O Estágio Supervisionado para Formação de Professores: orientações para o estagiário

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1 DISCIPLINA Estágio Supervisionado O Estágio Supervisionado para Formação de Professores: orientações para o estagiário Autoras Tatyana Mabel Nobre Barbosa Claudianny Amorim Noronha Módulo de orientação 01

2 Governo Federal Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva Ministro da Educação Fernando Haddad Secretário de Educação a Distância SEED Carlos Eduardo Bielschowsky Universidade Federal do Rio Grande do Norte Reitor José Ivonildo do Rêgo Vice-Reitora Ângela Maria Paiva Cruz Secretária de Educação a Distância Vera Lúcia do Amaral Secretaria de Educação a Distância- SEDIS Coordenadora da Produção dos Materiais Marta Maria Castanho Almeida Pernambuco Coordenador de Edição Ary Sergio Braga Olinisky Projeto Gráfi co Ivana Lima Revisores de Estrutura e Linguagem Janio Gustavo Barbosa Eugenio Tavares Borges Thalyta Mabel Nobre Barbosa Revisora das Normas da ABNT Verônica Pinheiro da Silva Revisoras de Língua Portuguesa Janaina Tomaz Capistrano Sandra Cristinne Xavier da Câmara Revisor Técnico Leonardo Chagas da Silva Revisora Tipográfi ca Nouraide Queiroz Ilustradora Carolina Costa Editoração de Imagens Adauto Harley Carolina Costa Diagramadores Bruno de Souza Melo Ivana Lima Johann Jean Evangelista de Melo Mariana Araújo de Brito Adaptação para Módulo Matemático Joacy Guilherme de A. F. Filho Imagens Utilizadas Banco de Imagens Sedis (Secretaria de Educação a Distância) - UFRN Fotografias - Adauto Harley Stock.XCHG - Divisão de Serviços Técnicos Catalogação da publicação na Fonte. UFRN/Biblioteca Central Zila Mamede Barbosa, Tatyana Mabel Nobre. Estágio supervisionado interdisciplinar / Tatyana Mabel Nobre Barbosa, Claudianny Amorim Noronha. Natal, RN: SEDIS, v 224 p. 1. Estágio supervisionado. 2. Formação de professores. 3. Educação. I. Noronha, Claudianny Amorim. II. Título. ISBN: CDD RN/UF/BCZM 2008/109 CDU Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

3 Apresentação É comum vermos o aluno, ao chegar o período de cursar a disciplina de estágio, fazer perguntas, como: o que é o estágio? Para que serve o estágio? Quem inventou essa disciplina? Para que eu preciso fazer estágio, se já sou professor atuante? É normal pensar que o estágio nada mais é do que o momento em que demonstramos o que aprendemos a respeito dos conhecimentos que envolvem a área para a qual nos formamos. Isso porque a concepção que temos de estágio está intimamente ligada à relação que fazemos deste com experiências de trabalho nas quais aprendemos ao praticar ou praticamos para consolidar algo que conhecemos previamente. Entretanto, o estágio curricular obrigatório para a formação de professores envolve aspectos muito mais relevantes, os quais têm sido ponto de refl exão não apenas entre profi ssionais das instituições formativas, mas também entre todos aqueles que discutem a melhoria na qualidade da formação do professor. Esses aspectos presumem a formação de um profissional capaz de refletir, interpretar, questionar e melhorar a sua prática, de modo a proporcionar um aprender significativo. Nessa perspectiva, este módulo foi estruturado no sentido de ajudá-lo a compreender melhor em que consiste essa atividade em sua formação; quais os seus objetivos; como ela está distribuída e o que se espera do estagiário ao longo dos três semestres de Estágio Supervisionado; quem serão os interlocutores e os seus papéis. Descreveremos brevemente, ainda, como os módulos que aqui desempenham um papel diferente daquele de aulas, ao qual o estagiário está acostumado estão organizados, de modo a oferecer orientações ao aluno no decorrer do seu período de estágio. Sendo assim, sugerimos que este módulo seja o primeiro a ser estudado pelo estagiário, junto ao grupo de apoio, colegas do pólo, e sob a orientação do tutor de estágio, pois permitirá que ele compreenda melhor a dinâmica do estágio com a qual se deparará nesse período fi nal de formação. Módulo de orientação 1 Estágio Supervisionado 1

4 Conteúdo 1 O que é o Estágio Supervisionado? 2 Objetivos do Estágio Supervisionado 3 O Estágio Supervisionado na SEDIS Etapas do Estágio Supervisionado Quem são os envolvidos no estágio e qual o seu papel? Os módulos de Estágio O que é Estágio Supervisionado? Com a dinâmica de transformações que atualmente vivenciamos, seja na tecnologia, na ciência, no social ou, particularmente falando, na atividade do professor, nunca nos sentimos inteiramente formados, estamos sempre em busca de nos atualizarmos. Nessa perspectiva, a formação inicial confi gura-se como o começo da busca de uma base para o exercício da atividade em diferentes áreas de atuação. Para que essa base seja solidamente formada, de modo a atender às necessidades impostas ao desempenho da profi ssão docente, torna-se necessário que essa formação, entre outros, esteja fi rmada em concepções e práticas que levem à refl exão, no sentido de promover os saberes teóricos e práticos, permitindo ao professor ou futuro professor uma análise integral e sistemática da ação educativa de forma investigativa e colaborativa. Nesse sentido, o Estágio Supervisionado desempenha um importante papel na formação do futuro profissional da educação. Mas, o que signifi ca Estágio Supervisionado? Compreender primeiramente o que é ou como se conceitua o Estágio Supervisionado é de muita importância para você. Fizemos, inicialmente, uma pequena pesquisa no Dicionário Aurélio (FERREIRA, 2004) a respeito do significado das palavras estágio, estagiário e supervisionado e obtivemos o seguinte: 2 Módulo de orientação 1 Estágio Supervisionado

5 Estágio [Do fr. stage < lat. med. stagium.]. Substantivo masculino. 1.Aprendizado, exercício, prática, tirocínio (de advogado, médico, dentista, etc.); 2.Situação transitória, de preparação; 3.Aprendizado de especialização que alguém faz numa repartição ou em qualquer organização, pública ou particular. Estagiário Adjetivo. 1.Relativo a estágio: período estagiário; tarefa estagiária. Substantivo masculino. 2.Aquele que faz estágio (1 e 3). [Fem.: estagiária. Cf. estagiaria, do v. estagiar.] Supervisionar [De supervisão + -ar 2, seg. o padrão erudito.] Verbo transitivo direto. 1.Bras. Supervisar. Supervisar - [Do ingl. (to) supervise.] Verbo transitivo direto. 1.Dirigir, orientar ou inspecionar em plano superior. [Sin., bras.: supervisionar.] Como o próprio nome já diz, o Estágio Supervisionado é o momento em que o futuro profi ssional, nesse caso, o futuro professor, vivencia momentos práticos em sua área de formação sob a supervisão de um profi ssional já formado, e essencialmente no seu futuro ambiente de atuação, ou seja, nas unidades escolares. É simples assim? Basta praticar? Não, como já mencionamos, para acompanhar a dinâmica de transformações mundiais, que exige cada vez mais do profissional, referindo-se não apenas ao professor, mas também aquele profissional que depende do professor para sua formação, prática apenas não basta. Dessa forma, o estágio curricular obrigatório surge como um elemento aglutinador na formação docente, que considera a ação e a prática num processo contínuo de reflexão e construção, por meio da vivência da realidade social, educacional e escolar, e possibilita ao formando pensar em aspectos relevantes, tais como: o que envolve o processo ensino e aprendizagem e a organização administrativa e pedagógica da escola. Esses questionamentos e reflexões constituem-se como um momento oportuno e relevante para o desenvolvimento de atividades de pesquisa. As atividades de pesquisa permitem ao estagiário repensar constantemente a teoria e a prática, de forma a desenvolver a refl exão sobre o ser professor. Para isso, ele deve ir além do conhecimento enciclopédico e perceber a escola numa teia de relações, criando condições para inserir-se nas experiências sociais de modo a tornar a prática pedagógica uma constante releitura de ação. Módulo de orientação 1 Estágio Supervisionado 3

6 Objetivos do Estágio Supervisionado Os saberes docentes, como nos dizem Pimenta e Lima (2004), não se restringem às paredes da sala de aula, uma vez que as relações aí estabelecidas são determinadas pelos contextos mais amplos a cultura escolar, pedagógica, administrativa, a comunidade na qual se insere, os alunos e seu mundo, os professores e sua história, os sistemas de ensino, as demais instituições sociais e de cultura, a sociedade em geral. Dessa forma, o estágio contribui para a formação docente ao propiciar que tanto os futuros professores quanto aqueles que já exercem o magistério reflitam sobre essas determinações. Sendo assim, na expectativa da formação de um professor capaz de refl etir sobre a prática, são objetivos do Estágio Supervisionado possibilitar ao estagiário: Compreender o contexto da realidade social da escola campo de estágio, de modo a permitir ao licenciando posicionar-se criticamente face a essa realidade e participar de sua transformação. Adotar comportamentos e tomar decisões pautadas na ética, na superação de preconceitos, na aceitação da diversidade física, intelectual, sensorial, cultural, social, racial, lingüística e sexual dos alunos, tendo como princípio básico que todos são capazes de aprender. Desenvolver habilidades e explorar concepções de ensino-aprendizagem na sua área de conhecimento. Organizar e vivenciar os processos de ensino-aprendizagem e repensar os conteúdos e práticas de ensino, levando em conta o contexto social, os objetivos da escola, as condições da instituição escolar e as motivações e experiências dos alunos. Criar, realizar, avaliar e melhorar propostas de ensino e aprendizagem, procurando integrar as áreas de conhecimento e estimular ações coletivas na escola, de modo a propor uma nova concepção de trabalho educativo. Investigar o contexto educativo na sua complexidade e refl etir sobre a sua prática profi ssional e as práticas escolares, de modo a propor soluções para os problemas que se apresentem. O alcance desses objetivos pressupõe a formação de um professor que não se torne, em sua prática, um mero executor de modelos, de decisões alheias, mas capaz de analisar, discutir, confrontar práticas e teorias, e produzir novos conhecimentos referenciados ao contexto histórico, escolar e educacional. 4 Módulo de orientação 1 Estágio Supervisionado

7 Para refletir A ação docente não envolve apenas o saber fazer, os motivos que levam um professor a desenvolver uma determinada ação refletem um desejo, uma intencionalidade, uma necessidade do sujeito, medida pelos sistemas de valores coletivos e pelos compromissos que orientam a educação. Como coloca Sacristán (1999, p.13), As ações que se empreendem em educação, tanto individuais como coletivas, não poderiam ser entendidas se não se considerar a que conduzem, para que se realizam. Portanto, a relação teoria e prática é insuficiente para se entender ou planejar a ação, se ela não contemplar a intenção e a escolha de alternativas e tomada de decisões, ou seja, a mediação do sujeito, a sua subjetividade. O Estágio Supervisionado na SEDIS Os Estágios Supervisionados para a sua Licenciatura constituem um conjunto de Atividades Especiais Coletivas, que envolve aspectos teóricos e práticos. Tais atividades implicam a orientação de um Professor Orientador do estágio, da Universidade, a qual se dá pela mediação de um Tutor de Estágio no Pólo e diálogos propiciados na página da disciplina, além do acompanhamento e co-orientação de um Professor Colaborador na escola campo de estágio. Essas atividades são requisitos indispensáveis para a graduação de professores da Educação Básica em nível superior. Portanto, são oferecidas regular e coletivamente, em turmas registradas e, ressaltamos, desenvolvidas prioritariamente em unidades escolares e na área de conhecimento da licenciatura escolhida pelo aluno e/ou nas áreas de competência pedagógica necessárias a um professor. Etapas do Estágio Supervisionado O estagiário deve cumprir três atividades de estágio, as quais estão descritas no Quadro 1 e no Quadro 2, são elas: Estágio Supervisionado I, Estágio Supervisionado II e Estágio Supervisionado III. Essas etapas foram pensadas de tal forma que, para desenvolvêlas, é essencial você ter cursado a disciplina Instrumentação para o Ensino da sua área, bem como, no mínimo, uma disciplina específi ca do seu curso. Isso é necessário para que seu estágio possa contribuir adequadamente na sua formação, num momento específico das reflexões propiciadas pelo curso, bem como contribuir adequadamente para a escola. Mesmo que já ministre aulas há algum tempo, essas disciplinas são necessárias para que você vivencie o estágio na perspectiva do Projeto de formação oferecido pelo seu curso. Módulo de orientação 1 Estágio Supervisionado 5

8 Ao desenvolver a leitura do Quadro 1, atente para o fato de que o primeiro semestre de estágio é o momento no qual você prevê sua imersão gradual na escola, com orientações para atingir um conhecimento profundo acerca das possibilidades da escola ao planejar sua atuação integral como docente, que se constituirá a partir do segundo semestre de estágio. Ainda no primeiro semestre, você irá realizar uma atividade pontual que visa lhe possibilitar experimentar a interação com o público específico da escola, e utilizar essa experiência para ajustar suas habilidades e competência nessa interação. Isso facilitará o planejamento das atividades do segundo e terceiro semestres em linhas gerais, subsidiando a contextualização do ensino a ser desenvolvido, e a identifi cação de materiais relevantes a serem produzidos ou selecionados para aquelas duas etapas. Somente a partir do segundo semestre de estágio, como pode ser constatado no Quadro 2, você assumirá integralmente a regência de uma turma, devendo ser ajustado com o Professor Colaborador o momento em que você passará a atuar como docente da turma, deixando a este apenas a tarefa de supervisioná-lo e orientá-lo. Perceba, fi nalmente, que entre o segundo e o terceiro semestres do estágio você irá propor uma investigação ou um tipo de intervenção diferenciado, para contribuir com algum aspecto da realidade escolar que lhe tenha chamado mais a atenção. Analise mais detalhadamente a descrição exposta no Quadro 1, a seguir. Quadro 1 - Atividade Especial Coletiva Estágio Supervisionado I Descrição Objetivos Produções Essa atividade tem carga horária de 100h e prevê a imersão gradual do estagiário no ambiente escolar, com atuação pontual extra-disciplinar ou não. Planejamento para atuação no ano seguinte, com produção de materiais. Inserir-se numa realidade de ensino específi ca (escola campo de estágio) e desenvolver olhar refl exivo sobre esta, caracterizando e compreendendo sua estrutura e dinâmica. Observar e refletir sobre o cotidiano de uma turma de um ano escolar específico, junto ao Professor Colaborador do estágio. Propor e vivenciar uma prática pedagógica de pequena dimensão e ter oportunidade de autoavaliar-se nesse processo. Registro e reflexões sobre o que foi observado e caracterizado no campo de estágio. Registro e observação de uma turma cujo ano será objeto de refl exão para a proposição de um plano de trabalho para esta, a ser desenvolvido nos Estágios II e III. Desenvolvimento de atividade pontual que corresponda com o contexto da escola campo de estágio e que atenda às necessidades apontadas a partir das observações anteriormente realizadas, a exemplo de mini-cursos ou palestras voltadas para alunos, pais ou profissionais da educação, colaborações em projetos em curso na escola, laboratórios, bibliotecas e outros. Avaliação e registro da atividade planejada, de seu desempenho e dos resultados obtidos a partir desta. 6 Módulo de orientação 1 Estágio Supervisionado

9 Planejar a atuação de dois semestres de docência em uma turma de um ano escolar específico. Produzir materiais que dêem subsídios a sua prática nos semestres subseqüentes. Plano de Ensino que será posto em prática nos dois semestres seguintes, relativos às atividades Estágio Supervisionado I e II. Materiais de ensino confeccionados de modo a atender às necessidades das ações descritas no Plano de Ensino. Quadro 2 - Atividades Especiais Coletivas Estágio Supervisionado II e III Atividades Especiais Coletivas Descrição Objetivos Produções Estágio Supervisionado II (Carga horária de 150 horas) Regência do processo de aprendizagem de uma turma, durante um semestre letivo. Proposta de investigação / intervenção para o semestre seguinte. Desenvolver de forma reflexiva o trabalho pedagógico junto a uma turma da Educação Básica, num semestre letivo. Refletir sobre a realidade escolar (e comunidade em que a escola se insere) propondo questões e procedimentos que ajudem a compreender e/ou resolver problemas identificados. Registro reflexivo com ajuste contínuo do Plano de Ensino à realidade vivenciada no semestre específico de atuação. Atividades propostas e desenvolvidas junto à turma de estágio e, se for o caso, com outros sujeitos do contexto escolar; e instrumentos avaliativos utilizados nas aulas. Registro e reflexão da experiência vivenciada nesse semestre de estágio, fazendo levantamento de difi culdades e propostas de superações. Plano de investigação e/ou intervenção para o próximo semestre. Estágio Supervisionado III (Carga horária de 150 horas) Regência do processo de aprendizagem de uma turma, durante um semestre letivo. Desenvolvimento de investigação /intervenção. Produção textual relacionada à vivência nas três atividades de Estágio Supervisionado. Desenvolver de forma reflexiva o trabalho pedagógico junto a uma turma da educação básica, num semestre letivo, tendo como base a continuidade da experiência vivenciada no semestre anterior. Desenvolver práticas ou investigações concernentes a questões ou problemas observados. Sistematizar de forma reflexiva sua experiência de estágio, de modo a poder contribuir com outras práticas. Plano de Ensino, dos dois semestres, ajustado, se necessário, tendo como base a realidade vivenciada com a turma. Atividades propostas e desenvolvidas junto à turma de estágio e, se for o caso, com outros sujeitos do contexto escolar e instrumentos avaliativos utilizados nas aulas. Produção do trabalho final de estágio, considerando a experiência vivenciada durante os três semestres de estágio. Módulo de orientação 1 Estágio Supervisionado 7

10 Ao ler o quadro anterior, você pode estar pensando: Vou conseguir fazer isso?, Estou preparado?. Bom, durante todo o seu curso você vivenciou disciplinas que objetivavam prepará-lo para uma atuação segura e qualitativa, de modo a não apenas adicionar novos conceitos, mas também proporcionar situações em que estes pudessem ser aplicados na prática e/ou analisados nos contextos que os envolvem. Entretanto, não queremos abandonar você com suas recordações de curso. Nesse sentido, o Estágio Supervisionado tem sido planejado de modo a possibilitar uma inserção gradual sua na escola. Note que no primeiro semestre você não assume integralmente uma turma, mas acompanha o trabalho desenvolvido por outro professor com vivência prévia na escola. Além disso, você poderá contar com uma estrutura organizada que visa contribuir positivamente para sua prática de estágio, entre elas temos: os interlocutores, pessoas que devem interagir de modo colaborativo e cooperativo; e o Guia do Estágio Supervisionado. Quem são os envolvidos no estágio e qual o seu papel? Como já mencionamos, no decorrer dos três semestres de Estágio Supervisionado, você vivenciará uma dinâmica de trabalho em que irá interagir com outras pessoas. Essa interação tem como meta uma ação colaborativa e cooperativa entre os envolvidos. Sobre ação colaborativa e cooperativa, Fioerentini (2006) apresenta a diferenciação entre essas duas formas de trabalho coletivo com base nos estudos de Boavida e Ponte (2002 apud FIORENTINI, 2006) que ajudam a esclarecer etimologicamente esse significado. Para esses autores, embora as denominações cooperação e colaboração tenham o mesmo prefi xo co, que signifi ca ação conjunta, elas diferenciam-se pelo fato da primeira ser derivada do verbo latino operare (operar, executar, fazer funcionar, de acordo com o sistema) e a segunda laborare (trabalhar, produzir, desenvolver atividades tendo em vista determinado fi m). Assim, na cooperação, uns ajudam os outros (co-operam), executando tarefas cujas fi nalidades geralmente não resultam de negociação conjunta do grupo, podendo haver subserviência de uns em relação a outros e/ou relações desiguais hierárquicas. Na colaboração, todos trabalham conjuntamente (colaboram) e se apóiam mutuamente visando atingir objetivos comuns negociados pelo coletivo do grupo. Na colaboração, as relações, portanto, tendem a ser não-hierárquicas, havendo liderança compartilhada e co-responsabilidade pela condução das ações. 8 Módulo de orientação 1 Estágio Supervisionado

11 Entre esses interlocutores, temos aqueles que estão envolvidos na organização e acompanhamento do estágio, alguns deles em instâncias mais amplas, ocupadas do funcionamento geral da Atividade, são eles: Coordenador de Estágio da SEDIS e Coordenador de Pólo; há, ainda, aqueles que estarão interagindo, apoiando e avaliando mais diretamente o seu processo individual, entre eles temos: Professor Orientador (e Monitores), Tutor de Estágio, Grupo de Apoio, Supervisor Escolar de Estágio e Professor Colaborador. Coordenador de Estágio da SEDIS encaminha os dados pessoais dos estagiários para a Pró-Reitoria de Administração, solicitando a sua inclusão na Apólice de Seguro Contra Acidentes Pessoais; faz cumprir a legislação e normas aplicáveis aos Estágios Supervisionados e os convênios estabelecidos com as escolas campo de estágio, quando houver; organiza seminários e/ou apóia eventos para discutir questões que visem à melhoria na qualidade de desenvolvimento do estágio e da formação de professores; avalia e, quando necessário, reformula as atividades de Estágio Supervisionado de seus cursos; contribui para integrar ações dos estágios com projetos mais amplos entre UFRN e escolas campo de estágio. Coordenador de Pólo formaliza o encaminhamento dos estagiários às escolas campo de estágio, por solicitação do tutor de estágio; promove a interação das Secretarias de Educação e escolas com a UFRN-SEDIS; encaminha e mantém atualizada, a partir de dados organizados com os tutores junto à Coordenação de Estágio da SEDIS, a relação de alunos estagiários com as respectivas escolas campo de estágio. Professor Orientador é um professor da UFRN, que dá suporte aos alunos e ao Tutor de Estágio através da página. É esse profissional quem implementa e coordena as ações pedagógicas a serem desenvolvidas com os estagiários, através do Tutor de Estágio, e avalia o que foi produzido pelos alunos no desenvolver do estágio. Além disso, orienta, a cada semestre, o encaminhamento de estagiários às escolas campo de estágio e oferece sugestões de atividades e materiais que podem ser utilizados pelos estagiários nas mesmas. Tutor de Estágio é o profissional da área pedagógica que organiza os encontros regulares entre os estagiários, organizando e orientando Grupos de Apoio; recebe e avalia periodicamente as produções dos alunos; promove e media a interação entre estagiários e o professor orientador; formaliza o encaminhamento dos estagiários às escolas campo de estágio comunica-se regularmente com estas, buscando informações sobre o desempenho de cada estagiário; avalia local e globalmente o desenvolvimento do estágio, fazendo, para isso, visitas de observação do estágio nas escolas e contribuindo com o Coordenador de Pólo para identificar pontes de interação entre escolas e UFRN-SEDIS. Apólice de Seguro Contra Acidentes Pessoais A Apólice de Seguro Contra Acidentes Pessoais do estagiário é um instrumento legal de responsabilidade da UFRN, através da Pró-Reitoria de Administração. Termo de Compromisso do Estagiário O Termo de Compromisso do Estagiário é um instrumento legal que deverá ser firmado entre a escola campo de estágio e o licenciando estagiário, com intervenção obrigatória da UFRN, por meio da Coordenação dos Estágios da SEDIS. É um dos documentos que devem ser levados pelo estagiário ao se apresentar na escola campo de estágio para a realização das Atividades Especiais Coletivas de Estágio Supervisionado. Supervisor Escolar de Estágio é responsável pela organização e acompanhamento do estágio na escola. É quem recebe o estudante para estágio, oferecendo-lhe condições para o exercício de atividades práticas relacionadas à sua área de formação acadêmica e profissional, firmando com este o Termo de Compromisso do Estagiário. É responsável por incluir nas atividades regulares do ano letivo ações e eventos desenvolvidos pelos estagiários. Media o primeiro contato entre Professor Colaborador e estagiário e observa o bom andamento da colaboração entre os dois, ao longo do estágio. Além disso, esse Módulo de orientação 1 Estágio Supervisionado 9

