Qualidade Fisiológica de Sementes de Juazeiro (Ziziphus joazeiro Mart.) de Diferentes Matrizes

Transcrição

1 Qualidade Fisiológica de Sementes de Juazeiro (Ziziphus joazeiro Mart.) de Diferentes Matrizes Edjane Oliveira de Lucena 1, ssíria Maria Ferreira da Nórega Lúcio 2,Jordânia Xavier de Medeiros 3, Talytta Menezes Ramos 4, Karla Cecília de Sousa Ferreira 5 (1) Engenheira Florestal, UFCG/Universidade Federal de Campina Grande, edjanelucena_@hotmail.com; (2) Professora,UFCG/Universidade Federal de Campina Grande, amnorega@ig.com.r; (3) Mestranda em Ciências Florestais, UFCG/Universidade Federal de Campina Grande, jordaniamedeiros@hotmail.com; (4) Graduanda do Curso de Engenharia Florestal, UFCG/Universidade Federal de Campina Grande, talyttaengflorest@hotmail.com; (5) Mestranda em Ciências Florestais, UFCG/Universidade Federal de Campina Grande, karla_ferreiras@hotmail.com. RESUMO O Zizyphus joazeiro é uma espécie nativa da Caatinga que se distriui em todo o Nordeste até o norte do Estado de Minas Gerais de Minas. Este traalho foi realizado com ojetivo de avaliar a germinação de sementes de dez matrizes de Zizyphus joazeiro, visando selecionar as matrizes que apresentarem melhor potencial germinativo para produção de mudas. O delineamento estatístico foi o fatorial e as médias comparadas pelo teste de Scott-Knott a 5 % de proailidade. De cada matriz foram selecionadas 100 sementes e colocadas em dois tratamentos: ácido sulfúrico (98,5%) durante 90 minutos e um controle lavados em hipoclorito de sódio a 10% por cinco minutos e semeadas em andejas de polietileno no sustrato areia lavada e esterilizada em autoclave. Os resultados mostraram resposta significativa dos tratamentos propostos sore os aspectos germinativos de sementes de juazeiro, sendo o efeito significativo ao nível de significância de 0,01 de proailidade para porcentagem de germinação e germinação média diária. Concluiu-se que as matrizes 1, 2, 3, 4, 5 e 10 apresentaram o maior potencial germinativo. Palavras-chave: Caatinga. Germinação. INTRODUÇÃO caatinga ocupa uma área de aproximadamente km², que se estende desde parte dos estados de lagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, norte de Minas Gerais, Paraía, Piauí, Pernamuco, Rio Grande do Norte e Sergipe. Caatinga é um ioma rico em diversidade de plantas e animais e muitas destas espécies são endêmicas. região semiárida apresenta um regime pluviométrico irregular com aixos índices de chuvas, com apenas duas estações em definidas, uma seca (verão) e o inverno (chuvoso), provocando secas prolongadas. vegetação da Caatinga é do tipo xerófila, adaptada às condições de aridez da região, com perda de folhagem durante a estação seca para diminuir a perda de água pela transpiração. IV CONEFLOR III SEEFLOR/ Vitória da Conquista (B), 25 a 28 de Novemro de Resumo Expandido - [1093] ISSN:

2 Para Silva et al. (2004), este tipo de vegetação apresenta uma fitodiversidade considerável devido a sua elevada quantidade de espécies endêmicas, ndrade & Lima (1966), tamém apóiam esta idéia. vegetação da Caatinga tem como característica porte pequeno e médio com presença de espinhos, fustes tortuosos apresentando uma grande variação fisionômica em relação ao porte e densidade. O Zizyphus joazeiro Mart. é uma espécie da família Rhamnaceae, tamém conhecido popularmente como juazeiro, é uma espécie que se distriui em todo o Nordeste até o norte do Estado de Minas Gerais de Minas, sua copa é frondosa e seus galhos crescem até junto ao solo (LIM, 2008). Possui inúmeras qualidades, desde ornamentação, alimentação para os animais na época da seca, principalmente para caprinos, ovinos e morcegos, e ainda proporciona somra. s árvores adultas chegam a ter de 4 a 15 m de altura. Floresce de maio a junho. O juazeiro (Ziziphus joazeiro) é uma das espécies endêmicas do ioma caatinga, e sua utilização é astante ampla desde a produção de lenha e carvão, arorização de ruas e jardins. (LORENZI, 2000; MENDES, 1996). E tamém já se conhece seus enefícios na medicina popular e principalmente na alimentação de animais nos períodos de seca (MTOS, 2000; LORENZI & MTOS 2002; CRVLHO, 2007). Este traalho teve o ojetivo de avaliar a qualidade fisiológica e o potencial germinativo de sementes de Ziziphus joazeiro de diferentes matrizes. MTERIIS E MÉTODOS área de estudo está localizada no município de Malta - PB - Brasil, com uma distância de 28 km da cidade de Patos - PB Brasil, situada a 37º 17' longitude oeste e 07º 01' latitude Sul e, com altitude média de 250 m. Foram selecionadas dez matrizes de Ziziphus joazeiro no mês de março de 2012, a uma distância mínima de 100 metros entre elas. Os frutos quando maduros foram coletados, acondicionados em sacos de polietileno, etiquetados e conduzidos ao Centro de Saúde e Tecnologia Rural da Universidade Federal de Campina Grande, Campus de Patos. Os frutos foram colocados em um recipiente com água por um período de cinco dias para a retirada da semente, através de uma peneira. s sementes foram lavadas e colocadas na somra para a secagem durante três dias. Qualidade fisiológica da semente Das dez matrizes identificadas foram selecionadas 100 sementes e distriuídas em dois tratamentos: ácido sulfúrico a uma concentração de 98,5% durante 90 minutos e um controle (sem tratamento) lavadas em hipoclorito de sódio a 10% por cinco minutos. Posteriormente as sementes foram lavadas em água corrente por 5 minutos para a retirada do excesso do ácido e hipoclorito, semeadas em andejas de polietileno (26,5 x 15 x 4,5) cm, no sustrato areia lavada e esterilizada em autoclave, e acondicionadas em ancadas na casa de vegetação com 50% de coertura (Figura1). IV CONEFLOR III SEEFLOR/ Vitória da Conquista (B), 25 a 28 de Novemro de Resumo Expandido - [1094] ISSN:

3 Figura1 - Emergência de plântulas de Ziziphus joazeiro em Casa de Vegetação. Diariamente foram feitas avaliações do número de sementes germinadas, tendo como critérios de germinação plântulas normais que apresentavam as estruturas essenciais perfeitas segundo (BRSIL, 1992), por um período de 90 dias. o final do teste de germinação foram determinada as porcentagens de germinação (G%). Delineamento estatístico O delineamento experimental utilizado foi um fatorial de 10 x 2 (10 matrizes e 2 tratamentos), com quatro repetições de 25 sementes por tratamento. Os dados de porcentagem de germinação, foram sumetidos à análise de variância e as médias, comparadas pelo teste de Skott Knott a 5% de proailidade, utilizando o software SSISTT versão 7,6 eta (2012) e transformados em arco seno através da fórmula: x/100 RESULTDOS E DISCUSSÃO germinação das sementes de Ziziphus joazeiro no ácido sulfúrico teve inicio aos 28 dias após a semeadura, enquanto as testemunhas (controle) aos 43 dias e se estendendo até 90 dias do teste. Estes resultados discordam dos encontrados por Brito (2008), a testemunha iniciou aos 28 dias após a semeadura, e aos 88 dias oteve 80%. Considerando-se a variável porcentagem de germinação, analisada na Taela 1, constatou-se que houve variação entre as matrizes, sendo estas devido às variações genéticas e amientais. s matrizes 1 e 5 apresentaram maiores médias de porcentagem de germinação e não diferiram estatisticamente entre si, e as matrizes 7 e 8 foram inferiores as demais matrizes para o tratamento ácido sulfúrico, e para o controle a matriz 2 se destacou das demais matrizes, porém não diferindo entre si das matrizes 3, 4 e 5. Taela1 - Médias de porcentagem de germinação (%G) de sementes de dez matrizes de Ziziphus joazeiro. C/T: com tratamento, S/T: sem tratamento. Médias seguidas por uma mesma letra minúscula na coluna e letras maiúsculas na linha não diferem entre si pelo teste Scott-Knott a 5% de proailidade IV CONEFLOR III SEEFLOR/ Vitória da Conquista (B), 25 a 28 de Novemro de Resumo Expandido - [1095] ISSN:

4 %G interação mostrou resposta significativa dos tratamentos propostos sore os aspectos germinativos de sementes de juazeiro, sendo o efeito significativo ao nível de significância de 0,01 de proailidade para porcentagem de germinação (Taela 2). Kageyama & Dias (1982), afirmam que as variações fenotípicas existentes entre populações e dentro de uma mesma população é a forma mais adequada para se determinar estrutura de uma população, de modo que os testes sejam feitos em laoratório, viveiro ou em campo controlando os efeitos amientais. Taela 2 - nálise de variância das sementes de Ziziphus joazeiro. GL:grau de lierdade, G%: porcentagem de germinação. ** Significativo ao nível de 1% de proailidade (p 0,01). Ns: não significativo (p 0,05). Para o tratamento com ácido sulfúrico as matrizes M1(100%), M2(72,28%), M3 (88%), M4 (71,52%), M5(100%) e M10 (77,36%) apresentaram valores germinativos superiores a 50%. Enquanto para o tratamento controle foram as matrizes M2 (100%), M3 (80%), M4 (90,16%), M7 (60,76%) M9 (62,12%) e M10 (53,52%) (Figura 2). a B a c B c C/T S/T Matrizes %G: porcetagem de germinação, C/T: com tratamento, S/T: sem tratamento Figura 2 - Porcentagens de germinação (%G) de sementes de dez matrizes de Ziziphus joazeiro. CONCLUSÕES IV CONEFLOR III SEEFLOR/ Vitória da Conquista (B), 25 a 28 de Novemro de Resumo Expandido - [1096] ISSN:

5 Existe uma variação entre as matrizes, e estas diferenças pode-se advir principalmente da genética da espécie. s matrizes 1, 2, 3, 4, 5 e 10 apresentaram o maior potencial germinativo. utilização do ácido sulfúrico na quera de dormência de Zizyphus joazeiro concentrado por 90 minutos foi eficiente na superação da resistência mecânica imposta pelo tegumento do fruto. REFERÊNCIS BIBLIOGRÁFICS NDRDE-LIM, D. de. Vegetação. tlas Nacional do Brasil. V. 2. IBGE. Conselho Nacional de Geografia, Rio de Janeiro: 1966 SSISTT Versão 7.6 eta (2011) Disponível em< Por Francisco de ssis Santos e Silva. DEG-UFCG. cessado em: 05/03/2012 BRSIL. Ministério da gricultura e Reforma grária. Regras para análise de sementes. Brasília: SND/DNDV CLV, p. BRITO. K. L. M. Influência dos tratamentos físicos e químicos na germinação de Ziziphus joazeiro Mart. (Rhamnaceae). Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Botânica da Universidade Estadual de Feira de Santana. Magistra, Cruz das lmas-b, v. 20, n. 1, p , jan./mar., CRVLHO, P.E.R Juazeiro- Ziziphus joazeiro. Disponível em< emrapa.r/pulica/cirtec/edicoes/ Circular139.pdf (acesso em 28/05/2009). KGEYM, P. Y. ; DIS, I. S. plicação da genética em espécies florestais nativas. In: CONGRESSO NCIONL SOBRE ESSÊNCIS NTIVS, 5., 1982, Campos do Jordão, nais... p LIM, P.M. valiação da atividade de extratos de folhas de Momordica charantia, uxemma oncocalyx e Ziziphus joazeiro sore actérias e larvas de Culex quinquefasciatus Dissertação (Mestrado em Ciência nimal) - Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Mossoró- RN, LORENZI, H. Árvores rasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas aróreas nativas do Brasil. 2.ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, p. LORENZI, H.; MTOS, F.J Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa: Plantarum. 512 p. MTOS, F.J.. Plantas medicinais. Guia de seleção e emprego das plantas usadas na fitoterapia no Nordeste do Brasil. Fortaleza: Edições UFC. 2 ed p. MENDES, B.V. Juazeiro (Zizyphus joazeiro Mart.): símolo da resistência das plantas das caatingas. Mossoró: Fundação Vingt-Um Rosado/ETFERN-UNED, p. (Coleção Mossoroense, 168). IV CONEFLOR III SEEFLOR/ Vitória da Conquista (B), 25 a 28 de Novemro de Resumo Expandido - [1097] ISSN:

6 SILV, J. M. C.; TBRELLI, M.; FONSEC, M. T. ; LINS, L. V. Biodiversidade da caatinga: ções prioritárias para a conservação. Brasília, DF: Ministério do Meio miente: Universidade Federal de Pernamuco, IV CONEFLOR III SEEFLOR/ Vitória da Conquista (B), 25 a 28 de Novemro de Resumo Expandido - [1098] ISSN: