Nº /006 POUSO ALEGRE ESTADO DE MINAS GERAIS FUNDACAO DE ENSINO SUPERIOR DO VALE DO SAPUCAI

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1 <CABBCAADDABACCBAABDCADABCABCBCAADCBAADDABCCAB> <ACBBCCAABDAADDACABADBCABCCBBCABCACB> AGRAVO DE INSTRUMENTO-CV 1ª CÂMARA CÍVEL Nº /006 POUSO ALEGRE AGRAVANTE ESTADO DE MINAS GERAIS AGRAVADA FUNDACAO DE ENSINO SUPERIOR DO VALE DO SAPUCAI ALEXANDRE CIAPPINA HUEB ANTONIO CARLOS DE AGUIAR CARLOS DE BARROS LARAIA DIRETORIO ACADEMICO DR JESUS RIBEIRO PIRES ELÍSIO MEIRELLES DE MIRANDA HUDSON UMEOKA MINISTERIO PUBLICO ROSA MARIA DO NASCIMENTO DECISÃO 1. Cuida-se de agravo de instrumento interposto ESTADO DE MINAS GERAIS, nos autos da ação anulatória movida pelo agravante em face da FUNDAÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DO VALE DO SAPUCAÍ, contra a decisão do i. Juiz da 4ª Vara Cível da Comarca de Pouso Alegre/MG, JOSÉ HÉLIO DA SILVA, lavrada nos seguintes termos: (...) Diante do exposto, determino que as eleições para a formação das duas listas sêxtuplas destinadas à escolha do Conselho Diretor da FUVS pelo Governador do Estado, sejam realizadas na forma do estatuto de 2013, aplicando-se ainda o regulamento eleitoral que vigorou nas últimas eleições. Determino sejam assegurados os direitos de Luiz Roberto Martins Rocha votar como ex-presidente da fundação e dos atuais administradores (Andrea Silva Adão Reis, Cássio Antônio Fernandes e Félixe Carlos Ocariz Bazzano) votarem na qualidade de membros do Conselho Deliberativo efetivo. Determino ainda que, eventuais divergências que se surgirem durante o processo eleitoral poderão ser resolvidas pela Comissão Eleitoral ou pelo Ministério Público, aplicando-se as normas legais, as decisões judiciais sobre este caso e as normas estatutárias da Fl. 1/5

2 fundação, devendo constar da ata o questionamento e a respectiva decisão, sob pena de preclusão. 2. O recurso é tempestivo e atende aos pressupostos dos arts e do CPC/15, ademais de ter sido tirado de decisão que versa sobre tutela provisória (art , inc. I daquele diploma legal). Em consequência, defiro o processamento do agravo. 3. Quanto ao pedido de efeito suspensivo (CPC/15, art , inc. I, c/c art. 995, parágrafo único), convenço-me do seu cabimento. Com efeito, o presente agravo de instrumento foi tirado da decisão, cujo dispositivo foi transcrito acima, após este eg. Sodalício, no Agravo de Instrumento n.º , de Relatoria do em. Des. BITENCOURT MARCONDES, em 28/11/2017, emitir acórdão assim ementado: EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. PRELIMINAR DE PERDA SUPERVENIENTE DO OBJETO. PRÁTICA SUPERVENIENTE DE ATO INCOMPATÍVEL COM A VONTADE DE CORRER. NÃO COFIGURAÇÃO. PRELIMINAR REJEITADA. AÇÃO ANULATÓRIA. FUNDAÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DO VALE DO SAPUCAÍ FUVS. DESVINCULAÇÃO DO PODER PÚBLICO POR MERA ALTERAÇÃO DE SEUS ATOS CONSTITUTIVOS APÓS DELIBERAÇÃO DE SUA ASSEMBLEIA GERAL. ART. 82, 1º, DO ADCT DA CEMG. PRERROGATIVA EXERCIDA EXTEMPORANEAMENTE. NATUREZA PEREMPTÓRIA DO PRAZO. NORMA DE EFICÁCIA EXAURIDA. RECURSO DESPROVIDO. 1. A realização de acordo na origem para fins de cumprimento da decisão agravada que antecipara a tutela, por decorrer da necessidade de assegurar sua autoridade até o julgamento final do agravo, não configura a prática de ato incompatível com a vontade de recorrer, haja vista a persistência do interesse do agravante diante da possibilidade de o órgão colegiado destinatário do recurso conferir amparo à sua pretensão. 2. A conduta da FUVS, que, mediante deliberação de sua Assembleia Geral, optou por excluir o Governador do procedimento de eleição dos membros de seu Conselho Diretor, bem como os membros representantes do Estado na composição do órgão deliberativo, revelou-se ilegítima, porquanto exercida além do prazo previsto na Fl. 2/5

