A CONSTITUIÇÃO DO SUJEITO EM FOUCAULT SEGUNDO DELEUZE

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1 A CONSTITUIÇÃO DO SUJEITO EM FOUCAULT SEGUNDO DELEUZE SIQUEIRA, André Boccasius Doutorando UNISINOS EIXO: Filosofia da Educação / nº 13 Agência Financiadora: CAPES Introdução Na explicação sobre a formação do sujeito, ou seja, da constituição de si, Gilles Deleuze (1988) nos diz que Michel Foucault trouxe para o presente sua leitura sobre a formação de si dos textos antigos, dos gregos, pois a relação consigo não permanecerá como zona reservada e guardada do homem livre independente de todo o sistema institucional e social (p.110). As relações constituíam o homem livre da antiguidade 1, do século IV a.c, uma vez que ao pertencer à sociedade, nas relações com os outros, em suas relações de poder, nas relações de saber (id.) vai exercer conexão com os demais membros e esses consigo. Em todas as relações, cada indivíduo interiormente acha-se rediagramatizado num saber moral, pois está inserido nesse jogo de poder cuja ligação é controlada por ele mesmo, por seu eu interior. Há uma metáfora que tenta explicar a subjetivação do homem livre quando, no entender de Foucault, torna-se sujeito ou, em outras palavras, processa-se a sujeição do indivíduo. Tal metáfora denomina-se Diagrama de Foucault, apresentada por estudiosos como Deleuze (op. cit.), Pelbart (1989), Dreyfus e Rabinow (1995) e outros. Acerca desse assunto é que debruço alguns momentos, pois essas reflexões direcionamse para a formação do sujeito greco-romano e cristão, tão importante para compreender a sujeição do ser humano atual. No meu entender, Michel Foucault foi aos gregos, estudou-os não para historicizar (fazer o papel de historiador), mas para procurar as origens do pensamento atual e para compreender a formação do sujeito consigo mesmo. Em A História da Sexualidade II: O Uso dos Prazeres estudou o século IV a.c. e na História da Sexualidade III: O Cuidado de Si debruçou-se sobre a formação do sujeito dos séculos I e II de nossa era, ou seja, greco-romano e cristão. Estava previsto, no projeto original do autor, a continuidade destes estudos, entretanto, sua vida foi subtraída por doença fatal, deixando seus leitores a mercê de suas análises. 1 No entender dos gregos, apenas os homens do sexo masculino eram livres. As mulheres, as crianças e os escravos não tinham liberdade. Eram sujeitados desse homem livre.

2 2. O Diagrama Há que se explicar, primeiramente, que o Diagrama de Foucault tem dois lados: o lado de dentro e o lado de fora. No decorrer do presente texto vão surgindo seus elementos constitutivos. Em Pelbart (op. cit.) se encontra uma explicação acerca do termo diagrama: trata-se de um conjunto de relações de força que impõe aos dispositivos concretos um determinado modo de funcionamento, embora seja imanente a eles (p. 132). O autor segue afirmando que esse diagrama é mutável (idem, p. 133). Por ser mutável, é, também, instável, e só a formação estratificada lhe dá alguma estabilidade que ele não teria por si mesmo (id.). Acerca dos estratos, na seqüência deste texto será melhor explicado. E o autor pergunta o por quê? dessa instabilidade do diagrama. Responde afirmando que poder é relação de forças (id.; Deleuze, op. cit., p.78). As forças estão por todos os lados, por esse motivo são colocadas no plural e, também por isso que qualquer relação de forças é móvel, evanescente e efêmera (Pelbart, op. cit., p. 133). O diagrama configura-se, no entender de Pelbart, a partir das análises de Deleuze, em um conjunto de relações de força, que chamamos exterior (efetivamente é exterior, embora imanente, aos estratos de saber que entre si são, um para o outro, também exteriores), mas que remete, em última análise, a um outro exterior, um fora absoluto, o Fora 2 (id.). Enfim, esta figura metafórica criada a partir do pensamento de Foucault, e sumariamente ilustrada, é o que passo a analisar. Uma pergunta que expressa a preocupação de Deleuze e que fará um grande esforço para respondê-la, desprendendo um capítulo de sua obra denominada Foucault para tal tarefa: O pensamento vem de fora e se mantém sempre do lado de fora, por que não surgiria no lado de dentro, como o que ele não possa e não pode pensar? (p.104). Uma tentativa de resposta é: sendo o pensamento algo exterior ao ser pensante, tem que abrir espaço para conectar-se ao ser, ao lado de dentro, mas, para isso, permanecendo fora e estando dentro, o pensamento, nessa figura metafórica, protege-se formando uma crosta, uma camada protetora a fim de permanecer-se fora e, ao mesmo tempo, estando dentro. É como se a linha que limita o lado de dentro ou o lado de fora se dobrasse sobre si mesma em direção ao interior e formasse uma vesícula 3, uma invaginação 4, para usar 2 Ao fora absoluto ou Fora, Pelbart estabelece uma relação com a loucura do ser humano. Este ponto não será abordado no presente texto. O motivo de meus estudos é a formação do sujeito. 3 Para fazer uma analogia a uma figura estudada na Biologia e de fácil compreensão.

3 3 termos expressados pela biologia e que tão bem se encaixam nesse exemplo. Outra maneira de se tentar imaginar o que acontece com o pensamento sobre nosso ser é visualizar uma espécie de dobra para dentro onde o exterior passa a ser o interior, e que as extremidades da dobra se unem formando uma espécie de alça ou gargalo, prendendo o interior e controlando sua passagem de volta ao exterior. Quanto ao pensamento impensado, o autor diz que não está no exterior, mas no centro do pensamento, como a impossibilidade de pensar que duplica ou escava o lado de fora (Deleuze, op. cit., p. 104). Ou seja, no interior da crosta ou camada protetora, local onde o pensamento está inserido ou aprisionado, especificamente no seu centro, está o pensamento impensado que se retrata como uma hipótese não analisada nem lembrada no complexo processo de pensar. Ainda, o não pensar duplica ou invade o lado de fora, na possibilidade de avançar para fora estando/permanecendo no lado de dentro. O tema referente ao duplo persegue Foucault, mas um duplo não como uma projeção do interior e, sim, como diz Deleuze, seu contrário, uma interiorização do lado de fora (p. 105). É o lado de fora dentro sem ser o lado de dentro, não sendo um desdobramento do Um e sim uma reduplicação do Outro. Ou seja, o outro, que é o lado de fora, duplica-se ao ingressar no lado de dentro, constituindo com outras reduplicações de outros, o um-eu. Deleuze continua sua explicação sobre o duplo, afirmando não ser uma reprodução do Mesmo, é uma repetição do Diferente, e esse diferente é o outro, é o lado de fora. Não é a emancipação do um Eu, é a instauração da imanência de um sempre-outro ou de um Não-eu, apesar do outro pertencer ao meu lado de dentro, ele nunca chegará a ser eu, e eu não serei o outro. Não é nunca o outro que é um duplo; eu não me encontro no exterior, eu encontro o outro em mim (p.105), por estar e constituir parte do meu lado de dentro, ao mesmo tempo eu, como lado de fora do outro, estou no lado de dentro do outro, estou no lado de dentro do outro não pertencendo ao outro e sim constituindo o outro. Para Deleuze, a novidade da constituição do homem grego aparece com o aproveitamento de um deslocamento duplo (p. 107), quando os exercícios que contribuem para o domínio de si mesmo, do próprio corpo, do próprio saber, das próprias vontades e verdades, se deslocam ao mesmo tempo como relação de forças e 4 Outro termo comum à Biologia que representa um voltar-se para si mesmo. Adotado, sobretudo, no estudo da Embriologia.

