A OBESIDADE NA INFÂNCIA: INFLUÊNCIA E RELAÇÃO NO CONVÍVIO ESCOLAR

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Lucas Gabriel Vilanova Castelo
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1 A OBESIDADE NA INFÂNCIA: INFLUÊNCIA E RELAÇÃO NO CONVÍVIO ESCOLAR MARQUES, S.A.V.; SILVA, J.; SDOUKOS,S.S. RESUMO: A obesidade na infância é uma questão de saúde pública. A criança obesa pode desenvolver problemas emocionais e de convívio social ou ter vários problemas ligados à condição física. Este artigo teve como objetivo compreender o processo psicossocial do qual decorre a obesidade e avaliar a sua repercussão na vida, na saúde e no relacionamento da criança no contexto escolar.a pesquisa de campo utilizou-seda observação como instrumento e foi realizada em uma ONG na cidade de Arapongas Pr. Palavras-chave: Obesidade;obesidade na infância;sobrepeso. ABSTRACT: Obesity in childhoodis apublic health issue. Theobese childcan developemotionalandsocial interactionproblemsor havesome problems relatingto physicalcondition. Thisarticle aims tounderstand thepsychosocial processwhichrunsassessingobesityandits impacton life,health and therelationshipof the childin the school context. The field researchwas usedas an instrumentofobservationandwasheld inan NGOin the city ofarapongas-pr. Keywords: Obesity;obesityin childhood;overweight. INTRODUÇÃO O peso dos brasileiros vem aumentando nos últimos anos e o excesso de peso e a obesidade são encontrados com grande frequência, a partir de cinco anos de idade, em todos os grupos de renda e em todas as regiões brasileiras. Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (2010), em 2009,o sobrepeso atingiu mais de 30% das crianças entre cinco e nove anos de idade e cerca de 20% da população entre 10 e 19 anos. A obesidade deixou de ser apenas uma preocupação estética e tornou-se uma questão de saúde pública mundial, pois à medida que um indivíduo se torna mais obeso ocorre um aumento proporcional do seu grau de risco para doenças crônicas diminuindo sua expectativa de vida. A diminuição dos níveis de atividade física e o aumento da ingestão calórica são fatores que podem determinar o aumento da obesidade (SAPATÉRA, 2005). O aumento do sedentarismo e o aumento do consumo de alimentos ricos em gorduras e açúcares, muito tem contribuído para o desenvolvimento do sobrepeso e da obesidade (SILVA; NUNES, 2012). Segundo dados da

2 Associação Brasileira de Estudo da Obesidade ABESO (2009) a obesidade na infância colabora prejudicialmente da mesma forma, pois uma criança obesa de dois anos de idade tem o dobro de chances de ser um adulto obeso. O aumento na prevalência da obesidade na infância é preocupante, pois deixou de ser apenas uma preocupação estética e tornou-se uma questão de saúde pública mundial. As consequências da obesidade nestes períodos podem estar a curto e em longo prazo, relacionadas às desordens ortopédicas, distúrbios respiratórios, diabetes, hipertensão arterial, distúrbios psicossociais, e em alguns casos, à mortalidade por causas diversas (SILVA; BALABAN; MOTTA, 2005). Sabendo-se que a obesidade abre portas para várias doenças e quanto mais cedo ela se instala, maiores serão os danos por ela provocados, se faz necessário uma mudança no estilo de vida do indivíduo, envolvendo fatores relevantes como: uma reeducação alimentar e a prática de atividades físicas com o intuito de se evitar o sobrepeso e até mesmo a obesidade. O desenvolvimento da obesidade na infância pode gerar diversos sintomas ou consequências relacionadas aos aspectos psicossociais, como: alteração da imagem corporal, depressão, angústias, distúrbios psicológicos, dificuldades de relacionamento com amigos, problemas escolares, dificuldades em práticas de esportes, entre outras, que colocam em risco a saúde da criança, justificando-se a necessidade da pesquisa. Com o objetivo de compreender o processo psicossocial do qual decorre a obesidade e avaliar a sua repercussão na vida, na saúde e no relacionamento da criança no contexto escolar, resolvemos fazer uma revisão bibliográfica e uma pesquisa de campo com o propósito de observar a forma com que a criança obesa se relacionam dentro de um grupo, assim comocomparar a relação dos alunos obesos com os não obesos e propor intervenções que possam colaborar com a prevenção e o tratamento da obesidade. REFERENCIAIS TEÓRICO-METODOLÓGICOS Certamente a obesidade não ocorre da noite para o dia e manter o peso não é tarefa fácil, principalmente em casos que se constate uma propensão para engordar. A obesidade na infância colabora prejudicialmente da mesma forma, pois uma criança obesa de dois anos de idade tem o dobro de chances de ser um

