Efeitos de Diferentes Substratos na Germinação de Mimosa caesalpiniifolia Benth.

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1 Efeitos de Diferentes Substratos na Germinação de Mimosa caesalpiniifolia Benth. Luana Martins dos Santos (1) ; Leidiane Ferreira de Sá (2) ; Elane Ferreira de Miranda (3) ; Séfora Gil Gomes de Farias (4) ; Andréia da Rocha Martins (5) (1) Estudante; Universidade Federal do Piauí; luannamartins2010@hotmail.com; (2) Estudante, Universidade (3) Federal do Piauí, leidianiguedes@hotmail.com; Estudante; Universidade Federal do Piauí, elanefloresta@hotmail.com; (4) Professora, Universidade Federal do Piauí, seflora@gmail.com; (5) Estudante, Universidade Federal do Piauí, andreiaceleste16@hotmail.com. RESUMO A espécie Mimosa caesalpiniifolia Benth. (Sabiá) é uma leguminosa nativa do Nordeste, que apresenta relevantes interesses econômicos sendo ideal para reflorestamento, pois apresenta comprovada resistência à seca e crescimento rápido. O objetivo principal no presente trabalho foi determinar o substrato mais eficiente na germinação de sabiá. Foram utilizados 4 tratamentos sendo estes, terra de subsolo, esterco caprino/ovino, esterco bovino e cama de galinha com 4 repetições em cada tratamento, foi utilizado água quente para quebra da dormência das sementes. Os parâmetros avaliados foram porcentagem de germinação e índice de velocidade de emergência. Todos os substratos testados podem ser recomendados para germinação de sabiá, pois todos se mostraram eficientes considerando o índice de germinação em cada tratamento. Palavras-chave: Sabiá, sementes, emergência. INTRODUÇÃO A espécie Mimosa caesalpiniaefolia Benth. pertence à família das Leguminosas, conhecida popularmente por sabiá ou sansão do campo, é uma espécie da Caatinga que ocorre desde o estado do Maranhão até a Bahia, alcançando até sete metros de altura, dotada de acúleos e raízes ricas em nodosidades bacterianas (RIZZINI 1978; PIO CORRÊA, 1984). É uma planta pioneira, decídua, heliófita, com ocorrência preferencial em solos profundos, tanto em formações primárias quanto secundárias (LORENZI, 2000). A propagação dessa espécie é via sementes, no entanto estas apresentam altos níveis de dormência tegumentar e, por ocasião da dispersão natural, ocorrem grandes perdas devido à disseminação dos craspédios, designados por pequenos segmentos unisseminados, os quais formam a vagem (ALVES et. al., 2004). O substrato para a produção de mudas tem por finalidade garantir o desenvolvimento de uma planta com qualidade, em curto período de tempo, e baixo custo. A qualidade física do substrato é importante, por ser utilizado num estádio de desenvolvimento em que a planta é muito suscetível ao ataque por microrganismos e pouco tolerante ao déficit hídrico. Assim, o substrato deve reunir - Resumo Expandido - [570] ISSN:

2 características físicas e químicas que promovam, respectivamente, a retenção de umidade e disponibilidade de nutrientes, de modo que atendam às necessidades da planta (CUNHA et. al., 2006). As características do substrato como aeração, estrutura, capacidade de retenção de água e infestação por patógenos influenciam no processo germinativo, podendo favorecer ou prejudicar a germinação das sementes. O substrato deve manter a disponibilidade de água e a aeração em proporções adequadas (POPINIGIS, 1985), para evitar a formação de uma película de água envolta da semente, o que restringiria a entrada de oxigênio. Na composição do substrato para o crescimento de plântulas, a fonte orgânica é responsável pela retenção de umidade e fornecimento de parte dos nutrientes. Tradicionalmente, o esterco bovino é utilizado como fonte orgânica na composição de substratos para viveiros de plantas arbóreas (FONSECA, 1988; SANTOS et al., 1994; ANDRADE NETO et al., 1999). Este trabalho objetivou avaliar os efeitos dos diferentes tipos substrato para auxiliar na germinação de sementes de Mimosa caesalpiniifolia Benth. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido no Campus Profª. CinobelinaElvas da Universidade Federal do Piauí, localizada no munícipio de Bom Jesus- PI. Situado na região Sul do Piauí, 297m de altitude, longitude , latitude -9,08333, cuja temperatura média é de 27 0 C e precipitação anual 1200 mm, o clima predominante é tropical semi-árido quente (KOPPEN), caracterizado por duas estações bem definidas, com um verão chuvoso e um inverno seco, com duração de seis meses (CEPRO, 1992). Em termos de características físicas as sementes de sabiá apresentam uma grande variedade de tamanho, forma e coloração. Por isso inicialmente as mesmas foram separadas visualmente de forma homogênea, selecionando as que apresentaram melhor estado fitossanitário, sendo, previamente, submetidas ao tratamento de imersão em água quente a uma temperatura de 80º C por 5 minutos e após atingir a temperatura ambiente foram semeadas. Tratamentos e amostragens Para avaliar a emergência de sabiá em diferentes substratos com proporção de 2:1, foram utilizados 4 tratamentos com 4 repetições e 10 saquinhos por repetições. Aplicaram-se os seguintes tratamentos: T1- terra de subsolo (testemunha); T2- terra de subsolo e esterco de caprino/ovino; T3- terra de subsolo e esterco bovino; T4- terra de subsolo e cama de galinha. Após o tratamento pré-germinativo as sementes foram postas para germinar em saco plástico preto (15x10cm). Em cada saquinho foi colocada 1 semente. Foi utilizado canteiro (1x10m), coberto com sombrite a 50 % de sombreamento. A contagem das sementes germinadas foi realizada diariamente do 5º até o 35º dia de teste, considerando germinadas as sementes cuja raiz primária rompeu o tegumento e atingiu pelo menos 2 cm de comprimento. Por meio das contagens diárias das sementes germinadas foi estimada a porcentagem de emergência das sementes, calculando-se o índice de velocidade de emergência (IVE), através da seguinte fórmula: Em que: n1: nº de sementes germinadas; ni: dias após a instalação do experimento. - Resumo Expandido - [571] ISSN:

