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- Maria de Belem Macedo
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1 <CABBCAADDABACCBAABDCADABCABCBCAADCBAADDABAACD> <ACBBCCAABDAADDACABADADCBAABDCABCAAD> AGRAVO 1ª CÂMARA CÍVEL Nº /007 POUSO ALEGRE AGRAVANTE ELÍSIO MEIRELLES DE MIRANDA AGRAVANTE LEONARDO DE OLIVEIRA REZENDE AGRAVANTE LUIZ ROBERTO MARTINS ROCHA AGRAVADO ESTADO DE MINAS GERAIS DECISÃO 1. Em face do deferimento do efeito suspensivo, por mim, na condição de Relator ad hoc, em substituição ao em. Des. BITENCOURT MARCONDES, foi interposto agravo interno por ELÍSIO MEIRELLES DE MIRANDA, LEONARDO DE OLIVEIRA REZENDE E LUIZ ROBERTO MARTINS ROCHA com pedido de reconsideração, batendo-se pelo restabelecimento dos efeitos da decisão do i. Magistrado a quo. 2. A análise das razões recursais, incluída a arguição de não cabimento do Agravo de Instrumento n.º /006 efetuada nos autos do Agravo Interno n.º /008, conduz ao reexame da questão devolvida, no bojo deste primeiro pleito recursal em que se enseja o juízo de retratação Em primeiro lugar, é relevante anotar a existência do Agravo de Instrumento n.º , da Relatoria do em. DES. BITENCOURT MARCONDES, que entendera não ser cabível a interposição do agravo de instrumento, pelo ESTADO DE MINAS GERAIS, em face da decisão do i. Magistrado a quo, na qual houvera sido deferido, em outro momento processual, o pedido de intervenção ministerial, para nomear o Promotor de Justiça como administrador provisório da FUNDAÇÃO. Diante desta decisão, não recorrida, aliás, torna-se duvidoso o cabimento do ulterior Agravo de Instrumento n.º Fl. 1/6
2 006 e, por consequência, enfraquecida a plausibilidade da pretensão recursal do ESTADO, ao menos para os fins desta sede de cognição sumaríssima Também quanto ao objeto do agravo de instrumento, as razões recursais do ESTADO levaram-me, no primeiro momento, a considerar legítima a elaboração do Regulamento Eleitoral pelo Conselho Diretor instituído consensualmente em audiência e a aplicação de suas normas ao escrutínio de iminente início, à míngua de restrição então conhecida quanto aos poderes conferidos pelo Estatuto ao referido colegiado diretivo. Entretanto, embora já realizada a primeira etapa eleitoral das quatro previstas a qual, ao que tudo indica, tem previsão normativa rigorosamente igual em ambos os regulamentos eleitorais sob exame, tornam-se relevantes, nesta esfera de cognição excepcional, as alegações dos agravantes a respeito da necessidade de interpretação sistêmica dos normativos aplicáveis. Nesse sentido, sustentam não haver norma estatutária que confira ao Conselho Diretor ao à Comissão Eleitoral poderes para elaboração de regulamento do processo eleitoral às vésperas da realização do pleito, mas, norma de revisão do referido Regulamento a ser aplicada no final de cada eleição, para que sejam alteradas regras eleitorais somente para pleitos ainda não convocados. A principal fonte normativa é, indubitavelmente, o art. 18 do Estatuto da FUNDAÇÃO, in verbis Art. 18. A Fundação será administrada por um Conselho Diretor, composto por 3 (três) membros efetivos e 3 (três) suplentes, escolhidos pelo Governador do Estado dentre os nomes constantes em 2 (duas) listas sêxtuplas elaboradas pela Assembléia Geral da Fundação. 1º. Será nomeada pelo Conselho Diretor uma Comissão Eleitoral, dentre os funcionários da Fundação que não sejam membros da Assembléia, que ficará responsável por conduzir o processo eleitoral e encaminhar as listas sêxtuplas ao Fl. 2/6
3 Presidente da Fundação, com indicação dos votos obtidos, em ordem decrescente, logo que encerrada a apuração. 2º O processo eleitoral será fiscalizado pelo Promotor de Justiça responsável pela Promotoria Especializada em Fundações. 3º. O edital de abertura de processo eleitoral deverá ser aprovado pelo Conselho Diretor e publicado no órgão oficial local 90 (noventa) dias antes do término do mandato do Conselho Diretor, cujo período de inscrições será de 15 (quinze) dias. 4º. Após o término das inscrições dos membros da comunidade e elaboração da lista dos candidatos pertencentes ao quadro funcional, os currículos dos candidatos aptos a concorrerem à eleição serão encaminhados aos membros da Assembléia Geral, com antecedência mínima de 10 (dez) dias do dia marcado para a eleição. 5º. Os integrantes das listas sêxtuplas serão escolhidos em escrutínios secretos e sucessivos, e cada uma delas serão composta por 4 (quatro) pessoas pertencentes ao quadro funcional da Fundação há mais de 5 (cinco) anos e 2 (dois) membros da comunidade local, todos de ilibada reputação e notório saber. 6º. A eleição para formação das listas sêxtuplas se realizará mediante voto secreto de pelo menos 2/3 (dois terços) dos membros da Assembleia Geral, sendo eleitos aqueles que obtiverem maioria simples dos votos. 7º. O Presidente da Fundação encaminhará ao Governador do Estado as listas sêxtuplas no dia útil seguinte àquele em que as receber. (...) 9º. A escolha pela Assembleia Geral dos 8 (oito) membros pertencentes ao quadro de funcionários da Fundação será feita entre os 10 (dez) nomes indicados por eleição direta entre os próprios funcionários, constando a lista com o respectivo número de votos recebidos. (Sublinhas desta decisão.) Na verdade, a fundamentação de minha decisão escorara-se no fato de o i. Magistrado a quo haver invocado o acordo para a composição do novo Conselho Diretor, em cujas atribuições estaria a de realizar novas eleições, mas, sobretudo, afirmado que estas novas eleições estariam expressamente condicionadas ao Regulamento Eleitoral de Entretanto, o exame das atas juntadas aos autos Fl. 3/6
4 não revelara qualquer referência expressa à observância do antigo Regulamento Eleitoral no pleito em curso. Assim, entre as regras eleitorais que o i. Magistrado a quo mandou aplicar dois dias antes do início da primeira etapa das eleições ou aquelas editadas pelo Conselho Diretor interino aparentemente sem impugnação administrativa, o rápido exame (às vésperas do início da primeira etapa eleitoral) conduziu-me à conclusão, até de caráter cautelar, de que deveriam ser aplicadas as regras atuais, como forma de minimizar a interferência judicial no processo. Contudo, como dito, as razões deste Agravo Interno e outras manifestações deram ensejo ao reexame da questão atinente à norma eleitoral aplicável, a qual assume relevância maior a partir das próximas etapas da eleição institucional, previstas serem realizadas a partir do dia 21/12/2017. Neste contexto, verifica-se não haver controvérsia sobre o fato de o Regulamento Eleitoral anterior ter sido utilizado em eleições passadas, as quais contaram com a participação do Chefe do Poder Executivo estadual na indicação final, na exata forma que a ação ordinária subjacente visa a assegurar. De outro lado, é destacável a consideração de estarem em jogo eleições internas de entidade fundacional regida por estatuto próprio, cuja natureza jurídica ainda de direito privado foi reconhecida por este eg. Tribunal, mesmo que submetida a regime jurídico sui generis, consistente na participação do ESTADO na indicação de seu Conselho Diretor, na forma da Lei. Neste diapasão, a meu aviso, em menos perfunctória análise da situação em tela, convenço-me de que, em prol da própria sobrevivência da FUNDAÇÃO enquanto instituição de excelência na prestação de serviços que faz e até que o ESTADO venha a cumprir o mandamento constitucional de transformá-la em fundação pública, de natureza autárquica, ou alterar a Constituição e permitir-lhe a Fl. 4/6
5 privatização, deve-se prestigiar a autonomia da FUNDAÇÃO em todos os aspectos que a Lei não a mitigou, incluído o seu processo eletivo. Neste sentido, o pleito eleitoral deve realizar-se com a maior observância possível das normas, usos e costumes sociais da instituição, a fim de que o Conselho Diretor atual constituído interinamente para presidir nova eleição destinada ao exercício da prerrogativa legal conferida ao Governador do Estado não represente, em momento de conturbação estatutária instalada, mais instabilidade administrativa e política para a FUNDAÇÃO. Para tanto, é de se valorizar o costume de aplicar-se o Regulamento Eleitoral vigente à época da abertura do processo eleitoral no caso, o de 2013, o que encontra ressonância nos princípios da segurança jurídica e da anterioridade das regras eleitorais. Registro, por fim, que não se trata de reafirmar expedientes excepcionais e interventivos que se vêm avolumando, em virtude da sequência de incidentes processuais, ocorridos no curso da presente ação anulatória, que configurariam até mesmo uma ampliação excessiva do objeto da ação ordinária movida pelo ESTADO. Entretanto, é razoável, neste momento processual, sejam observadas as regras adotadas nos pleitos anteriores, já que o reexame da matéria revelou plausibilidade na alegação de que a revisão significativa das regras eleitorais pelo atual Conselho Diretor interino não deveria ocorrer já na iminência da realização das eleições, sobretudo se se considerar, como asseverado alhures, o momento institucional por que passa a FUNDAÇÃO Por todo o exposto, revogo a decisão que conferiu o efeito suspensivo ao Agravo de Instrumento n.º /006, restabelecidos assim também os efeitos da decisão de primeiro Fl. 5/6
6 grau quanto aos direitos a voto referidos pelo i. Magistrado a quo, até posterior decisão do Colegiado certo. 3. Comunique-se, com urgência, ao i. Juiz a quo. 4. Redistribua-se oportunamente o feito ao em. Des. BITENCOURT MARCONDES, Relator prevento a quem fica reservado o reconhecimento de perda de objeto do presente agravo interno, porquanto, como S. Ex.ª oficiará no segundo período de plantão do recesso de 20 de dezembro a 6 de janeiro, não se configurará o afastamento pelo período superior a 30 (trinta) dias de que trata o art. 79, 4º, inc. II, do RITJMG. 5. Publique-se, intimem-se e cumpra-se. Belo Horizonte, 18 de dezembro de DES. EDGARD PENNA AMORIM Relator ad hoc Documento assinado eletronicamente, Medida Provisória nº /2001 de 24/08/2001. Signatário: Desembargador JOSE EDGARD PENNA AMORIM PEREIRA, Certificado: 17096AC0B4BEE02ED2329BD59B0E19B7, Belo Horizonte, 18 de dezembro de 2017 às 11:32:40. Verificação da autenticidade deste documento disponível em - nº verificador: Fl. 6/6
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