SAFs - Sistemas Agroflorestais: indicador de Desenvolvimento Sustentável
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- Martim Giovanni Cortês Marreiro
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1 SAFs - Sistemas Agroflorestais: indicador de Desenvolvimento Sustentável SILVA, Vanderli Luciano da 1 ; JUNQUEIRA,Korran Ribeiro 2 ROUGIER, Hernan Pablo 3 ; JESUS,Cleiton Barboza de 4 ; QUEIROZ, Raul Lúcio Silva 5 ; CORRECHEL, Vládia 6 ; Palavras-chave: Agricultura familiar, Agroecologia, Sustentabilidade, Diversificação. Introdução O setor agropecuário familiar é sempre lembrado por sua importância na absorção de emprego e na produção de alimentos (Guilhoto,J.J.M; ET AL,2007) especialmente voltada para o auto-consumo, ou seja, foca-se mais as funções de caráter social e ambiental do que as econômicas, tendo em vista sua menor produtividade e incorporação tecnológica. Entretanto, é necessário destacar que a produção familiar, além de fator redutor do êxodo rural e fonte de recursos para as famílias com menor renda, também contribui expressivamente para a geração de riqueza, considerando a economia não só do setor agropecuário, mas de todos os setores do país. A agricultura familiar gera mais de 80% da ocupação no setor rural e responde no Brasil por sete de cada 10 empregos no campo e por cerca de 40% da produção agrícola nacional. Atualmente a maior parte dos alimentos que abastecem a mesa dos brasileiros vem das pequenas propriedades. A agricultura familiar favorece o emprego de práticas agroecológicas, como a diversificação de cultivos, o menor uso de insumos industriais, a preservação do patrimônio genético, rotação de culturas, técnicas mais rústicas, mão-deobra familiar, utilização de insumos naturais. Em 2009, cerca de 60% dos Resumo revisado por: Vládia Correchel Titulo : Unidade Demonstrativa de SAF na UFG Código: EA Universidade Federal de Goiás vandsilva2001@yahoo.com.br 2 Universidade Federal de Goiás - korran@hotmail.com 3 Universidade Federal de Goiás - hernanrougier@gmail.com 4 Universidade Federal de Goiás - cleiton_barboza@hotmail.com 5 Universidade Federal de Goiás - raulzinhum@hotmail.com 6 Universidade Federal de Goiás - vladiacorrechel@hotmail.com
2 alimentos que compuseram a cesta básica alimentar distribuída pela CONAB originaram-se da Agricultura Familiar (CONAB, 2009). O SAF ou Agrofloresta é um sistema de plantio que recupera áreas degradadas seguindo o processo de regeneração natural da vegetação, incorporando junto às espécies nativas, espécies produtivas, alimentares, tanto nativas quanto adaptadas a regiao (Czymmeck & Kuster, 2010). A agrofloresta é um sistema de plantas consorciadas, que produz alimentos com espécies nativas ou arbóreas, que permitem recuperar a cobertura vegetal de uma área sem isolá-la da atividade produtiva (Czymmeck & Kuster, 2010). Os agricultores produzem na Agrofloresta, através do plantio diversificado, alimentos para a família, e observando a natureza é possivel manter a produçao de várias culturas numa mesma área, por muitos anos, com o retorno a curto, médio e longo prazo. Diante dessa demanda social e ambiental para uma produção sustentável no campo, foi realizado a implatação de um sistema agroflorestal na escola de Agronomia da Universidade Federal de Goiás que além de servir como uma vitrine demonstrativa para produtores da região, permite a realização de uma gama de experimentos, permeando entre características físicas e químicas do solo, micro e macro fauna, análise foliar, e aplicação de técnicas agroecológicas como: adubação verde (o cultivo de plantas que estruturam o solo e o enriquecem com nitrogênio, fósforo, potássio, enxofre, cálcio e micronutrientes), adubação orgânica (feita através da utilização de vários tipos de resíduos, tais como: esterco curtido, vermicomposto de minhocas, compostos fermentados, biofertilizantes enriquecidos com micronutrientes e cobertura morta) e defensivos naturais ( produtos que estimulam o metabolismo das plantas, além de repelir inimigos naturais, quando pulverizados sobre elas. Estes compostos, geralmente preparados pelo agricultor, não são tóxicos e são de baixo custo, como por exemplo a calda sulfocálcica.
