RELATÓRIO FINAL DO PROJETO IMIGRANTES E VIH/SIDA. Prof. Doutora Sónia Dias (Coordenação)

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1 RELATÓRIO FINAL DO PROJETO IMIGRANTES E VIH/SIDA Prof. Doutora Sónia Dias (Coordenação) 2015

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3 Relatório Final FICHA TÉCNICA O estudo foi desenvolvido no Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT) sob a coordenação da Prof. Doutora Sónia Dias, e financiado pela Direção- Geral da Saúde (DGS) - Programa Nacional para a Infeção VIH/SIDA. Este estudo teve como parceiros a Associação de Intervenção Comunitária, Desenvolvimento Social e de Saúde (AJPAS), a Associação Portuguesa para a Prevenção e Desafio à Sida (SER+) e o Grupo Português de Ativistas sobre Tratamentos VIH/Sida (GAT-In Mouraria). Equipa de Investigação Sónia Dias, Vera Reigado, Daniel Simões, Emília Carreiras, Cristina Mora, Andreia Pinto Ferreira e Ana Gama. Agradecimentos A equipa do projeto agradece a todos os participantes do estudo pela sua valiosa colaboração. A equipa agradece também a todos os técnicos de recolha de dados das várias organizações parceiras, nomeadamente: da AJPAS - Ângela Lacerda, Cristina Formosinho, Cristina Mora, Pedro Belo, Susana Campino; da SER+ - Ana Filipa Lopes, Ana Nunes, Joana Tavares de Almeida, Liliana Domingos; e do GAT- In Mouraria - Adriana Curado, Diana Silva, Edna Tavares, Ricardo Fuertes. Fonte de Financiamento Direção-Geral da Saúde (DGS) - Programa Nacional para a Infeção VIH/SIDA. 1

4 Relatório Final ÍNDICE Pág. 1. ENQUADRAMENTO 7 2. OBJETIVOS MÉTODOS E PARTICIPANTES Tipo de estudo Amostra Processo de amostragem Procedimento de recolha de dados Instrumento Análise de dados Limitações RESULTADOS Características sociodemográficas Características do processo de migração Práticas sexuais Experiência de violência Perceção de risco de contrair VIH Utilização dos serviços de saúde sexual e reprodutiva em Portugal Teste para o VIH Infeção pelo VIH (auto-reportado) Teste rápido para o VIH Outras infeções transmissíveis (auto-reportado) CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 72 2

5 Relatório Final Lista de Figuras Pág. Figura 1 Distribuição dos participantes por sexo 18 Figura 2 Distribuição dos participantes por país de nascimento 19 Figura 3 Distribuição dos participantes de acordo com o país de nascimento, por sexo 19 Figura 4 Distribuição dos participantes por classes etárias 20 Figura 5 Distribuição dos participantes de acordo com as classes etárias, por sexo 20 Figura 6 Distribuição dos participantes por nível educacional 21 Figura 7 Distribuição dos participantes segundo o nível educacional, por sexo 21 Figura 8 Distribuição dos participantes por estado civil 22 Figura 9 Distribuição dos participantes por religião 23 Figura 10 Distribuição dos participantes por rendimento familiar 24 Figura 11 Distribuição dos participantes por situação profissional 25 Figura 12 Distribuição dos participantes por anos de residência em Portugal 26 Figura 13 Distribuição dos participantes por situação de imigração 27 Figura 14 Distribuição dos participantes por residência em país africano sem ser o país de origem por 28 um período 6meses Figura 15 Distribuição dos participantes por residência em país europeu sem ser Portugal por um 29 período 6meses Figura 16 Distribuição dos participantes por tipo de parceiro sexual atualmente 30 Figura 17 Distribuição dos participantes por experiência de relações sexuais com parceiro VIHpositivo 31 Figura 18 Distribuição dos participantes por experiência de relações sexuais em Portugal nos últimos meses Figura 19 Distribuição dos participantes por experiência de relações sexuais noutro país europeu sem 33 ser Portugal nos últimos 12 meses Figura 20 Distribuição dos participantes por experiência de relações sexuais no país de origem nos 34 últimos 12 meses Figura 21 Distribuição dos participantes por experiência de relações sexuais noutro país africano sem 35 ser o país de origem nos últimos 12 meses Figura 22 Distribuição dos participantes por experiência de relações sexuais com parceiro/a regular 36 nos últimos 12 meses Figura 23 Distribuição dos participantes por experiência de relações sexuais com parceiro/a ocasional 37 nos últimos 12 meses Figura 24 Distribuição dos participantes por uso do preservativo com parceiro/a regular nos últimos meses Figura 25 Distribuição dos participantes por uso do preservativo com parceiro/a ocasional nos últimos meses Figura 26 Distribuição dos participantes por país onde teve a última relação sexual 40 Figura 27 Distribuição dos participantes por tipo de parceiro na última relação sexual em Portugal 41 Figura 28 Distribuição dos participantes por país de origem do último parceiro com quem teve relações sexuais em Portugal 42 Figura 29 Distribuição dos participantes por uso do preservativo com o último parceiro com quem 43 teve relações sexuais em Portugal Figura 30 Distribuição dos participantes por estatuto serológico do último parceiro com quem teve 44 relações sexuais em Portugal Figura 31 Distribuição dos participantes por experiência de relações sexuais de forma forçada 45 Figura 32 Distribuição dos participantes por experiência de violência emocional e/ou física pelo 46 parceiro Figura 33 Distribuição dos participantes por perceção de risco de contrair VIH 47 Figura 34 Distribuição dos participantes por utilização do serviço/consulta de saúde sexual e 48 reprodutiva em Portugal Figura 35 Distribuição dos participantes por obtenção de cuidados de saúde sexual e reprodutiva em 49 Portugal nos últimos 12 meses Figura 36 Distribuição dos participantes por obtenção de cuidados de saúde sexual e reprodutiva num 51 serviço público em Portugal nos últimos 12 meses Figura 37 Distribuição dos participantes por obtenção de cuidados de saúde sexual e reprodutiva 52 numa ONG em Portugal nos últimos 12 meses Figura 38 Distribuição dos participantes por obtenção de cuidados de saúde sexual e reprodutiva num serviço privado em Portugal nos últimos 12 meses 53 3

6 Relatório Final Figura 39 Distribuição dos participantes por obtenção de preservativos em Portugal nos últimos meses Figura 40 Distribuição dos participantes por conhecimento sobre onde realizar o teste para o VIH em 55 Portugal Figura 41 Distribuição dos participantes por realização do teste para o VIH alguma vez na vida 56 Figura 42 Distribuição dos participantes por país onde realizou o último teste para o VIH 57 Figura 43 Distribuição dos participantes por período de tempo desde a realização do último teste 58 para o VIH em Portugal Figura 44 Distribuição dos participantes por estatuto serológico da infeção pelo VIH (auto-reportado) 59 Figura 45 Distribuição dos participantes por via mais provável de transmissão do VIH 60 Figura 46 Distribuição dos participantes por realização de tratamento para o VIH 61 Figura 47 Distribuição dos participantes por resultado do teste rápido para o VIH 62 Figura 48 Distribuição dos participantes por diagnóstico de IST alguma vez na vida (auto-reportado) 63 Figura 49 Distribuição dos participantes por realização de tratamento para IST alguma vez na vida 65 Figura 50 Distribuição dos participantes por infeção de Hepatite B alguma vez na vida (autoreportado) 66 Figura 51 Distribuição dos participantes por infeção de Hepatite C alguma vez na vida (autoreportado) 67 Figura 52 Distribuição dos participantes por infeção de Tuberculose alguma vez na vida (autoreportado) 68 4

7 Relatório Final Lista de Tabelas Pág. Tabela 1 Distribuição dos participantes segundo o estado civil, por sexo 22 Tabela 2 Distribuição dos participantes de acordo com a religião, por sexo 23 Tabela 3 Distribuição dos participantes segundo o rendimento familiar, por sexo 24 Tabela 4 Distribuição dos participantes de acordo com a situação profissional, por sexo 25 Tabela 5 Distribuição dos participantes segundo os anos de residência em Portugal, por sexo 26 Tabela 6 Distribuição dos participantes de acordo com a situação de imigração, por sexo 27 Tabela 7 Distribuição dos participantes segundo residência em país africano sem ser o país de origem 28 por um período 6meses, por sexo Tabela 8 Distribuição dos participantes segundo residência em país europeu sem ser Portugal por um 29 período 6meses, por sexo Tabela 9 Distribuição dos participantes segundo o tipo de parceiro sexual atualmente, por sexo 30 Tabela 10 Distribuição dos participantes de acordo com experiência de relações sexuais com parceiro VIHpositivo, 31 por sexo Tabela 11 Distribuição dos participantes de acordo com experiência de relações sexuais em Portugal nos 32 últimos 12 meses, por sexo Tabela 12 Distribuição dos participantes de acordo com experiência de relações sexuais noutro país 33 europeu sem ser Portugal nos últimos 12 meses, por sexo Tabela 13 Distribuição dos participantes de acordo com experiência de relações sexuais no país de origem 34 nos últimos 12 meses, por sexo Tabela 14 Distribuição dos participantes de acordo com experiência de relações sexuais noutro país 35 africano sem ser o país de origem nos últimos 12 meses, por sexo Tabela 15 Distribuição dos participantes de acordo com experiência de relações sexuais com parceiro/a 36 regular nos últimos 12 meses, por sexo Tabela 16 Distribuição dos participantes de acordo com experiência de relações sexuais com parceiro/a 37 ocasional nos últimos 12 meses, por sexo Tabela 17 Distribuição dos participantes de acordo com o uso do preservativo com parceiro/a regular nos 38 últimos 12 meses, por sexo Tabela 18 Distribuição dos participantes de acordo com o uso do preservativo com parceiro/a ocasional 39 nos últimos 12 meses, por sexo Tabela 19 Distribuição dos participantes segundo o país onde teve a última relação sexual, por sexo 40 Tabela 20 Distribuição dos participantes segundo o tipo de parceiro na última relação sexual em Portugal, 41 por sexo Tabela 21 Distribuição dos participantes de acordo com o país de origem do último parceiro com quem 42 teve relações sexuais em Portugal, por sexo Tabela 22 Distribuição dos participantes segundo o uso do preservativo com o último parceiro com quem 43 teve relações sexuais em Portugal, por sexo Tabela 23 Distribuição dos participantes de acordo com o estatuto serológico do último parceiro com 44 quem teve relações sexuais em Portugal, por sexo Tabela 24 Distribuição dos participantes de acordo com experiência de relações sexuais de forma forçada, 45 por sexo Tabela 25 Distribuição dos participantes de acordo com experiência de violência emocional e/ou física 46 pelo parceiro, por sexo Tabela 26 Distribuição dos participantes de acordo com a perceção de risco de contrair VIH, por sexo 47 Tabela 27 Distribuição dos participantes de acordo com a utilização dos serviços de saúde sexual e 48 reprodutiva em Portugal, por sexo Tabela 28 Distribuição dos participantes de acordo com obtenção de cuidados de saúde sexual e 49 reprodutiva em Portugal nos últimos 12 meses, por sexo Tabela 29 Distribuição dos participantes de acordo com os cuidados de saúde sexual e reprodutiva 50 obtidos em Portugal nos últimos 12 meses, por sexo Tabela 30 Distribuição dos participantes de acordo com obtenção de cuidados de saúde sexual e 51 reprodutiva num serviço público em Portugal nos últimos 12 meses, por sexo Tabela 31 Distribuição dos participantes de acordo com obtenção de cuidados de saúde sexual e 52 reprodutiva numa ONG em Portugal nos últimos 12 meses, por sexo Tabela 32 Distribuição dos participantes de acordo com obtenção de cuidados de saúde sexual e 53 reprodutiva num serviço privado em Portugal nos últimos 12 meses, por sexo Tabela 33 Distribuição dos participantes segundo obtenção de preservativos gratuitamente em Portugal 54 nos últimos 12 meses, por sexo Tabela 34 Distribuição dos participantes segundo o conhecimento sobre onde realizar o teste para o VIH em Portugal, por sexo 55 5