4 4 do saber como forma estratificada, como código de virtude (Deleuze, op. cit. p. 107). Além disso, este homem desenvolve uma relação consigo que começa a derivar-se da relação com os outros; por outro lado, igualmente, uma constituição de si começa a derivar do código moral como regra de saber (id.). As suas relações com os outros homens livres gregos, com ele mesmo e com os indivíduos não livres o constitui como indivíduo ético. Estas relações, na leitura de Deleuze, são as curvas que a linha divisória produz entre o dentro e o fora, formando novas invaginações, enquanto um ato de internalização do fora para o dentro, protegidas por uma crosta ou camada que não permite com que o fora se dilua no dentro, nem que o dentro passe a ser o fora. E sim uma junção, uma sua parte constitutiva que, com a permanência de relação estreita, não se sabe o que pertence a mim ou ao outro, mas estão separados pelas paredes da invaginação. Ou seja, tais relações, como revela Foucault em A História da Sexualidade II: O Uso dos Prazeres estão representadas na figura grega de Enkrateia 5, que vem a ser a relação consigo mesmo ou o princípio da regulação interna (id.) ou o controle sobre si mesmo, seus pensamentos e ações; e o poder que exerce sobre os outros, sobre a família, à política e ao social. Entretanto, livres eram apenas os indivíduos adultos do sexo masculino, os demais, mulheres, crianças e escravos, não eram considerados cidadãos gregos livres. Apesar disso, no entender de Foucault sobre os gregos, surge a questão: como conseguiam dominar os outros se não dominavam a si mesmos? Para Deleuze, havia a necessidade de duplicar a relação consigo mesmo a fim de também duplicar o domínio sobre os outros. Para esse fim, a relação de poder que exercia sobre os demais era por meio da normalização de suas relações através de regras, facultativas ao homem livre e, aos demais, rigidamente obrigados a cumprir. Assim, eis o que fizeram os gregos: dobraram a força, sem que ela deixasse de ser força. Eles a relacionaram consigo mesmo a interioridade, a individualidade, a subjetividade, eles inventaram o sujeito, mas como uma derivada, como o produto de uma subjetivação (p. 108). O sujeito, naquele contexto, era considerado apenas o homem livre. 5 No entender de Michel Foucault (2006), A enkrateia, com seu oposto akrasia se situa sobre o eixo da luta, da resistência e do combate: ela é comedimento, tensão, continência. A enkrateia domina os prazeres e os desejos mas tem necessidade de lutar para vencê-los. Diferentemente do homem temperante, o continente experimenta outros prazeres que não aqueles conformes à razão; mas não se deixa mais levar por eles, e seu mérito será tanto maior quanto mais forte forem seus desejos. (p ) O termo enkrateia no vocabulário clássico parece referir-se em geral à dinâmica de uma dominação de si por si e ao esforço que ela exige (p. 62).

