RECURSO SUSEPE (Agente Penitenciário)

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Mirela Pinho Barros
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1 RECURSO SUSEPE (Agente Penitenciário) BANCA: La Salle ANO: 2017 MATÉRIA: Legislação PROFESSORA: Joerberth Nunes AVISO: O texto abaixo, para o pedido de recurso, é meramente ilustrativo e não deve ser copiado. Serve para orientar a apresentação dos aspectos relevantes de correções de provas de concursos públicos. O conteúdo deve ser escrito com suas próprias palavras. Questão 64 O crime de importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a qualquer título, de arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da autoridade competente, por previsão expressa da legislação é insuscetível de: a) livramento condicional. b) progressão de regime. c) liberdade provisória. d) detração. e) remição. Resposta da banca: C Comentário do professor: A questão de número 64 questiona acerca da conduta de tráfico internacional de armas, prevista no art. 21, lei 10826/03, o qual, prevê, in verbis: Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a qualquer título, de arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da autoridade competente: Pena reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.

2 Ademais, segundo verifica-se das respostas, ora referindo-se às alternativas, nota-se que a Banca Examinadora busca conhecimento sobre o que dispõe o texto legal sobre o crime acima, logo, de acordo com o gabarito oficial, como sendo alternativa C, refere ser este insuscetível de liberdade provisória, segundo texto expresso de lei, qual seja, art. 21, daquele diploma legal, o qual assim prevê, in verbis : Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são insuscetíveis de liberdade provisória. Ora, de fato, com base no texto legal o crime em tela é inafiançável, porém, este, bem como o art. 14, p.u e o art. 15, p.u, desta lei foram objeto da ADIN , a qual, via controle concentrado de constitucionalidade, entendeu que tais dispositivos contrariam a Constituição Federal, quando á impossibilidade de liberdade provisória, sendo que, desta forma, cabe este benefício a preso por este delito, consoante art. 321 e seguintes do CPP. Assim, ainda que a lei preveja expressamente os termos da resposta da Banca Examinadora, não se pode admitir seja algo dado como correto, se, como referido, há Ação Direta de Inconstitucionalidade que entendeu de forma definitiva e contrária. Logo, é de indagar-se se o candidato deve somente saber o texto de lei ou saber o que, na verdade, é tido como aplicável ou não. Este tipo de questionamento suscita discussão, pois, ante o vasto edital de conteúdo a ser perguntado, a Banca Examinadora preferiu questionar o texto da lei, deixando á margem o objeto da referida ADIN. Ante o exposto, requer a ANULAÇÃO da questão pelos motivos expostos. Questão 75 O crime de disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime é: a) afiançável com pena de reclusão. b) inafiançável com pena de reclusão e multa. c) inafiançável com pena de detenção ou multa. d) afiançável com pena de detenção e multa. e) inafiançável com pena de reclusão ou detenção e multa. Resposta da banca: B Comentário do professor: A questão de número 75 questiona acerca da conduta de disparo de arma de fogo, prevista no art. 15, lei 10826/03, o qual, prevê, in verbis :

3 Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime: Pena reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável. Ademais, segundo verifica-se das respostas, ora referindo-se às alternativas, nota-se que a Banca Examinadora busca conhecimento sobre a espécie de pena privativa de liberdade, qual seja, detenção ou reclusão, bem como se é cumulada ou não multa, além da (in)afiançabilidade do crime em epígrafe. Segundo o gabarito oficial, consta alternativa correta a B, segundo a qual o delito acima é inafiançável com pena de reclusão e multa. Ora, de fato, com base no texto legal o crime em tela é inafiançável, porém, este parágrafo único, bem como o art. 14, p.u e o art. 21, desta lei foram objeto da ADIN , a qual, via controle concentrado de constitucionalidade, entendeu que tais dispositivos eram inconstitucionais, ante a motivação já constante deste julgado, não imperando, pois, a regra do aludido artigo legal, sendo, desta forma, atualmente, o crime citado afiançável nos termos dos artigos 322 e 323, CPP. Desta forma, a Banca Examinadora ao indagar sobre este tema em específico, deve, outrora, guiar-se pela lei, bem como estar atrelada à jurisprudência, até pelo fato de que esta possui efeito erga omnes, sendo, segundo, portanto, repita-se o crime de disparo de arma de fogo é afiançável. Além disso, ainda assim, não merece guarida a alternativa A, pois, segundo nota-se pelas demais alternativas, o crime objeto da questão é punido com pena de reclusão e multa. Ante o exposto, requer a ANULAÇÃO da questão pelos motivos expostos. Questão 80 O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito policial, se com a representação forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de: a) 05 (cinco) dias. b) 10 (dez) dias. c) 15 (quinze) dias. d) 30 (trinta) dias. e) 45 (quarenta e cinco) dias. Resposta da banca: C

4 Comentário do professor: A questão acima referida questionou sobre o prazo que o Ministério Público possui, ao dispensar o inquérito policial, para fins de denúncia, se com a representação forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação penal. De acordo com o gabarito oficial, tem-se com resposta correta a alternativa C, com base, assim entende-se, no art. 39, parágrafo 5º, CPP, in verbis : Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou por procurador com poderes especiais, mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério Público, ou à autoridade policial. 1º A representação feita oralmente ou por escrito, sem assinatura devidamente autenticada do ofendido, de seu representante legal ou procurador, será reduzida a termo, perante o juiz ou autoridade policial, presente o órgão do Ministério Público, quando a este houver sido dirigida. 2º A representação conterá todas as informações que possam servir à apuração do fato e da autoria. 3º Oferecida ou reduzida a termo a representação, a autoridade policial procederá a inquérito, ou, não sendo competente, remetê-lo-á à autoridade que o for. 4º A representação, quando feita ao juiz ou perante este reduzida a termo, será remetida à autoridade policial para que esta proceda a inquérito. 5º O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a representação forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de quinze dias. Porém, merece reparo referido gabarito, pois, a aludida questão não informa se, ainda que dispensado o inquérito policial, o investigado está preso ou solto, pois este dispositivo legal refere-se ao investigado solto, uma vez que, estando preso, o prazo é outro, nos termos do art. 46, CPP, o qual dispõe, in verbis : Art. 46. O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 5 dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver solto ou afiançado. No último caso, se houver devolução do inquérito à autoridade policial (art. 16), contar-se-á o prazo da data em que o órgão do Ministério Público receber novamente os autos. 1º Quando o Ministério Público dispensar o inquérito policial, o prazo para o oferecimento da denúncia contar-se-á da data em que tiver recebido as peças de informações ou a representação 2º O prazo para o aditamento da queixa será de 3 dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos, e, se este não se pronunciar dentro do tríduo, entender-se-á que não tem o que aditar, prosseguindo-se nos demais termos do processo

5 Logo, o art. 39, parágrafo 5º, CPP é voltado para a situação em que o órgão ministerial, por exemplo, recebe a representação da vítima, estando com indícios de autoria e prova da materialidade, porém, estando o autor do crime solto, o que não refere a questão. Caso contrário, estar-se-ia com a resposta correta da alternativa A. Ante o exposto, requer-se a ANULAÇÃO da questão pelos motivos expostos.

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