Matéria / Aula: Funções Essenciais da Justiça Advocacia e Defensória Pública / Aula 26. Aula 26. Advocacia Pública

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1 Turma e Ano: Separação dos Poderes / 2016 Matéria / Aula: Funções Essenciais da Justiça Advocacia e Defensória Pública / Aula 26 Professor: Marcelo Tavares Monitora: Kelly Silva Aula 26 Advocacia Pública A advocacia pública existe no âmbito da União e no âmbito dos Estados e do DF. A advocacia pública no âmbito do DF é do próprio DF, não ocorrendo o que ocorre no MP do DF que compõe o MPU, não fazendo parte do DF. A União tem a Advocacia-Geral da União. O Advogado-Geral da União é nomeado livremente. Ele tendo ou não status de Ministro não é sabatinado pelo Senado, ou seja, ele não precisa ter o seu nome aprovado pelo Senado ao contrário do que ocorre com o Procurador-Geral da República. O Advogado-Geral da União exerce um cargo comissionado por parte do Presidente da República e tem que ter a idade maior do que 35 anos, não precisando sequer ser integrante de carreira (nomeação livre). A AGU tem por atribuição a representação judicial e extrajudicial da União e a consultoria do Poder Executivo. Portanto, é legitima a existência de órgãos jurídicos de consultoria no Poder Judiciário e no Poder Legislativo. A dívida ativa da União é um encargo da Procuradoria da Fazenda Nacional, que é um órgão, em última instância, subordinada ao Advogado-Geral da União (apesar de ser um órgão próprio). Os integrantes da carreira da AGU, exceto o Advogado-Geral da União, devem fazer concurso de provas e títulos, não necessitando ter dois anos de prática. A Constituição não exige a presença da OAB no concurso. A representação dos Estados cabe as procuradorias dos estados e do DF. Os integrantes têm estabilidade nos cargos.

2 Art A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou através de órgão vinculado, representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que dispuser sobre sua organização e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo. 1º A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da União, de livre nomeação pelo Presidente da República dentre cidadãos maiores de trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada. 2º O ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição de que trata este artigo far-se-á mediante concurso público de provas e títulos. 3º Na execução da dívida ativa de natureza tributária, a representação da União cabe à Procuradoria- Geral da Fazenda Nacional, observado o disposto em lei. LC 73/93 é a lei a que o caput do artigo acima transcrito se refere. A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional é um órgão subordinado ao Advogado-Geral da União. Art Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados em carreira, na qual o ingresso dependerá de concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas fases, exercerão a representação judicial e a consultoria jurídica das respectivas unidades federadas. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é assegurada estabilidade após três anos de efetivo exercício, mediante avaliação de desempenho perante os órgãos próprios, após relatório circunstanciado das corregedorias. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) A Constituição não exige a participação da OAB no concurso para o cargo de Advogado da União de carreira, mas exige a participação no concurso para Procurador do Estado e do DF. A representação da Procuradoria do Estado não se limita ao Poder Executivo. O STF tem reconhecido que quando há um interesse próprio do Legislativo, principalmente quando esse interesse se contrapõe ao do Poder Executivo é possível reconhecer a legitimidade de um órgão jurídico do Legislativo estadual. O Procurador tem estabilidade, e não vitaliciedade. Art O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.

3 A lei, que é o Estatuto da Advocacia, que é a lei nº 8.906/94, coloca limites à inviolabilidade de que trata o art. acima transcrito. A inviolabilidade dos advogados não é absoluta. O STF entende que o advogado pode cometer um crime de desacato se ele ofender, por exemplo, um juiz ou uma outra autoridade mediante a qual esteja atuando. Defensoria Pública O art. 134 vai tratar da organização da Defensoria. Art A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014) 1º Lei complementar organizará a Defensoria Pública da União e do Distrito Federal e dos Territórios e prescreverá normas gerais para sua organização nos Estados, em cargos de carreira, providos, na classe inicial, mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a seus integrantes a garantia da inamovibilidade e vedado o exercício da advocacia fora das atribuições institucionais. (Renumerado do parágrafo único pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99, 2º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 3º Aplica-se o disposto no 2º às Defensorias Públicas da União e do Distrito Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 74, de 2013) 4º São princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional, aplicando-se também, no que couber, o disposto no art. 93 e no inciso II do art. 96 desta Constituição Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014) A representação dos hipossuficientes cabe à Defensoria Pública. No âmbito da Defensoria Pública só existe uma lei complementar que organiza a Defensoria Pública da União e dos Estados, que é a LC 80/94. Ao Advogado da União e ao Procurador do Estado não é garantida a inamovibilidade, mas ao Defensor Público é garantida a inamovibilidade, mas não a vitaliciedade de juízes e membros do MP.

