e, se bem sucedido, ao final do processo de coordenação, ocupar a posição satelital geocêntrica, em determinada banda. O processo de coordenação, como um todo, demanda muito capital. Muitas vezes, na busca pela viabilização, o processo acaba sendo financiado no todo ou em parte por capital estrangeiro. Por fim, pode-se dizer que a melhoria dos serviços de telecomunicações depende basicamente de investimento. Ocorre que o investimento só ocorre num cenário com, pelo menos, uma boa perspectiva de retorno. Grupo 4: Qual é o papel da ANATEL quanto ao direito de exploração de satélites no Brasil? A Anatel assume posição destacada realizando, desde a coordenação junto à OIT, iniciando o processo que resultará na atribuição do direito de exploração de satélite a alguém, até a lavratura do termo de outorga e posterior fiscalização de sua execução. Nesse sentido, a
3 Anatel regula e fiscaliza o setor, impondo sanções administrativas e exigindo o imediato saneamento de vícios capazes de causar interferência em outras redes já instaladas. Assume também importante papel mediador, procurando conjugar todos os interesses em disputa, em prol do desenvolvimento tecnológico e da preservação da concorrência no setor regulado. Assim, quando ocorre a adjudicação do direito de exploração de satélite ao vencedor da licitação, esse passa a atuar no processo de coordenação junto à OIT, em nome da Administração que pleiteia aquela determinada posição orbital. Entretanto, a Anatel continua participando do processo, visando preservar os interesses das demais empresas brasileiras que estão excluídas do processo, seja porque perderam a concorrência, seja porque já possuem redes instaladas, ou ainda, para que a instalação da rede ora em discussão, não inviabilize a exploração de outras posições orbitais brasileiras. Grupo 6: Como a UIT compatibiliza o princípio do "first come, first serv" com o princípio de divisão equânime do espaço orbital entre os países, visto que existem países sem recursos tecnológicos e financeiros para viabilizar um processo de coordenação? Essa é uma crítica legítima ao modelo atual de coordenação, diante da pretensão de igualdade de tratamento aos países. Dos 113 satélites geoestacionários em operação no hemisfério ocidental, 56 são dos Estados Unidos, 20 de grandes consórcios europeus de operação de satélites, 17 de países como Rússia, Reino Unido, Espanha, Países Baixos; e apenas 9 de países da América Latina (3 do México, 1 da Argentina e 5 do Brasil) (fonte:< Esse tema é objeto de intenso embate entre os países desenvolvidos e os em desenvolvimento, com o objetivo de limitar a monopolização das posições orbitais geoestacionárias e das bandas. Como resultado, a UIT passou a reservar espaços orbitais para os países que ainda não possuem a tecnologia nem as condições financeiras necessárias para viabilizar o desenvolvimento e manutenção de um satélite geoestacionário. Contudo, permanece aberta a discussão. Mesmo com as reservas, não se pode falar em igualdade material entre os países. Grupo 7: Levando em conta que a ANATEL não possui mais competência para busca e apreensão de bens, qual é a medida adotada por ela quando uma empresa de
4 telecomunicações que opera sob o regime de caráter primário denuncia uma interferência prejudicial à prestação do seu serviço? A ANATEL deve evitar, por meio da gestão do espectro, principalmente na destinação e distribuição das faixas de radiofrequência, que haja interferências prejudiciais entre prestadoras de serviço de telecomunicação, principalmente quando este serviço se dá em caráter primário e garante o direito ao uso da faixa sem interferência prejudicial. Se esta ocorrer, a ANATEL não tem competência para ordenar uma busca e apreensão de bens, de forma a interromper os serviços da prestadora que causa a interferência prejudicial. O poder de policial da ANATEL, portanto, teve a autoexecutoriedade do seu poder de polícia limitada. Dessa forma, deve provocar o judiciário para que decida o caso, possivelmente por meio de ordem de busca e apreensão, que interrompe o serviço da prestadora que causa interferência prejudicial