8 Relatório Final Tabela 35 Distribuição dos participantes segundo a realização do teste para o VIH alguma vez na vida, por 56 sexo Tabela 36 Distribuição dos participantes de acordo com o país onde realizou o último teste para o VIH, 57 por sexo Tabela 37 Distribuição dos participantes por período de tempo desde a realização do último teste para o 58 VIH em Portugal, por sexo Tabela 38 Distribuição dos participantes segundo o estatuto serológico da infeção pelo VIH (autoreportado), 59 por sexo Tabela 39 Distribuição dos participantes de acordo com a via mais provável de transmissão do VIH, por 60 sexo Tabela 40 Distribuição dos participantes segundo realização de tratamento para o VIH, por sexo 61 Tabela 41 Distribuição dos participantes segundo o resultado do teste rápido para o VIH, por sexo 62 Tabela 42 Distribuição dos participantes segundo diagnóstico de IST alguma vez na vida (auto-reportado), 63 por sexo Tabela 43 Distribuição dos participantes segundo a IST diagnosticada alguma vez na vida, por sexo 64 Tabela 44 Distribuição dos participantes segundo realização de tratamento para IST alguma vez na vida, 65 por sexo Tabela 45 Distribuição dos participantes segundo a infeção de Hepatite B (auto-reportado), por sexo 66 Tabela 46 Distribuição dos participantes segundo a infeção de Hepatite C (auto-reportado), por sexo 67 Tabela 47 Distribuição dos participantes segundo a infeção de Tuberculose (auto-reportado), por sexo 68 6

9 Relatório Final 1. ENQUADRAMENTO A epidemia do VIH constitui um importante problema de saúde pública na Europa, sendo Portugal um dos países da Europa Ocidental com maior prevalência de infeção pelo VIH (UNAIDS, 2012; 2014). Ao longo das últimas décadas, as características da epidemia sofreram uma evolução, registando-se uma diminuição dos casos notificados associados ao uso de drogas injetáveis e um aumento do número de casos associados à transmissão sexual (heterossexual e homossexual masculina) (INSA/Programa Nacional para a Infeção VIH/SIDA, 2014). A epidemia em Portugal é do tipo concentrado, o que tem levado a que os esforços de intervenção junto das populações com prevalência elevada caracterizadas por uma exposição mais intensa e frequente ao risco, e por uma maior dificuldade de acesso a meios preventivos constituam uma prioridade na área da prevenção (Coordenação Nacional para a Infeção VIH/sida, 2007; Direção-Geral da Saúde, 2013). Um dos grupos considerados mais vulneráveis ao VIH são os migrantes (ECDC/WHO Regional Office for Europe, 2014). Estima-se que em 2013, 21% dos novos casos notificados de infeção por VIH em Portugal tenham ocorrido em populações migrantes (DGS, 2014). Ainda, de acordo com um relatório do ECDC, do total de casos de infeção pelo VIH em migrantes diagnosticados no país, entre os anos de 1983 e 2013, 62% eram oriundos da região de África Subsariana (ECDC/WHO Regional Office for Europe, 2014). Evidências científicas indicam que as populações que migram apresentam um risco acrescido de infeção pelo VIH e de outras infeções sexualmente transmissíveis (IST), em comparação com as populações autóctones (ECDC/WHO Regional Office for Europe, 2014). Efetivamente, a migração pode colocar as populações em situações de maior risco para a infeção pelo VIH (Dias, Gama, Severo, & Barros, 2011; ECDC/WHO Regional Office for Europe, 2010; WHO, 2010). Muitos migrantes na União Europeia provêm de países com epidemia generalizada, onde a prevenção e controlo de doenças infeciosas são insuficientes e o risco de exposição a essas doenças é mais elevado do que na maioria dos países europeus (ECDC/WHO Regional Office for Europe, 2010). Nos países de destino, por sua vez, fatores como a pobreza, a falta de proteção social, a exclusão social e a discriminação podem aumentar o risco de exposição ao VIH bem como reduzir a capacidade do indivíduo se proteger da infeção (Dias, Marques, Gama, & Martins, 2014; Fenton, 2001; Soskolne & Shtarshall, 2002). Outros potenciais fatores de risco incluem a separação das famílias/parceiros e das normas socioculturais, circunstâncias que podem reforçar a adoção de comportamentos de risco para o VIH, tais como relações sexuais com múltiplos parceiros (e alteração de parceiros sexuais) e 7

10 Relatório Final a utilização inconsistente do preservativo (Albarrán & Nyamathi, 2011; Dias, Marques, Gama, & Martins, 2014). Adicionalmente, a vulnerabilidade dos imigrantes tem sido associada ao reduzido acesso aos cuidados de saúde, constatandose que muitas vezes estas comunidades não beneficiam de ou não são efetivamente abrangidas pelos sistemas de saúde existentes para promoção da saúde, prevenção ou tratamento da doença (Derose, Bahney, Lurie, & Escarce, 2009; Dias, Gama, Severo, & Barros, 2011; Dias, Severo, & Barros, 2008; Gama, Fraga, & Dias, 2010; Salama & Dondero, 2001). É amplamente reconhecido que o diagnóstico precoce da infeção pelo VIH é crucial para o tratamento atempado da doença e para a redução da transmissão da infeção (Loreto & Azevedo-Pereira, 2013; Wolbers, Bucher & Furrer, 2008). No entanto existem evidências de que algumas populações imigrantes, particularmente comunidades oriundas da África Subsariana, tendem a recorrer tardiamente aos serviços de saúde, apresentando um estado mais avançado da doença do que as populações não migrantes, resultando num pior prognóstico (Del Amo et al., 2010; Prost, Elfors, Imrie, Petticrew & Hart, 2008; Staehelin et al., 2003; Yombi, Jonckheere, Vincent, Wilmes, Vandercam & Belkhir, 2014). Vários estudos sobre comunidades migrantes africanas na Europa identificam alguns fatores responsáveis pelos reduzidos níveis de realização de teste para o VIH, tais como a baixa perceção de risco de infeção, a falta de informação sobre serviços de saúde sexual e mais especificamente sobre serviços onde é possível realizar o teste para o VIH, o receio de recorrer aos serviços de saúde devido ao estatuto irregular de imigração e a reticência face à possibilidade de obter um resultado positivo (Dias, Gama, Severo & Barros, 2011; Gama, Fraga, & Dias 2010; Prost, Elford, Imrie, Petticrew & Hart, 2008). Em Portugal estima-se que, em 2014, a população estrangeira residente totalizava cidadãos. Do total de imigrantes, encontravam-se no distrito de Lisboa, correspondendo a 44,8% do total nacional desta população (SEF, 2015). Desde 2001, os imigrantes em Portugal podem aceder aos cuidados de saúde, independentemente da sua nacionalidade, nível económico ou estatuto legal (ACIDI, 2015). No entanto, estudos sobre o acesso e utilização dos serviços de saúde pelos imigrantes no país sugerem que barreiras relacionadas com questões legislativas, dificuldades económicas, falta de informação dos imigrantes sobre os seus direitos em saúde (Dias, Gama, Silva, Cargaleiro & Martins, 2011; Scheppers, van Dongen, Dekker, Geertzen & Dekker, 2006; Simbiri, Hausman, Wadenya & Lidicker, 2010) e atitudes negativas dos profissionais de saúde (Dias, Gama, Cargaleiro & Martins, 2012; Scheppers, van Dongen, Dekker, Geertzen & Dekker, 2006) ainda persistem. 8