3 Análise estatística O delineamento estatístico utilizado foi o inteiramente casualizado, com quatro tratamentos e quatro repetições. De posse dos resultados, os dados foram submetidos à análise estatística e as médias foram comparadas pelo teste de Tukey. RESULTADOS E DISCUSSÃO As médias de porcentagem de emergência de Mimosa caesalpiniaefolia Benth. encontram-se na Figura 1, na qual se verificam interações significativas entre os diferentes substratos. Indicando que não houve diferença significativa entre os substratos para germinação de sabiá. Os resultados corroboram com os obtidos por (ALVES et al., 2008) o qual avaliou a germinação de sementes de sabiá em diferentes substratos e temperaturas. Ao avaliarem tratamentos pré-germinativos para superar a dormência de sementes de sabiá (BRUNO, 2001), verificou que a menor porcentagem de sementes germinadas foi proporcionada com tratamento de imersão em água quente por 2 minutos. A água fervente foi letal para sementes de Mimosa caesalpiniaefolia Bent. (MARTINS et al., 1992). Médias seguidas de letras iguais não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. T1- testemunha terra de subsolo; T2 terra de subsolo + esterco caprino/ovino; T3 terra de subsolo + esterco bovino; T4 terra de subsolo + cama de galinha. Figura 1. Porcentagem de germinação, obtidas no teste de germinação para diferentes substratos em sementes de sabiá (Mimosa caesalpiniaefolia Benth.). Médias seguidas de letras iguais não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. Quanto ao índice de velocidade de emergência (IVE) na Figura 2, não houve diferença estatística entre as médias de cada tratamento. (GONÇALVES, 2000) observaram que não houve efeito significativo para o índice de germinação de sementes de Crataevatapia L. é provável que a capacidade de retenção de água de cada substrato aliado às características intrínsecas que regulam o fluxo de água para as sementes possa ter influenciado os resultados. - Resumo Expandido - [572] ISSN:

4 Médias seguidas de letras iguais não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. T1- testemunha terra de subsolo; T2 terra de subsolo + esterco caprino/ovino; T3 terra de subsolo + esterco bovino; T4 terra de subsolo + cama de galinha. Figura 2. Índice de velocidade de germinação em sementes de sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth), em função do tipo de substrato. Médias seguidas de letras iguais não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. CONCLUSÕES Todos os substratos testados podem ser recomendados para realização de teste de germinação de sementes de Mimosa caesalpiniifolia Benth., visto que dentre os tratamentos todos se mostraram eficientes considerando o número de plântulas germinadas para cada tratamento. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, E. U.; PAULA, R. C.; OLIVEIRA, A. P. BRUNO, R. L. A; DINIZ A. A. Germinação de sementes de Mimosa caesalpiniifloia Benth. Em diferentes substratos e temperaturas. Revista Brasileira de Sementes, v.24, n.1, p , ALVES, E. U.;SADER, U.;BRUNO, R. L. A.; ALVES, A. U. Dormencia e desenvolvimento de sementes de sabiá (Mimosa caesaloiniifolia Benth.). Revista Árvore, v.28, n.5, p , ANDRADE NETO, A.; MENDES, A. N.G.; GUIMARÃES, P.T.G. Avaliação de substratos alternativos e tipo de adubação para a produção de mudas de cafeeiro em tubetes. Ciência e Agrotecnologia, v.23, n.2, p BRUNO, R. L. A. Tratamentos pré-germinativos para superar a dormência de sementes de Mimosa caesalpiniifolia Benth. Revista Brasileira de Sementes, v. 23, n. 2, p , CEPRO. Perfil dos Municípios Piauienses. Teresina, p. 420, CUNHA, A. M.; CUNHA, G. M.; SARMENTO, R. A.; CUNHA, G. M.; AMARAL, J. F. T. Efeito de diferentes substratos sobre o desenvolvimento de mudas de Acacia sp. Revista Árvore, v.30, n.2, p , Resumo Expandido - [573] ISSN:

5 FONSECA, E.P. Efeito de diferentes substratos na produção de mudas de Eucalyptus grandis W. Hill ex Maiden em Win-strip. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa. Dissertação Mestrado, 81p GONÇALVES, J.L.M.; MORAES NETO, S.P. Produção de mudas de espécies nativas substrato, nutrição, sombreamento e fertilidade. In: Gonçalves, J.L. M; Benedetti, V. Nutrição e fertilização florestal. IPEF, p , LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 351p MARTINS, C. C.; CARVALHO, N. M.; OLIVEIRA, A. P. Quebra de dormência de sementes de sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.). Revista de Sementes, v.14, n.1, p. 5-8, PIO CORREA, M. Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas. Rio de Janeiro: Ministério da Agricultura, 756p POPINIGIS, F. Fisiologia da semente. Brasília: ABRATES, p RIZZINI, C.T. Árvores e madeiras úteis do Brasil: manual de dendrologia brasileira. São Paulo: Edgard Blüche, 304p SANTOS, L. P.; CARVALHO, M.M.; CARVALHO, J.G. Efeitos de doses de nitrato de potássio e esterco de curral na composição do substrato para a formação de cafeeiro. Ciência e Prática, v. 18, n.1, p 42-48, Resumo Expandido - [574] ISSN: