NATUREZA E TIPOS DE SOLOS ACH1085. MORFOLOGIA DOS SOLOS Profª Mariana Soares Domingues
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1 NATUREZA E TIPOS DE SOLOS ACH1085 MORFOLOGIA DOS SOLOS Profª Mariana Soares Domingues 1
2 O que é morfologia? Definição Morfologia é o estudo das formas dos objetos, retratando-os com: Palavras Desenhos fotos Objetivo Descrição padronizada dos objetos 2
3 O que é morfologia do solo? É o estudo da aparência do solo no ambiente natural, É a descrição dessa aparência segundo as características visíveis a olho nu ou prontamente perceptíveis. Anatomia dos solos Exemplos Cor Textura Estrutura Consistência Espessura dos horizontes 3
4 Importância da morfologia dos solos CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DO SOLO OBTIDAS NO CAMPO ANÁLISES DE LABORATÓRIO BASE PARA IDENTIFICAÇÃO DOS SOLOS Fundamental pois recolhe as informação do solo in situ = sistema dinâmico e integrado da paisagem 4
5 Coleta e descrição de amostras Devem ser seguidos métodos e termos convencionais dos Manuais Para Descrição do Solo no Campo. Devem ser feitas anotações pessoais adicionais. Materiais utilizados em campo para coleta e descrição de amostras. (LEPSCH, 2010, pg 37)
6 HORIZONTES DO SOLO
7 Transição Faixa de separação entre os horizontes. Sua classificação pode ocorrer: Quanto à nitidez ou contraste e espessura, a transição é classificada como: Abrupta - quanto a faixa de separação é menor que 2,5cm; Clara - quando a faixa de separação varia entre 2,5 e 7,5cm; Gradual - quando a faixa de separação varia entre 7,5 e 12,5cm; e Difusa - quando a faixa de separação é maior que 12,5cm.
8 Transição Quanto à topografia a transição é classificada como: Plana ou horizontal - quando a faixa de separação dos horizontes é praticamente horizontal, paralela à superfície do solo; Ondulada ou sinuosa - quando a faixa de separação é sinuosa, sendo os desníveis, em relação a um plano horizontal, mais largos que profundos;
9 Transição Irregular - quando a faixa de separação dos horizontes apresenta, em relação a um plano horizontal, desníveis mais profundos que largos; e Quebrada ou descontínua - quando a separação entre os horizontes não é contínua. Neste caso, partes de um horizonte estão parcial ou completamente desconectadas de outras partes desse mesmo horizonte.
10 Profundidade e espessura Exemplo de tomada de profundidades e espessuras para solos com transição plana e ondulada Profundidade: valor médio Espessura: valor máximo e mínimo
11 Profundidade e espessura Exemplo de tomada de profundidades e espessuras para solos com mais de um horizonte ou camada apresentando transição ondulada ou irregular
12 Profundidade e espessura Exemplo de tomada de profundidades e espessuras para solos com transição descontínua ou quebrada, entre horizontes ou camadas
13 COR DO SOLO
14 Cor do solo É uma das feições mais facilmente notadas por ser de fácil visualização. As várias tonalidades no perfil são úteis para identificação e delimitação de horizontes Cor ressalta características importantes. Ex.: Coloração escura indica alto teor de restos orgânicos Coloração vermelha indica solos bem drenados e alto teor de óxido de ferro Coloração acinzentada indica permanente excesso de água no perfil (próximo de rios / riachos) 14
15 ATRIBUTOS FÍSICO-QUÍMICOS E BIOLÓGICOS DO SOLO CONDIÇÕES DE DRENAGEM Cor do Solo MATERIAL DE ORIGEM (PRESENÇA DE MATERIA ORGÂNICA, TEOR DE ÓXIDOS DE FERRO E ALUMÍNIO etc..) CARACTERÍSTICAS MINERALÓGICAS DO SOLO (HISTÓRIA BIOGEOQUÍMICA)
16 Cor do Solo Encontram-se solos amarelos, vermelhos, acinzentados, brunos (pardos), até negros. Os componentes predominantes no solo são os responsáveis pela sua coloração Arenosos Ricos em quartzo Claros Ricos em óxidos de Fe e Al Solos humíferos Variam do amarelo ao vermelho São mais escuros
