A CONTRIBUIÇÃO DO ENSINO NÃO FORMAL PARA A RETERRITORIALIZAÇÃO DAS TERRAS

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1 A CONTRIBUIÇÃO DO ENSINO NÃO FORMAL PARA A RETERRITORIALIZAÇÃO DAS TERRAS EM GOIÁS: A PARTIR DO ASSENTAMENTO SERRA DOURADA 1,3 2,3 EDSON BATISTA DA SILVA ; FRANCILANE EULÁLIA DE SOUZA. 1- ALUNO DE LICENCIATURA PLENA EM GEOGRAFIA. 2- PESQUISADORA-ORIENTADORA. 3- CURSO DE GEOGRAFIA, UNIDADE UNIVERSITÁRIA CORA CORALINA, UEG. RESUMO A pesquisa sobre a contribuição do ensino não formal para a reterritorialização das terras no município de Goiás: A partir do assentamento serra Dourada aborda a importância que teve o ensino não formal promovido pela CPT (Comissão Pastoral da Terra) entre outras entidades e institutos que participaram do processo de luta pela terra em Goiás na reterritorialização dos camponeses hoje assentados no Serra Dourada. Desta forma além do desejo de enraizar-se novamente estava a formação realizada por tais entidades como propulsoras da reterritorialização destes camponeses. Portanto, O ensino não-formal promovido junto a estes camponeses potencializaram a luta por um pedaço de chão para produzirem a sua sobrevivência. Até por que sem este apoio logístico e de formação realizados principalmente pela CPT, muitos camponeses teriam abandonado a luta. Palavras -chaves: ensino não formal, reterritorialização, e luta pela terra.

2 INTRODUÇÃO Na História do Brasil o território do latifúndio sempre teve se fez presente, desde a Lei de Sesmarias, que como afirma Amorim: Essa modalidade de exploração que teve sua origem em Portugal do século XVI, ao ser transplantada para o Brasil, perde muito de suas características originais e ganha em perversidade (2003-pág. 06). A perversidade das Sesmarias que concedeu o direito aos homens cristãos e donos de escravos a posse de grandes extensões de terras amplia-se com a Lei de Terras(1850), pois como afirma Martins Apud Scolesi: A Lei de Terras, porém, transferiu ao particular domínio e posse, criando uma espécie de direito absoluto que é a principal causa do latifundismo brasileiro (2005- pág.33). Desta forma com a Lei de Terras o território do latifúndio consolida-se, pois, as elites agrárias consolidam seu domínio sobre grandes áreas no Brasil.Este processo de dominação do latifúndio chega ao ápice com a modernização conservadora de 1964.Isto porque esta provocou uma mudança na base técnica e nas relações de trabalho no campo o que causou a desterritorialização de um grande contingente de camponeses. Devido a este processo histórico de dominação do latifúndio desenvolveu-se no Brasil a luta pela terra que também é histórica isto por que nas lutas indígenas, nos quilombos, nas lutas messiânicas, no cangaço, nas ligas camponesas, na ULTAB (União dos Lavradores e Trabalhadores na Agricultura), no Master (Movimento dos Sem Terra), e hoje com o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), esta luta aconteceu e acontece no território brasileiro. Sendo assim, como aponta Fernandes (2005), a luta pela terra é uma luta histórica que se presente em todos os tempos e espaços do território brasileiro. Entretanto, como entender esta luta pela terra por parte destes camponeses para além do principio revolucionário dos mesmos, como afirma Almeida: Os camponeses são revolucionários por princípio (2005-pág. 75).Contudo será que só o princípio revolucionário dos camponeses explica esta luta pela terra?

3 Ou será que o ensino formal potencializa esta luta? Parece que não, pois, como afirma o NEAD( Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural Federal)Apud Scolesi(1995), 87% dos assentados tinham no máximo o ensino fundamental e 32% nunca freqüentaram uma sala de aula em uma pesquisa realizada nos assentamentos do Brasil.Portanto fica a indagação, onde estes camponeses adquiriram formação política sobre o processo de luta pela terra? Diante de tal problemática buscou-se no presente trabalho de pesquisa compreender qual a contribuição do ensino não-formal para a reterritorialização das terras no município de Goiás, a partir do assentamento Serra Dourada.pra isso foi necessário apontar como estava territorializada as terras no município de Goiás, o histórico do assentamento Serra Dourada, além das entidades e institutos que participaram da formação do mesmo.além disso buscou-se investigar onde os assentados adquiriram informação e formação sobre a luta pela terra e a contribuição saberes geográficos na reterritorialização dos camponeses no assentamento Serra Dourada. MATERIAIS E MÉTODOS Para se atingir tais objetivos utilizou-se de levantamento de referências bibliográficas, arquivos e documentos.além de entrevistas junto aos camponeses e as entidades que participaram na formação do assentamento Serra Dourada. Tais entrevistas não foi utilizado gravador isto por que constrangia os assentados, elas foram realizadas por meio de um roteiro de perguntas elaboradas, onde o pesquisador anotava as respostas. Com este material foi possível se proceder a leitura e análise dos dados e informações colhidas nas referências bibliográficas, documentos e arquivos, e também se analisar as informações e dados colhidos por meio de entrevistas realizadas com os assentados do assentamento mencionado.assim se chegou aos resultados e conclusões sobre a contribuição do ensino não- formal na reterritorialização das terras no município de Goiás; a partir do assentamento Serra Dourada.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Quanto aos resultados foi possível evidenciar que as bases da luta pela terra em Goiás iniciaram na década de 1970 com as Ceb s (Comunidades Eclesiais de Base).Como pessoas que aturam fortemente Goiás nas CeB s está Dom Tomás Balduíno, a freira Zenaide, dentre outros nomes ligados a igreja católica em Goiás. Foi possível também observar que a criação da CPT potencializou a luta pela terra em Goiás por que a mesma passou a auxiliar os camponeses na organização dos acampamentos através do apoio material e de formação crítica. Sem estes apoios nos acampamentos muitos camponeses teriam desertado da luta.porém a formação crítica que mostrava a realidade a qual estavam inseridos os impulsionava a lutar. CONCLUSÕES Desta forma estas informações mostraram que o apoio das Ceb s e da CPT foi primordial para a reterritorialização das terras do assentamento Serra Dourada.Isto se observou que sem o auxílio das mesmas os acampamentos poderiam não ter sequer sido concretizados e o que dizer então dos assentamentos como o Serra Dourada.E então os assentamentos como o Serra Dourada não teriam existência. Portanto sob a orientação da teologia da libertação preconizada pela CNBB (Confederação Nacional dos Bispos no Brasil) as CEB s e3 a CPT desenvolveram um ensino não-formal junto aos assentados do Serra Dourada que foi primordial na reterritorialização dos mesmos no referido assentamento.

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABREU, Maurício de Almeida.A apropriação do território no Brasil colonial.in:explorações Geográficas: percursos no fim do século.in: Castro, Iná Elias (orgs) GOMES, Paulo César da Costa (orgs). Rio de Janeiro.Bertrand Brasil, ALMEIDA, Rosemeire Aparecida de.o conceito de classe camponesa em questão.terra Livre.São Paulo.Vol.2,nº 21.Jul/dez 2003.Pág AMORIM, Wilma Melhorim.A posse do Brasil.Goiás: UEG,2003,pág.1-9.(não publicado). SCOLESI, Roberto.Reforma agrária. São Paulo.Publifolha, 2005.