PROPOSTA DE ELABORAÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO SOBRE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS
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- Theodoro Caldas Pacheco
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1 I CGA I CONGRESSO DE GEOGRAFIA E ATUALIDADES (UNESP) PROPOSTA DE ELABORAÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO SOBRE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS Jessica Corgosinho MARCUCCI - Discente do curso de Pós-Graduação em Geografia Ana Tereza Caceres CORTEZ - Orientadora e Docente do Departamento de Geografia Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Rio Claro (SP). 1. INTRODUÇÃO E OBJETIVOS A problemática dos resíduos sólidos urbanos mostra-se como uma das questões primordiais no que se refere a saúde pública e ao meio ambiente, uma vez que se constatam os impactos decorrentes do aumento da produção de resíduos sólidos nas cidades, provenientes principalmente dos hábitos de consumismo associados aos produtos descartáveis, o que chamamos de "cultura do descartável" (CORTEZ, 2011). Esse padrão de consumo insustentável, tem suas consequências, onde O ambiente natural está sofrendo uma exploração excessiva que ameaça a estabilidade dos seus sistemas de sustentação: exaustão de recursos naturais renováveis e não-renováveis, degradação do solo, perda de florestas e da biodiversidade, poluição da água e do ar e mudanças climáticas, entre outros. (CORTEZ, 2009, p. 42). A educação ambiental mostra-se importante na contribuição de práticas que desenvolvam a conscientização ambiental, destacando as ligadas a responsabilidade na contribuição da coleta seletiva e reciclagem. Como apresenta a Lei de 27 de abril de 1999, Art. 1º Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. Dessa forma, o objetivo do trabalho é a elaboração de material didático sobre resíduos sólidos urbanos no Brasil, em formato de livreto, destinado ao ensino nãoformal, possibilitando que o mesmo possa ter maior alcance possível, tanto em diferentes faixas etárias quanto aos níveis de escolaridade, ampliando assim a divulgação do tema. Mesmo assim, se constitui um material com potencial e possibilidade de ser utilizado em sala de aula por professores que desejam desenvolver a temática. Um dos referenciais para a elaboração do material será a Lei nº de 02 de agosto de 2010 que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Conforme Ministério do Meio Ambiente (MMA), estabelecendo-se uma linha do tempo, temos que em 1991 foi realizado Projeto de Lei 203 versando sobre acondicionamento, coleta, tratamento, transporte e destinação dos resíduos de serviços de saúde. Depois de um
2 longo tempo que abarcou discussões de grupos, eventos e outros projetos que apresentavam a temática de regularização dos resíduos sólidos, em 02 de agosto de 2010 foi aprovado a lei 12305/10 que sancionou a Política Nacional de Resíduos Sólidos, constituindo-se como um marco referencial no Brasil. Vale destacar aspectos relevantes para legislação ambiental brasileira contemplados, como: acordos setoriais ligados a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto, a logística reversa com finalidade de reaproveitamento de resíduos ou destinação final ambientalmente adequada, a coleta seletiva unida a cooperativas ou associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis, o SINIR - Sistema de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos, um dos instrumentos ligados a disponibilização de informações e as metas de elaboração de Planos de Resíduos Sólidos (âmbito nacional, estadual e municipal). Uma vez que a Educação Ambiental influencia no processo de formação dos cidadãos para reflexão crítica em questões ambientais e sociais, (...) ela deve estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não formal, onde um dos principais objetivos consiste em permitir que o ser humano compreenda a natureza complexa do ambiente." (CRISOSTIMO, 2011, p. 89). Além de que, Seja qual for a linha ou o caminho a ser percorrido, o objetivo da Educação Ambiental é um só: PRESERVAR AS CONDIÇÕES AMBIENTAIS ABIÓTICAS E BIÓTICAS DE TODAS AS GEOBIOCENOSES, A QUALIDADE DE VIDA DO HOMEM E A PRESERVAÇÃO DA BIODIVERDIDADE, FUNDAMENTAL PARA A SOBRÊVIVÊNCIA DE TODOS OS SERES VIVOS, INCLUSIVE E ESPECIALMENTE DA PRÓPRIA ESPÉCIE HUMANA. (TROPPMAIR, 2008, p.103, grifo do autor) Também relacionado a essa questão está o conceito de desenvolvimento sustentável, que de forma mais abrangente, é o um desenvolvimento que tem a possibilidade de associar e integrar a economia, a sociedade e o meio ambiente, como foi destacado na RIO+20 (2012) Assim, seria um crescimento econômico, vinculado a inclusão social e proteção ambiental, preservando recursos para as gerações futuras. Dessa forma, busca-se estimular a reflexão sobre a problemática contribuindo para práticas sustentáveis. 2. MÉTODOS Os procedimentos metodológicos serão constituídos por levantamento bibliográfico em livros, artigos, teses, textos e outros documentos, além de informações em meio digital para elaboração do conteúdo textual do material didático a ser produzido, mas terá como referencial a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), uma vez que esta apresenta instrumentos ao país frente aos desafios concernentes a problemas ambientais, sociais e econômicos provenientes do manejo inadequado dos resíduos sólidos. Igualmente mostrando a importância no âmbito de Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos a presença de, Art. 19 (...) X - programas e ações de educação ambiental que promovam a não geração, a redução, a reutilização e a reciclagem de resíduos sólidos; (...)" (BRASIL, 2010).