12 profi ssional será responsável por comunicar ao Tutor de Estágio ou ao Professor Orientador de Estágio da UFRN-SEDIS qualquer ocorrência que possa prejudicar o desenvolvimento do estágio. É importante observar que poderá haver casos em que o supervisor escolar de estágio também será o professor colaborador de estágio. Professor Colaborador de Estágio é o professor da disciplina na escola campo de estágio e quem colabora com o estagiário em sala de aula durante o desenvolvimento das suas atividades de docência, orientando e acompanhando a execução destas; avalia o estagiário nos aspectos relacionados ao desempenho e à freqüência nas atividades do estágio realizadas na escola campo de estágio; contribui para analisar a continuidade das atividades do estagiário, informando ao Supervisor Escolar de Estágio e ao Tutor de Estágio o andamento das Atividades, bem como solicitando, se necessário, que se considere o desligamento do estagiário da escola campo de estágio. Grupo de Apoio é um grupo formado pelos estagiários sob a coordenação do Tutor de Estágio, com encontros presenciais e que tem como objetivo garantir a troca de experiências entre os estagiários; a reflexão coletiva e o compromisso com essa reflexão; a discussão de dúvidas e proposição de soluções para problemas enfrentados pelos estagiários no desenvolver de suas atividades; a implementação de ações colaborativas entre os alunos, de modo que possam apoiar e receber apoio para o desenvolvimento de ações do estágio a partir da interação com o outro. Veja no Fichário do Estágio: a Ficha de Controle de Presença; o Termo de Compromisso do Estagiário. Mas, não são apenas essas pessoas que desempenham papel importante nas Atividades de Estágio Supervisionado. O último e, talvez, mais importante personagem dessa atividade e com grande participação no sucesso de sua realização é você, estagiário. Para isso, compete ao estagiário: assumir as responsabilidades de um professor em formação, zelando pelo bom nome da escola campo de estágio e por suas normas, respeitando colegas, funcionários e alunos e contribuindo para o clima de harmonia; cumprir a carga horária defi nida para os Estágios Supervisionados; desenvolver o plano de atividades em conjunto com o Tutor de Estágio e Professor Colaborador e/ou também com o Professor Orientador; apresentar relatórios parcial e/ou final quando solicitado pelo Tutor de Estágio e/ou Professor Orientador; propor eventuais modifi cações no plano de atividades, se necessário; participar dos encontros regulares do Grupo de Apoio, contribuindo com as reflexões bem como com as atividades coletivas junto a colegas do curso; solicitar apoio do Professor Colaborador e/ ou Supervisão Escolar em suas atividades de estágio, quando pertinente. 10 Módulo de orientação 1 Estágio Supervisionado

13 Os módulos de Estágio Além dos interlocutores de estágio, há ainda o material impresso que, como você já deve ter notado, tem uma estrutura diferenciada daquela com a qual você está acostumado, a de aula. O Guia do Estágio Supervisionado tem como meta dar uma orientação sobre as atividades desenvolvidas durante os três semestres de estágio, estando dividido por temas que poderão lhe orientar nos seguintes aspectos: planejamento de ações a serem desenvolvidas no estágio; registro e reflexões de experiências; processo e instrumentos de avaliação do estagiário. Nesse sentido, o material de Estágio Supervisionado que você recebeu foi dividido nos seguintes módulos: Módulo de Orientação 1 O Estágio Supervisionado para Formação de Professores: orientações para o estagiário Nesse módulo, como você já deve ter percebido durante sua leitura, buscamos orientá-lo em aspectos mais amplos sobre o estágio, como: a defi nição de Estágio Supervisionado; a forma de organização das Atividades Especiais Coletivas Estágio Supervisionado na SEDIS; e o que se espera do estagiário no desenvolver dessas Atividades. De modo mais específico, buscamos nesse módulo orientá-lo sobre que atividades desenvolver, sobre quem são as pessoas que estarão contribuindo com essa etapa e sua formação e quais seus papéis, bem como apresentando a organização do Guia do Estágio Supervisionado. Módulo de Orientação 2 Estágio Supervisionado: oportunidade para pesquisa A partir da análise de questões relacionadas à prática docente como: a adoção, muitas vezes, inconscientemente, por parte dos professores, de uma prática baseada na identificação de modelos, ou mesmo no recurso de técnicas isoladas, dispersas de um contexto, a fim de proporcionar aulas mais interessantes, você verificará a importância da adoção de uma postura reflexiva baseada em uma constante relação entre teoria e prática, observando a pesquisa como a consolidação da busca de melhoria de sua prática docente. Nesse sentido, você verificará as contribuições trazidas pelo estágio ao desenvolvimento dessa postura investigadora e reflexiva. Módulo de Orientação 3 O período de observação da escola: criando um outro olhar sobre os espaços, sujeitos e ações de uma antiga conhecida nossa Nesse módulo, orientaremos o período de observação da escola. A partir da noção de observação participante, você deve analisar quatro aspectos fundamentais: sua estrutura física, material e socioeconômica; o perfi l dos seus alunos; o perfi l do seu corpo docente; seu projeto político pedagógico e atuação da direção e equipe técnica. Nesse sentido, encaminhamos quatro roteiros de observação e orientações para registro no diário de campo. Com isso, você poderá reunir elementos importantes para seu planejamento. Módulo de orientação 1 Estágio Supervisionado 11

14 Módulo de Orientação 4 Propostas de ações colaborativas para o estágio: a interface entre os conhecimentos escolares e acadêmicos A partir da noção de aprendizagem por alternância, propomos, nesse módulo, a interface entre os conhecimentos acadêmicos e escolares para a realização de um trabalho colaborativo entre estagiário e professor. Nesse sentido, sugerimos diversas ações pontuais que podem ser desenvolvidas no Estágio Supervisionado I ou mesmo implementadas ao longo dos demais estágios. Módulo de Orientação 5 Materiais didáticos: como avaliar, utilizar e (re)elaborar A análise crítica, utilização e (re)elaboração de materiais didáticos é fundamental para o quotidiano docente. Por isso, nesse módulo, propomos parâmetros de análise dos livros didáticos e sugestões de utilização de materiais alternativos para o ensino. Módulo de Orientação 6 Planejamento de ensino I: objetivos, conteúdos, métodos e avaliação da aprendizagem Trabalharemos os diferentes elementos constitutivos do planejamento e orientaremos a elaboração do planejamento de ensino a ser desenvolvido ao longo dos Estágios Supervisionados. Nesse módulo, você conhecerá como seu trabalho poderá ser desenvolvido a partir de aulas expositivas e realização de seminários: quais tipos de conteúdos são mais adequados para cada método, como planejar, desenvolver e avaliar a partir de cada situação de ensino. Módulo de Orientação 7 Planejamento de ensino II: objetivos, conteúdos, métodos e avaliação da aprendizagem Esse módulo dá continuidade ao anterior. Nele, trabalharemos a noção de avaliação em diferentes momentos da aprendizagem. Orientamos o planejamento de ensino a partir do desenvolvimento de aulas de campo e júris simulados. Módulo de Orientação 8 A avaliação do estágio: um processo de refl exão contínua Nesse módulo, você irá conhecer os instrumentos de avaliação do estagiário ao longo de suas atividades, bem como os aspectos que abrangem esses instrumentos, sendo orientado a utilizá-los de modo a organizar a sua prática ao longo das três etapas de estágio. Módulo de Orientação 9 A (re)escrita do trabalho avaliativo fi nal: o relatório, o artigo científico e o memorial A avaliação do estágio será uma ação contínua realizada pelos diferentes sujeitos que dele participam. Escrever ao final de cada estágio permite a síntese dos aspectos importantes da iniciação institucional docente. Assim, neste módulo, orientaremos a avaliação do estágio a partir da produção de três diferentes gêneros acadêmicos: o relatório, o artigo científico e o memorial. Módulo de Orientação 10 Informações para a escola Esse é um módulo voltado diretamente para aqueles que recebem o estagiário no campo de estágio. Nele, tanto o Professor Colaborador quanto o Supervisor Escolar de Estágio têm a oportunidade de conhecer como estão distribuídas as etapas de estágio, quais as atividades que correspondem a cada uma dessas, bem como quais os seus papéis nesse processo. Além disso, nesse módulo, esses profissionais são orientados a respeito de como se dá 12 Módulo de orientação 1 Estágio Supervisionado

15 o processo de avaliação do estagiário e de quais instrumentos serão utilizados por eles para esse fim. Módulo de Orientação 11 Fichário de Estágio Nesse módulo, você encontrará todos os documentos que foram mencionados nos nove primeiros módulos do Guia do Estágio Supervisionado e que lhe serão necessários durante os três períodos de estágio. Em seu estudo, é necessário que o Módulo de Orientação 1, O Estágio Supervisionado para Formação de Professores: orientações para o estagiário, e Módulo de Orientação 2, Estágio Supervisionado: oportunidade para pesquisa, sejam lidos integralmente e no início do Estágio Supervisionado I, pois eles lhe darão as informações necessárias para você poder ter um maior proveito no estudo dos demais módulos que, por sua vez, devem ser consultados à medida que você for recebendo orientações do Tutor de Estágio ou do Professor Orientador, ou mesmo quando você precisar de informações específicas contidas neles. Os módulos do Guia do Estágio Supervisionado foram pensados de modo a ajudá-lo a conhecer, a saber como desenvolver e a pensar a sua prática pedagógica não apenas para o período de estágio, mas para além dele. É importante que você tire o maior proveito possível desse material, de modo a pensar e repensar a sua prática pedagógica proporcionando situações didáticas que facilitem o desenvolvimento, em sala de aula, dos conhecimentos necessários ao seu aluno. Leitura complementar BARREIRO, Iraíde Marques de Freitas. GEBRAN, Raimunda Abou. Prática de ensino e estágio supervisionado na formação de professores. São Paulo: Avercamp, A autora discute as competências do professor e suas dimensões estética, ética e política, fazendo uma reflexão entre diferentes pontos de vista, considerando o que dizem as diretrizes de formação de professores e pesquisadores da área sobre quais competências devem ser desenvolvidas por um professor da Educação Básica. Módulo de orientação 1 Estágio Supervisionado 13

16 Referências BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº. 9394, de 20 de dezembro de Estabelece as diretrizes e bases da Educação Nacional. Brasília, BRASIL. MEC/CNE. Parecer 009/2001. Estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena. Brasília, BRASIL. MEC/CNE. Resolução CNE/CP 01/2002. Institui as Diretrizes Curriculares para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica, em nível superior, cursos de licenciatura, de graduação plena. Brasília, DIAS, Rosanne E.; LOPES, Alice C. Competências na formação de professores no Brasil: o que (não) há de novo. Educação & sociedade, Campinas, v. 24, n. 85, p , FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Eletrônico Aurélio. 3. ed. Curitiba: Editora Positivo, FIORENTINI, Dario. Pesquisar práticas colaborativas ou pesquisar colaborativamente? In: BORBA, Marcelo de Carvalho; ARAÚJO, Jussara de Loiola (Org.). Pesquisa qualitativa em educação matemática. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, PERRENOUD, Philippe et al. Formando professores profi ssionais: quais estratégias? quais competências?. 2. ed. Tradução de Fátima Murad e Eunice Gruman. Porto Alegre: Artmed, PIMENTA, Selma Garrido; LIMA, Maria Socorro Lucena. Estágio e docência. São Paulo: Cortez, (Coleção docência em formação. Série saberes pedagógicos). SACRISTÁN, José Gimeno. Poderes instáveis em educação. Tradução. Beatriz Afonso Neves. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, Original em espanhol. 14 Módulo de orientação 1 Estágio Supervisionado

17 Anotações Módulo de orientação 1 Estágio Supervisionado 15

18 Anotações 16 Módulo de orientação 1 Estágio Supervisionado

19 Estágio Supervisionado I INTERDISCIPLINAR EMENTA Apresenta as diferentes interfaces do estágio supervisionado, focalizando, principalmente, suas concepções e orientações institucionais para a formação docente; as orientações práticas para a vivência pedagógica e o planejamento do estágio na escola e a interlocução entre os saberes acadêmicos e escolares; como também os princípios de avaliação e acompanhamento do estagiário pelos diferentes sujeitos do estágio na EaD. AUTORAS Claudianny Amorim Noronha Tatyana Mabel N. Barbosa AULAS 01 Módulo de orientação 1 O Estágio Supervisionado para Formação de Professores: orientações para o estagiário 02 Módulo de orientação 2 O Estágio Supervisionado como possibilidade de pesquisa-formação 03 Módulo de orientação 3 O período de observação da escola: criando um outro olhar sobre os espaços, sujeitos e ações de uma antiga conhecida nossa 04 Módulo de orientação 4 Propostas de ações colaborativas para o Estágio: a interface entre os conhecimentos escolares e acadêmicos 05 Módulo de orientação 5 Materiais didáticos: como avaliar, utilizar e (re)elaborar 06 Módulo de orientação 6 Planejamento de ensino I: objetivos, conteúdos, métodos e avaliação da aprendizagem 07 Módulo de orientação 7 Planejamento de ensino II: objetivos, conteúdos, métodos e avaliação da aprendizagem 08 Módulo de orientação 8 A avaliação do estágio: um processo de reflexão contínua 09 Módulo de orientação 9 A (re)escrita do trabalho avaliativo final: o relatório, o artigo científico e o memorial 10 Módulo de orientação 10 Estágio Supervisionado: o papel da escola como instituição co-formadora 11 Fichário de estágio 2º Semestre de 2008 Impresso por: Gráfica Texform

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21 VERSÃO DO PROFESSOR DISCIPLINA Estágio Supervisionado O Estágio Supervisionado como possibilidade de pesquisa-formação Autoras Tatyana Mabel Nobre Barbosa Claudianny Amorim Noronha Módulo de orientação 02

22 Governo Federal Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva Ministro da Educação Fernando Haddad Secretário de Educação a Distância SEED Carlos Eduardo Bielschowsky Universidade Federal do Rio Grande do Norte Reitor José Ivonildo do Rêgo Vice-Reitora Ângela Maria Paiva Cruz Secretária de Educação a Distância Vera Lúcia do Amaral Secretaria de Educação a Distância- SEDIS Coordenadora da Produção dos Materiais Marta Maria Castanho Almeida Pernambuco Coordenador de Edição Ary Sergio Braga Olinisky Projeto Gráfi co Ivana Lima Revisores de Estrutura e Linguagem Janio Gustavo Barbosa Eugenio Tavares Borges Thalyta Mabel Nobre Barbosa Revisora das Normas da ABNT Verônica Pinheiro da Silva Revisoras de Língua Portuguesa Janaina Tomaz Capistrano Sandra Cristinne Xavier da Câmara Revisor Técnico Leonardo Chagas da Silva Revisora Tipográfi ca Nouraide Queiroz Ilustradora Carolina Costa Editoração de Imagens Adauto Harley Carolina Costa Diagramadores Bruno de Souza Melo Ivana Lima Johann Jean Evangelista de Melo Mariana Araújo de Brito Adaptação para Módulo Matemático Joacy Guilherme de A. F. Filho Imagens Utilizadas Banco de Imagens Sedis (Secretaria de Educação a Distância) - UFRN Fotografias - Adauto Harley Stock.XCHG - Divisão de Serviços Técnicos Catalogação da publicação na Fonte. UFRN/Biblioteca Central Zila Mamede Barbosa, Tatyana Mabel Nobre. Estágio supervisionado interdisciplinar / Tatyana Mabel Nobre Barbosa, Claudianny Amorim Noronha. Natal, RN: SEDIS, v 224 p. 1. Estágio supervisionado. 2. Formação de professores. 3. Educação. I. Noronha, Claudianny Amorim. II. Título. ISBN: CDD RN/UF/BCZM 2008/109 CDU Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

23 Apresentação Que professor eu pretendo ser? Como vou desenvolver minha prática? Em que medida minhas experiências de vida e minha história escolar podem contribuir para minha iniciação docente? Essas perguntas são fundamentais, uma vez que mobilizam o devir profissional e suas experiências formadoras. A partir delas, você poderá compreender a sua atuação como professor, desenhar seu plano de ensino e seu projeto de vida docente, situando o estágio numa dimensão mais ampla de formação e pesquisa. Nesse sentido, este módulo partirá do paradigma da refl exividade como possibilidade de retomar suas experiências formadoras relevantes para a prática, apontar o Estágio Supervisionado como momento de pesquisa-formação e sensibilizá-lo para a importância do conhecimento de si, para suas dinâmicas de formação e atuação docente. Assim, visamos ajudá-lo a identificar as aprendizagens significativas para o início da sua vida docente e contribuir para criar um movimento de busca e construção de novas concepções acerca do ser professor. Conteúdos 1 2 Possibilidades da pesquisa-formação: reflexividade, escrita e conhecimento de si Experiências formadoras e mudanças na prática docente: A adoção de modelos Uso de técnicas A relação teoria e prática 3 O que é ser um professor reflexivo Módulo de orientação 2 Estágio Supervisionado 1

24 Possibilidades da pesquisa-formação Quando falamos de pesquisa-formação, referimo-nos a um processo no qual seu olhar sobre si mesmo é fundamental, especialmente, nesse momento de iniciação profissional e de balanço das aprendizagens, intrínsecos ao Estágio Supervisionado. É o momento de lançar a si mesmo uma série de perguntas: O que aconteceu para que eu viesse a ter as idéias que hoje tenho? (JOSSO, 2004, p. 131), Quanto tempo me seria necessário para tomar consciência, integrar e subordinar estes ou aqueles conhecimentos? (JOSSO, 2004, p. 202), De quanto tempo necessito para ganhar segurança? (JOSSO, 2004, p. 203). Como você vê, essas perguntas lhe inserem no âmbito da refl exividade, em que o conhecimento requerido é o de si mesmo e de seus percursos de aprendizagem: é o ponto de partida para as novas experiências e uma nova etapa de formação. Nesse sentido, para pensar na convergência entre pesquisa e formação é necessário, primeiramente, compreender a necessidade da sua capacidade de se interrogar, de aprender a partir das experiências e de se transformar (JOSSO, 2004). Essas ações, ao serem realizadas continuamente ao longo do estágio e da vida profissional, constituem um processo complexo de refl exividade, que tem como produto o conhecimento de si, que lhe permitirá analisar e planejar sua formação e atuação docente. Reflexividade: escrita e conhecimento de si A escrita de si vem sendo amplamente adotada na formação docente, a fim de situar o licenciando como sujeito e objeto da própria formação. O objetivo é a teorização acerca dos seus percursos de aprendizagem (sejam aqueles desenvolvidos dentro ou fora de contextos institucionais), considerados essenciais para sua formação docente. Trata-se de uma abordagem reflexiva que denominamos de (auto)biográfica: O nosso processo utiliza a construção da narrativa de vida como uma mediação para uma reflexão formativa sobre os processos de formação, de conhecimento e de aprendizagem [...] (JOSSO, 2004, p. 85). O que está em jogo nesse conhecimento de si mesmo não é apenas compreender como nos formamos por meio de um conjunto de experiências, [...] mas sim tomar consciência de que este reconhecimento de si mesmo como sujeito [...] permite a pessoa [...] encarar o seu itinerário de vida, os seus investimentos e os seus objetivos na base de uma autoorientação possível, que articule de uma forma mais consciente as suas heranças, as suas experiências formadoras, os seus grupos de convívio, as suas valorizações [...] (JOSSO, 2004, p. 58) 2 Módulo de orientação 2 Estágio Supervisionado

25 Nesse sentido, a refl exividade realizada nesse contexto tem a escrita de si como um campo fértil de (auto)avaliação e (auto)formação. Ela será orientada em diferentes momentos do seu estágio: nos registros da observação e atuação, através dos diários de campo; e na escrita do trabalho avaliativo fi nal, caso seu professor orientador solicite a escrita do memorial de formação. Em ambos os casos, esses relatos se constituem num instrumento que permitirá a você a (auto)reflexão docente acerca dos processos de aprendizagem e desenvolvimento dos seus alunos; das situações didáticas e dos conteúdos de ensino por você implementados e, nesse sentido, sobre sua prática e seus processos de formação. Experiências formadoras e mudanças na prática docente Os licenciandos que acompanhamos no Estágio Supervisionado e professores em formação continuada, que realizaram a narrativa de si como trabalho (auto)avalitivo da Graduação, submeteram, durante a escrita, as vivências a um processo de reflexão sobre a formação. Isso resultou, muitas vezes, na identificação das representações significativas acerca dos elementos básicos do ensino-aprendizagem o que é ensinar, aprender, avaliar, planejar e, finalmente, ser professor constituindo-se, assim, em experiências formadoras. No Estágio Supervisionado, referimo-nos à orientação de escrita de um ensaio (auto) biográfico ao final do estágio (EDU-685, 686 UFRN/DEPED), em que nosso aluno refletia acerca das experiências de vida significativas para a sua formação docente e iniciação profissional. Esse trabalho inseriu-se num projeto mais amplo, intitulado Narrativas de vida e letramento docente: interfaces da formação e da prática educativa (BARBOSA, , ensaio autobiográfi co - Propesq/UFRN). Na formação continuada, referimo-nos aos memoriais de formação, realizados no Instituto de Ensino Superior Presidente Kennedy (Natal-RN). experiências formadoras Vivência é, num sentido amplo, o nosso contato com o mundo. Segundo Josso (2004), as vivências são transformadas em experiências formadoras a partir de um trabalho reflexivo. As experiências formadoras são aquelas significativas para as aprendizagens e representações que construímos de nós e do nosso contexto. A análise dessa escrita nos levou a compreender que suas experiências formadoras sobre a prática docente transitavam entre três eixos: Módulo de orientação 2 Estágio Supervisionado 3

26 A adoção de modelos Trabalho de final do Estágio Supervisionado A minha atuação como professora no estágio supervisionado foi insatisfatória, porque ainda não consegui me libertar das práticas exercidas pelos meus professores do ensino secundário. E o que mais desejo é conseguir essa libertação, para poder ajudar aos meus alunos e contribuir com o aprendizado deles. (ANDRADE, 2006, relatório de estágio). O uso de técnicas Memorial de formação Não conseguia saber quais métodos utilizar no ensino de gramática. Por isso, foi muito importante quando comecei a trabalhar com as composições, ditados e cópias, orientados por uma colega de magistério. Conseguia garantir que os alunos decorassem as regras, escrevessem sem erros e ficassem quietos em sala. (SANTANA, 2003, memorial). A relação teoria-prática Trabalho de final do Estágio Supervisionado [...] na casa de uma tia que morava [...] eu lia muita literatura de cordel e ficava fascinada com as histórias e a forma como eram narradas [...]Na minha prática em sala de aula, como professora estagiária de língua portuguesa, percebi as dificuldades que circulam no ensino [...] aplicar na prática os conhecimentos adquiridos ao longo da formação acadêmica é difícil. [...]. Percebi depois do estágio supervisionado em sala de aula, que só a prática me fará uma educadora competente. [...] faz-se necessário uma ligação maior entre a universidade e as escolas para que, assim, se enlace sem problemas, teoria e prática [...]. (ALMEIDA, 2006, relatório de estágio). 4 Módulo de orientação 2 Estágio Supervisionado

27 Na adoção de modelos, os gestos, valores e metodologias traduzem um processo mimético pelo estagiário. Esse eixo será central na sua iniciação docente quando seus antigos professores são seus principais referenciais profissionais, o que, entretanto, após a conscientização, torna-se um dos desejos de mudança. Quando, para você, o uso de técnicas for essencial, observe que esse ponto isolado de um contexto educacional e social mais amplo pode ser muito falho. Procure identificar quais experiências formadoras lhe deram origem. Tente perceber se essa supervalorização da técnica não decorre de uma formação acadêmica muito instrumental ou de um pragmatismo da escola. A busca pela interface teoria-prática, normalmente, é desenvolvida na iniciação docente e apoiada pelo processo reflexivo de pesquisa-formação desenvolvido no Estágio Supervisionado. É, quase sempre, resultante da própria confluência entre Universidade e Escola ao longo do Estágio. Vejam que esses episódios de que resultam suas experiências formadoras sobre a prática docente podem integrar uma rede complexa da qual, muitas vezes, só é possível se dar conta na escrita reflexiva autobiográfica. A conscientização acerca de que sua prática está aprisionada aos modelos dos seus professores, ou de que se restringe a um uso de irrefletido de técnicas, certamente, irá leválo a tentar construir novas experiências formadoras que lhe permitam a consonância entre teoria e prática no Estágio. Nesse sentido, a seguir, retomaremos cada um desses eixos, buscando elucidar a importância de conscientização sobre a prática para implementar projetos de mudança. A adoção de modelos refletida na prática do professor Quantas vezes você já se imaginou, ou no caso de atuar como professor, já se percebeu expondo um conteúdo da mesma forma que aquele professor que você considerava ser um bom professor? Ou mesmo desenvolveu ações de repreensão ou de descontração, por exemplo, com base em alguma vivência sua? Quantos professores você classifi cou como o melhor de um determinado grupo sem, no entanto, refl etir sobre os critérios que o qualifi cavam como tal? escrita reflexiva autobiográfica No módulo 3 (O período de observação da escola), você obterá orientações sobre a escrita de diários de campo, em que os estagiários avaliam a escola e (auto)avaliam seu trabalho no estágio; e no 9 (A (re)escrita do trabalho avaliativo final), verá explicações mais detalhadas sobre o processo de elaboração de memoriais de formação e sua relevância como instrumento (auto) avaliativo. A praticidade da profi ssão docente faz com que atitudes como essas, que envolvem a observação, a imitação, a reprodução e, às vezes, a re-elaboração de modelos, se tornem comuns na aprendizagem dessa profissão. A prática como imitação de modelos, como ressaltam Pimenta e Lima (2004), tem sido denominada por alguns autores de artesanal, pressupondo que a realidade do ensino é imutável e os alunos que freqüentam a escola também o são, restando ao professor ensinarlhes como tradicionalmente se estabeleceu. Nessa perspectiva, o que passa a ser prioridade é ensinar e não aprender. Módulo de orientação 2 Estágio Supervisionado 5