5 5 Nas análises de Foucault, a idéia primordial é uma subjetividade que resulta do poder e do saber, contudo, esse não depende exclusivamente dele, são constituintes não exclusivos, porém extremamente importantes. Na prática, as relações de poder são afirmadas nas concretas relações sociais e domésticas, bem como nas relações consigo, que se consolidam com o despertar de si mesmo atuando nestas. Dito de outro modo, para o homem grego exercer as relações de poder sobre os outros tem que se subjetivar, que se sujeitar, tem que despertar em si mesmo a conduta desejada no outro. É nesta direção que fala Deleuze (op. cit.) a fórmula mais geral da relação consigo é: o afeto de si para consigo, ou a força dobrada, vergada. A subjetivação se faz por dobra. Mas há quatro dobras, quatro pregas de subjetivação (p. 111). A primeira tem relação com substância que pode ser percebida com os olhos, a parte material do próprio individuo que, na leitura de Deleuze, vai ser cercada, presa na dobra; para os gregos era o corpo e seus prazeres, os aphrodisia; mas, para os cristãos, será a carne e seus desejos, o desejo, uma modalidade substancial completamente diferente (id.). O ver, a visibilidade era uma das maneiras de se subjetivar, de ser sujeito de seus próprios prazeres e desejos, ao mesmo instante agindo eticamente 6. A segunda dobra, como interpreta o autor, é a da relação de forças, no seu sentido mais exato; pois é sempre segundo uma regra singular que a relação de forças é vergada para tornar-se relação consigo; certamente não é a mesma coisa quando a regra eficiente é natural, ou divina, ou racional, ou estética (id.). Em outras palavras, as regras eram para todos, mas mais amenas para os cidadãos, para aqueles indivíduos pertencentes ao sexo masculino e adulto. A terceira prega de subjetivação, para Deleuze, é a do saber, ou a dobra da verdade, por constituir uma ligação do que é verdadeiro com o nosso ser, e do nosso ser com a verdade (p ). Isto é, a verdade do que se entende como saber, do que ver, do que ouvir, do que falar. Este é um pré-requisito para se chegar ao saber, a todo conhecimento, a forma de subjetivação do saber que não se faz da mesma maneira entre os gregos e entre os cristãos, em Platão, Descartes ou Kant (p. 112). Se dá com outras estratégias, mas que configura, no âmago dessa discussão, como a dobra da verdade. 6 Os aphrodisia são atos, gestos, contatos, que proporcionam uma certa forma de prazer (Foucault, 2006, p. 39). Numa outra explicação, a substância ética dos aphrodisia é constituída com o fim de mostrar como servir-se da dinâmica entre ato, prazer e desejo com vistas a um bom uso do sexo e das atividades que ele envolve (Fonseca, 2003, p. 110).

6 6 A quarta e última dobra ou prega de subjetivação, é a expressão do lado de fora é dela que o sujeito espera, de diversos modos, a imortalidade, ou a eternidade, a salvação, a liberdade, a morte, o desprendimento (Deleuze, op. cit., p. 112). Nesta perspectiva, Pelbart (op. cit.) contribui afirmando que essa é a região das singularidades selvagens, ainda não ligadas, que borbulham justo acima da fissura central, que embaralham os diagramas, que são uma tempestade de forças, impetuosa e violenta, indeterminado Jogo do Acaso, temporal abstrato (p. 134). Ou melhor, é uma região em que não se conhece, entretanto, exerce forças sobre o gargalo, sobre as dobras com a finalidade de se constituir no sujeito, de tornar-se parte integrante do sujeito, o desconhecido passa a ser o conhecido, não no sentido de desvelar-se, mas no de conhecer-se e incorporar-se ou subjetivar-se ao meu eu. Enfim, nessa perspectiva, as quatro dobras ou pregas de subjetivação representam o lado de fora, que, à medida que se conecta ao sujeito, vai formando-o, no sentido de que suas experiências, que não são internas e sim externas, constituem e quando necessário, permanecem justapostas no sujeito, formando tais dobras. Estas são dobras eminentemente variáveis e possuem ritmos diferentes, e suas variações constituem modos irredutíveis de subjetivação (Deleuze, op. cit., p. 112), ou seja, um sujeito não é igual ao outro tendo em vista as percepções