Portas de saída, inclusão produtiva e erradicação da extrema pobreza no Brasil. ChAMADA PARA DEBATE

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Portas de saída, inclusão produtiva e erradicação da extrema pobreza no Brasil. ChAMADA PARA DEBATE"

Transcrição

1 Presidência da República Secretaria de Assuntos Estratégicos Portas de saída, inclusão produtiva e erradicação da extrema pobreza no Brasil ChAMADA PARA DEBATE TEXTOS PARA DISCUSSÃO Agosto, 2011

2 Portas de saída, inclusão produtiva e erradicação da extrema pobreza no Brasil* Ricardo Barros, Rosane Mendonça e Raquel Tsukada, da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) Brasil um país rico na promoção da inclusão produtiva dos mais pobres A Primeira Meta de Desenvolvimento do Milênio consiste em reduzir até 2015 a extrema pobreza 1 à metade dos seus índices em No caso do Brasil, esse objetivo foi alcançado em 2006 e, portanto, com quase uma década de antecedência (ver Gráfico 1). Gráfico 1: Evolução temporal da extrema pobreza: Brasil, 1990 a ,9 PORCENTAGEM DA POPULAÇÃO ABAIXO DA LINHA DE EXTREMA POBREZA ,1 22,6 17,8 17,4 17,4 17,5 17,3 17,7 16,8 16,5 15,1 OBJETIVO DE DESENVOLVIMENTO DO MILÊNIO PARA ,3 10,8 10,3 8,8 8, Fonte: Estimativas produzidas com base na Pesquisa Nacional por amostra de Domicílios (Pnad) de 1990 a De importância ainda maior, no entanto, é a elevada velocidade com que a extrema pobreza vem sendo reduzida desde Com a renda per capita dos 20% mais pobres crescendo a uma taxa superior a 8% ao ano (ver Gráfico 2), o país vem reduzindo a extrema pobreza à metade a cada quinquênio, quando o objetivo com o qual se comprometeu (Primeira Meta de Desenvolvimento do Milênio) seria alcançar este mesmo objetivo em cinco quinquênios ( ). * Os autores agradecem Andrezza Rosalém e Samuel Franco pela produção das estimativas apresentadas neste texto. 1 A insuficiência de renda é certamente uma das múltiplas dimensões da pobreza. Neste texto, assim como na Primeira Meta de Desenvolvimento do Milênio, tratamos apenas desta dimensão. 2 Foi utilizada a linha de extrema pobreza regionalizada do IPEA (IPEAData). Portas de saída, inclusão produtiva e erradicação da extrema pobreza no Brasil 2

3 Gráfico 2: Taxa anual de crescimento da renda domiciliar per capita por quinto da distribuição: Brasil, 2003 a % MAIS POBRES 8 TAXA DE CRESCIMENTO (%) MÉDIA 20% MAIS RICOS Primeiro Segundo Terceiro Quarto Quinto Fonte: Estimativas produzidas com base na Pesquisa Nacional por amostra de Domicílios (Pnad) de 2001 a Sem dúvida, boa parte desse acentuado crescimento na renda dos mais pobres resultou de maior generosidade e melhor focalização das transferências públicas, em particular do Programa Bolsa Família (PBF), e de transformações demográficas (queda na taxa de fecundidade) que reduziram o tamanho das famílias mais pobres. Permanece bem menos reconhecido, no entanto, o fato de que a inserção produtiva dos mais pobres contribuiu para o crescimento na sua renda per capita tanto quanto esses dois fatores em conjunto (transferências de renda e queda na fecundidade). De fato, conforme ilustra a Tabela 1, entre 2003 e 2009 a renda per capita dos 20% mais pobres cresceu em R$ 39, dos quais R$ 19 (49%) resultaram exclusivamente do crescimento na renda do trabalho. A renda proveniente do trabalho entre os 20% mais pobres cresceu 6% ao ano nesse mesmo período. Como mais de 70% da renda dessas famílias são derivados do trabalho, mesmo que as transferências governamentais não tivessem se tornado mais generosas e que não houvesse ocorrido reduções na taxa de fecundidade das famílias pobres, ainda assim a renda per capita dessas famílias teria crescido 5% ao ano, decorrência exclusiva do crescimento na renda do trabalho. Portas de saída, inclusão produtiva e erradicação da extrema pobreza no Brasil 3

4 Tabela 1: Características da evolução da renda dos 20% mais pobres: Brasil, Variação Indicador Absoluta (R$/mês) Relativa (%) Taxa anual de crescimento (%) Renda per capita (R$/mês) ,4 Porcentagem de adultos (%) 55,0 58,0 3,0 5,5 0,9 Renda não derivada do trabalho por adulto (R$/mês) Renda derivada do trabalho por adulto (R$/mês) Porcentagem da renda familiar que é derivada do trabalho (%) Renda per capita caso apenas a renda do trabalho tivesse crescido (R$/mês) , ,8 78,0 71,0-7,0-9, * ,7 Fonte: Estimativas obtidas a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2003 e Nota: * Renda per capita caso a renda do trabalho fosse a de 2009 com tudo mais constante em valores de Um país cuja renda dos trabalhadores em famílias pobres vem passando por transformações tão profundas não pode, por nenhum critério, ser classificado como um país onde não existem portas de saída da extrema pobreza ou onde a inclusão produtiva dos mais pobres é limitada. Ao contrário, é indiscutível que, ao menos desde 2003, o Brasil vem demonstrando substancial capacidade de promover a inclusão produtiva dos seus segmentos mais vulneráveis. Condições para uma inclusão produtiva bem-sucedida: disponibilidade de boas oportunidades, garantia de acesso efetivo e protagonismo Para que a inclusão produtiva ocorra com sucesso, é necessário que oportunidades produtivas de boa qualidade existam e estejam disponíveis (ou seja, que existam portas de saída). Essas oportunidades, no entanto, não precisam necessariamente ser novas. O sucesso da inclusão produtiva não é determinado exclusivamente pelo surgimento ou criação de novas oportunidades, mas pela qualidade das oportunidades disponíveis, sejam elas novas ou já existentes. Não basta, no entanto, ampla disponibilidade de oportunidades de boa qualidade. Para uma inclusão produtiva bem-sucedida também é necessário garantir aos mais pobres o efetivo acesso a essas oportunidades. Tal garantia decorre de quatro condi- Portas de saída, inclusão produtiva e erradicação da extrema pobreza no Brasil 4

5 ções (ver Diagrama 1). Primeiro é preciso que os trabalhadores tenham conhecimento da existência das oportunidades disponíveis (saibam onde estão as portas de saída). Novos postos de trabalho só reduzem o desemprego quando os trabalhadores sabem onde esses novos postos de trabalho se encontram. Segundo, eles devem estar adequadamente preparados (ter as habilidades necessárias) para efetivamente aproveitarem as oportunidades disponíveis. Em muitos casos, o descasamento entre as competências e habilidades da força de trabalho e as requeridas pelos postos de trabalho disponíveis pode ser a principal razão para a alta taxa de desemprego. Terceiro, para que haja efetivo acesso não pode haver barreiras artificiais (tipicamente decorrentes da discriminação e de outras formas de exclusão social) que os impeçam de aproveitar as oportunidades disponíveis (livre acesso às portas de saída). Quarto, para que possam aproveitar integralmente as oportunidades disponíveis, os trabalhadores precisam que lhes sejam garantidas condições mínimas, por exemplo, via garantia de renda mínima e de transporte e alimentação subsidiados. Diagrama 1: Condições para uma inclusão produtiva bem-sucedida Inclusão produtiva com sucesso Existência de portas de saída Acesso às portas de saída Conhecimento da existência das oportunidades disponíveis Ter as habilidades necessárias (adequadamente preparados) Eliminar a existência de barreiras artificiais Garantia de condições mínimas Protagonismo, esforço e perseverança Para que uma inclusão produtiva bem-sucedida ocorra, não basta que existam oportunidades de boa qualidade e que estas estejam efetivamente acessíveis aos mais pobres. É também imprescindível que, com seu esforço e tenacidade, as famílias pobres aproveitem plenamente essas oportunidades (efetiva utilização das portas de saída). De fato, oportunidades não são serviços dos quais podemos passivamente nos beneficiar. Ao contrário, para serem efetivas, as oportunidades requerem protagonismo, esforço e perseverança, sem o que não é possível alcançar sucesso na inclusão produtiva. Portas de saída, inclusão produtiva e erradicação da extrema pobreza no Brasil 5

6 Um país efetivo na erradicação da extrema pobreza é aquele em que tanto o setor privado como o público contribuem o máximo possível para a inclusão produtiva dos mais pobres Um país é rico em inclusão produtiva quando os mais pobres têm acesso efetivo a oportunidades de boa qualidade (portas de saída). A promoção da inclusão produtiva, entretanto, não é, e nem poderia ser, exclusividade do setor público. Idealmente, tanto o setor público como o privado devem contribuir o máximo possível. O fato de que tanto o setor público como o privado devem contribuir não significa que devam fazê-lo da mesma forma. Ao contrário, idealmente deveria haver considerável especialização na intervenção de cada um dos setores. Tipicamente, a principal contribuição do setor privado ocorre na geração de novas oportunidades produtivas e na melhoria da qualidade daquelas já existentes. Quanto mais acelerado e inclusivo for o crescimento econômico, maior deverá ser a melhoria na qualidade e na expansão das oportunidades para os mais pobres. Vale lembrar que, num mundo globalizado, muitas vezes o que importa não é tanto a demanda local, pois em todo momento novas oportunidades produtivas locais são geradas em resposta à expansão da demanda nacional, ou até mesmo internacional, que direta ou indiretamente requerem maior produção local. Embora o setor público também possa contribuir para a geração e a melhoria na qualidade das oportunidades produtivas para os trabalhadores mais pobres, seu papel fundamental é proporcionar a tais trabalhadores acesso efetivo para que aproveitem integralmente as oportunidades disponíveis. Assim, cabe às políticas públicas informar os trabalhadores sobre as oportunidades disponíveis, assegurar-lhes a aquisição da formação e das habilidades requeridas (programas de qualificação e certificação profissional), garantir que não existam barreiras que os impeçam de aproveitá-las (políticas antidiscriminação), e garantir-lhes condições mínimas (transferências de renda, acesso a transporte e alimentação subsidiados) que permitam adquirir e utilizar de forma produtiva essas habilidades. Ao fim, para um trabalhador pobre não importa se sua inclusão produtiva ocorreu prioritariamente graças à ação do setor público ou do privado. O que para ele importa é que existam oportunidades produtivas de boa qualidade em quantidade (que existam portas de saída) e que ele tenha pleno acesso a essas oportunidades. Na construção de um país sem pobreza extrema, todas as contribuições são importantes. Quanto maiores as contribuições dos setores público e privado e da economia mundial, melhor. O que importa é obter a maior contribuição possível de todos os setores e, por conseguinte, a maior redução possível na pobreza. É pouco relevante qual dos setores contribuiu mais. Portas de saída, inclusão produtiva e erradicação da extrema pobreza no Brasil 6

7 O setor público deve complementar as ações do setor privado na geração de oportunidades produtivas nas comunidades com economia pouco dinâmica A geração de novas oportunidades produtivas de qualidade e a melhoria daquelas já existentes não devem ser vistas como ações exclusivas do setor privado. As políticas públicas também podem e devem contribuir. Embora essa contribuição possa ocorrer em todas as comunidades, ela deveria ser preferencialmente direcionada às comunidades em que oportunidades produtivas de qualidade são mais escassas. Nessas comunidades é recomendável que o setor público promova, na medida do possível em parceria com o setor privado, a dinamização da economia local. A participação do setor púbico na geração de novas oportunidades de qualidade e na melhoria das já existentes pode ocorrer de três formas complementares: i) pelo uso do gasto público diretamente na geração de emprego local (por exemplo, utilizando trabalhadores pobres locais nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento PAC, ou direcionando a compra de instituições públicas e filantrópicas (escolas, hospitais etc.) para a produção local, como é feito no Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar PAA); ii) pela utilização da capacidade do setor púbico de fiscalizar e promover acordos entre empresários e trabalhadores que resultem em melhorias na qualidade dos postos de trabalho oferecidos (exemplos bem-sucedidos desta estratégia são a melhoria das condições de trabalho na produção da cana de açúcar e o combate ao trabalho escravo e ao trabalho infantil); e iii) a oferta subsidiada de serviços produtivos que visam à valorização da produção e à efetiva dinamização da economia local (apoio a arranjos produtivos locais, economia solidária etc.). Geração direta de oportunidades produtivas: o uso direto do gasto público na geração de oportunidades locais pode ocorrer de três formas que se distinguem por quão diretamente levam à geração de trabalho para as famílias mais pobres. Em primeiro lugar, e com impactos mais diretos e imediatos, tem-se a opção pela geração pública de empregos, seja via implantação de frentes de trabalho (empregos públicos provisórios), seja pela absorção seletiva de trabalhadores em famílias pobres em cargos públicos permanentes (um exemplo é a proposta do Brasil sem Miséria de utilizar esses trabalhadores em cozinhas comunitárias, restaurantes populares e outros equipamentos que objetivam promover a segurança alimentar da comunidade). A segunda opção, com impactos um pouco mais indiretos, é a compra direta da produção local por instituições públicas e filantrópicas (escolas, hospitais, presídios etc.). O caso mais notável é o Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA), no qual a merenda escolar, por exemplo, é comprada de agricultores familiares locais. Neste caso, o impacto é mais indireto, uma vez que o gasto público é direcionado à produção e não à contratação direta de mão de obra, como na primeira opção. A terceira opção é a geração de empregos por meio da vinculação de investimentos públicos em infraestrutura à contratação de trabalhadores de famílias pobres nas Portas de saída, inclusão produtiva e erradicação da extrema pobreza no Brasil 7

8 comunidades em que esses investimentos ocorrem. Esta estratégia tem sido largamente utilizada nos Planos de Aceleração do Crescimento e também no Programa Minha Casa Minha Vida. Em todas essas estratégias, a ampliação das oportunidades de trabalho está intimamente relacionada ao aumento no gasto público na comunidade. Existem, entretanto, grandes limitações à sustentabilidade, uma vez que em todos os casos as oportunidades geradas dependem, em grande medida, da continuidade do gasto público. Em nenhum dos casos existe uma intrínseca dinamização da economia local. Essas formas de intervenção não contribuem muito para que a economia local se torne mais diversificada, produtiva, competitiva e conectada com os mercados regionais, nacionais e internacionais. Legislação, fiscalização e acordos tripartites: em muitos casos, significativo aumento na oferta de oportunidades produtivas de boa qualidade pode ser alcançado apenas melhorando a qualidade das oportunidades já existentes. Neste caso, a participação do setor público como legislador, fiscalizador e promotor do diálogo é fundamental. Na medida em que oportunidades informais de trabalho tendem a ser de pior qualidade e que tal informalidade resulta da rigidez da legislação que a impede de se adequar a situações específicas, uma flexibilização localizada da legislação pode levar a aumentos no grau de formalização e, portanto, à melhoria na qualidade das oportunidades de trabalho. Essa tem sido a função do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (Simples), e pode também vir a ser o resultado dos esforços atuais de flexibilização da legislação para a formalização dos microempreendedores individuais. Em outros casos, o caminho para o combate à informalidade e às condições precárias de trabalho é a fiscalização e o cumprimento da legislação vigente. Nesse âmbito, importantes progressos têm sido alcançados no combate ao trabalho escravo, ao trabalho infantil e à prostituição de adolescentes. Porém, de todas as alternativas voltadas à melhoria da qualidade dos postos de trabalho disponíveis, talvez a mais eficaz e certamente menos custosa seja a busca de acordos tripartites. Essa abordagem tem sido utilizada com grande sucesso na melhoria da qualidade das condições de trabalho dos empregados na agricultura comercial e tem grande potencial para continuar a ser um importante canal para a melhoria da qualidade das oportunidades produtivas no meio rural. Dinamização da economia local: as políticas públicas também podem ser utilizadas para promover uma dinamização sustentável da economia local. Nesse caso, existem três estratégias complementares que devem ser utilizadas. A primeira busca dinamizar a produção local via aumentos na produtividade que podem ser alcançados com base i) no acesso e introdução de novas tecnologias que, para isso, requerem assistência técnica personalizada e subsídios para a compra de equipamentos necessários à adoção destas novas tecnologias; ii) na melhoria do acesso e intensificação do uso de insumos estratégicos (água, terra, sementes e mudas de maior produtividade e equipamentos) que, para isso, requerem maior facilidade de acesso a microcrédito e subsídios à compra desses insumos chaves; e iii) em melhorias nas formas de organização da produ- Portas de saída, inclusão produtiva e erradicação da extrema pobreza no Brasil 8