3 Em virtude do público-alvo constituir-se principalmente de estudantes e professores, mas almejando a possibilidade de ser distribuído ao público em geral, se buscará a utilização de uma linguagem clara e objetiva para fácil manuseio, identificação e compreensão dos conteúdos estabelecidos. Inclui-se na proposta a utilização da técnica japonesa mangá para criação de personagens que apresentem a temática, tornando o conteúdo mais dinâmico. Mangá é a palavra que designa histórias em quadrinhos de origem Japonesa; tem como característica o sentido oriental de leitura (da direita para esquerda), os desenhos normalmente são arte-finalizados em nanquim pelos desenhistas, sendo então publicados em preto e branco. As histórias no mangá abarcam vários gêneros (ação, aventura, ficção, romance, educativo, etc.), possuindo personagens expressivos, com destaque a característica fundamental de que em sua maioria são desenhados olhos grandes, sendo que esses variam de formato, mas chamam a atenção do leitor por transmitir a personalidade e emoções da personagem. Os rostos são desenhados em formato mais suave e os cabelos apresentam contornos diferentes, sendo alguns incomuns da realidade pelos traços mais geométricos. Dessa formas as etapas da elaboração do material irão se constituir de: Elaboração da estrutura: introdução, capítulos e considerações finais; Criação dos personagens: Envolvidos na apresentação dos temas; Diagramação: disposição do conteúdo, personagens, quadros, e outros elementos; e Finalização: Composição do material finalizado com resultado final para publicação/ divulgação. Assim, essas etapas constituem os procedimentos a serem utilizados, ressalvando que o padrão de leitura será ocidental (leitura da esquerda para a direita). Foi escolhido a criação de personagens em mangá por se constituir o modelo de desenho que atrai a atenção de crianças e jovens. 3. RESULTADOS ESPERADOS Espera-se contribuir com a divulgação das temáticas referentes ao meio ambiente e sustentabilidade mostrando: a temática resíduos sólidos (Figura 01), as diferenças entre "lixo" e "resíduos sólidos" (Figura 02), Política Nacional de Resíduos Sólidos, classificação dos resíduos sólidos (Figura 03), coleta seletiva, conceito dos 3Rs reduzir, reutilizar e reciclar, entre outros aspectos relacionados.
4 Figura 01. Personagem apresentando a temática abordada Desenho: Jessica Corgosinho Marcucci, Figura 02. Personagem contemplando as diferenças da classificação concernentes aos termos "lixo" e "resíduo sólido". Desenho: Jessica Corgosinho Marcucci, 2015.
5 Figura 03. Personagem apresentando classificação dos resíduos sólidos. Desenho: Jessica Corgosinho Marcucci, Espera-se que o material possa contribuir para a reflexão dos valores e atitudes sustentáveis, considerando igualmente a utilização deste por professores no ensino
6 formal e informal considerando que estes são os principais agentes de um processo transformador onde se propicia a formação de cidadãos que prezem pelo consumo consciente. Há que se destacar que o material deriva como um dos resultados de pesquisa, nível de Mestrado na Pós-Graduação em Geografia UNESP Rio Claro SP, intitulada Limites e possibilidades para o gerenciamento de resíduos sólidos urbanos: o exemplo dos Ecopontos no município de Rio Claro (SP).. Assim, a ideia central é abarcar os resíduos sólidos urbanos no Brasil, mas ilustrar igualmente o exemplo de Rio Claro SP. A partir do material elaborado e finalizado, pretende-se buscar apoio de instituições para confecção do mesmo em formato impresso, para ser distribuído em bibliotecas e escolas. Igualmente, objetivamos a divulgação e disponibilização gratuita em meio digital, permitindo maior acesso a professores, estudantes e demais interessados na temática. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS A elaboração do material está em fase de planejamento e desenvolvimento, de forma que possibilite contemplar um sistema de relação entre o meio natural e social. Pretende-se com a difusão do material educativo a ampliação da divulgação da temática que reforce os conceitos de práticas sustentáveis relacionadas aos resíduos sólidos, como adequada gestão dos resíduos, abarcando armazenamento e disposição dos mesmos, as ações de separação de materiais recicláveis (papel, plástico, vidro e metal) e contribuição a coleta seletiva, destacando o correto acondicionamento dos resíduos sólidos e outros aspectos relacionados a questão. 5. AGRADECIMENTOS Agradecemos a UNESP de Rio Claro SP por todo apoio e infraestrutura disponibilizada e a FAPESP Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo pela oportunidade de Bolsa de Mestrado FAPESP/CAPES, Processo 2015/ , para realização da pesquisa na Pós-Graduação em Geografia UNESP Rio Claro (SP). 6. REFERÊNCIAS BRASIL. Lei de 27 de abril de Institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Documento não paginado. Disponível em: < Acesso em: 15 mai BRASIL. Lei de 02 de Agosto de Política Nacional dos Resíduos Sólidos. Documento não paginado. Disponível em: < Acesso em: 15 mai. 2015
7 BRASIL. Política Nacional de Resíduos Sólidos. Ministério do Meio Ambiente. Documento não paginado. [20-?]. Disponível em: < Acesso em: 15 mai CORTEZ, A. T. C. Embalagens: o que fazer com elas?. Rio Claro: Viena Gráfica e Editora, CORTEZ, A. T. C. Consumo e desperdício: as duas faces da desigualdade. IN ORTIGOZA, S. A. G.; CORTEZ, A. T. C. (org.). Da produção ao consumo: impactos socioambientais no espaço urbano São Paulo: Cultura Acadêmica, Disponível em: < pdf> Acesso em: 07 mai CRISOSTIMO, A. L. Educação Ambiental, reciclagem de resíduos sólidos e responsabilidade social: formação de educadores ambientais. Revista Conexão - Universidade Estadual de Ponta Grossa, Vol. 7, Nº 1, Janeiro-Junho de Disponível em: < Acesso em: 18 mai RIO+20 CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. Desenvolvimento sustentável Disponível em: < Acesso em: 20 jun TROPPMAIR, Helmut. Rio Claro: Ontem e Hoje. Editora Tribuna 2000 S/C Ltda., 2008.
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