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4 DIRETORIA DA CNM Presidente Paulo Roberto Ziulkoski Primeiro Vice-Presidente Fernando Antônio Lobato Primeiro Secretário Marcos Monti Primeiro Tesoureiro Mauri Eduardo de Barros Heinrich 4 Estudos Técnicos CNM Volume 1

5 Estudos Técnicos CNM Volume 1 Coletânea de estudos técnicos publicados no ano de 2008 Brasília DF 2009 Estudos Técnicos CNM Volume 1 5

6 CRÉDITOS Qualquer parte desta publicação poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte. Copyright Confederação Nacional de Municípios. Impresso no Brasil. Coordenação/organização: Jeconias Rosendo da Silva Júnior Marsden Alves de Amorim Paz Textos e pesquisa: Área de Estudos Técnicos: André Amorim Alencar, Eduardo Stranz, Giane Boselli, João Krebs, Mauro César Ferreira e Roberto Ferreira Peres Colaboração: Paulo Henrique de Castro e Faria Revisão: Danúzia Queiroz Patrícia Jacob Supervisão editorial: Paulo Henrique de Castro e Faria Editoração e projeto gráfico: Themaz Comunicação Ltda. Revisão técnica: Eduardo Stranz Giane Boselli Ficha Catalográfi ca Confederação Nacional dos Municípios CNM Estudos Técnicos CNM / Confederação Nacional dos Municípios Brasília : CNM, páginas Volume 1 1. Gestão Municipal. 2. Administração Pública. 3. Estudos Técnicos. 4. Movimento Municipalista. I. Título: Estudos Técnicos CNM: volume 1. 6 Estudos Técnicos CNM Volume 1

7 APRESENTAÇÃO O Brasil é um país continental que compreende um universo de municípios. Universo este impossível de ser visto, em seu conjunto, como uma realidade homogênea. Por tal razão, pode-se dizer que a realidade brasileira é composta por realidades distintas, cada qual com suas peculiaridades. Foi pensando em compreender as dinâmicas que movem este complexo cenário que a Confederação Nacional de Municípios (CNM) passou a desenvolver estudos técnicos capazes de orientar a formulação de políticas adequadas às diversas realidades de nosso país. Este primeiro volume da série de Estudos Técnicos consolida as pesquisas e os principais levantamentos produzidos pela CNM em A série compreende textos que fundamentaram a atuação da entidade e, muitas vezes, ajudaram a pautar as reivindicações municipalistas que se transformaram em conquistas para os municípios. Assim, com a finalidade de organizar a produção técnica da entidade e, também, de criar um canal sólido de aprendizagem sobre a realidade dos nossos municípios é que apresentamos esta publicação. Todavia, nosso principal objetivo é tornar a produção técnica da CNM cada vez mais acessível aos gestores municipais, com a certeza de que será útil para a qualificação daqueles que, cotidianamente, se dedicam à causa municipalista. Paulo Ziulkoski Presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM) Estudos Técnicos CNM Volume 1 7

8 SUMÁRIO A OPINIÃO DOS PREFEITOS SOBRE A REFORMA POLÍTICA Estudo realizado em janeiro de 2008 ANÁLISE DAS EMENDAS AO ORÇAMENTO DE 2003 A Estudo realizado em fevereiro de 2008 IRFS ÍNDICE DE RESPONSABILIDADE FISCAL, SOCIAL E DE GESTÃO DOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS EDIÇÃO Estudo realizado em fevereiro de 2008 AS EMANCIPAÇÕES DE MUNICÍPIOS NO PERÍODO DE 1996 A Estudo realizado em julho de 2008 A EVOLUÇÃO DAS FINANÇAS MUNICIPAIS...52 Estudo realizado em novembro de 2008 ESTIMATIVAS DE ARRECADAÇÃO PRÓPRIA DOS ESTADOS E MUNICÍPIOS E OS 25% CONSTITUCIONAIS DA EDUCAÇÃO...57 Estudo realizado em junho de ANOS DE SUS - MUNICÍPIOS CUMPREM A EMENDA 29/ Estudo realizado em outubro de 2008 ESTUDOS FISCAIS: ESTIMATIVAS DA PARTICIPAÇÃO DOS ENTES DA FEDERAÇÃO NO BOLO TRIBUTÁRIO...77 Estudo realizado em abril de 2008 OS DETERMINANTES NA REELEIÇÃO DE PREFEITOS NOS PLEITOS DE 2000 E Estudo realizado em setembro de Estudos Técnicos CNM Volume 1

9 ELEIÇÕES MUNICIPAIS 2008 E AS TENDÊNCIAS DOS ÚLTIMOS PLEITOS Estudo realizado em outubro de 2008 OS RESULTADOS DO FENÔMENO DA REELEIÇÃO EM 2008 E UMA COMPARAÇÃO COM OS DOIS ÚLTIMOS PLEITOS MUNICIPAIS Estudo realizado em outubro de 2008 ANÁLISE DO ORÇAMENTO DO MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE NO PERÍODO DE 2002 A Estudo realizado em agosto de 2008 A FORÇA DOS PARTIDOS POLÍTICOS NO CENÁRIO NACIONAL DE 2000 A Estudo realizado em novembro de 2008 A DINÂMICA DA VIOLÊNCIA NOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS Estudo realizado em dezembro de 2008 DESAFIOS DA CRISE MUNDIAL: UMA ESTIMATIVA DO IMPACTO SOBRE AS FINANÇAS PÚBLICAS Estudo realizado em dezembro de 2008 PESQUISA SOBRE PAGAMENTO DO 13º SALÁRIO EM Estudo realizado em dezembro de 2008 A DISTRIBUIÇÃO DOS ROYALTIES DE PETRÓLEO NO BRASIL Estudo realizado em abril de 2008 Estudos Técnicos CNM Volume 1 9

10 10 Estudos Técnicos CNM Volume 1

11 1 A OPINIÃO DOS PREFEITOS SOBRE A REFORMA POLÍTICA Está em discussão no Congresso Nacional a Reforma Política, um conjunto de propostas que visam a alterar a legislação nacional no que se refere aos sistemas político e eleitoral do país. Essa discussão desperta diferentes olhares e opiniões, que variam de acordo com os interesses e o cenário político dos interlocutores envolvidos. Como um órgão de representação municipal, a Confederação Nacional dos Municípios buscou levantar um panorama da opinião dos prefeitos sobre os principais pontos dessa reforma, que há anos está na agenda dos congressistas. As questões levantadas na pesquisa foram relacionadas a alguns temas, tais como: reeleição, período de mandatos, unifi cação de eleições federais, estaduais e municipais, prorrogação de mandatos, fi delidade partidária, fi nanciamento de campanhas, sistema de representação parlamentar, cláusula de barreira, tempo de propaganda gratuita no rádio e na TV. A pesquisa foi feita por manifestação espontânea entre os dias 25 de abril e 18 de maio de Um questionário foi encaminhado aos prefeitos por meio de diferentes canais, tais como fax, e correspondência. Foi possível também responder ao questionário online, que foi disponibilizado no portal da CNM na internet. Ao fi nal da pesquisa, obteve-se um índice de retorno de 40,2% dos prefeitos e prefeitas do país, referentes a prefeituras. Optou-se pela não defi nição de uma amostra estatística de um porcentual de municípios de cada estado para evitar desvios de dados entre estados com maior ou menor quantidade de municípios. Obtiveram-se informações de todos os estados da Federação, correspondendo a uma amostra bastante representativa. Na tabela abaixo, é possível visualizar a quantidade e a porcentagem de municípios de cada estado que respondeu à pesquisa. Estudos Técnicos CNM Volume 1 11

12 Tabela 1 UF Qtde. de Municípios Estado Resgistros recebidos % AC 22 Acre 15 68,18 AL 102 Alagoas 35 34,31 AM 62 Amazonas 18 29,03 AP 16 Amapá 6 37,50 BA 417 Bahia ,81 CE 184 Ceará 64 34,78 DF 0 Distrito Federal 0 0 ES 78 Espírito Santo 31 39,74 GO 246 Goiás ,53 MA 217 Maranhão 79 36,41 MG 853 Minas Gerais ,29 MS 78 Mato Grosso do Sul 36 46,15 MT 141 Mato Grosso 73 51,77 PA 143 Pará 37 25,87 PB 223 Paraíba 96 43,05 PE 184 Pernambuco 79 42,70 PI 224 Piauí 52 23,21 PR 399 Paraná ,83 RJ 92 Rio de Janeiro 40 43,48 RN 167 Rio Grande do Norte 89 53,29 RO 52 Rondônia 10 19,23 RR 15 Roraima 5 33,33 RS 496 Rio Grande do Sul ,30 SC 293 Santa Catarina ,10 SE 75 Sergipe 31 41,33 SP 645 São Paulo ,57 TO 139 Tocantins 36 25,90 BR 5563 Brasil ,28 1 Resultados da pesquisa 1.1 Reeleição Uma Emenda Constitucional promulgada em 1997 passou a permitir a possibilidade de reeleição apenas uma vez para um mandato subsequente e sem restrição para um pleito não consecutivo. De lá para cá, já houve três eleições que permitiram aos candidatos terem um segundo mandato consecutivo. A primeira questão da pesquisa indagou sobre a proposta de acabar com o instituto da reeleição. A maioria dos prefeitos e prefeitas pesquisados(as) se mostrou favorável ao fi m da possibilidade de reeleição no país, confi gurando 79,99% dos entrevistados. Caso a reeleição seja extinta, a maioria deles (54,27%) acredita que os mandatos devem ser prorrogados para cinco anos. Outros 38,17% acham que o mandato deve ter seis anos. Veja as tabelas abaixo com os resultados. O(a) senhor(a) é a favor da proposta de acabar com a reeleição? Nº % Sim ,99% Não ,01% Total ,00% 12 Estudos Técnicos CNM Volume 1

13 Em caso de a reeleição ser extinta, o(a) senhor(a) acredita que os mandatos devem ser de: Nº % 4 anos 146 6,56% 5 anos ,27% 6 anos ,17% Total % 1.2 Unificação das eleições A terceira questão buscou saber se os prefeitos e as prefeitas concordam com a unifi cação das eleições para cargos políticos eletivos federais, estaduais e municipais em uma mesma data. A maioria (96,86%) dos prefeitos é favorável à unifi cação das eleições. Para que seja possível a realização de uma única eleição, grande parte deles acha que deveria haver a prorrogação do atual mandato de prefeitos e vereadores (85,97%). Em segundo lugar, fi cou a prorrogação do futuro mandato de prefeitos e vereadores. O(a) senhor(a) concorda com a unifi cação das eleições em todos os níveis para a mesma data? Nº % Sim ,86% Não 70 3,14% Total ,00% Para que essa unifi cação ocorra, o(a) senhor(a) apoia qual das seguintes teses: Nº % Prorrogação do atual mandato de Prefeitos e Vereadores ,97% Prorrogação do futuro mandato de Prefeitos e Vereadores ,56% Prorrogação do atual mandato do Presidente da República, Governadores, Senadores, Deputados Federais 53 2,47% Prorrogação do futuro mandato do Presidente da República, Governadores, Senadores, Deputados Federais 0 0,00% Total ,00% 1.3 Fidelidade partidária A questão da fi delidade partidária vem sendo discutida desde a redemocratização do país nos anos 80. No Brasil, todos os candidatos a cargos eletivos devem estar ligados a algum partido político para lograrem sua eleição. No entanto, a troca de partidos após a conquista dos cargos políticos foi uma prática comum por muito tempo, o que passou a gerar polêmicas. Em 2007, o TSE decidiu que os eleitos não poderiam mais se desvincular dos seus respectivos partidos políticos, senão perderiam o mandato. A partir daí, diversos políticos vêm sofrendo a cassação por infi delidade partidária 1. Na quinta questão da pesquisa realizada pela CNM, foi considerado se os prefeitos e prefeitas acreditam que a fi delidade partidária seja um instrumento imprescindível. A maioria deles se posicionou de forma favorável, totalizando 87,25% dos dirigentes. Na sexta questão, a maior parte dos representantes também concordou que o mandato pertence ao partido (65,54%). 1 O Tribunal Superior Eleitoral editou a Resolução-TSE nº , de , alterada pela Resolução-TSE nº , de , que disciplina esse processo de perda de cargo eletivo e justificação de desfiliação partidária. Estudos Técnicos CNM Volume 1 13

14 O(a) senhor(a) acredita que a fi delidade partidária é imprescindível? Nº % Sim ,25% Não ,75% Total ,00% O(a) senhor(a) considera que o mandato pertence: Nº % ao partido ,54% ao candidato eleito ,46% Total ,00% 1.4 Sistema eleitoral de representação O Brasil aplica o sistema eleitoral de representação proporcional. Nesse tipo de sistema, não basta que o candidato tenha o maior número de votos para ser eleito. O número de votos total recebido pelo partido do candidato também é considerado no resultado fi nal das eleições, para que todas as correntes ideológicas possam participar do parlamento. Alguns países, como Inglaterra e França, adotam o sistema de voto distrital puro, que pressupõe que os estados sejam divididos em pequenas regiões, onde cada partido apresenta um candidato, e o mais votado é eleito. O sistema distrital misto é aquele segundo o qual uma parte dos candidatos geralmente a metade é eleita pelo sistema majoritário e a outra, pelo sistema proporcional. O sistema distrital misto comporta dois subsistemas referentes à pratica de escolha dos candidatos eleitos pelo sistema proporcional: o de votação uninominal e o binominal. Indagados sobre sua opinião quanto ao melhor sistema de escolha, os prefeitos e prefeitas fi caram divididos, pois 39,70% deles concordam com o sistema distrital misto; 30,90%, com o atual sistema proporcional e 28,40%, com o sistema distrital puro (sétima questão). Qual o melhor sistema, na sua opinião, para a escolha da representação parlamentar? Nº % Sistema proporcional (atual) ,90% Sistema distrital puro (garante 1 representante por região) ,40% Sistema distrital misto (metade das vagas por região e outra metade proporcional) ,70% Total % 1.5 Financiamento de campanha eleitoral No Brasil, o fi nanciamento das eleições está regulamentado pela Lei nº 9.504, de Atualmente, o candidato a cargo eletivo pode usar recursos repassados pelo comitê, inclusive os relativos à cota do Fundo Partidário, recursos próprios ou doações de pessoas físicas ou jurídicas, com a observância dos limites de até 10% dos rendimentos brutos para pessoas físicas e 2% do faturamento bruto para pessoas jurídicas. Apenas é vedado o recebimento de doações provenientes de entidade ou governo estrangeiro e de recursos públicos de qualquer natureza (órgãos públicos, entidades de utilidade pública, entidades de classe ou sindical, pessoa jurídica sem fi ns lucrativos que receba recursos do exterior). De certa forma, esse sistema 14 Estudos Técnicos CNM Volume 1

15 que vigora é uma forma de combinação entre fi nanciamento privado e público, tendo em vista que os recursos do Fundo Partidário são também utilizados nas campanhas políticas 2. A proposta de fi nanciamento público exclusivo de campanha está na pauta da reforma política. Esse tipo de fi nanciamento veta qualquer contribuição de origem privada, de pessoa física ou jurídica, o que seria caracterizado como crime eleitoral. Nesse caso, os candidatos contam apenas com os recursos provenientes do estado. Todo o fi nanciamento virá de dotação no Orçamento Geral da União ao Tribunal Superior Eleitoral, que distribuirá os recursos na forma da lei. A CNM indagou os prefeitos e prefeitas sobre esse tema, e a maioria expressou concordar com a mudança de sistema de fi nanciamentos no país, que passaria a ser o fi nanciamento público exclusivo de campanha. Veja o resultado abaixo (oitava questão). O(a) senhor(a) é a favor do fi nanciamento público exclusivo de campanha? Nº % Sim ,23% Não ,77% Total ,00% 1.6 Cláusula de Barreira Esse tipo de disposição normativa busca limitar o funcionamento de partidos pequenos, proibindo a existência dos que não tenham alcançado determinado percentual mínimo de votos em eleição passada. Na Constituição Federal de 1988, não consta nenhum dispositivo que mencione a vigência de cláusula de barreira no sistema de representação proporcional do país. A Lei nº 9.096/95 (Lei dos Partidos Políticos) buscou regulamentar a questão do funcionamento parlamentar de partidos pequenos por estabelecer algumas regras, mas o parágrafo que regula o tema não está vigente. A Reforma Política em curso vem levantando discussões sobre a regulamentação da cláusula de barreira, pois muitos a consideram um instrumento saneador do sistema partidário 3. Na presente pesquisa com os prefeitos e prefeitas do país, 74,59% deles acha que deve haver uma cláusula de barreira para a criação de partidos políticos (nona questão). O(a) senhor(a) é a favor do estabelecimento de cláusula de barreira para a criação de partidos políticos? Nº % Sim ,59% Não ,41% Total ,00% 2 ARAÚJO, Caetano Ernesto Pereira. Financiamento de campanhas eleitorais. Revista de Informação Legislativa. Brasília, ano 41, n. 161, jan./mar Disponível em: < Acesso em: 6 jan CARVALHO, Kátia. Cláusula de barreira e funcionamento parlamentar. Câmara dos Deputados, fev Estudos Técnicos CNM Volume 1 15

16 1.7 Propaganda eleitoral Atualmente, prevalece no país a Resolução nº /08, do Tribunal Superior Eleitoral, que determina as regras da propaganda eleitoral gratuita (com base na Lei nº /06). De acordo com essa Resolução, apenas um terço do tempo da propaganda no rádio e na televisão (10 minutos) é dividido de forma igualitária entre todos os candidatos. O restante do tempo, equivalente a dois terços, que totalizam 20 minutos, passou a ser dividido conforme a quantidade de deputados federais eleitos em Após a determinação do tempo de mídia para cada partido, este fi ca responsável pela divisão desse tempo entre os seus candidatos. Antes dessa resolução, a divisão levava em conta a representação de cada partido na Câmara dos Deputados, quando do início da legislatura em curso, considerando o número de deputados que tomaram posse naquela data. Tanto antes como agora, a maior parte do tempo de propaganda é determinada de acordo com a força do partido no Congresso Nacional. Os prefeitos e prefeitas foram indagados sobre a sua preferência por um tempo de propaganda igual para todos ou proporcional ao tamanho do partido. Quanto a essa questão, os gestores municipais fi caram divididos, uma vez que 53,62% deles acham que deve ser igual para todos e 46,38% acham que deve continuar proporcional ao tamanho do partido. O tempo de propaganda gratuita de cada candidato no rádio e na TV deve: Nº % Ser igual para todos ,62% Continuar proporcional ao tamanho dos partidos ,38% Total ,00% A décima e última questão da pesquisa buscou saber a respeito da opinião dos prefeitos e prefeitas sobre o controle de determinadas propagandas eleitorais, como a proibição de distribuição de camisetas, chaveiros, outdoors, etc. Atualmente, a Lei nº , de 2006, veda qualquer tipo de distribuição de bens ou materiais de campanha eleitoral que possam proporcionar vantagem ao eleitor. Tal lei proibiu também a realização dos famosos showmícios e a exposição de outdoors para a promoção de candidatos. Segundo os resultados obtidos com os gestores municipais, 73,29% deles acham que deve haver o controle de mídia; 26,71% acham que não deve haver. Veja a questão abaixo. O(a) senhor(a) é favorável ao controle dos tipos de mídia (proibição de camisetas, chaveiros, controle do tamanho de outdoors e seus locais de exposição, etc.) que podem ser utilizados nas campanhas eleitorais? Nº % Sim ,29% Não ,71% Total ,00% 16 Estudos Técnicos CNM Volume 1

17 2 ANÁLISE DAS EMENDAS AO ORÇAMENTO DE 2003 A 2007 O governo federal, nos últimos 5 anos, já desembolsou R$ 24,9 bilhões para os projetos de caráter estadual ou municipal incluídos nos Orçamentos de 2003 a 2007 por meio de emendas parlamentares; ou seja, cerca de R$ 5 bilhões por ano. O montante representa, em média, 39,56% do total de emendas ao Orçamento aprovado pelo Congresso no período de cinco anos (tabela 1). Como desembolso, considerou-se o total de pagamentos, incluindo restos a pagar inscritos e pagos desde 2003 até o dia 31 de dezembro de O estado de São Paulo apresenta a melhor performance na comparação entre o valor aprovado e o desembolso de recursos por parte do governo: 56,87% das emendas regionais já foram realizadas e pagas. O pior resultado é do Amapá, com apenas 19,91% de desembolso. Tabela 1 - Valores aprovados e desembolsados para as emendas entre 2003 e 2007 Estado Aprovado Desembolso % Efetivação Acre ,1% Alagoas ,9% Amazonas ,0% Amapa ,9% Bahia ,2% Ceará ,8% Distrito Federal ,8% Espírito Santo ,1% Goiás ,6% Maranhão ,6% Minas Gerais ,1% Mato Grosso do Sul ,4% Mato Grosso ,1% Pará ,5% Paraíba ,0% Pernambuco ,3% Piauí ,1% Paraná ,4% Rio de Janeiro ,1% Rio Grande do Norte ,7% Rondônia ,7% Roraima ,1% Rio Grande do Sul ,5% Santa Catarina ,7% Sergipe ,8% São Paulo ,9% Tocantins ,8% Total ,6% Estudos Técnicos CNM Volume 1 17

18 Contudo, se forem considerado apenas os projetos exclusivamente propostos pelos parlamentares (tabela 2), ou seja, que não estavam entre as prioridades do governo no Orçamento, o resultado analítico muda radicalmente. Nesse caso, o volume de emendas é de R$ 42,1 bilhões, nos cinco anos, e o desembolso, de R$ 8,9 bilhões, ou 20,33% do total. Isso signifi ca que o governo prioriza liberação de recursos para as emendas que coincidam com os projetos originais do Orçamento do Executivo. De acordo com nosso levantamento, as chances de o parlamentar conseguir a liberação de recurso para sua emenda sobe para 76,67% quando coincide com projeto original do governo, o que geralmente ocorre na área de saúde, educação, entre outras. Porém, se o projeto é originalmente incluído no Orçamento por proposta do próprio parlamentar, as chances de liberação são três ou quatro vezes menores. Enquanto a bancada de São Paulo tem o melhor índice de aproveitamento de emendas coincidentes com os projetos do governo (91,43%), nas emendas exclusivas esse desempenho cai para 23,49%. O maior índice de aproveitamento das emendas exclusivas ocorre no Acre (44,40%), seguido por Minas Gerais (33,13%), Piauí (27,45%) e Tocantins (27,21%), como é possível observar na tabela a seguir. Ou seja, há claras evidências de que a liberação da emenda exclusiva depende de condicionantes de natureza política, enquanto as emendas compartilhadas são liberadas por critério de prioridade, o que fi ca reforçado quando analisadas as emendas pagas por partido (tabela 3). Tabela 2 - Valores aprovados e desembolsados para as emendas entre 2003 e 2007: Estado Aprovado Desembolso % Efetivação Acre ,4% Alagoas ,1% Amazonas ,7% Amapa ,0% Bahia ,8% Ceará ,1% Distrito Federal ,6% Espírito Santo ,4% Goiás ,3% Maranhão ,4% Minas Gerais ,1% Mato Grosso do Sul ,9% Mato Grosso ,8% Pará ,1% Paraíba ,0% Pernambuco ,9% Piauí ,4% Paraná ,5% Rio de Janeiro ,0% Rio Grande do Norte ,3% Rondônia ,1% Roraima ,7% Rio Grande do Sul ,6% Santa Catarina ,5% Sergipe ,7% São Paulo ,5% Tocantins ,2% Total ,1% 18 Estudos Técnicos CNM Volume 1

19 Tabela 3 - Valores aprovados e desembolsados para as emendas entre 2003 e 2007: Emendas Compartilhadas Estado Aprovado Desembolso % Efetivação Acre ,3% Alagoas ,5% Amazonas ,6% Amapa ,0% Bahia ,9% Ceará ,8% Distrito Federal ,9% Espírito Santo ,4% Goiás ,5% Maranhão ,5% Minas Gerais ,5% Mato Grosso do Sul ,7% Mato Grosso ,2% Pará ,8% Paraíba ,3% Pernambuco ,6% Piauí ,7% Paraná ,3% Rio de Janeiro ,4% Rio Grande do Norte ,8% Rondônia ,7% Roraima ,3% Rio Grande do Sul ,1% Santa Catarina ,9% Sergipe ,8% São Paulo ,4% Tocantins ,3% Total ,7% Analisando-se, também, as emendas exclusivas dos parlamentares dos três últimos anos, obtém-se que, do total que foi empenhado, 46% foi efetivamente pago, conforme tabela a seguir. Os estados com os maiores porcentuais de pagamento são o Distrito Federal, que teve 96% de seus empenhos pagos, seguido de Acre, com 76%, e Tocantins, com 59%. Os estados que tiveram os menores porcentuais de pagamentos foram: Maranhão (17%), Amapá (23%) e Ceará (26%). Estudos Técnicos CNM Volume 1 19

20 Tabela 4 - Emendas por partido político Partido Total Emenda Total Pago % PTC % PSC % PC DO B % PT % PPS % PP % PSOL % PSB % PTB % PL % PMDB % PV % PSDB % PDT % PRONA % PFL % PRB % PSL % Verifi ca-se que o PT, por exemplo, liberou cerca de 32% de suas emendas, contra quase a metade dos Democratas, que liberaram 18% de suas emendas. A seguir, na tabela, apresenta-se a execução de emendas coincidentes com as dotações originais do projeto orçamentário do Executivo. Além de São Paulo, as bancadas do Rio Grande do Norte (87,78%) e do Rio de Janeiro (87,40%) também obtêm um alto índice de aproveitamento quando suas emendas se referem a prioridades do governo. 20 Estudos Técnicos CNM Volume 1

21 Tabela 5 - Emendas individuais empenhadas e pagas no periodo de 2005, 2006 e 2007 UF Empenhqadas Pagas % AC % AL % AM % AP % BA % CE % DF % ES % GO % MA % MG % MS % MT % PA % PB % PE % PI % PR % RJ % RN % RO % RR % RS % SC % SE % SP % TO % BR % Outro recorte do estudo leva em conta as 20 emendas de maior valor nos últimos anos, nas quais apresenta-se uma diferença entre os empenhos e os pagamentos. Enquanto há destaque para Ceará, Minas Gerais e Rio de Janeiro entre os maiores empenhos dos últimos anos, São Paulo destaca-se nas emendas efetivamente pagas, conforme as tabelas a seguir. Estudos Técnicos CNM Volume 1 21

22 Tabela 6 - Distribuição das 20 maiores emendas empenhadas nos últimos 3 anos UF Empenhadas % AC 2 3% AL 3 5% AM 1 2% AP 1 2% BA 2 3% CE 7 12% DF - 0% ES - 0% GO 2 3% MA 2 3% MG 6 10% MS 3 5% MT 2 3% PA - 0% PB 2 3% PE 4 7% PI 1 2% PR 4 7% RJ 6 10% RN - 0% RO 1 2% RR 3 5% RS - 0% SC 3 5% SE - 0% SP 5 8% TO - 0% BR % 22 Estudos Técnicos CNM Volume 1

23 Distribuição por UF das 20 emendas de maior valor dos últimos 3 anos Tabela 7 - Distribuição das 20 maiores emendas pagas nos últimos 3 anos UF Pagas % AC 4 7% AL 4 7% AM 2 3% AP 2 3% BA - 0% CE 5 8% DF 1 2% ES 1 2% GO 3 5% MA - 0% MG 5 8% MS 1 2% MT 2 3% PA 2 3% PB 3 5% PE 4 7% PI 1 2% PR 4 7% RJ 3 5% RN 1 2% RO 1 2% RR 1 2% RS 1 2% SC 3 5% SE - 0% SP 6 10% TO - 0% BR % Foi analisado também o número de municípios contemplados com recursos de emendas: dos municípios brasileiros, apenas receberam recursos oriundos de emendas em 2007, ou seja, a população que vive nos demais municípios foi discriminada, não tendo as suas demandas atendidas pelos parlamentares. Em função disso, a CNM defende, com convicção cada vez maior, que a sistemática atual das emendas parlamentares é excludente e, por isso, deveria ser alterada, em vez de o Congresso ter o poder de alterar o orçamento para interesses individuais ou paroquiais dos parlamentares. Esses recursos deveriam ser transferidos, atendendo as demandas de toda a população brasileira, de forma a cumprir o princípio constitucional de isonomia na destinação dos recursos públicos, distribuindo-os de forma universal por meio de critérios técnicos, o que melhoraria também a transparência na destinação dos recursos. Estudos Técnicos CNM Volume 1 23

24 Tabela 8 - Relação das 20 maiores emendas empenhadas em 2005 UF Autor Empenhadas Pagas PR AFFONSO CAMARGO - PR PR ANDRÉ ZACHAROW - PR SP DURVAL ORLATO - SP SP EDUARDO SUPLICY - SP RJ FRANCISCO DORNELLES - RJ SP ILDEU ARAÚJO - SP SC JORGE BOEIRA - SC RJ MARCELO CRIVELLA - RJ RJ SÉRGIO CABRAL - RJ SP JOÃO HERRMANN NETO - SP MG JOÃO PAULO GOMES DA SILVA - MG AP JOSÉ SARNEY - AP PR ODÍLIO BALBINOTTI - PR GO MAGUITO VILELA - GO RJ PAULO BALTAZAR - RJ PR CHICO DA PRINCESA - PR MG LAEL VARELLA - MG MG ODELMO LEÃO - MG SC JORGE BORNHAUSEN - SC RO NILTON CAPIXABA - RO Tabela 9 - Relação das 20 maiores emendas empenhadas em 2006 UF Autor Empenhadas Pagas RR ROMERO JUCÁ - RR CE TASSO JEREISSATI - CE SP EDUARDO SUPLICY - SP MG BONIFÁCIO DE ANDRADA - MG MS VANDER LOUBET - MS MS RAMEZ TEBET - MS MA SARNEY FILHO - MA CE ZE GERARDO - CE RJ SÉRGIO CABRAL - RJ PI PAES LANDIM - PI PE GONZAGA PATRIOTA - PE CE ANÍBAL GOMES - CE BA JOÃO CARLOS BACELAR - BA CE ARIOSTO HOLANDA - CE MS WALDEMIR MOKA - MS CE PATRÍCIA SABOYA GOMES - CE SC CARLITO MERSS - SC MT ANTERO PAES DE BARROS - MT MT TETÉ BEZERRA - MT MG JOÃO PAULO GOMES DA SILVA - MG Estudos Técnicos CNM Volume 1

25 Tabela 10 - Relação das 20 maiores emendas empenhadas em 2007 UF Autor Empenhadas Pagas RR LUCIANO CASTRO - RR MG BONIFÁCIO DE ANDRADA - MG RR ALMIR SÁ - RR RJ MARCELO CRIVELLA - RJ MA JOÃO ALBERTO SOUZA - MA AL OLAVO CALHEIROS - AL AL JOÃO LYRA - AL CE ZE GERARDO - CE AC SEBASTIÃO MACHADO OLIVEIRA - AC CE ARNON BEZERRA - CE PE CARLOS EDUARDO CADOCA - PE AM CARLOS SOUZA - AM PE INOCÊNCIO OLIVEIRA - PE AC JÚNIOR BETÃO - AC PE SÉRGIO GUERRA - PE BA ALICE PORTUGAL - BA AL BENEDITO DE LIRA - AL PB WILSON SANTIAGO - PB GO SANDES JUNIOR - GO Tabela 11 - Relação das 20 maiores emendas pagas 2005 UF Autor Empenhadas Pagas SP EDUARDO SUPLICY - SP SC JORGE BOEIRA - SC PR ODÍLIO BALBINOTTI - PR PI B. SÁ - PI MG ODELMO LEÃO - MG AM CARLOS SOUZA - AM GO LEANDRO VILELA - GO MG ATHOS AVELINO - MG PB RICARDO RIQUE - PB AC SIBÁ MACHADO - AC RJ JANDIRA FEGHALI - RJ AL RENAN CALHEIROS - AL RS ARY VANAZZI - RS MG LAEL VARELLA - MG GO SANDES JUNIOR - GO SP ILDEU ARAÚJO - SP MG ROMEL ANÍZIO - MG RJ PAULO BALTAZAR - RJ AL TEOTONIO VILELA FILHO - AL AC ZICO BRONZEADO - AC Estudos Técnicos CNM Volume 1 25

26 Relação das 20 maiores emendas pagas exclusivas de parlamentares em 2006: Tabela 12 - Relação das 20 maiores emendas pagas em 2006 UF Autor Empenhadas Pagas RR ROMERO JUCÁ - RR SP EDUARDO SUPLICY - SP PE JOSÉ CHAVES - PE SC JORGE BOEIRA - SC PA ZEQUINHA MARINHO - PA SC CARLITO MERSS - SC PR MOACIR MICHELETTO - PR PR ODÍLIO BALBINOTTI - PR CE BISMARCK MAIA - CE PA ANIVALDO VALE - PA SP JAMIL MURAD - SP PR AFFONSO CAMARGO - PR MT THELMA DE OLIVEIRA - MT RJ JANDIRA FEGHALI - RJ MS DELCÍDIO AMARAL - MS AC CHICÃO BRÍGIDO - AC DF WASNY DE ROURE - DF AC JÚNIOR BETÃO - AC RO HAMILTON CASARA - RO AL JOÃO CALDAS - AL Relação das 20 maiores emendas pagas exclusivas de parlamentares em 2007: Tabela 13 - Relação das 20 maiores emendas pagas em 2007 UF Autor Empenhadas Pagas AP HÉLIO ESTEVES - AP CE ARNON BEZERRA - CE AL JOÃO CALDAS - AL SP VADÃO GOMES - SP PE JOSÉ CHAVES - PE PE LUIZ PIAUHYLINO - PE AM VANESSA GRAZZIOTIN - AM SP ARY KARA - SP CE RAIMUNDO GOMES DE MATOS - CE CE MARCELO TEIXEIRA - CE ES MARCUS VICENTE - ES MT PEDRO HENRY - MT PB WILSON SANTIAGO - PB PB DOMICIANO CABRAL - PB GO SANDRO MABEL - GO MG JOÃO MAGALHÃES - MG RN IBERÊ FERREIRA - RN PE JOSÉ JORGE - PE CE ALMEIDA DE JESUS - CE MG AELTON FREITAS - MG Estudos Técnicos CNM Volume 1

27 3 IRFS ÍNDICE DE RESPONSABILIDADE FISCAL, SOCIAL E DE GESTÃO DOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS EDIÇÃO Os municípios brasileiros melhoraram signifi cativamente sua performance na área social em cinco anos, de acordo com estudo da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) voltado para calcular o Índice de Responsabilidade Fiscal, Social e de Gestão (IRFS). Nesta edição do IRFS, são apresentados os resultados entre 2002 e 2006 para que os gestores possam ter uma ideia não só de sua situação atual no ranking do índice, mas também de sua evolução (ou retrocesso) ao longo dos anos. O IRFS é decomposto em três subíndices fi scal, gestão e social, cada um deles medindo a performance na área por meio de distintos indicadores. O índice fi scal, por exemplo, refl ete a evolução dos indicadores relacionados à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), como nível de endividamento e gasto com pessoal, enquanto os demais índices buscam mostrar o cumprimento de outras responsabilidades de uma prefeitura, que na avaliação da CNM e de inúmeros estudos científi cos passam por economizar recursos de manutenção da máquina administrativa e direcioná-los prioritariamente para investimentos em infra-estrutura, saúde e educação, além de atender bem e com qualidade a população local. No quadro abaixo, pode-se verifi car a evolução dos distintos indicadores que compuseram o cálculo do índice entre 2002 e 2006, do qual extraem-se as seguintes conclusões: a) O endividamento médio dos municípios tem permanecido bem abaixo do limite máximo da LRF, oscilando entre 0,04 e 0, 08, ou seja, entre 4% e 8% apenas da Receita Corrente Líquida (RCL). b) Os municípios evoluíram de uma situação de insufi ciência de caixa em 2002 e 2003, ou seja, sufi ciência negativa, que signifi ca ter mais restos a pagar do que disponibilidades de caixa, para uma situação de sobra de caixa entre 2004 e Isso não signifi ca que não haja municípios ainda no vermelho, mas, em média, eles possuem uma sobra de caixa de 3,4% da RCL. Esse índice foi maior em 2005, no primeiro ano de mandato. 4 Estudo realizado em fevereiro de Estudos Técnicos CNM Volume 1 27

28 Fiscal Gestão Social Indicadores Endividamento/RCL 0,080 0,087 0,081 0,038 Suficiência de Caixa/RCL -0,65% -1,74% 0,79% 4,31% Gasto Pessoal/RCL 43,98% 46,66% 44,19% 44,14% Superávit Primário/RCL 1,60% -0,63% 2,87% 4,33% Custeio da Máquina/RCL 22,93% 22,94% 22,64% 23,03% Grau de Investimento 26,78% 9,90% 10,36% 8,78% Custo Legislativo/RCL 4,36% 4,66% 4,35% 4,23% Custo per capita Legislativo 28,48 31,36 34,24 37,20 Gasto Educação 30,74% 30,76% 29,62% 28,94% Matriculados/População 17,45% 18,09% 15,06% 16,16% Professores Nível Superior 15,20% 18,90% 23,00% 29,85% Taxa Abandono Escolar 7,41% 7,13% 7,09% 7,15% Gasto Próprio Saúde/RCL (-SUS) 18,50% 17,89% 17,02% 15,08% Cobertura Vacinal 79,15% 75,56% 76,19% 73,94% Mortalidade Infantil (taxa por mil) 20,11 19,64 18,25 18,44 Média Consultas Médicas 2,04 1,97 1,95 1,95 c) O gasto de pessoal dos municípios apresentou crescimento em 2006, atingindo, em média, o índice de 45,78% da RCL, uma expansão de 1,64 ponto porcentual em relação a Esse índice está abaixo do verifi cado em 2003 e bem abaixo do limite máximo permitido pela LRF, que é de 60%. d) O resultado primário, diferença entre as receitas primárias e as despesas primárias dos municípios, foi negativo na maioria das prefeituras em 2006 depois de um elevado superávit em Isso não signifi ca que, no conjunto, os municípios tenham tido défi cit, pois as grandes cidades (endividadas) obtiveram superávit, mas o resultado médio dos municípios foi de um pequeno défi cit de 0,45% da RCL. É importante lembrar que só precisa alcançar superávit primário o município que tem dívida e juros a pagar, não sendo o caso da maioria no Brasil. Além disso, o alto superávit em 2005 justifi ca o gasto do excedente no ano seguinte. e) O custeio da máquina administrativa apresentou leve aumento para 24,1% da RCL em 2006, merecendo ser acompanhado. f) A taxa de investimento aumentou para 11,55% da RCL em 2006, mas continua bem abaixo do resultado de g) O custo dos Legislativos municipais, entretanto, também cresceu em 2006, sendo mais preocupante o aumento como proporção da RCL, que passou de 4,23% para 4,43%. h) Os gastos médios com educação e, principalmente, com saúde cresceram na proporção da RCL em 2006, o que ajuda a explicar a melhoria do índice social, como abordado adiante. i) Merece destaque o aumento expressivo da proporção de professores com nível superior na rede municipal de ensino, que passou de um patamar de 30% para 56% em 2006, de acordo com as informações do Inep/MEC. Com base nesses indicadores, foram calculados os índices de responsabilidade. Todo índice acima de 0,500 representa uma situação melhor do que a média. Na próxima tabela, vê-se a evolução dos índices das prefeituras de acordo com dois critérios diferentes: i) extraindo a média de todos os municípios que apresentaram relatórios e dados em cada ano; ii) extraindo a média daqueles que apresentaram dados em cada um dos anos analisados, o que representa pouco mais da metade dos municípios brasileiros (2.887). No primeiro caso, nota-se que o IRFS de 2006 é o segundo melhor do período, mas no segundo caso, detido na amostra mais reduzida (porém mais consistente), a melhor média continua sendo a de A vantagem da primeira amostra é que ela reúne um número maior de municípios em cada ano para extrair uma média, mas sua composição é diferente anualmente, o que não ocorre com a segunda, ao comparar exatamente o mesmo grupo de prefeituras todos os anos. 28 Estudos Técnicos CNM Volume 1

29 Evolução dos índices entre 2002 e 2006 (Escala 0,000-1,000) Índice N de Munic Geral ,510 0,475 0,485 0,486 0,501 Fiscal ,501 0,478 0,504 0,515 0,497 Gestão ,542 0,461 0,469 0,454 0,465 Social ,488 0,486 0,482 0,490 0,541 Índice N de Munic Geral ,519 0,502 0,509 0,513 0,507 Fiscal ,501 0,479 0,505 0,518 0,502 Gestão ,545 0,520 0,536 0,448 0,471 Social ,511 0,492 0,487 0,494 0,549 Não resta dúvida, entretanto, por qualquer uma das amostras analisadas, de que o índice social dos municípios melhorou signifi cativamente em 2006, atingindo o maior patamar desde O subíndice relacionado aos indicadores sociais atingiu a média de 0,541 no conjunto dos municípios que prestaram informações em 2006 ou 0,549 na amostra reduzida de prefeituras com dados para todos os anos. Em relação a 2005, a melhora é de 0,050 pontos na escala de 0 a 1. Os resultados do IRFS também podem ser analisados por vários ângulos, inclusive quanto ao desempenho individual dos municípios. Por exemplo: 1) 2) 3) Qual o município mais bem classifi cado em 2006? Qual o município com a melhor média entre 2002 e 2006? Qual o município que apresentou melhor avanço entre 2002 e 2006? Estudos Técnicos CNM Volume 1 29

30 1 Os melhores de 2006 O município paulista de Orindiuva apresentou o mais alto índice geral em 2006, um escore de 0,664, seguido do município gaúcho de Tupandi (0,648); do paulista Valentim Gentil (0,648), do mineiro Poços de Caldas (0,640) e do gaúcho Boa Vista dos Sul (0,637). Relação dos 30 melhores classificados no IRFS Município UF Índice Fiscal Índice Gestão Índice Social índice Geral Ordem Orinduiva SP 0,640 0,596 0,755 0,664 1 Tupandi RS 0,658 0,612 0,675 0,648 2 Valentim Gentil SP 0,656 0,642 0,646 0,648 3 Poços de Caldas MG 0,728 0,607 0,585 0,640 4 Boa Vista do Sul RS 0,710 0,528 0,673 0,637 5 Anitápolis SC 0,573 0,629 0,701 0,634 6 Itajobi SP 0,653 0,607 0,624 0,628 7 Baby Bassitt SP 0,654 0,554 0,670 0,626 8 Coimbra MG 0,567 0,635 0,676 0,626 9 Olímpio Noronha MG 0,698 0,540 0,636 0, Pareci Novo RS 0,654 0,563 0,652 0, Piedade SP 0,600 0,644 0,625 0, Garça SP 0,748 0,599 0,621 0, São Sebastião do Oeste MG 0,765 0,458 0,637 0, Nova Prata RS 0,719 0,587 0,552 0, São José do Inhacora RS 0,682 0,568 0,609 0, São Bento do Sul SC 0,600 0,632 0,625 0, Cerquilho SP 0,655 0,602 0,600 0, Coronel Barros RS 0,730 0,488 0,637 0, Tocos Moji MG 0,515 0,645 0,694 0, Novo Horizonte SC 0,708 0,477 0,666 0, Santo Veloso SC 0,556 0,610 0,672 0, Rancho Queimado SC 0,663 0,569 0,604 0, Santa Albertina SP 0,708 0,534 0,594 0, Erebango RS 0,716 0,560 0,559 0, São José do Hortencio RS 0,713 0,598 0,522 0, Garibaldi RS 0,658 0,600 0,573 0, Dois Irmãos RS 0,620 0,616 0,593 0, São José dos Campos SP 0,725 0,518 0,586 0, Sales SP 0,554 0,549 0,721 0, Estudos Técnicos CNM Volume 1

31 No quesito fi scal, um município de Roraima, Iracema, aparece em 2006 com o maior índice (0,791), embora, como se vê, esse mesmo município apresente um baixíssimo índice social (0,369) e um baixo índice de gestão (0,363). O segundo colocado, Ibateguara (0,783), também apresenta baixo índice social (0,481), o que não ocorre com outros da lista. Relação dos 50 melhores classificados no Índice Fiscal Município UF Índice Fiscal Índice Gestão Índice Social IRFS 2006 Iracema RR 0,791 0,363 0,369 0,508 Ibateguara AL 0,783 0,459 0,481 0,574 São Sebastião do Oeste MG 0,765 0,458 0,637 0,620 Garça SP 0,748 0,599 0,521 0,623 Paty do Alferes RJ 0,735 0,548 0,538 0,607 Coronel Barros RS 0,730 0,488 0,637 0,618 Poços de Caldas MG 0,728 0,607 0,585 0,640 Carmopolis SE 0,728 0,591 0,491 0,603 Amajari RR 0,727 0,403 0,328 0,486 São José dos Campos SP 0,725 0,518 0,586 0,610 Nova Prata RS 0,719 0,587 0,552 0,619 Sede Nova RS 0,719 0,493 0,555 0,589 Barcelos AM 0,719 0,687 0,266 0,557 Erebango RS 0,716 0,560 0,559 0,612 São Marcos RS 0,715 0,526 0,523 0,588 Novo Tiradentes RS 0,715 0,521 0,480 0,572 Serra de São Bento RN 0,714 0,449 0,366 0,510 Pinhal Grande RS 0,714 0,428 0,591 0,578 São Jose do Hortêncio RS 0,713 0,598 0,522 0,611 Muzambinho MG 0,713 0,452 0,562 0,575 Pitimbu PB 0,712 0,452 0,419 0,528 Boa Vista do Sul RS 0,710 0,528 0,673 0,637 Indaiatuba SP 0,710 0,509 0,579 0,599 São Roque SP 0,710 0,492 0,609 0,604 Itatiba do Sul RS 0,708 0,493 0,493 0,565 Santa Albertina SP 0,708 0,534 0,594 0,612 Novo Horizonte SC 0,708 0,477 0,666 0,617 Toropi RS 0,706 0,432 0,611 0,583 Zacarias SP 0,703 0,425 0,597 0,575 Humaitá RS 0,701 0,441 0,617 0,586 Portão RS 0,701 0,520 0,468 0,563 Taiacú SP 0,700 0,398 0,706 0,601 Alexânia GO 0,700 0,510 0,406 0,539 Breves PA 0,699 0,501 0,402 0,534 Olímpio Noronha MG 0,698 0,540 0,636 0,625 Chapada RS 0,696 0,458 0,581 0,578 Mariópolis PR 0,692 0,446 0,592 0,577 Lençóis Paulista SP 0,686 0,475 0,594 0,585 Aral Moreira MS 0,685 0,433 0,447 0,522 Estrela de Alagoas AL 0,684 0,477 0,399 0,520 Protasio Alves RS 0,683 0,609 0,492 0,595 Alecrim RS 0,682 0,579 0,539 0,600 São José do Inhacora RS 0,682 0,568 0,609 0,619 São José do Rio Pardo SP 0,680 0,422 0,568 0,557 Serio RS 0,680 0,463 0,537 0,560 Mato Leitão RS 0,678 0,487 0,618 0,595 São José do Herval RS 0,676 0,607 0,472 0,585 Beberibe CE 0,674 0,525 0,509 0,569 Mancio Lima AC 0,674 0,593 0,406 0,557 São Mateus do Sul PR 0,673 0,483 0,595 0,584 Estudos Técnicos CNM Volume 1 31