9 ção, em particular por meio da constituição de cooperativas e de outras formas de economia solidária, e na formação de cadeias produtivas e arranjos produtivos locais. A segunda estratégia busca a melhoria da qualidade dos produtos já produzidos localmente e a diversificação da produção local. No caso da melhoria da qualidade, o objetivo final é alcançar a certificação dos produtos locais e, com isso, sua maior valorização. São programas tipicamente voltados para a melhoria das condições de higienização do processo de produção e apresentação do produto final (inclusive melhorias nas embalagens). Complementarmente, deve-se buscar a diversificação da produção local (introdução de novos produtos). A integração dos processos produtivos através da formação de cadeias produtivas e arranjos produtivos locais pode contribuir tanto para a diversificação da produção local como para a melhoria da qualidade e certificação da produção. Por fim, uma terceira estratégia complementar para a dinamização da economia local se dedica à ampliação dos mercados para os produtos locais por meio de diferentes formas de apoio à comercialização, por exemplo, promovendo, no caso de comunidades agrícolas, a venda direta da produção local a supermercados e restaurantes locais ou em grandes centros urbanos regionais. Nesse caso, são de grande importância a formação de cooperativas e outras formas de economia solidária dedicadas ao armazenamento e à comercialização da produção local. Sobre o papel prioritário das políticas públicas: garantir que os trabalhadores mais pobres tenham efetivo acesso às oportunidades produtivas disponíveis É indiscutível que a contribuição primordial das políticas públicas para a inclusão produtiva deva ser a garantia de pleno acesso dos trabalhadores mais pobres às oportunidades produtivas localmente disponíveis. Embora as políticas públicas também possam ser eficazes na criação de novas oportunidades de boa qualidade (criação de portas de saída), é na garantia do pleno acesso a essas oportunidades (acesso efetivo às portas de saída) que o papel do Estado realmente se destaca. Nesse sentido, existe grande complementaridade entre os papéis dos setores público e privado. Quanto mais a economia e os mercados se mostram capazes de gerar boas oportunidades produtivas dirigidas aos mais pobres, mais os programas públicos podem se concentrar em: i) informar sobre as oportunidades localmente disponíveis; ii) preparar, formar, instrumentalizar e levantar barreiras (discriminação); e iii) garantir condições mínimas aos trabalhadores mais pobres para que eles possam aproveitar plenamente as oportunidades disponíveis. Em cada caso, entretanto, não existem instrumentos únicos, com a política pública buscando garantir cada uma dessas precondições por meio de uma variedade de intervenções. Portas de saída, inclusão produtiva e erradicação da extrema pobreza no Brasil 9

10 Informando sobre as oportunidades localmente disponíveis: garantir que os trabalhadores estejam bem informados sobre a disponibilidade local de oportunidades produtivas (ou seja, que saibam onde estão as portas de saída) requer a oferta de serviços de intermediação de mão de obra de boa qualidade. Esses serviços são tipicamente oferecidos pelo Sistema Nacional de Emprego (Sine). Entretanto, também contribuem para essa intermediação de mão de obra as equipes de assistentes sociais do Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF), que também levam o conhecimento sobre as oportunidades disponíveis às famílias mais pobres durante as visitas domiciliares, ou quando estas são atendidas nos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS). Capacitando e superando a discriminação: a formação e a preparação dos trabalhadores para que aproveitem integralmente as oportunidades disponíveis ocorrem por intermédio de diversos serviços produtivos, tipicamente cursos de formação profissional, programas de acesso facilitado ao crédito e assistência técnica e contábil subsidiada. Contudo, de nada adianta informar os trabalhadores pobres sobre as oportunidades disponíveis e prepará-los para aproveitarem essas oportunidades se eles são impedidos pela existência de barreiras artificiais (fatores discriminatórios). Assim, tão importante quanto a preparação dos trabalhadores pobres para aproveitarem plenamente as oportunidades disponíveis é a eliminação de barreiras ao acesso a essas oportunidades. Contribuem para a redução dessas barreiras tanto a fiscalização do cumprimento da legislação antidiscriminação como a instituição de cotas e de outros mecanismos que promovam a igualdade de oportunidades. Garantindo condições mínimas: condições mínimas para o aproveitamento das oportunidades são garantidas prioritariamente pelas transferências de renda, mas também podem ser oferecidas com base em programas de segurança alimentar, transporte subsidiado, entre outros. Algumas vezes, argumenta-se que uma maior generosidade das transferências públicas pode desencorajar os mais pobres a ativamente aproveitarem novas oportunidades produtivas. No entanto, o fato de a taxa de ocupação entre os mais pobres ter aumentado ao longo do último quinquênio, concomitantemente com a crescente generosidade das transferências públicas, é evidência na direção contrária. Talvez, sem essa maior generosidade das transferências públicas, muitas das oportunidades que foram aproveitadas pelos mais pobres e que permitiram o crescimento de 6% ao ano na sua renda do trabalho não teriam sido aproveitadas por falta de condições mínimas. Não se pode esquecer que aproveitar uma oportunidade (como todos que abrem um novo negócio ou iniciam num novo emprego bem sabem) demanda esforço, perseverança e capacidade de lidar com incertezas. Assim, todo apoio que se possa dar aos mais pobres na forma de transferências mais generosas e estáveis deverá facilitar e promover a sua inclusão produtiva, e não desincentivá-los a persegui-la. Portas de saída, inclusão produtiva e erradicação da extrema pobreza no Brasil 10

11 Rumo ao fim da extrema pobreza Entre 2003 e 2009, a renda do trabalho dos 20% mais pobres aumentou 40% no país (ver Tabela 1). Essa e outras evidências revelam que desde 2003 o Brasil vem incluindo produtivamente importantes parcelas das camadas mais pobres de sua população. É verdade que esse processo de inclusão produtiva, a despeito de toda a sua intensidade, ainda não foi capaz de erradicar por completo a extrema pobreza no país. É necessário, portanto, dar continuidade e, na medida do possível, intensificar esse processo. Esse constitui, sem dúvida, um dos objetivos centrais do Plano Brasil Sem Miséria. Para alcançar esses objetivos, o Brasil Sem Miséria busca criar novas oportunidades, melhorar a qualidade daquelas que já existem, eliminar barreiras e melhorar o acesso e as condições para o aproveitamento integral das oportunidades disponíveis pelas camadas mais pobres da população. A estratégia consiste em utilizar todos os caminhos para a promoção da inclusão produtiva descritos neste trabalho. Para isso, o Brasil Sem Miséria propõe: i) reforçar todos os mecanismos que já vinham sendo utilizados com sucesso no passado; ii) redesenhar aqueles que não vinham demonstrando grande efetividade; e iii) introduzir novos programas e ações inovadoras, em particular em áreas estratégicas como a formação profissional e a assistência técnica personalizada aos agricultores familiares. Por fim, vale ressaltar que o Brasil Sem Miséria entende, corretamente, a inclusão produtiva como sendo o resultado de ações coordenadas e complementares dos setores público e privado, em que diferenças entre comunidades, quanto a suas necessidades e potencialidades, são reconhecidas e levadas em consideração por meio da oferta de um amplo leque de programas regionalmente customizados. Portas de saída, inclusão produtiva e erradicação da extrema pobreza no Brasil 11

ipea A EFETIVIDADE DO SALÁRIO MÍNIMO COMO UM INSTRUMENTO PARA REDUZIR A POBREZA NO BRASIL 1 INTRODUÇÃO 2 METODOLOGIA 2.1 Natureza das simulações

ipea A EFETIVIDADE DO SALÁRIO MÍNIMO COMO UM INSTRUMENTO PARA REDUZIR A POBREZA NO BRASIL 1 INTRODUÇÃO 2 METODOLOGIA 2.1 Natureza das simulações A EFETIVIDADE DO SALÁRIO MÍNIMO COMO UM INSTRUMENTO PARA REDUZIR A POBREZA NO BRASIL Ricardo Paes de Barros Mirela de Carvalho Samuel Franco 1 INTRODUÇÃO O objetivo desta nota é apresentar uma avaliação

Leia mais

Sobre a queda recente na desigualdade de renda no Brasil

Sobre a queda recente na desigualdade de renda no Brasil Sobre a queda recente na desigualdade de renda no Brasil Ricardo Paes de Barros (IPEA) Mirela de Carvalho (IPEA) Samuel Franco (IPEA) Rosane Mendonça (UFF) Brasília, agosto de 2006 Entre 2001 e 2004 a

Leia mais

Uma avaliação da pertinência de um programa de Bolsa Qualificação para o combate à pobreza