3 Objetivos No campo da Agricultura Familiar, a produção para subsistência e de suma importância, então os principais objetivos são: incentivar a diversificação de produção elegendo as atividades principais, trabalhar com insumos naturais já existentes nas propriedades (esterco, caldas, biofertilizantes), utilizar da mão-de-obra familiar, fixar e manter os jovens no campo, poluir menos o planeta e garantir qualidade de vida a todos. Para isso, varias estratégias são necessárias e empregadas, como: processo continuo de formação, monitoramento das atividades, comercio para a produção orgânica dos excedentes e emprego de tecnologias adequadas. Metodologia A implantação da unidade demonstrativa(ud) é multidisciplinar e explora os diferentes níveis do conhecimento, sendo a família o principal agente transformador do sistema vigente de agricultura. A metodologia é composta por um grupo de alunos, funcionários e professores que em primeira instancia escolheram-se a área, sendo esta longe de área contaminada onde se trabalha a agricultura convencional para evitar possíveis contaminações. O segundo passo foi fazer um diagnóstico geral de algumas pequenas propriedades e eleger as principais culturas já trabalhadas pelos agricultores que pertencem a grupo de fontes essenciais a alimentação e utilização em pequenas construções rurais, para que se tenha um numero de cultivares útil aos agricultores. Nessa UD, foram implantadas mais de 50 espécies de plantas nativas do cerrado e outras essenciais a alimentação. Dentre elas podemos citar como principais: ipê, baru, pequi, mangaba, jatobá, pêra do campo, cagaita, mangaba, pau-brasil, tamboril, tamarindo, manga, goiaba, graviola, banana, caju, abacaxi, guariroba, cana, mamão, abacate, laranja, mexerica, limão, milho, arroz, feijão, abóbora, soja, mandioca, feijão de porco, leocena, crotalaria, mucuna, guandu, entre outras. A metodologia empregada no plantio foi fileiras duplas, onde as plantas de maior porte foram plantadas primeiro num espaçamento de 4 metros entre
4 plantas e 4 metros entre fileiras. Posteriormente foram introduzidas as culturas de médio porte nas mesmas linhas, com espaçamento de 2 metros das maiores e por ultimo as de menor porte com 1 metro de distancias das medias. Nas entra linhas foram plantadas as culturas anuais, por serem de ciclo mais rápido e permitirem suas retiradas em menor tempo. Por toda a área foram introduzidas leguminosas para adubação verde, no intuito de manter o solo sempre fértil, coberto e protegido. A utilização de caldas naturais tem sido imprescindível e de fundamental importância na prevenção de pragas e doenças. A cada 15 dias esta sendo feita aplicações de caldas de fumo, de enxofre, bordaleza ou sulfocalsica, dependendo da necessidade. São produtos de baixo custo e não causam dependência por parte dos agricultores e o que e melhor, não contaminam o meio ambiente. As adubações estão sendo feitas com dejetos (estercos) de bovinos e de aves, na perspectiva de que boa parte dos pequenos agricultores familiares possuírem esses componentes em suas propriedades. A utilização de biofertilizantes e chorumes esta sendo utilizada como adubação foliar. Os tratos culturais estão sendo feitos todos de forma manual para não agredir o meio ambiente e por ser um viés facilitador na agricultura familiar. Estão sendo feitas capinas com enxadas nas linhas e roçadas nas entre linhas para manter uma cobertura morta na superfície do solo. As pulverizações estão sendo feitas com bombas manuais costais. A irrigação a principio, esta sendo feita manual com o uso de uma carreta pipa que transporta a água e distribui pó mangueiras. A intenção futura e conseguir montar uma irrigação fixa e de modelo acessível a todos os produtores, o que ainda esta em discussão. Resultados Já foi publicado um folder de divulgação sobre a técnica do SAF, transmitido na comunidade acadêmica e para produtores rurais, na intenção de disseminar a idéia entre os alunos, educadores e produtores na perspectiva de crescimento do projeto dentro e fora do campo acadêmico.
5 A produção agroecológica de alimentos vem crescendo cada vez mais no planeta, pois são mais saudáveis e a demanda do consumidor é cada vez maior. O SAF se apresenta como ótima opção de sistema de produção, pois traz consigo uma vasta quantidade de riquezas naturais, como minhocas, pássaros, borboletas, abelhas, em fim, uma gama de seres vivos que enriquece a biodiversidade local e contribui no processo de polinização das plantas e na qualidade físico-químico do solo. Assim, é visível um maior vigor das plantas que vivem neste ambiente, em relação as monoculturas. Ainda não há produção para se analisar sua rentabilidade, mas esperamos breve obter dados positivos de retorno financeiro. Conclusões O trabalho com agroecologia vem incentivando várias instituições e produtores a se interessarem pelo assunto, porque traz benefícios ao ambiente, e retorno na produção, devido ao alto valor agregado. O interesse pela unidade demonstrativa de SAF na UFG, cresce a cada dia, tanto por parte de professores, alunos e produtores; Pois a técnica oferece modo alternativo de produção frente ao agronegócio que valoriza monoculturas, além de trazer segurança alimentar ao campo brasileiro. Referências bibliográficas CONAB- COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO - Disponível no Site: (02/04/2012) CZYMMECK, A.; KUSTER, A.; FERRÉ MARTÍ, J.; VIEIRA, P. Projeto Agricultura Familiar, Agroecologia e Mercado. Revista, n.8, p , GUILHOTO,J.J.M.; ET AL. A IMPORTÂNCIA DA AGRICULTURA FAMILIAR NO BRASIL E EM SEUS ESTADOS.(2007),disponível no site: (19/04/2012) INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA IBGE. Matriz insumo-produto: Disponível no Site: (18 jul. 2005)
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