11 Relatório Final Adicionalmente, fatores como o duplo estigma e discriminação associados à condição de imigrante e de ser portador de VIH podem também constituir potenciais barreiras no acesso a cuidados de saúde e tratamento por parte destas populações (Scheppers, van Dongen, Dekker, Geertzen & Dekker, 2006). Apesar do anteriormente referido, o conhecimento sobre a situação epidemiológica da infeção pelo VIH e outras IST em populações migrantes é limitado. Por exemplo, existem poucos dados sobre estimativas de prevalência do VIH nestas populações e sobre a proporção de infeções dentro e fora do país de acolhimento. De acordo com um relatório do ECDC, o número de imigrantes de África Subsariana que adquiriram a infeção pelo VIH após terem migrado tem sido subestimado, sugerindo que uma proporção considerável de imigrantes pode ter adquirido a infeção pelo VIH na Europa (ECDC/WHO Regional Office for Europe, 2010). Os aspetos biológicos e comportamentais da infeção VIH e outras IST, as alterações dos padrões epidemiológicos e a heterogeneidade das populações migrantes têm sido reconhecidos como importantes componentes para a compreensão da dinâmica da transmissão. Também é importante o conhecimento sobre a utilização dos serviços de saúde no contexto do VIH/Sida e os determinantes associados. Um melhor conhecimento sobre a prevalência do VIH e os fatores de risco é essencial para apoiar decisões informadas sobre políticas e esforços de prevenção adequados e efetivos junto destas populações. 9

12 Relatório Final 2. OBJETIVOS Este é um estudo biocomportamental que consiste na aplicação de um inquérito por questionário e realização de teste rápido para o VIH, com os objetivos de: a) Estimar a prevalência de VIH nas populações imigrantes estudadas; b) Identificar comportamentos relevantes para a infeção pelo VIH nestas populações; c) Caracterizar o acesso e utilização dos serviços de saúde no contexto da infeção VIH/sida por parte destas populações. 10

13 Relatório Final 3. MÉTODOS E PARTICIPANTES Neste estudo foi adotada uma investigação participativa que integra uma abordagem colaborativa de envolvimento de vários parceiros. Foram estabelecidas parcerias com organizações não-governamentais (ONGs), nomeadamente AJPAS, SER+ e GAT-In Mouraria. Os vários parceiros participaram nas diferentes fases do projeto. Vários autores têm realçado o potencial da abordagem participativa para traduzir o conhecimento em práticas e estratégias de ação mais adequadas e eficazes (Dias & Gama, 2014). Esta abordagem tem vindo a ser utilizada com populações de diferentes contextos culturais e difíceis de aceder, de forma a obter um maior conhecimento sobre a saúde das populações que se expresse em efetivos ganhos em saúde (Blumenthal, 2011; Dias & Gama, 2014; Ramsden, McKay & Crowe, 2010) Tipo de estudo O estudo desenvolvido é do tipo observacional, descritivo e transversal (Last, 2008) Amostra A amostra em estudo é constituída por 790 imigrantes recrutados no distrito de Lisboa. Os critérios de inclusão no estudo foram: Ser imigrante oriundo da África Subsariana (de 1ª ou 2ª geração); Residir em Portugal; Ter 18 ou mais anos de idade; Ter iniciado a vida sexual. 11

14 Relatório Final 3.3. Processo de amostragem Dada a inexistência de uma base de amostragem da população imigrante em Portugal que permita gerar uma amostra probabilística de imigrantes, incluindo documentados e indocumentados, neste estudo optou-se por utilizar uma abordagem de amostragem por conveniência utilizando o método venue-based (Muhib et al., 2001) para gerar uma amostra suficientemente robusta e que abrangesse diferentes subgrupos da população. Para efeitos de cálculo do tamanho da amostra considerou-se a existência de 50% das características estudadas (considerado o pior cenário, na medida em que não se conhece a dimensão das características a estudar). No cálculo do tamanho amostral considerou-se uma precisão de 3,5% (e nível de confiança a 95%), prevendo-se inquirir um total de 784 imigrantes. Numa fase inicial do estudo foi realizado um mapeamento geográfico a fim de identificar locais para o recrutamento de participantes oriundos de África Subsariana. Este mapeamento abrangeu o distrito de Lisboa, atualmente a zona de Portugal com maior concentração de populações imigrantes e que por esse motivo foi escolhida para a realização do estudo (SEF, 2015). Para o mapeamento geográfico foram utilizadas principalmente duas fontes de informação: 1) Levantamento de informação oficial sobre a população imigrante no distrito de Lisboa; 2) Pesquisa formativa desenvolvida com os parceiros comunitários e informadores-chave das comunidades imigrantes sobre os diferentes locais de socialização frequentados pelos imigrantes, nomeadamente o tipo de locais (associações, bairros, eventos onde os imigrantes congregam e onde os parceiros desenvolvem trabalho comunitário), bem como o número aproximado de imigrantes que os frequentam regularmente e as suas características em termos de género e país de origem. 12

15 Relatório Final 3.4. Procedimento de recolha de dados A recolha de dados consistiu na aplicação de um inquérito por questionário e na realização de teste rápido do VIH a todos os participantes. Numa primeira fase do estudo foi solicitado aos parceiros a sua participação na divulgação do mesmo junto da população imigrante, preparando assim o terreno antes do início da recolha de dados. O processo de recolha de dados decorreu entre Setembro de 2014 e Março de 2015 nas ONGs parceiras que desenvolvem trabalho específico com as comunidades imigrantes no distrito de Lisboa. Em cada local de recrutamento identificado através do mapeamento geográfico acima descrito, os imigrantes foram sistematicamente abordados e convidados a participar atendendo aos critérios de inclusão definidos. Perante a aceitação de participação no estudo foram encaminhados às estruturas próximas dos parceiros com o propósito de se efetuar a recolha de dados. Para a recolha de dados foi assegurado um espaço com privacidade e conforto para o participante. Os questionários foram aplicados por entrevista individual por técnicos das referidas ONGs devidamente treinados para o efeito. A escolha da aplicação do questionário por inquiridores teve como objetivo assegurar a uniformidade dos procedimentos de recolha de dados, garantir uma melhor qualidade da informação recolhida e incluir participantes com reduzida literacia e proficiência em língua portuguesa. Os inquiridores receberam formação específica sobre o procedimento de recolha de dados, as técnicas gerais de aplicação e preenchimento do questionário, e as questões éticas relacionadas com o anonimato e a confidencialidade. Após a aplicação do questionário foi realizado o teste rápido para o VIH (por punção digital) a todos os participantes. O teste foi aplicado por técnicos das ONGs parceiras devidamente qualificados para o efeito, segundo os procedimentos prédefinidos e estandardizados das instituições, e enquadrado nas suas atividades regulares. Na sequência da recolha de dados foram entregues a cada participante um kit de 13

16 Relatório Final materiais de Informação, Educação e Comunicação (IEC), que incluíam preservativos e folhetos informativos sobre prevenção do VIH/Sida e outras IST, sobre a importância da realização do teste para o VIH e os locais onde este pode ser realizado de forma gratuita, anónima e confidencial, bem como sobre o tratamento do VIH/Sida. O consentimento informado foi obtido por parte de todos os participantes, com a garantia do seu anonimato e da confidencialidade dos dados. No caso de recusa de participação no estudo foi aplicado pelo inquiridor um breve questionário para recolha de dados sociodemográficos e razões para a recusa. O estudo foi aprovado pelo Conselho de Ética do Instituto de Higiene e Medicina Tropical. 14

17 Relatório Final 3.5. Instrumento O instrumento de recolha de dados teve por base os indicadores internacionais desenvolvidos pelo Global AIDS Response Progress Reporting (UNAIDS, 2013) e foi construído e testado em colaboração com os parceiros do estudo. Numa primeira fase foi realizado um pré-teste ao questionário com uma amostra de conveniência de imigrantes de forma a avaliar a aplicabilidade, bem como a selecionar e a ajustar os itens e as instruções de resposta. O questionário desenvolvido incluiu questões de resposta fechada para recolha de informação sobre: Características sociodemográficas (como sexo, país de origem, idade, nível educacional, estado civil, etc.); Processo de migração (tempo de residência em Portugal, situação de imigração, etc.); Práticas sexuais (idade na primeira relação sexual, tipo de parceiro sexual, uso do preservativo, relações sexuais em Portugal, etc.); Experiência de violência; Perceção de risco de contrair VIH; Cuidados de saúde sexual e reprodutiva obtidos em Portugal; Teste para o VIH; Estatuto serológico da infeção pelo VIH e outras IST (auto-reportado). 15

18 Relatório Final 3.6. Análise de dados Os questionários preenchidos foram inseridos numa base de dados no programa estatístico IBM SPSS 22 para se proceder ao tratamento e análise estatística dos dados. O relatório que se apresenta contém uma síntese dos resultados obtidos através de uma análise descritiva das variáveis em estudo, com um sumário da informação mais relevante. 16

19 Relatório Final 3.7. Limitações Os resultados que em seguida se apresentam devem ser interpretados tendo em conta algumas limitações que este estudo comporta. Uma vez que a informação disponível sobre a população imigrante em Portugal não permite a construção de bases de amostragem para inquéritos representativos de base populacional que capturem diferentes subgrupos da população imigrante, foi utilizado um método de amostragem não aleatório para a seleção da amostra em estudo. Neste sentido, não é possível generalizar os resultados do estudo para a população imigrante de África Subsariana no distrito de Lisboa. Também a obtenção de dados em locais de socialização de imigrantes pode levar a uma amostra enviesada de respondentes com características demográficas, socioeconómicas, culturais e comportamentais similares. No entanto, os métodos de amostragem e de recrutamento adotados neste estudo, comummente utilizados por outras equipas de investigação, permitiram obter um considerável número de participantes, incluindo imigrantes indocumentados ou recentemente chegados a Portugal, que de outra forma não seria possível. Além do mais, considerando que a recolha de dados foi conduzida em diversos locais, a equipa de investigação está confiante de que a amostra obtida é de facto suficientemente variada e que os resultados refletem a situação de um grande grupo de imigrantes a residir no distrito de Lisboa. De forma a incluir imigrantes com reduzida literacia e proficiência em língua portuguesa optou-se por utilizar um questionário de preenchimento pelo inquiridor. Os inquiridores podem ter interpretado as respostas dos participantes de uma forma enviesada, no entanto foram rigorosamente treinados antes da recolha de dados. Outro aspeto a salientar prende-se com a possibilidade de ocorrência de efeitos de desejabilidade social, de desconforto em responder a perguntas de caracter íntimo e de memória nas respostas dos participantes, levando potencialmente a um baixo reporte de comportamentos de risco e de infeção pelo VIH/outras IST por parte dos respondentes. Em todo o caso, a equipa de investigação está segura de que a garantia do anonimato dos participantes e do tratamento das suas respostas de forma confidencial contribuiu para minimizar estes possíveis efeitos. Também a elevada taxa de resposta e os dados obtidos sobre a prevalência de VIH auto-reportada leva-nos a confiar na validade das respostas. 17