Uma avaliação da pertinência de um programa de Bolsa Qualificação para o combate à pobreza Uma avaliação da pertinência de um programa de Bolsa Qualificação para o combate à pobreza Ricardo Paes de Barros (SAE) Mirela de Carvalho (SEE-RJ) Samuel Franco (IETS) Andrezza Rosalém (IETS) Rio de Janeiro,

Leia mais

SECRETARIA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO PROJETO

SECRETARIA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO PROJETO SECRETARIA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO PROJETO ABRIL / 2005 Apresentação SMPDSE SECRETARIA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO E A Secretaria Municipal de Planejamento e Desenvolvimento

Leia mais

DIÁLOGOS SOBRE O DIREITO HUMANO À ALIMENTAÇÃO NO BRASIL. (Pesquisa qualitativa -- RESUMO)

DIÁLOGOS SOBRE O DIREITO HUMANO À ALIMENTAÇÃO NO BRASIL. (Pesquisa qualitativa -- RESUMO) DIÁLOGOS SOBRE O DIREITO HUMANO À ALIMENTAÇÃO NO BRASIL (Pesquisa qualitativa -- RESUMO) Realização: Ibase, com apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) Objetivos da Pesquisa: Os Diálogos sobre

Leia mais

TEXTO 2. Inclusão Produtiva, SUAS e Programa Brasil Sem Miséria

TEXTO 2. Inclusão Produtiva, SUAS e Programa Brasil Sem Miséria TEXTO 2 Inclusão Produtiva, SUAS e Programa Brasil Sem Miséria Um dos eixos de atuação no Plano Brasil sem Miséria diz respeito à Inclusão Produtiva nos meios urbano e rural. A primeira está associada

Leia mais

Demonstrativo da extrema pobreza: Brasil 1990 a 2009

Demonstrativo da extrema pobreza: Brasil 1990 a 2009 Campinas, 29 de fevereiro de 2012 AVANÇOS NO BRASIL Redução significativa da população em situação de pobreza e extrema pobreza, resultado do desenvolvimento econômico e das decisões políticas adotadas.

Leia mais

O Programa Bolsa Família

O Programa Bolsa Família Painel sobre Programas de Garantia de Renda O Programa Bolsa Família Patrus Ananias de Sousa Ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome República Federativa do Brasil Comissão de Emprego e Política

Leia mais

ipea políticas sociais acompanhamento e análise 7 ago. 2003 117 GASTOS SOCIAIS: FOCALIZAR VERSUS UNIVERSALIZAR José Márcio Camargo*

ipea políticas sociais acompanhamento e análise 7 ago. 2003 117 GASTOS SOCIAIS: FOCALIZAR VERSUS UNIVERSALIZAR José Márcio Camargo* GASTOS SOCIAIS: FOCALIZAR VERSUS UNIVERSALIZAR José Márcio Camargo* Como deve ser estruturada a política social de um país? A resposta a essa pergunta independe do grau de desenvolvimento do país, da porcentagem

Leia mais

154 a SESSÃO DO COMITÊ EXECUTIVO

154 a SESSÃO DO COMITÊ EXECUTIVO 154 a SESSÃO DO COMITÊ EXECUTIVO Washington, D.C., EUA 16 a 20 de junho de 2014 CE154.R17 Original: inglês RESOLUÇÃO CE154.R17 ESTRATÉGIA PARA COBERTURA UNIVERSAL DE SAÚDE A 154 a SESSÃO DO COMITÊ EXECUTIVO,

Leia mais

LA EDUCACION RURAL Y SU IMPACTO EM EL DESARROLLO LOCAL

LA EDUCACION RURAL Y SU IMPACTO EM EL DESARROLLO LOCAL LA EDUCACION RURAL Y SU IMPACTO EM EL DESARROLLO LOCAL Argileu Martins da Silva Diretor do Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural Secretário Adjunto de Agricultura Familiar SAF A EDUCAÇÃO

Leia mais

Rogério Medeiros medeirosrogerio@hotmail.com

Rogério Medeiros medeirosrogerio@hotmail.com Programa Nacional de Capacitação do SUAS - Sistema Único de Assistência Social CAPACITASUAS CURSO 2 Indicadores para diagnóstico e acompanhamento do SUAS e do BSM Ministrado por Rogério de Souza Medeiros

Leia mais

Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome

Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome O Brasil assume o desafio de acabar com a miséria O Brasil assume o desafio de acabar com a

Leia mais

Rede de Produção de Plantas Medicinais, Aromáticas e Fitoterápicos

Rede de Produção de Plantas Medicinais, Aromáticas e Fitoterápicos Rede de Produção de Plantas Medicinais, Aromáticas e Fitoterápicos Atores envolvidos Movimentos Sociais Agricultura Familiar Governos Universidades Comunidade Científica em Geral Parceiros Internacionais,

Leia mais

A economia solidária como estratégia de inclusão produtiva no Programa Bolsa Família

A economia solidária como estratégia de inclusão produtiva no Programa Bolsa Família A economia solidária como estratégia de inclusão produtiva no Programa Bolsa Família Adriane Vieira Ferrarini Docente e pesquisadora do Programa de Pós graduação em Ciências Sociais da Unisinos Estelamaris

Leia mais

Pequenas e Médias Empresas no Canadá. Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios

Pequenas e Médias Empresas no Canadá. Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios Pequenas e Médias Empresas no Canadá Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios De acordo com a nomenclatura usada pelo Ministério da Indústria do Canadá, o porte

Leia mais

CONVITE À APRESENTAÇÃO DE PROPOSTAS INOVAÇÃO EM FINANCIAMENTO

CONVITE À APRESENTAÇÃO DE PROPOSTAS INOVAÇÃO EM FINANCIAMENTO CONVITE À APRESENTAÇÃO DE PROPOSTAS INOVAÇÃO EM FINANCIAMENTO FUNDO COMUM PARA OS PRODUTOS BÁSICOS (FCPB) BUSCA CANDIDATURAS A APOIO PARA ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO DOS PRODUTOS BÁSICOS Processo de

Leia mais

ENCONTRO DE MINISTROS DA AGRICULTURA DAS AMÉRICAS 2011 Semeando inovação para colher prosperidade

ENCONTRO DE MINISTROS DA AGRICULTURA DAS AMÉRICAS 2011 Semeando inovação para colher prosperidade ENCONTRO DE MINISTROS DA AGRICULTURA DAS AMÉRICAS 2011 Semeando inovação para colher prosperidade DECLARAÇÃO DOS MINISTROS DA AGRICULTURA, SÃO JOSÉ 2011 1. Nós, os Ministros e os Secretários de Agricultura

Leia mais

Gestão do Conhecimento A Chave para o Sucesso Empresarial. José Renato Sátiro Santiago Jr.

Gestão do Conhecimento A Chave para o Sucesso Empresarial. José Renato Sátiro Santiago Jr. A Chave para o Sucesso Empresarial José Renato Sátiro Santiago Jr. Capítulo 1 O Novo Cenário Corporativo O cenário organizacional, sem dúvida alguma, sofreu muitas alterações nos últimos anos. Estas mudanças

Leia mais

Atividade I Como podemos fortalecer o Núcleo na Região para garantir a continuidade dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio - ODMs?

Atividade I Como podemos fortalecer o Núcleo na Região para garantir a continuidade dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio - ODMs? QUATRO BARRAS 09/07/2007 Horário: das 13h às 17h30 Local: Atividade I Como podemos fortalecer o Núcleo na Região para garantir a continuidade dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio - ODMs? Grupo 01:

Leia mais

10 ANOS. Conte até 10 e saiba por quê.

10 ANOS. Conte até 10 e saiba por quê. 10 ANOS O Programa de Aquisição de Alimentos completou dez anos. Instituído pela Lei nº 10.696, de 2 de julho de 2003, o PAA tem se consolidado como um instrumento de estímulo à organização produtiva e

Leia mais

BRASIL EXCLUDENTE E CONCENTRADOR. Colégio Anglo de Sete Lagoas Prof.: Ronaldo Tel.: (31) 2106 1750

BRASIL EXCLUDENTE E CONCENTRADOR. Colégio Anglo de Sete Lagoas Prof.: Ronaldo Tel.: (31) 2106 1750 BRASIL EXCLUDENTE E CONCENTRADOR As crises econômicas que se sucederam no Brasil interromperam a política desenvolvimentista. Ocorre que o modelo de desenvolvimento aqui implantado (modernização conservadora