28 Para aprofundar suas reflexões Retome a aula 14 (A aprendizagem e o ensino), da disciplina Educação e Realidade. Ela pode lhe ajudar a refl etir sobre algumas questões importantes, relativas à aprendizagem, que devem ser consideradas quando pensamos no processo de ensino. Mas, como se dá essa escolha? Muitos autores que discutem o assunto concordam que a prática baseada em modelos não acontece, freqüentemente, de modo consciente, mas pode ser elucidada com o processo de refl exão. Nesse sentido, a abordagem refl exiva a partir da escrita de si, aqui orientada, visa, justamente, possibilitar a você identificar a presença desses modelos na sua atuação docente e perceber em que medida eles foram significativos na sua formação e como podem ser mudados. Sugestão de atividade 1 Escrita de si: memória da escola, memória dos mestres, suas memórias Recorde o seu tempo como aluno, em fase escolar, e tente lembrar aquele professor (pode ser mais de um) que marcou a sua vida como estudante. Agora, enumere as características, tendo como base os aspectos positivos e/ou negativos, que se destacaram nesse professor para ele ser recordado por você. Agora, refl ita: você, como professor, se imagina reproduzindo uma dessas características? Por quê? 6 Módulo de orientação 2 Estágio Supervisionado

29 Uso de técnicas: certo, errado ou o quê? Quantas vezes, preocupados em desenvolver uma prática agradável e inovadora, você, professor ou futuro professor, já se pegou em busca de ofi cinas pedagógicas que possam lhe possibilitar trabalhar este ou aquele conteúdo? Ou quantas vezes foi em busca de uma regra ou esquema que possibilitasse a você ou seu aluno saber quando aplicar uma determinada fórmula? A técnica é um item que, como em qualquer profissão, também se manifesta na prática docente. Entretanto, a adoção de técnicas não é suficiente para que você, ao atuar como professor, possa dar conta das diferentes situações com as quais se deparará na vivência escolar. Os limites impostos pelo uso de técnicas, em consonância à tendência tecnicista (você pode retomar a aula 3 Tendências do pensamento didático brasileiro da disciplina Didática, para relembrar as características que envolvem essa tendência) dos anos 1970, isentam o docente da resolução de problemas práticos, inclinando-o para a perda, por parte desse profi ssional, de seus instrumentos de trabalho: do conteúdo (saber) ao método (saber fazer), restando uma técnica sem competência. Nessa perspectiva estritamente técnica, você não alcançará a dimensão política da educação e se restringirá a uma competência profissional que prioriza a aplicação do conceito científico por meio de regras de atuação e não, propriamente, do conhecimento. Não desconsideramos a importância das técnicas, entretanto, torna-se necessário saber lançar mão adequadamente destas conforme as diversas e diferentes situações em que o ensino ocorre, o que necessariamente implica a criação de novas técnicas. Dessa forma, ressaltamos a importância do desenvolvimento de um estágio que não se reduza, como coloca Pimenta e Lima (2004), à hora da prática, ao como fazer, às técnicas a serem empregadas em sala de aula, ao desenvolvimento de habilidades específicas de manejo de classe, ao preenchimento de fichas de observação, diagramas, fluxogramas. No entanto, como sabemos que o uso de técnicas é o ponto central da prática docente para muitos estagiários, faz-se fundamental a refl exão sobre a prática de ensino, a partir da escrita de si, de modo a identificar essa centralidade e desenvolver estratégias de mudança. Módulo de orientação 2 Estágio Supervisionado 7

30 Sugestão de atividade 2 Escrita de si: o que é a técnica para o professor (e para você)? Retome a atividade 1, de pesquisa, realizada por você na aula 12 (Desafi os da escola hoje), da disciplina Educação e Realidade, na página 5. Com base no que você observou a respeito da descrição geral da escola, do ensino de Ciências e Matemática, dos conteúdos ensinados nessas disciplinas e dos principais problemas da escola, registre qual a importância que as técnicas têm na escola e que valor os professores dão a ela. Partindo da sua análise anterior, reflita sobre o uso de técnicas em seu planejamento. Exemplifique sua análise com episódios da sua atuação docente, ou da sua vivência como aluno. A relação teoria e prática e sua importância na formação do professor Na busca da superação de práticas sem fundamentos ou com base na reprodução de modelos, como vimos no item anterior, a relação teoria e prática tem sido apontada como um fundamento para a formação do professor, o que pode ser claramente observado, não apenas nas publicações de pesquisadores da educação, mas também nas leis e pareceres voltados à formação de profissionais da Educação Básica. 8 Módulo de orientação 2 Estágio Supervisionado

31 Sempre que lemos um texto referente à formação de qualquer profi ssional, a famosa frase está lá A formação teórica não pode ocorrer dissociada da prática. Mas, acontece que existe certo antagonismo, por parte de muitos formadores, ao pensar teoria e prática. A primeira é vista como prioridade, relegando à segunda um caráter de mal necessário. Isso ocorre, principalmente, pelo fato desses dois conceitos, nesses casos, serem vistos de forma dicotomizada, em que cada um tem vida própria em relação ao outro, adquirindo status diferenciado. Mas, que sentido teria uma teoria sem prática? A prática, tomada como auto-suficiente, não passa de mera técnica. O problema está no fato de que ela, como toda receita, é apresentada como pronta e acabada, sem considerar a variação do contexto. Na universidade, é impossível ensinar todas as possíveis técnicas de todos os possíveis contextos em que o aluno irá se inserir. Nesse caso, é importante que você, futuro professor, desenvolva as condições mínimas e necessárias para que saiba como atuar quando se deparar com o novo, como avaliá-lo, julgá-lo, apreendê-lo e modificá-lo de acordo com a realidade na qual está inserido. Isso requer certo grau de autonomia. Entretanto, sob o ponto de vista apenas da prática, o indivíduo fica à mercê da técnica e, portanto, se torna autômato, simples repetidor. No que refere à teoria e à prática, Paulo Freire (1981) nos diz que, assim como não é possível identifi car teoria com verbalismo, também não podemos identifi car prática com ativismo, pois, para o autor, ao verbalismo falta a ação e ao ativismo a reflexão crítica sobre a ação. Dessa forma, a reflexão sobre o lugar que você confere à relação teoria-prática é valiosa para que não sejamos educadores de uma prática ou teoria engessadas, mas autores de uma dinâmica em que ambas se fazem e se refazem constantemente e de modo interdependente. Para mim, que me situo entre os que não aceitam a separação impossível entre prática e teoria, toda prática educativa implica uma teoria educativa. Paulo Freire Nessa perspectiva, é importante que o estágio seja pra você a oportunidade para a compreensão da complexidade das práticas nas instituições como alternativa no preparo para sua inserção profi ssional. Portanto, o estágio se confi gura não como atividade prática, mas teórica, instrumentalizadora da práxis docente, entendida como atividade de transformação da realidade. Nesse sentido, o estágio curricular é atividade teórica de conhecimento, fundamentação, diálogo e intervenção da práxis (PIMENTA; LIMA, 2004). Com toda essa exposição, queremos deixar claro que não podemos pensar se devemos privilegiar ou a prática ou a teoria. Devemos privilegiar a teoria e a prática. É uma relação inclusiva e não excludente. Essa relação, normalmente, não é o eixo principal da iniciação docente, mas torna-se, ao longo das reflexões do estágio, um projeto para o estagiário. Nesse sentido, refletir permanentemente sobre como você está estabelecendo essa relação é fundamental. Módulo de orientação 2 Estágio Supervisionado 9

32 Sugestão de atividade 3 Escrita de si: a relação teoria-prática para o professor (e para você) Pimenta e Lima (2004, p. 41) colocam o seguinte: De acordo com o conceito de ação docente, a profissão do educador é uma prática social. Como tantas outras, é uma forma de se inserir na realidade social, no caso por meio da educação que ocorre não só, mas essencialmente, nas instituições de ensino. Isso porque a atividade docente é ao mesmo tempo prática e ação. Inicie sua refl exão sobre a relação teoria-prática. Tome esse eixo como central na sua avaliação contínua sobre sua participação no estágio supervisionado: que avanços você está realizando, quais são suas difi culdades, como os eixos anteriores (prática como modelo e como técnica) estão sendo superados. Possibilidades da reflexividade Como vimos, a reflexividade é um processo acompanhado de pesquisa e de formação, em que estão em jogo, permanentemente, sua capacidade de identifi car diferentes experiências formadoras que respondem pelas suas escolhas e modos de ser professor. A partir das nossas sugestões de atividades, você pôde identificar essas experiências formadoras e pensar na possibilidade de avançar, lançando-se no estágio, para novas aprendizagens. Esse processo de pesquisa-formação traduz-se na possibilidade dos estagiários desenvolverem posturas e habilidades de pesquisa e de (auto)formação. Nessa perspectiva, o estágio surge como uma possibilidade que vai além da instrumentalização técnica da função docente, pois permite ao futuro professor a vivência naquele que será o seu espaço profissional. Assim, o incentivo à pesquisa-formação no estágio surge como uma possibilidade excepcional de acompanhar a iniciação docente e viabilizar a postura investigativa e (auto)formadora desse professor. E, nesse sentido, escrever a escrita institucional de si apresenta-se como um instrumento pertinente de convergência entre teorização das experiências e reflexão sobre a prática das teorias. 10 Módulo de orientação 2 Estágio Supervisionado

33 Para Barreiro e Gebran (2006), Donald Schön foi o principal formulador do conceito de reflexão, no início da década de Baseou-se nos pressupostos de John Dewey, no filósofo Michael Polanyi, no conhecimento tácito (conhecimento mobilizado na ação) formulado por Luria e elegeu, como referência fundamental, os ateliês de arquitetura como espaço concreto da sua prática, enquanto professor, para pensar o ensino e o aprendizado, de modo a facilitar a aquisição do talento artístico entre os alunos. Nesse sentido, a reflexão é incorporada como um movimento interno e condição intrínseca de crescimento de cada indivíduo. É vista como um processo em que o professor analisa sua prática e a si mesmo, compila dados, descreve situações, elabora teorias, implementa e avalia projetos e partilha suas idéias com colegas e alunos, estimulando discussões em grupo (PEREZ; COSTA; VIEL, 2002, p. 61). O que professores reflexivos permitem à escola A resolução dos problemas de sala de aula. Começam identificando o problema, reunindo informações que os ajudarão a lidar com ele e acabam por resolvê-lo. Essa solução pode ser dada com o apoio de outros colegas da instituição. Conscientização dos valores que trazem para o ensino. Baseados em suas próprias experiências educacionais, em seus conhecimentos das práticas educacionais e em seus valores pessoais, os professores trazem para a sala de aula suposições e valores que têm sobre ensino e aprendizagem. Sensibilização quanto ao contexto institucional e cultural. Têm consciência de que o que ensinam, o modo como ensinam, é freqüentemente infl uenciado pelas necessidades e expectativas da escola em que trabalham. Também têm consciência de que a maneira como ensinam é influenciada pelas crenças culturais que eles e seus alunos têm a respeito do papel da educação e das características dos bons professores e bons alunos. O desenvolvimento curricular e envolvimento nos projetos de mudança da escola. Têm consciência de que o que eles fazem é parte de um contexto educacional mais amplo; por isso participam ativamente do planejamento curricular global e estão envolvidos nas mudanças realizadas pela escola, visando a um ensino e aprendizagem mais eficientes, pois ele faz parte desse todo e suas atitudes/ações refletem no todo. Módulo de orientação 2 Estágio Supervisionado 11

34 O que professores reflexivos permitem à pesquisa-formação Assunção da responsabilidade pelo próprio desenvolvimento profi ssional. Tornar-se um professor mais efi ciente implica continuamente aprender mais sobre o conteúdo que ensinam e sobre práticas pedagógicas eficientes. Por isso, professores reflexivos vão a palestras e workshops e lêem livros e materiais de relevância. Também contribuem para o processo de desenvolvimento profissional compartilhando seus insights com outros professores. Conscientização sobre sua atuação docente. O professor passa a considerar várias maneiras de ensinar, levando em conta diferentes fatores, como: o nível de proficiência dos alunos, seus interesses, os objetivos do currículo e o tempo disponível para o ensino. Considerar esses fatores ao decidir como ensinar uma lição geralmente traz resultados mais eficazes. Capacitação para agir de maneira deliberada. Quando professores refletem sobre a maneira como ensinam, freqüentemente, consideram a razão de fazer alguma coisa, de uma maneira particular. Pensar nas razões que alguém tem para fazer alguma coisa permite ao professor agir de maneira deliberada, consciente. O desenvolvimento contínuo da reflexão. O permanente estado de questionamento e busca de transformação é uma característica do professo reflexivo. A reflexividade permite pensar em mudanças sobre diversas dimensões profissionais, bem como em reinvestir e gerenciar a própria formação. E, nesse sentido, a escrita de si focalizando a dimensão formativo-profissional é um instrumento pertinente. Assim, o estágio, concebido como atividade teórica e instrumentalizadora da práxis, é visto como um momento no qual se pode conceber a refl exão numa perspectiva ampliada. O estágio passa a ser visto como um momento da formação do professor em que o licenciando pode fazer uma análise de aspectos que transcendem aqueles da sala de aula. Isso nos remete às proposições de Schön (1992; 2000), baseadas nas idéias de conhecer na ação, refl exão na ação e refl exão sobre a refl exão na ação. Essas proposições, por sua vez, como ressalta Pimenta (2002), abrem perspectivas para a valorização da pesquisa na ação dos profi ssionais, colocando as bases para o que se convencionou denominar o professor pesquisador de sua prática. Nesse sentido, a experimentação e a refl exão destacam-se como elementos essenciais para o professor pesquisador, conduzindo à autoformação e à conquista progressiva da autonomia e descobertas das potencialidades que constituem as competências e as habilidades profi ssionais. 12 Módulo de orientação 2 Estágio Supervisionado

35 Sugestão de atividade 4 Escrita de si: uma reflexão sobre o processo reflexivo docente Leia trecho seguinte: Ao nível humano, o conhecimento envolve a constante unidade entre ação e refl exão sobre a realidade. Como presenças no mundo, os seres humanos são corpos conscientes que o transformam, agindo e pensando, o que os permite conhecer ao nível refl exivo. Por causa disto podemos tomar nossa própria presença no mundo como objeto de nossa análise crítica. Daí que, voltando-nos sobre as experiências anteriores, possamos conhecer o conhecimento que nelas tivemos. (FREIRE, 1981, p. 72). Com base nessa leitura e no que foi discutido ao longo deste módulo, o que você conclui da importância de ser um professor reflexivo? De que modo a ação de refl etir sobre a prática pode estar ligada ao Estágio Supervisionado? Módulo de orientação 2 Estágio Supervisionado 13

36 Leitura complementar MARAGON, Cristiane. O defensor da pesquisa no dia-a-dia. Nova Escola, ed. 165, set (Grandes Pensadores). Disponívem em: < aberto/mt_ shtml>. Acesso em: 18 jun Este site traz o texto de uma refl exão sobre os estudos e concepções do professor Lawrence Stenhouse a respeito da importância da investigação para a prática pedagógica, discutindo alguns pontos importantes referentes à figura do professor pesquisador observados em pesquisas realizadas pelos autor. Referência BARREIRO, Iraíde Marques de Freitas; GEBRAN, Raimunda Abou. Prática de ensino e estágio supervisionado na formação de professores. São Paulo: Avercamp, BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CP 27, de 02 de outubro de Dá nova redação ao item 3.6, alínea c, do Parecer CNE/CP 9/2001, que dispõe sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena. Brasília, DF: MEC/CNE, 2001 BRASIL, Presidência da República. Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 9.394, de 20 de dezembro de Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF: MEC, DEWEY, John. Vida e educação. Tradução e estudo preliminar por Anísio S. Teixeira. 10. ed. São Paulo: Melhoramentos, FREIRE, Paulo. Ação cultural para a liberdade e outros escritos. 5. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, JOSSO, Marie Christine. Experiências de vida e formação. Tradução José Cláudio e Júlia Ferreira. São Paulo: Cortez, MENDES, Bárbara Maria Macedo. Formação de professores reflexivos: limites, possibilidades e desafios. Linguagens, Educação e Sociedade, n. 13, p , jul./dez MENDES, Iran Abreu; MARTINS, André Ferrer Pinto. Didática. Natal, RN: EDUFRN, PAIVA, Irene Alves de; PERNAMBUCO, Marta Maria Castanho Almeida. Educação e realidade: interdisciplinar. Natal, RN: EDUFRN, Módulo de orientação 2 Estágio Supervisionado

37 PEREZ, Geraldo; COSTA, Gilvan L. Machado; VIEL, Silvia Regina. Desenvolvimento profissional e prática reflexiva. Boletim de Educação Matemática, ano 15, n. 17, p , PIMENTA, Selma G. Professor reflexivo: construindo uma crítica. In: PIMENTA, Selma Garrido; GUEDIN, Evandro (Org.). Professor refl exivo no Brasil: Gênese e crítica de um conceito. 2. ed. São Paulo: Cortez, p PIMENTA, Selma Garrido; LIMA, Maria Socorro Lucena. Estágio e docência. São Paulo: Cortez, (Coleção docência em formação, Série saberes pedagógicos). SCHÖN, Donald A. Educando o profi ssional refl exivo: um novo design para o ensino e a aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, La formación de professionales reflexivos. Barcelona: Paidós, Módulo de orientação 2 Estágio Supervisionado 15

38 Anotações 16 Módulo de orientação 2 Estágio Supervisionado

39 Anotações Módulo de orientação 2 Estágio Supervisionado 17

40 Anotações 18 Módulo de orientação 2 Estágio Supervisionado

41 Anotações Módulo de orientação 2 Estágio Supervisionado 19

42 Anotações 20 Módulo de orientação 2 Estágio Supervisionado

43 Estágio Supervisionado I INTERDISCIPLINAR EMENTA Apresenta as diferentes interfaces do estágio supervisionado, focalizando, principalmente, suas concepções e orientações institucionais para a formação docente; as orientações práticas para a vivência pedagógica e o planejamento do estágio na escola e a interlocução entre os saberes acadêmicos e escolares; como também os princípios de avaliação e acompanhamento do estagiário pelos diferentes sujeitos do estágio na EaD. AUTORAS Claudianny Amorim Noronha Tatyana Mabel N. Barbosa AULAS 01 Módulo de orientação 1 O Estágio Supervisionado para Formação de Professores: orientações para o estagiário 02 Módulo de orientação 2 O Estágio Supervisionado como possibilidade de pesquisa-formação 03 Módulo de orientação 3 O período de observação da escola: criando um outro olhar sobre os espaços, sujeitos e ações de uma antiga conhecida nossa 04 Módulo de orientação 4 Propostas de ações colaborativas para o Estágio: a interface entre os conhecimentos escolares e acadêmicos 05 Módulo de orientação 5 Materiais didáticos: como avaliar, utilizar e (re)elaborar 06 Módulo de orientação 6 Planejamento de ensino I: objetivos, conteúdos, métodos e avaliação da aprendizagem 07 Módulo de orientação 7 Planejamento de ensino II: objetivos, conteúdos, métodos e avaliação da aprendizagem 08 Módulo de orientação 8 A avaliação do estágio: um processo de reflexão contínua 09 Módulo de orientação 9 A (re)escrita do trabalho avaliativo final: o relatório, o artigo científico e o memorial 10 Módulo de orientação 10 Estágio Supervisionado: o papel da escola como instituição co-formadora 11 Fichário de estágio 2º Semestre de 2008 Impresso por: Gráfica Texform

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45 DISCIPLINA Estágio Supervisionado O período de observação da escola: criando um outro olhar sobre os espaços, sujeitos e ações de uma antiga conhecida nossa Autoras Tatyana Mabel Nobre Barbosa Claudianny Amorim Noronha Módulo de orientação 03

46 Governo Federal Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva Ministro da Educação Fernando Haddad Secretário de Educação a Distância SEED Carlos Eduardo Bielschowsky Universidade Federal do Rio Grande do Norte Reitor José Ivonildo do Rêgo Vice-Reitora Ângela Maria Paiva Cruz Secretária de Educação a Distância Vera Lúcia do Amaral Secretaria de Educação a Distância- SEDIS Coordenadora da Produção dos Materiais Marta Maria Castanho Almeida Pernambuco Coordenador de Edição Ary Sergio Braga Olinisky Projeto Gráfi co Ivana Lima Revisores de Estrutura e Linguagem Janio Gustavo Barbosa Eugenio Tavares Borges Thalyta Mabel Nobre Barbosa Revisora das Normas da ABNT Verônica Pinheiro da Silva Revisoras de Língua Portuguesa Janaina Tomaz Capistrano Sandra Cristinne Xavier da Câmara Revisor Técnico Leonardo Chagas da Silva Revisora Tipográfi ca Nouraide Queiroz Ilustradora Carolina Costa Editoração de Imagens Adauto Harley Carolina Costa Diagramadores Bruno de Souza Melo Ivana Lima Johann Jean Evangelista de Melo Mariana Araújo de Brito Adaptação para Módulo Matemático Joacy Guilherme de A. F. Filho Imagens Utilizadas Banco de Imagens Sedis (Secretaria de Educação a Distância) - UFRN Fotografias - Adauto Harley Stock.XCHG - Divisão de Serviços Técnicos Catalogação da publicação na Fonte. UFRN/Biblioteca Central Zila Mamede Barbosa, Tatyana Mabel Nobre. Estágio supervisionado interdisciplinar / Tatyana Mabel Nobre Barbosa, Claudianny Amorim Noronha. Natal, RN: SEDIS, v 224 p. 1. Estágio supervisionado. 2. Formação de professores. 3. Educação. I. Noronha, Claudianny Amorim. II. Título. ISBN: CDD RN/UF/BCZM 2008/109 CDU Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

47 Apresentação Neste módulo, apresentaremos as etapas e requisitos para o período de observação da escola. Não pretendemos esgotar as possibilidades de leitura da sua infra-estrutura, do seu projeto político pedagógico e das características dos professores e alunos da instituição. Os relatos dos ex-estagiários e nossos, enquanto, Professoras Orientadoras, aqui retomados, buscam oferecer uma fatia da riqueza de episódios, ritos e gestos da escola. Eles podem não reproduzir as mesmas cenas que você encontrará, mas visam convidá-lo a propor uma nova lente para olhar a escola, sem clichês ou estereótipos. Nesse sentido, neste módulo, partiremos dos seus conhecimentos prévios sobre a escola, para orientar observações e registros sobre alguns elementos da instituição escolar. Para isso, trabalharemos com a noção de observação participante, que permitirá a você aprender a observar a escola e participar da sua rotina; e orientaremos a elaboração do diagnóstico, com base em sugestões de observação e da escrita de si, através do diário de campo. Conteúdos 1 Orientações referentes ao processo de observações dos espaços, infra-estrutura e condições materiais da escola campo de estágio. 2 Orientações referentes ao processo de análise do Projeto Político Pedagógico e do papel da equipe técnica e gestores. 3 Orientações referentes ao processo de observação e análise do trabalho dos professores e das características dos alunos. Módulo de orientação 3 Estágio Supervisionado 1

