GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DA EDUCAÇÃO FRENTE DE INSTITUIÇÕES PÚBLICAS PELA EDUCAÇÃO

Transcrição

1 ATA N 01/ REUNIÃO ORDINÁRIA DOS MEMBROS DA FRENTE DE INSTITUIÇÕES PÚBLICAS PELA EDUCAÇÃO Em 14 de setembro de 2016, iniciada a reunião às 10h, apresentaram-se: Wilson Levy Braga da Silva Neto, representando a Secretaria Estadual de Educação do Estado de São Paulo (SEE), Patricia Ulson Pizzaro Werner, membro da FIPESP, representando a Procuradoria Geral do Estado; Antonio Carlos Ozório Nunes, membro da FIPESP, representando o Ministério Público do Estado de São Paulo; Antonio Carlos Malheiros, membro da FIPESP, representando o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo; Fátima Mônica Bragante Dinardi, membro da FIPESP, representante da Assembleia Legislativa de São Paulo; Rosa Ramos, representando a Ordem dos Advogados do Brasil e Renata Flores Tibyriça, representando a Defensoria Pública do Estado de São Paulo. Também participaram da reunião: Renata Hauenstein representando a Chefia de Gabinete da SEE e; Raquel Fernanda Fávero, compondo a secretaria executiva. Wilson Levy agradeceu a presença de todos e esclareceu que a FIPESP (Frente de Instituições Públicas pela Educação do Estado de São Paulo) tem por objetivo reduzir a judicialização de demandas da Educação que podem ser resolvidas com métodos alternativos para a solução de conflitos, por este motivo, os membros da frente são pessoas do universo jurídico. Acrescentou, ainda, que é uma oportunidade, não apenas para esta gestão, de realmente tornar a participação nas políticas públicas uma política de Estado. Deliberou-se que as reuniões ordinárias ocorrerão mensalmente, na primeira quarta-feira de cada mês, às 11h, e que todos os membros poderão trazer sugestões de pauta com temas adequados a este espaço. A primeira pauta trazida pela Dra. Patrícia Werner, representante da PGE e chefe da consultoria jurídica da Secretaria Estadual de Educação do Estado de São Paulo (SEE), foi a educação especial. Página 1 de 6

2 Dra. Patrícia Werner iniciou a reunião mostrando que na atuação da Secretaria de Educação é imprescindível enxergar a política pública como um todo e sua relação com as outras políticas, enfatizada a busca da construção de um modelo de educação especial com qualidade que leve em conta a sua sustentabilidade e adequação plena à legislação em vigor. Foi destacado, ainda, que a Secretaria visa o atendimento de qualidade e o cumprimento da legislação existente, mas levando-se em conta o custo para escolha de um modelo administrativo mais adequado, já que não adianta existir uma demanda judicial sem a possibilidade de executar a ação administrativa de forma eficaz. Os benefícios para a sociedade devem ser priorizados na discussão da questão, analisando aspectos da inclusão social e cultural da pessoa com deficiência, algo que a própria escola não enxerga: a presença desta pessoa com deficiência na sala de aula regular. Foi ressaltado que há uma política bem definida para atendimentos de alunos com deficiência, porém os serviços não são bem divulgados para a população. Assim, o hotsite existente deverá ser aprimorado focando no acesso dos responsáveis destes alunos e adaptado para os diversos tipos de deficiência (possibilidade de fonte ampliada e com som para surdos, são alguns dos exemplos). Acrescentou que a utilização de vocabulário distinto por cada ente federativo faz com que a SEE precise preparar um glossário na legislação que será elaborado com a contribuição de todos deste grupo. Os termos utilizados devem seguir o que está previsto nos órgãos internacionais e legislação federal, em especial o Estatuto da Pessoa com Deficiência, pois o uso de várias nomenclaturas pode causar intepretações diversas para se referir ao mesmo profissional, por exemplo cuidador no estado de São Paulo x profissional de apoio na nova legislação. Fatima Dinardi destacou que, em muitos casos, os pais desejam matricular seus filhos em escolas privadas por acreditarem não haver escolas adequadas na rede estadual. Página 2 de 6

3 Também foi enfatizada as questões da relação federativa e que são necessárias ações intersecretariais estaduais para atendimento das necessidades deste público. Sobre os contratos, há inúmeros problemas no âmbito do processo administrativo. Em alguns casos, empresas não estariam habilitadas a prestar os serviços devidamente, sendo necessário também a adaptação do mercado com profissionais capacitados para atender o público com deficiência. Também existe grande quantidade de acréscimos e supressões devido à necessidade de cumprimento de decisões judiciais, tornando a gestão destes contratos ainda mais complicada. Deve haver investimento na exposição dos benefícios da cultura inclusiva, atendendo o público-alvo na rede pública de ensino. Posteriormente, foi analisada a tipologia adotada pela Secretaria de Educação em relação a sua política pública Alunos Público-Alvo da Educação Especial : deficiência auditiva, deficiência intelectual, deficiência visual, deficiência física, transtorno do autismo, surdo- cegueira, classes hospitalares, atendimento escolar domiciliar e alta habilidade ou superdotação. Houve uma discussão sobre a inclusão de alunos com transtorno de aprendizado no rol de atendimentos da educação especial, já que existem casos de alunos com dislexia que precisam de auxílio específico, mas a maioria dos presentes entendeu que alunos com este transtorno continuem sendo tratados na educação regular e o assunto será debatido após ser analisado com mais profundidade nas próximas reuniões com a presença de especialistas da área. Os temas mais judicializados atualmente são: TAC do Cuidador; transporte de alunos da educação especial; TAC da Acessibilidade, envolvendo a questão de reformas e manutenção do prédio escolar; Ação Civil Pública - Autista. Foi ressaltado que o atendimento prestado pela SEE à pessoa com deficiência por meio da educação especial teve origem por meio da judicialização, mas a SEE não pode Página 3 de 6

4 ficar condicionada apenas ao cumprimento de demandas judiciais, precisando ser protagonista ao oferecer a melhor política pública possível, aprimorando o que já existe e planejando suas ações, esclareceu Dra. Patrícia. Os trabalhos foram encerrados às 12h, com a deliberação de que a próxima reunião será realizada no dia 05 de outubro às 11h00 e a pauta sugerida foi: análise do glossário realizado pelo CAPE (Núcleo de Apoio Pedagógico Especializado) e exposição de questões a serem discutidas para o projeto da Resolução. Nada mais havendo a tratar, foi lavrada por mim, Raquel Fernanda Fávero, a presente ata, assinada por todos os presentes acima nominados e referenciados. Assinam a Ata os presentes. Membros da Frente de Instituições Públicas pela Educação: Página 4 de 6

5 Antonio Carlos Malheiros Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo Antonio Carlos Ozório Nunes Ministério Público do Estado de São Paulo Fátima Mônica Bragante Dinardi Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo Rosa Ramos Ordem dos Advogados do Brasil Seção São Paulo Patrícia Ulson Pizarro Werner Procuradoria Geral do Estado de São Paulo Wilson Levy Braga da Silva Neto Procuradoria Geral do Estado de São Paulo Página 5 de 6

6 Convidados: Renata Hauenstein Chefia de Gabinete SEE Raquel Fernanda Fávero Secretaria Executiva Página 6 de 6