17 Cor do Solo Solos amarelos, vermelhos, acinzentados, brunos (pardos) e negros.
18 Cor do Solo (Fe 2 O 3 ) Óxido de ferro (FeOOH) Oxidróxido de ferro
19 PERFIL DO SOLO
20 Cor do solo Talude de voçoroca mostrando a modificação da coloração do solo de avermelhado (Latossolos) a cinza (Gleissolos) Caixa de pequenas amostras da sequencia de solos. Coletados para melhor comparar as variações laterais e verticais das cores dos seus diferentes horizontes Solo de intemperização intensa, velhos, presença de argilas e predominância de óxidos de ferro, alumínio, silício e titânio; baixa fertilidade. Permanente ou periodicamente saturados por água (gleização); ambiente redutor (solubilização do ferro). (LEPSCH, 2010, pg 37)
21 Exemplos de perfil do solo ORQUÍDIA NEVES (2006) 21
22 Exemplo de perfil do solo 22 ORQUÍDIA NEVES (2006)
23 Exemplos de perfil do solo ORQUÍDIA NEVES (2006) 23
24 Exemplos de perfil do solo ORQUÍDIA NEVES (2006) 24
25 Determinação da cor do solo A cor do solo é determinada comparando-a com os padrões da escala da Tabela Munsell (LEPSCH, 2010, pg 38)
26 Tabela Munsell A Tabela Munsell possui cerca de 170 pequenos retângulos com colorações diversas A Tabela Munsell está organizada como um livro com folhas destacáveis
27 Tabela Munsell
28 Elementos básicos que compõem uma determinada cor Matiz (Hue) Cor pura ou fundamental de arco-íris. Cor espectral dominante, determinado pelos comprimentos de onda da luz, que é refletido pela amostra. Ex: Vermelho, amarelo Combinação dos pigmentos vermelho, amarelo, verde, azul e púrpura: matiz 5YR (4/4: 50% amarelo (yellow) e 50% de vermelho (red)) Valor (Value) Grau de clareza ou de claridade (luninosidade) ou de tons de cinza presentes. Indica a proporção de branco (valor 10) e de preto (0) (está disposto no sentido vertical) valor 3 = a cor branca contribui com 30% e a cor preta com 70% Quanto menor o valor, mais escuro é o solo e mais alto e o teor de matéria orgânica e a capacidade de troca de cátions. (LEPSCH, 2010, pg 38)
29 Elementos básicos que compõem uma determinada cor Croma (Chroma) saturação ou intensidade de pigmentação. Refere-se à proporção da mistura da cor fundamental com a tonalidade de cinza. Varia de 0 a 10 e está disposto no sentido horizontal (s) ou (h) Indica se a determinação realizada foi em solo seco ou úmido. ORQUÍDIA NEVES (2006)
30 Tabela Munsell MATIZ VALOR CHROMA PIGMENTO TONALIDADE INTENSIDADE VERMELHO, AMARELO, AZUL, VERDE E PÚRPURA PRETO ao BRANCO NEUTRO ao ACINZENTADO R, YR, Y GY, G BG, B, PB, P, RP BRANCO PUREZA DA COR 4 2 INTERVALO: 2,5; 5; 7,5; 10 PRETO 0
31 MATIZ - CORES PARA SOLOS P RP 5 R 7,5 10 2,5 5 YR Y 7, ,5 PB GY B BG G
32 matiz Tabela Munsell
33 Correspondência em português para o nome das cores
34 Cores do solo e uso da carta de Munsell Interpretação da Cor dos Solos Compostos de Ferro Exemplos/Munsell Fe 2+ (REDUZIDO) Condição de Má drenagem Fe 3+ (OXIDADO/HIDRATADO) (FeOOH)-Goethita Fe 3+ (OXIDADO) Fe 2 O 3 Hematita
35 Determinação da Cor do Solo Indica-se a cor pelos parâmetros da escala: Pardo avermelhado escuro 5 YR 3/3 (s) 5YR Matiz 3/3 Valor/Croma (s) solo seco Vermelho escuro 10R 3/4 10R = matiz da cor fundamental (vermelha) 3/4 = valor indica que o vermelho está misturado com o valor 3 (tonalidade de cinza com 3 partes de branco e 7 de preto) 3/4 = croma indica que o cinza contribui com uma proporção de 6 partes e o vermelho de 4 partes
36 PÁGINA DO MATIZ 10R 10R 6/3 PIGMENTO VERMELHO INTENSIDADE TONALIDADE
37 Mosqueado Um horizonte pode ter cor única ou apresentar multiplicidade de cores. No caso de haver predominância de uma cor sobre as demais tem-se os mosqueados, e quando não se pode distinguir uma cor como sendo de fundo (matriz), tem-se a coloração variegada. Para os mosqueados, descreve-se a cor da matriz (cor de fundo), a(s) cor (es) do(s) principal(is) mosqueado(s) e a caracterização dos mosqueados, conforme especificado a seguir: Quantidade: Pouco - menos de 2% da área é mosqueada Comum - de 2 a < 20% da área é mosqueada Abundante - 20% ou mais da área é mosqueada
38 TEXTURA DO SOLO
39 Textura do Solo Textura do solo refere-se ao tamanho das partículas minerais (frações) e a quantidade proporcional de cada uma no solo. Em Pedologia, textura do solo refere-se à proporção relativa das frações areia, silte e argila. Em geologia, refere-se ao tipo de arranjo de cristais dentro de uma rocha. (Lepsch, 2010, pg 40) Em conjunto, essas propriedades ajudam a determinar, não somente a capacidade de suprimento de nutrientes sólidos do solo, como também o fornecimento de água e ar, tão importante à vida vegetal.