32 No quesito gestão, São Miguel da Baixa Grande (PI) lidera o ranking, com índice de 0,751. Relação dos 20 melhores classificados no Índice Gestão Município UF Índice Fiscal Índice Gestão Índice Social IRFS 2006 São Miguel da Baixa Grande PI 0,546 0,751 0,439 0,578 Bela Vista do Maranhão MA 0,520 0,701 0,499 0,573 Ibirite MG 0,537 0,699 0,510 0,582 Barcelos AM 0,719 0,687 0,266 0,557 Itaituba PA 0,466 0,680 0,481 0,543 Cristinápolis SE 0,412 0,675 0,465 0,517 Duartina SP 0,500 0,671 0,601 0,591 Alterosa MG 0,488 0,668 0,593 0,583 Coronel Xavier Chaves MG 0,478 0,666 0,587 0,577 São João de Pirabas PA 0,480 0,660 0,594 0,578 Congonhal MG 0,515 0,658 0,585 0,586 Santo Amaro da Imperatriz SC 0,525 0,658 0,575 0,586 Três Arroios RS 0,536 0,656 0,555 0,582 Novo Horizonte SP 0,476 0,656 0,576 0,569 Mandirituba PR 0,468 0,652 0,473 0,531 Pederneiras SP 0,526 0,652 0,539 0,572 Carrancas MG 0,492 0,649 0,615 0,585 Codajas AM 0,493 0,649 0,488 0,543 Ouro Verde SP 0,443 0,648 0,624 0,572 Mage RJ 0,434 0,647 0,536 0,539 No quesito social, a liderança é de Lagoa Santa (GO), com índice de 0,790, seguido por Cândido Rodrigues (SP), com 0,780. Relação dos 20 melhores classificados no Índice Social Município UF Índice Fiscal Índice Gestão Índice Social IRFS 2006 Lagoa Santa GO 0,519 0,382 0,790 0,564 Candido Rodrigues SP 0,535 0,481 0,780 0,599 Orindiuva SP 0,640 0,601 0,755 0,665 Alcinópolis MS 0,581 0,442 0,743 0,589 Barão de Antonina SP 0,489 0,492 0,741 0,574 Rancho Alegre D Oeste PR 0,501 0,455 0,741 0,565 Guatapara SP 0,431 0,493 0,739 0,554 Diamante D'Oeste PR 0,516 0,464 0,737 0,572 Jambeiro SP 0,512 0,561 0,734 0,602 Palmeira SC 0,443 0,442 0,726 0,537 Paiva MG 0,476 0,504 0,725 0,568 Analândia SP 0,533 0,477 0,724 0,578 São Patrício GO 0,505 0,396 7,240 0,542 Lidianópolis PR 0,490 0,421 0,723 0,545 Coronel Martins SC 0,500 0,505 0,723 0,576 Sales SP 0,554 0,553 0,721 0,609 Luis Antônio SP 0,489 0,414 0,720 0,541 Altair SP 0,492 0,483 0,720 0,565 Jeriquara SP 0,484 0,405 0,716 0,535 Emilianópolis SP 0,470 0,426 0,715 0, Estudos Técnicos CNM Volume 1

33 Entre os 100 melhores classifi cados no índice geral, a maioria pertence a São Paulo (41), seguido pelo Rio Grande do Sul (30). No quesito fi scal, a maioria é gaúcha (47); na gestão, é mineira (27) e paulista (25) e no social é paulista (41). Ou seja, uma boa posição no ranking fi scal e social confere aos municípios de São Paulo o melhor posicionamento geral. Curiosamente, os municípios com melhor índice de gestão estão espalhados em vários estados, não somente no eixo RS-SP, como ocorre nos itens fi scal e social. O índice de gestão mede a taxa de investimento, de gasto com custeio e de economia com o Legislativo municipal. Os municípios de Minas Gerais, Maranhão, Pará, Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul estão entre os mais bem avaliados nesses indicadores. Distribuição regional dos 100 melhores classificados em 2006 IRFS - Geral IRFS - Fiscal IRFS - Gestão IRFS - Social Estados Qtde Munic. Estados Qtde Munic. Estados Qtde Munic. Estados Qtde Munic. AC 0 AC 1 AC 2 AC 0 AL 0 AL 2 AL 2 AL 0 AM 0 AM 1 AM 5 AM 0 AP 0 AP 0 AP 0 AP 0 BA 0 BA 0 BA 1 BA 0 CE 0 CE 1 CE 0 CE 0 ES 0 ES 0 ES 0 ES 0 GO 0 GO 1 GO 0 GO 7 MA 0 MA 0 MA 7 MA 0 MG 10 MG 8 MG 27 MG 17 MS 1 MS 1 MS 0 MS 4 MT 1 MT 0 MT 0 MT 2 PA 0 PA 1 PA 4 PA 0 PB 0 PB 1 PB 0 PB 1 PE 0 PE 0 PE 1 PE 0 PI 0 PI 0 PI 1 PI 0 PR 4 PR 7 PR 3 PR 12 RJ 1 RJ 3 RJ 1 RJ 0 RN 0 RN 1 RN 0 RN 0 RO 0 RO 0 RO 1 RO 0 RR 0 RR 2 RR 1 RR 0 RS 30 RS 47 RS 9 RS 4 SC 11 SC 3 SC 7 SC 12 SE 1 SE 1 SE 2 SE 0 SP 41 SP 19 SP 25 SP 41 TO 0 TO 0 TO 1 TO 0 Brasil 100 Brasil 100 Brasil 100 Brasil 100 No quadro seguinte, veem-se as médias dos 100 melhores classifi cados no IRFS e nos seus subíndices. Fica evidente que os municípios que se destacam muito em um subíndice em particular apresentam médias mais baixas nos demais, às vezes até mais baixas do que 0,500. Comparação das médias por sub-índice dos 100 melhores em cada tipo de ranking ÍNDICE 100's Geral 100's Fiscal 100's Gestão 100's Social Média IRFS 0,604 0,582 0,563 0,558 Média Fiscal 0,618 0,680 0,504 0,512 Média Gestão 0,571 0,510 0,634 0,481 Média Social 0,524 0,555 0,563 0,703 Estudos Técnicos CNM Volume 1 33

34 2 As melhores médias entre Na média de , os municípios gaúchos se destacam, mas o primeiro do ranking é Orindiuva (SP), com 0,627, Tupandi (RS) tem a segunda melhor performance média do período, com índice de 0,648, seguido de Poços de Caldas (MG) com 0,640, Cerquilho (SP) com 0,619 e Arroio do Padre (RS), 0,594. Ou seja, mais do que se destacar em um ano particular, esses municípios se caracterizam por uma boa regularidade em sua performance e por um bom desempenho em geral em todas as áreas avaliadas pelo IRFS, o que é justamente o objetivo de uma gestão equilibrada. Na lista a seguir, de 35 municípios, encontram-se nada menos do que 17 do Rio Grande do Sul, o que mostra não só o bom desempenho dos municípios gaúchos, mas também sua responsabilidade em apresentar todos os anos os balanços exigidos pela LRF. Em outras palavras, os municípios gaúchos são os que mais cumprem a exigência do artigo 51 da LRF, que determina a entrega dos balanços orçamentários e patrimoniais até dia 30 de abril. Comparação dos municípios com as 35 melhores médias dos últimos cinco anos entre 2002 e 2006 Município UF Média Orindiuva SP 0,623 0,605 0,605 0,637 0,664 0,627 Tupandi RS 0,592 0,610 0,634 0,631 0,648 0,623 Poços de Caldas MG 0,571 0,617 0,644 0,607 0,640 0,616 Cerquilho SP 0,621 0,564 0,627 0,627 0,619 0,612 Arroio do Padre RS 0,607 0,570 0,691 0,585 0,594 0,609 Boa Vista do Sul RS 0,589 0,596 0,566 0,617 0,637 0,601 Anitápolis SC 0,564 0,564 0,598 0,624 0,634 0,597 Dois Irmãos RS 0,584 0,594 0,582 0,602 0,610 0,594 Valentim Gentil SP 0,580 0,597 0,586 0,560 0,648 0,594 São Sebastião do Oeste MG 0,617 0,528 0,586 0,618 0,620 0,594 Sapiranga RS 0,592 0,574 0,585 0,612 0,596 0,592 São Pedro de Alcântara SC 0,578 0,614 0,584 0,601 0,576 0,591 São Bento do Sul SC 0,594 0,568 0,555 0,612 0,619 0,590 São Marcos RS 0,602 0,558 0,591 0,604 0,588 0,588 Pareci Novo RS 0,569 0,573 0,572 0,585 0,623 0,588 Fagundes Varela RS 0,604 0,605 0,580 0,585 0,564 0,588 Três Coroas RS 0,584 0,565 0,594 0,597 0,592 0,586 Nova Prata RS 0,560 0,540 0,592 0,619 0,619 0,586 Pirapó RS 0,547 0,566 0,606 0,612 0,596 0,585 Loanda PR 0,582 0,543 0,580 0,625 0,594 0,585 Jumirim SP 0,589 0,572 0,597 0,590 0,577 0,585 Sales SP 0,562 0,610 0,576 0,566 0,608 0,584 Itá SC 0,560 0,533 0,621 0,619 0,589 0,584 Três Arroios RS 0,583 0,555 0,619 0,580 0,582 0,584 Alecrim RS 0,526 0,585 0,609 0,596 0,600 0,583 Nova Alvorada RS 0,589 0,541 0,616 0,578 0,589 0,582 Zacarias SP 0,613 0,593 0,577 0,551 0,575 0,582 Pinhal RS 0,585 0,591 0,583 0,591 0,558 0,582 São José do Inhacorá RS 0,517 0,578 0,582 0,609 0,619 0,581 Protásio Alves RS 0,540 0,592 0,578 0,601 0,595 0,581 Timbó SC 0,563 0,570 0,584 0,591 0,597 0,581 Paraíso SP 0,567 0,594 0,583 0,582 0,579 0,581 Antônio Carlos SC 0,578 0,568 0,590 0,613 0,556 0,581 Dirce Reis SP 0,577 0,592 0,568 0,560 0,605 0,580 São João do Oeste SC 0,584 0,621 0,559 0,562 0,575 0, Estudos Técnicos CNM Volume 1

35 3 Comparativo entre as capitais Se comparadas as capitais dos estados, nota-se que Vitória (ES) se destaca no crescimento de seu índice no período de 0,480 em 2002 para 0,556 em 2006, um aumento de 16%; a segunda capital é Boa Vista (RR), que cresceu 7% com Teresina (PI). Cabe também destacar São Paulo (SP), que obteve um aumento de 5% de seu índice no período. Salvador (BA), no entanto, foi a capital que obteve o maior declínio, de 12%. Relação das Capitais - Índice Geral 2002 a 2006 Estados Capitais /2002 ES Vitória 0,480 0,556 16% RR Boa Vista 0,455 0,486 7% PI Teresina 0,499 0,532 7% SP São Paulo 0,483 0,509 5% AC Rio Branco 0,477 0,493 3% TO Palmas 0,519 0,535 3% MS Campo Grande 0,505 0,519 3% MG Belo Horizonte 0,490 0,503 3% RN Natal 0,476 0,489 3% SC Florianópolis 0,487 0,488 0% GO Goiânia 0,476 0,477 0% RJ Rio de Janeiro 0,484 0,480-1% PR Curitiba 0,508 0,499-2% PA Belém 0,497 0,488-2% RS Porto Alegre 0,476 0,466-2% CE Fortaleza 0,488 0,473-3% MA São Luís 0,485 0,466-4% AL Maceió 0,448 0,428-4% PE Recife 0,480 0,455-5% MT Cuiabá 0,475 0,441-7% AM Manaus 0,514 0,475-8% RO Porto Velho 0,489 0,450-8% PB João Pessoa 0,512 0,471-8% AP Macapá 0,490 0,447-9% BA Salvador 0,477 0,420-12% SE Aracaju Indiponível 0, Os maiores avanços no ranking entre Por fi m, também vale a pena destacar os municípios que apresentaram os maiores avanços no ranking do IRFS entre 2002 e A prefeitura de Pedrinhas (SE) passou de um índice de 0,421 em 2002 para 0,547 em 2006, pulando posições. Em seguida, aparece o município de Coroaci (MG), com posições conquistadas e São Gonçalo do Amarante (CE), com posições. Vale destacar que a capital Vitória (ES) nesse período conquistou posições na classifi cação. Estudos Técnicos CNM Volume 1 35

36 Relação dos 20 municípios que obtiveram os maiores avanços entre 2002 e 2006 Município UF IRFS 2002 IRFS 2006 % 2006/2002 Avanços Pedrinhas SE 0,421 0,547 30% 3882 Coroaci MG 0,423 0,542 28% 3739 São Gonçalo do Amarante CE 0,424 0,537 27% 3598 Antonina do Norte CE 0,435 0,539 24% 3625 Rio do Sul SC 0,45 0,557 24% 3967 Vicentina MS 0,479 0,591 23% 3735 Carmo do Cajuru MF 0,454 0,56 23% 3978 Douradina PR 0,452 0,555 23% 3894 Novo Horizonte do Sul MS 0,445 0,534 20% 3400 Aracruz ES 0,459 0,55 20% 3711 Iraceminha SC 0,454 0,542 19% 3586 Tocantins MG 0,466 0,556 19% 3693 Monções SP 0,451 0,537 19% 3460 Mairiporã SP 0,472 0,561 19% 3633 Boa Vista da Missões RS 0,474 0,562 19% 3592 Mira Estrela SP 0,475 0,561 18% 3569 Vera MT 0,482 0,567 18% 3390 Vitória ES 0,475 0,556 17% 3438 Ipuiúna MG 0,465 0,543 17% 3422 Sete Quedas MS 0,468 0,545 16% Conclusões gerais O IRFS aponta que os municípios em 2006 obtiveram o melhor desempenho na área social desde que o índice foi criado em Contribuíram para esse resultado a melhora dos indicadores sociais, a proporção de professores com nível superior, a redução de mortalidade infantil e a elevação dos gastos em saúde e educação. No conjunto, os municípios têm melhorado a arrecadação própria ao longo dos anos, fator que contribui para a melhora da administração dos recursos municipais e a melhora da provisão de serviços. Contudo, mesmo com esse aperfeiçoamento, o desempenho relativamente pior do índice fi scal em 2006, quando comparado a 2002, já aponta qual será o grande desafi o dos municípios: ampliar a capacidade de investimento, até para superar o pico de 2002 e restabelecer o papel dos municípios no investimento em infraestrutura. O esforço de vencer esse desafi o será tanto maior quanto maiores as necessidades de contratação de pessoal para atender às crescentes responsabilidades nas áreas sociais, o que reduz o espaço fi scal, e quanto maiores as restrições de fi nanciamento. Nesse sentido, os municípios devem aumentar a efi ciência municipal, por isso a CNM desenvolveu o Índice de Responsabilidade Fiscal e Social para contribuir com esse objetivo. ANEXO O que é o IRFS? A Confederação Nacional de Municípios criou o IRFS para compreender e estimular a melhoria das gestões municipais. Ele refl ete, anualmente, o desempenho dos municípios sob as óticas fi scal, social e de gestão. Oferece à sociedade um parâmetro simples e ao mesmo tempo amplo de avaliação das administrações municipais, que não se restringe aos controles da Lei de Responsabilidade Fiscal, pois abrange medidas de efi ciência interna e de responsabilidade social. Além de indicadores fi scais, são comparados dados, como o custeio da máquina, o esforço de investimento, o superávit primário e a performance nas áreas de saúde e educação. 36 Estudos Técnicos CNM Volume 1

37 Como é composto? O IRFS é dividido em três subíndices (fi scal, social e de gestão), compostos por 16 índices específi cos, calculados a partir de indicadores construídos com informações das prefeituras à Secretaria do Tesouro Nacional (STN) e a outros órgãos ofi ciais, como Datasus e Inep. IRFS = Média do Índice Fiscal + Índice de Gestão + Índice Social. Índice fi scal = Médias (endividamento + sufi ciência de caixa + gasto com pessoal LRF ajustado + superávit primário). Índice gestão = Médias (custeio da máquina + gasto com Legislativo + grau de investimento). Índice social = Média de Subíndice educação + Subíndice saúde. Subíndice educação = Média de gasto com educação + matrículas da rede municipal + taxa de abandono da rede municipal + porcentagem de professores da rede municipal com curso superior. Subíndice saúde = Média de gasto líquido com saúde + taxa de mortalidade infantil + cobertura vacinal + média de consultas médicas. Como é calculado? Os índices refl etem uma relação entre duas variáveis. Os gastos com pessoal, o endividamento, a sufi ciência de caixa, o superávit primário, a taxa de investimento, as despesas de custeio, os gastos com o legislativo municipal, com a saúde e a educação são mensurados como proporção da receita corrente líquida dos respectivos municípios ou, em alguns casos, divididos pela população. Todos os indicadores fi scais foram calculados, como prevê a LRF e as normas da STN. Como o indicador é convertido em índice? Como cada indicador refl ete uma informação diferente, foi preciso adotar um critério de conversão para uma base comum que permitisse a comparação entre todos. Isso foi feito por meio de uma operação matemática que converte o indicador original em um índice entre 0 e 1. O índice 0,500 é sempre atribuído a uma espécie de média dos indicadores. Estudos Técnicos CNM Volume 1 37

38 4 AS EMANCIPAÇÕES DE MUNICÍPIOS NO PERÍODO DE 1996 A 2006 As emancipações de municípios sempre geraram muita controvérsia nos meios políticos, acadêmicos, técnicos e na mídia em geral, em razão do pressuposto de que geram mais despesas do que receitas. Ainda se argumenta que municípios novos dependem integralmente, em termos fi nanceiros, da União e de seus respectivos Estados. Todavia, os impactos sociais nas comunidades emancipadas são muito expressivos, pois com a obtenção de maior autonomia administrativa para os territórios ocorrem consequentes ganhos de qualidade de vida em todas as áreas, principalmente em educação e saúde. Com mais autonomia, as populações das localidades conquistam maior acesso a serviços públicos que, muitas vezes, não estavam disponíveis ou mesmo acessíveis quando pertenciam a seus municípios de origem. Atenta ao tema, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) realizou um estudo sobre o impacto das emancipações nas receitas e nas despesas públicas (de 1996 a 2006) dos municípios que perderam território, chamados de municípios-mãe; dos novos municípios, chamados de municípios-fi lho; e dos municípios que não sofreram alterações, chamados de municípios sem mudanças. 1 Contexto institucional A partir da Constituição de 1988, a criação de municípios, interrompida durante o regime militar, foi permitida, desde que houvesse um plebiscito e fossem seguidas as regras de uma lei complementar estadual. Nos anos seguintes, cresceu signifi cativamente o número de municípios, pois os governos estaduais dispunham de plena competência para estabelecer os requisitos mínimos para as emancipações, situação jurídica na qual parte de um município reivindica autonomia do chamado município-mãe que lhe originou e a adquire, mediante regularização legal. A questão chegou ao Congresso e, em setembro de 1996, a Emenda Constitucional nº 15 (EC 15/1996) foi promulgada, retirando dos estados a plena autonomia para a criação de municípios. A EC 15 dispõe sobre a necessidade de promulgação de uma lei complementar federal (ainda inexistente) para viabilizar a criação de novos municípios. De igual forma, estabelece a necessidade de realização de um plebiscito e de divulgação de estudos de viabilidade municipal. Nos anos seguintes após a promulgação da EC 15, durante os quais o tema não foi objeto de análise mais atenta do Legislativo federal, dezenas de municípios surgiram, e sua criação passou a ser contestada no Supremo Tribunal Federal (STF). Por essa razão, tais municípios estavam ameaçados de ser jurídico e politicamente extintos, o que traria irreparáveis prejuízos tanto para suas comunidades quanto para os municípios-mãe, aos quais voltariam a estar vinculados. Todavia, em 18 de dezembro de 2008, a Emenda Constitucional nº 57 foi promulgada pelo Congresso Nacional, convalidando os atos de criação, fusão, incorporação e desmembramento de 56 municípios brasileiros distribuídos por estados como RS, MT, MS, GO, PI, AL, RJ, RN e BA cuja situação jurídica dependia da referida promulgação. Nesse sentido, a participação da CNM foi decisiva tanto para a mobilização do país em torno do tema quanto para os trâmites burocráticos e as articulações políticas que culminaram com a promulgação da EC 57 pelo Congresso Nacional. 38 Estudos Técnicos CNM Volume 1

39 Contudo, as emancipações foram, e ainda são, contestadas por alguns setores da sociedade, que apresentam argumentos de que as emancipações de municípios são onerosas para o Estado. Justamente para comprovar o contrário de tal orientação, ou seja, que as emancipações são benéfi cas para o progresso de amplas regiões do país, a CNM preparou este estudo. 2 Introdução e metodologia Para a realização deste estudo, foi utilizada a base de dados do sistema Finbra (Finanças Brasileiras), que registra a execução orçamentária e o balanço patrimonial dos municípios brasileiros e é disponibilizada pela Secretaria de Tesouro Nacional (STN) em seu website. Na tabela seguinte, estão listadas as quantidades de municípios que integram a base do sistema Finbra a cada ano. Tabela 1. Número de municípios registrados no Finbra Ano Número de municípios A quantidade de municípios que se emanciparam de 1996 a 2006, cujos anos de instalação foram respectivamente 1997, 2001 e 2005, chega a 590. Veja na tabela 2, seguinte, a distribuição dessas emancipações nesses 3 anos. Tabela 2. Número de municípios emancipados Ano de instalação Número de municípios Total 590 Quando são distribuídas essas novas localidades por estados da Federação, é constatado que somente nos estados do Acre, do Amazonas, do Ceará e de Sergipe não ocorreram desmembramentos (ver tabela 3). Proporcionalmente ao número de municípios existentes hoje, Roraima é o estado com o maior número de novos municípios no período (47%), seguido por estados como Maranhão (37%), Piauí (34%), Rondônia (23%) e Paraíba (23%). Estudos Técnicos CNM Volume 1 39

40 Tabela 3. Quantidade de municípios emancipados a partir de 1997 UF Qtde. Estados Qtde. mun. emancipados AC 22 Acre 0 0% AL 102 Alagoas 2 2% AM 62 Amazonas 0 0% AP 16 Amapá 1 6% BA 417 Bahia 2 0% CE 184 Ceará 0 0% ES 78 Espírito Santo 7 9% GO 246 Goiás 14 6% MA 217 Maranhão 81 37% MG 853 Minas Gerais 97 11% MS 78 Mato Grosso do Sul 1 1% MT 141 Mato Grosso 24 17% PA 143 Pará 15 10% PB 223 Paraíba 52 23% PE 184 Pernambuco 8 4% PI 223 Piauí 75 34% PR 399 Paraná 28 7% RJ 92 Rio de Janeiro 11 12% RN 167 Rio Grande do Norte 15 9% RO 52 Rondônia 12 23% RR 15 Roraima 7 47% RS 496 Rio Grande do Sul 69 14% SC 293 Santa Catarina 33 11% SE 75 Sergipe 0 0% SP 645 São Paulo 20 3% TO 139 Tocantins 16 12% BR Brasil % % Para a realização do estudo, a CNM focalizou as análises somente nos municípios que apresentam dados em todos os anos nas bases de dados do sistema Finbra, no período de 1996 a Dessa forma, a amostra de trabalho contém 52% dos atuais municípios brasileiros. A tabela 4, a seguir, mostra uma comparação entre a quantidade de dados disponíveis e a quantidade de amostras, ano a ano. 40 Estudos Técnicos CNM Volume 1

41 Tabela 4. Número de municípios analisados em todos os anos Anos Número de municípios registrados no Finbra Número de municípios analisados Separando-se os municípios da amostra por UF, foi constatado que estados como Maranhão, Piauí e Rondônia são os que proporcionalmente têm mais desmembramentos na base de dados da amostra. Veja a seguir. Tabela 5. Quantidade de municípios analisados por UF UF Qtde. mun. da amostra Estados Qtde. mun. emancipados da amostra % AC 13 Acre 0 0% AL 51 Alagoas 1 2% AM 1 Amazonas 0 0% AP 1 Amapá 0 0% BA 149 Bahia 2 1% CE 72 Ceará 0 0% ES 50 Espírito Santo 6 12% GO 120 Goiás 6 5% MA 15 Maranhão 6 40% MG 472 Minas Gerais 46 10% MS 49 Mato Grosso do Sul 0 0% MT 63 Mato Grosso 7 11% PA 7 Pará 1 14% PB 101 Paraíba 24 24% PE 123 Pernambuco 5 4% PI 64 Piauí 33 52% PR 283 Paraná 23 8% RJ 46 Rio de Janeiro 4 9% RN 41 Rio Grande do Norte 5 12% RO 16 Rondônia 4 25% RR 1 Roraima 0 0% RS 395 Rio Grande do Sul 56 14% SC 247 Santa Catarina 28 11% SE 41 Sergipe 0 0% SP 454 São Paulo 11 2% TO 43 Tocantins 7 16% BR Brasil 275 9% Estudos Técnicos CNM Volume 1 41

42 Em relação à comparação entre receitas e despesas públicas ao longo do período analisado ( ), optou-se pela atualização da série corrente para valores de 2006, por intermédio do defl ator implícito do Produto Interno Bruto (PIB), cuja fonte foi o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea). O defl ator do PIB representa a medida do nível de preços calculada como a razão entre o PIB nominal e o PIB real multiplicada por Agrupamento dos municípios da amostra Conforme já foi observado na contextualização histórica apresentada na seção anterior, ocorreram, durante o período de análise, três levas de instalações de municípios. A primeira e maior aconteceu em 1997, a segunda em 2001 e uma terceira, menos signifi cativa, em Apenas serão avaliadas as emancipações realizadas em 1997 e Isso porque, em primeiro lugar, o número de emancipações ocorridas em 2005, quatro ao total, é inexpressivo em relação ao nosso universo de dados. Em segundo lugar, mesmo que esse número fosse representativo, verifi ca-se que essas últimas instalações são muito recentes. Então, como nosso universo de dados termina em 2006, seria inviável uma avaliação dos consequentes desdobramentos. Sendo assim, os municípios foram agrupados nos cinco grupos seguintes: municípios instalados em 1997; municípios instalados em 2001; municípios que perderam territórios apenas para municípios criados em 1997; municípios que perderam territórios apenas para municípios criados em 2001; municípios que perderam territórios para municípios criados em 1997 e em 2001; municípios que não sofreram alterações durante o período. Ao longo das diferentes análises realizadas, esses grupos serão arranjados em conjuntos distintos, de acordo com a fi nalidade pretendida. 4 Apresentação dos resultados Para avaliação do comportamento das receitas e das despesas orçamentárias totais, com abordagem de todo o horizonte temporal defi nido ( ), foi reunido, no grupo de municípios-mãe, os municípios que perderam território apenas em 1997 ou somente em 2001 e aqueles que perderam em ambos os anos. Para o grupo dos municípios-fi lho, foram considerados os instalados em 1997 e Nas tabelas seguintes são apresentados os resultados encontrados em cada conjunto especifi cado, sendo que esses totais englobam os municípios de todos os estados que compõem a amostra. Vale notar que, no grupo dos municípios sem alteração, estão inclusos apenas os municípios que em ambos os anos, 1997 e 2001, não foram mães nem fi lhos de município algum. Nesta seção, são analisadas a receita e a despesa orçamentária dos grupos, também sob uma classifi cação diferente, na qual o grupo dos sem mudanças engloba apenas os municípios que não tiveram alterações unicamente na leva de instalações sob análise. 42 Estudos Técnicos CNM Volume 1

43 Tabela 6 - Receita orçamentária total Anos Municípios-mãe Município-filho Municípios sem mudanças , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , ,68 Tabela 7 - Despesa orçamentária total Anos Municípios-mãe Município-filho Municípios sem mudanças , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , Variação da receita orçamentária no período todo Na tabela seguinte, pode-se observar o comportamento da receita orçamentária conjunta de todos os municípios de nossa amostra dividida por três grupos. Esse comportamento está expresso em termos de suas variações porcentuais. Por esse motivo, a primeira informação só aparece no segundo ano do intervalo. Estudos Técnicos CNM Volume 1 43

44 Figura 1 Variação % da receita orçamentária total dos 3 grupos de municípios 60% 50% 40% 30% 20% 10% Mun Mães Mun Filhos Mun Sem Mud 0% % -20% -30% Identifi cam-se claramente os pontos de ocorrência de instalações de novos municípios por suas consequências no comportamento da receita de cada grupo. Quando ocorrem as instalações de 1997, vê-se um decréscimo da receita dos municípios-mãe, com uma queda de 26%, movimento que é acompanhado pelos municípios que não sofreram alterações, os quais sofreram uma redução de 11%. Por outro lado, do ano de instalação para o ano seguinte, os municípios-fi lho apresentam um expressivo crescimento. No entanto, esse crescimento é imediatamente reduzido no período seguinte. O comportamento dos municípios-mãe se mostra muito próximo ao daqueles sem alteração. As receitas de ambos se recuperam imediatamente após o primeiro impacto. No período relativo à segunda rodada de instalações, as receitas dos municípios-mãe e daqueles sem mudanças sofrem uma pequena desaceleração, mas mantêm um crescimento positivo. A partir de 2001, o crescimento inicial dos municípios-fi lho é, em parte, contrabalançado por um resultado negativo subsequente. O fi nal do período revela que, uma vez passada a turbulência gerada pelas instalações, a receita de cada grupo converge para uma trajetória de crescimento comum. 4.2 Variação da despesa orçamentária no período todo A fi m de avaliar a composição da despesa orçamentária total, mantiveram-se os mesmos critérios de agrupamento utilizado na seção anterior. No gráfi co abaixo, é observado um comportamento idêntico ao da receita, não fossem as pequenas sutilezas. Uma delas é clara no ano de 2003, em que apesar de o ritmo das receitas cair muito as despesas não acompanharam integralmente esse movimento, o que evidencia o conhecido problema fi scal que o país, em seu conjunto, experimentou no ano de Estudos Técnicos CNM Volume 1

45 Figura 2 Variação % despesa orçamentária total dos 3 grupos de municípios ( ) 60% 50% 40% 30% 20% 10% Mun Mães Mun Filhos Mun Sem Mud 0% % -20% -30% -40% Por se analisar o período todo ( ), agrupando os municípios da forma descrita, esta análise é incapaz de evidenciar claramente o impacto de cada leva de instalações separadamente, já que os municípios que são mães, em qualquer um dos dois anos, foram reunidos em um único grupo. Isso também ocorreu com os instalados em diferentes anos. Para contornar esse problema, a seguir são apresentados os resultados para cada período separadamente, sendo que a cada um aplicou-se um diferente agrupamento. A fi m de avaliar as instalações realizadas em 1997, apurou-se o intervalo Para aferir as ocorridas em 2001, foi averiguado o período Receita e despesa orçamentárias em , reagrupando os municípios Nesta seção foram incluídos no grupo dos fi lhos apenas os municípios que foram instalados em 1997, assim como o grupo dos municípios-mãe se restringe aos que perderam territórios para novos municípios em Os demais são considerados sem mudança. Estudos Técnicos CNM Volume 1 45

46 Figura 3 Variação % receita orçamentária total por grupos de municípios - ( ) 0,5 0,4 0,3 0,2 0, Mães filhos s/ mudança Geral -0,1-0,2-0,3-0,4 Nesse caso, em geral, é replicada a parte inicial da fi gura 1 anterior. É possível visualizar com mais nitidez que a trajetória das taxas de crescimento dos municípios que foram mães e dos municípios sem alteração tem mesma tendência, com uma diferença apenas de intensidade. Também é claro que, após uma alta taxa de crescimento, em decorrência da instalação de 1997, os municípios-fi lho passam a crescer bem menos no ano seguinte. Outro fato notório é que os municípios que foram mãe e sofrem, logo em seguida ao desmembramento, uma grande perda da receita são os que apresentam maior aceleração num segundo momento. Por fi m, ao fi nal do 1 º período de análise ( ), observa-se uma equalização das taxas de crescimento dos diferentes grupos. A despesa, nesse período, segue muito de perto a trajetória da receita. A pequena diferença é que, ao fi nal do período, as taxas de crescimento das despesas dos grupos de municípios-fi lho e municípios-mãe se estabilizam acima do nível de municípios sem mudança. Figura 4 Variação da Despesa Orçamentária Total do 1º período ( ) 50% 40% 30% 20% 10% 0% Mun Mães Mun Filhos Mun Sem Mud completo -10% -20% -30% -40% 46 Estudos Técnicos CNM Volume 1

47 4.4 Reagrupamento dos municípios para avaliação da receita e da despesa orçamentária no período A seguir, analisa-se o impacto da segunda leva de instalações a partir de uma desagregação da receita e da despesa, segundo quatro grupos de municípios. São eles: municípios-fi lho em 2001, municípios-mãe em 2001, municípios que foram mães em 1997, municípios que foram fi lhos em 1997 e, fi nalmente, municípios que não sofreram alterações. Figura 5 30,00% Variação % da receita orçamentária total por grupos de municípios ( ) 25,00% 20,00% 15,00% 10,00% 5,00% 0,00% -5,00% ,00% -15,00% Mun Mães no período Mun Filhos em 2001 Mun Mães em 1997 Mun Filhos em 1997 Mun Sem Mudanças Todos os Municípios Nesse período, reafi rma-se o comportamento do período anterior, tanto dos municípios que foram mães no período como também daqueles que foram criados em Já em relação aos demais grupos, há tendências distintas entre eles. Os que foram fi lhos em 1997 iniciam o período com uma taxa de crescimento negativa acima de 10%, sendo que, ao longo do período, apresentam uma aceleração. Já os municípios que foram mães em 1997 acompanham os grupos dos sem alterações e a tendência da trajetória da receita global (todos os municípios). Observa-se também, ao fi m do período, uma convergência do crescimento para um ritmo comum, com exceção do grupo de municípios-mãe em 1997, que passam a ter uma trajetória de maior crescimento. Abaixo são apresentados os resultados para a variação da despesa total. Estudos Técnicos CNM Volume 1 47

48 Figura 6 Variação % da despesa orçamentária total por grupos de municípios ( ) 40,00% 35,00% 30,00% 25,00% 20,00% 15,00% 10,00% Mun Mães no período Mun Filhos em 2001 Mun Mães em 1997 Mun Filhos em 1997 Mun Sem Mudanças Todos os Municípios 5,00% 0,00% -5,00% ,00% As diferenças mais marcantes em relação à receita são relativas ao grupo dos municípios-mãe, no período até 2004, e ao comportamento de todos os grupos no fi nal do período. Quanto ao grupo dos municípiosmãe, em 2001, apesar de ter fi cado evidenciada uma forte redução da receita no gráfi co anterior logo após as instalações de 2001, aqui se verifi ca que a despesa não desacelera como consequência destas; outrossim, a forte aceleração que é percebida pela receita no ano de 2004 não é acompanhada pela respectiva despesa. Por fi m, observa-se que, ao fi nal do período, há uma aceleração maior das despesas de todos os grupos do que a das receitas. 5 Interpretando os resultados das receitas e das despesas orçamentárias Quando se discute emancipação de municípios, seja na esfera do governo, na imprensa, ou mesmo nos diversos extratos da sociedade, o senso comum é de que tal processo leva diretamente a uma oneração dos cofres públicos, uma vez que ampliam a tendência de crescimento das despesas públicas. Nesta seção discute-se esta proposição à luz dos resultados apresentados em seções anteriores. Observe a fi gura 1, apresentada na seção 4.1. É nítido que o grupo de municípios-mãe perde receita logo após ocorrerem os desmembramentos. O que é esperado, já que esses municípios perdem população e território, componentes fundamentais das transferências por parte da União e dos Estados. Também por essa razão, perdem uma parcela de arrecadações próprias. Essa perda é, em geral, compartilhada pelo grupo de municípios sem alteração. Pode-se notar, na mesma fi gura 1, que a perda inicial é recuperada logo no ano seguinte por uma aceleração da taxa de crescimento dos municípios-mãe e dos sem alteração. Em relação aos municípios-fi lho, no primeiro ano de vida, suas receitas orçamentárias são compostas somente por transferências governamentais, tendo quase nenhuma receita própria. Mas logo no segundo ano de existência, esses municípios tendem a gerar receitas próprias, o que explica a alta taxa de crescimento observada do primeiro para o segundo ano. No primeiro ano após os desmembramentos, os municípios-mãe apresentam uma queda de arrecadação; por outro lado, no segundo ano, a taxa de crescimento é altamente positiva, porque o(s) município(s)-fi lho acaba(m) realizando seus gastos ali, por constituir, geralmente, o centro econômico mais próximo. 48 Estudos Técnicos CNM Volume 1

49 Os municípios que não sofreram mudanças acabam seguindo o mesmo comportamento dos municípiosmãe, mas em menor intensidade. Logo após a perda inicial, causada pela necessidade de repartir o bolo das transferências governamentais com os novos municípios, estes recuperam suas receitas. O que de fato se pode concluir observando tanto a fi gura 1 quanto as fi guras 3 e 5, as quais dividem o período para analisar separadamente as duas levas de emancipações, é que a tendência geral para os três grupos de municípios analisados indica que, logo após o período de reorganização, há convergência para uma taxa de crescimento uniforme e constante. Considerando cada um dos cinco grupos separadamente ao longo de todo o período, observa-se um fato curioso: embora o crescimento dos municípios que foram mães em 1997 e dos municípios que foram fi lhos em 1997 alcance picos de aceleração e desaceleração completamente distintos ao longo das curvas, ao comparar o crescimento acumulado em todo o período, esses dois grupos tiveram o mesmo crescimento, um aumento de 60%. Esse aumento fi cou acima do grupo sem alteração, que obteve 40%. Com isso, não se corrobora a crença geral de que os municípios-mãe são os que mais perderam com os desmembramentos. A redução inicial da receita dos municípios-mãe é acompanhada por uma alta recuperação posterior, assim como o ganho inicial dos fi lhos é logo seguido por uma desaceleração. Outro fato constante em todas as análises é a resposta imediata das despesas à variação das receitas orçamentárias. Vê-se que os gráfi cos das despesas parecem copiar a trajetória daqueles das receitas. Conclui-se, assim, que o impacto inicial das emancipações que gera algumas vezes a percepção de que as emancipações trazem mais prejuízos do que ganhos às comunidades não se confi rma ao longo do período aqui analisado, pois, de fato, após a reorganização dos municípios, as taxas de crescimento das receitas e das despesas dos três grupos analisados tendem a uma taxa comum. 6 Avaliando alguns indicadores sociais Com a intenção de aprofundar um pouco mais a análise da questão das emancipações, foram selecionado três indicadores da área de saúde e três da área de educação a partir do ano de 2002, comparandose as médias destes relativas aos três grupos de municípios em análise. Entre os indicadores analisados na área de educação, inclui-se o gasto realizado pelo município na função educação em relação à sua receita corrente líquida (RCL), o qual é apresentado em porcentual. O outro indicador utilizado é a razão entre o total das matrículas da rede municipal de ensino em relação à população do município, a taxa de abrangência da rede municipal de ensino. Finalmente, o terceiro indicador é a taxa de abandono escolar da rede municipal de ensino. Essas informações têm como fonte o Instituto Nacional de Pesquisas em Educação (Inep). Na área de saúde, o primeiro indicador analisado é o Gasto da Função Saúde deduzidas as transferências do Sistema Único de Saúde (SUS) em relação à Receita Corrente Líquida (RCL), o que dá o efetivo gasto em saúde do ente municipal. O segundo indicador é a taxa de mortalidade infantil. Por último, mostra-se a taxa de cobertura vacinal. Os dados para a composição do segundo e do terceiro indicador foram retirados da base de dados do Sistema Único de Saúde, mais especifi camente do Departamento de Informática do SUS (Datasus). 6.1 Indicadores da área de educação Gasto da função educação em relação à Receita Corrente Líquida (RCL) Comparando-se os três grupos de municípios analisados, pode-se notar que a média do gasto dos municípios-fi lho é maior que a média dos outros dois grupos em todos os anos, enquanto que os municípios-mãe e os sem mudança têm uma média muito semelhante. Ainda se pode salientar que a vinculação constitucional para a função educação é de 25%, e os três grupos de municípios gastam, em média, muito mais que esse limite. Estudos Técnicos CNM Volume 1 49

50 Tabela 8 Gasto da função educação dos três grupos de municípios, de 2002 a 2006 Gasto na Função Educação em relação à Receita Corrente Líquida Grupos municípios-mãe 28,23% 27,94% 25,17% 27,16% 28,29% municípios-filho 30,97% 30,53% 25,68% 28,62% 29,72% sem mudança 28,98% 29,15% 24,57% 27,68% 28,55% Abrangência da rede municipal de ensino Nesse indicador, é avaliado, em parte, o esforço que os entes municipais fazem na área de educação. Foi utilizada a abrangência da rede de ensino com proxy do esforço, porque quanto maior se apresenta sua rede própria de ensino, maior tende a ser (a princípio) a preocupação com a educação. Comparando as médias ao longo desse período, observa-se que os municípios-fi lho têm médias expressivamente maiores que os outros dois grupos de municípios. Tabela 9 - Percentual de Matrículas da Rede Municipal de Ensino pela População Grupos municípios-mãe 13,32% 13,51% 10,13% 12,69% 13,46% municípios-filho 18,74% 18,72% 14,01% 17,79% 18,71% sem mudança 14,50% 15,24% 11,42% 14,18% 14,91% Taxa de abandono escolar da rede municipal de ensino Nesse indicador nota-se que os municípios-fi lho têm uma média de taxa de abandono escolar um pouco maior que as dos outros dois grupos, sendo a diferença, todavia, pequena. Várias razões podem estar gerando a diferença, entre as quais a possível maior dispersão da população e menor nucleação das escolas nos municípios mais novos. Tabela 10. Taxa de Abandono Escolar da Rede Municipal de Ensino Grupos municípios-mãe 5,61% 5,18% 4,60% 5,33% 5,71% município-filho 6,13% 5,89% 5,10% 6,14% 5,77% sem mudança 5,64% 5,33% 4,89% 5,70% 5,43% 6.2 Indicadores da área de saúde Gasto da função saúde em relação à receita corrente líquida (RCL) Nesse indicador avalia-se o gasto líquido que o ente municipal realizou na função saúde. Observase que as médias dos três grupos de municípios são praticamente iguais e bem acima da determinação constitucional, que é de 15%. 50 Estudos Técnicos CNM Volume 1

51 Tabela 11 - Gasto Líquido na Função Saúde em relação à Receita Corrente Líquida Grupos municípios-mãe 18,14% 17,48% 15,18% 15,17% 19,34% município-filho 19,42% 17,39% 15,00% 15,46% 19,14% sem mudança 18,56% 18,24% 15,37% 15,67% 19,35% Obs.: Gasto da função deduzidas as transferências do SUS Taxa de cobertura vacinal Esse indicador aponta o esforço de todas as áreas sociais de um município para a realização de campanhas de vacinação. Dos três grupos analisados no período, os municípios-fi lho têm uma média porcentual maior. As diferenças de resultado entre os municípios-fi lho e os municípios-mãe são de 1 até 5 pontos porcentuais, sendo a maior diferença inferida no fi m do período. Tabela 12 Taxa de cobertura vacinal Grupos municípios-mãe 77,63% 74,07% 65,58% 73,32% 74,89% município-filho 79,80% 77,37% 66,78% 76,98% 79,71% sem mudança 79,30% 76,13% 66,53% 74,02% 77,11% Taxa de mortalidade infantil (1.000 hab.) A taxa de mortalidade infantil (por nascidos) analisados no período tem uma oscilação nos três grupos. Em alguns momentos, os municípios-mãe conseguem reduzir sua mortalidade; em outros, os municípios-fi lho e sem mudanças o fazem. Tabela 13 - Taxa de Mortalidade Infantil - por habitantes Grupos municípios-mãe 17,70 17,72 15,69 18,00 15,39 município-filho 19,39 22,19 14,11 18,77 16,18 sem mudança 19,79 18,60 15,35 17,80 16,56 Conforme pode ser observado nos resultados apresentados nesta seção, os municípios possuem certa homogeneidade em vários indicadores, mas há uma tendência geral de que os municípios-fi lho levem vantagem em relação aos outros dois grupos, pois obtêm médias melhores ao longo do período analisado. Estudos Técnicos CNM Volume 1 51

