MOVIMENTOS SOCIAIS E POLÍTICA NO TOCANTINS: LUTA PELA TERRA E PRODUÇÃO DE SABERES
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- Denílson Pereira Aleixo
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1 MOVIMENTOS SOCIAIS E POLÍTICA NO TOCANTINS: LUTA PELA TERRA E PRODUÇÃO DE SABERES Aluno (a): Renata Karoline Rocha Bezerra Rejane Cleide Medeiros de Almeida Aluna do Curso de Ciências Sociais; Campus de Tocantinópolis; renatakaroline04@hotmail.com PIBIC/UFT Orientador (a) do Curso de Ciências Sociais; Campus de Tocantinópolis; rejmedeiros@uft.edu.br Resumo: Estas são reflexões a partir do projeto de pesquisa Movimentos Sociais e Práticas educativas no Bico do Papagaio, tem por objetivo refletir sobre o processo político da luta pela terra no Estado do Tocantins e a produção de saberes gerados pelas práticas e ações políticas do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra- MST. A pesquisa se desenvolveu no acampamento Padre Josimo que fica situado em Buriti-TO A metodologia adotada foi observação participante e entrevista semiestruturada. Foram realizadas 20 entrevistas com trabalhadores/as Sem Terra do Acampamento Padre Josimo e pesquisa de campo na atividade 08 de março de 2013 em Porto Nacional como ação das mulheres camponesas em protesto pela não realização da reforma agrária no Estado. Palavras-chave: Luta pela terra; Produção de saberes, Política INTRODUÇÃO: A presente pesquisa é parte do plano de trabalho: Movimentos sociais e política no Tocantins: luta pela terra e produção de saberes. Compõe o projeto de pesquisa Movimentos Sociais e Práticas educativas no Bico do Papagaio. Tem como objetivo refletir sobre o processo político da luta pela terra no Estado do Tocantins e a produção de saberes gerados pelas práticas e ações políticas do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra- MST. A pesquisa se desenvolveu no acampamento Padre Josimo que se localiza em Buriti do Tocantins-TO A metodologia adotada foi observação participante e entrevista semiestruturada. Foram realizadas 20 entrevistas com trabalhadores/as Sem Terra do Acampamento Padre Josimo. E pesquisa de campo na atividade 08 de março
2 de 2013 em Porto Nacional como ação das mulheres camponesas em protesto pela não realização da reforma agrária no Estado. A região do Bico do Papagaio fica localizada entre o Tocantins, o Maranhão, e o Pará, sua população foi estimada em 2006 pelo IBGE em habitantes e está dividida em 25 municípios possui uma área total de ,856 km² e foi cenário de lutas de resistências na ditadura militar e da luta dos posseiros na década de Essa região possui grandes extensões de terras griladas por latifundiários que vieram de outras regiões do país em busca de terras no estado ditas por eles sem dono, ignorando assim a existência de camponeses e indígenas nessas terras, que não tinham as documentações devidas das terras somente a posse. Estes fatores foram decisivos para o Movimento Sem Terra ser construído no Tocantins como uma política de resistência e sobrevivência. Os conflitos agrários contemporâneos têm suas origens na natureza e na forma como foi o processo de ocupação do território brasileiro desde o descobrimento, no qual ainda neste período era forte a concentração fundiária, como adverte Buainaim (2008: p.23): porque a terra no país ocupava um papel central na economia e na sociedade brasileira fosse como fonte de poder, fosse como reserva de valor. O país também passou por grandes momentos mais sem qualquer mudança na distribuição da propriedade da terra, como o fim do tráfico de escravos, abolição da escravatura, proclamação da república, revolução de 1930, processo de industrialização entre outros (Buainaim 2008). A luta pela terra fez emergir novos atores sociais e junto com eles seu saberes, seus acúmulos de experiências mediante as lutas. MATERIA E MÉTODOS: Trata-se de uma pesquisa participante sobre as ações políticas dos Movimentos sociais e como essas ações podem apontar para a construção de saberes que gerem uma nova cultura política. A pesquisa compreende um conjunto de atividades que se estruturam em dois eixos principais: a pesquisa bibliográfica e a empírica junto a organização dos movimentos sociais em especial: MST e sua atuação na região do Bico do Papagaio. 1- Pesquisa bibliográfica: 2-Pesquisa de campo: em ocupação, no