48 Sugestão de atividade Retome suas memórias de escola Antes de iniciar suas observações, elabore um relato sucinto em que você apresente sua visão da escola, seja a visão que construiu como aluno ou a que elaborou ao longo da sua vida docente. Você também poderá retomar as observações que realizou na disciplina Educação e Realidade, orientadas nas aulas 12 (Desafios da escola hoje), 13 (O aluno) e 14 (A aprendizagem e o ensino), e listar os pontos que considera que devem ser analisados ao se observar a escola. Ao final deste módulo, voltaremos ao seu relato. De volta à escola: orientações para iniciar a observação participante Como elaborar um plano de trabalho para ser desenvolvido no Estágio? O que é importante para a escola? Como a minha disciplina pode colaborar com as expectativas/necessidades de aprendizagem dos alunos? Com quais recursos e pessoas posso contar? Essas são algumas questões que, certamente, você se colocará ao iniciar seu planejamento de trabalho. Mas, elas não podem ser respondidas sem que se compreendam os sentidos atribuídos por essa escola às suas próprias ações, aos seus sujeitos e espaços. Por isso, será fundamental que, no início do estágio, você organize sessões de observação participante na escola. Como observar a escola O termo observação participante é originalmente usado na pesquisa científica das ciências humanas, caracterizando a ação do pesquisador em vivenciar a própria realidade que pesquisa e não apenas não realizar uma observação distanciada do seu objeto de pesquisa. Assim, utilizaremos a expressão sessões de observação participante para denominar os diversos momentos em que o estagiário for observar a escola, pois entendemos que essa observação não é feita com um olhar distanciado, mas com uma postura gradualmente participativa: 2 Módulo de orientação 3 Estágio Supervisionado

49 [...] quem observa o faz de um certo ponto de vista, o que não situa o observador em erro. O erro na verdade não é ter um certo ponto de vista, mas absolutizá-lo e desconhecer que, mesmo do acerto de seu ponto de vista é possível que a razão ética nem sempre esteja com ele. (FREIRE, 2006, p. 14) Por isso, a leitura da escola, realizada em função dessas sessões, será fundamental para a seleção dos aspectos metodológicos a serem adotados no desenvolvimento do estágio, dos conteúdos, objetivos de trabalho, bem como da compreensão das relações estabelecidas entre seus sujeitos, as cobranças mútuas, os acordos éticos que delimitam as normas e trocas entre as diferentes instâncias que compõem a escola. Nesse sentido, quando orientamos que você realize sessões de observação participante, sugerimos que agende encontros em uma escola, na qual, em princípio, deseje estagiar e em que procure: conversar com as pessoas para compreender que valor dão ao próprio trabalho; freqüentar os diferentes espaços da escola e, aos poucos, compartilhar/ compreender as práticas ali desenvolvidas; avaliar como pode ser desenvolvido o seu estágio e quais expectativas a escola tem em relação a sua participação. Como a escola é um espaço que você freqüentou ao longo de muitos anos (seja como aluno ou como professor), nela, você aprendeu não apenas os conteúdos curriculares propriamente, mas, recolheu elementos essenciais para avaliar o que é ser um bom professor, quais metodologias de ensino são mais eficientes, em que medida a infra-estrutura da escola é relevante para o trabalho pedagógico que nela se realiza, dentre outros aspectos. Por isso, ao realizar essas sessões de observação participante, lembre-se das imagens que você construiu da escola quando aluno e retome essa experiência que você tem da sala de aula para questioná-la e (re)elaborar novas leituras sobre velhos espaços. Módulo de orientação 3 Estágio Supervisionado 3

50 Como oficializar seu estágio Antes de iniciar suas observações, é necessário encaminhar três documentos à escola: um ofício, solicitando o desenvolvimento dessa atividade; o termo de compromisso do estagiário, em que você dá ciência acerca da sua participação; e uma fi cha com dados para contato, a fim de facilitar a comunicação com a escola. Ao chegar à escola, lembre de procurar o Supervisor de Estágio ou Diretor, ele será o responsável em encaminhá-lo ao Professor Colaborador. Veja no Fichário do Estágio: o ofício para formalização do Estágio na escola; o termo de compromisso do estagiário; a ficha de dados para contato. No Fichário do Estágio, você terá duas vias de cada documento: o ofício deve ser assinado pelo Tutor de Estágio; o termo de compromisso e a ficha de dados assinados por você. Uma cópia de cada documento deve ficar na escola e a outra deve ser entregue ao Tutor de Estágio com os respectivos vistos dos responsáveis pelo acompanhamento, seguida da data de recebimento do documento, comprovando a formalização do estágio e a ciência das informações. Caso seja necessário mudar de escola durante o semestre, ou não seja possível permanecer na mesma escola ao longo dos três estágios, é essencial que você comunique o Tutor de Estágio, ele irá avaliar o seu desligamento da escola campo de estágio e entrar em contato com a mesma. Posteriormente, o Tutor de Estágio encaminhará você para outra escola, enviando um ofício à nova escola. 4 Módulo de orientação 3 Estágio Supervisionado

51 O que observar na escola Com a formalização das observações, você deve está se perguntando: quantos dias serão necessários para que eu compreenda os sentidos da escola? O que devo, objetivamente, observar? Como devo registrar minhas impressões? Ao iniciar as observações, é possível que você se sinta em meio a um turbilhão de perguntas, as quais serão fundamentais para que comece a organizar seu diagnóstico sobre a escola. Assim, sugerimos que você esteja atento a 4 pontos básicos para nortear suas observações: aspectos materiais, físicos e sócio-econômicos da escola; corpo discente: expectativas e possibilidades de aprendizagem; corpo docente: formação, planejamento, avaliação e concepções; direção e equipe técnica: organização das ações e seu projeto político pedagógico. Esses aspectos são fundamentais, uma vez que, a partir deles, é possível compreender a relevância que têm as diferentes dimensões da escola para o seu estágio supervisionado e para suas atuações futuras como professor. A leitura dos aspectos materiais, físicos e sócio-econômicos pode lhe permitir analisar de que modo os espaços da escola são organizados, estruturados e em que medida isso traduz valores ou condições específi cas de trabalho. Seus momentos de observação participante, certamente, serão muito ricos quando se voltarem para os alunos e professores, quando você observará como eles tecem seus planos de trabalho, quais as suas expectativas em relação à escola e em que medida vinculam a rotina de trabalho a suas experiências pessoais. Lançar seu olhar sobre as formas de gestão de ações e a organização do projeto político pedagógico da escola deve lhe possibilitar interpretar seu funcionamento, papéis estabelecidos e normas partilhadas pela comunidade da escola e com quem ela interage. Como vê, a observação participante deverá ser um momento rico, favorecendo-o a redescobrir e participar da vida na escola. Por isso, para melhor analisar cada um desses aspectos, podem ser necessárias diversas sessões de observação participante e, além disso, você poderá identifi car elementos que mereçam ser analisados e que não estavam especifi camente mencionados nas nossas sugestões de observação: aspectos religiosos, eventos comemorativos, trabalhos realizados junto à comunidade extra-escolar etc. Módulo de orientação 3 Estágio Supervisionado 5

52 Como elaborar o diagnóstico da escola É importante que o conjunto das sessões de observação lhe permita construir um diagnóstico da escola capaz de desmistificar estereótipos e visões generalizantes sobre sua rotina e práticas desenvolvidas. Por isso, consideramos que para esse objetivo ser realizado é necessária uma continuidade da sua presença na escola e a sistematização das observações. Para fazer o diagnóstico, precisamos ir além da estatística e dos dados numéricos. Necessitamos verificar a escola viva, funcionando. É o movimento acontecendo na entrada dos alunos, no pátio, na sala de aula, na hora do recreio, na saída [...]. (PIMENTA; LIMA, 2004, p. 224). Portanto, nessa fase inicial de observações, seja continuamente presente na escola, sensibilizando seu olhar para compreender os fatores implícitos que mobilizam as escolhas, indefi nições e posições assumidas pelos membros da comunidade escolar acerca da sua organização, funcionamento e planejamento de ações; esteja atento para identificar as representações que esses sujeitos têm sobre suas metodologias de trabalho e o seu papel pedagógico. Para isso, é importante olhar para as pequenas coisas dessa escola: a cara nova que os alunos dão ao uniforme; os assuntos que são debatidos na sala dos professores no horário do intervalo e os que são pauta das reuniões; como o porteiro vê a chegada e saída de cada um, de onde vêm e como voltam para casa... São essas particularidades, ocultas nos currículos e programas, invisíveis, muitas vezes, nos documentos institucionais, que serão fundamentais para que você identifique e analise como a escola assume movimentos particulares diante de ritos já consagrados nas suas práticas. Para construir esse diagnostico, é necessário observar e registrar tais observações. Nesse sentido, veja a seguir o roteiro que sugerimos para orientálos nas suas observações e os encaminhamentos que damos a fi m de orientar os registros dessas observações. 6 Módulo de orientação 3 Estágio Supervisionado

53 Como registrar suas observações: o diário de campo como narrativa de si O diário de campo é um instrumento muito importante para o estágio supervisionado. Trata-se de uma escrita não somente sobre a escola, mas, principalmente de como o estagiário se vê, como atua, quais suas impressões e questionamentos e de como relaciona essas novas aprendizagens experienciais com sua formação docente. Por isso, o diário é, sobretudo, uma escrita de si, onde o estagiário, ao mesmo tempo em que enxerga a escola, constrói sua visão como agente nesse espaço: [no diário,] A escrita da narrativa remete o sujeito para uma dimensão de auto-escuta de si mesmo, como se estivesse contando para si próprio suas experiências e as aprendizagens que construiu [...], através do conhecimento de si. (SOUZA, 2006, p. 47). Essa escrita do diário de campo deve ser realizada após cada dia de observação (e de aula ministrada). Nesse diário, você deve escrever suas impressões, guardar as pequenas descobertas, lançar perguntas, dúvidas e novas orientações para o seu próprio trabalho de observação, não sendo, portanto, um texto pronto e acabado. Essas anotações, embora aparentemente esparsas e desconexas, depois se revelarão em férteis elementos para acompanhar a evolução da sua visão acerca da escola, para elaborar seu diagnóstico e sua auto-avaliação durante o estágio e, sobretudo, se constituirão numa espécie de rastro da sua formação. Esclarecemos que os diários de campo e trabalhos de final de estágio (ensaio autobiográfi co) que ilustram este módulo foram produzidos por alunos do curso Letras da UFRN em situação de estágio exigido nas disciplinas Práticas de Ensino de Língua Portuguesa e Literatura (EDU-685, 686), ofertadas pelo Departamento de Educação. No sentido de preservar a identidade dos sujeitos e da escola, as menções a esses materiais serão feitas apenas ao longo deste módulo e não constam em suas referências. Módulo de orientação 3 Estágio Supervisionado 7

54 Diário de Campo Em primeiro lugar, as necessidades infra-estruturais da escola [...], segundo as orientadoras pedagógicas que ciceronearam a visita e esclareceram os mais diversos questionamentos, são a implementação de laboratórios de ciências e de informática e a construção de uma quadra de esportes. Tais reivindicações tornam-se ainda mais pontuais diante das prioridades da inclusão digital, das aulas práticas de química e física e da prática ordenada e indispensável de modalidades esportivas. [...] Em relação ao capital humano encontrado na escola, constatou-se uma forte interação entre professores, técnicos e alunos, bem como um ambiente propício para o diálogo, o bom humor e para o comprometimento com os bens físicos e intelectuais dos educandos. Esses, segundo informações dos gestores educacionais, costumam comportar-se de forma ordeira, ocorrendo, de quando em vez, episódios conturbadores, coisa comum no ambiente escolar extra-classe. De acordo com uma supervisora, a demanda docente é na área de matemática. Foi comovente identifi car, no mesmo espaço escolar, discursos díspares tanto de indignação, quanto de paixão pela profissão de professor. Os depoimentos alternaram-se entre frágil e desiludida condição profi ssional, passando pela baixa auto-estima como educador, até as mais espontâneas e desprendidas demonstrações afetivo-emocionais em relação à educação [...] A recepção e atenção de todos que cruzaram nosso caminho deixaram impermeabilizada a impressão de que ainda há jeito para a escola pública, uma imperecível esperança para a educação de nossos jovens. [...] Em frente, sempre. (SILVA, 2007, diário de campo) Para facilitar suas observações e registros, sugerimos, ao longo deste módulo, alguns roteiros de observação, a fi m de orientar o seu olhar sobre os principais pontos a serem observados na escola e, conseqüentemente, para nortear sua escrita no diário de campo. Vale lembrar que não nos cabe julgar ou acusar a escola! A observação participante e seus registros não são somente instrumentos de análise, interpretação e identificação de pontos que precisarão ser revistos ou retomados em seu estágio supervisionado, mas são, sobretudo, instrumentos para sua formação. Nesse sentido, é fundamental assumir uma postura ética e compreender que a escola não é apenas um lugar de ensino-aprendizagem, mas uma instituição que atuará significativamente na sua formação como professor, seja ao longo do seu estágio supervisionado, seja ao longo da sua vida docente. 8 Módulo de orientação 3 Estágio Supervisionado

55 O que observar dos aspectos materiais, físicos e sócio-econômicos da escola Durante nossa experiência como Professoras Orientadoras de Estágio, vimos, muitas vezes, alunos e professores atribuírem sentidos às dimensões espaciais, físicas e materiais da escola. Certa vez, ao acompanharmos um estagiário numa escola pública, situada num bairro nobre da zona sul da cidade de Natal-RN, observamos que seus alunos cuidavam meticulosamente da aparência: as meninas usavam muitas pulseiras e colares, eram perfumadas e maquiadas e tinham penteados variados, feitos com um fi no acabamento; os meninos usavam acessórios metálicos e cabelos de corte moderno, adotando um estilo em sintonia com o visual de uma classe social específica. Com aquela imagem de meninos e meninas que se esforçavam para se assemelhar a uma classe sócio-econômica distinta da periferia onde moravam, começamos a nos interrogar onde buscaram aquelas referências e por que aquele era um valor tão significativo para eles. Obtivemos essa resposta ao atravessar a porta de saída da escola: o bairro onde ela se situava não só era de classe média alta, como em seu entorno estavam as butiques mais luxuosas da cidade. Entendemos que aquelas crianças, que tinham de 11 a 15 anos, se empenhavam em fazer efetivamente parte daquela paisagem, em pertencer àquele mundo em que a escola estava inserida. Nesse caso, era fundamental que o estagiário estivesse atento à ligação entre as dimensões material e física da escola e o perfil sócio-econômico real, tomado como referência pelos alunos. Certamente, no sentido atribuído por eles a essa escola pesava o seu papel como mediadora de diferentes esferas sociais. Hipótese que se confirmou ao sabermos da direção que as famílias se esforçavam em lá conseguir uma vaga para seus filhos por ser um lugar seguro, por ser um outro ambiente, pelas boas amizades que poderiam fazer, como diziam os pais. Como vê, esses aspectos mais materiais da escola (local, organização dos seus espaços, recursos etc.) podem lhe trazer pistas importantes acerca das expectativas e possibilidades de ensino e de aprendizagem dos alunos e professores. Diante dessa leitura da escola, duas perguntas seriam fundamentais para nortear seu estágio supervisionado: em que medida minha atuação pode se beneficiar por conhecer as expectativas desses pais e alunos acerca da escola? Como posso colaborar para que os alunos retomem suas aprendizagens escolares para ler criticamente sua realidade? No entanto, esse é apenas um dos elementos que pode ser observado por você, mas outros, certamente, serão igualmente importantes para elaborar uma leitura coerente sobre a escola selecionada. Nos diários de campo dos nossos estagiários, por exemplo, é muito recorrente o levantamento dos itens existentes e disponíveis na escola: se tem máquina copiadora, se disponibiliza recursos alternativos (cartolina, cola, tesoura etc.), se há assento para todos os Módulo de orientação 3 Estágio Supervisionado 9

56 alunos, se a ventilação da sala e sua localização em relação às demais dependências da escola é adequada, como é o acervo da biblioteca e seu gerenciamento etc. Diário de Campo [...] [ao ver a prova elaborada pela professora] pude então perceber as dificuldades com as quais os professores do ensino público se defrontam a cada dia: a prova era mimeografada [...]. As questões eram elaboradas numa única folha, onde os espaços entre elas era mínimo, também pelo mesmo motivo econômico. Penso que isso acaba limitando a criatividade do professor e do aluno, levando ambos a produzirem perguntas e respostas também limitadas. (AZEVEDO, 2006, diário de campo) Diário de Campo [...] Outro fator que ao meu ver contribuiu para um melhor andamento [do estágio] foi a distribuição das salas de aula, que ficavam seqüenciadas em corredores, evitando muita aglomeração de alunos. (MIRANDA, 2006, diário de campo). Ambos os diários de campo seguem analisando em que medida esses fatores falta de estrutura material e organização dos espaços na escola pesaram ou pesariam no desenvolvimento da sua atuação como professores. No primeiro caso, a estagiária questionava se as dificuldades de leitura e escrita dos alunos não seriam ainda mais ratificadas tendo em vista a falta de legibilidade do material e o espaço insuficiente para o desenvolvimento de suas produções de texto. Os comentários do segundo diário seguem comparando essa escola, em que as salas de aula são seqüenciadas, com outra em que estagiou, onde a integração com o pátio o fazia interromper constantemente sua aula para controlar as portas e janelas e evitar dispersão dos alunos. 10 Módulo de orientação 3 Estágio Supervisionado

57 Essas condições materiais, infra-estruturais e sócio-econômicas levam professores a questionar permanentemente as instâncias responsáveis e/ou a buscar alternativas para não penalizar o próprio trabalho ou abrir mão de suas convicções. Por outro lado, para os estagiários, o processo de observação participante permitia compreender esses problemas como uma fatia ínfima de uma prática profissional mais prolongada (AZEVEDO, 2006, diário de campo). Entendiam, com isso, que apenas a permanência prolongada na escola possibilitaria a aprendizagem de estratégias e elaboração de um planejamento coerente com as demandas e possibilidades da escola. Sugestão de atividade Observação e registro dos aspectos materiais, físicos e socioeconômicos da escola Sugerimos, no roteiro de observação, alguns pontos para nortear as sessões de observação participante. Agende com seu Tutor de Estágio e Professor Colaborador o período necessário para a realização das etapas de observação e escreva no diário de campo suas impressões sobre aqueles pontos presentes no roteiro e observados na escola. Antes de observar e escrever, confira nossas orientações a seguir. Roteiro para observação participante 1) sobre a localização da escola: observe o bairro onde se localiza (periferia, zona rural, centro etc.); as condições de acesso; a proximidade de centros comunitários, comércio, residências. 2) sobre a infra-estrutura da escola: descreva as dependências da escola; profissionais lotados, provisórios e terceirizados; identifique quais as áreas/setores que têm carência de pessoal; total de alunos que atende; recursos e tecnologia disponíveis; observe se há materiais didáticos suficientes, fardamento, refeição no turno letivo. 3) sobre o perfi l socioeconômico: observe as atividades que desenvolve junto à comunidade; perfi l do público de alunos e professores; problemas sociais que repercutem na escola (gravidez juvenil, uso de entorpecentes, relações familiares etc.). Diário de Campo Na sua escrita, não é necessário seguir a ordem do roteiro, mas é preciso fi car atento para que seu diário relate e analise os pontos sugerimos aqui. É possível que elementos novos surjam. Caso eles sejam pertinentes, não deixe de registrá-los, pois serão importantes para o planejamento das suas atividades da escola. Procure avançar seu olhar acerca dos elementos materiais e físicos da escola para além de uma descrição puramente quantitativa (total de salas de aula, de professores, de computadores etc.). É importante que, nesse período de observação, você possa fazer uma imersão gradual na escola e compreender o que signifi ca sua localização ser onde é, sua infra-estrutura ser como é, seu perfi l socioeconômico ser como é. Módulo de orientação 3 Estágio Supervisionado 11

58 O que observar dos alunos, suas expectativas e possibilidades de aprendizagem [...] quem aprende ensina ao aprender. (FREIRE, 2006, p. 23) Em princípio, a observação da escola e, especialmente dos alunos, pode apresentar vários desafios e perguntas que poderão ser, ao longo do seu estágio, redimensionadas. Muitos dos nossos estagiários apontaram o reconhecimento das formas de interação com a turma, bem como a contribuição para suas necessidades e possibilidades de aprendizagem como aspectos fundamentais para o desenvolvimento do estágio. No entanto, parece haver, inicialmente, um sentimento de incapacidade. O que vou fazer com esse aluno? era uma pergunta que estava, muitas vezes, nos seus discursos durante os momentos em que acompanhávamos o estágio. Por isso, quando você estiver diante da responsabilidade de observar a sala de aula, verá que esse momento é, por vezes, envolto de expectativas e ansiedades, como menciona uma estagiária: Diário de Campo Começo então a já me preocupar com alguns atritos que possivelmente surgirão entre mim e os alunos. Falo isso porque para poder desempenhar qualquer tipo de trabalho, acho indispensável algumas posturas básicas, como por exemplo, silêncio, disciplina e respeito para com quem está falando. (SANTOS, 2006, diário de campo) Nos diários de campo dos estagiários há, normalmente, longas passagens em que descrevem as situações de tensão em sala de aula e a preocupação em encontrar estratégias para ganhar a atenção da turma em torno de um objetivo comum de trabalho. No entanto, ao longo das observações, seus diários de campo já não focalizam exatamente esses problemas, mas já identifi cam as soluções encontradas pelos professores colaboradores e o quanto aprenderam com os alunos. Desse modo, nos trabalhos de fi nal de estágio, é comum que tenham avançado do sentimento de caos e de falta de alternativa para fazer um balanço das suas contribuições na realização das aprendizagens, como poderemos ver no trabalho fi nal de Santos, mesma autora do diário de campo apresentado inicialmente: 12 Módulo de orientação 3 Estágio Supervisionado

59 Trabalho final do Estágio Supervisionado O desejo de contribuir, mesmo minimamente para a formação de meus alunos foi constante, desde o primeiro exercício de projeção no campo de estágio feito em sala de aula [na universidade], até o fi nal de minha regência. Queria mostrar-lhes como podem perceber o valor da educação e atribuir sentido para os vários assuntos que estudam na escola. Desejo contribuir para que eles atribuam funcionalidade. Queria provocá-los, instigá-los, requisitar sua adesão à causa do conhecimento. (SANTOS, 2006, ensaio auto biográfico). Ao longo das suas observações, é possível que outros elementos chamem sua atenção: a relação que os alunos se propõem a estabelecer com você, as difi culdades específi cas de aprendizagem, o interesse por determinadas dinâmicas de trabalho em sala de aula, os conhecimentos de mundo que têm e que possam ser pertinentes para o ensino de determinados conteúdos, os modos como interagem nos momentos de recreação etc. Sugestão de atividade Observação e registro das expectativas e possibilidades de aprendizagem dos alunos Sugerimos, no roteiro de observação, alguns pontos para nortear as sessões de observação participante. Agende com seu Tutor de Estágio e Professor Colaborador o período necessário para a realização das etapas de observação e escreva no diário de campo suas impressões sobre aqueles pontos presentes no roteiro e observados na escola. Antes de observar e escrever, confira nossas orientações a seguir. Módulo de orientação 3 Estágio Supervisionado 13

60 Roteiro para observação participante 1) perfi l do aprendiz pelo professor: identifi que como o professor define os alunos, quais as principais difi culdades apontadas sobre a sala de aula, o que considera fundamental para o trabalho com o aluno. 2) perfi l do aprendiz pela direção e equipe técnica: identifique como a direção e equipe técnica definem o aluno, o tipo de observação e acompanhamento que realizam, as dificuldades que observam etc. 3) perfil do aprendiz em sua turma: em grupo, na sala de aula, os alunos formam o que chamamos de turma. Observe como interagem com o professor e com os colegas, em que medida se concentram/dispersam em sala de aula, quais as dificuldades/avanços, como participam das dinâmicas escolares, sua assiduidade, pontualidade etc. 4) perfil do aprendiz por ele mesmo: identifique, em conversas com os alunos, sua classe social, o papel que a família atribui à escola; como se relacionam entre si, quais critérios usam para formar os grupos, quais são suas principais difi culdades de aprendizagem, quais os métodos de ensino e conteúdos que são mais apreciados por eles, como vêem a presença do estagiário na escola, quais expectativas desenvolveram em relação ao seu trabalho etc. Diário de Campo Na sua escrita, não é necessário seguir a ordem do roteiro, mas é preciso fi car atento para que seu diário relate e analise os pontos que aqui sugerimos. É possível que elementos novos surjam. Caso eles sejam pertinentes, não deixe de registrá-los, pois serão importantes para o planejamento das suas atividades na escola. Procure elaborar o perfil do aluno a partir do confronto das visões dos diferentes sujeitos, inclusive ao observar a sala de aula. Converse com seu Professor Colaborador para realizar observações durante as aulas. Aos poucos sua presença vai deixando se ser estranha aos alunos e você poderá identificar suas especifi cidades de aprendizagem. A escrita minuciosa dessas observações lhe permitirá planejar suas ações em consonância com as possibilidades e expectativas de aprendizagem dos seus alunos. Escreva as suas impressões, as inferências que você faz a partir das afirmações de cada um quando falam do aluno. O que observar dos professores colaboradores: sua formação, planejamento, avaliação e concepções Quem ensina aprende ao ensinar [...] (FREIRE, 2006, p. 23) Nos diários de campo e nos textos de conclusão do Estágio Supervisionado, a fi gura dos professores do tempo de escola é, quase sempre, uma das principais referências para a vida profi ssional. Muitos estagiários relatavam a retomada das práticas dos seus professores de escola nas metodologias adotadas, na avaliação dos alunos, dentre outros aspectos. Isso se justifi ca porque o professor tem contato com seu objeto de trabalho o ensino-aprendizagem não apenas na sua formação acadêmica, mas ao longo de sua vivência como aluno, em que as marcas da escola são muito significativas. 14 Módulo de orientação 3 Estágio Supervisionado