40 Textura do Solo Como fazer a classificação das partículas pelo seu tamanho? Pode-se separar as partículas em frações. Limites convencionais mais usados no Brasil Porém, há diversas escalas diferentes, para aplicações específicas (LEPSCH, 2010, pg 39)
41 Textura do Solo
42 Textura do Solo A Escala de Atterberg A Escala de Atterberg é um outro exemplo de escala e utiliza limites diferentes de fração de tamanho de partículas argila < 0,002 mm silte 0,002 a 0,02mm areia fina de 0,02 a 0,2mm areia grossa 0,2-2,0 mm.
43 Textura do Solo
44 Determinação da Textura do Solo Método Manual (Tato) Como determinar a textura? Manualmente (textura de campo). g
45 Determinação da Textura do Solo Método Manual (Tato) O método de campo consiste em verificar a diferença de tato quando se fricciona uma amostra úmida do material do solo entre os dedos. (LEPSCH, 2010, pg 41)
46 Determinação da Textura do Solo Método Manual (Tato) Argila Suavidade e pegajosidade forma pequenos rolos que ROLOS podem ser dobrados em argolas Silte Sensação é sedosa e forma rolos com dificuldade Areia Material pastoso sem consistência rolos Média e não forma (LEPSCH, 2010, pg 41) Sensação de aspereza e de plasticidade e rolos conseguem formar, mas quebram quando dobrados
47 Determinação da Textura do Solo Método Mecânico Como determinar a Textura? Por análise mecânica, granulométrica ou textural (em laboratório) Separação das frações em quantas tamanhos de partículas desejar Este método utiliza o diagrama de classes para determinação da classe textural.
48 Análise Mecânica, Granulométrica
49 Análise Mecânica, Granulométrica
50 Análise sedimentação
51 Medidor portátil de textura do solo sec-0319
52 Diagrama SBCS SBCS Sociedade Brasileira de Ciências do Solo
53
54 Diagrama EMBRAPA EMBRAPA (2006)
55
56 Intervalos dos teores de argila A figura apresenta os intervalos de argila e a respectiva classificação.
57 Textura do Solo Para simplificar as análises, principalmente quanto às práticas de manejo, os solos são agrupados em três classes de textura: Solos de Textura Arenosa (Solos Leves) Solos de Textura Média (Solos Médios) Solos de Textura Argilosa (Solos Pesados)
58 Solos de Textura Arenosa (Solos Leves) Possuem teores de areia superiores a 70% e o de argila inferior a 15%. São permeáveis, leves, de baixa capacidade de retenção de água e de baixo teor de matéria orgânica. Altamente susceptíveis à erosão, necessitando de cuidados especiais na reposição de matéria orgânica, no preparo do solo e nas práticas conservacionistas. São limitantes ao método de irrigação por sulcos, devido à baixa capacidade de retenção de água o que ocasiona uma alta taxa de infiltração de água no solo e consequentemente elevadas perdas por percolação.
59 Solos de Textura Arenosa (Solos Leves) Consistência granulosa (grãos grossos, médios e finos); Alta porosidade e permeabilidade; Pouca umidade; Pobre em nutrientes; ph ácido; Dificuldade no emprego agrícola; Susceptível à erosão; Presente na região Nordeste. Necessita de medidas corretivas para uso agrícola.
60 Solos de Textura Média (Solos Médios) São solos que apresentam certo equilíbrio entre os teores de areia, silte e argila. Normalmente, apresentam boa drenagem, boa capacidade de retenção de água e índice médio de erodibilidade. Portanto, não necessitam de cuidados especiais, adequando-se a todos os métodos de irrigação.
61 Solos de Textura Argilosa (solos Pesados) São solos com teores de argila superiores a 35%. Possuem baixa permeabilidade e alta capacidade de retenção de água. Esses solos apresentam maior força de coesão entre as partículas, o que além de dificultar a penetração, facilita a aderência do solo aos implementos, dificultando os trabalhos de mecanização. Embora sejam mais resistentes à erosão, são altamente susceptíveis à compactação, o que merece cuidados especiais no seu preparo, principalmente no que diz respeito ao teor de umidade, no qual o solo deve estar com consistência friável. Apresentam restrições para o uso da irrigação por aspersão quando a velocidade de infiltração básica for muito baixa.
62 Solos de Textura Argilosa (solos Pesados) Grãos diminutos e concentrados; Elevada impermeabilidade; Enorme retenção hídrica; Rico em nutrientes (apto para agricultura); Pouco ácido; Resistente à erosão; Propenso à compactação.
63 Solos de Textura Argilosa (solos Pesados) cerâmica café telhas tijolo
64 Bibliografia para a próxima aula IBGE Manual técnico em pedologia. 2 edição. Rio de Janeiro, Características morfológicas - pág. 54 a 76 Estrutura, Consistência, Outras características morfológicas, Outros aspectos a serem observados, Registro das descrições gerais e morfológicas
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