20 Relatório Final 4. RESULTADOS 4.1. Características sociodemográficas A amostra é constituída por 790 imigrantes da África Subsariana, dos quais 58,0% são do sexo masculino (Figura 1). Os Guineenses, os Cabo-Verdianos e os Angolanos são, pela ordem indicada, as comunidades mais expressivas, representando 75,8% da amostra (Figura 2). Os homens provêm maioritariamente de Guiné-Bissau (36,9%) e as mulheres provêm em maior proporção de Cabo- Verde (30,4%) e Guiné-Bissau (28,0%) (Figura 3). FIGURA 1 Distribuição dos participantes por sexo 42,0% (n=332) Mulheres Homens 58,0% (n=458) 18

21 % Relatório Final FIGURA 2 Distribuição dos participantes por país de nascimento 8,6% (n=68) 2,4% (n=19) 1,0% (n=8) 16,9% (n=134) 12,2% (n=96) 33,2% (n=262) Guiné Bissau Cabo-Verde Angola São Tomé e Príncipe Moçambique Outro país africano Portugal 25,7% (n=203) FIGURA 3 Distribuição dos participantes de acordo com o país de nascimento, por sexo ,9% (n=169) 22,3% (n=102) 17,0% (n=78) 12,0% (n=55) 30,4% 28,0% (n=101) (n=93) 16,9% (n=56) 10,5% (n=35) 7,2% (n=33) 3,5% 1,1% (n=16) 0,9% 0,9% (n=5) (n=3) (n=3) Homens Mulheres 12,4% (n=41) Guiné Bissau Cabo-Verde Angola São Tomé e Príncipe Moçambique Outro país africano Portugal 19

22 % Relatório Final Do total de participantes, 22,6% tem idades compreendidas entre os 18 e 24 anos, 45,1% entre os 25 e 44 anos e 28,0% entre os predominante (25-44 anos), as mulheres apresentam maior proporção de participantes (50,3% vs. 41,3% dos homens) (Figura 5). 45 e 64 anos (Figura 4). Na faixa etária FIGURA 4 Distribuição dos participantes por classes etárias 4,3% (n=34) 22,6% (n=179) 28,0% (n=221) anos anos anos 65 anos 45,1% (n=356) FIGURA 5 Distribuição dos participantes de acordo com as classes etárias, por sexo ,3% (n=167) anos 41,3% (n=189) anos 40 31,9% (n=146) anos 30 22,9% (n=105) 22,3% (n=74) 22,6% (n=75) 65 anos ,9% (n=18) 4,8% (n=16) 0 Homens Mulheres 20

23 % Relatório Final Os níveis de escolaridade mais frequentes são o 3º ciclo (28,6% dos inquiridos) e o ensino secundário (22,0%) (Figura 6). Adicionalmente, a amostra apresenta proporções idênticas entre homens e mulheres em todos os níveis educacionais, com exceção nos participantes sem nenhum nível educacional, cuja proporção é superior nas mulheres (13,3% vs. 5,9%), e no 3º ciclo, cuja proporção é superior nos homens (31,4% vs. 24,7%) (Figura 7). FIGURA 6 Distribuição dos participantes por nível educacional 22,0% (n=174) 5,7% (n=45) 9,0% (n=71) 4,4% (n=35) 13,2% (n=104) Nenhum, não sabe ler nem escrever Não tem grau de ensino, mas sabe ler e escrever 1º Ciclo (ensino primário) 2º Ciclo (5º-6º anos) 3º Ciclo (até ao 9º ano) Secundário (até ao 12º ano) Ensino superior 17,1% (n=135) 28,6% (n=226) FIGURA 7 Distribuição dos participantes segundo o nível educacional, por sexo ,4% 5,9% (n=25) (n=27) 13,1% (n=60) 17,5% (n=80) 31,4% (n=144) 21,0% (n=96) 5,7% (n=26) 13,3% (n=44) 16,5% (n=55) 13,3% (n=144) 3,0% (n=10) 24,7% (n=82) 23,5% (n=78) 5,7% (n=19) Nenhum, não sabe ler nem escrever Não tem grau de ensino, mas sabe ler e escrever 1º Ciclo (ensino primário) 2º Ciclo (5º-6º anos) 3º Ciclo (até ao 9º ano) Secundário (até ao 12º ano) Ensino superior 0 Homens Mulheres 21

24 Relatório Final Mais de metade dos participantes (52,3%) afirma ser solteiro e 39,5% ser casado ou estar em união de facto (Figura 8). A proporção de solteiros é superior nos homens (57,0% vs. 45,8% das mulheres). As mulheres apresentam proporções superiores aos dos homens nos restantes estados civis (Tabela 1). FIGURA 8 Distribuição dos participantes por estado civil 4,7% (n=37) 3,5% (n=28) Solteiro (a) Casado (a) ou em união de facto 39,5% (n=312) 52,3% (n=413) Divorciado (a) ou separado (a) Viúvo (a) TABELA 1 Distribuição dos participantes segundo o estado civil, por sexo Estado civil (n=790) Solteiro (a) , ,8 Casado (a) ou em união de facto , ,7 Divorciado (a) ou separado (a) 14 3,1 23 6,9 Viúvo (a) 6 1,3 22 6,6 22

25 Relatório Final A grande maioria dos participantes refere pertencer à religião cristã (71,9%) (Figura 9). A proporção de participantes cristãos é superior nas mulheres (76,9% vs. 68,3% dos homens) (Tabela 2). FIGURA 9 Distribuição dos participantes por religião 1,3% (n=10) 11,8% (n=93) 6,3% (n=50) 8,7% (n=69) Cristã Islamita/Islâmica/Muçulmana Tradicional Africana Outra Ateu/Agnóstico 71,9% (n=568) TABELA 2 Distribuição dos participantes de acordo com a religião, por sexo Religião (n=790) Cristã , ,9 Islamita/Islâmica/Muçulmana 68 14,8 25 7,5 Tradicional Africana 9 2,0 1 0,3 Outra 25 5,5 25 7,5 Ateu/Agnóstico 43 9,4 26 7,8 23

26 Relatório Final A maior parte dos inquiridos declara que o rendimento familiar é insuficiente (42,0%) ou muito insuficiente (35,3%) (Figura 10). Estas proporções são relativamente semelhantes em ambos os sexos (Tabela 3). FIGURA 10 Distribuição dos participantes por rendimento familiar 22,3% (n=176) 0,4% (n=3) 35,3% (n=279) Muito insuficientes Insuficientes Suficientes Mais do que suficientes 42,0% (n=332) TABELA 3 Distribuição dos participantes segundo o rendimento familiar, por sexo Rendimento familiar (n=790) Muito insuficientes , ,9 Insuficientes , ,5 Suficientes , ,3 Mais do que suficientes 2 0,4 1 0,3 24

27 Relatório Final Grande parte dos participantes encontra-se em situação de desemprego (47,7%) (Figura 11), que é mais frequente entre os homens (52,8% vs. 40,7% das mulheres) (Tabela 4). FIGURA 11 Distribuição dos participantes por situação profissional 8,9% (n=70) 3,2% (n=25) 1,5% (n=12) Empregado 4,6% (n=36) 1,6% (n=13) 32,5% (n=257) Desempregado Doméstica (o) Reformado Estudante Trabalhador-estudante 47,7% (n=377) Nunca trabalhou TABELA 4 Distribuição dos participantes de acordo com a situação profissional, por sexo Situação profissional (n=790) Empregado , ,6 Desempregado , ,7 Doméstica(o) 0 0,0 13 3,9 Reformado 27 5,9 9 2,7 Estudante 49 10,7 21 6,3 Trabalhador-estudante 15 3,3 10 3,0 Nunca trabalhou 6 1,3 6 1,8 25

28 Relatório Final 4.2. Características do processo de migração A grande maioria dos participantes reside em Portugal há mais de 5 anos (35,0% entre 6 e 15 anos e 30,5% entre os 16 e 29 anos) (Figura 12). A proporção de participantes que vive há mais de 5 anos em Portugal é superior nos homens (Tabela 5). FIGURA 12 Distribuição dos participantes por anos de residência em Portugal 14,9% (n=118) 2,8% (n=22) 16,8% (n=133) 1ano 1 a 5 anos 6 a 15 anos 30,5% (n=241) 35,0% (n=276) 16 a 29 anos 30 anos TABELA 5 Distribuição dos participantes segundo os anos de residência em Portugal, por sexo Anos de residência em Portugal (n=790) 1ano 10 2,2 12 3,6 1 a 5 anos 61 13, ,7 6 a 15 anos , ,0 16 a 29 anos , ,8 30 anos 72 15, ,9 26

29 Relatório Final Cerca de 90% dos inquiridos encontrase em situação regular em Portugal (Figura 13), correspondendo a 92,5% das mulheres e 87,8% dos homens (Tabela 6). Relativamente à situação irregular e em processo de regularização, a proporção é superior nos homens (12,2% vs. 7,5% das mulheres). FIGURA 13 Distribuição dos participantes por situação de imigração 4,4% (n=35) 5,8% (n=46) Regular Não tem a situação regularizada Em processo de regularização 89,8% (n=709) TABELA 6 Distribuição dos participantes de acordo com a situação de imigração, por sexo Situação de imigração (n=790) Regular , ,5 Irregular 22 4,8 13 3,9 Em processo de regularização 34 7,4 12 3,6 27