61 Ao longo deste módulo, procuramos exemplificar diversas situações do estágio a partir dos registros escritos de estagiários como vocês, para que fosse possível a sua compreensão dos sentidos e vivências de quem se inicia na docência quando assistida por vários sujeitos (tutor, professores etc.). Mas, há um relato muito especial de um grande mestre Paulo Freire que reforça ainda mais que a escola é um lugar no qual quem aprende, aprende também como ser professor: [...] Às vezes, mal se imagina o que pode passar a representar na vida de um aluno um simples gesto do professor. O que pode um gesto aparentemente insignificante valer como força formadora ou como contribuição à do educando por si mesmo. Nunca me esqueço, na história já longa de minha memória, de um desses gestos de professor que tive na adolescência remota. Gesto cuja significação mais profunda talvez tenha passado despercebida por ele, o professor, e que teve importante influência sobre mim. Estava sendo, então, um adolescente inseguro, vendo-me como um corpo anguloso e feio, percebendo-me menos capaz do que os outros, fortemente incerto de minhas possibilidades. Era muito mais mal-humorado que apaziguado com a vida. Facilmente me eriçava. Qualquer consideração feita por um colega rico da classe já me parecia o chamamento à atenção de minhas fragilidades, de minha insegurança. O professor trouxera de casa os nossos trabalhos escolares e, chamando-nos um a um, devolvia-os com o seu ajuizamento. Em certo momento me chama e, olhando ou re-olhando o meu texto, sem dizer uma palavra, balançava a cabeça numa demonstração de respeito e de consideração. O gesto do professor valeu mais do que a própria nota dez que atribuiu à minha redação. O gesto do professor me trazia uma confi ança ainda obviamente desconfi ada de que era possível trabalhar e produzir. De que era possível confiar em mim, mas que seria tão errado confi ar além dos limites quanto errado estava sendo não confi ar. A melhor prova da importância daquele gesto é que dele falo agora como se tivesse sido testemunhado hoje. E faz, na verdade, muito tempo que ele ocorreu... [...]. (FREIRE, 2006, p. 42/43). Paulo Freire segue apontando que a escola não é um lugar em que se aprendem apenas os conteúdos curriculares e, nesse sentido, gostaríamos de chamar a sua atenção para o questionamento acerca dos gestos desse professor que faz parte da sua observação participante. Busque refl etir quais concepções estariam subjacentes ao planejamento de trabalho que realiza, às orientações que lhe dá para atuar na escola e o que significa para os alunos a presença dele em sala de aula. Durante nossa vivência como orientadoras de estágio nas sessões de acompanhamento nas escolas, vimos muitas imagens de professores: aqueles exaustos, que eram surpreendidos Módulo de orientação 3 Estágio Supervisionado 15

62 pelo desejo de jovens estagiários em ser professores; aqueles entusiasmados para compartilhar experiências e conhecimentos; e aqueles que observavam o desenvolvimento do estágio para, em momentos seguintes, optar por acompanhar ou não um estagiário. Cada uma dessas situações revela a responsabilidade do Estágio Supervisionado para o professor: como possibilidade de reinvestir na profi ssão, como possibilidade de trocas, como possibilidade de motivação. Para suas conversas com o Professor Colaborador, sugerimos alguns pontos que mencionaremos na atividade a seguir. Sugestão de atividade Observação e registro sobre a formação, planejamento, avaliação e concepções dos professores colaboradores Sugerimos, no roteiro de observação, alguns pontos para nortear as sessões de observação participante. Agende com seu Tutor de Estágio e Professor Colaborador o período necessário para a realização das etapas de observação e escreva no diário de campo suas impressões sobre aqueles pontos presentes no roteiro e observados na escola. Antes de observar e escrever, confira nossas orientações a seguir. Roteiro para observação participante 1) Formação: identifique qual a formação do professor, como ele avalia sua formação acadêmica em relação às demandas escolares, se participa de cursos de formação continuada etc. 2) Planejamento: nas suas conversas com o Professor Colaborador e na observação da sala de aula, observe como ele planeja o trabalho, a quais conteúdos dá ênfase, quais métodos de ensino privilegia e em que medida observa a dinâmica escolar e extra-escolar para adaptar seu planejamento. 3) Avaliação: identifique a concepção de avaliação presente na prática do Professor Colaborador, como incentiva a participação dos alunos, em que medida acompanha a sua aprendizagem etc. 4) Materiais didáticos: identifi que de quais materiais didáticos o Professor Colaborador faz uso; observe qual papel assume o livro didático na suas aulas, se é central ou se é alternado com outros materiais e métodos de ensino. Diário de Campo Na sua escrita, não é necessário seguir a ordem do roteiro, mas é preciso ficar atento para que seu diário relate e analise os pontos que aqui sugerimos. É possível que elementos novos surjam. Caso eles sejam pertinentes, não deixe de registrá-los, pois serão importantes para o planejamento das suas atividades na escola. Na sua escrita, considere que o Professor Colaborador, muitas vezes, não tem a disponibilidade de tempo necessária para uma conversa mais alongada, o que pode infl uenciar nos seus relatos sobre esses momentos. Por isso, esteja atento às aulas que agendarem para você realizar suas observações, a fim de que na escrita do seu diário de campo você possa interpretar o porquê do seu planejamento, métodos de ensino, avaliação e uso de materiais didáticos serem organizados da forma que são. 16 Módulo de orientação 3 Estágio Supervisionado

63 O que observar das ações da direção e equipe técnica: seus modos de organização e seu projeto político pedagógico Uma escola não é feita apenas de alunos e professores. Essa era uma frase repetida por muitos dos estagiários que acompanhamos na sua iniciação docente assistida. Compreender as formas de gestão da escola e seu funcionamento fornecerá muitos elementos para que você identifique parte das razões da organização dos espaços e capital material da escola, as concepções partilhadas por professores e seus modos de interagir com os alunos. O núcleo da sala de aula não funciona isoladamente de uma rede de relações que são estabelecidas entre desde professor e alunos até supervisores, coordenadores, equipe técnica, direção e o mundo para onde essas pessoas vão e de onde vêm todos os dias. A maioria dos nossos estagiários, ao conversar com a direção da escola, manifestando o interesse em conhecer seu projeto político pedagógico, se surpreendia porque, muitas vezes, ele não existia no papel. É possível que essa também seja a realidade da escola em que você esteja desenvolvendo suas observações. Mas, é importante que você se questione: que leitura é possível realizar acerca dessa ausência? Como a escola funciona sem um plano? Como são orientadas suas ações? Quais são as metas de trabalho e concepções pedagógicas que orientam suas ações? Ao longo das suas observações, você poderá identifi car que essa aparente desordem guarda, na verdade, um projeto que, embora não esteja redigido, é relativamente partilhado pelos sujeitos: eles estão em consonância acerca de diversos aspectos, mas podem divergir de alguns preceitos assumidos pela escola; são capazes de compreender suas atribuições; promovem reuniões para discutir suas posições político-educacionais, a organização das atividades culturais da escola etc. Por isso, nesse caso, você precisará empenhar-se ainda mais para tentar identificar quais as grandes perspectivas de trabalho da escola e de que modo o desenvolvimento da sua disciplina junto aos alunos se insere nesse projeto político pedagógico, inexistente materialmente numa folha de papel, mas visível nas práticas de todos aqueles que fazem a escola. Diversos funcionários, além dos professores, fazem a escola: a merendeira saberá lhe dizer a importância que o alimento tem para os alunos, se há horta e outros trabalhos realizados pelos professores nesse espaço; o porteiro saberá quais cuidados têm os pais ao encaminhar seus fi lhos à escola e quais critérios a escola adota para permitir/cercear o contato da escola com a comunidade; a bibliotecária poderá lhe informar em que medida o acervo pode contribuir para o seu trabalho em sala de aula e se há possibilidade de desenvolver um trabalho na sala de leitura. Um olhar sobre a atuação desses personagens na escola lhe ajudará a pensar/desenvolver seu trabalho no sentido de usar a horta e os alimentos ali produzidos para o ensino de Módulo de orientação 3 Estágio Supervisionado 17

64 matemática ou ciências naturais, por exemplo; quais as possibilidades de levar os alunos para uma aula de campo; e como seria possível estabelecer uma interação da biblioteca com o ensino da sua disciplina. Veja que para desenvolver cada um desses trabalhos é importante sua interação com diferentes instâncias da escola. Por isso, conhecer seus modos de organização, seu projeto político pedagógico e como cada um dos seus sujeitos é responsável por uma atuação específica dentro desse plano global de trabalho é imprescindível para a sua atuação como professor. Sugestão de atividade Observação e registro sobre a direção e equipe técnica: seus modos de organização e seu projeto político pedagógico Sugerimos, no roteiro de observação, alguns pontos para nortear as sessões de observação participante. Agende com seu Tutor de Estágio e Professor Colaborador o período necessário para a realização das etapas de observação e escreva no diário de campo suas impressões sobre aqueles pontos presentes no roteiro e observados na escola. Antes de observar e escrever, confira nossas orientações a seguir. Roteiro para observação participante 1) sobre a direção da escola: observe quais as principais metas da sua gestão, como foi realizada a eleição, quais as expectativas da escola; como/se organiza fóruns de discussão, quais os canais de comunicação que estabelece com a comunidade escolar e extra-escolar; como capta e gerencia os recursos; quais as principais demandas que identifica etc. 2) sobre a equipe técnica: observe sua qualifi cação profissional, como se integra às atividades escolares; qual sentido dá ao seu trabalho e como interage com a comunidade escolar. 3) sobre o projeto político pedagógico: observe se está vinculado às diretrizes nacionais de educação, se está articulado ao contexto social e político do momento; qual o perfil do aluno que se deseja formar (no ensino fundamental e médio), quais as orientações para a estrutura curricular, o que se espera de cada disciplina, quais os procedimentos previstos para a execução do projeto; como o projeto prevê o engajamento dos agentes educacionais e sociais; como/se o projeto permite a interação do aluno com a realidade social. Diário de Campo Na sua escrita, não é necessário seguir a ordem do roteiro, mas é preciso ficar atento para que seu diário relate e analise os pontos que aqui sugerimos. É possível que elementos novos surjam. Caso eles sejam pertinentes, não deixe de registrá-los, pois serão importantes para o planejamento das suas atividades na escola. Procure avançar seu olhar acerca de cada um desses pontos, não se restringindo a uma descrição muito objetiva. As sessões de observação participante devem lhe permitir saber colocar-se no lugar do outro para inferir os valores que se atribuem como direção escolar e como equipe técnica, bem como o sentido que delegam ao projeto político-pedagógico. 18 Módulo de orientação 3 Estágio Supervisionado

65 Neste momento, não pretendemos que você saiba tudo sobre cada um dos aspectos aqui elencados para melhor compreender a escola. Essa aprendizagem será contínua a partir dos registros e análises resultantes das suas observações participantes e da sua imersão gradual nas diferentes rotinas da escola. O que fi zemos foi apresentar alguns dos resultados das nossas próprias análises sobre os momentos de acompanhamento dos alunos estagiários nas escolas, bem como a visão desses estagiários no momento em que, como vocês, se iniciavam no estágio ou finalizavam essa etapa de sua formação. O que consideramos importante neste momento é que você comece a realizar as observações participantes a fim de que dialogue mais criticamente com as orientações aqui mencionadas e possa acrescentar novas versões e novos olhares a essa velha conhecida nossa: a escola. Sugestão de atividade Agora, você dispõe de dois tipos de relatos sobre a escola: um solicitado ao início do nosso módulo que lhe orientava a retomar suas lembranças escolares e outros que você produziu a partir das orientações dos roteiros de observação e escrita nos diários de campo. Esse conjunto de materiais lhe permitiu elaborar um diagnóstico da escola, conforme nos indicou Pimenta e Lima (2004) anteriormente. Nesse sentido, a partir dos diferentes olhares que você foi criando acerca da escola, escreva uma carta ao seu professor orientador apresentando o seu diagnóstico da escola. Não se esqueça de retomar os seus diários de campo e procure articular os diversos pontos orientadores das suas observações. Sua carta deve conter seu nome completo, curso, pólo, nome da escola em que estagia, Tutor de Estágio e Professor Colaborador que o acompanha. A carta poderá ser entregue no seu pólo para ser encaminhada à Secretaria de Educação a Distância ou encaminhada via página da disciplina no fórum específico. Certifiquese junto ao seu Tutor de Estágio a data limite para envio da atividade. Módulo de orientação 3 Estágio Supervisionado 19

66 Leitura complementar FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 33. ed. São Paulo: Paz e Terra, (Coleção Leitura). Este livro será, certamente, uma leitura significativa para você. Paulo Freire apresentanos uma visão verdadeiramente otimista, crítica e política das diferentes interfaces de ensinar. Referências FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 45. ed. São Paulo: Cortez, v 13. (Questões da nossa época).. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 33. ed. São Paulo: Paz e Terra, (Coleção Leitura). PAIVA, Irene Alves de; PERNAMBUCO, Marta Maria Castanho Almeida. Educação e realidade: interdisciplinar. Natal-RN: EDUFRN, PIMENTA, Selma Garrido; LIMA, Maria Socorro Lucena. Estágio e docência. São Paulo: Cortez, (Coleção docência em formação, Série saberes pedagógicos). SOUZA, Elizeu Clementino de. O conhecimento de si: estágio e narrativas de formação de professores. Rio de Janeiro: DP&A; Salvador, BA: UNEB, Módulo de orientação 3 Estágio Supervisionado

67 Anotações Módulo de orientação 3 Estágio Supervisionado 21

68 Anotações 22 Módulo de orientação 3 Estágio Supervisionado

69 Anotações Módulo de orientação 3 Estágio Supervisionado 23

70 Anotações 24 Módulo de orientação 3 Estágio Supervisionado

71 Estágio Supervisionado I INTERDISCIPLINAR EMENTA Apresenta as diferentes interfaces do estágio supervisionado, focalizando, principalmente, suas concepções e orientações institucionais para a formação docente; as orientações práticas para a vivência pedagógica e o planejamento do estágio na escola e a interlocução entre os saberes acadêmicos e escolares; como também os princípios de avaliação e acompanhamento do estagiário pelos diferentes sujeitos do estágio na EaD. AUTORAS Claudianny Amorim Noronha Tatyana Mabel N. Barbosa AULAS 01 Módulo de orientação 1 O Estágio Supervisionado para Formação de Professores: orientações para o estagiário 02 Módulo de orientação 2 O Estágio Supervisionado como possibilidade de pesquisa-formação 03 Módulo de orientação 3 O período de observação da escola: criando um outro olhar sobre os espaços, sujeitos e ações de uma antiga conhecida nossa 04 Módulo de orientação 4 Propostas de ações colaborativas para o Estágio: a interface entre os conhecimentos escolares e acadêmicos 05 Módulo de orientação 5 Materiais didáticos: como avaliar, utilizar e (re)elaborar 06 Módulo de orientação 6 Planejamento de ensino I: objetivos, conteúdos, métodos e avaliação da aprendizagem 07 Módulo de orientação 7 Planejamento de ensino II: objetivos, conteúdos, métodos e avaliação da aprendizagem 08 Módulo de orientação 8 A avaliação do estágio: um processo de reflexão contínua 09 Módulo de orientação 9 A (re)escrita do trabalho avaliativo final: o relatório, o artigo científico e o memorial 10 Módulo de orientação 10 Estágio Supervisionado: o papel da escola como instituição co-formadora 11 Fichário de estágio 2º Semestre de 2008 Impresso por: Gráfica Texform

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73 DISCIPLINA Estágio Supervisionado Propostas de ações colaborativas para o Estágio: a interface entre os conhecimentos escolares e acadêmicos Autoras Tatyana Mabel Nobre Barbosa Claudianny Amorim Noronha Módulo de orientação 04

74 Governo Federal Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva Ministro da Educação Fernando Haddad Secretário de Educação a Distância SEED Carlos Eduardo Bielschowsky Universidade Federal do Rio Grande do Norte Reitor José Ivonildo do Rêgo Vice-Reitora Ângela Maria Paiva Cruz Secretária de Educação a Distância Vera Lúcia do Amaral Secretaria de Educação a Distância- SEDIS Coordenadora da Produção dos Materiais Marta Maria Castanho Almeida Pernambuco Coordenador de Edição Ary Sergio Braga Olinisky Projeto Gráfi co Ivana Lima Revisores de Estrutura e Linguagem Janio Gustavo Barbosa Eugenio Tavares Borges Thalyta Mabel Nobre Barbosa Revisora das Normas da ABNT Verônica Pinheiro da Silva Revisoras de Língua Portuguesa Janaina Tomaz Capistrano Sandra Cristinne Xavier da Câmara Revisor Técnico Leonardo Chagas da Silva Revisora Tipográfi ca Nouraide Queiroz Ilustradora Carolina Costa Editoração de Imagens Adauto Harley Carolina Costa Diagramadores Bruno de Souza Melo Ivana Lima Johann Jean Evangelista de Melo Mariana Araújo de Brito Adaptação para Módulo Matemático Joacy Guilherme de A. F. Filho Imagens Utilizadas Banco de Imagens Sedis (Secretaria de Educação a Distância) - UFRN Fotografias - Adauto Harley Stock.XCHG - Divisão de Serviços Técnicos Catalogação da publicação na Fonte. UFRN/Biblioteca Central Zila Mamede Barbosa, Tatyana Mabel Nobre. Estágio supervisionado interdisciplinar / Tatyana Mabel Nobre Barbosa, Claudianny Amorim Noronha. Natal, RN: SEDIS, v 224 p. 1. Estágio supervisionado. 2. Formação de professores. 3. Educação. I. Noronha, Claudianny Amorim. II. Título. ISBN: CDD RN/UF/BCZM 2008/109 CDU Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

75 Apresentação Uma das perguntas mais recorrentes quando se inicia o Estágio Supervisionado é: O que faço aqui (na escola) com o que aprendi na Universidade?. Assim, neste módulo, orientaremos como é possível estabelecer o elo entre as demandas escolares e suas aprendizagens acadêmicas, a partir das sessões de observação participante já realizadas. Ao interagir com seu Professor Colaborador, você verá que os conhecimentos acadêmicos não podem ser simplesmente justapostos na escola, e, por outro lado, as dinâmicas escolares não invalidam as teorizações realizadas no âmbito da Universidade. Nesse sentido, em diversos momentos deste módulo, sugerimos o trabalho colaborativo para o desenvolvimento de ações na escola. Para isso, basearemos nossas orientações no conceito de alternância. Retomaremos referenciais de outras disciplinas do curso para orientá-lo no planejamento de ações para a escola, que considere suas características físicas, materiais e sociais; seus professores e alunos e sua dimensão técnica e pedagógica. Conteúdos 1 Relação entre os aspectos observados na escola e o conhecimento acadêmico construído nas disciplinas do núcleo de Educação durante sua graduação. 2 Elaboração de propostas colaborativas que integrem professores da escola e estagiários em ações comuns. Módulo de Orientação 4 Estágio Supervisionado 1

76 Possibilidades de interface entre a universidade e a escola Em módulos anteriores, orientamos as sessões de observação participante da escola e como e quais materiais nela observados poderão nortear suas decisões e definições para as diferentes etapas do Estágio. Agora, você verá como seus conhecimentos elaborados no âmbito acadêmico podem ser pertinentes para implementação de ações que considerem as especificidades da escola. Essa perspectiva de trabalho denominaremos de pedagogia da alternância. Dentre as diferentes concepções acerca da pedagogia da alternância, retomaremos aquela que nos permite estabelecer uma reciprocidade permanente entre a escola e a Universidade, a fim de que ela seja um dos nossos princípios básicos no Estágio Supervisionado: A alternância [...] consiste em uma efetiva implicação, envolvimento do alternante em tarefas da atividade produtiva, de maneira a relacionar suas ações com a refl exão sobre o porquê e o como das atividades desenvolvidas [...]. Trata-se, portanto, de uma situação educativa caracterizada por forte interação entre os diferentes momentos da aprendizagem quer elas sejam individuais, relacionais, didáticas ou institucionais, com possibilidades de transformação dos seus campos e dos atores em presença (SILVA, 2003, p. 30). 2 Módulo de Orientação 4 Estágio Supervisionado

77 Nesse processo, é fundamental o modo como você estabelece os elos entre a Universidade e a escola, a elaboração do seu projeto pedagógico para atuação no estágio, seu desenvolvimento e avaliação, em que não há as dicotomias escola x Universidade, mas um empenho em criar uma unidade entre a formação e atuação docente. No Brasil, a formação por alternância tem sido freqüente a partir do fi nal da década de 60, principalmente, na formação de jovens da zona rural. Segundo Silva (2003), essa experiência pedagógica inspirou-se fortemente no modelo francês das Maisons Familiares Rurales (Tradução nossa: casas familiares rurais), que tinha como um dos seus princípios a alternância de momentos de vivência na zona rural e na escola para a formação do jovem do campo, permitindo o diálogo entre a formação agrícola na propriedade rural (empiria, teorizações iniciais, confirmação e negação de hipóteses) e a formação escolar (teorização, teorizações mais complexas, novas hipóteses). Aqui, deslocamos o conceito de alternância comumente utilizado para a formação no campo para se pensar a formação docente durante o estágio supervisionado. Consideramos o estagiário o alternante, que se movimenta entre dois espaços (a Universidade e a escola) e mobiliza seus respectivos saberes em função da prática docente. A noção de alternância nos possibilita não eliminar os conhecimentos construídos num espaço em detrimento do outro. No âmbito da formação docente, o Instituto de Formação Superior Presidente Kennedy (IFESP), em Natal-RN, utiliza a pedagogia da alternância. Atualmente, atende aos professores para formação continuada nos cursos Normal Superior, Matemática e Letras. Nessa experiência, os professores continuam exercendo suas atividades docentes na escola e, no outro horário, são alunos do Instituto. Nesse caso, a alternância lhes permite refletir no IFESP sobre suas experiências docentes, que se constituem em dados para análise e teorização da prática, uma vez que já estão inseridos sócio-profissionalmente. Como não se desvinculam das suas atividades profissionais, pois esse é um dos requisitos para seu ingresso/ permanência no Instituto, a sistematização dos conhecimentos teórico-práticos passa gradativamente a ser um elemento constitutivo da sua (nova) prática pedagógica. Nesse sentido, esse módulo o orientará a estabelecer essa interface entre as cenas da sua escola e o que já foi pauta de discussão sobre ela nas disciplinas da área educacional ofertadas pela Secretaria de Educação a Distância e aqui retomadas, são elas: 1. Educação e Realidade, 2. Fundamentos da Educação, 3. Fundamentos Sócio-Filosóficos da Educação, 4. Didática, 5. Psicologia da Educação, 6. Informática e Educação, 7. Educação e Tecnologia e 8. Módulo de Orientação 4 Estágio Supervisionado 3

