Porque nos devemos preocupar?
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- Thiago Batista Cabral
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1 Vícios Públicos, Virtudes Privadas? Os portugueses e a ética na vida pública Corrupção e Ética em Democracia: Representações Sociais dos Portugueses em Perspectiva Comparada Carlos Jalali Universidade de Aveiro Porque nos devemos preocupar? A dimensão ética na vida pública e a qualidade da democracia As três dimensões da qualidade (Diamond e Morlino (2004): Procedimentos Conteúdo Resultados Dimensão ética como elemento-chave de ligação entre estas dimensões
2 4 2,5 1 Os portugueses e a ética Que expectativas e experiência dos portugueses em relação a comportamentos éticos? Teste a hipóteses: Satisfação com a democracia relacionada com a percepção de corrupção? (cf. Della Porta 2000, Pharr 2000, Seligson 2002) Cidadãos distantes dos partidos do governo com maior percepção de comportamentos não éticos? (Della Porta 2004, Davis et al. 2004) Confiança menor quando percepção da corrupção é elevada? (Levi e Stoker 2000, Mishler e Rose 2001, Power e González2003) Duros e exigentes: os portugueses e o comportamento da classe política 3,5 3,4 3,3 3,2 3,3 3,8 3,7 3,7 Ponto médio Pres. Câmara adjudica construção de empresa que financiou campanha Deputado com avença em troca de esclarecimentos Ex-dirigente partidário nomeado para empresa pública Câmara cede terrenos a preço simbólico a clube Pres. Câmara cobra comissão por cada empreitada Pres. Câmara usa recursos da câmara para fins pessoais Influências junto a Min. Ambiente para desafectar área protegida Governo adjudica obra de empreiteiro, cujo iate PM usou para férias
3 2, ,5 1 Duros e exigentes: os portugueses e a ética partidária/campanhas 3,6 3,4 3,4 3,4 3,4 Ponto médio Comida/prenda/promessas em troca de votos Uso de recursos humanos Uso de recursos materiais da autarquia para campanha da autarquia para campanha Despesas de campanha pagas por terceiros Contabilidade paralela Duros e exigentes: comportamento de outros agentes 3,7 3,7 3,3 3,6 3,3 2,8 Ponto médio Juiz tem acções de empresa envolvida em caso que preside Funcionário público pede gratificação pelos seus serviços Inspectores trabalho recebem cabazes de natal de empresas locais Indivíduo pede a irmã que é enfermeira para falar c/ médico para antecipar consulta Indivíduo tenta subornar Médico vai a congresso polícia para evitar multa financiado pela farmacêutica de medicamentos que receita
4 2,5 4 1 Os portugueses: virtudes privadas 4 3,7 3,7 3,7 2,9 3,0 Ponto médio 2,5 1 Evitar IVA no mecânico Vender produto usado omitindo defeitos Declaração falsa/exagerada a seguradora Não pagar todos os seus impostos Obedecer sempre à lei mesmo que se percam boas oportunidades Os limites às virtudes privadas (mas não às exigências públicas) 3,0 Ponto médio 1,7 Políticos podem utlizar os seus contactos para ajudar amigos a encontrar emprego Uma pessoa deve usar os seus conhecimentos para ajudar familia/amigos a arranjar emprego
5 As percepções de comportamentos não éticos % que considera frequente ou muito frequente as seguintes práticas: Entrega de comida, prendas ou promessas de emprego em troca de votos Uso de recursos humanos da autarquia/empresa para campanha Uso de recursos materiais da autarquia/empresa para campanha Pagamento de despesas de campanha por terceiros Contabilidade paralela 82,6% 85,8% 85,1% 86,1% 86,8% A prioridade dada ao combate à corrupção COMBATE AO DESEMPREGO 21% SAÚDE 18% CRESCIMENTO ECONÓMICO 13% COMBATE À CORRUPÇÃO 13% EDUCAÇÃO 11% SEGURANÇA 9% SUSTENTABILIDADE DA SEGURANÇA SOCIAL 7% DÉFICE E DESPESA PÚBLICA 5% AMBIENTE 2% IMIGRAÇÃO 2% 0% 5% 10% 15% 20% 25%
6 O que explica a prioridade ao combate à corrupção? Instrução Classe Habitat Estado civil Sexo Idade Religiosidade Proximidade a partido Autoposicionamento ideológico Esq-Dta Interesse pela política Militante de um partido Membro de juventude partidária Desempenhou cargo político B -0,0463 0,0003 0,0928 0,0779-0,1627 0,0077-0,0690-0,0016-0,0001-0,0142-0,6424* -1,0785** 0,2188 Wald 0, ,42E-05 1, , , , , , ,22E-06 0, , , , Cidadãos próximos dos partidos do governo (PS, PSD, CDS) com menor percepção de corrupção? SIM Instrução Classe Habitat Estado civil Sexo Idade Religiosidade Autoposicionamento ideológico Esq-Dta Interesse pela política Proximidade a partido de governo (dummy) Militante de um partido Membro de juventude partidária Desempenhou cargo político B -,032,012,081,053 -,168,006 -,057,020,008 -,311* -,636* -1,047**,271 Wald,215,057 1,622,535,839,825 1,734,229,006 2,911 3,009 6,581,240
7 Percepção de corrupção contribui para satisfação com a democracia? Instrução Classe Habitat Estado civil Sexo Idade Religiosidade Autoposicionamento ideológicoesq-dta Interessepela política Proximidade a partido de governo (dummy) Militante de um partido Membro de juventude partidária Desempenhou cargo político Índiceparticipação política Prioridade combate à corrupção B,006 -,015 -,068 -,057 -,273 -,010 -,079*,045,254**,321**,226 -,382,063,158** -,442** SIM Wald,007,089,981,533 1,967 2,072 2,997 1,050 5,676 2,737,330,852,012 5,027 5,519
8 Notas finais 1: a experiência directa da corrupção em Portugal Mas experiência directa de subornos quase inexistente % inquiridos que indicaram que pelo menos um funcionário público lhes pediu presente ou suborno em troca dos seus serviços nos últimos cinco anos % inquiridos que ofereceu espontaneamente presente ou suborno em troca dos serviços de um funcionário público nos últimos cinco anos 4,5% 2,2% A ponta do iceberg ou um cubo de gelo a flutuar? Notas finais 2: onde há mais corrupção? Níveis onde os portugueses consideram que a corrupção se tornou mais comum nos dias de hoje: Administração local e regional Empresas Administração central Partidos Futebol 13% 16% 18% 23% 24%
9 Notas finais 2: onde há mais corrupção? Maior visibilidade mediática de corrupção numa determinada área não significa maior relevância da corrupção nessa área Enfoque dos media e dos cidadãos (mas também das elites) nas práticas não éticas e/ou corruptas no futebol (e agora no poder local) desvia atenção do nível mais importante o Estado central Football is peanuts - receitas, 2004 (em milhões de euros) Estado central Autarquias Futebol
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