30 Relatório Final Do total de participantes, 13,3% declara que antes de residir em Portugal residiu por um período igual ou superior a 6 meses num país africano sem ser o seu país de origem (Figura 14), sendo esta proporção superior nos homens (15,9% vs. 9,6% das mulheres) (Tabela 7). Figura 14 Distribuição dos participantes por residência em país africano sem ser o país de origem por um período 6 meses 13,3% (n=105) Sim Não 86,7% (n=685) TABELA 7 Distribuição dos participantes segundo residência em país africano sem ser o país de origem por um período 6 meses, por sexo Residência em país africano sem ser o país de origem por um período 6 meses (n=790) Sim 73 15,9 32 9,6 Não , ,4 28

31 Relatório Final Cerca de 19% da amostra declara que antes de residir em Portugal residiu por um período igual ou superior a 6 meses noutro país europeu (22,9% dos homens e 12,3% das mulheres) (Figura 15, Tabela 8). FIGURA 15 Distribuição dos participantes por residência em país europeu sem ser Portugal por um período 6 meses 18,5% (n=146) Sim Não 81,5% (n=644) TABELA 8 Distribuição dos participantes segundo residência em país europeu sem ser Portugal por um período 6 meses, por sexo Residência em país europeu sem ser Portugal por um período 6 meses (n=790) Sim , ,3 Não , ,7 29

32 Relatório Final 4.3. Práticas sexuais Os participantes iniciaram a sua vida sexual em média aos 16,5 anos (desviopadrão=3,6). Os homens iniciaram em média mais cedo (16,0 anos, desvio-padrão=3,8) do que as mulheres (17,1 anos, desviopadrão=3,1) (dados não apresentados em figura/tabela). Em relação ao tipo de parceiros sexuais, mais de metade dos participantes (52,4%) declara atualmente ter um parceiro sexual regular, 12,5% vários parceiros e 5,8% um parceiro ocasional. Cerca de 27% reporta não ter parceiro sexual presentemente (Figura 16). Aproximadamente 64% das mulheres reporta ter um parceiro sexual regular. Os homens declaram menos frequentemente ter um parceiro regular (44,0%), e mais frequentemente ter vários parceiros (19,4%), um parceiro ocasional (7,6%) e parceiro regular e parceiro ocasional em simultâneo (4,1%) (Tabela 9). FIGURA 16 Distribuição dos participantes por tipo de parceiro sexual atualmente 26,6% (n=210) 1 Parceiro regular/permanente 1 Parceiro ocasional 2,7% (n=21) 12,5% (n=99) 5,8% (n=46) 52,4% (n=414) Vários parceiros Parceiro regular e parceiro ocasional Não tem parceiros sexuais no presente TABELA 9 Distribuição dos participantes segundo o tipo de parceiro sexual atualmente, por sexo Tipo de parceiro sexual atualmente (n=790) 1 Parceiro regular/permanente , ,2 1 Parceiro ocasional 35 7,6 11 3,3 Vários parceiros 89 19,4 10 3,0 Parceiro regular e parceiro ocasional 19 4,1 2 0,6 Não tem parceiros sexuais atualmente , ,9 30

33 Relatório Final A grande maioria dos participantes (61,5%) declara não saber se alguma vez teve relações sexuais com parceiro VIH-positivo, enquanto 36,0% refere nunca ter tido e 2,5% ter tido pelo menos uma vez na vida (Figura 17). Uma maior proporção de homens reporta não saber se já teve relações sexuais com parceiro VIH-positivo (66,1% vs. 55,1% das mulheres) (Tabela 10). FIGURA 17 Distribuição dos participantes por experiência de relações sexuais com parceiro VIH-positivo 2,5% (n=20) 36,0% (n=284) Sim Nunca Não sabe 61,5% (n=486) TABELA 10 Distribuição dos participantes de acordo com experiência de relações sexuais com parceiro VIH-positivo, por sexo Relações sexuais com parceiro VIH-positivo (n=790) Sim 10 2,2 10 3,0 Nunca , ,9 Não sabe , ,1 31

34 Relatório Final Relações sexuais nos últimos 12 meses Do total de participantes que reportam ter tido relações sexuais nos últimos 12 meses, a maioria (97,0%) declara ter tido relações sexuais em Portugal (Figura 18), com proporções similares nos dois sexos (Tabela 11). FIGURA 18 Distribuição dos participantes por experiência de relações sexuais em Portugal nos últimos 12 meses 3,0% (n=20) Sim Não 97,0% (n=636) TABELA 11 Distribuição dos participantes de acordo com experiência de relações sexuais em Portugal nos últimos 12 meses, por sexo Relações sexuais em Portugal nos últimos 12 meses (n=656 a ) Sim , ,9 Não 12 3,0 8 3,1 a Foram excluídos os participantes que reportaram não ter tido relações sexuais nos últimos 12 meses (n=134). 32

35 Relatório Final Do total de inquiridos que declaram ter tido relações sexuais no último ano, 6,4% reporta ter tido relações sexuais noutro país europeu (Figura 19), sendo esta proporção idêntica nos homens e nas mulheres (Tabela 12). FIGURA 19 Distribuição dos participantes por experiência de relações sexuais noutro país europeu sem ser Portugal nos últimos 12 meses 6,4% (n=42) Sim Não 93,6% (n=614) TABELA 12 Distribuição dos participantes de acordo com experiência de relações sexuais noutro país europeu sem ser Portugal nos últimos 12 meses, por sexo Relações sexuais noutro país europeu sem ser Portugal nos últimos 12 meses (n=656 a ) Sim 26 6,6 16 6,1 Não , ,9 a Foram excluídos os participantes que reportaram não ter tido relações sexuais nos últimos 12 meses (n=134). 33

36 Relatório Final Cerca de 15% dos inquiridos que declaram ter tido relações sexuais nos últimos 12 meses reporta ter tido relações no país de origem (Figura 20), (15,4% dos homens e 13,8% das mulheres) (Tabela 13). FIGURA 20 Distribuição dos participantes por experiência de relações sexuais no país de origem nos últimos 12 meses 14,8% (n=97) Sim Não 85,2% (n=559) TABELA 13 Distribuição dos participantes de acordo com experiência de relações sexuais no país de origem nos últimos 12 meses, por sexo Relações sexuais no país de origem nos últimos 12 meses (n=656 a ) Sim 61 15, ,8 Não , ,2 a Foram excluídos os participantes que reportaram não ter tido relações sexuais nos últimos 12 meses (n=134). 34

37 Relatório Final Uma minoria de participantes (1,1%) declara ter tido relações sexuais noutro país africano sem ser o país de origem nos últimos 12 meses (Figura 21), sendo esta proporção similar nos homens e nas mulheres (Tabela 14). FIGURA 21 Distribuição dos participantes por experiência de relações sexuais noutro país africano sem ser o país de origem nos últimos 12 meses 1,1% (n=7) Sim Não 98,9% (n=649) TABELA 14 Distribuição dos participantes de acordo com experiência de relações sexuais noutro país africano sem ser o país de origem nos últimos 12 meses, por sexo Relações sexuais noutro país africano sem ser o país de origem nos últimos 12 meses (n=656 a ) Sim 5 1,3 2 0,8 Não , ,2 a Foram excluídos os participantes que reportaram não ter tido relações sexuais nos últimos 12 meses (n=134). 35

38 Relatório Final Do total de participantes que reportam ter tido relações sexuais no último ano, cerca de 83% refere que teve relações com parceiro regular (Figura 22), sendo esta proporção superior nas mulheres (95,4% vs. 75,2% dos homens) (Tabela 15). FIGURA 22 Distribuição dos participantes por experiência de relações sexuais com parceiro/a regular nos últimos 12 meses 16,8% (n=110) Sim Não 83,2% (n=546) TABELA 15 Distribuição dos participantes de acordo com experiência de relações sexuais com parceiro/a regular nos últimos 12 meses, por sexo Relações sexuais com parceiro/a regular nos últimos 12 meses (n=656 a ) Sim , ,4 Não 98 24,8 12 4,6 a Foram excluídos os participantes que reportaram não ter tido relações sexuais nos últimos 12 meses (n=134). 36

39 Relatório Final Do total de participantes que reportam ter tido relações sexuais no último ano, 43,1% refere que teve com parceiro ocasional (Figura 23), sendo esta proporção mais expressiva nos homens (59,0% vs. 19,2% das mulheres) (Tabela 16). FIGURA 23 Distribuição dos participantes por experiência de relações sexuais com parceiro/a ocasional nos últimos 12 meses 43,1% (n=283) Sim 56,9% (n=373) Não TABELA 16 Distribuição dos participantes de acordo com experiência de relações sexuais com parceiro/a ocasional nos últimos 12 meses, por sexo Relações sexuais com parceiro/a ocasional nos últimos 12 meses (n=656 a ) Sim , ,2 Não , ,8 a Foram excluídos os participantes que reportaram não ter tido relações sexuais nos últimos 12 meses (n=134). 37

40 Relatório Final Dos participantes que reportam ter tido relações sexuais com parceiro regular nos últimos 12 meses, 85,6% usou inconsistentemente o preservativo, mais frequentemente as mulheres (89,1% vs. 82,7% dos homens) (Figura 24, Tabela 17). FIGURA 24 Distribuição dos participantes por uso do preservativo com parceiro/a regular nos últimos 12 meses 14,4% (n=78) Consistente Inconsistente 85,6% (n=464) TABELA 17 Distribuição dos participantes de acordo com o uso do preservativo com parceiro/a regular nos últimos 12 meses, por sexo Uso do preservativo com parceiro/a regular nos últimos 12 meses (n=542 a ) Consistente 51 17, ,9 Inconsistente , ,1 a Foram excluídos os participantes que reportaram não ter tido relações sexuais nos últimos 12 meses com parceiros regulares (n=248). 38