78 Disciplinas de Instrumentação para o Ensino. Com isso, você poderá redimensionar, reelaborar e ajustar seus conhecimentos acadêmicos em função das especificidades da sua sala de aula, ao mesmo tempo em que ocorrerão ajustes e mudanças na escola e, mais particularmente, na sua sala de aula, em função da sua mediação dos conhecimentos acadêmicos, ao longo do estágio. Ao retomar essas disciplinas, muitas das quais já cursadas por você, visamos focalizar quais metodologias podem ser pensadas, quais ações podem ser desenvolvidas, a partir dos conceitos já estudados por você, no seu planejamento de ensino, atendendo, principalmente, as reais necessidades e possibilidades da escola. Orientações para elaborar propostas de ação diante dos aspectos materiais, físicos e/ou sócio-econômicos da escola Você já ouviu professores, técnicos e direção falarem da difi culdade de realizarem seu trabalho em função das limitações materiais da escola? Já observou que o bairro onde a escola se localiza cria dinâmicas específicas de interação com o lugar? Já pensou que esses são pontos importantes para você analisar na escola em que está estagiando? Perrenoud As competências de que trata Perrenoud são as seguintes: 1. organizar e coordenar as situações de aprendizagem; 2. gerir a progressão das aprendizagens; 3. conceber e fazer evoluir dispositivos de diferenciação; 4. envolver os alunos em sua aprendizagem; 5. trabalhar em equipe; 6. participar da gestão da escola; 7. informar e envolver os pais; 8. servir-se de novas tecnologias; 9. enfrentar os deveres e dilemas éticos da profissão; 10. gerir sua própria formação contínua.. Essa dimensão material assume sentidos diferentes na escola, de modo que você poderá escutar frases como: a escola tem tudo e ninguém usa nada ; essa escola não oferece condições de trabalho. Talvez seja importante você analisar a relevância dos aspectos materiais da escola para o exercício das competências mencionadas por Perrenoud, citadas na aula 14 (A formação e a prática reflexiva) da disciplina Fundamentos Sócio-Filosóficos da Educação. No anexo 1 deste módulo, você encontrará uma tabela, estudada na disciplina citada anteriormente, com a descrição das 10 competências necessárias para o ensino. Juntamente com seu Professor Colaborador, reflitam sobre o que vocês consideram básico, do ponto de vista material e infra-estrutural, para desenvolver cada competência na sua área de ensino. Considere suas análises, suas anotações do diário de campo e as sessões de observação participante, e, a partir da relação competências de referência do professor x condições/ possibilidades de trabalho, elaborem propostas de trabalho possíveis na sua área de ensino. Veja algumas sugestões a seguir. 4 Módulo de Orientação 4 Estágio Supervisionado

79 Sugestão de atividade 1 Planeje conjuntamente e desenvolva propostas de ação colaborativa Propostas As sugestões a seguir podem ser desenvolvidas por você como atividade pontual do seu Estágio Supervisionado I, ou mesmo como propostas a serem inseridas no planejamento mais amplo que você elaborará e desenvolverá nos Estágios II e III. Para o ensino de ciências: montar um laboratório É possível que a escola não disponha de um laboratório. Isso, certamente, deverá ser considerado no desenvolvimento da organização e coordenação das situações de aprendizagem, competências fundamentais à ação docente. Sem ter como realizar muitos dos experimentos que requerem a estrutura de um laboratório escolar, o professor de ciências precisará considerar esse fator para planificar e organizar suas seqüências didáticas e identifi car alternativas para estabelecer vínculos com as teorias subjacentes à aprendizagem dos alunos. Nesse sentido, seria uma contribuição muito signifi cativa para a escola se, a partir dessas reflexões, você retomasse as disciplinas de Instrumentação para o Ensino de Química e/ou Física e Didática, a fim de elaborar um projeto, juntamente com seu Professor Colaborador, para equipar o laboratório na escola, ou mesmo, tentar reunir os equipamentos básicos para desenvolver experiências que possam ser desenvolvidas em sala de aula. Você e seu Professor Colaborador podem envolver a escola nesse trabalho de uma forma mais ampla para mobilizar e adquirir os materiais; os professores podem ainda participar de ofi cinas ministradas por você, orientando-os no desenvolvimento de experimentos; esses experimentos podem ser desenvolvidos em sala de aula, como uma atividade do seu estágio supervisionado etc. Para o ensino de matemática: desenvolver olimpíadas Diversos materiais podem ser fundamentais para o ensino da matemática: manipulativos, pictóricos, audiovisuais, lúdicos etc. No entanto, é possível que a sua escola campo de estágio não disponha desses materiais, ou mesmo que eles não sejam utilizados, embora objetos do quotidiano possam substituir um aparato técnico mais sofisticado. Módulo de Orientação 4 Estágio Supervisionado 5

80 A centralização do livro didático e o exercício contínuo de resolução de equações, frações, operações matemáticas básicas, desvinculadas do contexto de uso dos alunos podem fazê-los questionar: para que eu preciso aprender isso se essas contas podem ser feitas na calculadora ou no computador?. Em algumas situações, esses materiais podem permitir que seu aluno identifi que o vínculo da matemática com sua vida prática. Nesse sentido, a partir do seu conhecimento das disciplinas de Instrumentação para o Ensino da Matemática e de Didática, analise o planejamento do seu Professor Colaborador e identifique quais materiais didáticos seriam essenciais para que os alunos identifiquem as teorias subjacentes a suas ações diárias. A partir desse levantamento, você e seu Professor Colaborador podem organizar uma olimpíada de matemática, que venha a ser realizada em sua sala de aula, ou envolvendo toda a escola. Para isso, é necessário: mobilizar os alunos da escola para adquirir os materiais; realizar uma oficina junto aos professores de matemática, a fim de torná-los multiplicadores; estabelecer as regras da olimpíada (estimativa de tempo, seleção, classificação, pontuação dos participantes); categorizar as etapas da olimpíada de acordo com os níveis de escolaridade/aprendizagem da matemática; utilizar esse evento como momento de aprendizagem etc. O desenvolvimento de trabalhos colaborativos como esses lhe permitirão tornar-se atento às soluções que os professores dão para suas limitações materiais, a fi m de desenvolver as competências de referência propostas por Perrenoud, mesmo diante das restrições materiais da escola. Por outro lado, estabelecer essas metas equipar um laboratório escolar ou realizar uma olimpíada de matemática, permitirá a você e ao Professor Colaborador buscar os apoios institucionais e integrar à escola em projetos públicos que fomentem essas iniciativas. A partir da perspectiva da alternância, em que a os conhecimentos construídos na escola e na Universidade vão se alternando na sua formação docente durante o estagiário, é possível que sua busca por uma escola ideal para estagiar esteja sendo redimensionada para uma postura mais participativa e reflexiva na vida escolar. 6 Módulo de Orientação 4 Estágio Supervisionado

81 Orientações para elaborar propostas de ação diante das características dos alunos Durante suas observações na escola, os depoimentos de muitos professores podem alertá-lo sobre uma turma mais trabalhosa e uma turma melhor para você estagiar. Ou mesmo, em suas observações, você pode identifi car situações bem complexas vivenciadas pelos alunos: violência doméstica, uso de drogas, conflitos sexuais. Alguns desses problemas podem, em princípio, desencadear um certo desencorajamento em trabalhar com aqueles alunos. Veja a retomada das observações da escola realizada por uma estagiária que orientávamos: Trabalho final do Estágio Supervisionado [...] Nas duas aulas que assisti na turma [...] fiquei tonta, as crianças não paravam, andavam, corriam, arengavam, faziam de tudo, menos, assistir aula. Eles saíam, entravam, jogavam bola dentro da sala de aula, riscavam, desenhavam nas carteiras [...], atrapalhavam a aula, se a professora reclamava, eles desafiavam, respondiam e ficava por isso mesmo. [...] (ROCHA, 2006, Ensaio autobiográfico). Na ausência desse ideal de aluno projetado por muitos dos estagiários, é necessário repensar práticas de integração social que viabilizem o trabalho de sala de aula e o papel da escola atualmente. Nesse sentido, a observação atenta desses alunos pode oferecer parâmetros de trabalho importantes. Associe a isso seus conhecimentos construídos no âmbito das disciplinas de Psicologia da Educação, Instrumentação para o Ensino e Didática. Em Psicologia da Educação, por exemplo, conceitos como inteligência, afetividade, identidade, aprendizagem e desenvolvimento podem ajudá-lo a melhor elaborar estratégias de ensino que considerem as especificidades do seu aluno jovem e/ou adulto. É importante compreender quais estratégias o professor utiliza para estabelecer uma situação de ensino-aprendizagem diante do caos e compreender a dimensão prática das teorias estudadas no campo da Psicologia da Educação. Nesse sentido, pode ser importante que você retome as aulas 5 (A Psicologia da adolescência), 10 (A dinâmica dos grupos e o Módulo de Orientação 4 Estágio Supervisionado 7

82 processo grupal) e 12 (A escola como espaço de socialização) dessa disciplina. A partir delas, você poderá compreender que esses traços de inquietação, euforia e desatenção ao objetivo da aula correspondem às características psicológicas da adolescência, mencionadas na aula 5 dessa disciplina. Também é outra característica a formação de grupos dentro da dinâmica escolar, mas com especificidades bem particulares à adolescência, como você pode ver nas aulas 10 e 12 já citadas. Sugestão de atividade 2 Planeje conjuntamente e desenvolva propostas de ação colaborativa Propostas As sugestões a seguir podem ser desenvolvidas por você como atividade pontual do seu Estágio Supervisionado I, ou mesmo como propostas a serem inseridas no planejamento mais amplo que você elaborará e desenvolverá nos Estágios II e III. Para o ensino de ciências ou matemática: planejar atividades em grupo A indisciplina escolar tem sido um tema apontado por diversos professores como preocupante no trabalho com adolescentes. No caso da educação de adultos, surge a preocupação com a motivação para permanência na escola. Em ambos os casos, há, na verdade, uma dificuldade em reconhecer as características da adolescência e do adulto como sujeitos de aprendizagem. Também pode ser importante observar as formas de organização dos grupos entre os jovens e adultos e, a partir daí, elaborar um planejamento utilizando técnicas de trabalho de grupo. 8 Módulo de Orientação 4 Estágio Supervisionado

83 O trabalho em grupo pode ser importante devido aos diversos elementos que unem os alunos em vista de um objetivo comum (no caso, um objetivo didático). Deixamos como sugestão que você partilhe esses conhecimentos com o Professor Colaborador e, junto com ele, reflita sobre a possibilidade de trabalhar a partir de uma das três propostas de formação de grupos na dinâmica de ensinoaprendizagem, mencionadas na aula 10 de Psicologia da Educação. I - Técnica do método científico: pode ser aplicada quando se deseja trabalhar com um único tema para toda a sala, que se constitui no grande grupo. Sugestão de tema Resolução de problema: a) apresenta-se o problema; b) escreve-se no quadro as perguntas elaboradas anteriormente pelos alunos sobre o problema (dúvidas, indicações de caminhos possíveis para resolução etc.) o que queremos saber?; c) o professor registra no quadro as respostas apontadas pelo grande grupo; o que pensamos? d) o professor compara as respostas dadas ao resultado final; e) o professor envolve a turma para levantar suas conclusões o que concluímos? e os orienta a registrar sua aprendizagem. II - Painel de três: deve-se usar essa técnica quando se deseja trabalhar com uma temática que comporta diferentes posições. Assemelha-se ao júri simulado que trabalhamos no módulo dos Planejamento de ensino II, mas é uma técnica mais simplificada e que pode ser desenvolvida num tempo mais curto. Sugestão de tema A origem da vida humana: a) a sala deve ser dividida em 3 grupos; b) o grupo expositor um grupo expõe o tema explicando as diferentes teorias da origem humana: a teoria naturalista, a teoria religiosa, a teoria da abiogênese, da biogênese etc. c) o grupo opositor outro grupo faz anotações do que discorda sobre cada teoria, ou sobre algumas delas e expõe suas anotações; d) o grupo da assembléia um outro grupo apresenta seu depoimento, fazendo sua síntese; Módulo de Orientação 4 Estágio Supervisionado 9

84 e) o professor faz as articulações, elimina os equívocos e fixa os textos de cada grupo no quadro. III - Tempestade cerebral: a turma participa como um grande e único grupo. Essa técnica pode ser utilizada para temas amplos, sobre os quais os alunos tenham conhecimento a partir do senso comum. Sugestão de tema Poluição: a) o professor propõe o tema e distribui cartelas ao alunos; b) ao lançar o tema à turma, pede que cada aluno escreva palavras-chave que lhes vêm à mente, mesmo que seja fruto de uma associação absurda ; c) solicita que os alunos fi xem no quadro as palavras-chave que associaram ao tema; d) o professor convida que os alunos analisem e selecionem as palavras apontadas; e) Com isso, o professor pode partir de seus conhecimentos prévios sobre poluição e relacionar a problemas respiratórios, origem dos poluentes, além de desfazer equívocos. sua resposta 10 Módulo de Orientação 4 Estágio Supervisionado

85 sua resposta A refl exão conjunta sobre dinâmicas de trabalho poderá favorecer o desenvolvimento do seu planejamento, uma vez que todo o conhecimento que o professor tem sobre as especificidades da turma e as peculiaridades de cada aluno serão fundamentais para a escolha da técnica de grupo a ser utilizada. Assim, conhecer esses elementos frutos da experiência desse professor e, para ele, reconhecer as especificidades do trabalho em grupo será significativo para a elaboração de um planejamento pertinente que considere, dentro da perspectiva da alternância, os saberes construídos por ambos os sujeitos em ambos os espaços. Módulo de Orientação 4 Estágio Supervisionado 11

86 Orientações para elaborar propostas de ação considerando o trabalho dos professores A convivência com seu Professor Colaborador deve sempre se basear em aprendizagens mútuas. Por isso, a possibilidade de retomar o papel da ciência, tecnologia e sociedade na aprendizagem escolar, a partir de um diálogo permanente entre os conhecimentos escolares e acadêmicos, pode ser um ponto pertinente para sua atuação, já que, segundo Delizoicov, Angotti e Pernambuco (2002), essa relação, muitas vezes, não ocorre na sala de aula. Para os autores, a ciência e a tecnologia são, para muitos professores, compreendidas como algo à parte da sua realidade e do ensino, e, nesse sentido, a sua atuação pode ser pertinente. No momento de estabelecer esse diálogo com o professor, de compreender como ele vê as repercussões dos avanços científi cos e tecnológicos no ensino da sua disciplina, é importante retomarmos Paulo Freire, quando fala sobre a ética no espaço educacional: Gostaria [...] de sublinhar a nós mesmos, professores e professoras, a nossa responsabilidade ética no exercício de nossa tarefa docente. Sublinhar esta responsabilidade igualmente àqueles e àquelas que se acham em formação para exercêla [...]. O preparo científico do professor ou da professora deve coincidir com sua retidão ética [...]. Formação científica, correção ética, respeito aos outros, coerência, capacidade de viver e de aprender com o diferente [...] são obrigações a cujo cumprimento devemos humilde, mas perseverantemente nos dedicar. (FREIRE, 2006, p.15/17). Essa responsabilidade ética no exercício profissional passa também por esse diálogo com o outro. Nesse sentido, repetir o que esse outro já faz ou implantar novidades inócuas à realidade da escola pode ser mais cômodo ou atrativo, mas não é ético se não deriva do respeito aos outros ou da capacidade de viver e de aprender com o diferente. São esses os princípios que devem balizar o seu Estágio e, especialmente, no momento de defi nir com o professor como você pode colaborar e o que ele espera da sua atuação. Nesse momento de definir as formas de colaboração, pode ser fundamental considerar como ponto de discussão o papel da ciência e da tecnologia na sociedade e, especialmente, das tecnologias na escola. As disciplinas Informática e Educação, Educação e Tecnologia e Educação e Realidade têm algumas propostas de trabalho que podem ser estudadas por você e redimensionadas para sua sala de aula. Lembre-se de que o ensino não deve se resumir ao uso das técnicas ou ao aparato tecnológico, mas deve contemplar a complexa relação entre ciência, tecnologia e desenvolvimento humano, o que nos parece ser coerente com o que Paulo Freire disse anteriormente sobre preparo científico do professor e retidão ética. 12 Módulo de Orientação 4 Estágio Supervisionado

87 Sugestão de atividade 3 Planeje conjuntamente e desenvolva propostas de ação colaborativa Propostas As sugestões a seguir podem ser desenvolvidas por você como atividade pontual do seu Estágio Supervisionado I, ou mesmo como propostas a serem inseridas no planejamento mais amplo que você elaborará e desenvolverá nos Estágios II e III. Para o ensino de ciências ou matemática: usar novas tecnologias Uma das demandas da escola, sempre apontada pelos professores colaboradores, é o uso das novas tecnologias no ensino. Nesse sentido, lançaremos algumas sugestões, baseadas nas discussões das disciplinas de Informática e Educação, Educação e Tecnologia e Educação e Realidade. a) O cinema em sala de aula: muitos filmes colocam no centro de discussão questões relativas às ciências. De 2001 Uma Odisséia no Espaço (1969, Stanley Kubrick) a A.I. Inteligência Artificial (1998, Steven Spielberg), a ciência sempre esteve em pauta. Nos fi lmes mencionados, respectivamente, os conhecimentos relativos à colonização espacial e à robotização dos sentimentos humanos demarcam pautas de discussão e investigação sobre temas científi cos que envolvem parâmetros da física e da matemática, assim como da geografia, por também significar expansão e ocupação humanas de outros territórios. b) A informática na escola: em diversas aulas da disciplina Informática e Educação, você pôde ter acesso a softwares aplicativos que têm um alcance educativo bastante significativo. Principalmente, os softwares relativos a planilhas eletrônicas (como o Calc e o Excel), os quais propiciam trabalhar com cálculos, organização de dados matemáticos e estatísticos. O uso do laboratório de Módulo de Orientação 4 Estágio Supervisionado 13

88 informática, nesse sentido, pode ajudá-lo a dinamizar práticas no âmbito escolar que viabilizam o uso de tecnologias (computadores) e seus aplicativos, voltados, por sua vez, para algum conteúdo específico de área. Para o ensino de ciências ou matemática: usar as velhas tecnologias A relação educação e tecnologia não passa apenas pelos usos do que chamamos de novas tecnologias da informação e da comunicação. Mesmo o aluno daquela escola situada na zona rural, que não está conectado às redes de informação e comunicação, lida quotidianamente, por meio de uma relação histórico-cultural, com a tecnologia e a ciência e, nesse sentido, novos temas de trabalho podem surgir. a) Formas de fermentação e conservação de alimentos: você pode orientar a pesquisa em sala de aula, solicitando que os alunos investiguem como, antes da existência da fermentação industrial, as tribos indígenas e camponeses europeus obtinham a fermentação de suas bebidas, comparando com o modo como a fermentação é obtida atualmente. Pesquisas como essa também podem ser realizadas na própria comunidade em que estão inseridos, consultando os mais velhos e descobrindo como se conservava, há 30 anos, as carnes, como ocorria o processo de coalhar alguns tipos de queijo etc. Assim, você pode trabalhar com os processos químicos que ocorrem em cada uma dessas situações, associando essa temática à industrialização, higiene, mudanças na vida produtiva, no trabalho etc. b) Formas de tratamento às doenças: algumas doenças surgiram nas últimas décadas, outras tiveram seu tratamento modifi cado em função dos avanços científi cos e tecnológicos. Nesse sentido, você pode orientar que os alunos pesquisem nos arquivos públicos as taxas de natalidade/mortalidade do seu município, nos prontuários dos hospitais e postos de saúde da sua cidade as principais doenças e os períodos em que mais incidiram. Na disciplina de matemática, você pode trabalhar com estatísticas, gráfi cos que os permitam organizar os dados levantados; em ciências, você pode trabalhar com as doenças novas e velhas e sua relação com a vida social, bem como com os avanços científi cos. 14 Módulo de Orientação 4 Estágio Supervisionado

89 sua resposta Ainda que a realidade sócio-material em que se encontra sua escola pareça não precisar dessa discussão, pois não se tem amplo acesso às novas tecnologias, se justifica incluir essa temática pelo [...] risco de mantermos ou mesmo ampliarmos a exclusão [...] das maiorias do conhecimento básico nessas áreas (DELIZOICOV; ANGOTTI; PERNAMBUCO, 2002, p. 35). No caso do trabalho com as velhas tecnologias, fica evidente que alunos e professores são agentes históricos no desenvolvimento e uso dessas tecnologias. Com esse trabalho, você colaborará para que a escola não faça parte dessa maioria excluída. Módulo de Orientação 4 Estágio Supervisionado 15

90 Orientações para elaborar propostas de ação diante das concepções do projeto pedagógico Ao pensar em observar e interagir com a direção e equipe técnica, você talvez esteja se perguntando: como poderei desenvolver meu plano de trabalho, se a escola e o Professor Colaborador não partilharem das mesmas concepções pedagógicas que eu? Em que medida posso colaborar para fazê-los compreender a importância do meu trabalho? Essas questões entrarão em cena, certamente, quando você iniciar a elaboração do seu planejamento para o estágio. Talvez existam dissonâncias entre suas perspectivas e as adotadas pelo professor e pela escola. E, então, você deve se perguntar: devo fazer tudo o que o professor já faz? Ou devo impor a minha tendência pedagógica? Responder sim a essas perguntas invalida a pedagogia da alternância. Lembre-se de que para que o trabalho seja significativo para você como estagiário e para a escola, é necessário envolvê-la (e, necessariamente, o Professor Colaborador). Ambos precisam se enriquecer diante das aprendizagens acadêmicas e escolares. Desse modo, é importante que você colabore para que a escola também compreenda as implicações das tendências pedagógicas adotadas por ela e por você, a fim de que juntos possam compreender o sentido das linhas de trabalho traçadas no projeto político pedagógico da escola e no seu planejamento de estágio. As diferentes tendências do pensamento didático foram, ao longo do seu curso, pauta de discussão em Fundamentos da Educação, Fundamentos Sócio-Filosófi cos da Educação e em Didática. É importante que você retome essas disciplinas para compreender em que medida as ações desenvolvidas pela direção da escola, os papéis assumidos pela sua equipe técnica se situam numa determinada tendência do pensamento didático e o que essa assunção representa para a escola. Para apoiar as suas reflexões, consulte seus diários de campo e veja quais comentários feitos por você podem sinalizar conclusões nesse sentido. Retome, ainda, duas atividades desenvolvidas na aula 4 (Os elementos da teia da Didática) da disciplina de Didática. Na página 6, você foi orientado a conhecer diferentes escolas da sua região e analisou as especificidades do seu projeto político pedagógico; na página 9, na atividade Prática, você dirigiu-se aos alunos e professores, entrevistando-os acerca da sua relação com a escola, do modo como viam sua participação, entre outras questões. 16 Módulo de Orientação 4 Estágio Supervisionado

91 No anexo 2 deste módulo, você encontrará um quadro com as tendências do pensamento pedagógico retomado da aula 9 da disciplina Fundamentos Sócio-Filosóficos da Educação (As tendências pedagógicas e seus pressupostos, p. 16). Sugerimos que retome esses materiais e, juntamente com o Professor Colaborador, procure estabelecer uma correspondência entre o projeto político pedagógico da escola e as linhas do pensamento pedagógico. Sugestão de atividade 4 Planeje conjuntamente e desenvolva propostas de ação colaborativa Propostas Para Ciências ou Matemática: planeje uma unidade de ensino A sugestão a seguir pode ser desenvolvida como atividade do Estágio Supervisionado I. Embora seja mais ampla do que aquelas que sugerimos anteriormente, ainda não se trata do plano para 1 (um) ano letivo, que será elaborado no Estágio I e desenvolvido em Estágio II e III. Apesar do requisito básico para o Estágio I ser o desenvolvimento de uma atividade, como as já sugeridas por nós, é possível que você já tenha oportunidade de participar de uma unidade de ensino e, por isso, nossa orientação a seguir. Etapa I Reflexão sobre a relação tendências pedagógicas x ensino A partir de suas reflexões sobre as linhas do pensamento pedagógico (veja anexo 2: pedagogia liberal tradicional, renovadora progressiva, libertadora etc.), das observações participantes e registro no diário de campo, identifique, juntamente com o Professor Colaborador, como a predominância de uma dessas linhas no projeto pedagógico repercute na sua disciplina. Considere os seguintes aspectos: a) papel da escola; b) conteúdos; c) métodos; d) relação professor-aluno; e) concepções de aprendizagem. Módulo de Orientação 4 Estágio Supervisionado 17

92 Etapa II elabore seu plano para 1 (uma) unidade de ensino Agora, a partir da reflexão crítica realizada anteriormente, conte com a colaboração do Professor Colaborador e planeje uma unidade de ensino, cuja aplicação possa ser partilhada entre você e ele. A disciplina de Didática (aulas 13 e 14) sugere o seguinte roteiro para planejar uma unidade de ensino: a) tema; b) público alvo; c) objetivos (conceituais, procedimentais, atitudinais); d) metodologia (1º momento, 2º momento etc.); e) avaliação. sua resposta 18 Módulo de Orientação 4 Estágio Supervisionado