até que se resolva o problema, preservando o direito da prestadora em caráter primário. Grupo 8: Por que faz-se necessária a autorização para uso do espectro de radiofrequência quando da concessão para prestação de serviços de telecomunicação? Ainda que seja necessária à prestação de serviços, não há possibilidade de licitação para estruturação da prestação de serviço e outra para utilização e efetiva prestação? A prestação de serviços de telecomunicações pressupõe a utilização do espectro de radiofrequência destinado àquele serviço pela ANATEL. Assim, não é possível, por exemplo, a prestação de serviço telefônico fixo comutado ou de serviço móvel celular sem que possam se utilizar das faixas de radiofrequência destinadas a esse fim. Da mesma forma, não faz sentido que seja realizada licitação para prestação de serviços a uma empresa e outra licitação para uso do espectro, sendo que a prestação será realizada por outra empresa. Em minha pesquisa não encontrei exemplos, mas acredito ser possível que, entre empresas, sejam realizados acordos e contratos para utilização do espectro de radiofrequência e prestação de serviços de telecomunicação em comum, desde que a ANATEL esteja de acordo. Grupo 9: Em que hipóteses é inexigível a licitação para conferir direito de exploração de
5 satélite? A seção 2 da resolução nº 220 da ANATEL trata da inexigibilidade de licitação para conferir direito de exploração de satélite. Isso ocorre quando a disputa for considerada inviável ou desnecessária. O primeiro caso ocorre quando, dentro das condições estipuladas, apenas um interessado é capaz de obter o direito. O segundo, quando se admite a exploração de satélite por todos os interessados que atendam às condições requeridas. Para se verificar a inexigibilidade, deve-se realizar chamamento público para apurar o número de interessados e verificar se os recursos de órbita e espectro disponíveis atendem a todos interessados habilitados técnica, legal e financeiramente. O processo para conferir o direito dependerá de procedimento administrativo sujeito aos princípios da publicidade, moralidade, impessoalidade e contraditório, para verificar o preenchimento das condições relativas às qualificações técnico-operacional ou profissional e econômico-financeira, à regularidade fiscal e às garantias do termo de direito de exploração de satélite. Grupo 10: Todas as Faixas de radiofrequência, para serem utilizadas, necessitam de licitação prévia? Não. Apesar de ser recurso limitado, caracterizando-se como bem público, existem hipóteses em que a licitação não se faz necessária. Com relação ao uso das faixas de radiofrequência, a competência da ANATEL está em organizar a utilização e promover licitações. Assim, faz-se necessário que exista outorga da ANATEL para que seja realizada a sua utilização, mas não necessariamente é pré-requisito o acontecimento de licitação prévia, tendo em vista que em algumas situações é desnecessário ou inviável a realização dessa, segundo os artigos 91 e 92 da Lei Geral das Telecomunicações. Art. 91. A licitação será inexigível quando, mediante processo administrativo conduzido pela Agência, a disputa for considerada inviável ou desnecessária. 1 Considera-se inviável a disputa quando apenas um interessado puder realizar o serviço, nas condições estipuladas. 2 Considera-se desnecessária a disputa nos casos em que se admita a exploração do serviço por todos os interessados que atendam às condições requeridas. 3 O procedimento para verificação da inexigibilidade compreenderá
6 chamamento público para apurar o número de interessados. Art. 92. Nas hipóteses de inexigibilidade de licitação, a outorga de concessão dependerá de procedimento administrativo sujeito aos princípios da publicidade, moralidade, impessoalidade e contraditório, para verificar o preenchimento das condições relativas às qualificações técnicooperacional ou profissional e econômico-financeira, à regularidade fiscal e às garantias do contrato. Parágrafo único. As condições deverão ser compatíveis com o objeto e proporcionais a sua natureza e dimensão.
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