4 A Constituição também não exige a participação da OAB em concursos de provimento de Defensores. A Constituição exige a participação da OAB nos concursos de MP e Procuradorias estaduais, mas não para AGU nem para Defensorias Públicas. Ao integrante da Defensoria Pública é vedado o exercício da advocacia fora das suas atribuições. Em síntese: Função da Defensoria Pública orientação jurídica e a defesa dos necessitados; DPU e do DF e Territórios: LC 80/94; Inamovibilidade, independência funcional, estabilidade. Vedado o exercício de advocacia; Autonomia funcional, administrativa e orçamentária; DP-GF indicado pelo Presidente e aprovado pelo Senado (absoluta), dois anos, uma recondução (previsto em lei, e não na Constituição). DPE: Concorrente normas gerais LC 80/94; normas específicas LC estadual 06/77 (estado do RJ); Inamovibilidade, independência funcional, estabilidade. Vedado exercício de advocacia; DPG nomeado pelo Governador. Dois anos, uma recondução. QUESTÕES: 1. Pode a Defensoria Pública do Estado sustentar oralmente nos tribunais superiores? Essa é uma questão colocada para a interpretação do art. 14, 3º da LC 80, que prevê que a representação dos hipossuficientes deve ser feita pela DPU nos tribunais superiores. Contudo, muitas vezes é própria DPE quem interpõe o recurso ao STF e ao STJ. Uma vez interposto o recurso pelo Defensor do Estado, por que o próprio não pode efetuar a sustentação oral perante o tribunal superior? O STF tem feito uma interpretação de que de preferência a atuação perante os tribunais superiores deve ficar a cargo da DPU, mas que essa não é uma previsão exaustiva. Logo, é possível que a DPE faça uma atuação perante os tribunais superiores. Isso foi julgado no ED do AI de Relatoria do Min. Ilmar Galvão no AREsp no que se refere ao STJ. Então, temos uma decisão no STF e outra no STJ, ambas no mesmo sentido de que a questão é preferencial. 2. A Defensoria Pública pode, por ação civil pública, defender interesse dos consumidores? Isso se refere ao art. 4º, VII da LC 80/94. No REsp de Relatoria do Min. Otavio Noronha, o STJ entendeu que é possível, pois dentre os consumidores existem aqueles que são necessitados e isso já legitimaria a Defensoria Pública a propor uma ação civil pública. Havendo no bojo de um interesse

5 metaindividual, difuso, coletivo ou individual homogêneo alguns representados no interesse de necessitados. Não há a obrigatoriedade de que para que a Defensoria Pública represente o direito metaindividual esteja representando somente necessitados. Desde que fiquem evidenciados os direitos dos necessitados, mesmo que não de forma exaustiva, a Defensoria estaria legitimada a propor uma ação civil pública. 3. É constitucional a previsão de prestação de assistência a necessitados, mediante convênio com a OAB? O STF entendeu que não é legítimo que a Defensoria Pública faça convênio com a OAB para que exista, através desse, a representação dos necessitados (ADI 3892/SC). O que pode ocorrer é que se o juízo verificar que não há uma representação adequada por parte da Defensoria Pública ele pode designar um advogado dativo. Contudo, disso não faz presumir que a Defensoria Pública possa realizar convênio com a OAB para representação dos necessitados. Advocacia privada indispensável à administração da justiça. Inviolável por manifestação, nos limites da lei. Advocacia pública: Advocacia da União LC 73/93: Representação da União. Advocacia da União, Proc. da Fazenda. Procuradoria Federal (não integra a Advocacia da União, sendo um órgão vinculado). AGU nomeado pelo Presidente da República. Não é mais equiparado a Ministro (ocorreu após Michel Temer ter assumido a Presidência). Proibição advocacia. Procuradorias: Estabilidade.