93 Leitura complementar PRO DIA nascer feliz. Documentário de João Jardim. Rio de Janeiro: Ravina Filmes, Este documentário traz várias cenas de diferentes escolas brasileiras: uma no interior de Pernambuco, outras duas na periferia de São Paulo e Rio de Janeiro, e uma da rede privada que atende jovens de classe média alta na cidade de São Paulo. Este documentário lhe permitirá identificar a interação entre os quatro aspectos que trabalhamos neste módulo: a infra-estrutura da escola, as características dos alunos, professores e seu projeto pedagógico. De modo mais específi co, você poderá comparar as diferentes realidades de cada escola e como as políticas públicas da educação parecem ausentes/presentes para seus participantes. Partilhe este filme com o professor que o acompanha na escola! Sugestão de atividade 5 Avalie seu trabalho e registre em seu diário de campo Agora que você já planejou o desenvolvimento das atividades propostas, é o momento de avaliar seu próprio trabalho, juntamente com seu Professor Colaborador. Considerem os pontos a seguir e registre sua avaliação do diário de campo: a) quais as tendências pedagógicas predominantes no seu trabalho; b) em que medida a seleção dos conteúdos, métodos, relação professor-aluno, concepções de avaliação e aprendizagem seguiram essa linha; c) aponte se houve dissonâncias de tendências pedagógicas entre o planejamento e sua aplicação. Consulte o anexo II deste módulo. Módulo de Orientação 4 Estágio Supervisionado 19

94 sua resposta Referências AMARAL, Vera Lúcia do. Psicologia da educação. Natal, RN: EDUFRN, ARAÚJO, Célia Maria; FELIPE, Marcos Aurélio. Educação e tecnologia. Natal, RN: EDUFRN, [2008?]. No prelo. DELIZOICOV, Demétrio; ANGOTTI, José André; PERNAMBUCO, Marta Maria. Ensino de ciências: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, (Docência em formação). FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 33. ed. São Paulo: Paz e Terra, (Coleção Leitura). GOMES, Apuena Vieira; ANDRADE, Adja Ferreira de. Informática e educação: interdisciplinar. Natal, RN: EDUFRN, MEDEIROS, Geneci Cavalcanti Moura de; OLIVEROS, Marcílio Colombo. Instrumentação para o ensino de física I. Natal, RN: EDUFRN, [2008?]. No prelo. 20 Módulo de Orientação 4 Estágio Supervisionado

95 MENDES, Iran Abreu; MARTINS, André Ferrer Pinto. Didática. Natal, RN: EDUFRN, NEVES, Luiz Seixas das; SILVA, Márcia Gorette Lima da. Instrumentação para o ensino de química I. Natal, RN: EDUFRN, PAIVA, Irene Alves de; PERNAMBUCO, Marta Maria Castanho Almeida. Educação e realidade: interdisciplinar. Natal, RN: EDUFRN, PERRENOUD, Philippe. Formar professores em contexto social em mudança: prática reflexiva e participação crítica. Tradução de Denice Barbara Catani. Revista Brasileira de Educação, n. 12, p. 5-21, set./dez PIRES, João Maria; CRUZ, Vilma Vitor. Fundamentos da educação. Natal, RN: EDUFRN, QUEIROZ, Cecília Telma Alves Pontes de; MOITA, Filomena Maria Gonçalves da Silva Cordeiro. Fundamentos sócio-filosóficos da educação. Campina Grande, PB: UEPB, SILVA, Lourdes Helena da. As experiências de formação de jovens do campo: alternância ou alternâncias? Viçosa: Editora UFV; SILVA, Márcia Gorette Lima da; NÚÑEZ, Isauro Beltrán. Instrumentação para o ensino de química II. Natal, RN: EDUFRN, Instrumentação para o ensino de química III. Natal, RN: EDUFRN, [2008?]. No prelo. Módulo de Orientação 4 Estágio Supervisionado 21

96 Anexo A Dez domínios de competências reconhecidas como prioritárias na formação contínua dos professores Competências de referência 1. Organizar e coordenar as situações de aprendizagem 2. Gerir a progressão das aprendizagens 3. Conceber e fazer evoluir dispositivos de diferenciação 4. Envolver os alunos em sua aprendizagem e seu trabalho 5. Trabalhar em equipe 6. Participar da gestão da escola 7. Informar e envolver os pais 8. Servir-se de novas tecnologias 9. Enfrentar os deveres e dilemas éticos da profissão 10. Gerir sua própria formação contínua Competências mais específicas para serem trabalhadas na formação contínua (exemplos) Conhecer, para uma dada disciplina, os conteúdos a ensinar e sua tradução em objetivos de aprendizagem. Trabalhar a partir das representações dos alunos. Construir e planificar dispositivos e seqüências didáticas. Engajar os alunos em atividades de pesquisa, em projetos de conhecimento. Conceber e gerir situações-problema adequadas aos níveis e possibilidades dos alunos. Adquirir uma visão longitudinal dos objetivos do ensino primário. Estabelecer vínculos com as teorias subjacentes às atividades de aprendizagem. Observar e avaliar os alunos nas situações de aprendizagem, segundo uma abordagem formativa. Fazer balanços periódicos de competências e tomar decisões de progressão. Gerir a heterogeneidade no interior do grupo da classe. Superar barreiras, ampliar a gestão da classe para um espaço mais vasto. Praticar o apoio integrado, trabalhar com os alunos que enfrentam grande dificuldade. Desenvolver a cooperação entre alunos e algumas formas simples de ensino mútuo. Suscitar o desejo de aprender, explicitar a relação com o saber, o sentido do trabalho escolar e desenvolver a capacidade de auto-avaliação nas crianças. Instituir e fazer funcionar um conselho de alunos (Conselho de Classe ou de escola) e negociar com os alunos diversos tipos de regras e contratos. Oferecer atividades de formação optativas, de modo que o aluno componha livremente parte de sua formação. Favorecer a definição de um projeto pessoal do aluno. Elaborar um projeto de equipe, representações comuns. Coordenar um grupo de trabalho, conduzir reuniões. Formar e renovar uma equipe pedagógica. Confrontar e analisar juntos situações complexas, práticas e problemas profissionais. Gerir crises ou conflitos entre pessoas. Elaborar e negociar um projeto da escola. Gerir os recursos da escola. Coordenar e estimular uma escola e todos os parceiros (pára-escolares, do bairro, associações de pais, professores de língua e cultura de origem). Coordenar as reuniões de informação e de debate. Conduzir as entrevistas. Envolver os pais na valorização da construção de saberes. Utilizar os programas de edição de textos. Explorar as potencialidades didáticas de programas com relação aos objetivos dos vários domínios do ensino. Prevenir a violência na escola e na cidade. Lutar contra os preconceitos e as discriminações sexuais, étnicas e sociais. Participar na definição de regras de vida comum no tocante à disciplina na escola, às sanções e à apreciação da conduta. Analisar a relação pedagógica, a autoridade e a comunicação em classe. Desenvolver o senso de responsabilidade, a solidariedade, o sentimento de justiça. Saber explicitar suas práticas. Fazer seu próprio balanço de competências e seu programa pessoal de formação contínua. Negociar um projeto de formação comum com os colegas (equipe, escolas, rede). Envolver-se em atividades no domínio de um setor do ensino. Colher e participar da formação dos colegas. Fonte: Perrenoud (1999, p.20-21). Anexo B - Quadro síntese das tendências pedagógicas 22 Módulo de Orientação 4 Estágio Supervisionado

97 Fonte: Mendes e Martins (2006, aula 9, p. 16). Nome da Tendência Pedagógica Pedagogia Liberal Tradicional Tendência Liberal Renovadora Progressiva Tendência Liberal Renovadora nãodiretiva (Escola Nova) Tendência Liberal Tecnicista Tendência Progressista Libertadora Tendência Progressista Libertária Tendência Progressista crítico social dos conteúdos ou histórico-crítica Papel da Escola Conteúdos Métodos Preparação intelectual e moral dos alunos para assumir seu papel na sociedade. A escola deve adequar as necessidades individuais ao meio social. São conhecimentos e valores sociais acumulados através dos tempos e repassados aos alunos como verdades absolutas. Os conteúdos são estabelecidos a partir das experiências vividas pelos alunos frente às situações problemas. Exposição e demonstração verbal da matéria e / ou por meios de modelos. Por meio de experiências, pesquisas e método de solução de problemas. Formação de atitudes. Baseia-se na busca dos conhecimentos pelos próprios alunos. Método baseado na facilitação da aprendizagem. É modeladora do comportamento humano através de técnicas específicas. Não atua em escolas, porém visa levar professores e alunos a atingir um nível de consciência da realidade em que vivem na busca da transformação social. Transformação da personalidade num sentido libertário e autogestionário. Difusão dos conteúdos. São informações ordenadas numa seqüência lógica e psicológica. Procedimentos e técnicas para a transmissão e recepção de informações. Temas geradores. Grupos de discussão. As matérias são colocadas mas não exigidas. Conteúdos culturais universais que são incorporados pela humanidade frente à realidade social. Vivência grupal na forma de auto-gestão. O método parte de uma relação direta da experiência do aluno confrontada com o saber sistematizado. Professor x aluno Autoridade do professor que exige atitude receptiva do aluno. O professor é auxiliador no desenvolvimento livre da criança. Educação centralizada no aluno e o professor é quem garantirá um relacionamento de respeito. Relação objetiva onde o professor transmite informações e o aluno vai fixá-las. A relação é de igual para igual, horizontalmente. É não diretiva, o professor é orientador e os alunos livres. Papel do aluno como participador e do professor como mediador entre o saber e o aluno. Aprendizagem Manifestações A aprendizagem é receptiva e mecânica, sem se considerar as características próprias de cada idade. Nas escolas que adotam filosofias humanistas clássicas ou científicas. É baseada na motivação e na estimulação de problemas. Montessori Decroly Dewey Piaget Lauro de oliveira Lima Aprender é modificar as percepções da realidade. Carl Rogers, Sumerhill escola de A. Neill. Aprendizagem baseada no desempenho. Leis 5.540/68 e 5.692/71. Resolução da situação problema. Paulo Freire. Aprendizagem informal, via grupo. C. Freinet Miguel Gonzales Arroyo. Baseadas nas estruturas cognitivas já estruturadas nos alunos. Makarenko B. Charlot Suchodoski Manacorda G. Snyders Demerval Saviani. Módulo de Orientação 4 Estágio Supervisionado 23

98 Anotações 24 Módulo de Orientação 4 Estágio Supervisionado

99 Estágio Supervisionado I INTERDISCIPLINAR EMENTA Apresenta as diferentes interfaces do estágio supervisionado, focalizando, principalmente, suas concepções e orientações institucionais para a formação docente; as orientações práticas para a vivência pedagógica e o planejamento do estágio na escola e a interlocução entre os saberes acadêmicos e escolares; como também os princípios de avaliação e acompanhamento do estagiário pelos diferentes sujeitos do estágio na EaD. AUTORAS Claudianny Amorim Noronha Tatyana Mabel N. Barbosa AULAS 01 Módulo de orientação 1 O Estágio Supervisionado para Formação de Professores: orientações para o estagiário 02 Módulo de orientação 2 O Estágio Supervisionado como possibilidade de pesquisa-formação 03 Módulo de orientação 3 O período de observação da escola: criando um outro olhar sobre os espaços, sujeitos e ações de uma antiga conhecida nossa 04 Módulo de orientação 4 Propostas de ações colaborativas para o Estágio: a interface entre os conhecimentos escolares e acadêmicos 05 Módulo de orientação 5 Materiais didáticos: como avaliar, utilizar e (re)elaborar 06 Módulo de orientação 6 Planejamento de ensino I: objetivos, conteúdos, métodos e avaliação da aprendizagem 07 Módulo de orientação 7 Planejamento de ensino II: objetivos, conteúdos, métodos e avaliação da aprendizagem 08 Módulo de orientação 8 A avaliação do estágio: um processo de reflexão contínua 09 Módulo de orientação 9 A (re)escrita do trabalho avaliativo final: o relatório, o artigo científico e o memorial 10 Módulo de orientação 10 Estágio Supervisionado: o papel da escola como instituição co-formadora 11 Fichário de estágio 2º Semestre de 2008 Impresso por: Gráfica Texform

100

101 DISCIPLINA Estágio Supervisionado Materiais didáticos: como avaliar, utilizar e (re)elaborar Autoras Tatyana Mabel Nobre Barbosa Claudianny Amorim Noronha Módulo de orientação 05

102 Governo Federal Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva Ministro da Educação Fernando Haddad Secretário de Educação a Distância SEED Carlos Eduardo Bielschowsky Universidade Federal do Rio Grande do Norte Reitor José Ivonildo do Rêgo Vice-Reitora Ângela Maria Paiva Cruz Secretária de Educação a Distância Vera Lúcia do Amaral Secretaria de Educação a Distância- SEDIS Coordenadora da Produção dos Materiais Marta Maria Castanho Almeida Pernambuco Coordenador de Edição Ary Sergio Braga Olinisky Projeto Gráfi co Ivana Lima Revisores de Estrutura e Linguagem Janio Gustavo Barbosa Eugenio Tavares Borges Thalyta Mabel Nobre Barbosa Revisora das Normas da ABNT Verônica Pinheiro da Silva Revisoras de Língua Portuguesa Janaina Tomaz Capistrano Sandra Cristinne Xavier da Câmara Revisor Técnico Leonardo Chagas da Silva Revisora Tipográfi ca Nouraide Queiroz Ilustradora Carolina Costa Editoração de Imagens Adauto Harley Carolina Costa Diagramadores Bruno de Souza Melo Ivana Lima Johann Jean Evangelista de Melo Mariana Araújo de Brito Adaptação para Módulo Matemático Joacy Guilherme de A. F. Filho Imagens Utilizadas Banco de Imagens Sedis (Secretaria de Educação a Distância) - UFRN Fotografias - Adauto Harley Stock.XCHG - Divisão de Serviços Técnicos Catalogação da publicação na Fonte. UFRN/Biblioteca Central Zila Mamede Barbosa, Tatyana Mabel Nobre. Estágio supervisionado interdisciplinar / Tatyana Mabel Nobre Barbosa, Claudianny Amorim Noronha. Natal, RN: SEDIS, v 224 p. 1. Estágio supervisionado. 2. Formação de professores. 3. Educação. I. Noronha, Claudianny Amorim. II. Título. ISBN: CDD RN/UF/BCZM 2008/109 CDU Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

103 Apresentação Com o que trabalhar? Quais materiais poderei utilizar? Como é o livro didático adotado na escola? Essas são questões que, certamente, você fará logo que iniciar o Estágio Supervisionado. Para muitos estagiários, a realidade comum de limitações materiais das escolas públicas, sejam estaduais ou municipais, pode ser uma dificuldade para as atividades a serem desenvolvidas em sala de aula. Por outro lado, perguntamos: será que você está explorando o livro didático em todas as suas potencialidades? Será que não há recursos de fácil acesso que possam ser utilizados como instrumentos para o ensino-aprendizagem de um dado conteúdo? Assim, neste módulo, procuraremos orientá-lo a analisar, selecionar e produzir materiais didáticos. Primeiramente, discutiremos quais os parâmetros importantes para a análise do livro didático e, ao mesmo tempo, analisaremos a necessidade de sua descentralização no contexto escolar, principalmente, em atenção às demandas recentes da ciência e das novas tecnologias da informação e comunicação. Orientaremos, nesse sentido, a análise e utilização de materiais didáticos (ou não-didáticos com finalidades educacionais), considerando pontos fundamentais para seu planejamento. Conteúdos Análise do livro didático. Parâmetros para análise, seleção e produção de materiais didáticos. Considerações essenciais sobre os materiais didáticos para elaboração do seu planejamento de ensino. Módulo de orientação 5 Estágio Supervisionado 1

104 O que dizer sobre o livro didático Na escola, você, certamente, encontrará diferentes opiniões sobre o uso do livro didático (LD) entre os professores, direção e alunos. Algumas falas a seguir podem coincidir com aquelas ouvidas por você na escola em que está estagiando. Observe. O que dizem alguns professores: eu uso porque é a única fonte de material que nós temos ; o livro é muito bom, mas é preciso ajustar a nossa realidade ; eu acho o livro muito ruim, não explora os conteúdos como deveria ; o processo de seleção do livro na nossa escola não ocorreu a contento. Como professores, não fomos escutados. O que diz a direção/equipe pedagógica: foi difícil selecionar um livro didático bom. Os professores ainda buscam livros muito tradicionais ; se chegar o final do ano e não tiver se batido capa à capa do livro didático os pais reclamam ; é difícil conseguir que os alunos tragam o livro. Dão mil desculpas ; os livros que pedimos ao MEC não vieram. O que dizem alguns alunos: os professores nem usam. Passam a aula toda copiando e só marcam a atividade para fazermos em casa ; eu uso antes da prova, para estudar o conteúdo ; acho difícil entender a matéria, estudando pelo LD. O que você tem a dizer? Como vê o uso do livro didático na escola em que está estagiando? O que professores, alunos e direção/equipe pedagógica pensam sobre a escolha e usos do livro didático da sua área de ensino? Outros materiais (paradidáticos e/ou didatizados) são utilizados? 2 Módulo de orientação 5 Estágio Supervisionado

105 Como vemos, por meio dos discursos que circulam em torno do livro didático, é possível identificar diferentes concepções quanto ao seu uso e importância para o contexto escolar. As falas ilustram alguns consensos e divergências entre os sujeitos, mas não são completamente excludentes, pois temos aqui a clareza de que se, de um lado, a presença do livro didático na escola é para professores e alunos a fonte principal de estudos, de outro, é questionável o caráter dominante que assumiu. Se seu aspecto homogeneizador concede um mesmo tratamento didático aos conteúdos, sem considerar as especificidades de cada aluno, pode, justamente por isso, ser razão de grande empenho dos professores para não tornar prescritivo o trabalho de sala de aula. Se de um lado, argumenta-se que o uso do livro didático faz do professor um transmissor de um conhecimento do qual ele não é autor, de outro, suprimi-lo exigiria profissionais autônomos, críticos e capazes de produzir seus materiais didáticos em consonância com sua realidade escolar e com as diretrizes institucionais de ensino. Você sabia? O Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) é desenvolvido pelo Ministério da Educação e tem como objetivo avaliar as coleções didáticas encaminhadas pelas editoras para pleitearem sua aquisição pelo MEC e distribuição nas escolas públicas. Cada escola participa desse processo nas seguintes etapas: 1) escolha do livro didático, a partir daqueles aprovados previamente pelo MEC. A escolha tem vigência de três anos; 2) indicação de duas opções de livros. Às vezes, o MEC não consegue negociar com a editora o livro que sua escola escolheu. Por isso, as escolas indicam duas opções (de livros que, preferencialmente, sejam de editoras diferentes); 3) consulta à reserva técnica. Por alguma razão, o livro pode ter chegado em quantidade insufi ciente. Por isso, antes do planejamento é sempre bom consultar àqueles mais votados no seu Estado, pois são eles que constituem a reserva técnica do MEC e serão encaminhados para sua escola na falta dos livros pedidos; 4) preencher o formulário corretamente e encaminhar o pedido. (BRASIL, 2007a). Desse modo, o livro didático, especialmente na escola pública em que sua distribuição é gratuita, merece uma discussão profunda. Seus usos, seleção e acompanhamento dos programas institucionais de apreciação das coleções encaminhadas para o Ministério da Educação e enviadas às escolas devem ser focos permanentes de atenção por parte de professores, direção e equipe pedagógica. Módulo de orientação 5 Estágio Supervisionado 3

106 O que fazer com o livro didático Diante do modo como o livro didático é visto e utilizado na escola em que você está estagiando, é importante pensar em critérios e estratégias para a utilização desse material: O que dá a um livro o caráter e a qualidade didático-pedagógicos é, mais que a forma própria de organização interna, o tipo de uso que se faz dele; e os bons resultados também dependem diretamente desse uso. [...] O que pode transformá-lo [...] é o uso adequado à situação particular de cada escola. Podemos exigir e obter bastante de um livro, desde que conheçamos bem nossas necessidades e sejamos capazes de entender os limites do LD e ir além deles. (BRASIL, 2007a, p. 14, grifos dos autores). Nesse sentido, tentaremos estabelecer, junto com você os elementos que lhe permitirão saber usar o livro didático de acordo com a sua realidade escolar, com os modos como seu professor colaborador, seu aluno e a direção/equipe técnica vêem esse material. Sugestão de atividade 1 Analise seu livro didático Guia do Livro Didático O Guia apresenta os critérios de avaliação de cada área dos anos iniciais e finais do ensino fundamental e os resultados das análises dos livros didáticos. Entre no site e faça a sua pesquisa: < mec.gov.br/seb/index.php? option=content&task=view &id=377>. As perguntas a seguir são propostas no volume da apresentação do Guia do Livro Didático. Utilize-as, juntamente com o professor colaborador, para fazer a primeira análise do seu livro didático. Ao final, você terá informações importantes para repensar seu planejamento e atuação no Estágio Supervisionado sobre o uso do livro didático. A seleção de conteúdos é adequada? A seqüência com que são apresentados obedece à progressão da aprendizagem planejada por sua escola? O conjunto dos conteúdos, assim como o tratamento didático dado a eles, é adequado para o seu aluno e está de acordo com o currículo? A linguagem é clara e precisa? O texto das explicações é acessível para os alunos? As atividades se preocupam em ajudar o aluno a entender o texto das lições? O livro do professor contribuiu o suficiente para o melhor uso do material? (BRASIL, 2007a, p. 16). 4 Módulo de orientação 5 Estágio Supervisionado

107 Registre suas respostas no seu diário de campo e procure refletir em que medida a análise do livro influenciará no seu planejamento e nos momentos de mediação desse material em sala de aula. sua resposta Dependendo dos resultados da sua análise, certamente, alguns elementos precisarão ser repensados na sua prática, ao utilizar o livro didático. Você deve ter observado que as perguntas sugeridas pelo Guia do Livro Didático podem ser organizadas em três grandes eixos: 1) as três primeiras perguntas referem-se aos conteúdos, sua organização seqüencial e relação aprendizagem/currículo da escola; 2) as três perguntas seguintes focalizam a legibilidade do livro didático: sua clareza e favorecimento da leitura pelo aluno; 3) a última questão direciona-se ao manual do professor como instrumento orientador do uso do livro didático. Esses três eixos deverão não apenas nortear sua análise sobre os livros didáticos, mas serem considerados também ao se usar materiais não-didáticos com finalidades educativas. Vejamos os comentários sobre as questões que devem nortear sua análise sobre o livro didático. Módulo de orientação 5 Estágio Supervisionado 5

108 1) Quanto aos conteúdos, sua organização seqüencial e relação aprendizagem/currículo da escola Sobre esse ponto, os autores Delizoicov, Angotti e Pernambuco (2002), em seu livro Ensino de ciências: fundamentos e métodos, colocam que muitos livros didáticos de ciências apresentam conteúdos pouco significativos. Você poderá observar que alguns professores podem alternar as unidades de trabalho propostas no livro. É possível observar também que, de acordo com suas concepções de ensino ou de afinidade com dados conteúdos, os professores podem suprimir do seu planejamento uma ou outra unidade do livro didático. Nesse sentido, Delizoicov, Angotti e Pernambuco (2002) fazem várias propostas para o ensino de ciências. Os autores colocam, por exemplo, a possibilidade de trabalho com a poluição ou a AIDS como temas. E, além disso, relatam experiências de professores. 2) A legibilidade do livro didático: sua clareza e favorecimento da leitura pelo aluno Essas questões são muito sérias. Certamente, durante sua vivência no estágio supervisionado na escola, você pode ter escutado dos professores que os alunos têm problemas de leitura e produção de textos e que, muitas vezes, a difi culdade é mais na interpretação do problema do que mesmo na sua resolução. Por isso, a linguagem do livro didático precisa considerar os níveis de leitura dos alunos e até promover avanços nesse sentido. 3) O manual do professor como instrumento orientador do uso do livro didático Nesse sentido, é necessário observar se o manual do professor contempla alguns aspectos (BRASIL, 2007a): orientações pedagógicas ligadas à disciplina, a fim de que o professor melhor adeque/utilize o livro didático, considerando os avanços científicos do como ensinar na sua área; se ajuda no desenvolvimento das aulas e na avaliação, orientando o professor para usos diferenciados do LD, alterando suas seqüências, orientando o uso de materiais complementares e orientando-o a avaliar seu aluno; informações científi ca e geral, que lhe permitam relacionar os conteúdos escolares com a realidade, a fim de que o professor/estagiário de Química, por exemplo, possa compreender a relação da lei de Lavoisier com a preservação do meio ambiente, ou as reações químicas causadas pelo petróleo e as demandas econômicas para os biocombustíveis. 6 Módulo de orientação 5 Estágio Supervisionado