52 5 A EVOLUÇÃO DAS FINANÇAS MUNICIPAIS Apesar de os municípios estarem assumindo cada vez mais atribuições, a participação desse ente no bolo tributário se manteve a mesma desde o início da década. A Confederação Nacional de Municípios (CNM) divulga alguns números das Finanças Públicas municipais com base nos dados do Finbra 2007 e anteriores, realizando estimativas, a fi m de comparar a evolução das receitas e despesas municipais. Para tanto, analisou a divisão do bolo arrecadado nas três esferas de governo, constatando que não houve um aumento da participação da receita dos municípios no total da carga tributária, que fosse condizente com a transferência de competência dos demais entes para os municípios, observada ao longo da década. Como será apresentado, a participação dos municípios no total da arrecadação bruta dos entes passou de 5% em 2000 para 5,2 % em As receitas disponíveis, para esse mesmo ente, sofreram um pequeno aumento de 19,05%, do total, para 19,56%. Mas esses foram aumentos pouco signifi cativos, já que não refl etem a tendência do período, uma vez que em 2005 a participação dos municípios na receita disponível ainda era menor que em Constatou-se que a forma encontrada pelos municípios, para tentar fazer frente ao aumento de competência, foi ampliar o esforço para arrecadação própria. O ISS (principal arrecadação própria municipal) teve um crescimento duas vezes maior do que o ICMS (principal arrecadação própria estadual), entre 2003 a Desde a promulgação da Constituição Federal, em 1988, quando os municípios foram considerados entes autônomos da Federação, a descentralização das políticas públicas se tornou mais intensa, com isso, os municípios foram assumindo responsabilidades que eram das esferas estadual e federal. Para fazer frente a essas novas demandas, os municípios tiveram que se aparelhar melhor, investindo em capacitação técnica e, sobretudo, em pessoal. Na área de saúde, por exemplo, a União detinha, na década de 80, cerca de 800 mil servidores e hoje conta com cerca de 40 mil servidores. Essa queda no número de servidores federais teve de ser compensada com o aumento de funcionários nas prefeituras, para a execução das políticas de saúde pública, como atendimento em postos de saúde, execução do programa saúde da família, e os agentes comunitários de saúde, entre outros. Na área de educação, o processo foi semelhante. Com o advento do Fundef e agora do Fundeb, a relação entre matrículas das redes estaduais e municipais se inverteu em dez anos. Em 2000, do total de matrículas na rede pública ( ), 46,1% ( ) eram providas pela rede municipal. Em 2007 essa mesma proporção passou para 52,58%, ou seja, do total de matrículas na rede pública, foram oferecidas pela rede municipal. As políticas de Assistência Social também foram sendo gradativamente municipalizadas; e, hoje em dia, as ações dessa área são basicamente dessa esfera. Com a intensifi cação dos programas federais durante a presente década, os quais transferiram parte dos serviços públicos para administração direta dos municípios, houve a necessidade de eles ampliarem sua estrutura de atendimento à população. Mas como mostrado a seguir, a parcela da receita que está disponível (após transferências) para as prefeituras não aumentou, mesmo quando os repasses provenientes dos programas federais foram considerados. Assim, a municipalização dos serviços públicos, observada recentemente, não veio acompanhada do devido fi nanciamento para a execução das políticas. Veja tabela comparativa a seguir, com as participações dos entes federados em termos de arrecadação própria e disponível. 52 Estudos Técnicos CNM Volume 1

53 Distribuição da carga tributária por nível de governo (% do total): Ano Arrecadação bruta União 67,65 67,81 68,61 67,66 67,96 68,81 68,56 69,09 Estados 27,37 27,36 26,78 27,24 27,00 26,26 26,55 25,70 Municípios 4,98 4,82 4,61 5,09 5,04 4,93 4,88 5,21 Receita própria líquida União 64,31 64,59 65,40 64,34 64,60 65,34 65,03 65,93 Estados 23,74 23,69 23,32 23,82 23,61 23,09 23,33 22,38 Municípios 11,95 11,73 11,27 11,83 11,79 11,56 11,63 11,69 Receita disponível União 53,19 53,19 53,61 53,12 53,38 53,62 53,13 53,49 FGTS/Sistema S 5,85 5,77 5,24 5,18 5,07 4,86 5,05 5,09 União* 47,35 47,43 48,37 47,94 48,31 48,76 48,08 48,40 Estados 27,76 27,85 27,65 27,86 27,66 27,47 27,73 26,94 Municípios 19,05 18,96 18,74 19,02 18,96 18,91 19,14 19,58 Fonte: Elaboração própria (a partir da Tabela 4) (*) Receita disponível da União excluindo as receitas do FGTS e do Sistema S O total de transferências intergovernamentais cresceu nos últimos anos, mas não o sufi ciente para aumentar a participação dos entes subnacionais, ou seja, cresceu apenas no mesmo ritmo de crescimento da carga tributária. Veja os valores das transferências líquidas recebidas por cada ente no período. Em 2000, o total das transferências líquidas para municípios representava 14,1% do arrecadado e, em 2007, esse percentual foi de 14,4%, um aumento pouco expressivo. Em proporção da arrecadação própria da União, o valor dessas mesmas transferências, que representavam 20,8% desse total, manteve exatamente essa proporção em Quanto aos estados, a relação entre suas transferências líquidas e sua arrecadação própria cresceu de 1,4% em 2000, para 4,8% em Para os municípios, as receitas de transferências, que em 2000 eram 2,82 vezes maior que a arrecadação própria, em 2007 passaram para uma relação pouco menor de 2,76 vezes. Ou seja, as receitas próprias têm sido mais importantes para a ampliação dos recursos disponíveis das prefeituras do que as transferências recebidas dos demais entes. Carga Tributária Arrecadada e Disponível, por esfera (R$ milhões): Esfera União (52.426) (60.950) (73.616) (80.873) (95.022) ( ) ( ) ( ) Estados Municípios É de se destacar que a maior parte do aumento da arrecadação própria dos municípios foi decorrente do ISS. Em valores de 2008, a arrecadação desse imposto, que era de 8,2 bilhões em 2002, será de 22 bilhões em 2008, segundo estimativas realizadas pela CNM. Uma parte da ampliação da arrecadação com ISS foi decorrente de sua nova regulamentação implantada em 2003, mas esse aumento também é refl exo do esforço de arrecadação própria que os municípios estão tendo que fazer para atender ao aumento das atribuições públicas. Veja a seguir a evolução do ISS em comparação ao principal imposto do país, o ICMS. 1 O desempenho do ISS versus ICMS Uma boa forma de dimensionar o que signifi cou a expansão da receita do ISS nestes últimos anos é compará-la com o ICMS, principal imposto estadual e tributo de maior arrecadação do país. Considerando a estimativa da CNM para a arrecadação em 2008, entre 2003 e 2008, o ICMS cresceu 35,9% acima da infl ação metade do que cresceu o ISS (72,9%). Se o ISS tivesse crescido no mesmo ritmo do ICMS, hoje os municípios arrecadariam R$ 5 bilhões a menos por ano, o que diminuiria signifi cativamente sua participação. Veja tabelas com valores da arrecadação com ISS e comparativo de crescimento com o ICMS. Estudos Técnicos CNM Volume 1 53

54 A receita de ISS depois da Lei 116/2003 (em milhões) Ano Valores nominais Valores atualizados O desempenho do ISS versus ICMS (índice real (2003=100)) Ano ISS 99,6 100,0 111,7 127,5 140,9 161,3 172,8 ICMS 100,5 100,0 107,0 112,0 118,6 124,6 135, Comparativo do crescimento do ISS vs ICMS (2003=100) 172,8 140, ,9 100,5 100,0 118,6 99,6 100, ISS ICMS 2 Evolução das receitas e despesas Apesar de as receitas municipais terem crescido no ritmo do bolo tributário total do governo, cerca de 48% acima da infl ação no período de 2000 a 2007, as despesas aumentaram cerca de 50,6% no mesmo período. Entre as despesas, as que mais cresceram foram as de pessoal (59,3%), depois as de investimento (49,8%) e, um pouco atrás, o custeio da máquina (46,1%). O crescimento das despesas com pessoal muito acima do ritmo das receitas é outro indicativo do ajuste que os municípios vêm realizando para poder oferecer os serviços que crescentemente passam para sua responsabilidade. Vê-se que, apesar do cenário, os municípios conseguiram privilegiar os investimentos públicos mais do que o custeio da máquina administrativa. Mesmo com a grande pressão sobre as despesas, depois de uma fase de difi culdades em 2003 e entre 2004 e 2007, os municípios estão ampliando ano a ano seu esforço fi scal, passando a apresentar, no agregado, consecutivos superávits primários. Em 2007, o saldo ultrapassou os R$ 7,138 bilhões. Ou seja, mesmo não estando endividados, como mostrado a seguir, os municípios vêm contribuindo cada vez mais com o esforço fi scal do país. Veja os cálculos e estimativas a seguir. Evolução das contas municipais em R$ milhões (valores atualizados para 2008) Itens Receitas Primárias Despesa Primária Pessoal (inclui inativos) Custeio da Máquina Investimentos Superávit Primário (1.110) Estudos Técnicos CNM Volume 1

55 3 Evolução do endividamento dos municípios Acompanhando a evolução da sufi ciência de caixa, indicador que refl ete a disponibilidade em caixa para liquidação do total de restos a pagar, vê-se que os municípios passaram de uma posição de defi citários para superavitários a partir de 2004, chegando ao saldo de R$ 15 bilhões em sufi ciência de caixa em Esse indicador refl ete a melhora na solvência de curto prazo dos municípios. Observa-se também, na tabela abaixo, que a dívida consolidada dos municípios em 2007 se manteve no mesmo patamar que se encontrava no início da década. em R$ milhões (valores atualizados para 2008) Itens Ativo Disponível (saldo em caixa, etc...) Obrigações financeiras (restos a pagar) Suficiência de Caixa (Ativo - Obrigações) (11.483) (2.368) (1.547) (1.703) Divida Consolidada Líquida Comparando grandes e pequenos Comparando os valores das receitas dos municípios por porte populacional, vê-se que os municípios menores obtiveram a maior expansão de seus recursos próprios entre 2003 e A grande surpresa dos números é que os municípios pequenos estão tendo um crescimento de arrecadação bem maior que os municípios de grande porte. No período de 2003 a 2007, os municípios com até 50 mil habitantes obtiveram, em média, um crescimento superior a 148% da sua arrecadação de ISS, enquanto os grandes se mantiveram numa média de 100%. Expansão do ISS nos Municípios (em R$ milhões nominais) Faixa populacional Var até ,9 149,2 232% a ,9 231,1 134% a ,8 559,4 157% a , ,1 140% a , ,9 100% a , ,3 107% a , ,1 100% Mais de , ,5 97% Total 9.405, ,6 103% Nas outras receitas próprias, o fenômeno se repete, tendo os municípios com até 50 mil habitantes resultados mais expressivos do que a média dos demais. Demais receitas próprias (em R$ milhões nominais) Faixa populacional Var até ,7 347,8 90% a ,6 510,0 29% a , ,9 53% a , ,5 42% a , ,1 45% a , ,9 43% a , ,7 69% Mais de , ,6 56% Total , ,5 54% Estudos Técnicos CNM Volume 1 55

56 Com as transferências devolutivas e compensatórias acontece o contrário, os municípios grandes foram os que tiveram maior aumento dessas receitas. Transferências Devolutivas e Compensatórias* Porte Var até , ,2 6,1% a , ,4 22,0% a , ,5 58,4% a , ,2 29,3% a , ,8 87,8% a , ,6 82,8% a , ,5 95,5% Mais de , ,6 91,6% Total , ,9 67% * ICMS, IPVA, IOF, ITR, IPI, LC 87/96, FEX, CIDE, ROY, SAÙDE/EDUCAÇÂ As transferências redistributivas como o FPM e o FEP (Fundo Especial do Petróleo) tiveram um comportamento diferente; a média é parecida em todos os portes de municípios no período. Transferências Redistributivas* Porte Var até , ,8 73,7% a , ,1 62,6% a , ,7 75,8% a , ,5 74,7% a , ,3 79,7% a , ,3 82,6% a , ,8 87,8% Mais de , ,7 70,0% Total , ,3 76% *FPM e FEP O bom resultado fi scal apresentado palas prefeituras deve-se, em grande parte, ao esforço que os municípios pequenos vêm realizando; e diferentemente da percepção comum da sociedade, esses são os que vêm se tornando cada vez menos dependentes de transferências. 56 Estudos Técnicos CNM Volume 1

57 6 ESTIMATIVAS DE ARRECADAÇÃO PRÓPRIA DOS ESTADOS E MUNICÍPIOS E OS 25% CONSTITUCIONAIS DA EDUCAÇÃO O presente estudo objetivou levantar dados sobre o total de recursos constitucionalmente vinculados à manutenção e ao desenvolvimento do ensino escolar, bem como calcular o montante per capita dos recursos disponíveis para os estados e os municípios. Essa estimativa é relevante porque, para o cálculo dos fatores de ponderação do Funbeb, é considerada a quantidade de recursos que os estados e os municípios possuem para serem aplicados em educação, além daqueles provenientes do Fundo. Estimou-se a arrecadação própria dos municípios e dos estados, bem como consolidou-se o total de transferências, para então ser apresentados os valores por UFs e por matrículas nas respectivas redes de ensino. Como resultado, tem-se que, além dos recursos do Fundeb, o conjunto dos estados do país dispõe, para investir em educação, de R$ 878,16 por matrícula na rede estadual de ensino fundamental e médio. Já os municípios dispõem, fora do Fundeb, R$ 712,54 por matrícula na rede municipal de ensino infantil e fundamental. Considerando-se os recursos disponíveis dos estados e dos municípios, fora o Fundeb, divididos pelo número total de matrículas em das redes de ensino (nas categorias de ensino infantil, fundamental e médio), chega-se à cifra de R$ 782,67. 1 Introdução Visando às recentes discussões que ocorrem no governo e em instituições interessadas no fi nanciamento do setor de educação, a Área de Estudos Técnicos da CNM realizou, a pedido da área de Educação dessa instituição, estudo sobre os recursos tributários de todos os estados e municípios do país no ano de 2007, que possuem vínculo constitucional com o setor de educação. Foi estimado o total desses recursos por matrículas existentes na rede de ensino. Essas estimativas são importantes, porque, para o cálculo dos fatores de ponderação do Fundeb, são considerados os montantes de recursos disponíveis nos estados e nos municípios a serem destinados ao setor. A fi m de ser realizada a estimativa da arrecadação de impostos próprios dos estados e dos municípios no ano de 2007, utilizaram-se os dados do Finbra 2006, extrapolados pela população para que a abrangência dos dados contemple todo o país. Em seguida, os dados do ano de 2007 são estimados supondo um comportamento dos municípios de cada estado idêntico ao das respectivas capitais. Os dados sobre recursos transferidos entre níveis de governo foram coletados diretamente da base da Secretaria de Tesouro Nacional. Por fi m, os dados sobre as matrículas das respectivas redes de ensino foram consolidados da base do Ministério da Educação. Para arrecadação própria dos municípios, foram estimados os impostos ISS, IPTU, ITBI e IRRF. Na tabela 1, a seguir, são apresentados os valores por imposto e por UF. Os 25% do total de impostos próprios arrecadados por todos os municípios do país correspondem aproximadamente ao montante de R$ 9 bilhões. As transferências para municípios que sofrem incidência dos 25% da educação e que foram consolidadas são FPM, ITR, IOF, LC 87/96, FEX, Cota ICMS, Cota IPVA e Cota IPI-Exp. Consideraram-se valores líquidos aqueles já descontados as participações no Fundeb. O porcentual de contribuição ao Fundeb de FPM, LC 87/96, Cota ICMS, Cota IPI-exp foi de 16,66% em 2007, enquanto que a do ITR e da Cota IPVA foi de 6,66%. Tais dados são apresentados por UF, em valores brutos, na tabela 5. Estudos Técnicos CNM Volume 1 57

58 O total de matrículas no ensino infantil de toda a rede municipal do país é de , enquanto que as matrículas no ensino fundamental e médio dessa mesma rede de ensino somam, respectivamente, e Os totais por UF são apresentados na tabela 3. A partir desses valores, calcularamse os montantes per capita dos recursos que deveriam ser empregados em educação, além dos recursos do Fundeb, somando-se tanto recursos de transferências quanto de recursos próprios. Os dados são apresentados na tabela 4, em que verifi ca-se que no Brasil, em média, os municípios dispõem de R$ 712,00 por aluno matriculado no ensino infantil e fundamental da rede municipal, recursos adicionais ao Fundeb. Os impostos de arrecadação própria estaduais, com vinculação constitucional ao setor de educação, que sofrem incidência dos 25% constitucionais e que foram considerados são o IRRF, IPVA, ITCD e ICMS, sendo que a participação no Fundeb do IPVA e do ITCD era de 6,66% em 2007, enquanto que a do ICMS foi de 16,66%. Na tabela 5, estão consolidados por estado os valores brutos e líquidos, sendo o total bruto de arrecadação própria dos estados de R$ 149,7 bilhões. Vale lembrar que essas estimativas já se encontram descontadas dos valores transferidos aos municípios referentes às participações no IPVA e no ICMS. Já as transferências consolidadas dos estados foram o FPE, IOF, IPI-Exp, LC 87/96 e FEX. Destas, a FPE, a IPI-Exp e a LC 87/96 tiveram cota parte do Fundeb, em 2007, de 16,66%. O valor total bruto das transferências para estados no país é de R$ 42,41 bilhões (tabela 6). O total de matrículas da rede estadual de ensino, apresentadas por estado, é informado na tabela 7. O estado com mais matrículas no ensino fundamental é São Paulo, com , que também lidera a quantidade de matrículas no ensino médio. O total de matrículas da rede estadual no país é de Na tabela 8, apresenta-se o montante total (transferências + arrecadação própria) disponível fora do Fundeb para estados por matrícula. Finalmente, na última tabulação, é somada a arrecadação global (transferências e próprias), com vinculação ao setor de educação dos dois entes da Federação; esses valores são expressos por matrículas nas duas redes de ensino. O total de recursos de estados e municípios para educação, fora os do Fundeb, somam a quantia de R$ 35,707 bilhões. Este valor por matrícula é de R$ 782,67. Antes de partir para os resultados, ressaltem-se alguns aspectos contábeis das fi nanças levantadas. O critério de repartição do IPVA estabelece que 50% do valor líquido desse imposto deve permanecer com os estados, enquanto que a outra parte deve ser repassada aos seus municípios. Quando observados os números relacionados a esse imposto, que foram apresentados nas transferências para municípios, vê-se que ele não coincide exatamente com a parcela que permanece com os estados. Isso ocorre porque o Fundeb foi aprovado apenas em dezembro de 2006, de forma que foi determinada uma carência para o ajuste dos entes às novas regras. Em janeiro e fevereiro de 2007, os municípios ainda recebiam pelos coefi cientes do antigo Fundef. Já em março, passaram a receber pelo novo critério. Apesar do ajuste realizado em abril, a diferença contábil entre os recursos dos estados e dos municípios não foi plenamente corrigida. Outra diferença entre o critério estabelecido por legislação e os dados efetivos, que será notada, é relacionada às compensações por desoneração das exportações. Por regra, o total de recursos do FEX deve ser 50% da LC 87/96, mas os dados apresentam uma pequena desigualdade. Em parte, essa diferença contábil ocorre porque a LC 87/96 foi aprovada com o o Orçamento Geral da União (OGU), enquanto que o FEX saiu por medida provisória em razoável tempo depois. Até a data deste estudo, a medida provisória do FEX 2008 ainda não tinha sido editada. Finalmente, esclareça-se que o total de matrículas nas redes de ensino foi calculado reunindo-se nas etapas todas as modalidades de ensino. Como exemplo, no ensino fundamental foram consideradas as modalidades de educação especial e o EJA (Ensino de Jovens e Adultos). 58 Estudos Técnicos CNM Volume 1

59 2 Metodologia 2.1 Cálculo das receitas próprias de estados e municípios Para a elaboração dessa estimativa, procedeu-se da seguinte forma: - Somaram-se os impostos próprios por estado que constam na base de dados do Finbra de Somou-se a população desses municípios que estavam no Finbra de Calculaou-se o porcentual da população que estava faltando para alcançar a população total do estado naquele ano. - Aplicou-se o porcentual faltante ao total de impostos arrecadados naquele ano de 2006, extrapolando assim os valores do Finbra para representar o total dos municípios existentes (5.562) por intermédio do critério da população. - Aplicou-se os porcentuais de variação das receitas das capitais entre 2006 e 2007 para estimar os valores em A seguir, os valores estimados de arrecadação dos impostos municipais por estado para o ano de 2.2 Consolidação das transferências e arrecadações próprias Realizada a estimativa explicitada no subitem 2.1, foram agregados os valores líquidos dos impostos próprios, ou seja, descontadas as participações no Fundeb. As transferências foram consolidadas da base de dados do STN, disponibilizada no website do órgão. Como esses dados já são informados em seus valores líquidos, apenas foram tabulados os totais. 3 Dados e resultados 3.1 Municípios Estudos Técnicos CNM Volume 1 59

60 Tabela 1 - Estimativas de Arrecadação Própria dos Municípios por Estado Impostos que incidem os 25% da Educação UF ISS ESTIMADO IPTU ESTIMADO ITBI ESTIMADO IRRF ESTIMADO Total AC , , , , ,91 AL , , , , ,07 AM , , , , ,24 AP , , , , ,86 BA , , , , ,14 CE , , , , ,97 DF ES , , , , ,54 GO , , , , ,25 MA , , , , ,89 MG , , , , ,69 MS , , , , ,06 MT , , , , ,39 PA , , , , ,76 PB , , , , ,46 PE , , , , ,18 PI , , , , ,99 PR , , , , ,79 RJ , , , , ,30 RN , , , , ,94 RO , , , , ,43 RR , , , , ,44 RS , , , , ,20 SC , , , , ,57 SE , , , , ,96 SP , , , , ,37 TO , , , , ,36 BR , , , , ,74 A tabela anterior apresenta a estimativa dos impostos municipais que recebem incidência dos 25% constitucionais do setor de educação. Tem-se os dados agregados por estado. O total estimado do Brasil é de R$ 36.2 bilhões. Na tabela seguinte, são apresentadas as receitas municipais de transferências, as quais sofrem incidência dos 25% constitucionais para a área de educação. Há os valores brutos de Fundeb. Para o conjunto do país, tais recursos somam R$ 85,3 bilhões. 60 Estudos Técnicos CNM Volume 1

61 Tabela 2 - Total de Transferências para Municípios por UF (Valor Bruto) UF FPM ITR IOF LC 87/96 FEX Cota ICMS Cota IPVA Cota IPI-Exp Total AC , , , , , , , ,15 AL , , , , , , , ,38 AM , , , , , , , , ,18 AP , , , , , , , , ,22 BA , ,99 705, , , , , , ,74 CE , , , , , , , , ,14 DF , , , , ,04 ES , , , , , , , ,67 GO , ,46 94, , , , , , ,85 MA , , , , , , , , ,81 MG , , , , , , , , ,07 MS , ,82 375, , , , , , ,95 MT , , , , , , , , ,66 PA , , , , , , , , ,15 PB , ,12 288, , , , , , ,70 PE , ,73 189, , , , , , ,32 PI , ,58 540, , , , , , ,51 PR , , , , , , , , ,55 RJ , , , , , , , , ,46 RN , , , , , , , ,97 RO , , , , , , , , ,76 RR , , , , , , , , ,45 RS , , , , , , , ,46 SC , ,32 154, , , , , , ,61 SE , , , , , , , ,53 SP , , , , , , , , ,84 TO , , , , , , , , ,34 BR , , , , , , , , ,48 Estudos Técnicos CNM Volume 1 61

62 Para verifi car o quanto de recursos de arrecadação direta municipal e de transferências está disponível para investimento em educação, em relação ao tamanho de cada rede municipal de ensino, veja primeiro, no quadro a seguir, como são distribuídas essas matrículas no país, e como é apresentado o total de matrículas na rede municipal de ensino por UF em Tabela 3 - Total de Matrículas na Rede Municipal de Ensino (2007) UF Educação Infantil Ensino Fundamental Ensino Médio Total AC AL AM AP BA CE DF ES GO MA MG MS MT PA PB PE PI PR RJ RN RO RR RS SC SE SP TO BR Estudos Técnicos CNM Volume 1

63 Na tabela seguinte, apresenta-se o total dos recursos de transferências e de arrecadação própria que os municípios têm para gastar com educação além do Fundeb, bem como os valores pelo total de matrículas. Tabela 4 - Total Disponível aos Municípios para Educação fora do Fundeb UF Total arrecadado Total disponível além do Fundeb Disponível por Matrícula no Ensino Infantil e Fundamental Disponível por Matrícula no Ensino Infantil Disponível por Matrícula no Ensino Inf. Fund. e Médio AC , ,31 452, ,25 452,91 AL , ,51 278, ,87 274,76 AM , ,17 408, ,60 407,63 AP , ,32 590, ,37 590,01 BA , ,31 329, ,73 325,79 CE , ,40 260, ,36 260,44 DF , , ES , ,17 733, ,93 732,72 GO , ,91 792, ,55 790,80 MA , ,29 187, ,90 185,75 MG , ,34 856, ,50 840,00 MS , ,50 788, ,27 787,08 MT , ,74 691, ,46 690,09 PA , ,69 233, ,06 233,24 PB , ,70 369, ,14 361,49 PE , ,00 397, ,68 389,42 PI , ,97 269, ,55 267,83 PR , ,47 927, ,94 927,61 RJ , ,76 939, ,31 932,12 RN , ,65 474, ,36 469,45 RO , ,86 527, ,53 523,47 RR , , , , ,53 RS , , , , ,72 SC , ,15 934, ,01 928,66 SE , ,62 426, ,90 423,15 SP , , , , ,13 TO , ,62 635, ,90 634,63 BR , ,32 712, ,44 706,58 Estudos Técnicos CNM Volume 1 63

64 3.2 Estados Na próxima tabela, é informada a estimativa da arrecadação própria dos estados, dos impostos que sofrem incidência dos 25% constitucionais da educação. Apresentam-se tanto os valores brutos, sem desconto da cota do Fundeb, quanto os valores líquidos, descontadas as participações no Fundeb. O total é obtido com os valores brutos. Tabela 5 - Estimativas de Arrecadação Própria dos Estados UF IRRF IPVA IPVA liq. ITCD ITCD liq. ICMS ICMS liq. Total (Bruto) AC , , , , , , , ,65 AL , , , , , , , ,37 AM , , , , , , , ,37 AP , , , , , , , ,75 BA , , , , , , , ,44 CE , , , , , , , ,15 DF , , , , , , , ,18 ES , , , , , , , ,45 GO , , , , , , , ,22 MA , , , , , , , ,95 MG , , , , , , , ,17 MS , , , , , , , ,94 MT , , , , , , , ,76 PA , , , , , , , ,17 PB , , , , , , , ,23 PE , , , , , , , ,65 PI , , , , , , , ,53 PR , , , , , , , ,75 RJ , , , , , , , ,79 RN , , , , , , , ,64 RO , , , , , , , ,98 RR , , , , , , , ,35 RS , , , , , , , ,92 SC , , , , , , , ,76 SE , , , , , , , ,74 SP , , , , , , , ,06 TO , , , , , , , ,19 BR , , , , , , , ,15 64 Estudos Técnicos CNM Volume 1

65 A seguir, tabela com os valores das transferências recebidas pelos estados, as quais sofrem incidência dos 25% constitucionais para a área de educação. Tabela 6 - Total de transferências disponíveis para os Estados que incidem 25% da educação (Valor Bruto) UF FPE IOF IPI-Exp LC87/96 FEX Total AC , , , , ,23 AL , , , , ,00 AM , , , , , ,27 AP , , , , , ,85 BA ,24 302, , , , ,29 CE , , , , , ,98 DF , , , , ,63 ES , , , , ,62 GO ,01 40, , , , ,23 MA , , , , , ,73 MG ,79 542, , , , ,41 MS ,97 161, , , , ,50 MT , , , , , ,52 PA , , , , , ,31 PB ,24 123, , , , ,39 PE ,03 81, , , , ,05 PI ,70 231, , , , ,02 PR , , , , , ,05 RJ , , , , , ,47 RN , , , , ,31 RO , , , , , ,48 RR , , , , , ,07 RS , , , , ,97 SC ,04 66, , , , ,19 SE , , , , ,54 SP , , , , , ,99 TO , , , , , ,57 BR , , , , , ,70 Estudos Técnicos CNM Volume 1 65

66 médio. A tabela seguinte informa o total de matrículas na rede estadual de ensino infantil, fundamental e Tabela 7 - Total de Matrículas - Rede Estadual de Ensino (2007) UF Educação Infantil Ensino Fundamental Ensino Médio Total AC AL AM AP BA CE DF ES GO MA MG MS MT PA PB PE PI PR RJ RN RO RR RS SC SE SP TO BR A seguir, mostra-se o total disponível fora do Fundeb, do somatório entre arrecadação própria e transferências, valores que são também apresentados por matrícula na rede estadual. 66 Estudos Técnicos CNM Volume 1

67 Tabela 8 - Total disponível para os Estados (Transferências e Arrecadação Própria) UF Total arrecadado (Bruto) Disponível fora Fundeb Disponível por Matrícula no Ensino Fundamental e médio Disponível por Matrícula no Ensino Fundamental Disponível por Matrícula no Ensino Médio Disponível por Matrícula - Ensino Infantil, Fundamental e Médio AC , , , , , ,90 AL , , , , , ,92 AM , ,13 761, , ,77 761,29 AP , , , , , ,34 BA , ,72 730, , ,98 729,30 CE , ,71 980, , ,73 978,45 DF , , , , , ,41 ES , , , , , ,89 GO , ,48 761, , ,37 760,25 MA , ,26 779, , ,36 777,93 MG , ,33 686, , ,59 683,69 MS , ,14 984, , ,62 982,74 MT , ,30 848, , ,28 846,27 PA , ,09 683, , ,50 683,66 PB , ,25 720, , ,64 694,75 PE , ,77 708, , ,79 704,89 PI , ,33 773, , ,22 771,09 PR , ,13 716, , ,88 715,95 RJ , , , , , ,66 RN , ,33 930, , ,22 928,08 RO , ,18 882, , ,64 876,89 RR , , , , , ,48 RS , ,29 913, , ,11 886,94 SC , ,29 646, , ,41 631,15 SE , , , , , ,76 SP , ,49 973, , ,09 972,98 TO , ,10 992, , ,66 987,46 BR , ,74 878, , ,58 870,43 Estudos Técnicos CNM Volume 1 67

68 Finalmente, a seguir encontra-se o total somado dos municípios e estados, por matrícula, tanto de arrecadação própria quanto de transferências. Tabela 9 - Total dos Estados e Municípios por Matrículas UF Total Est. e Mun. disponível para educação fora do Fundeb por Matrícula no Ensino Infantil Fundamental e Médio nas Duas Redes AC ,85 865,18 AL ,02 494,21 AM ,29 567,92 AP ,53 933,81 BA ,03 460,50 CE ,11 448,88 DF , ,25 ES , ,59 GO ,40 774,72 MA ,54 338,97 MG ,67 752,13 MS ,64 884,49 MT ,04 776,33 PA ,78 384,93 PB ,95 503,98 PE ,77 519,07 PI ,30 438,73 PR ,60 809,23 RJ , ,36 RN ,98 667,48 RO ,04 724,89 RR , ,98 RS ,84 984,06 SC ,44 771,41 SE ,20 710,22 SP , ,56 TO ,72 840,80 BR ,06 782,67 68 Estudos Técnicos CNM Volume 1

69 7 20 ANOS DE SUS MUNICÍPIOS CUMPREM A EMENDA Nº 29/2000 Em outubro deste ano, completa 20 anos a promulgação da Constituição Federal, de 1988, a Carta que introduziu o Sistema Único de Saúde (SUS) e garantiu o acesso universal aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência. O SUS veio como um substituto mais democrático ao Instituto Nacional da Assistência Médica da Previdência Social Inamps, que previa a prestação de serviços públicos de saúde apenas aos trabalhadores com carteira assinada da economia formal. Embora a universalização do acesso à saúde no Brasil tenha sido um grande avanço, ainda existem percalços como a instabilidade e a insufi ciência de recursos fi nanceiros entre as três esferas governamentais federal, estadual e municipal. Além disso, impera uma distribuição desigual da receita fi scal entre esses entes, sobrecarregando os municípios, que fi cam com a menor parcela. A Emenda Constitucional nº 29 foi promulgada em 2000 para garantir um fi nanciamento mais estável e regular para a saúde, representando mais uma conquista da sociedade. A EC 29/00 veio estabelecer percentuais mínimos de aplicação em ações e serviços de saúde por meio de vinculações para o fi nanciamento das três esferas de governo. Foi aumentada a participação dos estados e dos municípios no seu fi nanciamento e reduzido o peso atribuído à União, além de serem desvinculados os recursos da saúde das contribuições sociais caso da Cofi ns e da CPMF que apresentam taxas de crescimento mais favoráveis que o PIB, segundo Oliveira (2001, p.38) e Dain (2001, p. 136). Foram adotados os seguintes critérios sob o ponto de vista legal, determinando: Em Lei Complementar, a base de cálculo para os gastos da União; e na Constituição Federal, (CF) a base de cálculo para estados e municípios. Flexibilidade para essa vinculação ao prever que a Lei Complementar será reavaliada pelo menos a cada 5 anos e estabelecerá os percentuais que cada ente deverá contribuir, os critérios de rateio, as normas de fi scalização e as normas de cálculo para a União. Nas disposições transitórias (até o ano de 2004), os percentuais de 12% e 15% para estados e municípios, respectivamente, e uma regra de transição para o ajuste gradual (porcentual inicial de pelo menos 7% em 2000 e redução da diferença em um quinto por ano). Nas disposições transitórias (até o ano de 2004), a base e a regra de cálculo para a União. Estudos Técnicos CNM Volume 1 69

70 A EC 29 alterou a divisão federativa do fi nanciamento do SUS Participação da União, Estados e Municípios no financiamento do SUS, 2000 e 2005 (Em %) ,80 15,40 % 72,70 % % 21,70% 27,00% 18,50% 59,80% 23,10% 49,90% União Estados Municípios A EC 29 vinculou ao artigo 198 da CF as seguintes receitas, e a Resolução nº 322/2003 incluiu as transferências da Lei Complementar nº 87/96 (Lei Kandir) como base de cálculo: Base de Cálculo Estadual Base de Cálculo Municipal ICMS (75%) ICMS (25%) IPVA (50%) IPVA (50%) ITCD IPTU Simples ISS IRRF IRRF Quota-parte FPE ITBI Quota-parte IPI - exportação (75%) Quota-parte FPM Transferência LC 87/96 - Lei Kandir (75%) Quota-parte IPI - exportação (25%) Dívida Ativa Tributária de Impostos Quota-parte ITR Multas, juros de mora e correção monetária Transferência LC 87/96 - Lei Kandir (25%) Dívida Ativa Tributária de Impostos Multas, juros de mora e correção monetária União: Determinou o artigo 77 do Ato de Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) a regra para a a) No ano de 2000, aumento de 5% em relação ao empenhado em ações e serviços públicos de saúde no exercício de b) Do ano de 2001 a 2004, o valor apurado no ano anterior corrigido pela variação nominal do Produto Interno Bruto (PIB). A EC 29 ajudou a consolidar o aumento da participação dos estados e dos municípios no fi nanciamento da saúde, como mostra a tabela abaixo, a partir dos dados do Siops (Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde). 70 Estudos Técnicos CNM Volume 1

71 Participação na Despesa com Saúde por nível de governo 1980/ % 7,2 9,5 11,8 90% 17,4 21,7 23,2 25,1 26,5 80% 17,8 18,9 15,4 Percentual na despesa 70% 60% 50% 40% 30% 75 71,7 72,7 18,8 63,8 18,5 59,7 20,7 56, ,8 52,9 50,7 Municípios Estados União 20% 10% 0% Fonte:Siops, texto Equipe Siops/Des/SCTIE/MS, julho Ano 1 Dificuldades na aplicação da Emenda 1.1 Ajuste fiscal Uma das principais difi culdades foi a necessidade de ajuste fi scal num contexto de crescente rigidez de despesa. Desde 1999, os três níveis de governo implementaram um forte ajuste fi scal com o objetivo de retomar uma trajetória de sustentabilidade fi scal que o país requeria. Em 2000, tanto a EC 29 como a Lei de Responsabilidade Fiscal entraram em vigor, exigindo, por um lado, níveis de despesa mínima na saúde, e, pelo outro, forte disciplina fi scal. O excesso de vinculações de receita e o crescimento das despesas obrigatórias dentre as quais, gastos com pessoal, previdência social e serviço da dívida tornaram o ajuste fi scal mais difícil. Diante desse cenário, o tipo de ajuste fi scal adotado nos três níveis de governo consistiu basicamente no aumento de receitas (diante da impossibilidade de compressão de despesas obrigatórias) e no corte de despesas de caráter discricionário. Em suma, devido ao ajuste fi scal e requisitos da LRF, os três níveis de governo tiveram difi culdades para atingir os níveis mínimos exigidos pela EC Critérios para a definição de ações e serviços públicos de saúde : o que excluir? A EC 29 introduziu o conceito de ações e serviços públicos de saúde e abriu espaço para várias interpretações e controvérsias, ocorrendo, na prática, variações no seu cálculo. Para a operacionalização desse conceito, o Conselho Nacional de Saúde baixou a Resolução nº 322/2003 para uniformizar o critério. Na União, a LDO de cada ano defi ne esse conceito. A opção por defi nir muitos critérios que diferem dos critérios orçamentários usuais para a exclusão de despesas não consideradas como ações e serviços públicos de saúde acrescenta custos adicionais e difi culdades para garantir a efi cácia e viabilizar a aplicação e a fi scalização da Emenda. Essa política de exclusão dos itens de despesa dá ênfase na execução de um orçamento, na rigidez e no formalismo, fazendo com que muitos esforços sejam perdidos em seguir os recursos e na busca da sua apropriação e contabilização correta. Avalia-se a saúde pela sua contabilidade e não pelos resultados alcançados pela aplicação dos recursos. 1.3 A União não cumpre a Emenda A União não cumpre a Emenda 29/00 porque inclui despesas que ensejam questionamentos tais como o Bolsa-Família, diversas ações na área de saneamento, Farmácia Popular e Saúde Suplementar. Estudos Técnicos CNM Volume 1 71

72 Houve também uma controvérsia na interpretação da base de cálculo para o cômputo do gasto, considerada base fi xa até que a Decisão nº 143/2002 do Tribunal de Contas da União (TCU) Plenário defi niu que o cálculo deveria ser realizado sobre a base móvel, o valor empenhado no ano anterior em ações e serviços públicos de saúde. A União também não gastou conforme a variação nominal do PIB considerando a base móvel acumulando perdas no valor de R$ 2,4 bilhões, segundo o PIB antigo, ou de R$ 2,7 bilhões se considerado o PIB novo. A tabela 1 traz o comparativo entre os gastos realizados pela União e os valores que deveriam ter sido gastos pelo critério de crescimento nominal do PIB em relação à base móvel, como determinado pelo TCU. O cálculo, realizado ano a ano, pelo PIB antigo aponta perdas acumuladas no valor de R$ 2,4 bilhões e, pelo PIB novo, perdas no valor de R$ 2,7 bilhões, de 2001 a Tabela 1 - Comparativo dos Gastos Federais com Ações e Serviços de Saúdede 2001 a 2006 Ano Gastos (empenhado/liquidado) Valor Mínimo PIB antigo Diferença Valor Mínimo PIB Novo Diferença R$ milhão R$ milhão , , ,20-65, , ,30-314, ,00-146, , ,40-949, , , , ,20 180, ,90 216, , ,40-632, ,90-856, , ,20 29, , ,00 Defasagem do Gasto da União em Ações e Serviços Públicos de Saúde - EC 29/00 Realizado X Cálculo do mínimo (PIB novo e antigo) , , ,00 R$ milhão , , , , ,00 0, Ano Gastos (dotação empenhada/liquidada) Valor Mínimo (PIB antigo) Valor Mínimo (PIB novo) 72 Estudos Técnicos CNM Volume 1

73 O substitutivo da Lei Complemetar nº 01/2003 prevê a vinculação de 10% das receitas correntes brutas da União. Os valores que deveriam ter sido investidos em saúde segundo esse parâmetro são apresentados e comparados com os gastos federais realizados na tabela 2 e no gráfi co abaixo. Tabela 2 - Gastos Federais e Valores Estimados (10% da Receita Bruta da União) Ano Gastos Federais Subt.PLP nº 01/ , , , , , , , , , , , ,75 Estimativa dos Gastos Federais em Ações e Serviços de Saúde: Comparativo dos gastos realizados com o PLP 01/ , , ,00 R$ milhão , , ,00 0, Ano Gastos Federais Subt.PLP nº 01/ Os Estados, em sua maioria, também não cumprem a Emenda Com base nos balanços gerais dos estados, a análise realizada pela equipe do Siops, referente ao exercício de 2005, aponta grandes divergências entre o que os estados declaram que aplicam em saúde e o que eles deveriam aplicar. Entre os 26 estados que enviaram os dados ao Siops, 20 estados declararam estar aplicando o mínimo de 12% em ações e serviços de saúde. No entanto, a equipe do Siops verifi cou que somente 8 estados cumpriram a aplicação de pelo menos 12% dos gastos em saúde; também apurou que os estados que não cumpriram a legislação, no conjunto, deixaram de aplicar R$ 3,4 bilhões em saúde. A seguir, encontra-se a tabela com as diferenças de cálculo entre as declarações dos estados e a apuração pela equipe do Siops para todos os estados. Estudos Técnicos CNM Volume 1 73

74 Tabela 3 - Aplicação dos Governos Estaduais em Ações e Serviços Públicos de Saúde, empenhado 2005 (R$ milhões) Declarado no Relatório Resumido(RREO) Análise da equipe responsável pelo SIOPS UF Receitas Despesas Mínimo Diferença % Receitas Despesas Mínimo Diferença % Vinculadas Rec. Próprios EC29 Vinculadas Rec. Próprios EC29 MG ,3% (771) 6,9% RS (483) 7,5% (744) 5,0% RJ ,5% (431) 8,9% PR (182) 9,6% (275) 8,9% GO ,1% (214) 7,2% SP ,0% (137) 11,7% PB ,7% (117) 7,6% MS ,9% (115) 7,4% CE ,7% (114) 9,7% MA (95) 8,5% (107) 8,9% PE ,1% (82) 10,6% ES ,1% (79) 10,2% SC ,6% (67) 10,8% SE ,1% (58) 9,3% PI ,6% (49) 9,6% AL ,1% (37) 10,3% MT ,5% (37) 10,9% AP (9) 11,3% TO ,0% (4) 11,8% PA ,4% ,0% RO ,2% ,2% AC ,0% ,5% BA ,1% ,1% RR ,7% ,7% RN ,0% ,7% DF ,5% ,5% AM ,2% ,5% Total (760) 12,4% (3.445) 10,3% % de Gastos dos Estados em "Ações e Serviços Públicos em Saúde", empenhado 2005 % Declarado X % Efetivo, segundo análise SIOPS % 21,5% Percentual de gastos em saúde 18% 12% 6% 5,0% 8,9% 8,9% 8,9% 6,9% 7,2% 7,4% 7,6% 11,7% 11,8% 12,0% 12,1% 12,2% 12,5% 11,3% 10,2% 10,3% 10,6% 10,8% 10,9% 9,6% 9,7% 9,3% 13,7% 13,7% 15,5% 0% RS MG GO MS PB PR RJ MA SE PI CE ES AL PE SC MT AP SP TO PA BA RO AC RR RN DF AM Estados % Declarado % SIOPS 74 Estudos Técnicos CNM Volume 1

75 Acima, o gráfi co ilustra os porcentuais de gasto em saúde que os estados declaram e compara com os porcentuais calculados pela equipe do Siops, referente ao exercício e Abaixo, o gráfi co compara os valores declarados pelos estados com os valores efetivamente aplicados em ações e serviços públicos de saúde segundo a legislação e cálculos realizados pela equipe do Siops, valores empenhados em Despesas em Ações e Serviços Públicos de Saúde, empenhado em 2005 Despesa declarada (RREO) X Despesa legal obrigatória (analisada pela Equipe do SIOPS, 2007) SP RJ BA MG DF PR AM PE SC RS PA CE ES RN MT GO MA RO TO AL PB PI SE MS AC AP RR R$ milhões em despesas em saúde SIOPS Declarado 1.5 Os municípios, em grande parte, estão conseguindo cumprir a EC 29 Segundo os gastos municipais em saúde coletados no Sistema de Informação do Orçamento Público em Saúde (Siops), aproximadamente 98% dos municípios cumpriram com a EC 29. Os gastos dos municípios passaram de 65,35%, atingindo o mínimo constitucional exigido em 2001 para 97,95% em Mesmo tratando-se das unidades federadas que menos arrecadam, os municípios investem em saúde, em média, 30% a mais que o mínimo determinado pela EC 29. Em 2006, o mínimo era de R$ 17,7 bilhões, e os municípios investiram R$ 23,7 bilhões, ou seja, R$ 6 bilhões a mais. Nos anos de 2005 e 2006, os municípios gastaram R$ 43,7 bilhões, R$ 10 bilhões a mais que o mínimo constitucional exigido. A participação dos municípios frente aos programas da União têm sido determinante na melhoria dos indicadores da saúde no país. Os municípios têm ampliado sua participação no fi nanciamento do SUS, porém, a distribuição da receita fi scal brasileira deixa aos municípios a menor parte. Estudos Técnicos CNM Volume 1 75

76 Tabela 4 - Quadro resumo da aplicação dos Recursos em Saúde conforme a Emenda Constitucional nº 29 - Fonte SIOPS/ DATASUS Número de Municípios I) Quantidade de Municípios que transmitiram (a+b) (a) Aplicou o percentual da EC (b) Não aplicou o percentual da EC II) Quantidade que não transmitiram (c+d) (c) Municípios que não informaram (d) Quantidade de Municípios sem balanço Quantidade de Municípios Existentes (I+II) Porcentuais I) Quantidade de Municípios que transmitiram (a+b) 96,86% 98,96% 98,79% 97,21% 95,75% 96,82% 87,72% (a) Aplicou o percentual da EC29 85,92% 65,35% 77,08% 85,05% 86,62% 96,94% 97,95% (b) Não aplicou o percentual da EC29 14,08% 34,65% 22,92% 14,95% 13,38% 3,06% 2,05% II) Quantidade que não transmitiram (c+d) 3,14% 1,04% 1,21% 2,79% 4,25% 3,18% 12,28% (c) Municípios que não informaram 3,47% 25,86% 31,34% 40,00% 44,92% 99,44% 100,00% (d) Quantidade de Municípios sem balanço 96,53% 74,14% 68,66% 60,00% 55,08% 0,56% 0,00% 76 Estudos Técnicos CNM Volume 1