3 adulto obeso. Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE (2012), em 2008 o excesso de peso atingia 33,5% das crianças de cinco a nove anos, sendo que 16,6% do total de meninos também eram obesos; entre as meninas, a obesidade apareceu em 11,8%. O excesso de peso foi maior na área urbana do que na rural: 37,5%, sendo 23,9% para meninos e 33,9% para meninas. Em 2009, uma em cada três crianças de cinco a nove anos estavam acima do peso recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Estes dados são alarmantes, visto que se estima que 80% das crianças obesas, se tornaram adultos obesos, pois uma vez que a obesidade é iniciada na infância ou na adolescência, possibilitará a sua permanência na vida adulta (PAZIN; FRAINER; MOREIRA, 2006). A criança obesa enfrenta diversos tipos de dificuldades emocionais e de relacionamentos com colegas ou com familiares devido ao esteriótipo, preconceito e estigma sofrido na atualidade. Estudos apontam que um indivíduo obeso pode sofrer mais preconceito social que os deficientes físicos, isto acontece por ele ser visto como indisciplinado, irresponsável e preguiçoso, sendo culpado pela sua condição (BERLESE; TERRA; HAEFFNER, 2007). O cuidado com a obesidade na infância deve ser instituído assim que for diagnosticada. Para Souza, Florio e Kawamoto (2001) o tratamento deve basearse em uma dieta equilibrada, com redução da ingesta calórica, associada a práticas físicas com o objetivo de aumentar o gasto calórico, e a psicoterapias. É necessário a orientação da criança para a importância de uma alimentação equilibrada, evitando alimentos industrializados, assim como a conscientização da importância da mudança dos hábitos alimentares para a manutenção do peso recomendado, evitando o efeito sanfona. A partir do levantamento bibliográfico foi possível construir um roteiro de observação para o levantamento dos dados da pesquisa. Assim, a pesquisa de campo foi realizada por meio da observação, quatro dias do mês de setembro de 2014, em uma ONG, na cidade de Arapongas Pr., Para selecionar as participantes a serem observados, utilizou-se como critério os sinais físicos visíveis de sobrepeso e obesidade, os quais foram classificados como grau de obesidade/sobrepeso leve, moderado e elevado.

4 Desta forma, o grupo observado foi composto por 13 meninas com idades entre 09 e 11 anos. O instrumento utilizado para coletar as informações esteve focado nos aspectos relativos à alimentação na escola, ao desenvolvimento motor, ao comportamento e o relacionamento da criança obesa com o grupo dentro e fora da sala de aula. As observações ocorrerão dentro da sala de aula e durante o período de intervalo para o lanche. CONCLUSÃO O estudo ainda está em andamento, mas é notável, a partir da revisão bibliográfica e do instrumento de pesquisa, que a obesidade em crianças aumentou em ritmo acelerado e em boa parte do mundo. O instrumento de estudo mostrou que das 60 alunas da instituição, 13 apresentaram sinais físicos visíveis de sobrepeso e obesidade, correspondendo a 21,70% do total de alunas matriculados. Com relação ao relacionamento da criança obesa ou com sobrepeso, dentro e fora da sala de aula, o estudo mostrou que 100% do grupo participavam das atividades em grupo, mantendo bom relacionamento com o grupo não obeso. O tratamento da obesidade, tanto no adulto quanto na infância, ainda é um desafio a ser vencido, porém medidas preventivas como mudanças de comportamento, hábitos alimentares saudáveis, entre outras, podem se tornar importantes aliadas contra a obesidade. A partir dos resultados obtidos nos estudos relacionados à obesidade na infância e na adolescência, concluímos a necessidade de estudos adicionais e intervenções com o intuito de promover a prevenção e aprimorar o tratamento da obesidade, não apenas na infância e na adolescência, mas também na vida adulta. REFERÊNCIAS ABESO: Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. Diretrizes Brasileiras de Obesidade 2009/ Ed. Itapevi, SP: AC Farmacêutica, BERLESE, D.; TERRA, C.; HAEFFNER, L. S. Algumas características dos adolescentes obesos em tratamento no HUSM - Hospital de la Universidad Federal de Santa Maria.. Maio 2007.Revista Digital - Buenos Aires. Ano 12. N

5 108. Disponível em: < Acesso em: 11 nov IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. POF : desnutrição cai e peso das crianças brasileiras ultrapassa padrão internacional Disponível em:< ticia=1699&id_pagina=1>. Acesso em: 27 set PAZIN, J.; FRAINER, D. E. S.; MOREIRA, D. Crianças obesas têm atraso no desenvolvimento motor Revista Digital - Buenos Aires - Ano 11. n Disponível em: < Acesso em: 11 nov SAPATÉRA, M. L. R. Obesidade na Adolescência. São Paulo, Revista Digital Buenos Aires. Ano 10. n. 85. Disponível em: < Acesso em: 11 nov SILVA, G.A. P.; BALADAN, G.; MOTTA, M. E. F. Prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes de diferentes condições socioeconômicas. Rev. Bras. Saúde Matern. Infant., Recife Disponível em: < Acesso em: 26 set SILVA, I.; NUNES C. Obesidade Infantil e na Adolescência. Disponível em: < Acesso em: 23 maio SOUZA, A. L. T. M.; FLORIO, A.; KAWAMOTO, E. E. O neonato, a criança e o adolescente. São Paulo: E.P.U, p

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