TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

Transcrição

1 Registro: ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos do Apelação nº , da Comarca de Ipuã, em que é apelante NILTON ALVES DE ALMEIDA RODRIGUES, é apelado MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO. ACORDAM, em 4ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de, proferir a seguinte decisão: "Negaram provimento ao recurso. V. U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores EUVALDO CHAIB (Presidente) e LUIS SOARES DE MELLO., 5 de agosto de IVANA DAVID RELATOR Assinatura Eletrônica

2 APELAÇÃO nº APELANTE: NILTON ALVES DE ALMEIDA RODRIGUES APELADO: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO COMARCA: IPUÃ VOTO Nº 4208 EMENTA: TRÁFICO DE ENTORPECENTES DELAÇÃO PREMIADA INEXISTÊNCIA CONFISSÃO QUE DEVE FAVORECER A ELUCIDAÇÃO DO CRIME RECURSO NÃO PROVIDO. Vistos. Pela r. sentença de fls. 142, prolatada pelo MM. Juiz Marcos de Jesus Gomes, cujo relatório ora se adota,nilton ALVES DE ALMEIDA RODRIGUES restou condenado como incurso no art. 33, caput, e 4º, da Lei n /06 às penas de 01 (um) ano e 08 (oito) meses de reclusão, em regime fechado, e ao pagamento de 166 (cento e sessenta e seis) dias-multa, à razão de 1/30 do valor do salário mínimo vigente à época dos fatos. Inconformado, apelou em busca da aplicação do perdão judicial previsto na Lei n /99. Processado o recurso e contrarrazões ofertadas, a Douta Procuradoria Geral de Justiça manifestou-se pelo não provimento APELAÇÃO Nº IPUÃ VOTO Nº /5

3 do apelo. de abril de Os autos vieram conclusos a esta Relatoria em 14 É o Relatório. O apelante foi acusado pela prática do crime de tráfico de drogas porque, segundo a denúncia, trazia consigo e tinha em depósito, para fins de comércio, 45 pedras de crack prontas para o comércio e 01 pedra de crack sem embalagem, mais 06 cápsulas contendo cocaína e 01 embalagem plástica, também contendo cocaína, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar. Consoante consta da acusação, a polícia militar vinha recebendo notícias por meio do 190 sobre a venda de drogas pelo indiciado, por R$10,00 a unidade de crack e cocaína. Em cumprimento a mandado judicial de busca na residência do indiciado, os policiais encontraram em se poder parte das drogas apreendidas e no interior da residência as demais drogas, além de ampolas vazias e uma lâmina de barbear com resquícios de cocaína, utilizada para racionar porções, bem como certa quantia em dinheiro em notas variadas. Restaram perfeitamente demonstradas a materialidade e autoria e a condenação foi bem decretada e está fundamentada em prova firme e suficiente, contra as quais a defesa sequer se insurge. APELAÇÃO Nº IPUÃ VOTO Nº /5

4 Passa-se então à análise do recurso. Não cabe guarida à pretensão da combativa defesa do apelante Nilton, almejando a concessão do instituto do perdão judicial, previsto no art. 13 da Lei n. Lei n /99. In casu, não há que se falar em perdão judicial porquanto o êxito da investigação policial deu-se em virtude de denuncias anônimas, informando todos os detalhes necessários para a localização do apelante, que permitiram aos policiais, munidos de regular mandado judicial de busca na residência, a detenção e apreensão do réu e das drogas. Assim, quaisquer declarações prestadas por Nilton no decorrer do processo restaram sem relevância. Convém consignar que a razão da benesse está em o acusado trazer elementos que possam auxiliar a Justiça na elucidação da verdade real e, no caso, o apelante permaneceu silente perante a autoridade policial (fls. 14/15) e apenas em juízo confessou a prática do delito, informando que adquiria a droga com indivíduo conhecido como Sassá na cidade de Guará para vende-la em Ipuã (fls. 113). Nesse sentido o recente julgado do C. STJ AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PENAL. INOVAÇÃO RECURSAL.INVIABILIDADE. APELAÇÃO Nº IPUÃ VOTO Nº /5

5 CRIME DE ROUBO CIRCUNSTANCIADO. DELAÇÃO PREMIADA OU PERDÃO JUDICIAL. LEI N.º 9.807/99. AUSÊNCIA DOS PRESSUPOSTOS PARA A CONCESSÃO DO BENEFÍCIO. RECONHECIMENTO DE TRÊS CAUSAS DE AUMENTO DE PENA. ACRÉSCIMO FIXADO EM 1/2 (METADE). FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. AGRAVO PARCIALMENTE CONHECIDO E, NESSA EXTENSÃO, DESPROVIDO. (...) 2. Não estão presentes, na hipótese, os requisitos para a concessão da delação premiada ou do perdão judicial (arts. 13 e 14 da Lei n.º 9.807/99), uma vez que o Tribunal de origem, fundamentadamente, consignou que o depoimento do Agravante não contribuiu de forma eficaz e relevante para o deslinde do caso, mormente para o resgate das vítimas. (...) 4. Agravo regimental parcialmente conhecido e, nessa extensão, desprovido. (STJ - AgRg no REsp /PR, Rel. Min. LAURITA VAZ, Quinta Turma, j. 23/04/2013, DJe 30/04/2013) Ante o exposto, nega-se provimento ao recurso, mantida a r. Sentença pelos seus próprios fundamentos. Ivana David Relatora APELAÇÃO Nº IPUÃ VOTO Nº /5