3 acampamento Padre Josimo, em atividades de formação política dos militantes, a fim de verificar como se dá as práticas das ações políticas do MST. RESULTADO DA DISCUSSÃO: As leituras realizadas proporcionaram o entendimento de que os movimentos sociais ao se organizarem e compartilharem interesses, uma luta e uma visão de mundo eles constroem uma identidade, sendo ela coletiva. A pesquisa apontou que os movimentos sociais é uma escola da vida, porque neles os indivíduos aprendem a se posicionar diante do mundo e como escola eles produzem saberes que são trocados entre si, como a sua historia, o uso da terra e a sua própria reprodução social como observa Pessoa (1998) Um saber não-escolar que é dado pelo acúmulo de experiências vividas. Para Morais (1998) a luta não acaba na conquista da terra mais ela continua no processo de lavrar a terra e para que isso tudo aconteça se vive uma continua transmissão de conhecimento, ou seja, uma transmissão de saber social porque o trabalho é uma prática social. Nessa perspectiva, o camponês quando esta executando suas atividades diárias não está apenas situado na sua realidade, mas está também inserido em relações sociais de produção, ou seja, relações mercantis de compra e venda que também proporciona a produção de saber como descreve Damasceno (1993: pág.59): Enquanto a atividade concretizada no processo de trabalho gera um saber prático, a imersão nas relações de produção á medida que vão sendo desveladas (pela prática política) vai gerando um saber social que possibilita ao camponês enfrentar questões relacionadas com as relações de trabalho e com as relações sociais mais amplas que passam pela questão da terra, a obtenção de recursos para produzir e a própria comercialização dos produtos, fruto do seu trabalho. Só que estes saberes produzidos pelos camponeses não são considerados muitas vezes por nossas escolas e universidades. Assim como, trabalhadores não são considerados como sujeitos pensantes ou como produtores também de conhecimento e cultura, pois a base dessa produção do saber são suas práticas políticas que nasce na luta pela terra por melhores condições de vida por uma distribuição de terras e recursos igualitários, diante de todos esses fatores se constrói uma identidade de sujeito social
4 que criam formas de se organizar para enfrentar seus opositores de classes, como famílias se unem para superar sua condição de classe social explorada economicamente e dominada em termos político-culturais. Damasceno (1993) adverte que os longos anos de luta que o campesinato tem travado trouxeram clareza que sua sujeição ao capitalismo tem sido pela falta de terra para poder trabalhar porque passa ano e mais anos as propriedades de terras se concentram nas mãos de poucos. Diante dessa realidade o MST se organiza com o objetivo de ocupar as terras ociosas, transformando-as em terras produtivas e estas ocupações implicam todo um trabalho de mobilização e organização dos agricultores sem-terra. Quando chegam a terra eles montam um acampamento para ficarem seguros, localizado a maioria das vezes dentro das matas e estando instalados eles desenvolvem diversas atividades que os ajudam a resistir às ações policiais e as investidas violentas do proprietário da terra. Diante dessas ações há todo um saber produzido na e pela própria luta. Nesse sentido os movimentos sociais com experiências construídas na luta torna-se escolas da vida. No caso desta pesquisa, o MST em especial se torna uma escola política na qual aprendem a se organizar, resistir, reivindicar. Assim, os camponeses expressam sentimentos como: medo, unidade, solidariedade, certezas e dúvidas. E, sobretudo sabem que estão em uma jornada sem retorno á antiga condição de exploração e sujeição que se encontravam, como descreve Maria Damasceno (1993,: pág.64): a luta pela conquista da terra transformar-se-á numa questão de vida ou morte. LEITURAS CITADAS: BRANDÃO, Carlos R. (1989). O que é educação. 2ᵃ Ed. São Paulo: Brasiliense. BUAINAIN, A. M. Luta pela terra, reforma agrária e gestão de conflitos no Brasil. Campinas, SP: Editora Unicamp, DAMASCENO, M. N. A conquista do saber social pelo camponês na sua prática produtiva e política. In: Educação e escola do campo. São Paulo. Ed. Papirus, 1993.
5 GOHN. M da G. Teorias dos movimentos sociais: paradigmas clássicos contemporâneos. São Paulo: Edições Loyola, MASCARENHAS, Angela Cristina Belém. A educação para além da escola: O caráter educativo dos movimentos sociais. Goiânia: Editora Associada a. ABEU, PESSOA, Jadir de Morais. Aprender e ensinar no cotidiano de assentados rurais em Goiás. Trabalho apresentado na XXI reunião da ANPEd,Caxambu, Setembro de AGRADECIMENTOS: "O presente trabalho foi realizado com o apoio da UFT
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