77 8 ESTUDOS FISCAIS: ESTIMATIVAS DA PARTICIPAÇÃO DOS ENTES DA FEDERAÇÃO NO BOLO TRIBUTÁRIO Estimativas preliminares realizadas pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), que ainda podem ser alteradas pelos números defi nitivos da arrecadação municipal nas menores cidades do país em 2007, mostram que a fatia da carga tributária nas mãos da União bateu recorde no ano passado, apesar do crescimento das transferências para estados e municípios. Dos R$ 947 bilhões de impostos e contribuições pagos pela sociedade, 58,14% fi caram nas mãos da União, 25,27% com estados e 16,59% com municípios. A participação da União no bolo nunca foi tão elevada, o que se explica pela expansão de suas receitas bem acima do ritmo verifi cado nos governos subnacionais. Esses resultados foram calculados a partir dos dados de arrecadação e transferência entre os três níveis de governo. A carga tributária de 2007 atingiu 37,01% do PIB, sendo que 25,64% do PIB foram cobrados pela União, 9,59% pelos estados e 1,78% pelos municípios. A arrecadação tributária própria dos municípios é a maior de todos os tempos, mas ainda é insignifi cante diante das obrigações que as prefeituras têm assumido cada vez mais. O espaço constitucional que os municípios possuem para cobrar impostos é muito limitado também, o que exige que o sistema de transferências intergovernamentais seja o mais adequado possível para restabelecer o equilíbrio entre obrigações e fontes de receita de cada esfera da Federação. E interessante notar que as transferências constitucionais e legais da União para Estados e Municípios também têm crescido nos últimos anos, em decorrência de conquistas do movimento municipalista e da expansão recente do Imposto de Renda, que serve de base de cálculo do FPM/FPE. Como observado na tabela abaixo, as transferências totais passaram de R$ 39,7 bilhões em 2000 (3,37% do PIB) para R$ 105,5 Estudos Técnicos CNM Volume 1 77

78 bilhões em 2007 (4,12% do PIB). O aumento das transferências chegou, portanto, a 0,75 ponto porcentual do PIB (2/3 desse incremento foi parar nos municípios e 1/3 nos estados). Ocorre, entretanto, que o aumento da arrecadação tributária da União no mesmo período chegou a quase 5 pontos porcentuais do PIB de 20,80% em 2000 para 25,64% em Pode-se resumir a situação tributária com a seguinte comparação: para cada real a mais que a União arrecadou desde 2000, apenas 16 centavos foram repartidos com estados e municípios. Como os governos estaduais e municipais também não conseguiram aumentar suas receitas no mesmo nível da União, o resultado não poderia ser outro: a fatia do bolo tributário que permanece nas mãos da União depois de todas as repartições e transferências é a maior de todos os tempos. A tabela seguinte reproduz quanto da carga tributária total fi ca disponível para gasto em cada esfera da Federação. É desses números que se conclui, portanto, que 58,14% do bolo fi ca com a União e 16,59% com municípios. Além das transferências da União para estados e municípios, existem as transferências entre estados e municípios, como as da cota-parte do ICMS e do IPVA e as determinadas pelo Fundef/Fundeb, detalhadas mais adiante. As transferências totais recebidas pelos municípios (incluindo a proveniente de estados) passaram de R$ 42,6 bilhões em 2000 para R$ 111,5 bilhões em Em proporção do PIB, observa-se melhor quais das transferências efetivamente cresceram em termos reais. Destacam-se com crescimento o FPM (de 1,09% para 1,33% do PIB), os royalties em geral (de 0,10% para 0,19% do PIB), a cota do salário educação (de 0,02% para 0,08% do PIB) e o Fundef/Fundeb (de 0,67% para 0,98% do PIB). Essa expansão do Fundef/Fundeb deve-se em parte ao aumento do FPM, que tem parte de sua receita retida pelo fundo, e ao maior crescimento das matrículas do ensino fundamental (critério para rateio dos recursos) nos municípios, comparando com os estados. 78 Estudos Técnicos CNM Volume 1

79 Por outro lado, as transferências estaduais do ICMS e do IPVA estão praticamente estabilizadas, entre 2000 e 2007, com pequena ampliação de 1,63% para 1,70% do PIB. Já as transferências federais relacionadas às exportações (IPI-Exp, Lei Kandir e FEX) e aos investimentos em infra-estrutura (Cide) estão em queda no período analisado (de 0,10% para 0,08% do PIB). Observe-se que em 2000 ainda não existia a cobrança e a repartição da Cide, que só ocorre a partir de 2004, e, ainda assim, as transferências do grupo selecionado (IPI-Exp+LK+FEX+CIDE) eram maiores há oito anos do que atualmente. Isso se explica pela redução dos repasses da Lei Kandir e seu fundo complementar, o FEX, e pela estagnação da receita de IPI, que serve de base para a indenização dos estados exportadores de produtos industrializados (aqui chamado IPI-Exp). Nos últimos anos, a receita da Cide também tem decrescido, sendo um fato raro nas receitas federais, explicado pelos decretos que o governo baixou, reduzindo a cobrança da contribuição para compensar a cobrança da PIS/Cofi ns sobre os combustíveis. 1 Regionalização da carga tributária disponível dos municípios O crescimento das receitas próprias e das transferências não ocorre de modo homogêneo em todo o país, de modo que a fatia de cada região na carga tributária disponível dos municípios tem se alterado. A próxima tabela, por exemplo, mostra que a carga tributária disponível cresceu mais nos municípios das regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste (nessa ordem), com as regiões Sudeste e Sul apresentando as menores variações entre 2002 e Estudos Técnicos CNM Volume 1 79

80 Em 2002, as três regiões menos desenvolvidas do Brasil concentravam 31,9% da carga tributária disponível dos municípios. Hoje acumulam 33,4% uma ampliação de 1,5 ponto porcentual no bolo municipal. O bloco Sul-Sudeste, por sua vez, teve sua fatia reduzida de 68,1% para 66,6%. O lado bom desse fato é que a ampliação conquistada pelas regiões mais pobres se deu, principalmente, pela expansão das suas receitas próprias em nível mais elevado do que no Sul e Sudeste, como mostrado na tabela abaixo. O bloco NO-NE-CO detinha 17,9% das receitas tributárias dos municípios em 2002; hoje concentra 21,0%. Essa expansão se deu pelo incremento de todos os impostos e contribuições acima das do Sul-Sudeste, demonstrando um esforço por ampliar sua base própria de arrecadação e reduzir a dependência em relação à União e aos Estados. 80 Estudos Técnicos CNM Volume 1

81

82 Outro fator que colaborou para a ampliação da fatia do NO-NE-CO na carga tributária disponível dos municípios foi o aumento das transferências estaduais, principalmente aquelas decorrentes do ICMS e do Fundef, que no Sul e Sudeste cresceram menos. Isso ocorreu principalmente no Norte (110,9%) e Centro- Oeste (102,9%), com a dinâmica do Nordeste se aproximando mais da do Sudeste. Os municípios do Sul foram os que menos ganharam com as transferências estaduais, seja pela menor expansão local do ICMS, seja pela menor redistribuição de recursos decorrentes do Fundef/Fundeb regional. No agregado, entretanto, as transferências estaduais cresceram menos (85,8%) do que as federais (98,7%), o que refl ete o melhor desempenho dos tributos federais em relação aos estaduais no período analisado. 82 Estudos Técnicos CNM Volume 1

83 Estudos Técnicos CNM Volume 1 83

84 2 O critério de distribuição do ICMS Atualmente, a Constituição determina que 25% da receita de ICMS de cada estado seja distribuída para seus municípios e que essa repartição siga a seguinte regra: ¾ devem ser distribuídos por um critério conhecido como VA (Valor Adicionado) e ¼ por critérios de livre escolha de cada estado, que pode incluir o próprio VA, a população, a extensão territorial, etc. Na emenda constitucional da reforma tributária enviada ao Congresso, o governo retira da Constituição a obrigação de que a repartição de ¾ se dê pelo VA, remetendo a defi nição de uma nova regra à lei complementar. Enquanto não for aprovada e sancionada essa nova lei, entretanto, tudo continua como hoje. Hoje, os maiores benefi ciários desse sistema de partilha são os municípios produtores, que concentram grandes instalações industriais, refi narias, hidrelétricas, etc. O valor adicionado nesses municípios, em razão dessas atividades econômicas, é muito alto, resultando em elevadas fatias do ICMS. No Rio Grande do Sul, por exemplo, a fatia de Triunfo um município de habitantes chega a 2,9% do total distribuído, maior do que a de cidades industrializadas, como Gravataí, Novo Hamburgo, Pelotas e Bento Gonçalves. Em São Paulo, a fatia de Paulínia chega a 3,7% de todo ICMS paulista, menor apenas do que a da capital. Essa situação é injusta e incoerente com os sistemas tributários mais avançados do mundo, inclusive o proposto pelo governo para o ICMS, no qual a apropriação da maior parcela do imposto passa a ser do estado de destino da mercadoria, ou consumidor. Ora, se o imposto é repartido entre os estados de acordo com a lógica do consumo, não seria possível que sua subdivisão entre os municípios continuasse privilegiando os locais de produção, até porque, em muitos casos, o imposto referente a uma mercadoria produzida em determinado município não fi cará mais no estado desse município, e sim no estado do consumidor. Logo, como repartir ¾ de uma receita que não fi ca mais no estado? Mas, além de incoerente, esse sistema é altamente injusto, porque alguns municípios chegam a ter um retorno do ICMS 100 vezes maior do que outros em termos per capita. Em São Paulo, a diferença entre a maior receita per capita (Paulínia) e a menor (Francisco Morato) chega a138 vezes; no Rio Grande do Sul, a diferença entre a maior (Triunfo) e a menor (Alvorada) é de 68 vezes; e na Bahia, chega a 106 vezes a diferença entre a maior (São Francisco do Conde) e a menor (Mirante). Ou seja, o retorno do ICMS não guarda correspondência com o consumo (que é sobre o qual recai o imposto) nem com a necessidade do município, ocasionando uma séria distorção enquanto alguns têm poucos recursos e não conseguem cumprir suas obrigações, outros têm muito e desperdiçam. A mudança desse quadro exigiria, na opinião da CNM, que o peso do VA na repartição do ICMS fosse progressivamente reduzido e que, em seu lugar, se criassem outros parâmetros para a distribuição, como indicadores de consumo. Afi nal, são os consumidores que pagam os impostos e deveriam receber um retorno em termos de serviços públicos, o que só é possível com um nível de receita adequado em cada município. Como existem inúmeras difi culdades operacionais para mensurar o consumo em cada município, a população de cada município é um bom indicador transitório. 84 Estudos Técnicos CNM Volume 1

85 Se hoje pelo menos metade do ICMS fosse repartido de acordo com a população de cada município, a distribuição de recursos na esfera municipal seria mais equânime. As simulações realizadas pela CNM mostram que é reduzido o número de municípios perdedores. A seguir, foram reproduzidas as 10 maiores e as 10 menores receitas per capita de ICMS do Brasil: Paulínia encabeça a lista, com R$ por habitante, enquanto Passo do Lumiar (MA) recebe apenas R$ 11,00 por habitante, por ano. Em média, a receita per capita de ICMS dos municípios é de R$ 224,00 o que equivale à situação de Três Passos (RS). Estudos Técnicos CNM Volume 1 85

86 9 OS DETERMINANTES NA REELEIÇÃO DE PREFEITOS NOS PLEITOS DE 2000 E 2004 Este estudo busca analisar os possíveis determinantes de reeleição para o cargo de prefeito utilizando como base as eleições de 2000 e Foi feita uma análise de prefeitos candidatos à reeleição, comparandose sempre o grupo dos que se reelegeram com o grupo dos que não se reelegeram. Para se chegar aos fatores determinantes, foram testados conjuntos de variáveis capazes de interferir no sucesso ou no fracasso da reeleição, que englobam aspectos políticos, partidários, pessoais e fi scais. As variáveis analisadas foram as seguintes: se houve ou não troca de partido na candidatura à reeleição; comparação entre os partidos políticos utilizados; se foi usada alguma coligação partidária; infl uência do partido dos governos estadual e federal; porte do município; comparação entre as regiões; comparação entre os estados; quantidade de candidatos com que o prefeito disputou; dados de qualifi cação pessoal dos candidatos à reeleição (sexo, grau de instrução e idade); média de votos nas eleições do primeiro mandato; despesas no mandato anterior; média do IDH e do IRFS (índice da CNM) dos municípios onde o prefeito concorreu à reeleição. Em síntese, o estudo concluiu que nem o gasto de campanha, nem o troca-troca de partido e nem o volume de investimentos públicos têm infl uenciado no sucesso eleitoral dos prefeitos que disputaram a reeleição nos últimos dois pleitos municipais. Entre os fatores que mais interferem no sucesso da reeleição, o estudo comprova a infl uência da qualidade da administração exercida pelo prefeito em seu primeiro mandato, principalmente em termos de responsabilidade fi scal e de resultados sociais dos gastos públicos. O grau de instrução do candidato também apresentou uma relação direta com sua probabilidade de reeleição. Outro resultado curioso encontrado foi a relação signifi cativa entre a idade dos prefeitos candidatos e seus respectivos índices de reeleição. 1 Comparação dos grupos de prefeitos reeleitos e não reeleitos 1.1 Mudança de partido Para ser candidato a algum pleito, o cidadão precisa ser fi liado a algum partido. O partido é um espaço organizado legalmente, baseado na participação de seus integrantes, com o objetivo de se expressar politicamente, caracterizando a representação de uma parte da população. No Brasil, desde a redemocratização nos anos 80, é comum o candidato eleito trocar de partido após as eleições. A sociedade não vê essa dinâmica como algo leal, fi rme e constante. Esse olhar negativo dos eleitores sobre o troca-troca de siglas partidárias ocasionou, na década de 90, debates sobre fi delidade. Em consequência, desde o ano de 2007, os partidos e toda a sociedade discutem de quem são os mandatos: do candidato eleito, do partido, ou do eleitor? O tema fi delidade partidária está cada vez mais em voga. Diante dessa discussão, a forma que os eleitores optaram para expressar a indignação foi por meio do voto. A pesquisa demonstra que a troca de partido não é um fator que favoreça a reeleição do candidato. Com base nas eleições de 2000 e 2004, buscou-se identifi car se a troca de partido para concorrer ao segundo mandato de prefeito é importante ou não para a reeleição. Segundo os dados das duas últimas eleições municipais, os candidatos à reeleição trocaram de partido em aproximadamente 30% dos casos. 86 Estudos Técnicos CNM Volume 1

87 Os porcentuais de troca de partido mantiveram-se praticamente constantes entre os pleitos de 2000 e Em ambos, a proporção de troca de partido foi maior no grupo de não reeleitos do que no grupo que obteve sucesso, indicando que a estratégia de mudança de partido não ajuda na reeleição do candidato. A tabela a seguir mostra que a tendência à mudança de partido entre os grupos se mantém constante nos dois pleitos. Tabela 1 - Mudanças do Partido em Relação ao 1º Mandato Grupo % de não % de sim % de não % de sim de não reeleitos 69,42 30,58 67,99 32,01 de reeleitos 72,13 27,87 70,03 29,97 Total dos candidatos 71,00 29,00 69,18 30, Análise por partido dos candidatos que mudaram de partido As tabelas seguintes apresentam os partidos escolhidos pelos candidatos que trocaram de partido, a quantidade de candidatos à reeleição que ingressou em cada partido e os respectivos porcentuais de reeleição ou não desses grupos. Em 2000, o partido em que verifi ca-se o menor porcentual de reeleição dos novos membros foi o PT, mas isso só ocorreu porque apenas um prefeito ingressou nesse partido para concorrer ao segundo mandato. O PFL foi o partido mais escolhido pelos candidatos que resolveram mudar de partido, seguido pelo PSDB. Os partidos PP, PMDB, PFL, PL e PSDB tiveram, respectivamente, as maiores proporções de novos membros reeleitos. Já o PTB e o PPS apresentaram os menores porcentuais, indicando que os prefeitos que optaram por esses partidos tiveram menos sucesso na reeleição. Tabela 2. Quadro, por partido, de candidatos à reeleição que trocaram de partido em 2000 Novo Partido* Quantidade de Proporção de não reeleitos Proporção de reeleitos candidatos (em %) (em %) PP 77 29,87 70,13 PDT 28 46,43 53,57 PT PTB ,05 44,95 PMDB ,65 59,35 PL 45 42,22 57,78 PPS 44 52,27 47,73 PFL ,63 58,37 PSDB ,75 56,25 Total 944 *Seleção dos partidos que mais receberam candidatos Em 2004, vê-se que a quantidade de candidatos à reeleição que mudou de partido reduziu signifi cativamente. Apenas o PT apresentou maior número de candidatos do que em 2000, indicando que os prefeitos tentam aproveitar a infl uência da legenda do presidente da República para se reelegerem. Tendo em mente que em 2000 o PSDB foi o segundo que mais recebeu prefeitos candidatos ao segundo mandato e que o presidente na época era desse partido, fi ca nítida essa tendência. Identifi cou-se ainda que os candidatos à reeleição, quando trocam de partido, também tendem a mudar para o partido do governador do estado. Essa foi a razão pela qual o PSDB foi o partido que mais recebeu candidatos em Tomando o partido como exemplo, tanto no pleito de 2000 quanto no pleito de 2004, a maioria das trocas que tiveram o PSDB como destino, ocorreu em estados governados por esse partido. Os porcentuais de reeleição por partido de destino fi caram na faixa de 45% a 65%. Apenas o PP, em 2000, e o PPS, em 2004, obtiveram porcentual de reeleição de novos membros acima dessa faixa. Estudos Técnicos CNM Volume 1 87

88 Tabela 3. Quadro, por partido, de candidatos à reeleição que trocaram de partido em 2004 Novo Partido* Quantidade de Proporção de não eleitos Proporção de eleitos candidatos (em %) (em %) PP 41 39,02 60,98 PDT 16 37,50 62,50 PT 12 41,67 58,33 PTB 71 46,48 53,52 PMDB 72 45,83 54,17 PL 94 48,94 51,06 PPS 58 32,76 67,24 PFL 93 50,54 49,46 PSDB ,63 64,38 Total 617 * Seleção dos partidos que mais receberam candidatos. 1.3 Análise, por partido, dos candidatos que não mudaram de partido Analise-se agora a distribuição dos candidatos que permaneceram no mesmo partido em que haviam sido eleitos para primeiro mandato e seus respectivos porcentuais de reeleição. Tabela 4. Quadro, por partido, de candidatos à reeleição que se mantiveram no mesmo partido em 2000 Novo Partido* Quantidade de Proporção de não eleitos Proporção de eleitos candidatos (em %) (em %) PP ,4 57,5 PDT ,7 52,2 PT 71 35,2 64,7 PTB ,1 53,8 PMDB ,3 61,6 PL 91 38,4 61,5 PPS 18 22,2 77,7 PFL ,8 57,1 PSDB ,8 60,2 Total *Seleção dos partidos com maiores quantidades de candidatos Tabela 5. Quadro, por partido, de candidatos à reeleição que se mantiveram no mesmo partido em 2004 Novo Partido* Quantidade de Proporção de não eleitos Proporção de eleitos candidatos (em %) (em %) PP ,89 60,11 PDT 75 29,33 70,67 PT 96 38,54 61,46 PTB 98 47,96 52,04 PMDB ,93 57,07 PL 59 50,85 49,15 PPS 46 39,13 60,87 PFL ,75 61,25 PSDB ,78 61,22 Total *Seleção dos partidos com maiores quantidades de candidatos Ao observar os candidatos à reeleição que se mantiveram no mesmo partido do último mandato, vê-se que, em 2000, os índices de reeleição são maiores para quase todos os partidos, se comparados aos índices de reeleição daqueles que mudaram de partido. Nesse pleito os partidos que obtiveram o maior porcentual de candidatos reeleitos foram o PPS, o PT, o PMDB e o PL. 88 Estudos Técnicos CNM Volume 1

89 Considerando tanto os candidatos que mudaram de partido quanto aqueles que permaneceram no mesmo, observa-se que o PMDB, o PSDB e o PFL foram os partidos com o maior número de prefeitos candidatos à reeleição. Já em 2004, não se constata uma diferença muito signifi cativa entre os que mudaram de partido e os que permaneceram no mesmo. Os partidos tiveram porcentuais de reeleição próximos entre esses grupos. O PDT obteve o maior índice de reeleição entre os que permaneceram no mesmo partido. 2 Comparação entre os grupos de reeleitos e não reeleitos quanto às variáveis de desempenho sócioeconômico e fiscal dos municípios durante o primeiro mandato do candidato 2.1 Despesas primárias e de investimento Despesas de 1998 a 2000 Entre os principais fatores que podem interferir na reeleição dos prefeitos estão as despesas do candidato em seu último mandato. A próxima tabela, que informa a média de expansão das despesas primárias e de investimento entre 1998 e 2000, mostra que os candidatos reeleitos apresentam médias de crescimento de despesas maiores durante o primeiro mandato do que os não reeleitos. No geral, vê-se nesta comparação, que o grupo dos reeleitos apresentou maiores médias de crescimento. Tabela 6. Pleito de Médias de Crescimento por Grupo de Candidatos entre 1998 e 2000 Variáveis Não Reeleitos Reeleitos Crescimento da Despesa Primária 11,24% 13,57% Crescimento da Despesa de Investimento 8,84% 12,67% Despesas de 2001 a 2004 Comparando-se o grupo de reeleitos com o grupo de não reeleitos, vê-se que, nas eleições de 2004, os reeleitos também foram aqueles que apresentaram uma maior média de crescimento das despesas primárias e de investimento durante o primeiro mandato dos candidatos. O resultado da análise dos dois pleitos sugere que prefeitos dos municípios que mais ampliaram despesas primárias têm índice de reeleição maior. Tabela 7. Pleito de Médias de Crescimento por Grupo de Candidatos entre 2001 e 2004 Variáveis Não Reeleitos Reeleitos Crescimento da Despesa Primária 9,2% 14,5% Crescimento da Despesa de Investimento 59,9% 64,0% 2.2 IDH em 2000 Com base no IDH de 2000, observa-se que a média do IDH dos candidatos reeleitos e dos que não obtiveram êxito não possui uma grande variação. Os que se reelegeram tinham uma média de IDH pouco menor que a dos que não se reelegeram. Mas note-se a variação do crescimento do IDH entre 1991 e 2000 dos dois grupos: os reeleitos tiveram um aumento maior de seus IDHs do que os que não obtiveram êxito. Os dados indicam que o importante para o eleitor, na hora de decidir pela reeleição do seu atual prefeito, não é apenas o nível atual de IDH do município, mas também o melhor de seu índice apresentado durante o período. Estudos Técnicos CNM Volume 1 89

90 As correlações que serão apresentadas na seção seguinte mostram que há forte correlação positiva entre variação do IDH e sucesso na reeleição. Tabela 8 - Pleito de IDH por grupo de candidatos Não Reeleitos Reeleitos IDH em ,703 0,688 Crescimento do IDH entre 1991 e ,90% 16,67% 2.3 Médias do IRFS para o pleito de 2004 Ao se analisar o Índice de Responsabilidade Fiscal, Social e de Gestão dos municípios brasileiros (IRFS) produzido pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), vê-se que as médias do índice são maiores no grupo de candidatos à reeleição que obtiveram êxito. O IRFS-Fiscal, que mede o desempenho das fi nanças públicas municipais de acordo com as determinações e regras da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), é maior nos três anos analisados do grupo de candidatos reeleitos, mostrando que a boa administração fi scal tende a ser reconhecida pela população. Não é diferente com as outras duas dimensões do índice, a gestão e a social; nelas, o mesmo grupo teve maiores médias do que as dos que não conseguiram se reeleger. Tabela 9 Pleito de Médias do IRFS por Grupo de Candidatos Variáveis Não Reeleitos Reeleitos IRFS ,534 0,543 IRFS Fiscal 0,495 0,510 IRFS Gestão 0,465 0,476 IRFS Social 0,476 0,490 IRFS ,471 0,478 IRFS Fiscal 0,477 0,478 IRFS Gestão 0,455 0,466 IRFS Social 0,483 0,490 IRFS ,504 0,511 IRFS Fiscal 0,494 0,501 IRFS Gestão 0,534 0,543 IRFS Social 0,484 0,491 3 Uso de coligações políticas A maioria dos prefeitos reeleitos utilizou coligações políticas para disputar o novo mandato. Em 2000, 87% dos eleitos disputou a eleição por meio de coligações. Em 2004, esse número subiu para 93%. O grupo dos candidatos que não se reelegeu utilizou coligações partidárias em um porcentual um pouco menor do que o grupo que conseguiu se reeleger. Esse dado fornece uma indicação de que a coligação seja um fator importante para um resultado positivo na reeleição. Apesar da diferença no percentual de uso de coligação entre os dois grupos não ser expressiva, quando calcula-se a correlação entre essas variáveis, encontra-se uma associação positiva bem signifi cante, resultado que se mantém em ambos os pleitos analisados. O que é mais uma indicação de que o candidato que utiliza coligação tem maior chance de reeleição. Veja os resultados das correlações entre as variáveis no subtítulo 9.1 deste estudo. 90 Estudos Técnicos CNM Volume 1

91 Figura 1 Disputou as eleições coligado Não 2000 Sim 2000 Não 2004 Sim 2004 Candidatos a reeleição não eleitos Candidatos a reeleição eleitos 4 Média de votos dos candidatos à reeleição no primeiro mandato As tabelas seguintes visam a avaliar se os candidatos que lograram a reeleição foram mais bem votados no primeiro mandato do que aqueles que não foram reeleitos. Como pode-se observar, tanto nas eleições de 2000 como nas eleições de 2004, aqueles candidatos a prefeito que conseguiram se reeleger tiveram uma média de votos maior na eleição do primeiro mandato do que aqueles que não conseguiram se reeleger. Fazendo a correlação entre essas estatísticas, encontra-se evidência dessa mesma tendência, de que os prefeitos com maiores porcentuais de votos no primeiro mandato tendem a um melhor resultado no pleito da reeleição. Tabela 10 - de 2000 Porcentual de Votos Recebidos no Pleito do Primeiro Mandato Tabela 11 - Pleito de 2004 Porcentual de Votos Recebidos no Pleito do Primeiro Mandato Grupo de não reeleitos Grupo de reeleitos 48,9% 54,6% Grupo de não reeleitos Grupo de reeleitos 51,7% 55,7% 5 Influência do governo estadual Dos prefeitos reeleitos, cerca de 32%, em 2000, e 34%, em 2004, eram do mesmo partido do governo do seu respectivo estado. Dos que tentaram a reeleição e não tiveram sucesso em 2000, 31% pertencia ao partido do estado, enquanto que, em 2004, apenas 26% desse grupo não pertencia ao mesmo partido do governador. Em 2000, não houve diferença entre o porcentual de reeleição dos dois grupos. Já em 2004, o grupo que pertencia ao mesmo partido do governador obteve índice de reeleição expressivamente maior. Estudos Técnicos CNM Volume 1 91

92 Figura 2 Do mesmo partido do governo estadual Não 2000 Si m 2000 Não 2004 Si m 2004 Candidatos a reeleição não eleitos Candidatos a reeleição eleitos 5.1 Influência do governo federal Em relação à infl uência do partido do governo federal, foi constatado que, entre os prefeitos candidatos, aproximadamente 22%, em 2000, e 5%, em 2004, eram do partido do governo federal. Não há diferença em relação a essa variável quando se comparam os grupos de reeleitos e não reeleitos, resultado verdadeiro para os dois pleitos. Tabela 12 - Eram do mesmo partido do governo federal Grupo % de não % de sim % de não % de sim não reeleitos 78,78 21,22 95,50 4,50 reeleitos 78,12 21,88 94,95 5,05 Total 78,39 21,61 95,18 4,82 6 Gastos de campanha em 2004 A média de gastos de campanha foi elaborada apenas com base nas eleições de 2004, tendo em vista que não estão disponíveis esses gastos no pleito de Esses dados indicam que o gasto com campanha não é um fator que infl uencia na reeleição de prefeitos, pois tanto os reeleitos quanto os não reeleitos obtiveram uma média de gastos parecida. Uma explicação é que, como os candidatos são amplamente conhecidos por já terem exercido um primeiro mandato, o montante gasto com propaganda torna-se menos relevante que variáveis que medem seu desempenho nos primeiro quatro anos. Os dados para o pleito de 2004 mostram que não há correlação signifi cativa entre gasto com campanha e sucesso na reeleição. Veja as médias por grupo abaixo. Tabela 13 - Pleito de 2004 Grupo de não reeleitos Grupo de reeleitos Média de gastos na Campanha da Reeleição R$ ,69 R$ ,33 92 Estudos Técnicos CNM Volume 1

93 7 Comparação do grupo de prefeitos candidatos reeleitos com o grupo de não reeleitos quanto às variáveis de qualificação pessoal dos candidatos 7.1 Gênero Quanto à classifi cação por sexo, os dois grupos apresentam dados semelhantes. Tanto os candidatos eleitos quanto os não eleitos mostraram uma proporção semelhante entre homens e mulheres. Como o número de mulheres participando em eleições para prefeituras é muito reduzido no Brasil, observa-se que a proporção de candidatas à reeleição é extremamente menor que a de homens. No entanto, analisando as médias de reeleição por grupo, verifi ca-se que as mulheres candidatas obtiveram em 2000 um índice de reeleição 4% maior que os homens candidatos. Em 2004, essa tendência se inverteu e os candidatos do sexo masculino obtiveram um índice de reeleição próxima de 6% maior que as mulheres. As correlações mostram que não há uma associação linear signifi cativa entre sexo e sucesso na reeleição dos candidatos. Veja nas tabelas seguintes as proporções de homens e mulheres por grupo de candidatos e os porcentuais de reeleição de cada gênero. Tabela 14. Não reeleitos x Reeleitos x Sexo Sexo % Fem. % Masc. % Fem. % Masc. Grupo de não reeleitos 4,79 95,21 7,28 92,72 Grupo de reeleitos 5,58 94,42 5,43 94,57 Total 5,25 94,42 6,20 93,80 Tabela 15. Candidatos por sexo Sexo % Reeleitos % Nãoreeleitos % Reeleitos % Nãoreeleitos Total candidatas mulheres à reeleição 61,88 38,12 51,08 48,92 Total candidatos homens à reeleição 57,97 42,03 58,82 41, Grau de escolaridade A maioria dos candidatos eleitos e dos não eleitos possuem, no mínimo, formação em nível fundamental. Mas quando se compara o porcentual dos candidatos eleitos que não têm ensino fundamental completo em 2000 com o mesmo porcentual do grupo de não eleitos, vê-se que o primeiro grupo tem melhor formação. Essa diferença entre os grupos se ampliou ainda mais no pleito de Procurando aprofundar a análise dessa relação, a CNM calculou a correlação entre o fato de um candidato não ter formação mínima de ensino fundamental completo e o sucesso na reeleição,chegando a um resultado signifi cativo de associação negativa, o que indica que candidatos sem esta formação tendem a se reeleger menos. Tabela 16 - Possuíam formação mínima: Fundamental Formação mínima Fundamental % de não % de sim % de não % de sim Grupo de não reeleitos 18,17 81,83 17,77 82,23 Grupo de reeleitos 14,41 85,58 8,56 91,44 Total 15,98 84,02 12,40 87,60 Estudos Técnicos CNM Volume 1 93

94 Figura 3 Formação mínima Fundamental Candidatos a reeleição não eleitos Candidatos a reeleição eleitos 0 Não 2000 Sim 2000 Não 2004 Sim 2004 Os dados também indicam que a maioria dos dois grupos tem formação de ensino médio ou mais, cerca de 70% em 2000 e 74% em 2004,da mesma forma que na comparação anterior, quando foi analisada a formação mínima de ensino fundamental; nesse caso, o grupo dos reeleitos apresentou uma proporção de prefeitos que não têm sequer nível médio menor do que o grupo dos não reeleitos. Essa relação foi verdadeira para os dois pleitos analisados. A correlação com a reeleição dessa variável é positiva, ou seja, ter no mínimo formação média tem associação com maior ocorrência de reeleição. Tabela 17 - Possuíam formação mínima: Média Formação mínima Média % de não % de sim % de não % de sim Grupo de não reeleitos 32,73 67,27 29,98 70,02 Grupo de reeleitos 29,11 70,89 22,40 77,60 Total 30,63 69,37 25,56 74,44 Figura 4 Formação mínima Média Não 2000 Sim 2000 Não 2004 Sim 2004 Candidatos a reeleição não eleitos Candidatos a reeleição eleitos Quanto à formação em nível superior, cerca de 60% do total de candidatos em 2000 não possuíam tal formação. Esse número sofreu uma leve queda em 2004, baixando para 58%. O interessante é que, quanto a essa formação mínima, não há diferença significativa entre os grupos analisados. A correlação com o sucesso de reeleição também não se mostrou signifi cativa. A indicação é de que ter ensino superior não é determinante para reeleição. 94 Estudos Técnicos CNM Volume 1

95 Tabela 18. Possuíam formação mínima: Superior Formação mínima Superior % de não % de sim % de não % de sim Grupo de não reeleitos 60,40 39,60 57,92 42,08 Grupo de reeleitos 60,22 39,78 58,18 41,82 Total 60,30 39,70 58,07 41,93 Figura 5 Formação mínima Superior Candidatos a reeleição não eleitos Candidatos a reeleição eleitos 0 Não 2000 Sim 2000 Não 2004 Sim Faixa etária Nas eleições de 2000, a maioria dos prefeitos candidatos tinha entre 40 e 50 anos de idade, 42% do total. O segundo grupo mais numeroso está na faixa etária de 50 a 60 anos de idade. Consequentemente, a maioria dos prefeitos reeleitos (44%) tem entre 40 e 50 anos de idade, sendo seguidos pelo grupo etário de 50 a 60 anos (27%). O grupo menos numeroso de candidatos está entre os jovens de até 30 anos, mostrando que o grupo tem uma participação mínima nas candidaturas à reeleição para prefeituras, visto que já teriam que ter exercido um primeiro mandato. No entanto, como será mostrado a seguir, essa faixa etária, juntamente com a faixa de 30 a 40 anos, tem um bom índice de reeleição, indicando uma boa aceitação entre os eleitores. Tabela 19 - Não reeleitos x Reeleitos por faixa de idade (2000) 2000 Idade De 30 a 40 De 40 a 50 De 50 a 60 Acima de Até 30 anos anos anos anos 60 anos Grupo de não reeleitos 0,62 10,06 38,28 34,81 16,23 Grupo de reeleitos 1,01 16,53 44,17 27,44 10,85 Total 0,84 13,81 41,70 30,54 13,11 Nas eleições de 2004, as médias permanecem muito parecidas, estando o maior número de candidatos e reeleitos na faixa de 40 a 50 anos de idade. No entanto, constata-se um pequeno aumento no número de candidatos na faixa etária de 50 a 60 anos e uma pequena redução do grupo entre 40 e 50 anos. Quanto aos reeleitos, aumentou a reeleição de candidatos com mais de 50 anos e diminuiu a porcentagem de candidatos reeleitos com menos de 40 anos. Estudos Técnicos CNM Volume 1 95

96 Tabela 20 - Não reeleitos x Reeleitos por faixa de idade (2004) Idade Até 30 anos De 30 a 40 anos 2004 De 40 a 50 anos De 50 a 60 anos Acima de 60 anos Grupo de não reeleitos 0,43 7,28 35,12 37,26 19,91 Grupo de reeleitos 0,54 13,69 40,06 32,87 12,84 Total 0,49 11,02 38,00 34,70 15, Elegibilidade dos candidatos por idade De acordo com a análise dos porcentuais de elegibilidade de candidatos de cada faixa etária no ano de 2000, os dados indicam que os maiores índices de aprovação estão entre os candidatos que se encontram na faixa etária de 19 a 40 anos. Embora os grupos da faixa etária até 30 anos e de 30 a 40 anos tenham um número bem reduzido de candidatos, pode-se constatar que é o grupo com maior índice de reeleitos. Por outro lado, o grupo com o maior porcentual de rejeição encontra-se na faixa acima de 60 anos de idade, em que elegeram-se 48% do total de candidatos. Tabela 21 - Porcentual de probabilidade de elegibilidade por faixa etária (2000) 2000 Idade Até 30 anos De 30 a 40 anos De 40 a 50 anos De 50 a 60 anos Acima de 60 anos Grupo de não reeleitos 31,03 30,59 38,57 47,90 52,00 Grupo de reeleitos 68,97 69,41 61,43 52,10 48,00 Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 Na eleição de 2004, aumentou ainda mais a aprovação popular de candidatos na faixa etária de 30 a 40 anos de idade, sendo que 72% dos candidatos desse grupo foram reeleitos. Esse índice de aprovação é seguido pelo grupo de até 30 anos, que obteve um porcentual de aprovação de 63%. O grupo com maior índice de rejeição continuou sendo o acima de 60 anos. Tabela 22 - Porcentual de probabilidade de elegibilidade por faixa etária (2004) 2004 Idade Até 30 anos De 30 a 40 anos De 40 a 50 anos De 50 a 60 anos Acima de 60 anos Grupo de não reeleitos 36,36 27,53 38,50 44,73 52,54 Grupo de reeleitos 63,64 72,47 61,50 55,27 47,46 Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 Os resultados citados indicam uma relação uniforme entre idade e índice de reeleição. Candidatos com maior idade elegem-se proporcionalmente menos que candidatos mais novos. Os números das correlações entre idade e sucesso de reeleição corroboram esses resultados. Mostram que existe uma correlação negativa entre as variáveis. Isso signifi ca que candidatos mais velhos tendem a ser menos reeleitos. 96 Estudos Técnicos CNM Volume 1

97 8 Cálculo dos porcentuais de reeleição por região, por estado e por porte dos municípios 8.1 Porcentuais de reeleição por Região Comparando a proporção de reeleitos e não reeleitos entre as 5 regiões do país, conclui-se que, em 2000, a região que mais reelegeu foi a Nordeste, com índice de 65,3%, seguida pela Região Sul, com 59,3%. Em 2004, essas continuaram a ser as regiões com maior proporção de prefeitos reeleitos, sendo que a Sul apresentou um porcentual pouco maior que a região Nordeste. As regiões com os menores índices de reeleição em 2000 e em 2004 foram a Sudeste e a Norte. Tabela 24 - Porcentual de reeleição por região (2004) Tabela 23 - Porcentual de reeleição por região (2000) Pleito de 2000 Norte Nordeste Sudeste Sul Centrooeste % de não reeleitos 47,86 34,65 48,51 40,69 45,27 % de reeleitos 52,14 65,35 51,49 59,31 54,73 Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 Pleito de 2004 Norte Nordeste Sudeste Sul Centrooeste % de não reeleitos 43,09 39,79 45,11 38,75 41,75 % de reeleitos 56,91 60,21 54,89 61,25 58,25 Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100, Porcentuais de reeleição por estado Os estados que lançaram o maior número de candidatos à reeleição em 2000 foram Minas Gerais (540), São Paulo (386), Bahia (288), Paraná (264) e Rio Grande do Sul (259). Já os estados do Norte do país foram os que menos apresentaram candidatos à reeleição, sendo que Roraima lançou 5 candidatos, Amapá lançou 8 e Acre lançou 12. Como esperado, na maioria dos casos, estados com maior número de municípios apresentaram o maior número de prefeitos candidatos. A maior proporção de candidatos reeleitos em 2000 ocorreu nos estados do Nordeste, fi gurando o Ceará em primeiro lugar, totalizando 71,9% de reeleitos. O segundo estado com mais reeleitos nesse mesmo pleito foi o Rio Grande do Norte (71,3%), seguido do Piauí (70,8), de Pernambuco (70,2%) e da Paraíba (69,6%). Os estados com a menor proporção de reeleitos foram o Amapá (12,5%), Acre (41,6%) e Espírito Santo (45,2%). Veja os resultados para todos os estados na tabela a seguir. Estudos Técnicos CNM Volume 1 97

98 Tabela 25 - Quadro comparativo de candidatos à reeleição por Estado em 2000 Estados Quantidade de candidatos à reeleição % de não reeleitos % de reeleitos Total AC 12 58,33 41,67 100,00 AL 83 39,76 60,24 100,00 AM 47 51,06 48,94 100,00 AP 8 87,50 12,50 100,00 BA ,36 57,64 100,00 CE ,13 71,88 100,00 ES 42 54,76 45,24 100,00 GO ,17 55,83 100,00 MA ,81 60,19 100,00 MG ,19 54,81 100,00 MS 47 40,43 59,57 100,00 MT 76 50,00 50,00 100,00 PA 80 45,00 55,00 100,00 PB ,38 69,62 100,00 PE ,77 70,23 100,00 PI ,14 70,86 100,00 PR ,05 57,95 100,00 RJ 71 45,07 54,93 100,00 RN ,69 71,31 100,00 RO 35 51,43 48,57 100,00 RR 5 40,00 60,00 100,00 RS ,93 59,07 100,00 SC ,84 62,16 100,00 SE 46 45,65 54,35 100,00 SP ,11 46,89 100,00 TO 93 43,01 56,99 100,00 BR ,82 58,18 100,00 Nas eleições de 2004, em geral, manteve-se a relação entre o total de municípios do estado e o total de candidatos à reeleição. Os estados que lançaram o maior número de candidatos à reeleição foram Minas Gerais (334) e São Paulo (308), seguidos do Rio Grande do Sul (220), Bahia (156) e Paraná (135). Acre, Roraima, Rondônia e Amapá seguiram sendo os estados com menor quantidade de candidatos à reeleição. Estados do Nordeste mantiveram alto índice de reeleição, mas entre os maiores porcentuais fi guraram também estados do Sudeste, Norte e Centro-Oeste. O Acre, que no pleito anterior estava entre os estados com menor índice de reeleição, obteve a maior proporção de reeleitos entre seus candidatos (83,3%), seguido do Rio Grande do Norte (73,3%), Rio de Janeiro (70,7%), Sergipe (70,5%) e Mato Grosso (70,3%). Os estados com a menor proporção de reeleitos foram Roraima (33,3%), Maranhão (45,3%) e Minas Gerais (48,5%). 98 Estudos Técnicos CNM Volume 1

99 Tabela 26 - Quadro comparativo de candidatos à reeleição por Estado em 2004 Estados Quantidade de candidatos à reeleição % de não reeleitos % de reeleitos Total AC 6 16,67 83,33 100,00 AL 37 40,54 59,46 100,00 AM 34 38,24 61,76 100,00 AP 10 70,00 30,00 100,00 BA ,72 51,28 100,00 CE 61 37,70 62,30 100,00 ES 33 36,36 63,64 100,00 GO ,43 53,57 100,00 MA 86 54,65 45,35 100,00 MG ,50 48,50 100,00 MS 28 46,43 53,57 100,00 MT 54 29,63 70,37 100,00 PA 54 42,59 57,41 100,00 PB 78 34,62 65,38 100,00 PE 65 35,38 64,62 100,00 PI 89 31,46 68,54 100,00 PR ,44 55,56 100,00 RJ 41 29,27 70,73 100,00 RN 60 26,67 73,33 100,00 RO 14 35,71 64,29 100,00 RR 6 66,67 33,33 100,00 RS ,91 64,09 100,00 SC ,60 62,40 100,00 SE 34 29,41 70,59 100,00 SP ,23 58,77 100,00 TO 64 43,75 56,25 100,00 BR ,71 58,29 100, Porte do município O cálculo dos porcentuais de reeleição por porte de município indicou que não há uma relação uniforme entre o tamanho do município e o índice de reeleição. Nos dados apresentados nas tabelas seguintes, apenas verifi ca-se que os municípios de pequeno porte, ou seja, até 5 mil habitantes, são os com maiores porcentuais de reeleição. Tal resultado se manteve nos dois pleitos. Estudos Técnicos CNM Volume 1 99

100 Tabela 27 - Quadro comparativo de candidatos à reeleição por Porte de Município em 2000 Número de habitantes 2000 Porte do Município De 0 a De a De a De a Mais de % de não reeleitos % de reeleitos Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 Tabela 28 - Quadro comparativo de candidatos à reeleição por Porte de Município em 2004 Número de habitantes 2004 Porte do Município De 0 a De a De a De a Mais de % de não reeleitos % de reeleitos Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 * Veja, em anexo, a proporção de reeleitos por grupos de porte de município em cada região do país. 9 Análise de correlações e regressões 9.1 Correlações Buscou-se medir o grau de associação linear entre reeleição e as diversas variáveis que foram julgadas relevantes, bem como as correlações entre as variáveis selecionadas. Com isso, procurou-se determinar o quanto tais variáveis estão relacionadas com o sucesso de reeleição dos prefeitos Metodologia Por meio da matriz de correlação tomada aos pares de variáveis, se identifi caram aquelas que apresentaram maior interdependência com o sucesso de reeleição. Essas foram submetidas a um teste de correlação parcial, controlado pelas variáveis que se apresentaram multicorrelacionadas. Para cada caso, foram realizados vários testes de correlação parcial, nos quais se buscou eliminar a correlação que era decorrente da associação múltipla a uma terceira variável. Dessa forma, se apresentam apenas as correlações que se mostraram consistentes e signifi cativas Pleito de 2000 Para o pleito de 2000, calculou-se a associação linear entre as seguintes variáveis: reeleição; UF; região; partido político; se houve mudança do partido político; quantidade de candidatos concorrendo; se a candidatura se deu por coligação; sexo do prefeito candidato; grau de instrução; idade do candidato; se o partido atual é igual ao partido do governo do estado; se o partido atual é igual ao partido do governo federal; porte do município; porcentual de votos conseguidos pelo prefeito candidato quando ganhou o primeiro mandato; força do candidato (variável que consiste de uma composição entre o porcentual de votos no primeiro mandato e a quantidade de concorrentes); porcentual de reeleição no estado ao qual pertence o município do candidato; se o município pertence a região metropolitana; IDH de 2000 dos municípios; variação do IDH entre 1991 e 2000; despesas primárias e de investimento dos municípios nos anos de 1998, 1999 e Os resultados mais fortes foram: A utilização de coligação mostrou-se signifi cativamente correlacionada com o sucesso de reeleição, com associação positiva, mas com pequeno coefi ciente. O que indica que uso de coligação esta relacionado com melhores resultados na reeleição. 100 Estudos Técnicos CNM Volume 1