3 regra insculpida no art. 82, 1º, inciso II, do ADCT, cuja natureza é peremptória. In casu, foi concedida, em outro momento processual, a tutela de urgência para a suspensão dos efeitos de novas disposições estatutárias que retiraram a participação do ESTADO DE MINAS GERAIS, ora requerente, na Assembléia Geral, e a prerrogativa do Governador do Estado de escolher em duas listas sêxtuplas os nomes das pessoas que compõem o Conselho Diretor que administra a FUNDAÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DO VALE DO SAPUCAÍ. A decisão foi atacada pelo Agravo de Instrumento n.º , no bojo do qual foi concedido efeito suspensivo pelo em. Des. BITENCOURT MARCONDES. O mandato do Conselho Diretor escolhido anteriormente pelo Governador do Estado chegou ao seu término e, enquanto subsistia o referido efeito suspensivo obtido pela FUNDAÇÃO, foi realizada por ela a eleição na forma do novo estatuto, com base no qual foi empossada a nova diretoria. Por decisão interlocutória posterior, o em. Des. BITENCOURT MARCONDES revogou o efeito suspensivo do agravo e restabeleceu os efeitos da tutela de urgência, afastando a aplicação do novo estatuto (Agravo Interno nº /002). O Conselho Diretor eleito com base no estatuto modificado foi destituído, por decisão judicial também provisória, e nomeado Conselho Diretor provisório indicado pelo ESTADO. Conforme se colhe do relatório da decisão agravada, integrantes da Assembléia Geral da FUNDAÇÃO, membros do Conselho Diretor destituído, o Diretório Acadêmico Dr. Jesus Ribeiro Pires ingressaram como amicus curiae, e estudantes da Universidade e Unidades de Saúde da FUNDAÇÃO deflagraram greves e paralisação em protesto ao Conselho Diretor indicado pelo Estado autor. Fl. 3/5

4 Na condição de Curador de Fundações, o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS requereu a intervenção na FUNDAÇÃO, o que foi deferida e levou à destituição do Conselho Diretor Provisório indicado pelo ESTADO DE MINAS GERAIS. Por fim, em 04/09/2017, em audiência de conciliação, por consenso, foram nomeados membros do Conselho Diretor interino para administrar a FUNDAÇÃO, ao qual caberia referendar o calendário eleitoral para eleição do novo conselho diretor então apresentado pelo representante do Ministério Público na audiência.em face da publicação do regulamento eleitoral elaborado pelo Conselho Diretor interino, as partes e o MINISTÉRIO PÚBLICO instaram o i. Magistrado a quo a decidir sobre a legalidade de modificações promovidas no regulamento eleitoral, de que decorreu a decisão ora agravada. 4. Assim inferida dos autos, nesta sede de cognição sumaríssima, a matéria fática relevante, tem-se que a interferência judicial na origem às vésperas da realização da 1ª (primeira) etapa do processo eleitoral em curso causa surpresa aos partícipes, máxime os detentores das capacidades eleitorais passiva e ativa, não obstante inexistente, a princípio, impugnação administrativa oportuna ao edital publicado. Contudo, mais que isto, não se revelam hígidos, à primeira vista, pelo menos dois pilares sobre os quais se assenta a decisão guerreada, a saber: 1º) o de que na audiência em que houve a escolha consensual do Conselho Diretor interino se lhe tenha atribuído a realização das eleições na forma do estatuto anterior questionado, pois tal previsão não se acha na respectiva ata (cf. doc. de ordem 73 do AI /001); 2º) o de que a competência estatutária do Conselho Diretor interino deveria ser mitigada no tocante ao processo eleitoral, com o Fl. 4/5

5 que, por uma questão de justiça, na vigência do estatuto de 2013 deve vigorar também o regulamento eleitoral vigente desde aquela época, premissa que não se compadece com a ausência de ressalva quanto ao exercício pleno pelo aludido Conselho das prerrogativas estatutárias vigentes. Ao exposto, defiro o efeito suspensivo para sustar a eficácia da decisão agravada, até posterior decisão do Colegiado certo. 5. Comunique-se, com urgência, ao i. Juiz a quo. 6. Intimem-se as partes, os agravados, para os fins do art , inc. II, do CPC/ Publique-se e cumpra-se. Belo Horizonte, 6 de dezembro de DES. EDGARD PENNA AMORIM RELATOR AD HOC Documento assinado eletronicamente, Medida Provisória nº /2001 de 24/08/2001. Signatário: Desembargador JOSE EDGARD PENNA AMORIM PEREIRA, Certificado: 17096AC0B4BEE02ED2329BD59B0E19B7, Belo Horizonte, 06 de dezembro de 2017 às 22:48:36. Verificação da autenticidade deste documento disponível em - nº verificador: Fl. 5/5