A QUESTÃO AGRÁRIA NA CONTEMPORANEIDADE: DIMENSÕES DOS CONFLITOS PELA APROPRIAÇÃO DA TERRA, DA ÁGUA E DO SUBSOLO

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1 A QUESTÃO AGRÁRIA NA CONTEMPORANEIDADE: DIMENSÕES DOS CONFLITOS PELA APROPRIAÇÃO DA TERRA, DA ÁGUA E DO SUBSOLO UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS, GOIÂNIA-GO 30 de Outubro de 2015 a 03 de Novembro de 2015 TRABALHOS DE CAMPO DO VII SINGA 2015 O VII Simpósio Internacional de Geografia Agrária - SINGA chega ao Centro- Oeste no âmbito da UFG/Goiânia, em parceria com diversas outras instituições (UFT, UEG, IFG, UFG Regional Catalão e Regional Jataí etc.), depois de ter percorrido as outras quatro grandes regiões brasileiras (Sudeste: 2003 em São Paulo, 2005 em Presidente Prudente-SP e 2009 em Niterói-RJ; Sul em 2007, Londrina-PR; Norte em 2011, Belém-PA e Nordeste em 2013, João Pessoa-PB). Durante pouco mais de uma década o SINGA se apresenta como um evento consolidado na Geografia brasileira, atraindo pesquisadores nacionais e internacionais da Geografia e outras áreas do conhecimento que investigam no espaço agrário: os conflitos territoriais; a luta pela terra e pela água; a luta pela Reforma Agrária; os efeitos socioambientais dos grandes projetos de hidrelétricas e mineração e as (Re)Existências e Modos de Vida do campesinato e Comunidades Tradicionais. O tema central pautado para esse Evento A QUESTÃO AGRÁRIA NA CONTEMPORANEIDADE: dimensões dos conflitos pela apropriação da terra, da água e do subsolo visa debater numa perspectiva multiescalar os conflitos no espaço agrário nacional e internacional, com ênfase na América Latina e África, para apreender as dimensões da territorialização do capital agroindustrial e financeiro, as contradições, a degradação da natureza e do trabalho, as dinâmicas espaciais e as resistências, pois na etapa atual, o capital amplia os seus tentáculos para além da terra, incorporando a água e o subsolo como commodities para a diversificação da matriz energética tradicional e maximização das condições de geração do valor. Por conseguinte, além das conferências, mesas redondas, atividades culturais, lançamentos de livros, Grupos de Trabalho (GT s) a Programação do Evento contará com diferentes trabalhos de campo, a serem realizados no dia 01 de Novembro de O objetivo dos trabalhos de campo é conhecer distintas realidades territoriais que dialogam com a questão agrária contemporânea, a partir de temáticas como relação cidade e campo,

2 luta pela terra e reforma agrária, associativismo e cooperativismo, experiências com produção orgânica e agroecologia. Assim, o VII SINGA conta com as seguintes propostas de Trabalhos de Campo: ROTEIROS DE TRABALHOS DE CAMPO 01/11/2015 (DOMINGO) Nº Roteiro Local Distância (ida e volta) 1. Usina Jalles Machado Goianésia/GO 350 km 2. Cooperativa de Agricultura Familiar Itapuranga/GO 340 km de Itapuranga (COOPERAFI) 3. Cooperativas de Assentamentos Rurais Itaberaí/GO e Goiás/GO 300 km 4. Fazenda Babilônia e Lagolândia Pirenópolis/GO 280 km 5. Acampamento Dom Tomás Balduíno Corumbá/GO 240 km 6. Região Metropolitana de Brasília Valparaíso de Goiás, 450 km Brasília, Distrito Federal/DF 7. Espaço urbano da região metropolitana de Goiânia, GO Goiânia/GO 80 km OBS: A taxa de inscrição dos roteiros é para o custeio do Transporte. Os demais gastos com alimentação será de responsabilidade dos inscritos (com exceção da tarifa do Roteiro 4 que inclui o café sertanejo). ROTEIRO DE CAMPO 1: USINA JALLES MACHADO, GOIANÉSIA/GO Distância (ida e volta): 350 km Horários: saída as 7h00 e retorno as 17h00 Coordenador: William Ferreira da Silva Ementa: Esse trabalho de campo objetiva conhecer o processo de expansão da agroindústria canavieira em Goiás, os impactos no território e nas relações de produção e trabalho. Conhecer as unidades industriais, lavoura de cana orgânica, lavoura de cana convencional e seringais. Para isso, a proposta é visitar a Empresa Jalles Machado S/A, localizada no município de Goianésia, no Vale do São Patrício. O Vale do São Patrício está localizado na mesorregião de Goiânia e Microrregião de Ceres, e configura-se com uma das áreas mais modificadas pela expansão da agroindústria canavieira em Goiás, com desdobramentos na organização do campesinato e do trabalho, além dos efeitos socioambientais.

3 ROTEIRO DE CAMPO 2: COOPERATIVA DE AGRICULTURA FAMILIAR DE ITAPURANGA (COOPERAFI), ITAPURANGA/GO Distância (ida e volta): 340 km Coordenadores: Edson Batista e Juliana Rodrigues Ementa: Conhecer as estratégias de organização econômica, política e social de pequenos agricultores camponeses em Itapuranga/GO, por meio da visita a Cooperativa de Agricultura Familiar de Itapuranga (Cooperafi). ROTEIRO DE CAMPO 3: COOPERATIVAS DE ASSENTAMENTOS RURAIS EM ITABERAÍ/GO E GOIÁS/GO Distância (ida e volta): 300 km Coordenador: Uelinton Barbosa Rodrigues e Murilo Souza Ementa: A proposta deste trabalho de campo é conhecer as estratégias de organização econômica, política e social de camponeses assentados (em Itaberaí junto ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra MST, e em Goiás/GO junto a Comissão Pastoral da Terra CPT) nos municípios de Itaberaí/GO e Goiás/GO, por meio de cooperativas e acesso a políticas públicas de comercialização (PAA e PNAE). ROTEIRO DE CAMPO 4: FAZENDA BABILÔNIA E LAGOLÂNDIA (PIRENÓPOLIS-GO) Distância (ida e volta): 280 km Horários: saída as 8h00 e retorno as 16h00

4 Coordenadores: Onofre Aurélio e Paula Helluska dos Santos Taxa de inscrição: R$45,00 (Na Fazenda Babilônia a visita inclui o café sertanejo). Ementa: Edificada em fins do século XVIII, a Fazenda Babilônia conserva o casarão colonial, coberto com telhas-coxa, com paredes de adobe e pau-a-pique. Antigo local de produção de açúcar em regime escravista; hoje seus proprietários dedicam-se a atividade pecuária, sendo ainda possível o contato com gado Curraleiro/Pedreira. Em 1965, essa fazenda foi tombada como Patrimônio Nacional pelo IPHAN. O distrito de Lagolândia, no município de Pirenópolis, surgiu da Corte dos anjos, povoado que se formou entorno de Benedita Cipriano Gomes, Santa Dica, na década de Essa mulher camponesa representa o messianismo em Goiás, sendo um dos marcos regionais da luta pela terra sob a declaração de que a terra é propriedade do Criador e é para todos. ROTEIRO DE CAMPO 5: ACAMPAMENTO DOM TOMÁS BALDUÍNO, CORUMBÁ-GO Distância (ida e volta): 240 km Coordenadores: Luís Zarref e Thiago Mello Ementa: Conhecer a experiência de luta pela terra e pela reforma agrária organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra MST em Corumbá de Goiás/GO, junto ao Acampamento Dom Tomás Balduíno. O Acampamento teve início em agosto de 2014 (além de processos de desocupação e nova reocupação em junho de 2015), quando 3 mil famílias Sem Terra ocuparam a Fazenda Agropecuária Santa Mônica, um latifúndio de mais de 21 mil hectares. Portanto, com este trabalho de campo, será possível conhecer o histórico desta experiência por meio de diferentes relatos e observações locais.

5 ROTEIRO DE CAMPO 6: REGIÃO METROPOLITANA DE BRASÍLIA Distância (ida e volta): 450 km Coordenador: Gilmar Elias e Valdivino Borges de Lima Valparaíso de Goiás situada na divisa sul do DF, dista-se de Brasília 25 km, conurba-se com Cidade Ocidental, Novo Gama, Luziânia e com Santa Maria (DF). Resumo: Analisar o processo da expansão da mancha urbana evidenciada para além do DF, bem como os vetores que determinam este acelerado crescimento e, consequentemente a fragmentação, apropriação e uso do solo pela apetência imobiliária. Problemas que provocam a mobilidade urbana, dentre outros. Roteiro em Valparaíso de Goiás (manhã): 1 - Visita a divisa (rua) entre os municípios mencionados para a análise do fenômeno conurbação; 2 - Verificar como a BR-040 interferiu para a expansão e produção do espaço urbano na metrópole brasiliense; 3 - Observação, a partir da Rodovia DF-290 da "invasão" Vila Guaíra (maior "Aglomerado Subnormal de Goiás") na divisa com o DF. Brasília Resumo: Cidade planejada "segregadora". Símbolo da modernidade no Planalto Central do Brasil. Esta cresce de forma "esparramada" para além do quadrilátero em território goiano. Constitui-se como centralidade pela oportunidade/possibilidade de equipamentos urbanos coletivos, emprego, saúde e estudo para a sua periferia imediata: as ditas cidades satélites, municípios goianos e mineiros. Roteiro em Brasília: 1 - Parada na Esplanada dos Ministérios; 2 - Visita à Torre de TV (almoço); 3 - Subida à Torre de TV para uma análise panorâmica da cidade. 4 - Caso sobre tempo podemos ir a outro ponto na cidade, como por exemplo, na Feira dos Importados. Hoje com grande apropriação pela máfia chinesa.

6 ROTEIRO DE CAMPO 7: ESPAÇO URBANO DA REGIÃO METROPOLITANA DE GOIÂNIA, GO Distância (ida e volta): 80 km Horários: saída as 8h00 e retorno as 16h00 Coordenador: Eguimar Felício Chaveiro Ementa: Conhecer parte da história e formação de Goiânia a partir de visita ao Centro Histórico, assim como condomínios fechados e áreas de expansão urbana e ocupação irregular, também permitindo perceber a segregação socioespacial na cidade. Além disso, este trabalho de campo conta com uma visita no Memorial do Cerrado. O Memorial do Cerrado, complexo científico que funciona no Campus II da PUC Goiás, é um dos projetos do Instituto do Trópico Subúmido que representa as diversas formas de ocupação do bioma e os modelos de relacionamento com a natureza e a sociedade. Propicia o contato com características da ocupação do Cerrado, como as fazendas goianas, quilombos, aldeias indígenas, cidades históricas (primeiras vilas) cujo histórico é exposto no Memorial do Cerrado. Além disso, é possível conhecer aspectos naturais do Cerrado, fauna e flora, formação geológica etc., que tem sido apropriados e modificados pela expansão do capitalismo no campo e por atividades como agrohidronegócio, mineração, turismo etc.