101 A idade do candidato tem correlação negativa com o sucesso de reeleição, o que corrobora a indicação de que candidatos mais velhos apresentaram menores índices de reeleição. O porte do município não apresentou correlação signifi cativa com reeleição. A variável força do candidato apresentou forte correlação positiva com reeleição. A força do candidato foi uma variável criada para medir o impacto de seu desempenho no pleito do primeiro mandato, na reeleição do candidato. Essa consiste da multiplicação do porcentual de votos válidos pela quantidade de concorrentes com porcentual de votos válidos acima de 3%. Verifi cou-se que os porcentuais de reeleição médios nos estados aos quais os municípios pertencem têm forte correlação positiva com a reeleição dos candidatos. Ou seja, o fato de o município se encontrar num estado onde se reelegem muitos prefeitos contribui para o sucesso de reeleição do respectivo prefeito. A variação do IDH do município do candidato entre os anos de 1991 e 2000 mostrou uma forte e muito signifi cativa correlação positiva com o sucesso de reeleição dos prefeitos. Os municípios com maior melhora nesse indicador reelegeram mais. O crescimento da despesa primária entre 1998 e 2000 também apresentou associação linear positiva muito signifi cativa com o sucesso de reeleição dos prefeitos. Já a variação, no mesmo período, da despesa com investimento não apresentou correlação com a reeleição dos candidatos. Os prefeitos considerados sem instrução apresentaram forte correlação negativa com o sucesso de reeleição, uma indicação de que prefeitos sem instrução se reelegem menos. Os dados também mostraram que a variável que diferencia os candidatos que têm no mínimo ensino fundamental completo daqueles que não têm essa formação mínima, é positivamente correlacionada com o sucesso de reeleição. Esse resultado nos indica que o grupo de candidatos prefeitos sem formação mínima de ensino fundamental leva desvantagem em relação aos demais quando buscam um resultado positivo na reeleição. A mesma relação anterior foi encontrada quando foram divididos os candidatos entre os que têm formação mínima de ensino médio completo e os que não a têm, indicando que ter formação média aumenta as chances de reeleição. Já quanto a ter formação mínima de ensino superior, não foi encontrada correlação signifi cativa entre essa variável e o sucesso na reeleição. Isso mostra que, considerando os dados do pleito de 2000, quanto mais o prefeito aumenta seu grau de instrução, até o nível médio completo, maiores são suas chances de sucesso na reeleição. Não foram encontrados indícios nas correlações de que um curso superior aumente as chances de reeleição do prefeito. Encontrou-se também uma correlação entre partido e uso de coligação, indicando que alguns partidos se coligam com maior frequência que outros. Finalmente, encontra-se uma correlação positiva entre o porte dos municípios e o grau de instrução do prefeito. Os municípios de maior porte populacional tendem a ser governados por prefeitos com maior grau de escolaridade Pleito de 2004 Para o pleito de 2004, calculou-se a associação linear entre as variáveis: reeleição; UF; região; partido político; se houve mudança do partido político; quantidade de candidatos concorrendo; se a candidatura se deu por coligação; sexo do prefeito candidato; grau de instrução; idade do candidato; se o partido atual é igual ao partido do governo do estado; se o partido atual é igual ao partido no governo federal; porte do município; porcentual de votos conseguidos pelo prefeito candidato quando ganhou o primeiro mandato; força do candidato (variável que consiste de uma composição entre o porcentual de votos no primeiro mandato e a quantidade de concorrentes); porcentual de reeleição no estado ao qual pertence o município do candidato; Estudos Técnicos CNM Volume 1 101

102 se o município pertence à região metropolitana; gasto com campanha dos prefeitos; despesas primárias e de investimento dos municípios nos anos de 2001 a 2004; IRFS dos municípios nos anos de 2002 a Os resultados mais fortes foram: A utilização de coligação novamente mostrou-se signifi cativamente correlacionada com o sucesso de reeleição, com associação positiva e um coefi ciente maior que no pleito de Como em 2000, a idade do candidato apresentou correlação negativa com o sucesso de reeleição, o que reforça a indicação de que candidatos mais velhos apresentaram maiores índices de reeleição. O porte do município não apresentou correlação signifi cativa com a reeleição. Diferentemente de 2000, a variável força do candidato não apresentou correlação signifi cativa com a reeleição. Novamente os percentuais médios de reeleição nos estados aos quais os municípios pertencem têm forte correlação positiva com a reeleição dos candidatos. O crescimento da despesa primária entre 2001 e 2004 apresentou forte associação linear positiva, com alta signifi cância, em relação ao sucesso de reeleição dos prefeitos. Novamente a variação da despesa com investimento não apresentou correlação signifi cativa. Esse resultado corrobora a indicação extraída do pleito de 2000, de que os municípios onde ocorreram maiores crescimentos da despesa primária, reelegeram com maior frequência seus prefeitos. Quanto ao grau de instrução dos candidatos, os resultados do pleito anterior se repetiram. Os resultados do presente pleito reforçaram a indicação de que prefeitos sem instrução se reelegem menos;como também a indicação de que possuir formação fundamental dá uma vantagem para os prefeitos em termos de reeleição, em relação àqueles que não possuem tal formação. O mesmo ocorre com ensino médio. Novamente chegou-se ao resultado de que possuir formação mínima superior não tem correlação signifi cativa com reeleição do candidato. O componente fi scal do IRFS foi o que apresentou maior correlação com a reeleição do candidato. A reeleição se mostrou correlacionada com o nível de IRFS dos 3 anos analisados, o mesmo ocorreu com os subíndices desse indicador. Novamente em 2004, o porte do município não se mostrou correlacionado com a reeleição dos candidatos. Por fi m, mais uma vez encontrou-se uma correlação positiva entre o porte dos municípios e o grau de instrução do prefeito, corroborando a indicação de que os municípios de maior porte populacional tendem a ser governados por prefeitos com maior grau de escolaridade. 9.2 Regressões Nesta seção buscou-se determinar o grau de dependência da reeleição dos candidatos em relação às várias variáveis analisadas. Procurou-se então estimar o impacto de cada variável relevante na probabilidade de reeleição dos candidatos Metodologia A regressão da variável binária reeleição se deu por meio do modelo probit pela estimativa por máxima verossimilhança. As regressões de cada pleito foram rodadas independentemente. Não foi possível realizar uma estimação em painel em razão das regras eleitorais do país, que limitam a reeleição dos candidatos a dois mandatos. Foram rodadas regressões com diferentes combinações de variáveis explicativas a fi m de se verifi car a consistência dos coefi cientes. Regrediram-se os mesmos modelos, com estimativas robustas. Na maioria das especifi cações selecionadas, os estimadores robustos se mostraram muito próximos aos 102 Estudos Técnicos CNM Volume 1

103 dos modelos originais. Um indicativo de que não há grandes problemas de heteroscedasticidade. Em alguns casos, foram realizadas regressões auxiliares de regressores sobre regressores a fi m de investigar melhor se há problemas de correlação entre eles. A seguir, apenas os principais resultados encontrados Pleito de 2000 As variáveis explicativas utilizadas foram as mesmas especifi cadas na análise de correlação apresentada anteriormente. Os principais resultados foram os seguintes: Como esperado, a quantidade de candidatos que concorrem no pleito teve coefi ciente com sinal negativo e muito signifi cante. Ou seja, quanto mais concorrentes, menor a probabilidade de o prefeito se reeleger. Segundo as estimativas, cada candidato a mais concorrendo com o prefeito diminui suas chances de reeleição em 10%. O uso de coligação política tem um impacto positivo na probabilidade de reeleição. O candidato que utiliza coligação tem probabilidade de reeleição 5% maior que aqueles que não utilizam. Do ensino fundamental incompleto ao ensino superior completo, cada grau de instrução a mais que o candidato possui aumenta sua probabilidade de sucesso. A variável força do candidato (um indicador de quão bem o prefeito se elegeu no primeiro mandato) mostrou infl uenciar positivamente a reeleição dos candidatos. O porcentual médio de reeleição no estado do qual o município faz parte, mostrou infl uenciar positivamente as chances de reeleição dos prefeitos. Ou seja, estar em uma localidade com alto índice de reeleição de prefeitos aumenta a probabilidade de reeleição. Outro resultado interessante, que se mostrou muito signifi cativo, foi o coefi ciente da variável idade do candidato. Corroborando o resultado das correlações, vê-se que, em média, o aumento da idade do candidato diminui suas chances de reeleição. A cada ano a mais que o candidato tenha, sua probabilidade de reeleição se reduz em 0,59 %. Prefeitos de municípios que têm maior crescimento de IDH se reelegem com maior probabilidade. Finalmente, prefeitos que mais expandem suas despesas primárias têm maior probabilidade de reeleição Pleito de 2004 Mais uma vez, as variáveis utilizadas na análise desse pleito foram as mesmas especifi cadas na análise de correlação anterior. Veja os principais resultados: Como em 2000, a quantidade de candidatos que concorrem no pleito mostrou coefi ciente com sinal esperado e muito signifi cante, corroborando a indicação de que quanto maior a quantidade de concorrentes menor a probabilidade de reeleição do prefeito. A diferença entre 2004 e 2000 foi no valor do coefi ciente dessa variável. A estimativa nesse caso é de que, a cada candidato a mais concorrendo a probabilidade de reeleição, diminui em 8%, enquanto que a estimativa de 2000 apontava 10%. O uso de coligação política continuou mostrando um impacto positivo na probabilidade de reeleição. Novamente, do ensino fundamental incompleto ao ensino superior completo, cada grau de instrução a mais que o candidato possui aumenta sua probabilidade de sucesso. Nessa estimativa os coefi cientes fi caram maiores que em A variável força do candidato continuou com coefi ciente positivo e signifi cante. Em 2004, o fato de o prefeito pertencer ao mesmo partido do governador do estado mostrou-se Estudos Técnicos CNM Volume 1 103

104 signifi cante em relação as suas chances de reeleição. Dado que não foi constatado em Mais uma vez, o porcentual médio de reeleição no estado do qual o município faz parte mostrou infl uenciar positivamente as chances de reeleição dos prefeitos. A idade do candidato novamente apresentou coefi ciente negativo. Nessa estimativa, a cada ano a mais que o candidato tenha, sua probabilidade de reeleição se reduz em 0,46 %. Da análise dos IRFS dos municípios, concluiu-se que os municípios que apresentam melhora no componente fi scal do índice (IRFSF) durante o mandato do prefeito têm maior probabilidade de reeleger seu prefeito. Finalmente, como em 2000, foi concluído que prefeitos que mais expandem suas despesas primárias têm maior probabilidade de reeleição. ANEXO Proporção de reeleitos por porte em cada região Nesta seção apresenta-se a análise do porcentual de reeleição por porte para cada região separadamente. Região Norte Nas eleições de 2000, os municípios da Região Norte que mais reelegeram foram os de mais de 100 mil habitantes (71,4%), seguidos por aqueles com menos de 5 mil habitantes (54,4%). A maior proporção de candidatos à reeleição que não foram eleitos nessa região ocorreu nos municípios de 25 a 50 mil habitantes. Nas eleições de 2004, as proporções foram diferentes. Os municípios que mais reelegeram foram os de 50 a 100 mil habitantes, sendo que aqueles com mais de 100 mil habitantes reelegeram menos. Região NORTE Eleições 2000 Municípios de 5 a 25 de 25 a 50 de 50 a mais de até 5 mil mil mil 100 mil 100 mil Total % de não reeleitos 45,59 49,29 50,00 47,62 28,57 47,86 % de reeleitos 54,41 50,71 50,00 52,38 71,43 52,14 Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 Região NORTE Eleições 2004 Municípios de 5 a 25 de 25 a 50 de 50 a mais de até 5 mil mil mil 100 mil 100 mil Total % de não reeleitos 34,04 50,00 41,18 20,00 57,14 43,09 % de reeleitos 65,96 50,00 58,82 80,00 42,86 56,91 Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100, Estudos Técnicos CNM Volume 1

105 Região Nordeste Nas eleições de 2000, os municípios da Região Nordeste que mais reelegeram foram os de porte pequeno, com menos de 5 mil habitantes (80,9%), seguidos pelos de mais de 100 mil habitantes (75,8%). A maior proporção de candidatos à reeleição que não obtiveram sucesso fi cou nos municípios na faixa de 5 a 25 mil habitantes (38,5%). Nas eleições de 2004, nessa região, as proporções de reeleitos seguiram os mesmos padrões do pleito anterior. Os municípios que mais reelegeram foram os de até 5 mil habitantes, sendo que os de 5 a 25 mil habitantes foram os que obtiveram a maior proporção de não reeleitos. Região NORDESTE Eleições 2000 Municípios de 5 a 25 de 25 a de 50 a 100 mais de até 5 mil mil 50 mil mil 100 mil Total % de não reeleitos 19,05 38,57 36,17 35,71 24,14 34,65 % de reeleitos 80,95 61,43 63,83 64,29 75,86 65,35 Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 Região NORDESTE Eleições 2004 Municípios de 5 a 25 de 25 a de 50 a 100 mais de até 5 mil mil 50 mil mil 100 mil Total % de não reeleitos 15,66 41,10 55,32 30,00 52,38 39,79 % de reeleitos 84,34 58,90 44,68 70,00 47,62 60,21 Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 Região Sudeste Nas eleições de 2000, os municípios da Região Sudeste com maior proporção de reeleitos foram os de até 5 mil habitantes, que elegeram 60,2% dos candidatos, seguidos pelos de mais de 100 mil habitantes (58,4%). A maior proporção de não reeleitos fi cou nos municípios de 50 a 100 mil habitantes. Nas eleições de 2004, as proporções foram diferentes. Os municípios que mais reelegeram foram aqueles com mais de 100 mil habitantes. Região SUDESTE Eleições 2000 Municípios de 5 a 25 de 25 a 50 de 50 a mais de até 5 mil mil mil 100 mil 100 mil Total % de não reeleitos 39,71 51,29 56,14 57,75 41,56 48,51 % de reeleitos 60,29 48,71 43,86 42,25 58,44 51,49 Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 Região SUDESTE Eleições 2004 Municípios de 5 a 25 de 25 a 50 de 50 a mais de até 5 mil mil mil 100 mil 100 mil Total % de não reeleitos 40,63 49,04 42,17 44,23 37,93 45,11 % de reeleitos 59,38 50,96 57,83 55,77 62,07 54,89 Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 Estudos Técnicos CNM Volume 1 105

106 Região Sul Nas eleições de 2000, os municípios da Região Sul que mais reelegeram foram os de até 5 mil habitantes (66,6%), seguidos pelos de 50 a 100 mil habitantes (60%). A maior proporção de não reeleitos ocorreu nos municípios de 25 a 50 mil habitantes (50%). Nas eleições de 2004, as proporções foram parecidas. Os municípios que mais reelegeram foram os de até 5 mil habitantes (73,9%). Região SUL Eleições 2000 Municípios de 5 a 25 de 25 a 50 de 50 a mais de até 5 mil mil mil 100 mil 100 mil Total % de não reeleitos 33,33 43,48 50,00 40,00 41,94 40,69 % de reeleitos 66,67 56,52 50,00 60,00 58,06 59,31 Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 Região SUL Eleições 2004 Municípios de 5 a 25 de 25 a 50 de 50 a mais de até 5 mil mil mil 100 mil 100 mil Total % de não reeleitos 26,09 49,55 41,67 29,17 43,75 38,75 % de reeleitos 73,91 50,45 58,33 70,83 56,25 61,25 Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 Região Centro-Oeste Nas eleições de 2000, os municípios da Região Centro-Oeste que mais reelegeram foram os de mais de 100 mil habitantes (66,6%). A maior proporção de candidatos não reeleitos ocorreu nos municípios de 5 a 25 mil habitantes (46,7%). Já nas eleições de 2004, os municípios de 50 a 100 mil habitantes fi caram bem à frente, com 75% de reeleitos entre os candidatos dos municípios desse porte. Os municípios onde os candidatos obtiveram menos sucesso foram os de mais de 100 mil habitantes. Região CENTRO-OESTE Eleições 2000 Municípios de 5 a 25 de 25 a de 50 a mais de até 5 mil mil 50 mil 100 mil 100 mil Total % de não reeleitos 45,45 46,77 41,67 41,67 33,33 45,27 % de reeleitos 54,55 53,23 58,33 58,33 66,67 54,73 Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 Região CENTRO-OESTE Eleições 2004 Municípios de 5 a 25 de 25 a de 50 a mais de até 5 mil mil 50 mil 100 mil 100 mil Total % de não reeleitos 36,62 45,74 47,06 25,00 50,00 41,75 % de reeleitos 63,38 54,26 52,94 75,00 50,00 58,25 Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100, Estudos Técnicos CNM Volume 1

107 10 ELEIÇÕES MUNICIPAIS 2008 E AS TENDÊNCIAS DOS ÚLTIMOS PLEITOS Este estudo revela o perfi l dos prefeitos e prefeitas eleitos nas eleições municipais de 2008, 2004 e 2000, fazendo uma comparação entre essas três eleições com base em variáveis como faixa etária, sexo e partido político. Este estudo também mostra a força dos maiores partidos nas últimas eleições. As últimas três eleições municipais vêm apresentando algumas mudanças que refl etem novas conjunturas políticas e culturais no país. O perfi l dos eleitos e as escolhas dos eleitores estão refl etindo novas tendências, que apontam, entre outras coisas, para: a eleição de candidatos mais jovens; o aumento progressivo do número de mulheres candidatas e eleitas; crescimento de partidos médios como PDT, PV, PC do B, PMN e PSB; e a redução progressiva dos grandes partidos como PMDB, PSDB, PP e DEM em números absolutos. 1 Metodologia As análises sobre os eleitos 2008 desta primeira parte foram feitas com base nos dados disponibilizados pelo Tribunal Superior Eleitoral na quinta-feira, 09 de outubro de 2008, referentes ao primeiro turno. Nesse momento ainda faltava o resultado das apurações de 50 municípios. Nas estatísticas não estão sendo contabilizadas cidades onde houve o segundo turno. 1.1 Eleitos por partido político nos três últimos pleitos Os partidos que mais elegeram prefeitos em 2008 foram o PMDB, o PSDB, o PT e o PP. O PMDB atingiu uma média nacional bem a frente desses outros partidos, com 21,6% de eleitos, totalizando prefeitos. O segundo partido que mais elegeu, o PSDB, teve uma média de 14,14% de eleitos, com 780 prefeitos. A legenda do governo federal (PT) veio em terceiro lugar, elegendo, até esse primeiro turno, 548 prefeitos, que representam 9,94% do total nacional. Fazendo uma análise comparativa das três últimas eleições, observa-se que o PT é o partido que mais vem ganhando força a cada eleição, apresentando o maior aumento de eleitos a cada pleito. Nessa eleição de 2008 foram eleitos 139 prefeitos a mais que em 2004, sendo que em 2004 elegeram-se 222 prefeitos a mais que em O PDT, o PSB, o PV, o PMN e o PC do B também são partidos que estão aumentando a sua projeção a cada eleição, embora ainda apresentem um número tímido de eleitos. O PMDB, o PSDB e o PP, os três partidos com maior projeção nacional em 2008, vêm apresentando uma trajetória decrescente no número de eleitos, reduzindo seus quadros de prefeitos(as) a cada eleição. No geral, o DEM e o PSDB são os partidos que mais vêm perdendo força a cada eleição, com um número signifi cativo de redução de eleitos. Estudos Técnicos CNM Volume 1 107

108 O PCB (Partido Comunista Brasileiro), o PCO (Partido da Causa Operária), o PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) e o PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unifi cado) são os quatro partidos que não lograram sucesso algum nas três últimas eleições, com nenhum candidato eleito. Esses números mostram que tais partidos, além de lançarem um número muito reduzido de candidatos para as prefeituras municipais, também apresentam um forte índice de rejeição do eleitorado brasileiro, que prefere candidatos dos grandes partidos com posições políticas não tão radicais. Figura 1 Força dos 5 maiores partidos nas 3 últimas eleições Eleição de 2000 Eleição de 2004 Eleição de PMDB PSDB PT PP DEM Foi possível constatar também que os partidos de cunho religioso, como o PSDC (Partido Social Democrata Cristão), o PTC (Partido Trabalhista Cristão) e o PSC (Partido Social Cristão) têm um índice de aceitação popular bem superior àquele apresentado pelos partidos de extrema esquerda citados anteriormente, pois englobam o eleitorado evangélico, que vem crescendo no país. O PSC teve sua maior projeção agora em 2008, quase alcançando o número de eleitos do PV. 108 Estudos Técnicos CNM Volume 1

109 Tabela 1 - Prefeitos/as Eleitos/as por Partido Partidos Eleitos 2000 Eleitos 2004 Eleitos 2008 % Eleitos 2008 PMDB - Partido do Movimento Democrático Brasileiro ,65% PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira ,14% PT - Partido dos Trabalhadores ,94% PP - Partido Progressista ,92% DEM - Democratas ,96% PTB - Partido Trabalhista Brasileiro ,47% PR - Partido da República ,93% PDT - Partido Democrático Trabalhista ,24% PSB - Partido Socialista Brasileiro ,60% PPS - Partido Popular Socialista ,39% PV - Partido Verde ,40% PSC - Partido Social Cristão ,09% PRB - Partido Republicano Brasileiro ,98% PMN - Partido da Mobilização Nacional ,78% PC do B - Partido Comunista do Brasil ,73% PRP - Partido Republicano Progressista ,29% PSL - Partido Social Liberal ,27% PTN - Partido Trabalhista Nacional ,27% PHS - Partido Humanista da Solidariedade ,24% PTC - Partido Trabalhista Cristão ,24% PRTB - Partido Renovador Trabalhista Brasileiro ,20% PSDC - Partido Social Democrata Cristão ,15% PT do B - Partido Trabalhista do Brasil ,15% PCB - Partido Comunista Brasileiro ,00% PCO - Partido da Causa Operária ,00% PSOL - Partido Socialismo e Liberdade ,00% PSTU - Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado ,00% Total ,00% 1.2 Faixa etária dos prefeitos eleitos nos três últimos pleitos Na análise por faixa etária, se verifi ca que o sucesso dos mais jovens nas eleições para prefeito vem crescendo a cada eleição. A faixa etária de 28 a 35 anos vem apontando um cenário de crescimento da participação e do sucesso dos jovens na condução dos executivos municipais. Os porcentuais de eleitos(as) subiram de 5,5% em 2000 para 8,3% em Segundo o índice de sucesso na eleição, da tabela 6, se vê também que não são somente os jovens que estão se candidatando mais, mas há fortes indicações de que o eleitorado está preferindo votar nesses candidatos, pois os índices de sucesso dos candidatos menores de 35 anos são maiores que os de maiores de 56 anos de idade. Estudos Técnicos CNM Volume 1 109

110 Tabela 2 - Proporção entre candidatos e eleitos Índice de Sucesso Faixa de Idade Candidatos % candidatos Eleitos % eleitos % Índice sucesso até 28 anos 122 0,80% 31 0,56% 25,41% de 28 a 35 anos ,52% 458 8,30% 35,02% de 36 a 45 anos ,80% ,45% 39,04% de 46 a 55 anos ,01% ,43% 37,35% de 56 a 54 anos ,77% ,54% 31,67% acima de 66 anos 783 5,10% 205 3,72% 26,18% Total ,00% ,00% 35,52% A faixa etária de 46 a 55 anos predomina nos três pleitos como o grupo de idade que apresenta o maior índice de prefeitos(as) eleitos(as) em 2000, 2004 e Nas eleições de 2008, a faixa entre 36 e 55 anos de idade englobou 70,8% dos prefeitos eleitos. Outro segmento que vem sofrendo mudanças é o dos políticos mais idosos. Antigamente, os candidatos maiores de 60 anos tinham maior aceitação entre os eleitores. Atualmente, tal tendência vem se modifi cando, uma vez que a proporção de prefeitos(as) eleitos(as) com mais de 66 anos vem diminuindo a cada pleito, seguindo o caminho contrário dos jovens. Em 2008, a média de idosos eleitos baixou a 3,7%, como se pode ver na tabela 7. Os eleitos com faixa etária entre 56 e 66 anos de idade também sofreram uma diminuição nesse último pleito. A tabela seguinte indica as proporções entre candidatos e eleitos por faixa etária em 2008, acompanhado pelo índice de sucesso de cada uma. Nota-se que o grupo que mais obteve sucesso, ou seja, que elegeu o maior número de candidatos, foi a faixa de 36 a 45 anos. Tabela 3 - Prefeitos Eleitos por Idade Faixa de Idade % Eleitos 2000 % Eleitos 2004 % Eleitos 2008 até 28 anos 0,7% 1,3% 0,5% de 28 a 35 anos 5,5% 6,3% 8,3% de 36 a 45 anos 31,1% 32,8% 33,4% de 46 a 55 anos 38,3% 37,1% 37,4% de 56 a 66 anos 17,1% 17,7% 16,5% acima de 66 anos 5,3% 4,8% 3,7% Total 100,0% 100,0% 100,0% 1.3 Sexo dos(as) prefeitos(as) nos três últimos pleitos As eleições de 2008 mostraram que o número de prefeitas eleitas continua em ascensão, com um aumento porcentual de 1%, em relação a 2004, e de 3,2% em relação a No entanto, tais números indicam uma progressão muito lenta na eleição das mulheres que, no entanto, estão se candidatando cada vez mais. Em 2008, houve candidatas a prefeita (10,36% do total) no país, sendo 65 a mais do que em 2004, quando houve candidatas (9,53% do total). Tabela 4 - Prefeitos/as eleitos/as por sexo Sexo Eleitos/as 2000 Eleitos/as 2004 Eleitos/as 2008 Feminino 5,9% 8,1% 9,1% Masculino 94,1% 91,9% 90,8% Total 100,0% 100,0% 100,0% 110 Estudos Técnicos CNM Volume 1

111 Nessas eleições de 2008, do total de prefeitos eleitos, 9,16% foram mulheres e 90,84% foram homens, totalizando 505 mulheres eleitas nesse primeiro turno e homens eleitos. Como se pode observar nas tabelas anexas, divididas por estado, observa-se que o Norte e o Nordeste são as regiões que mais elegem mulheres. Os estados que tiveram a maior proporção de mulheres eleitas foram Alagoas (19,8%) e Amapá (17,6%). Roraima foi o único estado que não elegeu mulheres para suas prefeituras. Roraima é seguida pela região Sul, que apresenta os menores índices de eleição feminina no país. O Rio Grande do Sul foi o estado com a menor proporção de mulheres eleitas (4,6%), seguido por Santa Catarina (5,0%). Tabela 5 - Eleições 2008 Sexo Candidatos % Candidatos Eleitos % Eleitos Masculino ,01% ,84% Feminino ,99% 505 9,16% Total ,00% ,00% 2 Resultados finais das eleições municipais de 2008 Esta segunda parte deste estudo apresenta os resultados colhidos após as eleições do segundo turno. As informações foram coletadas no TSE em 27 de outubro de 2008, após a conclusão das apurações do segundo turno. Nesse momento, cinco municípios ainda enfrentavam problemas na defi nição dos gestores eleitos. O PMDB foi o partido com maior projeção nacional, elegendo 22% dos prefeitos do país (totalizando gestores). O segundo partido que mais elegeu foi o PSDB, que conquistou 786 prefeituras (14%). Em seguida, veio o PT, que assumirá 559 prefeituras em 2009 (10%). Quanto à quantidade de votos válidos obtidos, se vê que o PT sobe uma posição, pois foi o segundo partido mais votado nessas eleições, obtendo 15,2% dos votos válidos. O PSDB foi o primeiro mais votado, com 22,1% dos votos válidos. No total, foram reeleitos prefeitos no país; 66% dos candidatos à reeleição. Houve reeleição em 19 capitais, referentes aos seguintes estados: RR, AC, AL, BA, RO, CE, ES, GO, MT, MS, PA, PB, PI, PR, RS, SC, SE, SP e TO. Estudos Técnicos CNM Volume 1 111

112 Tabela 6 - Quantidade de Municípios com prefeitos eleitos UF Municípios Obtidos % AC ,0% AL ,0% AM ,0% AP ,0% BA ,0% CE ,0% ES ,0% GO ,6% MA ,0% MG ,0% MS ,0% MT ,3% PA ,3% PB ,0% PE ,5% PI ,0% PR ,7% RJ ,0% RN ,0% RO ,0% RR ,0% RS ,0% SC ,0% SE ,0% SP ,0% TO ,0% Total ,9% Os partidos políticos que mais se destacaram, além de PMDB, PSDB e PT, foram o PP, com 555 prefeitos eleitos e o DEM, com 500 prefeitos eleitos. Entre os partidos mais tradicionais, o PTB fez 414 prefeitos, o PDT fez 347, o PR fez 382 e o PSB fi cou com 311. Já entre os menores, o PPS fez 130 prefeitos e o PV conseguiu eleger 76 prefeitos. Alguns partidos de extrema esquerda como PCO, PSTU, PCB e PSOL não obtiveram êxito em nenhuma cidade. 112 Estudos Técnicos CNM Volume 1

113 Tabela 7 - Quantidade de eleitos por partido Partido Prefeitos % PMDB % PSDB % PT % PP % DEM 500 9% PTB 414 7% PR 382 7% PDT 347 6% PSB 311 6% PPS 130 2% PV 76 1% PSC 58 1% PRB 55 1% PMN 43 1% PC do B 41 1% PSL 16 0% PRP 16 0% PTN 15 0% PHS 13 0% PTC 13 0% PRTB 11 0% PT do B 8 0% PSDC 8 0% PSOL 0 0% PCB 0 0% PSTU 0 0% PCO 0 0% Total % Ao somar os votos válidos recebidos por todos os prefeitos eleitos, nota-se que o PMDB obteve 12 milhões de votos (22% do total), seguido do PT, com 8,5 milhões (15,2%), após, o PSDB, com 7,8 milhões (14%) e o DEM, com 7,1 milhões (12,7%). Esses quatro grandes partidos obtiveram mais de 50% do total de votos válidos nessas eleições. Estudos Técnicos CNM Volume 1 113

114 Tabela 8 - Quantidade de votos válidos por partido Partido Votos Válidos % PMDB ,1% PT ,2% PSDB ,0% DEM ,7% PP ,5% PDT ,5% PTB ,0% PSB ,9% PR ,6% PPS ,5% PV ,5% PC do B ,0% PSC ,8% PRB ,6% PMN ,3% PRP ,1% PRTB ,1% PTC ,1% PSL ,1% PHS ,1% PTN ,1% PSDC ,1% PT do B ,1% PSOL 0 0,0% Com essa última atualização dos dados e de acordo com a contagem por sexo, constatou-se que foram eleitos (90,9%) prefeitos e 505 (9,09%) prefeitas. Seis mulheres concorreram ao segundo turno nas maiores cidades do país. A candidata Rosinha Garotinho (PMDB) foi eleita em Campos dos Goytacazes (RJ), e a candidata à reeleição Marília Campos (PT) foi reeleita em Contagem (MG). Tabela 9 - Prefeitos(as) Candidatos(as) e Eleitos(as) por Sexo Qtde. Candidatos Qtde. Homens Eleitos 1º Turno º Turno Total (90,9%) Qtde. Candidatas Qtde. Mulheres Eleitas 1º Turno º Turno 6 2 Total (9,09%) 114 Estudos Técnicos CNM Volume 1

115 11 OS RESULTADOS DO FENÔMENO DA REELEIÇÃO EM 2008 E UMA COMPARAÇÃO COM OS DOIS ÚLTIMOS PLEITOS MUNICIPAIS As análises das reeleições em 2008 nesta primeira parte do estudo foram feitas com base nos dados disponibilizados pelo Tribunal Superior Eleitoral em 09 de outubro de 2008, resultados do primeiro turno. Como o TSE ainda não havia divulgado o resultado de 50 municípios, a CNM entrou em contato com o tribunal e obteve as informações sobre reeleição. A possibilidade de reeleição para presidente, governador e prefeito foi aprovada no Brasil em 1998, e, a partir daí, vem sendo amplamente praticada nos poderes executivos do país. Inúmeros prefeitos do país vêm obtendo grandes índices de aprovação da população local e logrando um segundo mandato. Com base nos últimos estudos da CNM, que analisou as eleições de 2000 e 2004, foi constatado que, em 2000, 63,8% dos prefeitos se candidataram à reeleição. Em 2004, esse número caiu para 40,2%, pois já havia uma grande quantidade de prefeitos exercendo o segundo mandato. Em 2008, as candidaturas à reeleição voltaram a subir, atingindo 60,35% e obtendo o maior sucesso das três últimas eleições (66,88% de reeleitos). Tabela 1 - Candidatos à Reeleição Prefeito não foi candidato 36,2% 59,8% 39,65% Prefeito foi candidato 63,8% 40,2% 60,35% Em 2000, do total de prefeitos eleitos, 37,1% foram reeleitos. Em 2004, o total de reeleitos foi de 23,6%, caindo em função de que muitos já estavam no seu segundo mandato e não podiam mais concorrer a uma reeleição. Esses números indicaram que estava havendo uma grande renovação no comando das prefeituras, pois índices de renovação acima de 60% nos governos municipais dão a entender que a população estava optando por novos prefeitos a cada eleição. Em 2008, o índice de reeleição cresceu, atingindo 40,36% dos prefeitos eleitos no país, ou seja, prefeitos eleitos em 2008 vão dar continuidade ao primeiro mandato. Esse dado indica uma nova tendência no cenário nacional que, em sua maioria, optou por manter o prefeito que já estava no poder, não renovando os quadros. Esse ano houve candidatos à reeleição, sendo reeleitos 2.245, ou seja, 66,88% dos prefeitos que se candidataram à reeleição obtiveram êxito. Tabela 2 - Eleitos e Reeleitos Eleitos em 1º Mandato 62,9% 76,4% 59,64% Reeleitos 37,1% 23,6% 40,36% Estudos Técnicos CNM Volume 1 115

116 Analisando o índice de sucesso na reeleição por estado, observa-se que em 2008 os estados do Norte e Nordeste continuam com os maiores índices de sucesso na reeleição entre os prefeitos que se candidataram novamente. O Ceará (75,0%), a Paraíba (74,3%) e o Acre (73,3%) foram os estados onde os prefeitos obtiveram maior sucesso na reeleição de O Mato Grosso foi o estado que menos reelegeu em 2008 (49,4%), seguido pelo Amazonas (51,6%). O Ceará também fi gurou em primeiro lugar no índice de sucesso na reeleição de prefeitos por UF em O Rio Grande do Norte também sempre está entre os estados onde os prefeitos obtêm maior sucesso na reeleição, fi gurando em 2º lugar, em 2000 e 2004, e em 4º em Analisando a quantidade de prefeitos reeleitos por estado (números absolutos), Minas Gerais e São Paulo são os estados com os maiores números de reeleitos nas 3 últimas eleições, pois são os estados que agregam o maior número de municípios do país. Tabela 3 - Índice de sucesso na reeleição de prefeitos por UF Municípios Qtde. candidatos à reeleição Reeleitos % de Reeleitos Qtde. candidatos à reeleição Reeleitos % de Reeleitos Qtde. candidatos à reeleição Reeleitos % de Reeleitos ,7% ,3% ,3% ,2% ,5% ,0% ,9% ,8% ,6% ,5% ,0% ,5% ,6% ,3% ,7% ,9% ,3% ,0% ,2% ,6% ,7% ,8% ,6% ,2% ,2% ,4% ,9% ,8% ,5% ,6% ,6% ,6% ,7% ,0% ,4% ,4% ,0% ,4% ,6% ,6% ,4% ,3% ,2% ,6% ,7% ,9% ,5% ,2% ,0% ,6% ,4% ,9% ,7% ,2% ,3% ,3% ,1% ,6% ,3% ,1% ,0% ,3% ,5% ,1% ,1% ,4% ,2% ,4% ,5% ,4% ,6% ,2% ,9% ,8% ,4% ,0% ,3% ,3% ,2% ,3% ,9% A análise das reeleições por partido também mostra que os partidos que mais reelegeram em 2008 foram o PMDB (23,74%), o PSDB (14,39%), o PP (9,62%) e o PT (9,27%), seguindo a tendência geral. 116 Estudos Técnicos CNM Volume 1

117 Tabela 4 - Prefeitos Reeleitos no 1º Turno por Partido 2008 Partidos Eleitos % PMDB ,74% PSDB ,39% PP 216 9,62% PT 208 9,27% PTB 190 8,46% DEM 187 8,33% PR 181 8,06% PDT 133 5,92% PSB 119 5,30% PPS 47 2,09% PRB 22 0,98% PV 20 0,89% PSC 14 0,62% PMN 14 0,62% PC do B 10 0,45% PHS 5 0,22% PTN 5 0,22% PRP 5 0,22% PSL 4 0,18% PTC 3 0,13% PRTB 3 0,13% PT do B 2 0,09% PSDC 1 0,04% PSOL 0 0,00% PCB 0 0,00% PSTU 0 0,00% PCO 0 0,00% Total ,00% 1 Resultados finais da reeleição nas eleições municipais de 2008 A seguir, seguem-se os resultados fi nais da reeleição em 2008, computando-se também as vitórias do segundo turno. Conforme as análises anteriores, o porcentual de sucesso na reeleição dos prefeitos, com os resultados do primeiro turno, foi de 66%. Após apurado o segundo turno, essa proporção se manteve. Dessa forma, para a próxima legislatura (2009 a 2012), (40,77%) prefeitos estarão à frente de suas cidades pela 2º vez, indicando que suas primeiras administrações foram aceitas pelas suas comunidades. O total de prefeitos em primeiro mandato na legislatura seguinte será de (59,23%). Tabela 5 Situação dos Prefeitos de Qtde. % total Municípios Quantidade de prefeitos em 1º mandato ,23% Quantidade de Reeleitos ,77% Total de prefeitos ,00% Estudos Técnicos CNM Volume 1 117

118 Concorreram à reeleição prefeitos, destes, obtiveram êxito, ou seja, exatamente 65,97% deles. Essa foi a maior taxa de sucesso da reeleição desde 2000, ano em que houve a primeira reeleição para prefeitos. Dos candidatos, não se reelegeram. Tabela 6 Situação dos Reeleitos - Eleições 2008 Qtde. % total candidatos Quantidade de Candidatos a Reeleição Quantidade de Reeleitos ,97% Quantidade de Não-Reeleitos ,03% O quadro seguinte apresenta os resultados dos candidatos à reeleição e os que obtiveram êxito em cada um dos estados da Federação. Pode-se ver algumas alterações de comportamento ao longo das três últimas eleições. Agora em 2008, o estado que teve a maior taxa de reeleição foi a Paraíba, com 74,1%, seguido do Acre, com 73,3% e o Ceará, com 73,2%. Tabela 7 - Índice de sucesso na reeleição de prefeitos por UF (atualizado de acordo com o 2º turno) Municípios Qtde. candidatos à reeleição Reeleitos % de Reeleitos Qtde. candidatos à reeleição Reeleitos % de Reeleitos Qtde. candidatos à reeleição Reeleitos % de reeleitos ,7% ,3% ,3% ,2% ,5% ,7% ,9% ,8% ,0% ,5% ,0% ,5% ,6% ,3% ,2% ,9% ,3% ,2% ,2% ,6% ,0% ,8% ,6% ,0% ,2% ,4% ,5% ,8% ,5% ,5% ,6% ,6% ,7% ,0% ,4% ,6% ,0% ,4% ,6% ,6% ,4% ,1% ,2% ,6% ,7% ,9% ,5% ,7% ,0% ,6% ,3% ,9% ,7% ,2% ,3% ,3% ,7% ,6% ,3% ,0% ,0% ,3% ,5% ,1% ,1% ,2% ,2% ,4% ,5% ,4% ,6% ,0% ,9% ,8% ,0% ,0% ,3% ,3% ,2% ,3% ,0% 118 Estudos Técnicos CNM Volume 1

119 Em 2008, os partidos políticos que mais tiveram candidatos reeleitos foram o PMDB, com 541 (23% do total); o PSDB, com 327 (14%); o PP, com 220 (9%) e o PT, com 211 (9%). Tabela 8 - Quantidade de Prefeitos Reeleitos nas eleições de 2008 por partido Partidos N de reeleitos % PMDB ,87% PSDB ,43% PP 220 9,71% PT 211 9,31% PTB 189 8,34% DEM 186 8,21% PR 180 7,94% PDT 134 5,91% PSB 120 5,30% PPS 48 2,12% PRB 23 1,02% PV 20 0,88% PSC 13 0,57% PMN 14 0,62% PC do B 12 0,53% PHS 5 0,22% PTN 5 0,22% PRP 5 0,22% PSL 4 0,18% PTC 3 0,13% PRTB 3 0,13% PT do B 2 0,09% PSDC 1 0,04% PSOL 0 0,00% PCB 0 0,00% PSTU 0 0,00% PCO 0 0,00% Total ,00% Estudos Técnicos CNM Volume 1 119

120 12 ANÁLISE DO ORÇAMENTO DO MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE NO PERÍODO DE 2002 A 2007 O governo federal desviou R$ 3,2 bilhões de royalties que deviam ter sido aplicados em meio ambiente de 2002 a A Confederação Nacional de Municípios (CNM) levantou as fontes de fi nanciamento e os gastos no setor de meio ambiente com o objetivo de conhecer as possibilidades de fortalecimento da gestão ambiental municipal. O estudo identifi cou o montante que realmente é aplicado no setor, com base no orçamento do Ministério do Meio Ambiente (MMA). Um dos resultados que mais impressionou foi a descoberta de quanto do orçamento do MMA foi desviado, ou seja, foi contingenciado para a realização do superávit primário. Na tabela 1, apresentam-se os totais anuais da previsão orçamentária para os recursos provenientes de royalties (petróleo, minerais e recursos hídricos) vinculados ao MMA, assim como os totais efetivamente arrecadados e aqueles aplicados na sua fi nalidade original. Nessa mesma tabela, também é apresentado por ano o total de recursos desviados para o superávit primário. A receita prevista de royalties (petróleo, minerais e recursos hídricos) vinculados ao MMA foi de R$ 4,3 bilhões entre 2002 e 2007, a arrecadação vinculada chegou a R$ 3,81 bilhões e o efetivamente aplicado (dinheiro pago) foi de apenas R$ 606 milhões. Ou seja, cerca de R$ 3,2 bilhões de royalties do meio ambiente foram retidos pelo governo federal para futuro pagamento de juros da sua dívida. Esse tipo de desvinculação informal fere o espírito da Lei do Petróleo e o bom senso, segundo o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski. 120 Estudos Técnicos CNM Volume 1

121 Tabela 1 - Análise de Execução dos Royalties Relacionados ao Orçamento do MMA Royalties Direcionados ao MMA Total Período 1. Previsão (Autorizado) Total arrecadado destinado ao MMA Royalties Petróleo Compensação Util. Recursos Hídricos Royalties Itaipu CFEM (IBAMA)* Total aplicado (PAGO+ RAP) % do previsto que foi aplicado 44,70% 23,70% 18,80% 15,00% 6,10% 6,10% 14,10% 8. % do arrecadado que foi aplicado 49,30% 16,20% 21,00% 18,30% 6,10% 9,20% 15,90% 10. Total desviado ( arrecadado - pago) Estudos Técnicos CNM Volume 1 121

122 Com o argumento de que não teria dinheiro para garantir a preservação da Amazônia, por exemplo, o Brasil que tem a maior fl oresta tropical do mundo vem negociando com o governo da Noruega uma doação de U$ 100 millhões/ano, o equivalente a R$ 170 milhões anuais, para sua preservação. A Noruega tem um fundo de U$ 3 bilhões (U$ 600 milhões/ano) para ser distribuído em cinco anos aos países que têm fl orestas tropicais, com o objetivo de reduzir a emissão de gases nocivos que causam o efeito estufa. De 2001 a 2007, entretanto, o governo brasileiro só gastou R$ 149 milhões dos seus recursos próprios para o programa Amazônia Sustentável, menos do que pretende receber por ano da Noruega. Ou seja, ele tem pedido para os organismos internacionais, mas não tem feito o dever de casa. Para o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, esse problema existe porque nunca houve uma discussão séria em torno do assunto, como foi feito com os gastos na saúde, por exemplo. É preciso criar salvaguardas para que o governo, ao receber o dinheiro da Noruega, não troque seis por meia dúzia, ou seja, que não substitua as fontes normais da receita pelo dinheiro norueguês. É preciso aumentar os investimentos na área de meio ambiente, no mínimo, na mesma proporção, avaliou. Até 2002, o governo realizava a estratégia de contingenciamento sutilmente. De lá para cá, a prática do desvio de recursos se tornou tão institucionalizada que o governo criou uma espécie de fundo para, logo na previsão orçamentária, poupar esses recursos é a chamada Reserva de Contingência. Os recursos destinados a essa reserva sequer são alocados nos orçamentos dos programas do MMA. A legislação determina que esses recursos que são, na maior parte, provenientes dos royalties de petróleo, de recursos hídricos e minerais sejam gastos com meio ambiente, mas o governo utiliza a reserva para tentar cumprir apenas contabilmente essa vinculação. Esses valores, que em 2003 representavam 5% do total do orçamento do MMA, passaram para, aproximadamente, 37% em 2007, sendo que os recursos provenientes de royalties começaram a ser destinados para esta conta em 2003 (ver evolução da participação dessa conta do total do orçamento do ministério no gráfi co 1). Gráfi co 1 Evolução da Relação entre Reserva de Contingência e Total do Orçamento (Autorizado) 0,400 0,350 0,300 0,250 0,200 0,150 0,100 0,050 0, A CNM também calculou quanto dos royalties recebidos pelo ministério são destinados à reserva de contingência e concluiu que essa participação cresceu progressivamente a partir de 2003, de 27,4% para 89,4% em 2007 (ver gráfi co 2). Isso deixa claro que gradualmente o governo institucionalizou a destinação de recursos de royalties para o pagamento de juros da dívida. Olhando a previsão orçamentária para o corrente ano, constata-se que 100% dos recursos estimados para a arrecadação de royalties, com vinculação ao ministério, correspondem a exatamente a previsão para a conta Reserva de Contingência no ano. 122 Estudos Técnicos CNM Volume 1