e as experiências adquiridas no decorrer de sua existência até chegar ao Fora absoluto, que é a morte do sujeito. No dizer de Deleuze, Foucault considera os diagramas de poder como lugares de mutação, e os arquivos de saber em períodos curtos (p. 114), isto se dá devido ao fato de esquecermos rapidamente os poderes que se exercia anteriormente, ou seja, os velhos poderes que não são mais úteis, mas, em matéria moral, não deixamos de depender de velhas crenças, nas quais nem mesmo cremos mais, e de nos produzirmos como sujeitos em velhos modos que não correspondem aos nossos problemas (id.). Ou melhor, esquecemos facilmente o que nos constituiu e valorizamos, sobretudo, as atuais relações, as mais recentes em detrimento das mais antigas, as que contribuíram na constituição de nosso eu como sujeitos atuais. Acerca do lembrar e do esquecer, Deleuze (op. cit.) expõe que a reduplicação, também denominada de dobra, é o que denominamos de Memória: absoluta memória ou memória do lado de fora, para além da memória curta que se inscreve nos estratos e nos arquivos, para além das sobrevivências ainda presas aos diagramas (p. 114). Seguindo este raciocínio do autor, então, Memória tende a ser o verdadeiro nome da

7 7 relação consigo, ou do afeto de si por si (Deleuze, op. cit., p.115). O espaço e o tempo constituem um componente indispensável da subjetividade. Mas o tempo como sujeito, ou melhor, subjetivação, chama-se memória (Id.) Não está se referindo à memória curta, a memória que vem depois, e se opõe ao esquecimento, mas a absoluta memória que duplica o presente, que reduplica o lado de fora e que não se distingue do esquecimento, pois ela é ela própria e é sempre esquecida para se refazer (Id.). Em outros termos, Deleuze quer dizer que a dobra confunde-se com o desdobramento, porque este permanece presente naquela como aquilo que é dobrado (Id.). Somente o esquecimento, o que ele denomina de desdobramento, ou ato de desmanchar a dobra, encontra aquilo que está dobrado na memória (Id.). Entretanto, apesar do desdobramento, há mecanismos que promovem o reviver da memória, o inflamar da memória. A rememoração do passado, lembranças de tempos e idealização de momentos são características constantes de nossas mentes. O que se opõe à memória (Id.) não é o simples esquecimento, mas o esquecimento do esquecimento, que nos dissolve no lado de fora e que constitui a morte (Id.). Ao contrário, como diz Deleuze, o lado de fora também está dobrado no lado de dentro, pois um lado de dentro lhe é coextensivo, assim como a memória é coextensiva ao esquecimento. É esta coextensividade que é a vida, longo período (Id.). Nestes termos o lado de dentro e o lado de fora se confluem formando, ao mesmo tempo, a memória e o esquecimento. O tempo, como elemento constitutivo, se torna sujeito, por ser a dobra do lado de fora e, nessa condição, faz com que todo o presente passe ao esquecimento, mas conserva todo o passado na memória, o esquecimento como impossibilidade de retorno e a memória como necessidade de recomeçar (Id.). Necessidade tal que resignificamos constantemente nossas ações vivenciadas e as buscamos na memória para a recordação, para relembrar quem somos nós ou o que somos nós. Outros elementos de que fala Deleuze, referindo-se a Foucault, são: a visão e a fala. Pois ver e falar é saber, mas nós não vemos aquilo de que falamos, e não falamos daquilo que vemos (p. 117). Sendo que tudo é saber, e esta é a primeira razão pela qual não há experiência selvagem: não há nada antes do saber, nem embaixo dele. Mas o saber é irredutivelmente duplo, falar e ver, linguagem e luz (Id.), ou seja, o saber é único, é uma figura metafórica que não temos visão para tanto nem vocábulos para