41 Relatório Final Dos participantes que reportam ter tido relações sexuais com parceiro ocasional nos últimos 12 meses, 55,4% usou inconsistentemente o preservativo, sendo esta proporção superior nas mulheres (61,2% vs. 54,1% dos homens) (Figura 25, Tabela 18). FIGURA 25 Distribuição dos participantes por uso do preservativo com parceiro/a ocasional nos últimos 12 meses 44,6% (n= 124) Consistente 55,4% (n=154) Inconsistente TABELA 18 Distribuição dos participantes de acordo com o uso do preservativo com parceiro/a ocasional nos últimos 12 meses, por sexo Uso do preservativo com parceiro/a ocasional nos últimos 12 meses (n=278 a ) Consistente , ,8 Inconsistente , ,2 a Foram excluídos os participantes que reportaram não ter tido relações sexuais nos últimos 12 meses com parceiros ocasionais (n=512). 39

42 Relatório Final Última relação sexual Aproximadamente 89% dos inquiridos reporta que o país onde teve a última relação sexual foi Portugal, 9,2% refere um país africano, 1,6% um país europeu que não Portugal e 0,3% um outro país (Figura 26). Estas proporções são relativamente semelhantes nos dois sexos (Tabela 19). FIGURA 26 Distribuição dos participantes por país onde teve a última relação sexual 9,2% (n=73) 1,6% (n=13) 0,3% (n=2) Portugal País africano Outro país europeu Outro 88,9% (n=702) TABELA 19 Distribuição dos participantes segundo o país onde teve a última relação sexual, por sexo País onde teve a última relação sexual (n=790) Portugal , ,9 País africano 39 8, ,2 Outro país europeu 11 2,4 2 0,6 Outro 1 0,2 1 0,3 40

43 Relatório Final Última relação sexual em Portugal Quando questionados sobre o último parceiro com quem teve relações sexuais em Portugal, cerca de 70% dos participantes refere ter tido relações com parceiro regular (Figura 27), (87,3% das mulheres e 58,2% dos homens) e 29,6% com parceiro ocasional (41,8% dos homens e 12,7% das mulheres) (Tabela 20). FIGURA 27 Distribuição dos participantes por tipo de parceiro na última relação sexual em Portugal 29,6% (n=223) Parceiro regular Parceiro ocasional 70,4% (n=531) TABELA 20 Distribuição dos participantes segundo o tipo de parceiro na última relação sexual em Portugal, por sexo Tipo de parceiro na última relação sexual em Portugal (n=754) Parceiro regular , ,3 Parceiro ocasional , ,7 41

44 Relatório Final A grande maioria dos participantes (70,8%) declara que o último parceiro com quem teve relações sexuais em Portugal era de origem africana (81,6% das mulheres e 63,0% dos homens), 25,0% declara que era de origem portuguesa (30,4% dos homens e 17,4% das mulheres) e 4,2% que era de outra origem (6,6% dos homens e 1,0% das mulheres) (Figura 28 e Tabela 21). FIGURA 28 Distribuição dos participantes por país de origem do último parceiro com quem teve relações sexuais em Portugal 4,2% (n=32) 25,0% (n=188) País africano Portugal Outro 70,8% (n=534) TABELA 21 Distribuição dos participantes de acordo com o país de origem do último parceiro com quem teve relações sexuais em Portugal, por sexo País de origem do último parceiro sexual em Portugal (n=754) País africano , ,6 Portugal , ,4 Outro 29 6,6 3 1,0 42

45 Relatório Final Cerca de 67% dos inquiridos reporta não ter usado preservativo com o último parceiro sexual em Portugal (Figura 29), sendo esta proporção superior nas mulheres (81,6% vs. 55,9% dos homens (Tabela 22). FIGURA 29 Distribuição dos participantes por uso do preservativo com o último parceiro com quem teve relações sexuais em Portugal 0,8% (n=6) 32,5% (n=245) Sim Não Não se lembra 66,7% (n=503) TABELA 22 Distribuição dos participantes segundo o uso do preservativo com o último parceiro com quem teve relações sexuais em Portugal, por sexo Uso do preservativo com o último parceiro sexual em Portugal (n=754) Sim , ,4 Não , ,6 Não se lembra 3 0,7 3 1,0 43

46 Relatório Final Dos participantes que tiveram a última relação sexual em Portugal, 1,5% refere que o parceiro era VIH-positivo (Figura 30) (2,2% das mulheres e 0,9% dos homens) e 63,9% desconhece o estatuto serológico do último parceiro (67,4% dos homens e 59,2% das mulheres) (Tabela 23). FIGURA 30 Distribuição dos participantes por estatuto serológico do último parceiro com quem teve relações sexuais em Portugal 1,5% (n=11) 34,6% (n=261) VIH-positivo VIH-negativo 63,9% (n=482) Não sabe TABELA 23 Distribuição dos participantes de acordo com o estatuto serológico do último parceiro com quem teve relações sexuais em Portugal, por sexo Estatuto serológico do último parceiro em Portugal (n=754) VIH-positivo 4 0,9 7 2,2 VIH-negativo , ,6 Não sabe , ,2 44

47 Relatório Final 4.4. Experiência de violência Cerca de 10% dos participantes declara ter tido relações sexuais de forma forçada alguma vez na vida (Figura 31), sendo esta proporção superior nas mulheres (15,1% vs. 5,7% dos homens) (Tabela 24). FIGURA 31 Distribuição dos participantes por experiência de relações sexuais de forma forçada 9,6% (n=76) Sim Não 90,4% (n=713) TABELA 24 Distribuição dos participantes de acordo com experiência de relações sexuais de forma forçada, por sexo Relações sexuais de forma forçada (n=789) Sim 26 5, ,1 Não , ,9 45

48 Relatório Final Do total de inquiridos, 21,9% reporta ter sofrido de violência emocional e/ou física pelo parceiro (Figura 32), mais frequentemente as mulheres do que os homens (30,4% vs. 15,7%) (Tabela 25). FIGURA 32 Distribuição dos participantes por experiência de violência emocional e/ou física pelo parceiro 21,9% (n=173) Sim Não 78,1% (n=617) TABELA 25 Distribuição dos participantes de acordo com experiência de violência emocional e/ou física pelo parceiro, por sexo Experiência de violência emocional e/ou física pelo parceiro (n=790) Sim 72 15, ,4 Não , ,6 46

49 Relatório Final 4.5. Perceção de risco de contrair VIH Cerca de 49% dos inquiridos considera que não se encontra em risco de contrair VIH, 37,3% considera-se em algum risco e 13,3% em elevado risco (Figura 33). As mulheres reportam mais frequentemente não se encontrarem em risco (51,8% vs. 47,7% dos homens) (Tabela 26). FIGURA 33 Distribuição dos participantes por perceção de risco de contrair VIH 13,3% (n=101) Elevado/alto risco 49,4% (n=376) Algum risco Nenhum risco 37,3% (n=284) TABELA 26 Distribuição dos participantes de acordo com a perceção de risco de contrair VIH, por sexo Perceção de risco de contrair VIH (n=761) Elevado/alto risco 59 13, ,2 Algum risco , ,0 Nenhum risco , ,8 47

50 Relatório Final 4.6. Utilização dos serviços de saúde sexual e reprodutiva em Portugal Aproximadamente 47% dos participantes reporta ter utilizado um serviço/consulta de saúde sexual e reprodutiva em Portugal (Figura 34), sendo esta proporção superior nas mulheres (82,0% vs. 21,6% dos homens) (Tabela 27). FIGURA 34 Distribuição dos participantes por utilização de serviço/consulta de saúde sexual e reprodutiva em Portugal 1,2% (n=9) Sim 51,6% (n=390) 47,2% (n=357) Não Não sabe TABELA 27 Distribuição dos participantes de acordo com a utilização de serviço de saúde sexual e reprodutiva em Portugal, por sexo Utilização de serviço/consulta de saúde sexual e reprodutiva em Portugal (n=756) Sim 94 21, ,0 Não , ,8 Não sabe 5 1,2 4 1,2 48

51 Relatório Final Do total de inquiridos, 51,3% refere ter utilizado serviços de saúde sexual e reprodutiva em Portugal nos últimos 12 meses (Figura 35), mais as mulheres do que os homens (69,2% vs. 38,2%) (Tabela 28). FIGURA 35 Distribuição dos participantes por utilização de serviços de saúde sexual e reprodutiva em Portugal nos últimos 12 meses 48,7% (n=368) Sim 51,3% (n=388) Não TABELA 28 Distribuição dos participantes de acordo com utilização de serviços de saúde sexual e reprodutiva em Portugal nos últimos 12 meses, por sexo Utilização de serviços de saúde sexual e reprodutiva em Portugal (n=756) Sim , ,2 Não , ,8 49

52 Relatório Final Dos participantes que referem ter obtido cuidados de saúde sexual e reprodutiva em Portugal nos últimos 12 meses, a maior parte recebeu cuidados relacionados com consulta/exames de rotina (63,1% do total, 76,6% das mulheres e 45,2% dos homens) (Tabela 29). Outros cuidados obtidos relacionam-se com a contraceção (40,2% do total, 49,1% das mulheres e 28,3% dos homens) e o rastreio e/ou tratamento de VIH/outras IST (32,0% do total, 38,0% dos homens e 27,5% das mulheres) (Tabela 29). TABELA 29 Distribuição dos participantes de acordo com os cuidados de saúde sexual e reprodutiva obtidos em Portugal nos últimos 12 meses, por sexo Total n % Cuidados de saúde sexual e reprodutiva obtidos em Portugal nos últimos 12 meses a : Consulta/exames de rotina (n=388) , , ,6 Contraceção (n=388) , , ,1 Rastreio e/ou tratamento de VIH/outras IST (n=388) , , ,5 Aconselhamento sobre sexualidade (n=388) 80 20, , ,7 Consulta de gravidez e pré-natal (n=388) 39 10,1 4 2, ,8 Interrupção voluntária da gravidez (n=388) 22 5,7 2 1,2 20 9,0 Serviços de apoio a vítimas de violência sexual (n=388) 2 0,5 1 0,6 1 0,5 a Foram excluídos os participantes que reportaram não ter obtido cuidados de saúde sexual e reprodutiva em Portugal nos últimos 12 meses. 50