123 Gráfi co 2 Evolução da Parcela dos Royalties Recebidos pelo Ministério que é Destinada à Reserva de Contigência (Autorizado) 100,0% 90,0% 80,0% 70,0% 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% Além do montante que é desviado preliminarmente no orçamento do ministério por meio da Reserva de Contingência, grande parte dos recursos alocados para os programas não é executada. Entre 2001 e 2007, o governo executou R$ 7,4 bilhões do orçamento de meio ambiente, mas pouco mais da metade disso foi utilizado para pagamento de apoio administrativo, ou seja, pessoal ativo do ministério. Outros 13% do total (R$ 961 milhões) foram gastos com a previdência de inativos e pensionistas. Ou seja, apenas 36 % foram executados em programas, sendo que, dentre esses, ainda há gastos como serviços da dívida externa do ministério, que somaram aproximadamente R$ 240 milhões no período. Apenas um programa do ministério teve um total de recursos pagos superior a esse montante, o Programa de Prevenção e Combate ao Desmatamento, Queimadas e Incêndios Florestais (Florescer), com um total de R$ 268,6 milhões. Na tabela 2, a seguir, pode-se ver não apenas essas informações sobre os programas com maior valor pago no período, como também os porcentuais de execução de cada um deles. Entre os que tiveram a pior execução, destaca-se o programa Amazônia Sustentável; de um total de recursos autorizados de R$ 537,5 milhões, foi efetivamente pago apenas 27,8% desse valor. Programa (Cod) Programa Autorizado (A) Pago + RAP (B) % de Execução (B) / (A) 0750 APOIO ADMINISTRATIVO ,5% 0089 PREVIDENCIA DE INATIVOS E PENSIONISTAS DA UNIAO ,2% 0503 PREVENCAO E COMBATE AO DESMATAMENTO, QUEIMADAS E INCENDIOS FLORESTAIS - FLORESCER ,5% 0906 OPERACOES ESPECIAIS: SERVICO DA DIVIDA EXTERNA (JUROS EAMORTIZACOES) ,2% 0499 AREAS PROTEGIDAS DO BRASIL ,0% 0511 GESTAO DA POLITICA DE MEIO AMBIENTE ,1% 0501 QUALIDADE AMBIENTAL ,8% 0502 AMAZONIA SUSTENTAVEL ,8% 0508 CONSERVACAO, USO SUSTENTAVEL E RECUPERACAO DA BIODIVERSIDADE ,3% 0506 NACIONAL DE FLORESTAS ,7% 0495 PROAGUA - GESTAO ,2% 0497 GESTAO DA POLITICA NACIONAL DE RECURSOS HIDRICOS ,3% Demais programas ,2% Total ,4% Ao realizar uma análise de execução comparativa das fontes de royalties com as demais fontes do ministério, a CNM observou que, ao longo do período de 2002 a 2007, o grau de execução dos recursos de royalties diminui drasticamente, enquanto ocorre um sutil crescimento da execução das demais fontes (ver gráfi co a seguir). Estudos Técnicos CNM Volume 1 123

124 Gráfi co 3 Comparativo da Execução das Fontes do MMA 90,0% 80,0% 70,0% 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% Percentual de Execução dos Royalties Previstos Percentual de Execução das Demais Fontes do MMA Previstas Este estudo teve como ponto de partida a necessidade de se discutir o fi nanciamento do Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama), instituído em 1981 por meio da Lei nº 6.938, conforme foi feito em outras políticas públicas como a saúde, a educação e a assistência social, por exemplo. Para a CNM, só será possível conquistar resultados expressivos para a preservação e a manutenção ambiental em um momento em que todo o mundo se volta para o Brasil quando o assunto é preservação no dia em que os três entes federados trabalharem de forma cooperada e articulada, a fi m de otimizar os recursos e ampliar as ações, tendo como eixo o artigo 18 da Constituição: A República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. 124 Estudos Técnicos CNM Volume 1

125 13 A FORÇA DOS PARTIDOS POLÍTICOS NO CENÁRIO NACIONAL DE 2000 A 2008 As eleições municipais de outubro de 2008 representaram um fato novo na política brasileira nos últimos oito anos. Pela primeira vez desde 2000, o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) administrará o maior número de municípios, a maior população e terá em suas mãos os maiores PIBs e receitas orçamentárias do país. Essa é a conclusão do presente estudo da Confederação Nacional de Municípios (CNM), divulgado em 20 de novembro, que traz uma análise sobre o poder dos partidos políticos no Brasil de 2000 a De acordo com os dados da avaliação, o PMDB conquistava, desde 2000, o maior número de prefeituras, não mantinha, porém, a tendência de governar os maiores e mais ricos municípios brasileiros. A análise comprova que o PMDB fi cava com uma parcela bem menor de PIB e de orçamento na soma dos municípios que administrou durante os mandatos de 2000 e 2004, em comparação com o Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Apenas em 2008 o PMDB alcançou os maiores números. O estudo teve como base a análise do total de eleitores, da população, do PIB e do orçamento dos municípios que cada partido administrou nos últimos mandatos e administrará a partir de Além disso, a pesquisa realizou uma análise para se compreender quais são os partidos mais fortes nas cinco regiões do país, nas capitais e nas maiores cidades. Em 2000, o cenário era outro. Nesse ano, o Partido dos Trabalhadores se destacou amplamente. Embora estivesse governando apenas 187 prefeituras, naquele período o partido administrou praticamente o dobro de população, de PIB e de orçamento que o PMDB, que estava à frente de municípios. Aquela época já demonstrou a preferência do eleitorado das metrópoles do país pelo PT, que naquele contexto era oposição ao governo federal. No entanto, em 2004, outro partido de oposição se destacou. Nesse período, foi o PSDB quem governou a maior população, o maior PIB e os maiores orçamentos do país. No entanto, em 2008, ainda com a administração do PT no governo federal, o poder foi deslocado do PSDB para o PMDB e para o Partido Democrata (DEM), que vão administrar os maiores PIBs e orçamentos do país. Os outros partidos políticos com boa representatividade no âmbito municipal são o Partido Progressista (PP), o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), o Partido Democrático Trabalhista (PDT) e o Partido Socialista Brasileiro (PSB), sendo que, nas eleições de 2004 e agora em 2008, o PDT administra signifi cativo orçamento e PIB, tornando-se uma quinta força política, rivalizando com o PTB e o PP. Quando se observa a presença dos partidos nos municípios de maior porte, fi ca clara a crescente dominância do PT nos maiores centros urbanos e capitais do país desde Conforme a análise, os municípios com mais de 300 mil habitantes têm uma forte tendência a eleger prefeitos do PT. O segundo partido mais eleito nas grandes cidades é o PSDB, que, no entanto, não vem mantendo uma reta ascendente. O PMDB e o PFL/DEM têm um nível de aceitação bem mais reduzido nos municípios de grande porte. Estudos Técnicos CNM Volume 1 125

126 Tabela 1 - Poder nos municípios com mais de 300 mil habitantes Partidos 2000: Nº de municípios 2004: Nº de municípios 2008: Nº de municípios PT PSDB PMDB PFL/DEM Quantidade de Cidades acima de hab por partido Ano 2000 Ano 2004 Ano PT PSDB PMDB PFL/DEM Quando se trata da presença dos partidos por regiões do país, vê-se que PMDB, PSDB e PFL são os partidos que mais dominam as cinco regiões. A presença do PMDB é muito forte no Sul do país, onde vem dominando nas três últimas eleições. Já o Nordeste, que vinha sendo dominado pelo PFL desde 2000, passou agora a maioria das suas prefeituras para o PMDB. O Sudeste e o Centro-Oeste apresentam forte presença do PSDB. Já o Norte vem apresentando uma alternância de poder a cada pleito, que variou entre PFL, PSDB e PMDB. Em 2008, o PMDB deu um grande salto e passou a dominar quatro regiões do país, não ganhando apenas no Sudeste, que manteve o PSDB com maior força. Tabela 2 - Partidos dominantes por região Regiões Norte PFL PSDB PMDB Nordeste PFL PFL PMDB Centro-Oeste PSDB PSDB PMDB Sudeste PMDB PSDB PSDB Sul PMDB PMDB PMDB A comparação entre as capitais demonstra que o poder vem oscilando nas três últimas eleições. Agora em 2008, o PMDB está rivalizando com o PT, fi cando cada um com 6 capitais sob seu domínio. 126 Estudos Técnicos CNM Volume 1

127 Tabela 3 - Partidos das Capitais dos Estados Partidos Ano 2000 Ano 2004 Ano 2008 PMDB PSDB PT DEM PP 1-1 PTB PDT PSB Outros Total Eleições de 2000 De forma mais detalhada, percebe-se que, na eleição municipal de 2000, o partido político que deteve o maior número de municípios foi o PMDB, com prefeituras conquistadas, administrando uma população de 27 milhões de pessoas e um orçamento de R$ 13 bilhões. Em segundo lugar vinha o PFL (atual DEM), com prefeituras, uma população de 23 milhões e um orçamento de R$ 11 bilhões. O PSDB, partido do presidente da República na época, conquistou 989 prefeituras, com 26 milhões de pessoas e um orçamento de R$ 14 bilhões. Naquela eleição, fi cou bem nítida a força do bloco governista PFL/PSDB, que administrou, de 2000 a 2004, cidades e um orçamento de mais de R$ 25 bilhões. O PT, que era o principal partido de oposição ao governo na época, obteve 187 prefeituras, com uma população de 29 milhões de pessoas e um orçamento de R$ 20 bilhões, sendo vencedor em grandes centros urbanos, capitais e regiões metropolitanas. Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) que cada um desses partidos administrou, constatou-se que o PT detinha a parcela maior do PIB (com R$ 382 bilhões), seguido do PMDB (com R$ 184 bilhões), do PSDB (com R$ 207 bilhões) e do PFL (com R$ 154 bilhões). O eleitorado à disposição de cada um desses partidos estava dividido da seguinte forma: o PT tinha 19 milhões de eleitores, o PMDB detinha 17 milhões, o PSDB era o preferido de 16 milhões e o PFL possuía 15 milhões de eleitores. Tabela 4 Por partido Partidos Qtde. de Municípios População em 2000 Eleitores em 2000 PIB total em 2002 Receita orçamentária em 2001 PMDB PSDB PT PFL PP PTB PDT PSB Outros Total Estudos Técnicos CNM Volume 1 127

128 Tabela 5 Por Região Partidos Qtde. de Municípios População em 2000 Eleitores em 2000 PIB total em 2002 Receitas orçamentárias em 2001 Centro-Oeste Norte Nordeste Sudeste Sul Total Uma análise detalhada da tabela a seguir evidencia a presença e a força dos partidos por região. Verifi ca-se que, em 2000, o PSDB foi maioria apenas no Centro-Oeste. Nas regiões Norte e Nordeste, houve uma forte dominância do PFL, principalmente no Nordeste. Já nas regiões Sudeste e Sul, predominavam governos liderados pelo PMDB. Na Região Sudeste também havia uma forte presença do PSDB. Tabela 6 Força dos partidos por região Partidos Centro-Oeste Norte Nordeste Sudeste Sul PMDB PSDB PT PFL PP PTB PDT PSB Outros Total A tabela a seguir indica a presença dos partidos nos municípios com mais de 300 mil habitantes em O PT foi o partido mais presente nessas cidades, tomando 16 das 65 prefeituras dos maiores municípios brasileiros. O segundo partido mais dominante nesses municípios foi o PSDB, que tinha 13 prefeituras. Entre as capitais, também houve a mesma tendência, uma vez que o PT assumiu 6 capitais, e o PSDB e o PMDB assumiram 4 cada. Tabela 7 - Municípios com mais de 300 mil habitantes Partidos Centro-Oeste Norte Nordeste Sudeste Sul PMDB PSDB PT PFL PP PTB PDT PSB Outros Total Estudos Técnicos CNM Volume 1

129 Tabela 8 Presença dos partidos nas capitais e no interior Partidos Capital Interior Total PMDB PSDB PT PFL PP PTB PDT PSB Outros Total As eleições de 2004 Nas eleições municipais de 2004, a correlação de forças mudou um pouco. O PMDB continuou sendo o campeão, com a conquista de cidades, administrando uma população de 25 milhões de pessoas e um orçamento de R$ 20 bilhões. Em segundo lugar, estava o PSDB, com 871 cidades, uma população de 37 milhões e um orçamento de R$ 37 bilhões. Em terceiro, estava o PFL, com uma queda importante para 788 municípios, uma população de 22 milhões e um orçamento de R$ 17 bilhões. O PT obteve um crescimento signifi cativo, passando para 409 cidades, com uma população de 25 milhões e um orçamento de R$ 20 bilhões. No eleitorado à disposição dos partidos, o PMDB continuou com os 17 milhões, o PSDB com 25 milhões, o PT com 16 milhões e o PFL com 15 milhões de eleitores. Estudos Técnicos CNM Volume 1 129

130 Tabela 9 Por partido Partidos Quantidade de Municípios População em 2004 Eleitores em 2004 PIB total em 2004 Receitas orçamentárias de 2005 PMDB PSDB PT PFL PP PTB PDT PSB Outros Total Tabela 10 Por Região Partidos Quantidade de Municípios População em 2004 Eleitores em 2004 PIB total em 2004 Receitas orçamentárias de 2005 Centro Oeste Norte Nordeste Sudeste Sul Total Centro-Oeste continuou a ser fortemente dominado pelo PSDB, seguido do PMDB. O Nordeste continuou a ter forte presença do PFL, enquanto o Sul manteve forte presença do PMDB. Tabela 11 Força dos partidos por Região Partidos Centro-Oeste Norte Nordeste Sudeste Sul PMDB PSDB PT PFL PP PTB PDT PSB Outros Total Na análise da força dos partidos nos municípios com mais de 300 mil habitantes, constata-se que, em 2004, o PT e o PSDB empatam na liderança dos municípios desse porte. No entanto, o PT ganhou quatro capitais a mais que o PSDB, mantendo sua tendência de estar no poder na maioria das capitais do país. 130 Estudos Técnicos CNM Volume 1

131 Tabela 12 - Municípios com mais de 300 mil habitantes Partidos Centro-Oeste Norte Nordeste Sudeste Sul PMDB PSDB PT PFL PP PTB PDT PSB Outros Total Tabela 13 Presença dos partidos nas capitais e no interior Partidos Capital Interior Totais PMDB PSDB PT PFL PP PTB PDT PSB Outros Total As eleições de 2008 Nas eleições municipais de 2008, o PMDB novamente se saiu campeão, conquistando prefeituras, com 41 milhões de pessoas, e o orçamento de 2007 de R$ 47 bilhões. Nota-se que o partido conquistou municípios bem maiores naquela eleição do que nas eleições anteriores. O segundo partido foi o PSDB, que fi cou com 786 prefeituras, uma população de 25 milhões de pessoas e um orçamento de R$ 28 bilhões. Em seguida, vem o PT, com um crescimento expressivo, conquistando 559 prefeituras com 29 milhões de pessoas e um orçamento de R$ 32 bilhões. O DEM (antigo PFL) foi o partido que, naquele período, teve a maior queda, conquistando 500 prefeituras com uma população de 22 milhões de pessoas e um orçamento de R$ 32 bilhões. Quanto ao eleitorado à disposição desses partidos, o PMDB obteve 28 milhões de eleitores, seguido do PT (com 19 milhões), do PSDB (com 17 milhões) e do DEM (com 15 milhões). Estudos Técnicos CNM Volume 1 131

132 Tabela 14 Por partido Partidos Quantidade de municípios População em 2008 Eleitores em 2008 PIB total em 2005 Receitas orçamentárias de 2007 PMDB PSDB PT DEM PP PTB PDT PSB Outros Total Tabela 15 Por Região Partidos Quantidade de municípios População em 2008 Eleitores em 2008 PIB total em 2005 Receitas orçamentárias de 2007 Centro-Oeste Norte Nordeste Sudeste Sul Total Dividindo a análise por região, verifi ca-se que, em 2008, o crescimento do poder do PMDB foi grande, pois conquistou também a maioria das prefeituras das regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Nota-se que o Centro-Oeste e o Norte estavam no domínio do PSDB antes, e o Nordeste tinha uma forte presença do PFL, que, nessa última eleição, perdeu signifi cativamente sua força. O Sudeste continuou com a maioria de municípios com prefeituras do PSDB, e o Sul também manteve sua tendência de forte presença do PMDB. Tabela 16 Força dos partidos por Região Partidos Centro-Oeste Norte Nordeste Sudeste Sul PMDB PSDB PT DEM PP PTB PDT PSB Outros Total Estudos Técnicos CNM Volume 1

133 Em 2008, o PT continuou se mantendo como o partido com maior força nos maiores municípios do país. Porém, a segunda posição foi alterada, pois o PMDB ultrapassou o PSDB, fi cando cada um com 15 e 13 prefeituras, respectivamente. Quanto ao poder nas capitais, o PMDB também empatou com o PT, que tem forte tendência em dominar a maioria das capitais. Dessa vez, cada um desses partidos fi cou com 6 capitais, sendo que o PSDB perdeu força, fi cando com 4 capitais. Tabela 17 - Municípios com mais de 300 mil habitantes Partidos Centro-Oeste Norte Nordeste Sudeste Sul Totais PMDB PSDB PT DEM PP PTB PDT PSB Outros Total Tabela 18 Presença dos partidos nas capitais e no interior Partidos Capital Interior Totais PMDB PSDB PT DEM PP PTB PDT PSB Outros Total Estudos Técnicos CNM Volume 1 133

134 134 Estudos Técnicos CNM Volume 1

135 14 A DINÂMICA DA VIOLÊNCIA NOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS Esse estudo objetiva compreender a questão da mortalidade violenta baseado nos homicídios cometidos em cada município do país. Tais indicadores de violência assumem variações marcantes de acordo com os perfi s das regiões onde ocorrem. O Brasil possui localidades críticas de incidência de mortes violentas. Geralmente, trata-se de municípios imersos em determinados e distintos contextos, tais como: proximidade a fronteiras internacionais; litorâneos de médio e grande porte; grande população e alto Produto Interno Bruto (PIB); regiões de confl itos agrários; e zonas com forte sistema de pistolagem. Busca-se aqui observar de forma detalhada as regiões, os estados e os municípios com incidência mais e menos crítica de violência, como forma de orientar os gestores municipais na busca da prevenção e na melhor resolução desse tipo de confl ito social, tão presente na sociedade brasileira. 1 Introdução Em países como o nosso, onde não há guerra ou confl itos armados, mas existem altos índices de mortes por armas de fogo, acredita-se que a violência está diretamente relacionada com a pobreza, a concentração de renda, a má organização e corrupção no aparato de segurança pública e a muitos outros fatores primários, secundários e terciários. Existem municípios brasileiros com índices de violência armada comparáveis a regiões que vivenciam confl itos e guerras. A propósito, existe um número ainda maior de municípios que há três anos não vivenciam qualquer tipo de homicídio. Em um país em que fi guram tantas culturas diferentes, impera também o paradoxo da violência. No Brasil, todo o aparato de segurança pública não é gerido e executado pelo município. Trata-se de uma área que continua sendo administrada integralmente pela União e pelos Estados da Federação. A polícia federal e as polícias rodoviária e ferroviária federal são mantidas e organizadas pela União. Já as polícias civis, militares e corpos de bombeiros subordinam-se aos governadores dos estados. Geralmente, as atividades da área de segurança pública são planejadas sem a participação da comunidade e dos governos municipais, que sofrem um distanciamento indesejável entre o problema e a capacidade para resolvê-lo de acordo com as características locais. No entanto, é no município que a criminalidade e a violência são vivenciadas e é ali que recaem os custos sociais e econômicos desse problema social. Ao menos R$ 15,8 bilhões são gastos ao ano com as conseqüências advindas dos altos índices de violência armada no Brasil, que apresenta uma média de 25 homicídios por 100 mil habitantes, 5 uma das mais altas do mundo. O Brasil só fi ca atrás de alguns outros países da América Central e Sul e do Sul da África. Colômbia, El Salvador, Guatemala, Jamaica, África do Sul e Venezuela possuem as mais altas taxas de homicídios do mundo, que variam entre 37 (Venezuela) e 59 (El Salvador) por 100 mil habitantes. Entre os países em guerra, Iraque e Somália apresentam o maior número de mortes. O Iraque, em 2007, estava na média de 78; e a Somália, 74 hom./ Os gastos com toda essa violência envolvem custos diretos e indiretos. Os custos diretos são relacionados às diárias hospitalares, aos médicos, ao transporte de pacientes, aos remédios, às consultas, 5 Dados disponibilizados de acordo com o relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado em setembro de 2008, pelo relator especial do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas sobre Execuções Arbitrárias, Sumárias ou Extrajudicias. 6 Global Burden of Armed Violence. Geneva Declaration Secretariat, Geneva Estudos Técnicos CNM Volume 1 135

136 ao policiamento, às prisões, aos processos judiciais, à segurança privada etc. Já os custos indiretos envolvem perda de produtividade em ganhos monetários e tempo, perda de capital social, seguro de vida, proteção indireta e perda de qualidade de vida ligadas a ferimentos, medo e insegurança. Todos esses gastos consomem de 10% a 15% do PIB do país. 7 As despesas com internações por violência custam milhões aos governos anualmente, principalmente as internações de pacientes vítimas de armas de fogo. Os hospitais públicos e particulares conveniados ao SUS registram milhares de internações por acidentes e violência. Alarmado com o peso das armas de fogo nas estatísticas de mortes e nas despesas hospitalares, o Ministério da Saúde (MS) e secretários estaduais e municipais da área lançaram a Carta da Saúde pelo Desarmamento em 2004, com o objetivo de distribuí-la à rede hospitalar do país, com vistas a melhorar o atendimento às vítimas da violência e estimular a campanha do desarmamento coordenada pelo Ministério da Justiça (MJ). Total de Homicídios no Brasil por ano Fonte: Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) Ministério da Saúde (MS). 1.1 O papel dos prefeitos no combate ao crime Grande parte das despesas com os custos diretos e indiretos da violência recai nos municípios, principalmente os gastos referentes à saúde e os gastos com manutenção do sistema de segurança pública estadual, que engloba as polícias civis e militares. Esses gastos com segurança pública abrangem despesas, como a cessão de funcionários administrativos, de limpeza e pessoal não estratégico, o empréstimo de prédios, o apoio material e até mesmo o uso da estrutura logística municipal. No entanto, tais gastos não são de competência dos municípios, tendo estes que utilizar seus próprios recursos orçamentários para a manutenção de um aparato de responsabilidade estadual e federal. Esse é um dos principais pontos nodais da segurança pública hoje no Brasil. Os prefeitos não têm poder algum para administrar as polícias que atuam em seus municípios e ainda acabam, muitas vezes, arcando com despesas que não são suas. Entre esses custos que acabam fi cando por conta das prefeituras e que não são de sua responsabilidade estão o auxílio-moradia para o policial militar ou civil em sua cidade, sua a alimentação, doação de combustível para viaturas da polícia, doação de munição para o armamento dos policiais e muitas outras formas de auxílio para que a segurança pública possa exercer minimamente suas atividades. O principal problema de arcar com esses custos é que o município não tem competência constitucional para atuar nessa área, e o prefeito que é impelido a auxiliar a segurança está cometendo uma irregularidade que pode gerar um problema jurídico para ele e seu município, apesar do mérito da ação. Embora os municípios não tenham um papel determinante na organização e na administração da segurança pública, eles podem, de contrapartida, atuar na prevenção e na diminuição da criminalidade local. A redução da violência não requer apenas os esforços do sistema de segurança pública e de justiça criminal. Pode haver também um trabalho conjunto nessa trajetória, que envolve diretamente os gestores municipais em parceria com a comunidade local. 7 Ibidem. 136 Estudos Técnicos CNM Volume 1

137 A participação efetiva do poder municipal no momento da prevenção à violência é essencial, principalmente no que tange à prevenção primária. Esse tipo de prevenção envolve ações focadas em fatores sociais, econômicos, psicológicos e ambientais. Como exemplos dessas ações, foram citadas as políticas públicas de geração de empregos, de inclusão social, de renda mínima, de saúde pública, de inclusão escolar e combate ao abandono escolar, de revitalização de espaços públicos, particularmente nas áreas de risco ou de exclusão, entre outras. Seguindo essa linha de prevenção primária, Magalhães (2008) traz exemplos de ações bem interessantes como: a) Perímetros escolares fi scalizados para coibir a venda de bebidas alcoólicas nos bares e nos restaurantes próximos às escolas municipais, objetivando a diminuição da evasão escolar durante os horários de aula (ação em parceria com a polícia militar). b) Intensifi cação das linhas de ônibus nos horários de saídas das escolas para facilitar o retorno seguro e rápido dos jovens estudantes às suas residências. c) Programas comunitários de educação desportiva nas quadras públicas de escolas municipais para os jovens das comunidades no horário compreendido entre as 20 e 24 horas, horários endêmicos da criminalidade juvenil. d) Reurbanização de locais com focos de criminalidade (praças e logradouros públicos). 8 Existe também outra esfera de ação, que são as políticas focadas na prevenção da reincidência, tais como projetos de ressocialização dos egressos do sistema prisional, projetos educativos e profi ssionalizantes para jovens e adolescentes moradores de rua, vítimas ou agentes da violência urbana, tratamento de dependentes químicos e alcoólicos. Um interessante exemplo vem da Colômbia, que nos últimos dez anos tornou-se uma referência em políticas de enfrentamento à violência. Bogotá e Medellín, que até os anos 1990 eram exemplos de caos e violência urbana, conseguiram controlar a criminalidade na última década. O número de homicídios por cada 100 mil habitantes em Bogotá, que era de 80, é hoje de 23. Em Medelín, esse índice que era de 360 há dez anos caiu para 29,4, em Essas duas cidades diminuíram incrivelmente seus índices de violência a partir de ações coordenadas pelos prefeitos em parceria com sociólogos, a sociedade civil e o governo federal. Esse último participou promovendo programas de erradicação da pobreza e uma profunda reforma da polícia nacional, incluindo e modernização do exército com a criação de uma unidade de alta efi ciência para entrar em cena em zonas municipais de narcotráfi co quando os prefeitos acharem necessário. Bogotá tornou-se uma das cidades mais bem policiadas da América Latina. Nesse processo, os prefeitos tornaram-se atuantes e assumiram a liderança. A legislação colombiana é diferente da brasileira e preconiza que o prefeito é o chefe da polícia, fator que auxilia o poder municipal a tornar-se mais presente e ativo no combate ao crime. No entanto, uma gama de medidas de grande impacto social, que não depende da liderança do aparato de segurança pública, foi tomada. Uma das ações mais impactantes e com bons resultados foi a instalação de mega bibliotecas, modernos centros de lazer e transporte público efi ciente no coração das grandes favelas de Bogotá. Tais obras são levantadas rapidamente após a invasão dessas regiões e da prisão dos dirigentes do narcotráfi co local, ação feita em parceria com o governo federal que criou a brigada antinarcóticos do exército. Em Medellín, em uma perigosa zona de banditismo, prostituição e desova de cadáveres foi construído um belíssimo Jardim Botânico servido por estação de metrô, que oferece campo aberto para pesquisa. 8 MAGALHÃES, Luiz Carlos. O poder municipal e a segurança pública. Academia Brasileira de Direito, Disponível em < asp?art_id=1501&categoria=poder Executivo> Acesso em :5 nov Estudos Técnicos CNM Volume 1 137

138 Nota-se que essas e muitas outras ações de impacto social foram criadas em um país que possui um PIB per capita bem inferior ao do Brasil. Para fi nanciar tais reformas urbanas foi utilizado um sistema de captação de recursos junto a outros países. E o mais importante, os prefeitos adotaram um plano de transparência nos gastos públicos e demonstraram que suas receitas não eram sufi cientes para investir na cidade de forma signifi cativa. Se não encontrassem uma forma de aumentar a receita, não poderiam enfrentar a criminalidade. Assim, Bogotá conseguiu criar dois novos impostos, sendo um obrigatório (na conta de telefone), e outro voluntário (no imposto residencial). Com isso, a receita para investimentos sociais em segurança saltou de US$ 5 milhões para US$ 52 milhões em dez anos. Como os bons resultados são mundialmente visíveis, a sociedade não duvida que esse dinheiro esteja sendo bem aplicado. 9 No Brasil, tem-se o exemplo de Diadema, município da Região Metropolitana de São Paulo, com cerca de 380 mil habitantes, segunda maior densidade demográfi ca do país, altos índices de desemprego e violência. Em 2000, a nova administração determinou que a segurança pública seria prioridade e criou uma Secretaria Municipal de Defesa Social de Diadema, o ponto de partida para formulação da política municipal de segurança da cidade. Foi criado também o Fundo Municipal de Segurança e o Conselho Municipal de Segurança. A guarda municipal foi um instrumento importante nos planos, recebeu aumento signifi cativo dos salários e aumento de 70% do efetivo em quatro anos. Em um trabalho de cooperação entre prefeitura, guarda municipal e órgãos de segurança estaduais resultou o mapeamento das ações criminosas em Diadema. A partir daí algumas políticas foram implementadas, como a Lei Seca e a lei que regulou as atividades de bares e similares, proibindo seu funcionamento das 23 horas às 6 horas. Com a Lei Seca e o fechamento dos bares também diminuíram muito as taxas de violência doméstica contra as mulheres. Outras intervenções foram a rígida fi scalização do comércio e da ocupação dos espaços públicos e a implantação pioneira de programas de desarmamento, principalmente a educação infantil contra o desarmamento. Nas três campanhas anuais feitas foram arrecadadas 12 mil armas de brinquedo. Adolescentes residentes em áreas de risco podem participar do Programa Adolescente Aprendiz, em que jovens estudantes de 14 a 15 anos recebem uma bolsa de R$ 130,00 e participam de cursos de cidadania, convivência, sexualidade, administração, entre outras áreas. Para as mulheres que já sofreram agressões existe uma casa para atendimento psicológico e social e cursos que servem como alternativas de trabalho e renda. Um segundo plano foi elaborado pela Prefeitura de Diadema em parceria com a sociedade civil e o Instituto Sou da Paz, garantindo a execução da Campanha Juventude Viva, que busca controlar o consumo de álcool por crianças e adolescentes. Voluntários, funcionários municipais e jovens percorrem diariamente os bares e os estabelecimentos comerciais para sensibilizar e alertar os comerciantes sobre a proibição da venda de bebidas alcoólicas para adolescentes. Após o início dessas campanhas no município, a taxa de homicídios por 100 mil habitantes foi caindo ano a ano, reduzindo de 110,3 em 1999 para 31,8 em Esses exemplos anteriormente citados, tanto da Colômbia, como do Brasil, mostram que prefeitos também podem agir ativamente contra o crime nas cidades. No Brasil, ainda estão engatinhando alguns programas federais que buscam uma maior aproximação com os municípios. O Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) é um deles. Esse programa prevê uma articulação entre União, Estados e Municípios na execução de ações de prevenção, controle e repressão à violência. O público-alvo são os jovens de 15 a 24 anos e os profi ssionais do sistema de segurança pública. Estão previstas ações locais como a instalação do Gabinete de Gestão Integrada Municipal e da Coordenação Executiva do Pronasci, implantação de Conselhos Comunitários de Segurança Pública, instalação de equipes multidisciplinares locais, criação do canal comunidade para consumidores e reorganização de espaços urbanos. No entanto, esse programa tem como foco de ações apenas regiões metropolitanas com alto número de homicídios e outros delitos violentos. Atualmente apenas 11 Estados e o Distrito Federal contam com determinadas ações do Pronasci, quais sejam: Alagoas, Acre, Bahia, Ceará, Distrito Federal e Entorno, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe. Nota-se que os estados da Região Centro-Oeste (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás), que são os que possuem as maiores taxas de homicídio do país, não estão ainda incluídos no Pronasci. 9 RODRÏGUEZ, Ricardo Vélez. A Colômbia supera a violência urbana. Disponível em: < download.asp?cdc=1953>. Acesso em: 14 dez Estudos Técnicos CNM Volume 1

139 2 Considerações metodológicas Os indicadores de mortalidade violenta utilizados neste estudo foram consolidados com base nas médias de homicídio municipais por 100 mil habitantes, 10 que tiveram como fonte os atestados de óbitos registrados em 2004, 2005 e 2006 junto ao Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde. 11 As análises das taxas médias de homicídios obtidas foram feitas seguindo os seguintes critérios: divisões dos municípios por região, por estados, por portes populacionais e por localização geográfi ca específi ca (municípios de linha e de faixa de fronteira, municípios litorâneos). Essa divisão dos municípios por grupos foi necessária para identifi car os pólos de violência mais e menos intensa. Em um segundo momento, na intenção de buscar alguns possíveis determinantes da violência homicida, cruzamos a base de dados de taxas médias de homicídios por município com alguns indicadores sociais e econômicos signifi cantes nesse contexto. Ao selecionar tais indicadores, elegem-se quatro conjuntos de variáveis que poderiam ser capazes de afetar o quadro criminológico em determinado local, quais sejam: educação [número de matrículas escolares e Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB 12 ) do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (Inep) do Ministério da Educação (MEC)]; segurança (número de delegacias civis, da mulher e da criança por município Munic 2006/IBGE); saúde (média de consultas médicas Datasus/MS); econômico (número de trabalhadores formais do município e PIB per capita do município); e a média municipal do IRFS Social dos anos de 2004/2005/2006. O IRFS é o Índice de Responsabilidade Fiscal, de Gestão e Social dos municípios do Brasil, elaborado anualmente pela Confederação Nacional de Municípios (CNM). Para o cálculo referente à responsabilidade social dos municípios, a CNM recorre a dois indicadores relacionados aos setores de saúde e educação. Na área de saúde é buscado junto ao Datasus a Média de Consultas Médicas por habitantes em determinado ano, o porcentual de cobertura vacinal e a taxa de mortalidade infantil. Para o cálculo do indicador de educação é buscado junto ao Banco de Dados do Censo Escolar do Inep a quantidade de matrículas da rede municipal de ensino (que é dividida pela população do município); também é usada a taxa de abandono escolar da rede municipal de ensino do MEC e o porcentual de professores atuando nas escolas municipais com curso superior. 3 As variações da mortalidade violenta no Brasil As taxas médias municipais de homicídios no Brasil variam de 0 a 107 por 100 mil habitantes, assumindo um valor mais ou menos intenso de acordo com uma gama de características locais que abrangem fatores como quantidade de habitantes, localização geográfi ca, concentração de renda, grandes falhas no sistema de segurança pública, entre outras. Ao analisar essas médias em todos os municípios brasileiros observa-se que há uma parcela signifi cativa de municípios com taxa nula de homicídios nos últimos três anos analisados. Esse grupo abrange 22% dos municípios brasileiros, totalizando cidades, que serão analisadas a seguir. Na faixa de 0,1 a 10,0 homicídios por 100 mil habitantes estão situados municípios, sendo o maior grupo, abarcando 34% do território nacional. Ou seja, diante desses dois grupos, vê-se que 56% dos municípios possuem uma média considerada relativamente baixa (de 0 a 10 hom./100 mil hab.). No terceiro grupo, com médias que variam entre 10,1 e 25,0 situam-se municípios, abarcando 30% do território nacional. O último grupo, que engloba os municípios com taxas médias de homicídio acima 10 Para os municípios com população abaixo de habitantes, a média utilizada foi de 5 anos 2002/ A base de dados com os números e médias de homicídios municipais de 2002 a 2006 utilizadas neste estudo foram gentilmente cedidas por Julio Jacobo Waiselfisz, autor do Mapa da violência dos municípios brasileiros 2008, uma publicação com parceria entre Ritla, Instituto Sangari, Ministério da Justiça e Ministério da Saúde. 12 O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) foi criado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (Inep) em 2007 e avalia a qualidade da educação considerando tanto as informações de desempenho em exames padronizados como as de fluxo escolar. Disponível em: < Estudos Técnicos CNM Volume 1 139

140 de 25 por 100 mil habitantes é considerado o grupo crítico, pois tais médias situam-se acima da média nacional, que é de 25 hom./100 mil habitantes. Esse grupo possui 760 municípios, o que equivale a 14% do país, que será analisado detalhadamente mais à frente. Médias de Homicídios no Brasil 14% 22% Municípios com média 0,0 Municípios com média 0,1 a 10,0 30% Municípios com média 10,1 a 25,0 34% Municípios com média acima de 25,0 3.1 Homicídios por região O gráfi co de taxas médias de homicídios por regiões do país mostra que a Região Centro-Oeste é a que possui a maior média, alcançando 19,8 homicídios por 100 mil habitantes. No entanto, existem alguns outros Estados com indicadores bem altos em outras regiões. A Região Centro-Oeste engloba o Mato Grosso, que está na faixa crítica de violência, e o Mato Grosso do Sul, que está na segunda faixa mais crítica (ver tabela de estados a seguir). Essa região possui 27% dos seus municípios com níveis altos de mortes violentas, que ultrapassam 25,0/100 mil habitantes. A Região Norte aparece como a segunda região com maior taxa média de homicídios (15,9 hom./ 100 mil hab.), possuindo 22% dos seus municípios com níveis altos. As Regiões Nordeste (11,5), Sudeste (11,3) e Sul (11,2) não aparecem com médias tão elevadas, embora também possuam estados e muitos municípios com médias acima da nacional. MÉDIAS DAS TAXAS DE HOMICÍDIO POR REGIÃO 11,2 15,9 11,3 11,5 19,8 Norte Nordeste Centro Oeste Sudeste Sul 140 Estudos Técnicos CNM Volume 1

141 Tabela 1 - Taxas de Homicídio acima da média nacional por região (média > 25/100 mil Hab.) Total de Municípios com Média Região Municípios acima da nacional Porcentagem Norte % Nordeste % Centro Oeste % Sudeste % Sul % 3.2 Homicídios por estado Segundo a análise das médias de homicídios por estado, observa-se que existe um grupo de Estados que estão em um patamar crítico nesse contexto de violência (Rio de Janeiro, Pernambuco, Rondônia, Mato Grosso, Roraima e Amapá). Tais estados possuem uma média acima da nacional e possuem um grande número de municípios em nível crítico, que chegam a ultrapassar a média de 80 homicídios por 100 mil habitantes, números que superam países em guerra como o Iraque, que apresentava, em 2007, 76 homicídios por 100 mil habitantes. Na tabela a seguir, também foram contabilizadas os percentuais de municípios com médias abaixo de 5,0, e seis estados em nível crítico também são os que menos possuem municípios com baixos níveis de violência homicida. Roraima e Amapá nem sequer possuem municípios com taxas abaixo de 5,0. Entre os estados com menor grau de concentração de violência homicida destaca-se o Maranhão. Esse estado possui mais da metade de seus municípios (57%) com taxa média abaixo de 5,0, tendo uma média geral de 5,9 homicídios por 100 mil habitantes. Os outros estados com baixos níveis desse tipo de violência são Santa Catarina (7,2), Amazonas (8,0), Rio Grande do Norte (8,1), Paraíba (8,1), Minas Gerais (8,4), Bahia (8,9) e Rio Grande do Sul (9,7). Veja na tabela 2 a média de homicídios de todos os Estados, seguida da porcentagem de municípios com baixos índices e a porcentagem dos municípios com altos índices de violência homicida. Estudos Técnicos CNM Volume 1 141

142 Tabela 2 - Médias de Homicídios e Proporção de Municípios mais e menos violentos por Estado Estados Qtde. Municípios Taxa Média Hom. 100 mil hab. % Municípios com Taxa <5,0 % Municípios com Taxa >25,0 Rio de Janeiro 92 31,0 4% 49% Pernambuco ,9 5% 51% Rondônia 52 28,6 2% 44% Mato Grosso ,0 4% 46% Roraima 15 26,8 0% 40% Amapá 16 25,4 0% 56% Espírito Santo 78 24,9 4% 33% Mato Grosso do Sul 78 23,9 4% 33% Alagoas ,1 5% 37% Pará ,9 41% 27% Paraná ,9 21% 20% Piauí ,7 54% 2% Sergipe 75 15,2 17% 20% Goiás ,7 24% 15% Acre 22 13,2 32% 23% Ceará ,4 20% 10% Tocantins ,9 34% 9% São Paulo ,6 33% 10% Rio Grande do Sul 496 9,7 36% 7% Bahia 417 8,9 48% 8% Minas Gerais 853 8,4 43% 6% Paraíba 223 8,1 42% 5% Rio Grande do Norte 167 8,1 38% 2% Amazonas 62 8,0 44% 5% Santa Catarina 293 7,2 48% 4% Maranhão 217 5,9 57% 2% 4 Análises dos municípios com taxa nula de homicídios (taxa 0,0 hom./100 mil hab.) No Brasil, existe um total de municípios com níveis de violência por homicídios extremamente baixos, pois o cálculo da média dos três últimos anos resultou na média 0 homicídios a cada 100 mil habitantes. Esses municípios trazem o seguinte perfi l: Equivalem a 22% do território nacional e estão presentes em todas as regiões, mas não em todos os estados. Não estão presentes em Roraima e no Amapá. A maior parte está presente nas regiões mais desenvolvidas do país: Sudeste (26%) e Sul (26%). Possuem pequeno e médio porte populacional, com uma população que varia de 864 a mil habitantes. Embora esteja mais concentrado nas Regiões Sul e Sudeste, o estado que possui a maior porcentagem de municípios com taxa zero é o Piauí (43% dos seus municípios). Estão também presentes em grande proporção em Santa Catarina (33% do estado). Possuem uma média de PIB per capita bem menor (R$ 6.850,00) em comparação aos PIBs dos municípios com altos índices de violência 13 (R$ 9.104,00). Ou seja, tal característica indica uma possível menor concentração de renda nesses municípios sem homicídios. 13 Os municípios mais violentos mencionados nessas comparações são aqueles que possuem médias de homicídios maiores que 25,0 totalizando 760 municípios. 142 Estudos Técnicos CNM Volume 1

143 Apresentam média de Índice de Responsabilidade Social (IRS) indicadores de saúde e educação = 0,56 mais elevada do que a média de IRS dos municípios mais violentos (0,52). Apresentam média de Ideb de 3,8, enquanto os municípios com maior violência apresentam média de 3,5. Apenas quatro desses municípios possuem delegacia da mulher (0,3%), sendo que 18% dos municípios mais violentos possuem uma DDM. Cerca de 30% desses municípios não tem ao menos delegacias civis. Tabela 3 - Taxa de Homicídio 0,0/100 mil hab. por Região Total de Região Municípios Municípios com média 0 Porcentagem Norte % Nordeste % Centro Oeste % Sudeste % Sul % Tabela 4 - Índice de Homicídios 0,0 por Estado UF Total de Municípios no Estado Municípios com Média 0,0 Percentagem PI % SC % MG % PB % RS % MA % TO % RN % SP % GO % PA % AM % BA % PR % SE % AC % CE % ES % MT % PE % MS % RJ % AL % RO % AP % RR % Total Estudos Técnicos CNM Volume 1 143

144 5 Análise dos municípios com as maiores taxas de homicídios Neste capítulo foi feita a seleção dos municípios brasileiros que possuem taxas médias de homicídio acima da média nacional, ou seja, acima de 25 hom./100 mil habitantes. Existe no país um total de 760 municípios com tais médias consideradas altas, que vão de 25,1 a 107,2 hom./100 mil habitantes. Esses 760 municípios estão presentes em todas as regiões do país. Trata-se de municípios de todos os portes populacionais, com populações que variam de 802 a habitantes. Nem sempre se trata de municípios violentos, com alta mortalidade, pois a média de homicídios é calculada com base na população e na projeção desta para 100 mil habitantes. Nesse caso, municípios com população muito pequena e que sofreram cerca de 1 ou 2 homicídios por ano ganham uma média de homicídios bem elevada, fi cando classifi cados no ranking das maiores taxas. Nota-se que há um número signifi cativo dessa classe de municípios que está localizado em fronteiras internacionais ou próximo a fronteiras internacionais, sendo chamados de municípios linha de fronteira e faixa de fronteira. Existem 114 (15%) dos 760 municípios classifi cados aqui que são de fronteira ou próximos a fronteiras internacionais, geralmente sendo de pequeno e médio porte. Tal dado pode indicar a interferência do crime organizado nessas municipalidades, decorrente do intenso tráfi co de drogas, de armas e de pessoas que passam por essas regiões. Percebem-se também as altas taxas de homicídios entre os municípios litorâneos. Entre os 760 municípios que possuem médias acima da nacional, 93 são litorâneos (12%) e possuem maior porte populacional. Tal fato também pode estar relacionado ao tráfi co de drogas, muito presente no litoral brasileiro, que atrai grande número de trafi cantes de outros países por causa de sua grande extensão e presença de inúmeras ilhas e enseadas, que difi cultam a repressão policial, também famosa por ser praticamente ausente no Brasil. Tais fatos supramencionados mostram que quase 1/3 dos municípios com maiores taxas médias de mortalidade violenta do país são fronteiriços ou litorâneos. A Região Centro Oeste é a localidade com a maior proporção de cidades nesse ranking de 760 (27% dos seus municípios). Em segundo lugar vem o Norte, com 22% de seus municípios nesse patamar. As regiões que menos agregam esses municípios são a Sudeste e a Sul. Veja a tabela a seguir: Tabela 5 - Municípios mais violentos por Região Região Total de Municípios Qtde. Municípios + violentos Porcentagem Norte % Nordeste % Centro Oeste % Sudeste % Sul % Quanto à divisão por estado, nota-se que Amapá, Pernambuco, Rio de Janeiro, Mato Grosso e Rondônia são os estados que se sobressaem nesse tipo de violência. Em números absolutos, Pernambuco fi ca com a maior quantidade desses municípios (93), sendo Recife a capital mais violenta do país. 144 Estudos Técnicos CNM Volume 1

145 Tabela 6 - Municípios mais violentos por Estado (760 municípios com médias acima de 25,0) Total de Municípios Qtde. Municípios UF no Estado + violentos Porcentagem AP % PE % RJ % MT % RO % RR % AL % ES % MS % PA % AC % SE % PR % GO % SP % CE % TO % BA % RS % MG % PB % AM % SC % RN % MA % PI % Total Cidades pequenas com altas médias Ao analisar o porte populacional dessas localidades com altos índices de homicídios nota-se que 47% dos mesmos são municípios de pequeno porte, totalizando 358 cidades com população até 20 mil habitantes. Tais localidades são exceções e contrariam a tendência dos municípios pequenos de apresentarem índices baixos ou nulos de homicídios. A maioria dessas pequenas cidades está na Região Centro-Oeste, mais especifi camente no Mato Grosso, e chega a alcançar taxas médias de mais de 100 homicídios por 100 mil habitantes. O segundo estado a abrigar parcela signifi cativa desses municípios é o Paraná. O fato de acontecer dois ou três homicídios por ano nesses municípios pequenos permite que suas médias por população fi quem bem altas. Veja na tabela 7 a relação dos municípios de pequeno porte (até 20 mil habitantes) com média de homicídio que ultrapassa 50,0. Estudos Técnicos CNM Volume 1 145

146 Tabela 7 - Municípios de até hab. com média > 50,0 Município UF Região Média de População Homicídios Coronel Sapucaia/MS MS Centro Oeste ,2 Colniza/MT MT Centro Oeste ,4 Itanhangá/MT MT Centro Oeste ,7 Juruena/MT MT Centro Oeste ,3 Tunas do Paraná/PR PR Sul ,1 Chupinguaia/RO RO Norte ,9 Nova Ubiratã/MT MT Centro Oeste ,4 Rio Bonito do Iguaçu/PR PR Sul ,1 Alto Alegre/RR RR Norte ,9 Cumaru do Norte/PA PA Norte ,7 Gaúcha do Norte/MT MT Centro Oeste ,6 Ilha de Itamaracá/PE PE Nordeste ,9 Aral Moreira/MS MS Centro Oeste ,9 Maurilândia/GO GO Centro Oeste ,3 Nova Ipixuna/PA PA Norte ,0 Japorã/MS MS Centro Oeste ,7 Flores de Goiás/GO GO Centro Oeste ,6 Cotriguaçu/MT MT Centro Oeste ,7 Santa Cruz de Minas/MG MG Sudeste ,0 Santa Terezinha de Itaipu/PR PR Sul ,2 Campo Novo de Rondônia/RO RO Norte ,7 São José do Xingu/MT MT Centro Oeste ,6 Santa Cruz do Xingu/MT MT Centro Oeste ,0 Tamandaré/PE PE Nordeste ,9 Nova Maringá/MT MT Centro Oeste ,8 Aripuanã/MT MT Centro Oeste ,7 Conquista D'Oeste/MT MT Centro Oeste ,5 Querência/MT MT Centro Oeste ,2 Espigão Alto do Iguaçu/PR PR Sul ,2 Nova Bandeirantes/MT MT Centro Oeste ,1 Alto Rio Novo/ES ES Sudeste ,8 Iracema/RR RR Norte ,3 São João d'aliança/go GO Centro Oeste ,6 Barbosa Ferraz/PR PR Sul ,2 Guaraniaçu/PR PR Sul ,1 Apiacás/MT MT Centro Oeste ,7 Pirapó/RS RS Sul ,5 Nova Tebas/PR PR Sul ,2 Tabaporã/MT MT Centro Oeste ,9 Guaribas/PI PI Nordeste ,5 Teresina de Goiás/GO GO Centro Oeste ,3 Jupi/PE PE Nordeste ,2 Entre Rios do Sul/RS RS Sul ,0 Brejo Grande do Araguaia/PA PA Norte ,3 Campo Novo/RS RS Sul ,9 Coronel Domingos Soares/PR PR Sul ,6 146 Estudos Técnicos CNM Volume 1

147 5.2 O ranking das capitais Entre os municípios com as maiores taxas de mortalidade violenta do país estão presentes 24 capitais, incluindo Brasília. Existem apenas três capitais que não fi guram nesse meio: Boa Vista/RR (17,5 hom./100 mil hab.), Natal/RN (17,9) e Palmas/TO (19,3). As cinco capitais mais violentas do país são: Recife/PE, Vitória/ES, Maceió/AL, Porto Velho/RO e Belo Horizonte/MG (ver tabela 8). Tabela 8 Ranking das capitais Ranking Capital UF Região População Taxa Hom/100 mil hab. 1 Recife PE Nordeste ,5 2 Vitória ES Sudeste ,0 3 Maceió AL Nordeste ,9 4 Porto Velho RO Norte ,4 5 Belo Horizonte MG Sudeste ,6 6 João Pessoa PB Nordeste ,7 7 Cuiabá MT Centro Oeste ,2 8 Rio de Janeiro RJ Sudeste ,8 9 Curitiba PR Sul ,7 10 Aracaju SE Nordeste ,4 11 Macapá AP Norte ,8 12 Porto Alegre RS Sul ,5 13 Belém PA Norte ,3 14 Salvador BA Nordeste ,2 15 Goiânia GO Centro Oeste ,1 16 Brasília DF Centro Oeste ,3 17 Florianópolis SC Sul ,8 18 Fortaleza CE Nordeste ,7 19 Rio Branco AC Norte ,0 20 Manaus AM Norte ,5 21 São Paulo SP Sudeste ,1 22 São Luís MA Nordeste ,0 23 Teresina PI Nordeste ,8 24 Campo Grande MS Centro Oeste ,3 6 Análises por porte e indicadores sociais Neste capítulo, dividem-se os municípios do país em seis portes populacionais, a fi m de analisar os indicadores sociais de cada porte separadamente (ver tabela 9). A maioria dos indicadores sociais, no entanto, tendem a estar relacionados com o porte do município e não com a criminalidade presente. Tal análise confi rma primeiramente, como já é sabido, a correlação positiva entre o crime e o porte dos municípios. Ou seja, a tendência é de que quanto maior a cidade, maiores tendem a ser as taxas médias de homicídios. Tal fato se explica devido à presença da combinação de alguns fatores que contribuem para a criminalidade nos grandes centros urbanos, tais como: maior concentração de renda, falta de planejamento familiar (que fi guram entre os fatores primários); maior proporção de favelas, maior proporção de desempregados, maior incidência do crime organizado, inconsistência da segurança pública, morosidade da justiça, impunidade (que estão entre os fatores fi nais), entre outros. Quanto maior a cidade, também há a tendência de haver maior proporção de delegacias de polícia. Ou seja, a presença ou não de delegacias policiais no município não tem correlação com uma possível menor criminalidade, pois os municípios com os menores índices de violência, muitas vezes, nem sequer chegam a ter uma delegacia de polícia civil. Estudos Técnicos CNM Volume 1 147

148 Ao analisar o número de matrículas no ensino básico, fundamental e médio da rede pública de ensino (retiradas do senso escolar do Inep/MEC), nota-se que os municípios de portes cinco e seis (mais de 100 mil habitantes), que são aqueles com os maiores índices de violência homicida, possuem uma porcentagem menor de crianças e adolescentes matriculadas na rede de ensino público. Quanto ao Ideb, pelo contrário, as médias são melhores entre esses municípios de maior porte. A evolução do número médio de consultas médicas (Datasus) apresenta uma trajetória contrária, sendo inversamente proporcional ao tamanho do município. Ou seja, quanto menor o porte do município e a taxa de homicídio, maior é a média de consultas médicas. Os municípios de porte 1 (até 5 mil habitantes) apresentam uma média de 2,2 consultas por habitante, enquanto os de porte 6 (mais de 300 mil habitantes) apresentam uma média de 1,2 consultas. Tal indicador mostra que os municípios de pequeno porte possuem maior cobertura na área de saúde, tendo os cidadãos maior acesso aos programas de saúde. Nos municípios de grande porte e mais violentos, a população tem menos acesso aos serviços de saúde, fator que pode agravar os quadros de morte por violência. O PIB per capita possui uma correlação positiva com o porte dos municípios e as taxas médias de homicídio. A tendência geral é de que quanto maior o município, maior o PIB per capita. Os grandes e violentos centros urbanos possuem PIBs bem superiores aos dos pequenos municípios. Um maior PIB associado a uma extensa população em países subdesenvolvidos como o Brasil indica a probabilidade de intensa concentração de renda que, por sua vez, gera uma maior concentração de favelas, desemprego e criminalidade (ver as médias dos PIBs por porte na tabela 9). O IRFS Social (CNM) trouxe outro resultado interessante, pois possui uma correlação negativa com o aumento dos portes e dos índices de homicídios. Ou seja, quanto maior e mais violento o município, menor é a média do IRFS Social, que está relacionado a indicadores de saúde e educação. Tal fato indica que os municípios de maior porte, que apresentam maior violência, apresentam piores indicadores de saúde, que são referentes à média de consultas médicas, cobertura vacinal, taxa de mortalidade infantil. E também possuem piores indicadores em educação, que se referem à quantidade de matrículas da rede municipal de ensino, taxa de abandono escolar e quantidade de professores atuando nas escolas municipais com curso superior. Tabela 9 Homicídios e indicadores sociais Porte Nº Habitantes Nº Municípios Taxa Média de Homicídios por 100 mil hab. Possui Delegacia Civil Possui Delegacia Criança Possui Delegacia Mulher 1 0 a ,3 62% 0,2% 0,1% 30,4% 3,8 2, ,78 0,58 0, a ,2 79% 0,8% 0,0% 32,4% 3,7 2, ,43 0,54 0, a ,5 90% 1,3% 1,0% 33,6% 3,5 1, ,44 0,52 0, a ,3 97% 4,8% 18,0% 33,8% 3,6 1, ,69 0,52 0, a ,2 100% 20,1% 64,5% 30,6% 4,1 1, ,42 0,53 0, de ,9 100% 59,0% 94,9% 28,1% 4,1 1, ,73 0,51 0,23 Matrículas 06 IDEB 2007 Média Consultas Méd. PIB Per Capita Índice Respons. Social Média Trabalhadores Veja a seguir as tabelas em que constam os indicadores dos cinquenta municípios mais violentos e dos cinquenta municípios menos violentos de cada porte populacional. 148 Estudos Técnicos CNM Volume 1

149 50 + violentos 50 - violentos Média Pop. Média Homic. Delegacia PC PORTE 1 (0 a hab.) Delegacia Criança Delegacia Mulher MAT/ Pop IDEB 2007 Méd. Cons. Méd. PIB per Capita Índice Resp. Social MédiaTrabalhadores/ Pop , ,6% 2,57 2, ,19 0,446 0, , ,5% 2,88 1, ,03 0,477 0, violentos 50 - violentos Média Pop. Média Homic. Delegacia PC PORTE 2 (5.001 a hab.) Delegacia Criança Delegacia Mulher MAT/ Pop IDEB 2007 Méd. Cons. Méd. PIB per Capita Índice Resp. Social MédiaTrabalhadores/ Pop , ,2% 3,454 1, ,37 0,488 0, , ,7% 3,556 1, ,12 0,440 0, violentos 50 - violentos Média Pop. Média Homic. Delegacia PC PORTE 3 ( a hab.) Delegacia Criança Delegacia Mulher MAT/ Pop IDEB 2007 Méd. Cons. Méd. PIB per Capita Índice Resp. Social MédiaTrabalhadores/ Pop , ,1% 3,28 1, ,93 0,445 0, , ,8% 3,20 1, ,65 0,426 0, violentos 50 - violentos Média Pop. Média Homic. Delegacia PC PORTE 4 ( a hab.) Delegacia Criança Delegacia Mulher MAT/ Pop IDEB 2007 Méd. Cons. Méd. PIB per Capita Índice Resp. Social MédiaTrabalhadores/ Pop , ,9% 3,34 1, ,02 0,404 0, , ,4% 2,99 1, ,65 0,404 0, violentos 50 - violentos Média Pop. Média Homic. Delegacia PC PORTE 5 ( a hab.) Delegacia Criança Delegacia Mulher MAT/ Pop IDEB 2007 Méd. Cons. Méd. PIB per Capita Índice Resp. Social MédiaTrabalhadores/ Pop , ,8% 3,69 1, ,75 0,496 0, , ,9% 4,41 1, ,78 0,514 0,20 Média Pop. Média Homic. Delegacia PC PORTE 6 ( mais de hab.) Delegacia Criança Delegacia Mulher MAT/ Pop IDEB 2007 Méd. Cons. Méd. PIB per Capita Índice Resp. Social MédiaTrabalhadores/ Pop violentos , ,3% 3,77 1, ,26 0,467 0, violentos , ,9% 4,48 1, ,91 0,531 0,23 Estudos Técnicos CNM Volume 1 149

150 15 DESAFIOS DA CRISE MUNDIAL: UMA ESTIMATIVA DO IMPACTO SOBRE AS FINANÇAS PÚBLICAS O presente estudo, realizado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), prevê que o impacto da crise econômica sobre as receitas públicas pode ser muito mais forte do que a equipe do Ministério da Fazenda prevê, podendo chegar a uma arrecadação nominal da União em cerca de R$ 62 bilhões a menos se o PIB crescer apenas 2% acima da infl ação, em vez dos 4% esperados pelo governo. No âmbito das receitas municipais, essa diferença pode chegar a R$ 4,5 bilhões no Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Espera-se que os cofres federais sejam os mais atingidos, mas a queda da lucratividade das empresas também afetará uma das principais fontes de receita dos municípios, que é o FPM, por causa da sua vinculação com o Imposto de Renda. Nos últimos três anos, a receita com FPM cresceu 58%, empurrada pelo crescimento de 60% do imposto de renda. Este por sua vez foi puxado pelo IR incidente sobre os lucros das empresas e ganhos de capital, que cresceu 63% no mesmo período. Assim, como os lucros cresceram acima das demais formas de renda nos últimos anos, agora são os que devem cair mais, afetando as receitas de União, Estados e Municípios. Tudo vai depender do impacto sobre as variáveis,como produção, comércio, salários e lucro. Caso o governo não tivesse implementado o pacote anticrise de redução de impostos na quinta-feira última (11 de dezembro) e se forem assumidas as estimativas otimistas do governo de que o PIB vá crescer 4% acima da infl ação em 2009 e os lucros se mantenham crescendo a 5%, a carga tributária poderia inclusive aumentar no próximo ano, chegando a 38,2% do PIB, diante de uma estimativa de 37,9% para este ano. Com o pacote, projeta-se que a relação carga/pib se mantenha em 2009 no mesmo patamar estimado para 2008, 37,9%, considerando o cenário otimista. Se o pacote não for sufi ciente para estimular a economia e o PIB crescer só 2%, com queda de 10% nos lucros, aí a carga tributária cairia para 36,3%, recuando para uma proporção menor que em Em um cenário intermediário, de crescimento de 3% da economia e lucros estagnados, a carga tributária fi caria em 37,2% do PIB. O efeito da crise sobre o FPM pode ser mensurado a partir dos impactos sobre os dois impostos que servem para sua base de cálculo: o IPI e o IR. Considerando o cenário otimista do governo, PIB aumentando 4%, lucro 5% e massa salarial 14,06%, ao tomar em conta que o IPI é puxado pelo PIB, o IR incidente sobre trabalho pela massa salarial e o IR incidente sobre capital pela evolução dos lucros, calcula-se que o FPM fi caria (antes do anúncio do pacote) em torno de R$ 46,4 bilhões em 2009, valor 10,5% maior que a estimado para Já no quadro intermediário, moderado, o FPM seria de R$ 44,7 bilhões e, fi nalmente, na perspectiva pessimista, fi caria em R$ 41,9 bilhões, quase no mesmo patamar que em Se acrescentado o efeito da desoneração do IPI-automóveis e do IRPF (R$ 5,9 bilhões no total), incluído no pacote do governo federal, os municípios perdem mais R$ 1,1 bilhão, e a previsão do FPM de 2009 cai para R$ 40,8 bilhões. 1 Introdução A Confederação Nacional de Municípios (CNM) apresenta uma estimativa da carga tributária de 2008 dos três entes da Federação, por tributo, e apresenta também uma projeção do impacto da atual crise fi nanceira internacional sobre a arrecadação de Também foram calculadas, a partir desses dados, as principais transferências intergovernamentais. Na projeção foi considerado o pacote anticrise de redução de impostos e o novo PIB revisado pelo Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE) na semana passada (9 de dezembro). 150 Estudos Técnicos CNM Volume 1

151 Com as informações já disponíveis até o momento sobre a atual crise fi nanceira mundial, é consenso entre os especialistas que o ritmo de crescimento que a arrecadação pública tem experimentado nos últimos anos, nas diversas esferas de governo, será, em parte, freado. Apesar de a crise iniciada nos EUA ter, pelo menos em sua fase inicial, uma natureza fi nanceira, os efeitos da falta de liquidez no sistema fi nanceiro mundial não demorará a ser sentido no lado real da economia. As receitas dos municípios brasileiros sentirão o impacto da crise, provavelmente já a partir dos próximos meses. O grau desse impacto ainda é uma incógnita, dependerá de quanto da queda de liquidez e crédito acumulada até hoje se traduzirá em recessão. Como não é possível ainda, determinar qual será o cenário econômico em 2009, em termos de previsão, é viável apenas estabelecer como fi caria a arrecadação diante de alguns prováveis cenários. Nesse sentido, só é sensato adiantar com segurança, a seqüência esperada em que os desdobramentos da crise afetarão a arrecadação dos municípios e das demais esferas. Sabe-se que o primeiro impacto será sobre a lucratividade das empresas brasileiras. Como recentemente o lucro das empresas tem sido o principal responsável pelo expressivo crescimento que a arrecadação do imposto de renda (IR) apresentou nos últimos anos, é de se esperar uma redução dessa tendência. Para os municípios, espera-se que a primeira receita a sofrer o impacto negativo da crise seja o Fundo de Participação dos Municípios (FPM), já que cerca de 4/5 do fundo é composto por porcentual do IR. Como ilustração do peso que o lucro das empresas tiveram na expansão do IR, compare no gráfi co a seguir a evolução desse imposto fracionado por categoria de renda de incidência. Evolução da Arrecadação com IR por Categoria (acumulado em 12 meses) (milhões) dez/02 mai/03 out/03 mar/04 ago/04 jan/05 jun/05 nov/05 abr/06 set/06 fev/07 jul/07 dez/07 mai/08 IR-Trabalho IR Capital Vê-se que, desde 2002, a arrecadação do imposto de renda com incidência sobre capital tem crescido mais acentuadamente que a parte desse imposto incidente sobre trabalho. O aumento nos últimos anos da importância dos lucros na arrecadação pública pode ser evidenciado também quando se agrupam alguns dos principais tributos do país por categoria de renda sobre as quais incidem. No gráfi co a seguir, foram selecionados alguns tributos com diferentes bases de incidência e apresentado o crescimento destes entre dezembro de 2002 e agosto de Observa-se que impostos com incidência principalmente sobre lucro e capital foram os que apresentaram maior expansão no período. O aumento da arrecadação desses tributos foi superior a 80% no período. Estudos Técnicos CNM Volume 1 151

152 Crescimento da Receita por Grupo de Impostos (Dez/2002=100) dez/02 jun/03 jan/04 jul/04 fev/05 ago/05 mar/06 out/06 abr/07 nov/07 mai/08 Consumo (ICMS) Renda+Salários(IRPF+INSS) Lucros+Capital(IRPJ+CSLL) Outra informação importante revelada por ambos os gráfi cos supramencionados está relacionada ao impacto da crise de 2003 sobre a arrecadação. Vê que, nesse período, a arrecadação sobre salários foi a que mais diminuiu. A diferença do cenário de 2003 para o recente, é que hoje se espera que o maior impacto seja sobre as receitas de capital, pelo menos em um primeiro momento. Já em um segundo momento de impacto da crise, as empresas responderão à queda de lucratividade se ajustando via redução de pessoal e revisão de suas produções. Assim, o ritmo de crescimento da atividade econômica no país diminuirá. Segundo previsão divulgada pela Comissão Econômica para América Latina (Cepal), os países da América Latina não crescerão acima de 3% em Apesar de nos anos recentes a carga tributária ter crescido em um ritmo acima do PIB, como pode observar na tabela a seguir, uma redução da atividade econômica terá consequências sobre a arrecadação. Nesse segundo momento, o impacto será na arrecadação de impostos indiretos. Isso porque a diminuição esperada do ritmo da atividade econômica implica diretamente a queda do ritmo de arrecadação dos mais importantes impostos indiretos do país, o IPI (União), o ICMS (Estadual) e o ISS (Municipal). Apresar de o IPI e o ICMS ser tributos de outras esferas, eles também compõem as receitas municipais por meio do sistema de transferências intergovernamentais. Assim, serão as receitas dessas fontes que sofreram o impacto em um segundo momento. Nos anos recentes, presenciou-se um aumento persistente da relação carga tributária/pib. Mas em 2009, salvo alguma mudança de regra na estrutura de tributação, a tendência de crescimento da arrecadação observada nos últimos anos não se manterá na mesma intensidade. Apesar do ótimo resultado que as contas municipais têm apresentado em termos de endividamento, como vem ressaltando a CNM, outro impacto da crise será sobre os municípios que têm dívidas em dólares, já que o câmbio tem sofrido desvalorizações. Moeda estrangeira mais cara signifi ca dívida maior para esses municípios. Na tabela a seguir é apresentada as principais estimativas e projeções. Veja os valores da arrecadação total da União e dos Estados, bem como a evolução da arrecadação própria dos municípios por tributo. Veja também a evolução da relação carga/pib e a projeção para Estudos Técnicos CNM Volume 1

153 Composição da Carga Tributária Bruta, por esfera e tributo (R$ milhões) - valores correntes Esfera Otimista Moderado Pessimista União Estados Municípios ISS IPTU ITBI IRRF Taxas e outros Prev Municipal Total PIB CTBB (Total/PIB) 35,187% 35,144% 36,492% 37,958% 37,960% 37,186% 36,270% 2009 Em seguida, se discutirão as estimativas realizadas para a carga tributária de 2008 e depois as projeções para Estimativa da carga tributária de 2008 Para prever possíveis impactos da atual crise fi nanceira sobre as fi nanças públicas municipais, é necessário que primeiro estime-se a carga tributária em Os resultados encontrados para essa previsão mostram que em 2008 segue a tendência de aumento da carga tributária e o aumento da relação carga/pib, observados durante o período anterior. A relação carga/pib, que em 2007 era de 36,5%, foi estimada para 2008 em 37,9%, sendo correspondente a uma carga tributária total de R$ 1, 11 trilhões. Os valores estimados para os tributos de arrecadação municipal somam R$ 57,15 bilhões, sendo ISS (R$ 22,43 bi), IPTU (R$ 13,74 bi), ITBI (R$ 3,63 bi), IRRF (R$ 4,73 bi), taxas e outros (R$ 7,35 bi) e previdência municipal (R$ 5,2 bi). No Anexo 1, encontra-se a tabela completa da carga por tributo das três esferas da Federação desde Metodologia A fi m de estimar a carga tributária municipal de 2008, a CNM baseou-se nos dados do Finbra Depois de proceder a algumas correções e exclusões de dados inconsistentes dessa base, a Confederação realizou uma extrapolação dos valores tomando por base o porte de população. Essa extrapolação é necessária uma vez que uma parte dos municípios existentes no país não está contemplada naquela base da STN. Com a extrapolação, obteve-se a estimativa da carga tributária total dos municípios para o ano de Já para estimar a arrecadação de 2008, para os municípios de um mesmo estado, foi aplicado o crescimento observado nas respectivas capitais, entre o acumulado no primeiro semestre de 2007 e o acumulado no mesmo período de 2008, segundo dados disponibilizados pelo SISTN. Para estimar a arrecadação de competência federal utilizou-se a estimativa do Relatório de Avaliação Orçamentária do 5 o bimestre do Ministério do Planejamento, para os valores do IR, IPI, IOF, IE, II, ITR, CPMF, Cofi ns, CSLL, PIS/Pasep, Cide, Royalties, Salário Educação. Para estimativa das receitas de INSS, FGTS, Sistema S, aplicou-se aos valores de 2007 a estimativa de crescimento da massa salarial, constante no mesmo relatório. Para taxas, outras contribuições, dívida ativa e multas, previdência federal foi aplicado o crescimento médio esperado pelo governo para o total da carga da União. Já a arrecadação estadual foi estimada com base nos dados do Confaz, que mostram a arrecadação dos estados até agosto de Para o ICMS, IPVA, ITCD, taxas e outros, aplicou-se aos valores de 2007 o crescimento auferido entre o acumulado de janeiro a agosto de 2007 e o acumulado no mesmo período de Já para o IRRF e Previdência Estadual, aplicou-se o crescimento observado no período anterior. Por fi m, foi considerado que os tributos municipais cobrados pelo DF cresceram no mesmo ritmo estimado para a carga municipal. Estudos Técnicos CNM Volume 1 153

154 3 Estimativa do impacto da crise em 2009 sobre as finanças públicas A CNM simulou o impacto sobre a carga tributária para três cenários econômicos diferentes para 2009; otimista, moderado e pessimista. Para todos os cenários adota-se uma taxa de câmbio para 2009 de 2,1 R$/ U$, uma taxa de infl ação das receitas de 7% e uma expansão na produção de petróleo de 5%. A tabela a seguir apresenta os parâmetros adotados em cada cenário. Indicadores Econômicos por Cenário (crescimento nominal) Otimista Moderado Pessimista PIB (real) 12% (4%) 11% (3%) 10% (2%) Lucro das Empresas 12% 7% -3% Massa Salarial 14,06% 10% 7% Preço Barril Petróleo Quanto aos resultados, verifi cou-se uma grande diferença na arrecadação diante de cenários distintos. Com a previsão otimista, haveria uma carga total crescendo a 12,0%, a arrecadação da União, 11,5%, Estados 13,1% e Municípios, 13,1%, todos esses crescimentos nominais. Entre as arrecadações próprias municipais, os maiores crescimentos esperados são do IRRF-municipal e ISS, veja a tabela completa no Anexo 1. Na perspectiva moderada, calculou-se um crescimento da carga total de 8,7%, União, 7,7%, Estados, 11%, Municípios. Já em uma perspectiva pessimista vê-se um aumento da carga total de apenas 5,1%, sendo que a União sofreria o pior impacto, crescendo apenas 3,3%. Assim, quanto pior o cenário, maior é a diferença de impacto entre a arrecadação da União e a dos demais entes. Veja a comparação das taxas de crescimento na tabela seguinte. Taxa de crescimento nominal da carga tributária em 2009, por esfera e por cenário, em relação a 2008 Otimista Moderado Pessimista União 11,49% 7,71% 3,31% Estados 13,14% 11,00% 9,05% Municípios 13,10% 11,00% 9,08% Total 12,00% 8,74% 5,11% PIB 12,00% 11,00% 10,00% No Anexo 1, apresenta-se uma tabela com a composição da carga tributária desde 2000, com a estimativa de 2008 e a previsão para 2009 nos três cenários. A relação carga/pib que em 2008 foi estimada em 37,9%, em 2009 se manteria igual caso a previsão otimista se confi rme, diminuiria para 37,2% com o cenário moderado e reduziria mais ainda no pessimista, passando para 36,3%. Os números refl etem a proposição de que quanto maior a redução na taxa de crescimento da atividade econômica, menor será a relação carga/pib, uma vez que a arrecadação tente a frear com intensidade maior que a do PIB. 3.1 Contas municipais O crescimento esperado da arrecadação própria municipal é o maior das três esferas. Quanto às transferências, as mais importantes, o FPM e a cota-parte ICMS, foram estimadas para 2008 em R$ 42,078 milhões e R$ 45,647 milhões, respectivamente. Para 2009, a projeção do FPM apresentou uma sensibilidade maior do que a do ICMS. Ou seja, um cenário econômico ruim tende a reduzir mais a receita com FPM do que a receita com ICMS, isso porque, como já ressaltado, o impacto sobre o IR de um cenário ruim é maior que sobre os demais impostos. Veja na tabela a seguir a evolução e as estimativas das principais transferências recebidas pelos municípios. Vale lembrar que a desoneração de impostos implementados pelo governo na semana passada está considerado no cálculo. 154 Estudos Técnicos CNM Volume 1

155 Transferências Intergovernamentais (R$ milhões) - valores correntes 2009 Esfera Transferência otimista moderado pessimista FPM ITR IPI-Exportação CIDE Salário Educação Royalties Cota-parte ICMS Cota-parte IPVA Fundef/Fundeb Municípios Veja no Anexo 2, a tabela completa com o fl uxo das principais transferências entre governos desde 3.2 Metodologia Para projetar a arrecadação das três esferas de governo em 2009, considera-se que os tributos relacionados seguiram o crescimento pressuposto para o PIB da seguinte forma: uma taxa inferior a 3% de crescimento real do PIB, a cada 1 ponto porcentual de crescimento do PIB a carga desses tributos cresce 0,9 pontos percentuais. Ao crescimento do 3%, supõe-se um crescimento na mesma proporção para as receitas. E acima de 3% de crescimento do PIB, considera-se que a cada ponto porcentual de aumento do PIB, a receita cresce 1,1 ponto porcentual. União (IPI; IOF; IE; II; CPMF; Cofi ns; PIS/Pasep; Cide; royalties; Previdência Federal; taxas; outras contribuições; dívida ativa e multas). Estadual (ICMS; IPVA; ITCD; taxas e outros; previdência estadual; municipais do DF). Municipal (IPTU; ISS; ITBI; taxas e outros e previdência municipal). Para o IRRF estadual e municipal, aplicou-se crescimento na mesma proporção do PIB para todos os cenários. Para IR-trabalho, Salário Educação, INSS, FGTS e Sistema S, foi projetado, sobre o valor de 2008, o crescimento esperado em cada cenário para a massa salarial. Para os royalties petróleo, considerou-se uma composição de crescimento da quantidade produzida e do crescimento do valor da produção. Aos demais royalties foi considerado um crescimento na mesma proporção do PIB. Por fi m, para projetar a parcela do IR incidente sobre lucro e capital e a CSLL, utilizou-se a expectativa de cada cenário em relação ao lucro das empresas em Impacto do pacote anticrise sobre a arrecadação prevista para 2009 O pacote tributário anunciado pelo governo reduz o IRPF em R$ 4,9 bilhões e o IPI-automóveis em R$ 1 bilhão. A perda potencial de receita para os municípios, se o pacote não surtir efeito positivo sobre a economia, será de R$ 1,4 bilhão. A relação carga/pib caso o governo não tivesse implementado o pacote anticrise da semana passada seria em 2009 de 38,2%, 37,4% e 36,5% para os cenários otimista, moderado e pessimista, respectivamente, enquanto que incorporado o pacote, em média, a carga/pib será 0,25 pontos percentuais menor nos três cenários. Veja tabela comparativa seguinte, onde é apresentada a projeção da carga tributária com e sem o pacote. Estudos Técnicos CNM Volume 1 155

156 Carga tributária - valores correntes Otimista Moderado Pessimista s/ pacote c/ pacote Carga Total Carga/PIB 35,144% 36,492% 37,958% 38,216% 37,444% 36,530% Carga Total Carga/PIB 35,144% 36,492% 37,958% 37,960% 37,186% 36,270% O impacto do pacote para o FPM será, em média, de uma redução de R$ 1,4 bilhão (incluindo Fundeb) ou de R$ 1,1 bilhão (líquido do Fundeb). Veja comparação a seguir. Transferências Intergovernamentais (R$ milhões) - valores correntes 2009 Transferência otimista moderado pessimista FPM s/ pacote c/ pacote Projeção de curto prazo para o FPM A queda de receita de tributos federais em novembro de 2008, estimada em R$ 3,6 bilhões, já começou a surtir efeito nas transferências do FPM e nas projeções dessa transferência nos próximos meses. O gráfi co seguinte representa a evolução do valor anualizado (últimos 36 decênios) e corrigido dos repasses para o fundo. Depois de uma rápida aceleração ao longo dos últimos anos e, em particular, em 2009, os dados indicam que, a partir do decênio do dia 20 de dezembro, as transferências devem começar a declinar em valores reais. Só não se sabe ainda qual será o ritmo exato da queda. Evolução do FPM 41,00 em R$ bilhões (36 decênios=1 ano) 39,00 37,00 35,00 33,00 31,00 29,00 27,00 25,00 10/5/ /6/ /7/ /8/ /9/ /10/ /11/ /12/2007 Valor arrecadado 10/1/ /2/ /3/ /4/ /5/ /6/ /7/ /8/2008 Valor projetado 10/9/ /10/ /11/ /12/ /1/ /2/2009 Ainda é muito cedo para saber qual será a necessidade de ajuste nos orçamentos das prefeituras, mas é preciso que o gestor municipal se prepare para apertar o cinto. Não há motivo para pânico, mesmo porque os prefeitos já vêm promovendo nos últimos anos, uma melhora considerável de suas contas, como se pode perceber pelo crescimento expressivo do superávit primário nessa esfera de governo (veja estudo recente da CNM sobre o assunto). 156 Estudos Técnicos CNM Volume 1

157 ANEXO 1 -Composição da Carga Tributária Bruta, por esfera e tributo (R$ milhões) - valores correntes Esfera Otimista Moderado Pessimista União IR IR - Trabalho IR - Catital IPI IOF IE+II ITR CPMF Cofins CSLL PIS/Pasep Cide Royalties Petróleo Outros Salário Educação INSS FGTS Sistema S Prev Federal Taxas federais Outras Contribuições Dívida Ativa Multas Estados ICMS IPVA ITCD ISS+IPTU+ITBI (DF) IRRF Taxas e outros Prev Estadual Municípios ISS IPTU ITBI IRRF Taxas e outros Prev Municipal Total PIB CTBB (Total/PIB) 30,746% 32,018% 33,209% 32,716% 33,573% 35,187% 35,144% 36,492% 37,958% 37,960% 37,186% 36,270% Estudos Técnicos CNM Volume 1 157

158 Anexo 2 - Transferências Intergovernamentais (R$ milhões) - valores correntes Esfera Transferência otimista moderado pessimista FPE (12.182) (14.336) (17.743) (18.458) (20.346) (25.464) (28.181) (32.010) (38.497) (41.509) (39.905) (37.375) FPM (12.816) (15.024) (18.595) (19.343) (21.322) (26.676) (29.503) (33.935) (42.078) (45.370) (43.617) (40.852) ITR (112) (93) (121) (133) (141) (134) (152) (160) (186) (210) (206) (202) IPI-Exportação (1.500) (1.613) (1.596) (1.533) (1.831) (2.078) (2.340) (2.667) (3.157) (3.420) (3.352) (3.290) CIDE (1.109) (1.774) (1.781) (1.850) (1.722) (1.949) (1.911) (1.877) Salário Educação (1.725) (2.004) (2.340) (2.603) (2.875) (3.440) (4.036) (4.538) (5.248) (5.986) (5.773) (5.615) Royalties (2.449) (3.444) (4.692) (7.005) (7.708) (9.595) (11.664) (10.839) (15.026) (14.689) (13.105) (11.520) Fundef/Fundeb* (5.725) (6.430) (7.676) (7.857) (8.636) (10.439) (11.120) (15.976) (18.793) (22.575) (21.718) (20.379) FPE IPI-Exportação CIDE Salário Educação Royalties Fundef/Fundeb FPM ITR IPI-Exportação CIDE Salário Educação Royalties Cota-parte ICMS Cota-parte IPVA Fundef/Fundeb Municípios Estados União 158 Estudos Técnicos CNM Volume 1

159 16 PESQUISA SOBRE PAGAMENTO DO 13 O SALÁRIO EM Tabulação dos resultados da pesquisa 1.1 Objetivos 1) Diagnosticar a situação atual dos municípios brasileiros em relação à previsão de pagamento do 13 o salário. 2) Quantifi car e qualifi car quais municípios, estados e regiões brasileiras com mais difi culdades para pagar o 13 o salário em dia e buscar as causas. 3) Propor alternativas viáveis para a correção dos problemas. 1.2 Metodologia A pesquisa foi feita por manifestação espontânea. Foram consultados 70,50% dos municípios brasileiros (3.921 cidades) Procedimento 1) Disponibilização de diferentes canais para o recebimento da informação: Foram aceitas respostas por fax, por , por correspondência e pela Internet, no sítio da Confederação Nacional de Municípios < 2) Equipe de suporte da CNM: assessoria técnica e setor de pesquisas da CNM foram disponibilizados para o suporte ao preenchimento dos formulários. 3) Contato telefônico nas regiões com menor índice de respostas: os municípios que não responderam ao questionário ou as regiões com baixo número de respostas foram contatados por telefone para a obtenção dos dados. Para evitar desvio de dados entre estados com maior ou menor quantidade de municípios, optou-se pela não defi nição de uma amostra estatística com um porcentual de municípios de cada estado. O estudo apresenta o cenário real dos municípios pesquisados até o dia 4 de dezembro de Como se trata de um levantamento de dados por manifestação espontânea, a CNM continua recebendo diariamente novas informações dos municípios brasileiros. 1.3 Coordenação Área de Estudos Técnicos e Setor de Pesquisas da Confederação Nacional de Municípios (CNM). 1.4 Período de coleta das informações Entre os dias 10 de novembro e 4 de dezembro de Estudos Técnicos CNM Volume 1 159

160 2 Resultados O quadro a seguir informa a quantidade de municípios entrevistados separados por estado e o porcentual de retorno da pesquisa. A amostragem é bastante signifi cativa (70,50%). Tabela 1 - % de municípios pesquisados por UF UF Municípios PesquMunicípios do Es% Retorno AC ,3% AL ,0% AM ,0% AP ,3% BA ,3% CE ,2% ES ,6% GO ,9% MA ,3% MG ,4% MS ,8% MT ,2% PA ,0% PB ,5% PE ,1% PI ,7% PR ,0% RJ ,2% RN ,9% RO ,6% RR ,3% RS ,2% SC ,7% SE ,0% SP ,2% TO ,0% BR ,5% 160 Estudos Técnicos CNM Volume 1

161 2.1 Resultado por questões O 1% de aumento do Fundo de Participação dos Municípios será utilizado para pagamento do 13 o salário do funcionalismo municipal? Dos municípios pesquisados, 89,89% utilizam os recursos provenientes do aumento de 1% do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Tabela 2 - O aumento de 1% do FPM vai ajudar no pagamento do 13º Salário? Sim ,9% Não ,1% Total ,0% Sem resposta 25 10,1% Auxílio do aumento do FPM 89,9% Sim Não Estudos Técnicos CNM Volume 1 161

162 O salário do funcionalismo municipal está em dia? A maioria dos municípios brasileiros, 98,14%, está com os salários em dia. Tabela 3 - O salário do funcionalismo municipal Está em dia ,1% Está atrasado 73 1,9% Total ,0% Sem resposta 6 1,9% Salário em Dia 98,1% Está em dia Está atrasado 162 Estudos Técnicos CNM Volume 1

163 Qual o regime de trabalho dos servidores? O regime de trabalho dos servidores municipais é na maioria estatutário, 62,00%, em alguns casos misto (estatutário e celetista), 25,60%, e pequena parte apenas por CLT, 11,69%. Tabela 4 - Regime de trabalho dos Servidores: Ambos ,6% Estatutário ,0% CLT ,7% Outros 28 0,7% Total ,0% Sem resposta 3 Regime de Trabalho 11,7% 25,6% 62,0% Ambos Estatutário CLT Estudos Técnicos CNM Volume 1 163

164 Qual a forma de pagamento do 13 o salário? Na maior parte dos municípios (59,50%), o 13 o salário é pago em uma única parcela. Tabela 5 - Forma de pagamento do 13º salário Parcela Única ,5% Parcelado ,0% Outros 20 0,5% Total ,0% Forma de pagamento 40,0% 59,5% Parcela Única Parcelado 164 Estudos Técnicos CNM Volume 1

165 Se o pagamento é feito em parcela única, quando é ou será pago? Dos municípios, 84,17% pretendem pagar até o dia 20 de dezembro; 14,67% já efetuaram o pagamento e somente 1,16% dos municípios deverão enfrentar difi culdades no pagamento do 13 o ao seu funcionalismo: Tabela 6 - Pagamento em Parcela Única Já pagou ,7% Vai pagar até 20 de dezembro ,2% vai atrasar 27 1,2% Total ,0% Sem resposta 8 1,2% Se em parcela única 14,7% 84,2% Já pagou Vai pagar até 20 de dezembro vai atrasar Estudos Técnicos CNM Volume 1 165

166 Se o 13 o for pago em duas parcelas, a primeira já foi paga? A maioria dos municípios (92,13%) já pagou a primeira parcela. Somente cinco prefeituras (0,32%) terão difi culdade para honrar o compromisso. Tabela 7- Se parcelado - A primeira Parcela Já pagou ,1% Vai pagar até 20 de dezembro 118 7,6% vai atrasar 5 0,3% Total ,0% Sem resposta 6 Se parcelado, a primeira parcela 92,1% 0,3% 7,6% Já pagou Vai pagar até 20 de dezembro vai atrasar 166 Estudos Técnicos CNM Volume 1

167 Se o 13 o for pago em duas parcelas, quando será paga a segunda? Somente 0,96% dos municípios enfrentarão problemas para cumprir o pagamento da segunda parcela, mas a maioria (95,14%) pagará no dia 20 de dezembro. Tabela 8- Se parcelado - A segunda Parcela Já pagou 61 3,9% Vai pagar até 20 de dezembro ,1% vai atrasar 15 1,0% Total ,0% Sem resposta 3 1,0% 3,9% Se parcelado, a segunda parcela 95,1% Já pagou Vai pagar até 20 de dezembro vai atrasar Estudos Técnicos CNM Volume 1 167

168 A folha de pagamento do mês de dezembro irá atrasar? A maioria dos municípios (96,63%) não irá atrasar o pagamento da folha referente ao mês de dezembro. Tabela 9- Folha de pagamento de dezembro Será paga em dia ,6% Vai atrasar 131 3,4% Total ,0% Sem resposta 28 3,4% O salário de dezembro 96,6% Será paga em dia Vai atrasar Administração Municipal Direta Total Total de funcionários ativos da administração direta Total de funcionários ativos da administração direta Estatutários Total de funcionários ativos da administração direta Celetistas (CLT) Total de funcionários ativos da administração direta Somente comissionados Total de funcionários ativos da administração direta Sem vínculo permanente Fonte: IBGE Pesquisa de Informações Municipais Estudos Técnicos CNM Volume 1

169 Acre Tabela 2 - O aumento de 1% do FPM vai ajudar no pagamento do 13º Salário? Sim 15 88,2% Não 2 11,8% Total ,0% Tabela 3 - O salário do funcionalismo municipal Está em dia ,0% Está atrasado - 0,0% Total ,0% Tabela 4 - Regime de trabalho dos Servidores: Ambos 1 5,9% Estatutário 6 35,3% CLT 10 58,8% Outros - 0,0% Total ,0% Tabela 5 - Forma de pagamento do 13º salário Parcela Única 7 41,2% Parcelado 10 58,8% Outros - 0,0% Total ,0% Tabela 6 - Pagamento em Parcela Única Já pagou 1 14,3% Vai pagar até 20 de dezembro 6 85,7% vai atrasar - 0,0% Total 7 100,0% Tabela 7- Se parcelado - A primeira Parcela Já pagou ,0% Vai pagar até 20 de dezembro - 0,0% vai atrasar - 0,0% Total ,0% Tabela 8- Se parcelado - A segunda Parcela Já pagou - 0,0% Vai pagar até 20 de dezembro 9 90,0% vai atrasar 1 10,0% Total ,0% Tabela 9- Folha de pagamento de dezembro Será paga em dia ,0% Vai atrasar - 0,0% Total ,0% Estudos Técnicos CNM Volume 1 169

170 Alagoas Tabela 2 - O aumento de 1% do FPM vai ajudar no pagamento do 13º Salário? Sim 48 92,3% Não 4 7,7% Total ,0% Sem resposta 1 Tabela 3 - O salário do funcionalismo municipal Está em dia 51 98,1% Está atrasado 1 1,9% Total ,0% Sem resposta 1 Tabela 4 - Regime de trabalho dos Servidores: Ambos 19 35,8% Estatutário 27 50,9% CLT 7 13,2% Outros - 0,0% Total ,0% Tabela 5 - Forma de pagamento do 13º salário Parcela Única 38 71,7% Parcelado 15 28,3% Outros - 0,0% Total ,0% Tabela 6 - Pagamento em Parcela Única Já pagou 9 24,3% Vai pagar até 20 de dezembro 27 73,0% vai atrasar 1 2,7% Total ,0% Sem resposta 1 Tabela 7- Se parcelado - A primeira Parcela Já pagou ,0% Vai pagar até 20 de dezembro - 0,0% vai atrasar - 0,0% Total ,0% Sem resposta 1 Tabela 8- Se parcelado - A segunda Parcela Já pagou 2 14,3% Vai pagar até 20 de dezembro 12 85,7% vai atrasar - 0,0% Total ,0% Sem resposta 1 Tabela 9- Folha de pagamento de dezembro Será paga em dia 48 94,1% Vai atrasar 3 5,9% Total ,0% Sem resposta Estudos Técnicos CNM Volume 1

171 Amazonas Tabela 2 - O aumento de 1% do FPM vai ajudar no pagamento do 13º Salário? Sim 30 96,8% Não 1 3,2% Total ,0% Tabela 3 - O salário do funcionalismo municipal Está em dia ,0% Está atrasado - 0,0% Total ,0% Tabela 4 - Regime de trabalho dos Servidores: Ambos 10 32,3% Estatutário 18 58,1% CLT 2 6,5% Outros 1 3,2% Total ,0% Tabela 5 - Forma de pagamento do 13º salário Parcela Única 15 48,4% Parcelado 15 48,4% Outros 1 3,2% Total ,0% Tabela 6 - Pagamento em Parcela Única Já pagou 1 6,7% Vai pagar até 20 de dezembro 14 93,3% vai atrasar - 0,0% Total ,0% Tabela 7- Se parcelado - A primeira Parcela Já pagou ,0% Vai pagar até 20 de dezembro - 0,0% vai atrasar - 0,0% Total ,0% Sem resposta 2 Tabela 8- Se parcelado - A segunda Parcela Já pagou 2 14,3% Vai pagar até 20 de dezembro 12 85,7% vai atrasar - 0,0% Total ,0% Sem resposta 1 Tabela 9- Folha de pagamento de dezembro Será paga em dia ,0% Vai atrasar - 0,0% Total ,0% Sem resposta 1 Estudos Técnicos CNM Volume 1 171

172 Amapá Tabela 2 - O aumento de 1% do FPM vai ajudar no pagamento do 13º Salário? Sim 9 100,0% Não - 0,0% Total 9 100,0% Tabela 3 - O salário do funcionalismo municipal Está em dia 9 100,0% Está atrasado - 0,0% Total 9 100,0% Tabela 4 - Regime de trabalho dos Servidores: Ambos 4 44,4% Estatutário 4 44,4% CLT 1 11,1% Outros - 0,0% Total 9 100,0% Tabela 5 - Forma de pagamento do 13º salário Parcela Única 2 22,2% Parcelado 7 77,8% Outros - 0,0% Total 9 100,0% Tabela 6 - Pagamento em Parcela Única Já pagou - 0,0% Vai pagar até 20 de dezembro 2 100,0% vai atrasar - 0,0% Total 2 100,0% Tabela 7- Se parcelado - A primeira Parcela Já pagou 7 100,0% Vai pagar até 20 de dezembro - 0,0% vai atrasar - 0,0% Total 7 100,0% Tabela 8- Se parcelado - A segunda Parcela Já pagou - 0,0% Vai pagar até 20 de dezembro 7 100,0% vai atrasar - 0,0% Total 7 100,0% Tabela 9- Folha de pagamento de dezembro Será paga em dia 9 100,0% Vai atrasar - 0,0% Total 9 100,0% 172 Estudos Técnicos CNM Volume 1

173 bahia Tabela 2 - O aumento de 1% do FPM vai ajudar no pagamento do 13º Salário? Sim ,4% Não 14 7,6% Total ,0% Sem resposta 4 Tabela 3 - O salário do funcionalismo municipal Está em dia ,8% Está atrasado 6 3,2% Total ,0% Tabela 4 - Regime de trabalho dos Servidores: Ambos 43 22,8% Estatutário ,8% CLT 16 8,5% Outros - 0,0% Total ,0% Tabela 5 - Forma de pagamento do 13º salário Parcela Única 98 51,9% Parcelado 90 47,6% Outros 1 0,5% Total ,0% Tabela 6 - Pagamento em Parcela Única Já pagou 8 8,2% Vai pagar até 20 de dezembro 88 89,8% vai atrasar 2 2,0% Total ,0% Tabela 7- Se parcelado - A primeira Parcela Já pagou 76 84,4% Vai pagar até 20 de dezembro 12 13,3% vai atrasar 2 2,2% Total ,0% Tabela 8- Se parcelado - A segunda Parcela Já pagou 2 2,2% Vai pagar até 20 de dezembro 81 90,0% vai atrasar 7 7,8% Total ,0% Tabela 9- Folha de pagamento de dezembro Será paga em dia ,2% Vai atrasar 9 4,8% Total ,0% Estudos Técnicos CNM Volume 1 173

174 Ceará Tabela 2 - O aumento de 1% do FPM vai ajudar no pagamento do 13º Salário? Sim 71 86,6% Não 11 13,4% Total ,0% Sem resposta 3 Tabela 3 - O salário do funcionalismo municipal Está em dia ,0% Está atrasado - 0,0% Total ,0% Sem resposta 1 Tabela 4 - Regime de trabalho dos Servidores: Ambos 8 9,4% Estatutário 66 77,6% CLT 11 12,9% Outros - 0,0% Total ,0% Tabela 5 - Forma de pagamento do 13º salário Parcela Única 46 54,1% Parcelado 38 44,7% Outros 1 1,2% Total ,0% Tabela 6 - Pagamento em Parcela Única Já pagou 6 13,0% Vai pagar até 20 de dezembro 40 87,0% vai atrasar - 0,0% Total ,0% Tabela 7- Se parcelado - A primeira Parcela Já pagou 35 92,1% Vai pagar até 20 de dezembro 3 7,9% vai atrasar - 0,0% Total ,0% Tabela 8- Se parcelado - A segunda Parcela Já pagou 3 7,9% Vai pagar até 20 de dezembro 35 92,1% vai atrasar - 0,0% Total ,0% Tabela 9- Folha de pagamento de dezembro Será paga em dia 82 97,6% Vai atrasar 2 2,4% Total ,0% Sem resposta Estudos Técnicos CNM Volume 1

175 Espírito Santo Tabela 2 - O aumento de 1% do FPM vai ajudar no pagamento do 13º Salário? Sim 43 72,9% Não 16 27,1% Total ,0% Tabela 3 - O salário do funcionalismo municipal Está em dia 58 98,3% Está atrasado 1 1,7% Total ,0% Tabela 4 - Regime de trabalho dos Servidores: Ambos 29 49,2% Estatutário 23 39,0% CLT 6 10,2% Outros 1 1,7% Total ,0% Tabela 5 - Forma de pagamento do 13º salário Parcela Única 51 86,4% Parcelado 8 13,6% Outros - 0,0% Total ,0% Tabela 6 - Pagamento em Parcela Única Já pagou 4 7,8% Vai pagar até 20 de dezembro 47 92,2% vai atrasar - 0,0% Total ,0% Tabela 7- Se parcelado - A primeira Parcela Já pagou 7 87,5% Vai pagar até 20 de dezembro 1 12,5% vai atrasar - 0,0% Total 8 100,0% Tabela 8- Se parcelado - A segunda Parcela Já pagou - 0,0% Vai pagar até 20 de dezembro 7 87,5% vai atrasar 1 12,5% Total 8 100,0% Tabela 9- Folha de pagamento de dezembro Será paga em dia ,0% Vai atrasar - 0,0% Total ,0% Estudos Técnicos CNM Volume 1 175

176 Goiás Tabela 2 - O aumento de 1% do FPM vai ajudar no pagamento do 13º Salário? Sim ,5% Não 31 16,5% Total ,0% Sem resposta 6 Tabela 3 - O salário do funcionalismo municipal Está em dia ,4% Está atrasado 3 1,6% Total ,0% Sem resposta 1 Tabela 4 - Regime de trabalho dos Servidores: Ambos 24 12,5% Estatutário ,4% CLT 3 1,6% Outros 1 0,5% Total ,0% Sem resposta 2 Tabela 5 - Forma de pagamento do 13º salário Parcela Única ,8% Parcelado 14 7,2% Outros 2 1,0% Total ,0% Tabela 6 - Pagamento em Parcela Única Já pagou ,2% Vai pagar até 20 de dezembro 44 24,7% vai atrasar 2 1,1% Total ,0% Tabela 7- Se parcelado - A primeira Parcela Já pagou 12 85,7% Vai pagar até 20 de dezembro 2 14,3% vai atrasar - 0,0% Total ,0% Tabela 8- Se parcelado - A segunda Parcela Já pagou 1 7,7% Vai pagar até 20 de dezembro 12 92,3% vai atrasar - 0,0% Total ,0% Sem resposta 1 Tabela 9- Folha de pagamento de dezembro Será paga em dia ,3% Vai atrasar 9 4,7% Total ,0% Sem resposta Estudos Técnicos CNM Volume 1

177 Maranhão Tabela 2 - O aumento de 1% do FPM vai ajudar no pagamento do 13º Salário? Sim 66 98,5% Não 1 1,5% Total ,0% Sem resposta 1 Tabela 3 - O salário do funcionalismo municipal Está em dia 62 92,5% Está atrasado 5 7,5% Total ,0% Sem resposta 1 Tabela 4 - Regime de trabalho dos Servidores: Ambos 19 27,9% Estatutário 43 63,2% CLT 5 7,4% Outros 1 1,5% Total ,0% Tabela 5 - Forma de pagamento do 13º salário Parcela Única 36 52,9% Parcelado 32 47,1% Outros - 0,0% Total ,0% Tabela 6 - Pagamento em Parcela Única Já pagou 2 5,6% Vai pagar até 20 de dezembro 33 91,7% vai atrasar 1 2,8% Total ,0% Tabela 7- Se parcelado - A primeira Parcela Já pagou 31 96,9% Vai pagar até 20 de dezembro 1 3,1% vai atrasar - 0,0% Total ,0% Tabela 8- Se parcelado - A segunda Parcela Já pagou 1 3,1% Vai pagar até 20 de dezembro 31 96,9% vai atrasar - 0,0% Total ,0% Tabela 9- Folha de pagamento de dezembro Será paga em dia 66 97,1% Vai atrasar 2 2,9% Total ,0% Estudos Técnicos CNM Volume 1 177

178 Minas Gerais Tabela 2 - O aumento de 1% do FPM vai ajudar no pagamento do 13º Salário? Sim ,7% Não 58 8,3% Total ,0% Sem resposta 2 Tabela 3 - O salário do funcionalismo municipal Está em dia ,0% Está atrasado 14 2,0% Total ,0% Tabela 4 - Regime de trabalho dos Servidores: Ambos 84 12,0% Estatutário ,1% CLT 46 6,6% Outros 3 0,4% Total ,0% Sem resposta 1 Tabela 5 - Forma de pagamento do 13º salário Parcela Única ,7% Parcelado ,9% Outros 3 0,4% Total ,0% Tabela 6 - Pagamento em Parcela Única Já pagou 33 6,6% Vai pagar até 20 de dezembro ,2% vai atrasar 6 1,2% Total ,0% Tabela 7- Se parcelado - A primeira Parcela Já pagou ,0% Vai pagar até 20 de dezembro 22 11,0% vai atrasar - 0,0% Total ,0% Sem resposta 3 Tabela 8- Se parcelado - A segunda Parcela Já pagou 4 2,0% Vai pagar até 20 de dezembro ,6% vai atrasar 3 1,5% Total ,0% Tabela 9- Folha de pagamento de dezembro Será paga em dia ,7% Vai atrasar 37 5,3% Total ,0% Sem resposta Estudos Técnicos CNM Volume 1

179 Mato Grosso do Sul Tabela 2 - O aumento de 1% do FPM vai ajudar no pagamento do 13º Salário? Sim 45 91,8% Não 4 8,2% Total ,0% Tabela 3 - O salário do funcionalismo municipal Está em dia 47 95,9% Está atrasado 2 4,1% Total ,0% Tabela 4 - Regime de trabalho dos Servidores: Ambos 11 22,4% Estatutário 37 75,5% CLT 1 2,0% Outros - 0,0% Total ,0% Tabela 5 - Forma de pagamento do 13º salário Parcela Única 26 53,1% Parcelado 23 46,9% Outros - 0,0% Total ,0% Tabela 6 - Pagamento em Parcela Única Já pagou - 0,0% Vai pagar até 20 de dezembro 24 92,3% vai atrasar 2 7,7% Total ,0% Tabela 7- Se parcelado - A primeira Parcela Já pagou 21 91,3% Vai pagar até 20 de dezembro 2 8,7% vai atrasar - 0,0% Total ,0% Tabela 8- Se parcelado - A segunda Parcela Já pagou 1 4,3% Vai pagar até 20 de dezembro 22 95,7% vai atrasar - 0,0% Total ,0% Tabela 9- Folha de pagamento de dezembro Será paga em dia 45 91,8% Vai atrasar 4 8,2% Total ,0% Estudos Técnicos CNM Volume 1 179

180 Mato Grosso Tabela 2 - O aumento de 1% do FPM vai ajudar no pagamento do 13º Salário? Sim 72 87,8% Não 10 12,2% Total ,0% Tabela 3 - O salário do funcionalismo municipal Está em dia 78 95,1% Está atrasado 4 4,9% Total ,0% Tabela 4 - Regime de trabalho dos Servidores: Ambos 21 25,6% Estatutário 56 68,3% CLT 4 4,9% Outros 1 1,2% Total ,0% Tabela 5 - Forma de pagamento do 13º salário Parcela Única 70 85,4% Parcelado 12 14,6% Outros - 0,0% Total ,0% Tabela 6 - Pagamento em Parcela Única Já pagou 28 43,8% Vai pagar até 20 de dezembro 34 53,1% vai atrasar 2 3,1% Total ,0% Sem resposta 6 Tabela 7- Se parcelado - A primeira Parcela Já pagou ,0% Vai pagar até 20 de dezembro - 0,0% vai atrasar - 0,0% Total ,0% Tabela 8- Se parcelado - A segunda Parcela Já pagou - 0,0% Vai pagar até 20 de dezembro ,0% vai atrasar - 0,0% Total ,0% Tabela 9- Folha de pagamento de dezembro Será paga em dia 78 96,3% Vai atrasar 3 3,7% Total ,0% Sem resposta Estudos Técnicos CNM Volume 1

181 Pará Tabela 2 - O aumento de 1% do FPM vai ajudar no pagamento do 13º Salário? Sim 67 95,7% Não 3 4,3% Total ,0% Tabela 3 - O salário do funcionalismo municipal Está em dia 69 98,6% Está atrasado 1 1,4% Total ,0% Tabela 4 - Regime de trabalho dos Servidores: Ambos 10 14,3% Estatutário 53 75,7% CLT 5 7,1% Outros 2 2,9% Total ,0% Tabela 5 - Forma de pagamento do 13º salário Parcela Única 42 60,0% Parcelado 28 40,0% Outros - 0,0% Total ,0% Tabela 6 - Pagamento em Parcela Única Já pagou 1 2,4% Vai pagar até 20 de dezembro 40 95,2% vai atrasar 1 2,4% Total ,0% Tabela 7- Se parcelado - A primeira Parcela Já pagou 23 82,1% Vai pagar até 20 de dezembro 5 17,9% vai atrasar - 0,0% Total ,0% Tabela 8- Se parcelado - A segunda Parcela Já pagou 3 10,7% Vai pagar até 20 de dezembro 25 89,3% vai atrasar - 0,0% Total ,0% Tabela 9- Folha de pagamento de dezembro Será paga em dia 67 95,7% Vai atrasar 3 4,3% Total ,0% Estudos Técnicos CNM Volume 1 181

182 Paraíba Tabela 2 - O aumento de 1% do FPM vai ajudar no pagamento do 13º Salário? Sim ,0% Não 5 3,0% Total ,0% Tabela 3 - O salário do funcionalismo municipal Está em dia ,1% Está atrasado 8 4,9% Total ,0% Tabela 4 - Regime de trabalho dos Servidores: Ambos 34 20,7% Estatutário ,6% CLT 9 5,5% Outros 2 1,2% Total ,0% Tabela 5 - Forma de pagamento do 13º salário Parcela Única ,5% Parcelado 54 32,9% Outros 1 0,6% Total ,0% Tabela 6 - Pagamento em Parcela Única Já pagou 8 7,3% Vai pagar até 20 de dezembro 99 90,8% vai atrasar 2 1,8% Total ,0% Tabela 7- Se parcelado - A primeira Parcela Já pagou 46 85,2% Vai pagar até 20 de dezembro 7 13,0% vai atrasar 1 1,9% Total ,0% Tabela 8- Se parcelado - A segunda Parcela Já pagou 3 5,6% Vai pagar até 20 de dezembro 50 92,6% vai atrasar 1 1,9% Total ,0% Tabela 9- Folha de pagamento de dezembro Será paga em dia ,9% Vai atrasar 5 3,1% Total ,0% Sem resposta Estudos Técnicos CNM Volume 1

183 Pernambuco Tabela 2 - O aumento de 1% do FPM vai ajudar no pagamento do 13º Salário? Sim 90 95,7% Não 4 4,3% Total ,0% Tabela 3 - O salário do funcionalismo municipal Está em dia 92 97,9% Está atrasado 2 2,1% Total ,0% Tabela 4 - Regime de trabalho dos Servidores: Ambos 24 25,5% Estatutário 63 67,0% CLT 6 6,4% Outros 1 1,1% Total ,0% Tabela 5 - Forma de pagamento do 13º salário Parcela Única 64 68,1% Parcelado 29 30,9% Outros 1 1,1% Total ,0% Tabela 6 - Pagamento em Parcela Única Já pagou 6 9,4% Vai pagar até 20 de dezembro 56 87,5% vai atrasar 2 3,1% Total ,0% Tabela 7- Se parcelado - A primeira Parcela Já pagou 28 96,6% Vai pagar até 20 de dezembro 1 3,4% vai atrasar - 0,0% Total ,0% Tabela 8- Se parcelado - A segunda Parcela Já pagou 3 10,3% Vai pagar até 20 de dezembro 26 89,7% vai atrasar - 0,0% Total ,0% Tabela 9- Folha de pagamento de dezembro Será paga em dia 91 97,8% Vai atrasar 2 2,2% Total ,0% Sem resposta 1 Estudos Técnicos CNM Volume 1 183

184 Piauí Tabela 2 - O aumento de 1% do FPM vai ajudar no pagamento do 13º Salário? Sim 61 96,8% Não 2 3,2% Total ,0% Sem resposta 1 Tabela 3 - O salário do funcionalismo municipal Está em dia 58 92,1% Está atrasado 5 7,9% Total ,0% Sem resposta 1 Tabela 4 - Regime de trabalho dos Servidores: Ambos 10 15,6% Estatutário 31 48,4% CLT 22 34,4% Outros 1 1,6% Total ,0% Tabela 5 - Forma de pagamento do 13º salário Parcela Única 34 53,1% Parcelado 30 46,9% Outros - 0,0% Total ,0% Tabela 6 - Pagamento em Parcela Única Já pagou 10 30,3% Vai pagar até 20 de dezembro 23 69,7% vai atrasar - 0,0% Total ,0% Sem resposta 1 Tabela 7- Se parcelado - A primeira Parcela Já pagou 29 96,7% Vai pagar até 20 de dezembro 1 3,3% vai atrasar - 0,0% Total ,0% Tabela 8- Se parcelado - A segunda Parcela Já pagou 1 3,3% Vai pagar até 20 de dezembro 29 96,7% vai atrasar - 0,0% Total ,0% Tabela 9- Folha de pagamento de dezembro Será paga em dia 62 96,9% Vai atrasar 2 3,1% Total ,0% 184 Estudos Técnicos CNM Volume 1

185 Paraná Tabela 2 - O aumento de 1% do FPM vai ajudar no pagamento do 13º Salário? Sim ,0% Não 38 10,0% Total ,0% Sem resposta 3 Tabela 3 - O salário do funcionalismo municipal Está em dia ,7% Está atrasado 1 0,3% Total ,0% Tabela 4 - Regime de trabalho dos Servidores: Ambos ,3% Estatutário ,3% CLT 32 8,4% Outros 4 1,0% Total ,0% Tabela 5 - Forma de pagamento do 13º salário Parcela Única ,7% Parcelado ,5% Outros 3 0,8% Total ,0% Tabela 6 - Pagamento em Parcela Única Já pagou 6 2,5% Vai pagar até 20 de dezembro ,1% vai atrasar 1 0,4% Total ,0% Tabela 7- Se parcelado - A primeira Parcela Já pagou ,4% Vai pagar até 20 de dezembro 8 5,9% vai atrasar 1 0,7% Total ,0% Tabela 8- Se parcelado - A segunda Parcela Já pagou 2 1,5% Vai pagar até 20 de dezembro ,8% vai atrasar 1 0,7% Total ,0% Tabela 9- Folha de pagamento de dezembro Será paga em dia ,4% Vai atrasar 10 2,6% Total ,0% Sem resposta 1 Estudos Técnicos CNM Volume 1 185

186 Rio de Janeiro Tabela 2 - O aumento de 1% do FPM vai ajudar no pagamento do 13º Salário? Sim 46 78,0% Não 13 22,0% Total ,0% Sem resposta 1 Tabela 3 - O salário do funcionalismo municipal Está em dia ,0% Está atrasado - 0,0% Total ,0% Tabela 4 - Regime de trabalho dos Servidores: Ambos 34 56,7% Estatutário 23 38,3% CLT 3 5,0% Outros - 0,0% Total ,0% Tabela 5 - Forma de pagamento do 13º salário Parcela Única 26 43,3% Parcelado 34 56,7% Outros - 0,0% Total ,0% Tabela 6 - Pagamento em Parcela Única Já pagou 5 19,2% Vai pagar até 20 de dezembro 21 80,8% vai atrasar - 0,0% Total ,0% Tabela 7- Se parcelado - A primeira Parcela Já pagou ,0% Vai pagar até 20 de dezembro - 0,0% vai atrasar - 0,0% Total ,0% Tabela 8- Se parcelado - A segunda Parcela Já pagou 1 2,9% Vai pagar até 20 de dezembro 33 97,1% vai atrasar - 0,0% Total ,0% Tabela 9- Folha de pagamento de dezembro Será paga em dia ,0% Vai atrasar - 0,0% Total ,0% 186 Estudos Técnicos CNM Volume 1

187 Rio Grande do Norte Tabela 2 - O aumento de 1% do FPM vai ajudar no pagamento do 13º Salário? Sim 74 98,7% Não 1 1,3% Total ,0% Tabela 3 - O salário do funcionalismo municipal Está em dia 72 96,0% Está atrasado 3 4,0% Total ,0% Tabela 4 - Regime de trabalho dos Servidores: Ambos 15 20,0% Estatutário 59 78,7% CLT 1 1,3% Outros - 0,0% Total ,0% Tabela 5 - Forma de pagamento do 13º salário Parcela Única 50 66,7% Parcelado 24 32,0% Outros 1 1,3% Total ,0% Tabela 6 - Pagamento em Parcela Única Já pagou 3 6,0% Vai pagar até 20 de dezembro 47 94,0% vai atrasar - 0,0% Total ,0% Tabela 7- Se parcelado - A primeira Parcela Já pagou 22 91,7% Vai pagar até 20 de dezembro 2 8,3% vai atrasar - 0,0% Total ,0% Tabela 8- Se parcelado - A segunda Parcela Já pagou 1 4,2% Vai pagar até 20 de dezembro 23 95,8% vai atrasar - 0,0% Total ,0% Tabela 9- Folha de pagamento de dezembro Será paga em dia ,0% Vai atrasar - 0,0% Total ,0% Sem resposta 1 Estudos Técnicos CNM Volume 1 187

188 Rondônia Tabela 2 - O aumento de 1% do FPM vai ajudar no pagamento do 13º Salário? Sim 28 90,3% Não 3 9,7% Total ,0% Tabela 3 - O salário do funcionalismo municipal Está em dia 30 96,8% Está atrasado 1 3,2% Total ,0% Tabela 4 - Regime de trabalho dos Servidores: Ambos 9 29,0% Estatutário 20 64,5% CLT 1 3,2% Outros 1 3,2% Total ,0% Tabela 5 - Forma de pagamento do 13º salário Parcela Única 17 54,8% Parcelado 14 45,2% Outros - 0,0% Total ,0% Tabela 6 - Pagamento em Parcela Única Já pagou 2 11,8% Vai pagar até 20 de dezembro 15 88,2% vai atrasar - 0,0% Total ,0% Tabela 7- Se parcelado - A primeira Parcela Já pagou 12 85,7% Vai pagar até 20 de dezembro 2 14,3% vai atrasar - 0,0% Total ,0% Tabela 8- Se parcelado - A segunda Parcela Já pagou - 0,0% Vai pagar até 20 de dezembro ,0% vai atrasar - 0,0% Total ,0% Tabela 9- Folha de pagamento de dezembro Será paga em dia 30 96,8% Vai atrasar 1 3,2% Total ,0% 188 Estudos Técnicos CNM Volume 1

189 Roraima Tabela 2 - O aumento de 1% do FPM vai ajudar no pagamento do 13º Salário? Sim ,0% Não - 0,0% Total ,0% Tabela 3 - O salário do funcionalismo municipal Está em dia 10 90,9% Está atrasado 1 9,1% Total ,0% Tabela 4 - Regime de trabalho dos Servidores: Ambos 7 63,6% Estatutário 2 18,2% CLT 1 9,1% Outros 1 9,1% Total ,0% Tabela 5 - Forma de pagamento do 13º salário Parcela Única 5 45,5% Parcelado 6 54,5% Outros - 0,0% Total ,0% Tabela 6 - Pagamento em Parcela Única Já pagou 1 20,0% Vai pagar até 20 de dezembro 4 80,0% vai atrasar - 0,0% Total 5 100,0% Tabela 7- Se parcelado - A primeira Parcela Já pagou 6 100,0% Vai pagar até 20 de dezembro - 0,0% vai atrasar - 0,0% Total 6 100,0% Tabela 8- Se parcelado - A segunda Parcela Já pagou - 0,0% Vai pagar até 20 de dezembro 6 100,0% vai atrasar - 0,0% Total 6 100,0% Tabela 9- Folha de pagamento de dezembro Será paga em dia ,0% Vai atrasar - 0,0% Total ,0% Estudos Técnicos CNM Volume 1 189

190 Rio Grande do Sul Tabela 2 - O aumento de 1% do FPM vai ajudar no pagamento do 13º Salário? Sim ,3% Não 67 13,7% Total ,0% Sem resposta 2 Tabela 3 - O salário do funcionalismo municipal Está em dia ,0% Está atrasado - 0,0% Total ,0% Sem resposta 1 Tabela 4 - Regime de trabalho dos Servidores: Ambos ,8% Estatutário ,3% CLT 19 3,9% Outros 5 1,0% Total ,0% Tabela 5 - Forma de pagamento do 13º salário Parcela Única ,0% Parcelado ,6% Outros 2 0,4% Total ,0% Tabela 6 - Pagamento em Parcela Única Já pagou 15 6,5% Vai pagar até 20 de dezembro ,5% vai atrasar - 0,0% Total ,0% Tabela 7- Se parcelado - A primeira Parcela Já pagou ,1% Vai pagar até 20 de dezembro 5 1,9% vai atrasar - 0,0% Total ,0% Tabela 8- Se parcelado - A segunda Parcela Já pagou 10 3,9% Vai pagar até 20 de dezembro ,1% vai atrasar - 0,0% Total ,0% Tabela 9- Folha de pagamento de dezembro Será paga em dia ,8% Vai atrasar 11 2,2% Total ,0% Sem resposta Estudos Técnicos CNM Volume 1

191 Santa Catarina Tabela 2 - O aumento de 1% do FPM vai ajudar no pagamento do 13º Salário? Sim ,8% Não 39 15,2% Total ,0% Tabela 3 - O salário do funcionalismo municipal Está em dia ,2% Está atrasado 2 0,8% Total ,0% Tabela 4 - Regime de trabalho dos Servidores: Ambos 61 23,7% Estatutário ,4% CLT 25 9,7% Outros 3 1,2% Total ,0% Tabela 5 - Forma de pagamento do 13º salário Parcela Única ,6% Parcelado ,4% Outros - 0,0% Total ,0% Tabela 6 - Pagamento em Parcela Única Já pagou 11 7,4% Vai pagar até 20 de dezembro ,6% vai atrasar - 0,0% Total ,0% Tabela 7- Se parcelado - A primeira Parcela Já pagou 98 89,9% Vai pagar até 20 de dezembro 11 10,1% vai atrasar - 0,0% Total ,0% Tabela 8- Se parcelado - A segunda Parcela Já pagou 3 2,8% Vai pagar até 20 de dezembro ,2% vai atrasar - 0,0% Total ,0% Tabela 9- Folha de pagamento de dezembro Será paga em dia ,4% Vai atrasar 4 1,6% Total ,0% Estudos Técnicos CNM Volume 1 191

192 Sergipe Tabela 2 - O aumento de 1% do FPM vai ajudar no pagamento do 13º Salário? Sim 32 88,9% Não 4 11,1% Total ,0% Tabela 3 - O salário do funcionalismo municipal Está em dia ,0% Está atrasado - 0,0% Total ,0% Tabela 4 - Regime de trabalho dos Servidores: Ambos 12 33,3% Estatutário 23 63,9% CLT 1 2,8% Outros - 0,0% Total ,0% Tabela 5 - Forma de pagamento do 13º salário Parcela Única 22 61,1% Parcelado 14 38,9% Outros - 0,0% Total ,0% Tabela 6 - Pagamento em Parcela Única Já pagou 3 13,6% Vai pagar até 20 de dezembro 19 86,4% vai atrasar - 0,0% Total ,0% Tabela 7- Se parcelado - A primeira Parcela Já pagou ,0% Vai pagar até 20 de dezembro - 0,0% vai atrasar - 0,0% Total ,0% Tabela 8- Se parcelado - A segunda Parcela Já pagou 1 7,1% Vai pagar até 20 de dezembro 13 92,9% vai atrasar - 0,0% Total ,0% Tabela 9- Folha de pagamento de dezembro Será paga em dia ,0% Vai atrasar - 0,0% Total ,0% 192 Estudos Técnicos CNM Volume 1

193 São Paulo Tabela 2 - O aumento de 1% do FPM vai ajudar no pagamento do 13º Salário? Sim ,6% Não 59 10,4% Total ,0% Sem resposta 1 Tabela 3 - O salário do funcionalismo municipal Está em dia ,3% Está atrasado 4 0,7% Total ,0% Tabela 4 - Regime de trabalho dos Servidores: Ambos ,1% Estatutário ,1% CLT ,8% Outros - 0,0% Total ,0% Tabela 5 - Forma de pagamento do 13º salário Parcela Única ,4% Parcelado ,9% Outros 4 0,7% Total ,0% Tabela 6 - Pagamento em Parcela Única Já pagou 29 13,6% Vai pagar até 20 de dezembro ,0% vai atrasar 3 1,4% Total ,0% Tabela 7- Se parcelado - A primeira Parcela Já pagou ,3% Vai pagar até 20 de dezembro 33 9,4% vai atrasar 1 0,3% Total ,0% Tabela 8- Se parcelado - A segunda Parcela Já pagou 16 4,5% Vai pagar até 20 de dezembro ,2% vai atrasar 1 0,3% Total ,0% Tabela 9- Folha de pagamento de dezembro Será paga em dia ,5% Vai atrasar 14 2,5% Total ,0% Sem resposta 3 Estudos Técnicos CNM Volume 1 193

194 Tocantins Tabela 2 - O aumento de 1% do FPM vai ajudar no pagamento do 13º Salário? Sim 71 94,7% Não 4 5,3% Total ,0% Tabela 3 - O salário do funcionalismo municipal Está em dia 66 88,0% Está atrasado 9 12,0% Total ,0% Tabela 4 - Regime de trabalho dos Servidores: Ambos 12 16,0% Estatutário 63 84,0% CLT - 0,0% Outros - 0,0% Total ,0% Tabela 5 - Forma de pagamento do 13º salário Parcela Única 64 85,3% Parcelado 11 14,7% Outros - 0,0% Total ,0% Tabela 6 - Pagamento em Parcela Única Já pagou 17 26,6% Vai pagar até 20 de dezembro 45 70,3% vai atrasar 2 3,1% Total ,0% Tabela 7- Se parcelado - A primeira Parcela Já pagou ,0% Vai pagar até 20 de dezembro - 0,0% vai atrasar - 0,0% Total ,0% Tabela 8- Se parcelado - A segunda Parcela Já pagou 1 9,1% Vai pagar até 20 de dezembro 10 90,9% vai atrasar - 0,0% Total ,0% Tabela 9- Folha de pagamento de dezembro Será paga em dia 65 86,7% Vai atrasar 10 13,3% Total ,0% 194 Estudos Técnicos CNM Volume 1

195 3 Comparação de 2003 a Forma de pagamento do 13 o salário Durante o período em que a CNM realiza esta pesquisa o porcentual dos municípios que pagam seus 13 o salários em uma ou duas parcelas se mantém constante. Forma de Pagamento: Parcela Única 50,8% 56,3% 62,9% 58,7% 85,3% Parcelado 49,2% 43,7% 37,1% 41,3% 14,7% Total 100% 100% 100% 100% 100% Pagamento em parcela única: no ano de 2008 houve um comportamento diferente do ano de 2007, pois 14,67% dos municípios pesquisados já haviam pagado a parcela única, enquanto no ano anterior esse porcentual chegou a 26%, mas o porcentual dos que declaram que irão atrasar o pagamento do 13º caiu para menos da metade da do ano anterior mostrando que os municípios honrarão seus compromissos quase que na totalidade. Pagamento em parcela única Já pagou 8,0% 14,6% 18,3% 26,8% 14,7% Vai pagar até 20 de dezembro 69,3% 75,3% 72,1% 70,3% 84,2% Vai atrasar 30,7% 10,2% 9,6% 2,9% 1,2% Total 100% 100% 100% 100% 100% Pagamento em Parcela Única Se vai atrasar 35,00% 30,66% 30,00% 25,00% 20,00% 15,00% 10,00% 10,17% 9,55% 5,00% 2,94% 1,16% 0,00% Estudos Técnicos CNM Volume 1 195

196 Pagamento parcelado primeira parcela: a primeira parcela do 13 o salário já foi paga para 92,13% dos municípios pesquisados e apenas 0,32% declaram que poderão atrasar o pagamento, esse é o menor porcentual de atraso identifi cado até hoje, enquanto, em 2003, cerca de 20% dos pesquisados declararam que iriam atrasar a primeira parcela agora; em 2008 esse número caiu para apenas 0,32%. Pagamento parcelado - primeira parcela Já pagou 46,2% 85,2% 90,7% 90,1% 92,1% Vai pagar até 20 de dezembro 33,5% 12,0% 7,5% 8,8% 7,6% Vai atrasar 20,4% 2,8% 1,8% 1,1% 0,3% Total 100% 100% 100% 100% 100% Pagamento Parcelado A primeira parcela vai atrasar 25,00% 20,00% 20,35% 15,00% 10,00% 5,00% 0,00% 2,83% 1,76% 1,10% 0,32% Estudos Técnicos CNM Volume 1

197 Pagamento parcelado segunda parcela: na segunda parcela do 13 o salário, também evidencia a boa administração dos atuais prefeitos, pois somente em cerca de 0,96% dos municípios pesquisados haverá problemas para o pagamento da segunda parcela. Pagamento parcelado - segunda parcela Já pagou 1,01% 1,71% 6,98% 11,64% 3,90% Vai pagar até 20 de dezembro 79,64% 90,07% 85,01% 85,41% 95,14% Vai atrasar 19,35% 8,22% 8,01% 2,95% 0,96% Total 100% 100% 100% 100% 100% Pagamento Parcelado A Segunda parcela vai atrasar 25,00% 20,00% 19,35% 15,00% 10,00% 8,22% 8,01% 5,00% 0,00% 2,95% ,96% Estudos Técnicos CNM Volume 1 197

198 17 A DISTRIBUIÇÃO DOS ROYALTIES DE PETRÓLEO NO BRASIL 1 Histórico sobre os royalties As indenizações pela exploração de petróleo foram instituídas pela Lei nº /1953 que criou a Petrobras. Inicialmente, os royalties correspondiam a uma alíquota de 5% sobre o valor do petróleo extraído em terra (onshore). Não havia extração de petróleo em mar (offshore). Nessa fase inicial, os recursos eram totalmente transferidos para os estados, que deviam repassar 20% para os municípios. Em 1969, quando foi descoberto petróleo em mar, o governo federal passou a se apropriar sozinho dos royalties referentes à extração em plataforma. Assim, os royalties de terra fi cavam com estados e municípios, e os de mar, somente com a União. Essa situação se prolongou até o fi nal de 1985, quando a Lei nº criou uma regra de repartição dos royalties do mar com estados e municípios. Essa lei de 1985 também criou o Fundo Especial do Petróleo. Da antiga alíquota de 5% sobre a produção de petróleo, uma alíquota de 1% (20% do total) era distribuída para o conjunto dos governos subnacionais, por meio dos Fundos de Participação dos Estados (FPE) e dos Municípios (FPM). Em 1989, entretanto, a Lei nº reduziu o fundo pela metade, remanejando 0,5% (10% do arrecadado pela alíquota básica) para os municípios com instalações de embarque e desembarque de petróleo e gás natural. Em 1997, com a Lei nº 9.478, chamada Lei do Petróleo, a alíquota dos royalties sobre a produção foi ampliada de 5% para até 10% e foi criada uma compensação extraordinária, a Participação Especial (PE), de até 40% sobre a receita líquida dos campos de petróleo mais rentáveis. A partir daí, os royalties passaram a ser divididos em três partes: a alíquota básica de 5%, a alíquota excedente de até 5% e a participação especial. O Fundo Especial só existe para o royalty da extração em mar. Em 2006, o total de rendas petrolíferas somou R$ 16,6 bilhões: R$ 6,65 bilhões de royalties em mar, R$ 1,10 bilhão em terra e R$ 8,85 bilhões de participação especial (tabela 1). Desse bolo, R$ 587 milhões (3,55% do total) foram distribuídos a todos os estados e municípios, por meio do FPE ou FPM, e outros R$ 344 milhões provenientes da parcela de cada estado sobre a alíquota básica de 5% (uma fatia de 25% dessa parcela) foram redistribuídos ao conjunto dos seus municípios pela cota-parte do ICMS. Tabela 1 - Origem e destino das rendas petrolíferas (em R$ bilhões correntes): Especificação Royalties mar Royalties terra Participação Especial Total União Estados* Municípios Fundo Especial FPM (80%) FPE (20%) Fonte: Elaboração Própria (a partir de dados do Siafi/ANP) (*) Os Estados devem redistribuir 25% do royalty básico para os Municípios pelo mesmo critério do ICMS (art. 9º, Lei 7.990/8 198 Estudos Técnicos CNM Volume 1

199 2 Critérios de repartição A legislação brasileira defi ne distintos critérios de partilha para cada um dos tipos de renda do petróleo. A receita proveniente da alíquota básica de 5%, por exemplo, é dividida de uma forma diferente da receita da alíquota excedente, e essas diferenças se expressam não apenas na repartição entre as esferas de governo, como também entre os entes de uma mesma esfera. Em 2006, por exemplo, o royalty básico foi distribuído entre 762 municípios, e o excedente só chegou a 182 localidades. Já a participação especial que hoje representa mais da metade das rendas petrolíferas é distribuída apenas aos estados e municípios confrontantes. Em 2006, apenas sete estados e 25 municípios do país foram benefi ciados por esse tipo de compensação fi nanceira. Um deles, Campos dos Goytacazes (RJ), teve direito a mais da metade da parcela reservada aos municípios, por causa não só da sua posição geográfi ca privilegiada, diante da maioria dos poços de petróleo, mas também por causa do formato sua costa. O critério defi nido pelo IBGE para verifi car a área de confrontação dos estados e municípios depende de linhas retas imaginárias paralelas e ortogonais traçadas desde seus limites territoriais até 200 milhas distantes na plataforma continental. Como é possível ver na fi gura 1, a abertura das linhas ortogonais de Campos lhe garante uma área de confrontação com poços (pontos brancos) muito maior do que os demais municípios fl uminense, que, com exceção de Quissamã, só englobam os poços entre as linhas paralelas. Como o rateio da renda entre os confrontantes depende de uma média aritmética entre as áreas dos campos sob os dois tipos de linha, Campos é mais privilegiado do que outros vizinhos seus. Figura 1 Litoral do Rio de Janeiro: linhas ortogonais e paralelas Fonte: ANP, No caso da divisão da plataforma continental entre os estados, a situação é pior ainda: são apenas as linhas ortogonais que defi nem qual fatia do mar é do Rio de Janeiro ou de São Paulo. E qual o problema nisso? O problema é que, pelo formato da costa brasileira na divisória entre Rio de Janeiro e São Paulo, a linha ortogonal é quase vertical, no sentido Norte Sul, com uma inclinação de 60 graus, como se pode ver na fi gura a seguir. Dessa forma, a plataforma de Tupi (identifi cada na fi gura em verde) aparece ao norte da linha divisória, nas águas pertencentes ao Rio de Janeiro, não a São Paulo. Estudos Técnicos CNM Volume 1 199

200 Essas linhas foram delimitadas pelo IBGE, na década de 1980, com base em decretos do governo federal. Ou seja, existe certo grau de liberdade nas defi nições do IBGE, mas possivelmente seria necessário mudar os decretos e a legislação para alterar o conceito de confrontação. É importante lembrar também que, constitucionalmente, a plataforma continental pertence efetivamente à União e não a Estados ou Municípios em particular. Portanto, cabe à União aperfeiçoar sua legislação para estabelecer critérios mais justos e corretos tecnicamente. Não existe nenhum estudo ambiental ou oceanográfi co que justifi que a atribuição dos royalties com base nas linhas defi nidas pelo IBGE. Figura 2 Linhas divisórias da plataforma continental (ES-RJ-SP) 3 Concentração de recursos Ao mesmo tempo em que os recursos dos royalties são descentralizados pela União, eles são hiperconcentrados no espaço dos entes subnacionais, como se pode ver nas duas tabelas seguintes, que refl etem a distribuição dos royalties entre os estados e entre os municípios. A tabela 2, por exemplo, mostra que o Rio de Janeiro absorveu 86,21% dos recursos transferidos aos estados pelos critérios restritos (excluindo o FEP). Esse porcentual é superior inclusive à participação do Rio na produção petrolífera nacional (81,3%). A título de ilustração, compara-se a fatia de cada estado na repartição dos royalties com sua fatia no FPE. É notável que apenas Rio de Janeiro e Espírito Santo recebam mais pelos royalties do que pelo FPE. Sergipe, que é um dos principais produtores de petróleo do Nordeste, tem uma fatia do FPE 2,5 vezes maior do que a dos royalties. 200 Estudos Técnicos CNM Volume 1

201 Tabela 2 - Distribuição da renda petrolífera entre os Estados (2006): UF Royaties (em R$ mil) Partic. especial (em R$ mil) Total (em R$ mil) % Total % FPE AL ,75 4,16 AM ,71 2,79 BA ,88 9,40 CE ,24 7,34 ES ,90 1,50 PR ,11 2,88 RJ ,21 1,53 RN ,41 4,18 SP ,08 1,00 SE ,71 4,16 Outros ,00 61,07 Brasil ,00 100,00 Fonte: Elaboração Própria (a partir de dados da ANP) O mesmo fenômeno ocorre com a distribuição da parcela dos royalties destinada aos municípios. De um total de municípios brasileiros, apenas 823 foram benefi ciados em 2006 pelas regras de rateio restritas, que privilegiam as localidades produtoras, confrontantes com os poços ou campos de petróleo. E, mesmo nesse universo de menos de 15% dos municípios, a concentração de recursos é abissal, como verifi case na tabela 3. Os nove principais benefi ciários estão localizados no litoral fl uminense, e oito deles integram uma organização denominada Ompetro, que defende os interesses dos municípios produtores. Juntos, eles concentram 61,34% de todos os recursos destinados aos municípios. Um deles, Campos dos Goytacazes, fi ca com 24,25% do total pelos motivos já expostos. Tabela 3 - Distribuição entre Municípios (2006): Municípios Valor (R$ mil) % Total Campos dos Goytacazes (RJ) ,25 Macaé (RJ) ,82 Rio das Ostras (RJ) ,13 Cabo Frio (RJ) ,25 Quissamã (RJ) ,43 Casimiro de Abreu (RJ) ,40 Rio de Janeiro (RJ) ,88 Armação dos Búzios (RJ) ,61 São João da Barra (RJ) ,56 Sub-total ,34 Outros 814 Municípios ,66 Total ,00 Fonte: Elaboração Própria (a partir de dados da ANP) 4 Receita de royalties e gasto público A comparação dos valores recebidos de royalties pelos municípios e suas despesas públicas mostram que há uma grande correlação entre as receitas per capita e os gastos per capita com pessoal e com o Legislativo. Na tabela 4, por exemplo, vê-se que a despesa de pessoal e com o Legislativo dos recebedores de royalties é três vezes maior, em valores per capita, do que no conjunto dos municípios do país. Quissamã (RJ), por exemplo, ganha R$ 4.952,39 por habitante de royalty e gasta R$ 2.696,91 por habitante em pessoal. Esse é um sério indício de desperdício de recurso público. Estudos Técnicos CNM Volume 1 201

202 Tabela 4 - Comparação entre receitas e despesas nos municípios: MUNICÍPIOS Royalty/Pop Gasto Pessoal/Pop Gasto Leg/Pop Quissama/RJ 4.952, ,91 192,39 Rio das Ostras/RJ 4.421, ,19 60,49 Casimiro de Abreu/RJ 3.130, ,11 94,37 Carapebus/RJ 3.129, ,40 128,40 Macae/RJ 2.470, ,48 97,65 Armacao dos Buzios/RJ 2.329, ,49 115,86 Campos dos Goytacazes/RJ 1.994, ,74 28,35 Guamare/RN 1.935,85 N.D. N.D Sao Joao da Barra/RJ 1.893,32 994,02 67,21 Carmopolis/SE 1.787,54 787,16 N.D Pirambu/SE 1.742,82 N.D. N.D Madre de Deus/BA 1.491, ,87 270,24 Cabo Frio/RJ 1.363, ,30 43,90 Presidente Kennedy/ES 1.161,01 921,66 63,98 Divina Pastora/SE 1.082,17 N.D. N.D Porto do Mangue/RN 973, ,38 63,40 Macau/RN 827,05 555,01 53,47 Coari/AM 825, ,29 57,86 Ilhabela/SP 740,97 935,35 66,88 Sao Sebastiao/SP 728, ,49 148,01 Japaratuba/SE 702,78 909,76 N.D. Silva Jardim/RJ 698,73 938,99 64,81 Macuco/RJ 637, ,18 149,60 Ielmo Marinho/RN 633,02 605,80 32,30 Felipe Guerra/RN 627,80 N.D. N.D Pojuca/BA 561,95 967,36 96,86 Sao Francisco do Conde/BA 544, ,12 385,43 Mangaratiba/RJ 531, ,22 115,03 Sao Francisco do Sul/SC 503,69 933,62 75,47 Bertioga/SP 492,84 N.D. N.D Média dos 30 mais royalties 1.497, ,36 103,00 Média de todos municípios 26,05 489,50 32, Estudos Técnicos CNM Volume 1

203 SCRS 505, Bloco C Lote 01-3º andar Brasília DF CEP Tel.: Fax:

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