8 8 exprimir o que vem a ser o saber, mas tentamos exprimi-la através das escassas ferramentas de que dispomos: a visão e a fala. Na leitura que Deleuze faz de Foucault, um tema o perturba. Ele está se referindo ao pensamento. Que significa pensar? O que se chama pensar? a pergunta lançada por Heidegger, retomada por Foucault, é a mais importante de suas flechas. Uma história, mas do pensamento enquanto tal. Pensar é experimentar, é problematizar (Deleuze, op. cit., p. 117). Três elementos dão origem ao pensamento: o saber, o poder e o si (id.) ou o Fora no entender de Pelbart (op. cit., p.130). São três assuntos que Foucault estuda com afinco com o intuito de revelar os processos de subjetivação, sob as dobras que ocorrem no campo ontológico tanto quanto social (Deleuze, op. cit., p. 124) e que estão na raiz de uma problematização do pensamento (id.). Se o saber for considerado como um dos problemas, então o ato de pensar é ver e é falar, mas pensar se faz no entremeio, no interstício ou na disjunção do ver e do falar (id.). É a maneira como nos comunicamos com o meio em que vivemos, com os seres ao nosso redor, é unir o ver e o falar num fragmento lingüístico de que nem sempre dispomos de expressões suficientemente para a descrição exterior, por esse motivo não há palavras no universo das comunicações e as comunicações ficam parcialmente interrompidas ou parcialmente compreendidas pelos comunicadores, ou o outro. Ao mesmo tempo, pensar é fazer com que o ver atinja seu limite próprio, e o falar atinja o seu, de tal forma que os dois estejam no limite comum que os relaciona um ao outro separando-os (id.). Ou melhor, o pensamento chega ao limite do ver e do falar, mas os dois não permanecem unidos, separando-se na seqüência, quando do limite da ação de um e de outro. Além desse, há o poder como problema do pensamento. Pensar é emitir singularidades, é lançar os dados. O que o lance de dados exprime é que pensar vem sempre de fora (esse lado de fora que já era traçado no interstício ou constituía o limite comum). Pensar não é inato nem adquirido (Deleuze, op. cit., p. 125). O pensamento em função do poder é algo que vem de fora, e exprime suas nuances sobre as invaginações ou vesículas formadas a partir do lado de fora. Pensar, em outras palavras é conectar-se ao lado de fora sem que o fora se interiorize, mas que, harmonicamente e sem estranhamentos, se interliga ao dentro. Como último elemento o Si, que é o impensado, é o lado de Fora, não o exterior próximo, mas o longínquo. O impensado problema dá lugar a um ser pensante que se

9 9 problematiza a si próprio, como sujeito ético (Deleuze, op. cit., p. 126), ou seja, o exterior está em constante contato com o interior através da linha externa que os separa e aproxima. Neste sentido, Deleuze (op cit.), complementa seu pensamento afirmando que pensar é dobrar, é duplicar o fora com um dentro que lhe é coextensivo (p. 126). Compreendo que fragmentos do fora estão contidos no dentro e esses interagem como se estivessem dentro ou como se fossem o dentro, mas permanecendo fora, compondo uma, entre tantas, vesículas. E ainda, todo espaço do lado de dentro está topologicamente em contato com o espaço do lado de fora, independentemente das distâncias e sobre os limites de um vidente (p ). E toda essa topologia dita carnal ou vital (p. 127) não se consegue explicação no espaço porque se transforma num tempo que condensa o passado no lado de dentro, faz acontecer o futuro no lado de fora, e os confronta no limite do presente vivente (id.). Nestes termos o tempo está totalmente controlado no presente, entretanto, se o lado de dentro se constitui pela dobra do de fora, há entre eles uma relação topológica: a relação consigo é homóloga à relação com o lado de fora, e os dois estão em contato, intermediado pelos estratos, que são meios relativamente exteriores (id.). Sendo relativamente exteriores, são, também, relativamente interiores, ou seja, o lado de dentro exerce ação intensa no presente no lado de fora e encontra-se no limite dos estratos. O dentro condensa o passado (longo período), em modos que não são de forma alguma contínuos, mas o confrontam com um futuro que vem de fora, trocam-no e recriam-no (id.). A recriação é o que se observa, por exemplo, nas narrativas sobre história de vida, onde as histórias que cada sujeito conta é recriada na medida em que adquire novas experiências. Suas experiências são re-significadas pelo contador da história. Nesta perspectiva, se insere a discussão acerca do pensar, por Deleuze (op cit.): Pensar é se alojar no estrato