53 Relatório Final Cerca de 93% dos participantes recorreu a um serviço público para obter cuidados de saúde sexual e reprodutiva nos últimos 12 meses (Figura 36), mais frequentemente as mulheres (97,7% vs. 87,3% dos homens) (Tabela 30). FIGURA 36 Distribuição dos participantes por obtenção de cuidados de saúde sexual e reprodutiva num serviço público em Portugal nos últimos 12 meses 6,7% (n=26) Sim Não 93,3% (n=362) TABELA 30 Distribuição dos participantes de acordo com obtenção de cuidados de saúde sexual e reprodutiva num serviço público em Portugal nos últimos 12 meses, por sexo Obtenção de cuidados de saúde sexual e reprodutiva num serviço público (n=388 a ) Sim , ,7 Não 21 12,7 5 2,3 a Foram excluídos os participantes que reportaram não ter obtido cuidados de saúde sexual e reprodutiva em Portugal nos últimos 12 meses. 51

54 Relatório Final Dos inquiridos que referem ter obtido cuidados de saúde sexual e reprodutiva no último ano, 12,4% recorreu a uma ONG (Figura 37), sendo esta proporção superior nos homens (20,5% vs. 6,3% das mulheres) (Tabela 31). FIGURA 37 Distribuição dos participantes por obtenção de cuidados de saúde sexual e reprodutiva numa ONG em Portugal nos últimos 12 meses 12,4% (n=48) Sim Não 87,6% (n=340) TABELA 31 Distribuição dos participantes de acordo com obtenção de cuidados de saúde sexual e reprodutiva numa ONG em Portugal nos últimos 12 meses, por sexo Obtenção de cuidados de saúde sexual e reprodutiva numa ONG (n=388 a ) Sim 34 20,5 14 6,3 Não , ,7 a Foram excluídos os participantes que reportaram não ter obtido cuidados de saúde sexual e reprodutiva em Portugal nos últimos 12 meses. 52

55 Relatório Final Uma menor percentagem de participantes (5,4%) recorreu a um serviço privado para obter cuidados de saúde sexual e reprodutiva no último ano em Portugal (6,0% dos homens e 5,0% das mulheres) (Figura 38 e Tabela 32). FIGURA 38 Distribuição dos participantes por obtenção de cuidados de saúde sexual e reprodutiva num serviço privado em Portugal nos últimos 12 meses 5,4% (n=21) Sim Não 94,6% (n=367) TABELA 32 Distribuição dos participantes de acordo com obtenção de cuidados de saúde sexual e reprodutiva num serviço privado em Portugal nos últimos 12 meses, por sexo Obtenção de cuidados de saúde sexual e reprodutiva num serviço privado (n=388 a ) Sim 10 6,0 11 5,0 Não , ,0 a Foram excluídos os participantes que reportaram não ter obtido cuidados de saúde sexual e reprodutiva em Portugal nos últimos 12 meses. 53

56 Relatório Final Quando questionados sobre ter recebido gratuitamente preservativos no último ano, 42,3% dos participantes respondeu afirmativamente (Figura 39), (48,5% dos homens e 33,7% das mulheres) (Tabela 33). FIGURA 39 Distribuição dos participantes por obtenção de preservativos gratuitamente em Portugal nos últimos 12 meses 42,3% (n=333) Sim 57,7% (n=455) Não TABELA 33 Distribuição dos participantes segundo obtenção de preservativos gratuitamente em Portugal nos últimos 12 meses, por sexo Obtenção de preservativos gratuitamente em Portugal nos últimos 12 meses (n=788) Sim , ,7 Não , ,3 54

57 Relatório Final 4.7. Teste para o VIH Do total de inquiridos, 54,4% refere não saber onde realizar o teste para o VIH (Figura 40), sendo esta proporção superior nos homens (59,1% vs. 47,9% das mulheres) (Tabela 34). FIGURA 40 Distribuição dos participantes por conhecimento sobre onde realizar o teste para o VIH em Portugal 54,4% (n=429) 45,6% (n=360) Sim Não TABELA 34 Distribuição dos participantes segundo o conhecimento sobre onde realizar o teste para o VIH em Portugal, por sexo Conhecimento sobre onde realizar o teste para o VIH (n=789) Sim , ,1 Não , ,9 55

58 Relatório Final Cerca de 51% dos participantes afirma nunca ter feito o teste para o VIH (Figura 41), sendo esta proporção mais expressiva nos homens (62,2% vs. 36,4% das mulheres) (Tabela 35). FIGURA 41 Distribuição dos participantes por realização do teste para o VIH alguma vez na vida 51,4% (n=406) 48,6% (n=384) Sim Não TABELA 35 Distribuição dos participantes segundo a realização do teste para o VIH alguma vez na vida, por sexo Teste para o VIH alguma vez na vida (n=790) Sim , ,6 Não , ,4 56

59 Relatório Final Entre os participantes que declaram ter realizado o teste para o VIH, 85,1% afirma ter efetuado o último teste em Portugal (Figura 42), sendo esta proporção idêntica nos homens e nas mulheres (Tabela 36). FIGURA 42 Distribuição dos participantes por país onde realizou o último teste para o VIH 3,1% (n=12) 11,8% (n=45) Portugal Outro país Europeu País Africano 85,1% (n=326) TABELA 36 Distribuição dos participantes de acordo com o país onde realizou o último teste para o VIH, por sexo País onde realizou o último teste para o VIH (n=383 a ) Portugal , ,2 Outro país Europeu 6 3,5 6 2,9 País Africano 20 11, ,9 a Foram excluídos os participantes que reportaram nunca ter realizado o teste para o VIH. 57

60 Relatório Final Dos inquiridos que realizaram o teste para o VIH, 62,6% declara ter feito há mais de um ano e 37,4% nos últimos 12 meses (Figura 43), sendo estas proporções aproximadas nos homens e nas mulheres (Tabela 37). FIGURA 43 Distribuição dos participantes por período de tempo desde a realização do último teste para o VIH em Portugal 62,6% (n=204) 37,4% (n=122) Nos últimos 12 meses Há mais de 1 ano TABELA 37 Distribuição dos participantes por período de tempo desde a realização do último teste para o VIH em Portugal, por sexo Quando realizou o último teste para o VIH em Portugal (n=326) Nos últimos 12 meses 58 39, ,8 Há mais de 1 ano 89 60, ,2 58

61 Relatório Final 4.8. Infeção pelo VIH (auto-reportado) Do total de inquiridos, 3,5% (n=28) declara ser seropositivo (Figura 44): 4,5% (n=15) das mulheres e 2,8% (n=13) dos homens (Tabela 38). Mais de metade dos participantes (53,2%) afirma não saber o seu estatuto serológico para o VIH (Figura 44), sendo esta proporção superior nos homens (63,3% vs. 39,2% das mulheres) (Tabela 38). FIGURA 44 Distribuição dos participantes por estatuto serológico da infeção pelo VIH (auto-reportado) 3,5% (n=28) Positivo 53,2% (n=420) 43,3% (n=342) Negativo Não sabe o seu estatuto TABELA 38 Distribuição dos participantes segundo o estatuto serológico da infeção pelo VIH (auto-reportado), por sexo Estatuto serológico da infeção pelo VIH (auto-reportado) (n=790) Positivo 13 2,8 15 4,5 Negativo , ,3 Não sabe o seu estatuto , ,2 59

62 Relatório Final Grande parte dos participantes que reportam ser VIH-positivos afirma ter sido infetado pela via sexual (85,2%) (92,3% dos homens e 78,6% das mulheres) e 11,1% através de material contaminado (14,3% das mulheres e 7,7% dos homens) (Figura 45 e Tabela 39). FIGURA 45 Distribuição dos participantes por via mais provável de transmissão do VIH 11,1% (n=3) 3,7% (n=1) Sexual Material contaminado Não sabe 85,2% (n=23) TABELA 39 Distribuição dos participantes de acordo com a via mais provável de transmissão do VIH, por sexo Via mais provável de transmissão do VIH (n=27) Sexual 12 92, ,6 Material contaminado 1 7,7 2 14,3 Não sabe 0 0,0 1 7,1 60

63 Relatório Final Do total de inquiridos que declaram ser seropositivos, 96,3% reporta estar em tratamento (Figura 46): 100% dos homens e 92,9% das mulheres (Tabela 40). FIGURA 46 Distribuição dos participantes por realização de tratamento para o VIH 3,7% (n=1) Sim Não tem acompanhamento médico 96,3% (n=26) TABELA 40 Distribuição dos participantes segundo realização de tratamento para o VIH, por sexo Tratamento para o VIH (n=27) Sim ,9 Não tem acompanhamento médico 0 0,0 1 7,1 61

64 Relatório Final 4.9. Teste rápido para o VIH Do total de participantes, 5,4% (n=43) obteve um resultado reativo no teste rápido para o VIH (Figura 47): 6,9% (n=23) das mulheres e 4,4% (n=20) dos homens (Tabela 41). Figura 47 Distribuição dos participantes por resultado do teste rápido para o VIH 5,4% (n=43) Reativo Não reativo 94,6% (n=747) TABELA 41 Distribuição dos participantes segundo o resultado do teste rápido para o VIH, por sexo Resultado do teste rápido para o VIH (n=790) Reativo 20 4,4 23 6,9 Não reativo , ,1 62