Leia mais

DESENVOLVIMENTO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS, GERAÇÃO DE EMPREGO E INCLUSÃO SOCIAL. XII Seminario del CILEA Bolívia 23 a 25/06/2006

DESENVOLVIMENTO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS, GERAÇÃO DE EMPREGO E INCLUSÃO SOCIAL. XII Seminario del CILEA Bolívia 23 a 25/06/2006 DESENVOLVIMENTO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS, GERAÇÃO DE EMPREGO E INCLUSÃO SOCIAL. XII Seminario del CILEA Bolívia 23 a 25/06/2006 Conteúdo 1. O Sistema SEBRAE; 2. Brasil Caracterização da MPE; 3. MPE

Leia mais

Gastos Tributários do governo federal: um debate necessário

Gastos Tributários do governo federal: um debate necessário do governo federal: um debate necessário Coordenação de Finanças Sociais Diretoria de Estudos e Políticas Sociais Assessoria Técnica da Presidência do Ipea Este Comunicado atualiza trabalho publicado ano

Leia mais

Os Princípios do IDFC para Promover um Desenvolvimento Sustentável 1

Os Princípios do IDFC para Promover um Desenvolvimento Sustentável 1 Os Princípios do IDFC para Promover um Desenvolvimento Sustentável 1 I. Histórico O Clube Internacional de Financiamento ao Desenvolvimento (IDFC) é um grupo de 19 instituições de financiamento ao desenvolvimento

Leia mais

Parte V Financiamento do Desenvolvimento

Parte V Financiamento do Desenvolvimento Parte V Financiamento do Desenvolvimento CAPÍTULO 9. O PAPEL DOS BANCOS PÚBLICOS CAPÍTULO 10. REFORMAS FINANCEIRAS PARA APOIAR O DESENVOLVIMENTO. Questão central: Quais as dificuldades do financiamento

Leia mais

FOME ZERO. O papel do Brasil na luta global contra a fome e a pobreza

FOME ZERO. O papel do Brasil na luta global contra a fome e a pobreza FOME ZERO O papel do Brasil na luta global contra a fome e a pobreza Seminário Internacional sobre Seguro de Emergência e Seguro Agrícola Porto Alegre, RS -- Brasil 29 de junho a 2 de julho de 2005 Alguns

Leia mais

A CARTA DE BANGKOK PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE EM UM MUNDO GLOBALIZADO

A CARTA DE BANGKOK PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE EM UM MUNDO GLOBALIZADO A CARTA DE BANGKOK PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE EM UM MUNDO GLOBALIZADO Introdução Escopo A Carta de Bangkok identifica ações, compromissos e promessas necessários para abordar os determinantes da saúde em

Leia mais

Analfabetismo no Brasil

Analfabetismo no Brasil Analfabetismo no Brasil Ricardo Paes de Barros (IPEA) Mirela de Carvalho (IETS) Samuel Franco (IETS) Parte 1: Magnitude e evolução do analfabetismo no Brasil Magnitude Segundo estimativas obtidas com base

Leia mais

A nova resolução da Organização Internacional do Trabalho (OIT) para estatísticas de trabalho, ocupação e subutilização da mão de obra.

A nova resolução da Organização Internacional do Trabalho (OIT) para estatísticas de trabalho, ocupação e subutilização da mão de obra. A nova resolução da Organização Internacional do Trabalho (OIT) para estatísticas de trabalho, ocupação e subutilização da mão de obra São Paulo 10 de janeiro de 2014 O contexto e a motivação Resumo da

Leia mais

I N C E N T I V O S A O E M P R E E N D E D O R I S M O Page 1. Incentivos ao EMPREENDEDORISMO

I N C E N T I V O S A O E M P R E E N D E D O R I S M O Page 1. Incentivos ao EMPREENDEDORISMO I N C E N T I V O S A O E M P R E E N D E D O R I S M O Page 1 Incentivos ao EMPREENDEDORISMO Abril 2015 I N C E N T I V O S A O E M P R E E N D E D O R I S M O Pag. 2 ÍNDICE 1. Enquadramento... 3 2. Criação

Leia mais

O Modelo de Desenvolvimento Brasileiro

O Modelo de Desenvolvimento Brasileiro GESTÃO DE MACROPOLÍTICAS PÚBLICAS FEDERAIS O Modelo de Desenvolvimento Brasileiro Esther Dweck Brasília Ministério do Planejamento 04 de fevereiro de 2014 O modelo de desenvolvimento brasileiro Objetivos

Leia mais

A GESTÃO HOSPITALAR E A NOVA REALIDADE DO FINANCIAMENTO DA ASSISTÊNCIA RENILSON REHEM SALVADOR JULHO DE 2006

A GESTÃO HOSPITALAR E A NOVA REALIDADE DO FINANCIAMENTO DA ASSISTÊNCIA RENILSON REHEM SALVADOR JULHO DE 2006 A GESTÃO HOSPITALAR E A NOVA REALIDADE DO FINANCIAMENTO DA ASSISTÊNCIA RENILSON REHEM SALVADOR JULHO DE 2006 No passado, até porque os custos eram muito baixos, o financiamento da assistência hospitalar

Leia mais

TERMO DE REFERÊNCIA PARA CONTRATAÇÃO DE CONSULTORIA ESPECIALIZADA

TERMO DE REFERÊNCIA PARA CONTRATAÇÃO DE CONSULTORIA ESPECIALIZADA TERMO DE REFERÊNCIA PARA CONTRATAÇÃO DE CONSULTORIA ESPECIALIZADA (PESSOA FÍSICA) Contrato por Produto - Nacional Número e Título do Projeto: BRA/ 09/004 Fortalecimento da CAIXA no seu processo de internacionalização

Leia mais

Profissionais de Alta Performance

Profissionais de Alta Performance Profissionais de Alta Performance As transformações pelas quais o mundo passa exigem novos posicionamentos em todas as áreas e em especial na educação. A transferência pura simples de dados ou informações

Leia mais

INOVAÇÃO PORTUGAL PROPOSTA DE PROGRAMA

INOVAÇÃO PORTUGAL PROPOSTA DE PROGRAMA INOVAÇÃO PORTUGAL PROPOSTA DE PROGRAMA FACTORES CRÍTICOS DE SUCESSO DE UMA POLÍTICA DE INTENSIFICAÇÃO DO PROCESSO DE INOVAÇÃO EMPRESARIAL EM PORTUGAL E POTENCIAÇÃO DOS SEUS RESULTADOS 0. EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS

Leia mais

"PANORAMA DA COLETA SELETIVA DE LIXO NO BRASIL"

PANORAMA DA COLETA SELETIVA DE LIXO NO BRASIL Reciclagem e Valorizaçã ção o de Resíduos Sólidos S - Meio Ambiente UNIVERSIDADE DE SÃO S O PAULO "PANORAMA DA COLETA SELETIVA DE LIXO NO BRASIL" Associação sem fins lucrativos, o CEMPRE se dedica à promoção

Leia mais

Gestão de Pequenas Empresas no Brasil - Alguns Dados Importantes.

Gestão de Pequenas Empresas no Brasil - Alguns Dados Importantes. Gestão de Pequenas Empresas no Brasil - Alguns Dados Importantes. Por Palmira Santinni No Brasil, nos últimos anos, está ocorrendo um significativo aumento na criação de novas empresas e de optantes pelo

Leia mais

Planejamento Estratégico

Planejamento Estratégico Planejamento Estratégico Análise externa Roberto César 1 A análise externa tem por finalidade estudar a relação existente entre a empresa e seu ambiente em termos de oportunidades e ameaças, bem como a

Leia mais

Forneça a próxima onda de inovações empresariais com o Open Network Environment

Forneça a próxima onda de inovações empresariais com o Open Network Environment Visão geral da solução Forneça a próxima onda de inovações empresariais com o Open Network Environment Visão geral À medida que tecnologias como nuvem, mobilidade, mídias sociais e vídeo assumem papéis

Leia mais

Política de Sustentabilidade das empresas Eletrobras

Política de Sustentabilidade das empresas Eletrobras Política de Sustentabilidade das empresas Eletrobras 1. DECLARAÇÃO Nós, das empresas Eletrobras, comprometemo-nos a contribuir efetivamente para o desenvolvimento sustentável, das áreas onde atuamos e

Leia mais

REF: As pautas das crianças e adolescentes nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

REF: As pautas das crianças e adolescentes nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Brasília, Dezembro de 2015 Exma. Sra. Dilma Rousseff Presidente da República Federativa do Brasil Palácio do Planalto Gabinete da Presidência Praça dos Três Poderes, Brasília - DF, 70150-900. REF: As pautas

Leia mais

I Ao longo do último século o Brasil passou de um país mentalmente aberto para um país mentalmente fechado.