no presente que serve de limite: o que é que posso ver e o que posso dizer hoje? Mas isso é pensar o passado tal como se condensa no dentro, na relação consigo (há um grego em mim, ou um cristão ) (p. 127). São nossos freios internos, nossos controles interiores, vesiculares, que permitem o que pensar, onde e com quem falar e agir. Pensar o passado contra o presente, resistir ao presente, não para um retorno (id.), mas à espera de um tempo que chegará e que poderá ser diferente do hoje e do ontem, na esperança de um futuro diferente do presente. O pensamento pensa sua própria história (passado), mas para se libertar do que ele pensa (presente) e poder, enfim, pensar de outra forma (futuro) (id.). A relação consigo forma novas formas de saber, novos modos de subjetivação, independente daquilo que

10 10 denominamos tempo e em relação direta ou em conexão com as superfícies de contato do nosso eu interno com o exterior que é o mundo, que é feito de superfícies superpostas, arquivos ou estratos. Por isso o mundo é saber (Deleuze, op. cit., p. 128). Para finalizar essa tentativa de explicar o Diagrama de Foucault, sob o ponto de vista de Gilles Deleuze, transcrevo o que, para mim, representa tal figura metafórica para caracterizar o sujeito antigo (grego do século IV a.c.), sua sujeição ou subjetivação no mundo cristão (mundo greco-romano e cristão dos séculos I e II da nossa era) e no mundo moderno até nossos dias. Nas palavras do autor: O mais longínquo torna-se interno, por uma conversão ao mais próximo: a vida nas dobras. É a câmara central, que não tememos mais que esteja vazia, pois o si nela está situado. Aqui, é tornar-se senhor de sua velocidade, relativamente senhor de suas moléculas e de suas singularidades, nessa zona de subjetivação: a embarcação como interior do exterior (p.130). Em outras palavras, o fora está dentro e o dentro contém o fora em suas várias nuances que caracterizam o eu, a relação consigo mesmo, numa dependência ou relação direta com o outro que é o fora e o dentro ao mesmo tempo. As diferentes experiências do sujeito que o caracterizam e o subjetivam a fim de constituir o sujeito regido pela norma que também são as dobras que é a essência de sua vida. Considerações finais Gilles Deleuze propôs este diagrama para explicar a formação do sujeito, ou seja, na constituição de si, a partir do pensamento de Michel Foucault. O Diagrama de Foucault, segundo o autor, está composto por dois lados: o lado de fora representa nossas relações externas, aquela que o sujeito desenvolve com o ambiente por onde circula, ou seja, o outro; e o lado de dentro representado por relações de poder exercício do não estratificado e estratos de saber, que é o ver que incide sobre a visibilidade, e o falar, sobre o enunciável (Pelbart, op. cit., p. 132). O fora não entra no dentro, porém o fora se invagina para compor o dentro, para constituir o sujeito e, no mesmo intervalo de espaço-tempo, não se transforma no sujeito. As relações externas - e nelas as relações de poder podem ser incluídas - são as constituintes do sujeito. Outra prática apreendida dos gregos é o pensar sobre si. Nessa ação, o sujeito dobra-se sobre si mesmo compreendendo seu próprio interior, o seu eu sem máscaras e, deste modo, constrói seu próprio processo de subjetivação.

11 11 Referências Bibliográficas DELEUZE, Gilles. Foucault. (Tradução de Claudia Sant Anna Martins: Foucault). São Paulo: Brasiliense, Dreyfus, Hubert L.; RABINOW, Paul. Michel Foucault Uma trajetória filosófica: para além do estruturalismo e da hermenêutica. (Tradução de Vera Porto Carrero: Michel Foucault: beyond structuralism and hermeneutes). Rio de Janeiro: Forense Universitária, FONSECA, Márcio Alves da. Michel Foucault e a constituição do sujeito. São Paulo: EDUC, FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade 2: o uso dos prazeres. (Tradução de Maria Thereza da Costa Albuquerque: Histoire de la sexualité 2: l usage de plaisir). Rio de Janeiro: Edições Graal, PELBART, Peter Pál. Da clausura do fora ao fora da clausura: loucura e desrazão. São Paulo: Brasiliense, 1989.

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