65 Relatório Final Outras infeções transmissíveis (auto-reportado) Do total de participantes, 16,7% declara ter-lhe sido diagnosticada uma infeção sexualmente transmissível (IST) alguma vez na vida (Figura 48), (17,9% dos homens e 15,1% das mulheres) (Tabela 42). FIGURA 48 Distribuição dos participantes por diagnóstico de IST alguma vez na vida (auto-reportado) 16,7% (n=132) Sim Não/Não sabe 83,3% (n=658) TABELA 42 Distribuição dos participantes segundo diagnóstico de IST alguma vez na vida (auto-reportado), por sexo Diagnóstico de IST (alguma vez na vida) (n=790) Sim 82 17, ,1 Não/Não sabe , ,9 63

66 Relatório Final Dos participantes que reportam ter tido uma IST alguma vez na vida, 29,5% reporta ter tido Gonorreia (45,1% dos homens e 4,0% das mulheres), 14,4% ter tido Sífilis (14,6% dos homens e 14,0% das mulheres) e 12,9% ter tido Clamídia (16,0% das mulheres e 11,0% dos homens). Cerca de 32% desconhece qual o tipo de IST que lhe foi diagnosticada (48,0% das mulheres e 22,0% dos homens) (Tabela 43). TABELA 43 Distribuição dos participantes segundo a IST diagnosticada alguma vez na vida, por sexo Total n % IST diagnosticada (alguma vez na vida) a : Gonorreia (n=132) Sífilis (n=132) Clamídia (n=132) Herpes genital (n=132) Outra IST (n=132) Não sabe (n=132) 39 29, ,1 2 4, , ,6 7 14, ,9 9 11,0 8 16,0 3 2,3 1 1,2 2 4, ,1 7 8,5 9 18, , , ,0 a Foram excluídos os participantes que reportaram nunca ter tido um diagnóstico de IST. 64

67 Relatório Final Aproximadamente 94% dos inquiridos que reportam já ter tido uma IST alguma vez na vida declara ter realizado tratamento (Figura 49) (95,1% dos homens e 92,0% das mulheres) (Tabela 44). FIGURA 49 Distribuição dos participantes por realização de tratamento para IST alguma vez na vida 3,8% (n=5) 2,3% (n=3) Sim Não Não sabe 93,9% (n=124) TABELA 44 Distribuição dos participantes segundo realização de tratamento para IST alguma vez na vida, por sexo Tratamento realizado para IST (n=132 a ) Sim 78 95, ,0 Não 4 4,9 1 2,0 Não sabe 0 0,0 3 6,0 a Foram excluídos os participantes que reportaram nunca ter tido um diagnóstico de IST. 65

68 Relatório Final Do total de participantes, 4,1% reporta ter estado infetado com Hepatite B alguma vez na vida (Figura 50) (4,5% das mulheres e 3,7% dos homens) (Tabela 45). FIGURA 50 Distribuição dos participantes por infeção de Hepatite B alguma vez na vida (auto-reportado) 4,1% (n=32) Sim Não 95,9% (n=758) TABELA 45 Distribuição dos participantes segundo a infeção de Hepatite B alguma vez na vida (auto-reportado), por sexo Infeção de Hepatite B alguma vez na vida (auto-reportado) (n=790) Sim 17 3,7 15 4,5 Não , ,5 66

69 Relatório Final Cerca de 1,4% da amostra reporta ter estado infetado com Hepatite C (Figura 51) (1,7% dos homens e 0,9% das mulheres) (Tabela 46). FIGURA 51 Distribuição dos participantes por infeção de Hepatite C alguma vez na vida (auto-reportado) 1,4% (n=11) Sim Não 98,6% (n=779) TABELA 46 Distribuição dos participantes segundo a infeção de Hepatite C alguma vez na vida (auto-reportado), por sexo Infeção de Hepatite C alguma vez na vida (auto-reportado) (n=790) Sim 8 1,7 3 0,9 Não , ,1 67

70 Relatório Final Relativamente à infeção por Tuberculose, 4,1% dos participantes declara ter estado infetado alguma vez na vida (Figura 52) (5,7% dos homens e 1,8% das mulheres) (Tabela 47). FIGURA 52 Distribuição dos participantes por infeção de Tuberculose alguma vez na vida (auto-reportado) 4,1% (n=32) Sim Não 95,9% (n=758) TABELA 47 Distribuição dos participantes segundo a infeção de Tuberculose alguma vez na vida (auto-reportado), por sexo Infeção de Tuberculose alguma vez na vida (auto-reportado) (n=790) Sim 26 5,7 6 1,8 Não , ,2 68

71 Relatório Final 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS O estudo Imigrantes e VIH/SIDA teve como objetivos analisar a magnitude da infeção pelo VIH nas populações imigrantes estudadas, identificar os comportamentos relevantes para a infeção, bem como caraterizar o acesso e utilização dos serviços de saúde sexual por parte destas populações. Este estudo permitiu obter informações relevantes para uma melhor compreensão do contexto nacional da infeção pelo VIH na população imigrante, podendo contribuir para informar o desenvolvimento de estratégias eficazes de prevenção e controlo do VIH. Face aos resultados obtidos no estudo salientam-se as seguintes considerações: Registou-se uma elevada prevalência de infeção pelo VIH na amostra estudada, que está em linha com outros dados Europeus (Sadler et al., 2007; Xiridou, van Veen, Coutinho & Prins., 2010). Existe um desconhecimento da seropositividade por parte de uma importante proporção de imigrantes. Mais de metade dos participantes afirma nunca ter feito o teste para o VIH. Estes resultados, também encontrados por outros autores (ECDC, 2011; Mayisha II Collaborative Group, 2005), reforçam a necessidade de esforços para a promoção da realização do teste para o VIH. Os resultados evidenciam comportamentos sexuais de risco entre os imigrantes, incluindo a multiplicidade de parceiros sexuais e a utilização inconsistente do preservativo, tal como em investigações anteriores (Burns et al., 2011; Dias, Marques, Gama & Martins, 2014; Lurie et al., 2003; Mayisha II Collaborative Group, 2005; Pezzoli et al. 2009; Together Project, 2015). Os resultados obtidos revelam também diferenças de género na adoção de comportamentos de risco, nomeadamente uma maior proporção de participantes mulheres que declaram não ter utilizado preservativo com o último parceiro sexual em Portugal, bem como ter utilizado o preservativo de forma inconsistente, em particular com parceiros ocasionais. Neste contexto é necessário ter em conta a influência do papel do género aquando do planeamento e implementação de programas de promoção da saúde sexual nestas comunidades. Mais de metade dos participantes considera não estar em risco de infeção, apesar de uma elevada proporção reportar comportamentos de risco. Os dados acima referidos apontam para a necessidade de continuar a investir em intervenções adequadas e eficazes de informação, educação e comunicação em saúde sexual para a redução de 69

72 Relatório Final comportamentos de risco e promoção do uso do preservativo. Aproximadamente 17% dos participantes reportou já ter sido diagnosticado com uma IST alguma vez na vida. Dados semelhantes foram descritos num projeto recente desenvolvido com imigrantes africanos em contexto europeu (Together Project, 2015). Importa realçar que do total de participantes que declarou ter tido uma IST alguma vez na vida, 31,8% afirmou não saber qual o tipo de IST diagnosticada, pelo que é provável que as prevalências autoreportadas de cada IST estudada estejam subdiagnosticadas. Estes dados indiciam que o diagnóstico e monitorização de IST é uma área que deve ser considerada igualmente prioritária na promoção da saúde sexual. Uma proporção elevada de imigrantes nunca recorreu a uma consulta de saúde sexual e reprodutiva em Portugal. Este resultado indicia que provavelmente nem todos os imigrantes que eventualmente precisem de cuidados são abrangidos pelos serviços de saúde sexual e reprodutiva, tal como revelado em outros estudos (Dias, Marques, Gama & Martins, 2014; Mayisha II Collaborative Group, 2005). Estes dados reforçam a necessidade de aprofundar o conhecimento sobre os padrões de utilização e as barreiras no acesso aos serviços de saúde sexual e reprodutiva por parte dos imigrantes. De forma global importa realçar o contributo que a abordagem de investigação participativa teve no desenvolvimento do estudo. O envolvimento ativo dos vários intervenientes, em particular as comunidades, no desenho do projeto revelou-se vantajoso. Esta abordagem permitiu definir métodos, procedimentos e instrumentos adequados e relevantes para as comunidades. De forma colaborativa foi possível identificar os locais e as redes sociais para o recrutamento de participantes e a recolha de dados. A abordagem participativa, com o estreito envolvimento dos parceiros que desenvolvem trabalho de proximidade com estas populações, contribuiu para uma maior sensibilização das comunidades para a importância da sua participação em iniciativas de investigação em saúde. Tal favoreceu a aceitação do projeto, a adesão das comunidades ao estudo e a potencial qualidade dos dados recolhidos. Outra vantagem do processo participativo foi promover a capacitação dos técnicos envolvidos para a recolha de dados. Esta abordagem possibilitou ainda identificar prioridades e oportunidades de trabalho conjunto que favorecem mudanças sustentáveis para a melhoria da saúde sexual das comunidades. Deste modo, iniciativas de investigação em saúde desenvolvidas de forma participativa devem continuar a ser incentivadas. 70

73 Relatório Final Os resultados deste estudo levamnos a considerar que a população imigrante deve ser uma população-chave para os esforços no âmbito da prevenção e controlo da infeção pelo VIH. Algumas estratégias de prevenção a ter em conta incluem medidas que promovam a realização do teste para o VIH entre esta população e aumentem o conhecimento do seu estatuto serológico, bem como medidas que reduzam a adoção de comportamentos de risco. Especial enfoque deve ser dado ao desenvolvimento de iniciativas de base comunitária e de proximidade, promovidas por equipas de terreno capacitadas que têm relações de confiança com a comunidade e que têm conhecimento exclusivo do seu contexto, o que pode contribuir para implementar intervenções eficazes de prevenção e controlo da infeção pelo VIH. 71

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