I Ao longo do último século o Brasil passou de um país mentalmente aberto para um país mentalmente fechado. I Ao longo do último século o Brasil passou de um país mentalmente aberto para um país mentalmente fechado. Em 1900, o País chegou a ter 7,3% da população composta por imigrantes; hoje, tem apenas 0,3%.

Leia mais

Necessidade e construção de uma Base Nacional Comum

Necessidade e construção de uma Base Nacional Comum Necessidade e construção de uma Base Nacional Comum 1. O direito constitucional à educação é concretizado, primeiramente, com uma trajetória regular do estudante, isto é, acesso das crianças e jovens a

Leia mais

Política de Sustentabilidade das Empresas Eletrobras

Política de Sustentabilidade das Empresas Eletrobras Política de Sustentabilidade das Empresas Eletrobras Setembro de 2010 Política de Sustentabilidade das Empresas Eletrobras DECLARAÇÃO Nós, das empresas Eletrobras, comprometemo-nos a contribuir efetivamente

Leia mais

MANUAL PARA APRESENTAÇÃO DE PROJETOS SOCIAIS. Junho, 2006 Anglo American Brasil

MANUAL PARA APRESENTAÇÃO DE PROJETOS SOCIAIS. Junho, 2006 Anglo American Brasil MANUAL PARA APRESENTAÇÃO DE PROJETOS SOCIAIS Junho, 2006 Anglo American Brasil 1. Responsabilidade Social na Anglo American Brasil e objetivos deste Manual Já em 1917, o Sr. Ernest Oppenheimer, fundador

Leia mais

Pequenas e Médias Empresas no Chile. Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios

Pequenas e Médias Empresas no Chile. Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios Pequenas e Médias Empresas no Chile Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios A Lei nº 20.416 estabelece regras especiais para as Empresas de Menor Tamanho (EMT).

Leia mais

Iniciativa Portugal Inovação Social Novos programas de financiamento da inovação social no Portugal2020

Iniciativa Portugal Inovação Social Novos programas de financiamento da inovação social no Portugal2020 Iniciativa Portugal Inovação Social Novos programas de financiamento da inovação social no Portugal2020 Santa Casa da Misericórdia de Santarém 28 Maio 2015 Tema ENTIDADES PÚBLICAS PORTUGAL 2020 Objetivos

Leia mais

MANUAL PARA O PROGRAMA DE INCUBAÇÃO INEAGRO-UFRRJ

MANUAL PARA O PROGRAMA DE INCUBAÇÃO INEAGRO-UFRRJ MANUAL PARA O PROGRAMA DE INCUBAÇÃO INEAGRO-UFRRJ 2009 Índice Introdução...3 O que é Base Tecnológica?...3 O que é o Programa de Incubação?...3 Para quem é o Programa de Incubação?...4 Para que serve o

Leia mais

Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas. Grupo de Pesquisa em Interação, Tecnologias Digitais e Sociedade - GITS

Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas. Grupo de Pesquisa em Interação, Tecnologias Digitais e Sociedade - GITS Universidade Federal da Bahia Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas Grupo de Pesquisa em Interação, Tecnologias Digitais e Sociedade - GITS Reunião de 18 de junho de 2010 Resumo

Leia mais

2 - Sabemos que a educação à distância vem ocupando um importante espaço no mundo educacional. Como podemos identificar o Brasil nesse contexto?

2 - Sabemos que a educação à distância vem ocupando um importante espaço no mundo educacional. Como podemos identificar o Brasil nesse contexto? A EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA E O FUTURO Arnaldo Niskier 1 - Qual a relação existente entre as transformações do mundo educacional e profissional e a educação à distância? A educação à distância pressupõe uma

Leia mais

SAÚDE E EDUCAÇÃO INFANTIL Uma análise sobre as práticas pedagógicas nas escolas.

SAÚDE E EDUCAÇÃO INFANTIL Uma análise sobre as práticas pedagógicas nas escolas. SAÚDE E EDUCAÇÃO INFANTIL Uma análise sobre as práticas pedagógicas nas escolas. SANTOS, Silvana Salviano silvanasalviano@hotmail.com UNEMAT Campus de Juara JESUS, Lori Hack de lorihj@hotmail.com UNEMAT

Leia mais

INSTITUTOS SUPERIORES DE ENSINO DO CENSA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA PROVIC PROGRAMA VOLUNTÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

INSTITUTOS SUPERIORES DE ENSINO DO CENSA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA PROVIC PROGRAMA VOLUNTÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA INSTITUTOS SUPERIORES DE ENSINO DO CENSA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA PROVIC PROGRAMA VOLUNTÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA IMPACTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO PRODUTO INTERNO BRUTO BRASILEIRO

Leia mais

Desigualdades em saúde - Mortalidade infantil. Palavras-chave: mortalidade infantil; qualidade de vida; desigualdade.

Desigualdades em saúde - Mortalidade infantil. Palavras-chave: mortalidade infantil; qualidade de vida; desigualdade. Desigualdades em saúde - Mortalidade infantil Ruth Rangel * Fernanda Azevedo * Palavras-chave: mortalidade infantil; qualidade de vida; desigualdade. Resumo A redução das desigualdades sociais tem sido

Leia mais

Carta para a Preservação do Patrimônio Arquivístico Digital Preservar para garantir o acesso

Carta para a Preservação do Patrimônio Arquivístico Digital Preservar para garantir o acesso Carta para a Preservação do Patrimônio Arquivístico Digital Preservar para garantir o acesso Considerando que a informação arquivística, produzida, recebida, utilizada e conservada em sistemas informatizados,

Leia mais

Importância da normalização para as Micro e Pequenas Empresas 1. Normas só são importantes para as grandes empresas...

Importância da normalização para as Micro e Pequenas Empresas 1. Normas só são importantes para as grandes empresas... APRESENTAÇÃO O incremento da competitividade é um fator decisivo para a maior inserção das Micro e Pequenas Empresas (MPE), em mercados externos cada vez mais globalizados. Internamente, as MPE estão inseridas

Leia mais

PROJETO ALTERNATIVO DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL E SOLIDÁRIO - PADRSS

PROJETO ALTERNATIVO DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL E SOLIDÁRIO - PADRSS SISTEMA CONTAG DE ORGANIZAÇÃO DA PRODUÇÃO SEC. DE POLÍTICA AGRÍCOLA - CONTAG - 1 PROJETO ALTERNATIVO DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL E SOLIDÁRIO - PADRSS SISTEMA CONTAG DE ORGANIZAÇÃO DA PRODUÇÃO

Leia mais

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS TRABALHADORES NAS INDÚSTRIAS DA CONSTRUÇÃO E DO MOBILIÁRIO

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS TRABALHADORES NAS INDÚSTRIAS DA CONSTRUÇÃO E DO MOBILIÁRIO CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS TRABALHADORES NAS INDÚSTRIAS DA CONSTRUÇÃO E DO MOBILIÁRIO RECONHECIDA NOS TERMOS DA LEGISLAÇÃO VIGENTE EM 16 DE SETEMBRO DE 2010 Estudo técnico Edição nº 22 dezembro de 2014

Leia mais

IV Seminário Nacional do Programa Nacional de Crédito Fundiário Crédito Fundiário no Combate a Pobreza Rural Sustentabilidade e Qualidade de Vida

IV Seminário Nacional do Programa Nacional de Crédito Fundiário Crédito Fundiário no Combate a Pobreza Rural Sustentabilidade e Qualidade de Vida IV Seminário Nacional do Programa Nacional de Crédito Fundiário Crédito Fundiário no Combate a Pobreza Rural Sustentabilidade e Qualidade de Vida 30 DE NOVEMBRO DE 2011 CONTEXTO Durante os últimos anos,

Leia mais

Senhor Presidente. Senhoras e Senhores Deputados. Senhoras e Senhores Membros do Governo

Senhor Presidente. Senhoras e Senhores Deputados. Senhoras e Senhores Membros do Governo Senhor Presidente Senhoras e Senhores Deputados Senhoras e Senhores Membros do Governo O actual momento de crise internacional que o mundo atravessa e que, obviamente, afecta a nossa Região, coloca às

Leia mais

PPAG 2012-2015 Monitoramento Janeiro a Junho de 2012. Rede de Educação e Desenvolvimento Humano PROGRAMA 003 MELHOR EMPREGO 003 MELHOR EMPREGO

PPAG 2012-2015 Monitoramento Janeiro a Junho de 2012. Rede de Educação e Desenvolvimento Humano PROGRAMA 003 MELHOR EMPREGO 003 MELHOR EMPREGO 003 MELHOR EMPREGO PROGRAMA 003 MELHOR EMPREGO (A) (F) REALIZADA % C/B REPROGRA % F/E JAN A JUN MADA IMPLEMENTAR E ARTICULAR AÇÕES VISANDO A DIMINUIÇÃO DO TEMPO DE DE DESEMPREGO DO ATENDIMENTO TRABALHADOR

Leia mais

GESTÃO EMPRESARIAL FUNDAMENTOS DA GESTÃO ESTRATÉGICA. Profª. Danielle Valente Duarte

GESTÃO EMPRESARIAL FUNDAMENTOS DA GESTÃO ESTRATÉGICA. Profª. Danielle Valente Duarte GESTÃO EMPRESARIAL FUNDAMENTOS DA GESTÃO ESTRATÉGICA Profª. Danielle Valente Duarte 2014 Abrange três componentes interdependentes: a visão sistêmica; o pensamento estratégico e o planejamento. Visão Sistêmica

Leia mais

PROGRAMAÇÃO DO EVENTO

PROGRAMAÇÃO DO EVENTO PROGRAMAÇÃO DO EVENTO Dia 08/08 // 09h00 12h00 PLENÁRIA Nova economia: includente, verde e responsável Nesta plenária faremos uma ampla abordagem dos temas que serão discutidos ao longo de toda a conferência.

Leia mais

Seção 2/E Monitoramento, Avaliação e Aprendizagem

Seção 2/E Monitoramento, Avaliação e Aprendizagem Seção 2/E Monitoramento, Avaliação e Aprendizagem www.bettercotton.org Orientação Text to go here O documento Monitoramento, Avaliação e Aprendizagem da BCI proporciona uma estrutura para medir as mudanças

Leia mais

Proteção social e agricultura. rompendo o ciclo da pobreza rural

Proteção social e agricultura. rompendo o ciclo da pobreza rural Proteção social e agricultura Sasint/Dollar Photo Club rompendo o ciclo da pobreza rural 16 de outubro de 2015 Dia Mundial da Alimentação Cerca de 1000 milhões de pessoas vivem na extrema pobreza nos países

Leia mais

Resumo do Acordo de Parceria para Portugal, 2014-2020

Resumo do Acordo de Parceria para Portugal, 2014-2020 COMISSÃO EUROPEIA Bruxelas, 30 de julho de 2014 Resumo do Acordo de Parceria para Portugal, 2014-2020 Informações gerais O Acordo de Parceria abrange cinco fundos: Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional

Leia mais

FORMANDO AS LIDERANÇAS DO FUTURO

FORMANDO AS LIDERANÇAS DO FUTURO Fundação Carlos Chagas Difusão de Idéias dezembro/2006 página 1 FORMANDO AS LIDERANÇAS DO FUTURO Fúlvia Rosemberg: analisa ações de inclusão e apresenta programa voltado para a formação de novas lideranças

Leia mais

Cooperação científica e técnica e o mecanismo de intermediação de informações

Cooperação científica e técnica e o mecanismo de intermediação de informações Página 144 VIII/11. Cooperação científica e técnica e o mecanismo de intermediação de informações A Conferência das Partes, Informando-se sobre o relatório do Secretário Executivo sobre as atividades do

Leia mais

TERMO DE REFERÊNCIA SE-001/2011

TERMO DE REFERÊNCIA SE-001/2011 TERMO DE REFERÊNCIA SE-001/2011 Objeto da contratação Consultor sênior Título do Projeto Projeto BRA 07/010 Designação funcional Duração do contrato Consultoria por produto 04 meses Data limite para envio

Leia mais

Universalização do acesso a. A que distância estamos? Ricardo Paes de Barros - ipea

Universalização do acesso a. A que distância estamos? Ricardo Paes de Barros - ipea Universalização do acesso a serviços públicos p básicos: b A que distância estamos? Ricardo Paes de Barros - ipea Brasília, novembro de 2009 Evolução temporal da extrema pobreza: Brasil, 1990 a 2008 26

Leia mais

SUGESTÕES PARA ARTICULAÇÃO ENTRE O MESTRADO EM DIREITO E A GRADUAÇÃO

SUGESTÕES PARA ARTICULAÇÃO ENTRE O MESTRADO EM DIREITO E A GRADUAÇÃO MESTRADO SUGESTÕES PARA ARTICULAÇÃO ENTRE O MESTRADO EM DIREITO E A GRADUAÇÃO Justificativa A equipe do mestrado em Direito do UniCEUB articula-se com a graduação, notadamente, no âmbito dos cursos de

Leia mais

Sobre a Evolução Recente da Pobreza e da Desigualdade

Sobre a Evolução Recente da Pobreza e da Desigualdade Sobre a Evolução Recente da Pobreza e da Desigualdade Ipea - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada BRASIL Ricardo Paes de Barros Brasília, setembro de 2009 Taxa anual de crescimento da renda domiciliar

Leia mais

A moeda possui três funções básicas: Reserva de Valor, Meio de troca e Meio de Pagamento.

A moeda possui três funções básicas: Reserva de Valor, Meio de troca e Meio de Pagamento. 29- A lógica da composição do mercado financeiro tem como fundamento: a) facilitar a transferência de riscos entre agentes. b) aumentar a poupança destinada a investimentos de longo prazo. c) mediar as

Leia mais

Declaração de Pequim adotada pela Quarta Conferência Mundial sobre as Mulheres: Ação para Igualdade, Desenvolvimento e Paz (1995)

Declaração de Pequim adotada pela Quarta Conferência Mundial sobre as Mulheres: Ação para Igualdade, Desenvolvimento e Paz (1995) Declaração de Pequim adotada pela Quarta Conferência Mundial sobre as Mulheres: Ação para Igualdade, Desenvolvimento e Paz (1995) 1. Nós, os Governos, participante da Quarta Conferência Mundial sobre as

Leia mais

PROGRAMA TÉMATICO: 6214 TRABALHO, EMPREGO E RENDA

PROGRAMA TÉMATICO: 6214 TRABALHO, EMPREGO E RENDA PROGRAMA TÉMATICO: 6214 TRABALHO, EMPREGO E RENDA OBJETIVO GERAL: Estimular o crescimento e o desenvolvimento econômico e social do DF, por meio do fortalecimento do Sistema Público de Emprego, garantindo

Leia mais

de 1,000 (um) for o IDH, melhor a qualidade de vida de sua população.

de 1,000 (um) for o IDH, melhor a qualidade de vida de sua população. RESULTADOS O Espírito Santo que se deseja em 2015 é um Estado referência para o País, na geração de emprego e renda na sua indústria, com conseqüente eliminação das desigualdades entre os municípios capixabas.

Leia mais

Redução do Trabalho Infantil e Suas Repercussões no Ceará (2001-2011)

Redução do Trabalho Infantil e Suas Repercussões no Ceará (2001-2011) Enfoque Econômico é uma publicação do IPECE que tem por objetivo fornecer informações de forma imediata sobre políticas econômicas, estudos e pesquisas de interesse da população cearense. Por esse instrumento

Leia mais

RUMO AO FUTURO QUE QUEREMOS. Acabar com a fome e fazer a transição para sistemas agrícolas e alimentares sustentáveis

RUMO AO FUTURO QUE QUEREMOS. Acabar com a fome e fazer a transição para sistemas agrícolas e alimentares sustentáveis RUMO AO FUTURO QUE QUEREMOS Acabar com a fome e fazer a transição para sistemas agrícolas e alimentares sustentáveis O futuro que queremos não se concretizará enquanto a fome e a subnutrição persistirem,

Leia mais

Solidariedade. Inovação. Oportunidade. Cultura. A s s o c i a ç õ e s F u n d a ç õ e s. E m p r e s a s C o o p e rativa s. Inclusão Social e Emprego

Solidariedade. Inovação. Oportunidade. Cultura. A s s o c i a ç õ e s F u n d a ç õ e s. E m p r e s a s C o o p e rativa s. Inclusão Social e Emprego Solidariedade A s s o c i a ç õ e s F u n d a ç õ e s P a r c e r i a Oportunidade Cultura E m p r e s a s C o o p e rativa s Empreendedorismo PORTUGAL Inclusão Social e Emprego Inovação A c o r d o I

Leia mais

PESQUISA SOBRE A INCLUSÃO NO. Curitiba e Região Metropolitana

PESQUISA SOBRE A INCLUSÃO NO. Curitiba e Região Metropolitana PESQUISA SOBRE A INCLUSÃO NO Curitiba e Região Metropolitana A PESQUISA REALIZAÇÃO: SEDPcD em parceria com a SMTE, Sesi, Sesc, ABRH, Fecomércio e Sest/Senat. UNIVERSO: a consulta foi realizada com empresas

Leia mais

Aula 2 Elementos necessários para a Avaliação Econômica

Aula 2 Elementos necessários para a Avaliação Econômica Aula 2 Elementos necessários para a Avaliação Econômica A avaliação econômica é um importante instrumento de gestão de qualquer projeto social ou política pública. Deve-se pensar o desenho da avaliação

Leia mais

11 de maio de 2011. Análise do uso dos Resultados _ Proposta Técnica

11 de maio de 2011. Análise do uso dos Resultados _ Proposta Técnica 11 de maio de 2011 Análise do uso dos Resultados _ Proposta Técnica 1 ANÁLISE DOS RESULTADOS DO SPAECE-ALFA E DAS AVALIAÇÕES DO PRÊMIO ESCOLA NOTA DEZ _ 2ª Etapa 1. INTRODUÇÃO Em 1990, o Sistema de Avaliação

Leia mais

Apoio às políticas públicas já existentes;

Apoio às políticas públicas já existentes; Uma voz complementa a outra, um sorriso cativa o próximo e é nesse pensamento que o Instituto Mundo Melhor, organização sem fins lucrativos liderada pelo Grupo MM Mercadomóveis, trabalha com projetos sociais

Leia mais

Plataforma dos Centros Urbanos

Plataforma dos Centros Urbanos Plataforma dos Centros Urbanos O que é a Plataforma dos Centros Urbanos? É uma iniciativa nacional de articulação, fortalecimento e desenvolvimento de políticas públicas, programas e ações voltados para

Leia mais

A Copa do Brasil. Secretaria de Políticas para as Mulheres. Governo Federal

A Copa do Brasil. Secretaria de Políticas para as Mulheres. Governo Federal A Copa do Brasil Secretaria de Políticas para as Mulheres Governo Federal Apresentação A Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR) publicou em seu sítio eletrônico,

Leia mais

O SR. VANDER LOUBET (PT-MS) pronuncia o. seguinte discurso: Senhor Presidente, Senhoras e. Senhores Deputados, a Conferência Internacional da OIT,

O SR. VANDER LOUBET (PT-MS) pronuncia o. seguinte discurso: Senhor Presidente, Senhoras e. Senhores Deputados, a Conferência Internacional da OIT, O SR. VANDER LOUBET (PT-MS) pronuncia o seguinte discurso: Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, a Conferência Internacional da OIT, realizada em junho de 2004, aprovou a Recomendação nº. 195,

Leia mais

Tabela 1 Total da população 2010 Total de homens Total de mulheres Homens % Mulheres % Distrito Federal 2.562.963 1.225.237 1.337.

Tabela 1 Total da população 2010 Total de homens Total de mulheres Homens % Mulheres % Distrito Federal 2.562.963 1.225.237 1.337. PROGRAMA TÉMATICO: 6229 EMANCIPAÇÃO DAS MULHERES OBJETIVO GERAL: Ampliar o acesso das mulheres aos seus direitos por meio do desenvolvimento de ações multissetoriais que visem contribuir para uma mudança

Leia mais

Dúvidas e Esclarecimentos sobre a Proposta de Criação da RDS do Mato Verdinho/MT

Dúvidas e Esclarecimentos sobre a Proposta de Criação da RDS do Mato Verdinho/MT Dúvidas e Esclarecimentos sobre a Proposta de Criação da RDS do Mato Verdinho/MT Setembro/2013 PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE A CRIAÇÃO DE UNIDADE DE CONSERVAÇÃO 1. O que são unidades de conservação (UC)?

Leia mais

ESPECIAL PMEs. Volume III Fundos europeus 2ª parte. um Guia de O Portal de Negócios. www.oportaldenegocios.com. Março / Abril de 2011

ESPECIAL PMEs. Volume III Fundos europeus 2ª parte. um Guia de O Portal de Negócios. www.oportaldenegocios.com. Março / Abril de 2011 ESPECIAL PMEs Volume III Fundos europeus 2ª parte O Portal de Negócios Rua Campos Júnior, 11 A 1070-138 Lisboa Tel. 213 822 110 Fax.213 822 218 geral@oportaldenegocios.com Copyright O Portal de Negócios,

Leia mais

CURSOS PRECISAM PREPARAR PARA A DOCÊNCIA

CURSOS PRECISAM PREPARAR PARA A DOCÊNCIA Fundação Carlos Chagas Difusão de Idéias novembro/2011 página 1 CURSOS PRECISAM PREPARAR PARA A DOCÊNCIA Elba Siqueira de Sá Barretto: Os cursos de Pedagogia costumam ser muito genéricos e falta-lhes um

Leia mais

Sumário executivo. ActionAid Brasil Rua Morais e Vale, 111 5º andar 20021-260 Rio de Janeiro - RJ Brasil

Sumário executivo. ActionAid Brasil Rua Morais e Vale, 111 5º andar 20021-260 Rio de Janeiro - RJ Brasil Sumário executivo Mais de um bilhão de pessoas sofre com as consequências da inanição é mais que a população dos Estados Unidos, Canadá e União Européia juntas. Em julho desse ano, a reunião de cúpula

Leia mais

POLÍTICAS PÚBLICAS Aula 11. Prof. a Dr. a Maria das Graças Rua

POLÍTICAS PÚBLICAS Aula 11. Prof. a Dr. a Maria das Graças Rua POLÍTICAS PÚBLICAS Aula 11 Prof. a Dr. a Maria das Graças Rua LOAS benefício de prestação continuada (BPC), previsto pelo art. 203 da Constituição. garantia de um salário-mínimo mensal à pessoa com deficiência

Leia mais

ESPORTE NÃO É SÓ PARA ALGUNS, É PARA TODOS! Esporte seguro e inclusivo. Nós queremos! Nós podemos!

ESPORTE NÃO É SÓ PARA ALGUNS, É PARA TODOS! Esporte seguro e inclusivo. Nós queremos! Nós podemos! ESPORTE NÃO É SÓ PARA ALGUNS, É PARA TODOS! Esporte seguro e inclusivo. Nós queremos! Nós podemos! Documento final aprovado por adolescentes dos Estados do Amazonas, da Bahia, do Ceará, do Mato Grosso,

Leia mais

Programa Operacional Regional do Algarve

Programa Operacional Regional do Algarve Programa Operacional Regional do Algarve Critérios de Seleção das Candidaturas e Metodologia de Análise Domínio Temático CI Competitividade e Internacionalização Prioridades de investimento: 11.2 Aprovado

Leia mais

Prioridades do FSE para o próximo período de programação 2014-2020

Prioridades do FSE para o próximo período de programação 2014-2020 Prioridades do FSE para o próximo período de programação 2014-2020 Rosa Maria Simões 31 de janeiro de 2013, Auditório CCDR Lisboa e Vale do Tejo Agenda Resultados da intervenção FSE Contributos do FSE

Leia mais

NBC TSP 10 - Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária

NBC TSP 10 - Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária NBC TSP 10 - Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária Alcance 1. Uma entidade que prepara e apresenta Demonstrações Contábeis sob o regime de competência deve aplicar esta Norma

Leia mais

Crise e respostas de políticas públicas Brasil

Crise e respostas de políticas públicas Brasil Crise e respostas de políticas públicas Brasil Ipea - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada BRASIL Jorge Abrahão de Castro Diretor da Diretoria de Estudos Sociais Brasília, 08 de setembro de 2009 Situação

Leia mais

CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO CAPÍTULO 30 FORTALECIMENTO DO PAPEL DO COMÉRCIO E DA INDÚSTRIA INTRODUÇÃO

CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO CAPÍTULO 30 FORTALECIMENTO DO PAPEL DO COMÉRCIO E DA INDÚSTRIA INTRODUÇÃO CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO CAPÍTULO 30 FORTALECIMENTO DO PAPEL DO COMÉRCIO E DA INDÚSTRIA INTRODUÇÃO 30.1. O comércio e a indústria, inclusive as empresas transnacionais,

Leia mais

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos LEI Nº 11.346, DE 15 DE SETEMBRO DE 2006. Cria o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional SISAN com vistas em assegurar

Leia mais