109 As perguntas que gerarão essas reflexões devem ser respondidas em conjunto por você e o Professor Colaborador. É importante que as orientações que colocamos aqui sobre cada um dos eixos não sirvam apenas para a análise do livro didático, mas motivem a utilização do livro didático (e de outros materiais) sem considerá-lo algo de que não se pode fugir, ou mesmo a única fonte de pesquisa e ensino-aprendizagem. Empreender algumas dessas mudanças quanto ao uso do livro didático poderá exigir de você e do seu Professor Colaborador a pesquisa de materiais paradidáticos ou a didatização de alguns materiais, bem como o uso de novas tecnologias (CDs, DVDs, Internet) e a alternância de métodos de ensino (seminário, aula de campo para visitar espaços que enriquecem a aprendizagem dos conteúdos etc.). Quando usar outros materiais, mídias e espaços além do livro didático Assim, ao considerar que o livro didático não deve ser a fonte exclusiva de ensinoaprendizagem, você deve se perguntar: então, que outros materiais poderei utilizar? Quais aspectos devo considerar para fazer a seleção dessas mídias educacionais? Quando deverei elaborar meus próprios materiais e como? Quais espaços, recursos e mídias podem ser transformados por mim como instrumental didatizado para o ensino-aprendizagem? Durante o Estágio Supervisionado, algumas situações implicam a descentralização do livro didático e, necessariamente, exigirão de você o uso de outros materiais, mídias e espaços, além do livro didático: 1) a emergência de fatos que têm impacto direto nos conteúdos escolares; 2) a necessidade de aproximar as discussões à realidade do aluno, situando-o como agente da sua aprendizagem; 3) a possibilidade do professor ser autor da produção didática mediada em sala de aula. Para encontrarmos respostas para essas perguntas e possibilidades de trabalho que considerem a descentralização do livro didático, observe a situação a seguir. Módulo de orientação 5 Estágio Supervisionado 7

110 Em 1997, foi anunciada a clonagem da ovelha Dolly, primeiro mamífero gerado a partir de uma célula adulta. Se, durante seu Estágio Supervisionado, fatos como esse, que têm impacto direto nas discussões das mais diferentes disciplinas escolares (especialmente em Ciências, nos anos finais do Ensino Fundamental; e em Biologia, no Ensino Médio) tivesse ocorrido, o que você faria, tendo em vista que o livro didático não poderia prever a mais nova forma de concepção humana? Veja a seguir algumas orientações. O que considerar no seu planejamento? A emergência desses fatos exigiria de você pesquisa em jornais, sites, revistas científicas e de divulgação científica. Conhecer os procedimentos empenhados na clonagem, seus objetivos, riscos, problemas éticos, divergência entre ciência e visões religiosas etc. Seria possível você aproximar as discussões da realidade do aluno, situando-o como agente da sua aprendizagem, ao incluí-lo nas discussões sobre esses avanços científi cos e a repercussão em suas vidas: impactos econômicos, sociais, religiosos, avanços na medicina curativa e preventiva, riscos de falhas e conseqüências negativas nos testes com humanos etc. A necessidade de você ser autor da produção didática mediada em sala de aula, uma vez que seria imprescindível buscar/elaborar materiais que pudessem ser utilizados para trabalhar esse tema com seus alunos: vídeos, jornais impressos, audiovisuais, materiais didáticos disponíveis na Internet, visita a centros de fertilização, entrevista com especialistas etc. 8 Módulo de orientação 5 Estágio Supervisionado

111 São situações como essa para as quais deveremos estar atentos, uma vez que os fatos históricos e científi cos já não estão temporalmente distantes dos nossos alunos, os quais assistiram à transmissão, ao vivo, em 11 de setembro de 2001, do atentado ao World Trade Center (episódio das Torres Gêmeas) e ao Pentágono nos Estados Unidos da América, e que precisaram compreender por que Plutão deixou de ser considerado planeta, em agosto de 2006, após a 26ª Assembléia Geral da União Astronômica Internacional (UAI). Por isso, é [...] injusto que professores e populações de alunos não tenham acesso à utilização plural e sistemática dos meios alternativos ao livro didático [...] e aos espaços de aprendizagem, como museus, planetários, laboratórios, seja pela difi culdade de recursos seja pela desorganização das instituições escolares (DELIZOICOV; ANGOTTI; PERNAMBUCO, 2002, p. 38). Esse novo contexto, em que os avanços tecnológicos e as tecnologias da informação e da comunicação permitem mudanças e descobertas científicas que ocorrem a passos largos, além da instantaneidade na transmissão dessas informações, tem mudado a relação do nosso aluno com o conhecimento e, necessariamente, o papel da escola. Por isso, fica insustentável um ensino que tem o livro didático como guia, pois esse único instrumento não consegue acompanhar sem déficit as transformações da sua disciplina. Desse modo, surgem como demandas a utilização de materiais didáticos, elaborados com fi nalidades educacionais, bem como a necessidade de o professor ser autor dos seus instrumentais/métodos de ensino e buscar permanentemente qualificação profissional, engajando-se/formando grupos de pesquisa que vinculem a escola, a universidade e a comunidade. Como utilizar/elaborar materiais didáticos No exemplo que demos anteriormente para o planejamento de trabalho com a clonagem humana, você precisaria utilizar diferentes instrumentais, além do livro didático: são o que denominamos de materiais alternativos ao livro didático, que servem para incluir discussões, apoiar, complementar ou aprofundar as atividades de ensino-aprendizagem. Alguns desses materiais já têm finalidade educacional, pois são voltados especificamente para o uso em situações de ensino-aprendizagem escolar. São exemplos: diferentes mídias com objetivos educacionais (CD, DVD etc.), livros temáticos, feira de ciências etc. Eles podem ser produzidos por editoras ou instituições de ensino e não são de autoria do professor que irá utilizá-los. Normalmente, desenvolvem um tema específico e servem como fonte de estudos e pesquisa para os alunos. Permitem aprofundar discussões sobre determinados temas que têm recentemente se tornado foco de interesse para as disciplinas. Módulo de orientação 5 Estágio Supervisionado 9

112 Há também a possibilidade de utilizar materiais que o professor insere numa atividade educacional, mas que, em sua origem, não tinham esse propósito. Nesse sentido, o professor assume uma espécie de autoria didática por lhes conferir um caráter educativo que, em princípio, não tinham. São exemplos desses materiais: rótulos de produtos, matérias de jornais e revistas, cds, dvds (de música, de arte, de cinema), livros literários, jornalísticos, jogos criados pelos professores, experimentos desenvolvidos por eles etc. Esses materiais são produzidos a partir de produtos comuns ao universo do aluno e, assim, podem envolvê-los como agentes da sua aprendizagem. Há também espaços potenciais para se ensinar e aprender os conteúdos curriculares: museus, sítios arqueológicos, fábricas, refinarias... Nenhum desses espaços tem como principal finalidade educar crianças e jovens, mas podem servir para isso, a partir do trabalho autoral realizado pelo professor. Quando espaços comuns se transformam em espaços educativos Em algumas situações, locais que, embora sejam espaços fundamentais para aprendizagem escolar, não tinham esse objetivo, transformaram-se em espaços educacionais: muitos museus e fábricas já têm uma equipe qualifi cada para atender às escolas e fazer a relação entre os conhecimentos escolares e o trabalho que desenvolvem. Também é preciso lembrar que, apesar da finalidade educacional que os materiais didáticos já têm, é o professor que responde pela sua didatização, criando estratégias para seu uso e relacionando-o aos conteúdos curriculares. Sugestão de atividade 2 Elabore parâmetros para análise, seleção e produção de materiais didáticos Pesquise no Guia do Livro Didático (BRASIL, 2007b; 2007c) da sua disciplina os critérios de avaliação dos livros didáticos. Sintetize e elabore sua própria ficha de avaliação, procurando construir critérios que sirvam para orientá-lo não somente na análise dos livros didáticos, mas na escolha e elaboração de materiais alternativos para o ensino. 10 Módulo de orientação 5 Estágio Supervisionado

113 Ciências Matemática Outras disciplinas Leitura complementar NOVA ESCOLA. Jogos. Disponível em: < jogos.shtml>. Acesso em: 18 jun Nesse link, você encontrará diversos jogos educativos que poderão ser realizados com seus alunos. Nesse caso, os jogos têm claras fi nalidades educativas: trabalhar os conceitos de velocidade, distância; frações matemáticas; tabuada e etc. Os jogos são acompanhados por textos sobre a temática para aprofundamento dos objetivos de ensino a que se vinculam. Caso o acesso à Internet não seja possível na sua escola, você poderá adaptar esses jogos, fabricando-os com outros materiais para aplicá-los na sua turma. Nesse processo, você também poderá observar a necessidade de fazer alguns ajustes na metodologia ou conteúdos dos jogos, considerando suas especificidades escolares. Módulo de orientação 5 Estágio Supervisionado 11

114 Sugestão de atividade 3 Planeje seu trabalho A seguir, você dispõe de quatro situações que podem ser retomadas nas suas atividades docentes em diferentes disciplinas. Selecione uma delas e, em seguida, levante os pontos que são básicos para seu planejamento. 12 Módulo de orientação 5 Estágio Supervisionado

115 Etapa 01: analise seu livro didático Retome a sugestão de atividade 1, considere as perguntas e eixos já analisados, mas, agora, observe especificamente o tratamento dado pelo seu livro didático ao tema selecionado por você: quanto ao tema selecionado: há organização seqüencial e relação aprendizagem/ currículo da escola? a legibilidade do livro didático: há clareza e favorecimento da leitura pelo aluno para melhor compreensão do tema que se quer trabalhar? o manual do professor orienta o trabalho com o tema selecionado? Etapa 02: o que considerar no seu planejamento Retome o exemplo para planejamento de trabalho com a clonagem humana e organize alguns passos importantes para seu planejamento: a emergência desses fatos exige de você pesquisa em quais fontes e a discussão sobre quais assuntos? como seria possível você aproximar as discussões da realidade do aluno, situando-o como agente da sua aprendizagem? considerando que são temas relativamente recentes (ou que recentemente ganharam visibilidade), indique quais materiais didáticos (ou por você didatizados) você precisaria usar. Etapa 03: quais parâmetros considerar para análise, seleção e produção de materiais didáticos Retome a atividade Elabore parâmetros para análise, seleção e produção de materiais didáticos e liste quais critérios específi cos da sua área de ensino serão contemplados pelo conjunto de materiais que você irá utilizar. Analise se alguns materiais devem ser acrescentados ou suprimidos. Etapa 04: faça seus registros no diário de campo Procure analisar todo o processo de planejamento e desenvolvimento dessa atividade. Registre também os cuidados no campo da linguagem que a atividade considerou. Módulo de orientação 5 Estágio Supervisionado 13

116 Referências BRASIL. Ministério da Educação. Guia do Programa Nacional do Livro Didático: apresentação. Brasília: MEC, 2007a. (Anos Finais do Ensino Fundamental). Disponível em: < gov.br/seb/arquivos/pdf/avalmat/pnldapres07.pdf>. Acesso em: 20 abr Ministério da Educação. Guia de livros didáticos PNLD 2008: Matemática. Brasília: MEC, 2007b. (Anos Finais do Ensino Fundamental). Disponível em: < Acesso em: 20 abr Ministério da Educação. Guia de livros didáticos PNLD 2008: Ciências. Brasília: MEC, 2007c. (Anos Finais do Ensino Fundamental). Disponível em: < Acesso em: 20 abr DELIZOICOV, Demétrio; ANGOTTI, José André; PERNAMBUCO, Marta Maria. Ensino de ciências: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, (Docência em formação). Anotações 14 Módulo de orientação 5 Estágio Supervisionado

117 Anotações Módulo de orientação 5 Estágio Supervisionado 15

118 Anotações 16 Módulo de orientação 5 Estágio Supervisionado

119 Estágio Supervisionado I INTERDISCIPLINAR EMENTA Apresenta as diferentes interfaces do estágio supervisionado, focalizando, principalmente, suas concepções e orientações institucionais para a formação docente; as orientações práticas para a vivência pedagógica e o planejamento do estágio na escola e a interlocução entre os saberes acadêmicos e escolares; como também os princípios de avaliação e acompanhamento do estagiário pelos diferentes sujeitos do estágio na EaD. AUTORAS n Claudianny Amorim Noronha n Tatyana Mabel N. Barbosa AULAS 01 Módulo de orientação 1 O Estágio Supervisionado para Formação de Professores: orientações para o estagiário 02 Módulo de orientação 2 O Estágio Supervisionado como possibilidade de pesquisa-formação 03 Módulo de orientação 3 O período de observação da escola: criando um outro olhar sobre os espaços, sujeitos e ações de uma antiga conhecida nossa 04 Módulo de orientação 4 Propostas de ações colaborativas para o Estágio: a interface entre os conhecimentos escolares e acadêmicos 05 Módulo de orientação 5 Materiais didáticos: como avaliar, utilizar e (re)elaborar 06 Módulo de orientação 6 Planejamento de ensino I: objetivos, conteúdos, métodos e avaliação da aprendizagem 07 Módulo de orientação 7 Planejamento de ensino II: objetivos, conteúdos, métodos e avaliação da aprendizagem 08 Módulo de orientação 8 A avaliação do estágio: um processo de reflexão contínua 09 Módulo de orientação 9 A (re)escrita do trabalho avaliativo final: o relatório, o artigo científico e o memorial 10 Módulo de orientação 10 Estágio Supervisionado: o papel da escola como instituição co-formadora 11 Fichário de estágio 2º Semestre de 2008 Impresso por: Gráfica Texform

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121 DISCIPLINA Estágio Supervisionado Planejamento de ensino I: objetivos, conteúdos, métodos e avaliação da aprendizagem Autoras Tatyana Mabel Nobre Barbosa Claudianny Amorim Noronha Módulo de orientação 06

122 Governo Federal Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva Ministro da Educação Fernando Haddad Secretário de Educação a Distância SEED Carlos Eduardo Bielschowsky Universidade Federal do Rio Grande do Norte Reitor José Ivonildo do Rêgo Vice-Reitora Ângela Maria Paiva Cruz Secretária de Educação a Distância Vera Lúcia do Amaral Secretaria de Educação a Distância- SEDIS Coordenadora da Produção dos Materiais Marta Maria Castanho Almeida Pernambuco Coordenador de Edição Ary Sergio Braga Olinisky Projeto Gráfi co Ivana Lima Revisores de Estrutura e Linguagem Janio Gustavo Barbosa Eugenio Tavares Borges Thalyta Mabel Nobre Barbosa Revisora das Normas da ABNT Verônica Pinheiro da Silva Revisoras de Língua Portuguesa Janaina Tomaz Capistrano Sandra Cristinne Xavier da Câmara Revisor Técnico Leonardo Chagas da Silva Revisora Tipográfi ca Nouraide Queiroz Ilustradora Carolina Costa Editoração de Imagens Adauto Harley Carolina Costa Diagramadores Bruno de Souza Melo Ivana Lima Johann Jean Evangelista de Melo Mariana Araújo de Brito Adaptação para Módulo Matemático Joacy Guilherme de A. F. Filho Imagens Utilizadas Banco de Imagens Sedis (Secretaria de Educação a Distância) - UFRN Fotografias - Adauto Harley Stock.XCHG - Divisão de Serviços Técnicos Catalogação da publicação na Fonte. UFRN/Biblioteca Central Zila Mamede Barbosa, Tatyana Mabel Nobre. Estágio supervisionado interdisciplinar / Tatyana Mabel Nobre Barbosa, Claudianny Amorim Noronha. Natal, RN: SEDIS, v 224 p. 1. Estágio supervisionado. 2. Formação de professores. 3. Educação. I. Noronha, Claudianny Amorim. II. Título. ISBN: RN/UF/BCZM CDU Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

123 Apresentação Certamente, você ouvirá duas frases que são, quase sempre, mencionadas pelos Professores Colaboradores para justificar sua participação no Estágio Supervisionado: eu recebi o estagiário porque eu sei o quanto foi difícil para mim quando comecei, então, é uma maneira de colaborar ; é uma forma conhecermos novas possibilidades de trabalho para a sala de aula. Ambas as justificativas não se excluem e estão, quase sempre, em seqüência na fala dos professores que, de um lado, reconhecem os pontos difíceis ao se iniciar na profi ssão e se propõem, dessa forma, a atuar como formadores dos estagiários; de outro, disponibilizam-se a aprender a partir de novos planejamentos de ensino. Nesse sentido, este módulo propõe, justamente, discutir como o estagiário e Professor Colaborador podem planejar o ensino, considerando os objetivos, conteúdos, métodos e formas de avaliação. Conteúdos Orienta o planejamento de ensino para sua atuação ao longo do Estágio Supervisionado. Orienta a seleção dos métodos de ensino, objetivos, conteúdos e formas de avaliação possíveis. Orienta o planejamento e desenvolvimento de ensino a partir da aula expositiva e do seminário. Módulo de orientação 6 Estágio Supervisionado 1

124 Os elementos constituintes do plano de ensino O planejamento de ensino permite ao professor sistematizar ações, organizar seu trabalho de acordo com as especifi cidades escolares e estabelecer a coerência entre os objetivos, conteúdos, métodos e avaliação. É uma forma do professor projetar sua ação docente, ainda que, ao longo do seu desenvolvimento, diversos ajustes sejam realizados. O conteúdo a ser trabalhado requer a exploração das suas propriedades, das suas relações com outros objetos e fenômenos a partir de diferentes ângulos. A apropriação dos conhecimentos delimitados pelo professor deve manter sua ligação com as necessidades da vida humana e com as transformações da sociedade e esse aspecto deve ser um critério para a escolha do método de ensino que abordará os conhecimentos. O objetivo a ser alcançado a partir de um determinado plano de ensino deve ter em vista a preparação do aprendente para uma compreensão mais abrangente da realidade social, de modo a situar esse conteúdo numa rede de conhecimento mais ampla, em que o aluno tornase agente ativo de transformação dessa realidade. A seleção dos métodos de ensino assume uma função primordial no planejamento, pois responde pela possibilidade de pôr em prática a articulação entre os objetivos, conteúdos e avaliação num tempo específico de trabalho. Trata-se de dinâmicas escolhidas pelo professor a partir da relação estabelecida por ele durante o planejamento e desenvolvimento das aulas, com os objetivos e conteúdos que se pretende alcançar. 2 Módulo de orientação 6 Estágio Supervisionado

125 Para o planejamento, ter um método é mais do que dominar procedimentos e técnicas de ensino. Sua escolha expressa, também, uma compreensão global do processo educativo na sociedade: os fins sociais e pedagógicos do ensino; as exigências e desafios que a realidade social coloca; as expectativas de formação dos alunos para que possam atuar na sociedade de forma crítica e criadora; as implicações das origens de classe dos alunos no processo de aprendizagem; a relevância social dos conteúdos de ensino etc. Os métodos de ensino são ações do professor pelas quais se organizam as atividades de ensino e dos alunos para atingir objetivos do trabalho docente em relação a um conteúdo específi co. Eles regulam as formas de interação entre ensino e aprendizagem, entre o professor e os alunos, cujo resultado é a assimilação consciente dos conhecimentos e o desenvolvimento das capacidades cognoscitivas e operativas dos alunos. (LIBÂNEO, 1994, p. 152). A avaliação deve se constituir em instrumento de acompanhamento e em momentos de aprendizagem para os alunos. Ela deve está em consonância com os demais elementos do planejamento, a fim de que se constitua numa verdadeira oportunidade de aprendizagem. Lembramos que o planejamento a ser desenvolvido no Estágio Supervisionado deve ser uma ação participativa, que envolva o Professor Colaborador em todas as suas etapas. Na disciplina de Didática, na aula 12 (Planejar: para que, por que, como?), você terá orientações para a escolha dos objetivos de sua aula; e nas aulas 13 e 14 Elaboração de um plano de Ensino I e II há vários encaminhamentos para seleção dos conteúdos. A consulta a esses materiais serão fundamentais para a elaboração do seu plano de ensino para o Estágio Supervisionado. Módulo de orientação 6 Estágio Supervisionado 3

126 Sugestão de atividade 1 Escrevendo em seu diário de campo Converse com o Professor Colaborador do seu estágio para identificar quais métodos ele usa e por que Avalie, junto com ele, em que medida essas estratégias são importantes para a aprendizagem dos conteúdos, objetivos e avaliação. Retome outros módulos Para escolher entre as diferentes formas de organização do trabalho em sala de aula, retome os módulos em que você observou as condições materiais da escola, as especificidades do seu aluno, do professor e as orientações do projeto político pedagógico. Veja suas anotações no diário de campo e identifique quais métodos, conteúdos, objetivos e avaliação são pertinentes para seu planejamento. Registre suas observações em seu diário de campo Compare seus registros com as sugestões de planejamento contidas a seguir. Uma vez que a especificidade de cada método se ajustará melhor a uma dada situação de aprendizagem, discutiremos com você um pouco sobre as diferentes formas de trabalho, orientando-o acerca das situações educacionais indicadas para seu uso, considerando as demais etapas do planejamento. Quando (não) usar uma aula expositiva Você já se deu conta que a aula expositiva é, certamente, a forma mais recorrente de se trabalhar em sala de aula? Já refl etiu porque muitos alunos a consideram monótona? E por que, mesmo assim, ela é tão usada pelos professores? No método da aula expositiva, os conhecimentos, habilidades e tarefas são apresentadas, explicadas e/ou demonstradas pelo professor. São várias as críticas a essa dinâmica. Muitas ocorrem em função de seu uso, em diversos casos, focalizar, principalmente, a transmissão do conhecimento, favorecendo uma aprendizagem menos participativa do aluno; ao fato do conteúdo exposto ser apresentado como um produto fi nal; e ainda a regulação das interações verbais dos alunos tornar-se uma difi culdade para o professor compreender quais os conhecimentos prévios de seus alunos, e, conseqüentemente, conseguir acompanhar sua aprendizagem. Sendo assim, quando realizar uma aula expositiva? 4 Módulo de orientação 6 Estágio Supervisionado

127 Apesar de todas essas críticas, Godoy (1997) aponta algumas vantagens que nos permitem orientar o uso da aula expositiva nas seguintes situações: quando você precisar iniciar um novo campo de conhecimento, principalmente, quando se tratar de um conteúdo que os alunos, normalmente, consideram difícil; quando o tema da aula for polêmico e desejar apresentar aos alunos as diferentes facetas do assunto, sem desviar as discussões para comentários pouco pertinentes para o tema; ou quando precisar fazer a síntese de uma dada unidade em que utilizou dinâmicas variadas e considerar pertinente retomar/sistematizar os principais pontos discutidos. Dessa forma, a aula expositiva é importante para explicar de modo sistematizado quando o assunto é desconhecido ou quando as idéias que os alunos trazem são imprecisas; contribui também para estimular o aluno em relação ao conteúdo em questão. Libâneo (1994) ressalta que a exposição lógica da matéria continua sendo um procedimento necessário, desde que o professor consiga mobilizar a atividade interna do aluno de concentrar-se e de pensar, combinando-a com outros procedimentos, ou seja, outros métodos. Como você pode ver, a aula expositiva pode ser vista como uma atividade dinâmica, participativa e estimuladora do pensamento crítico do aluno. Entretanto, para isso, é necessário que o professor esteja empenhado em mostrar o caráter transformador dessa técnica. Nesse sentido, apresentamos a seguir algumas orientações de como planejar e organizar uma aula expositiva. Como planejar a aula expositiva? Etapas Orientações Tema da aula: a Equação do 2º grau Conhecer profundamente o assunto Conhecer seus alunos Definir os objetivos da aula Avalie o seu conhecimento a respeito do assunto. Lembre-se de que na aula expositiva há uma centralidade no professor. Considere os conhecimentos prévios para preparar sua exposição. Selecione quais metas são pertinentes de serem alcançadas a partir do conteúdo e da dinâmica de trabalho. É necessário o conhecimento do assunto que você irá trabalhar, nesse caso equação do 2º grau, e isso inclui saber itens que vão além do desenvolvimento das fórmulas. Pesquise sobre a história desse conteúdo. Você poderá expor esse conhecimento de modo ilustrativo, a fi m de ressaltar a importância do surgimento dele para a solução de questões prática; ou mesmo na elaboração de atividades históricas que podem ser apresentadas antes ou depois da exposição. Retome e analise seus registros nos diários de campo e ficha de observação, focalizando as difi culdades e repertórios dos seus alunos. A partir dessa análise, verifique se antes de introduzir o assunto será necessário fazer uma revisão de outros conteúdos matemáticos, a exemplo de raiz quadrada ou potenciação. Você precisa ter claro o que pretende atingir. No caso da equação do 2º grau, por exemplo, um objetivo que pode ser alcançado através da exposição oral é a compreensão do contexto histórico de surgimento da equação de 2º grau, mas, para isso, o conteúdo deve ser introduzido a partir de uma pequena explanação de seu surgimento histórico como forma de motivar o aluno ou ressaltar a importância daquele conteúdo para o seu aprendizado. Se você pretende demonstrar a aplicabilidade da equação de 2º grau através da resolução de situações-problema é interessante partir de uma situação-problema que considera uma aplicação prática do conteúdo. Módulo de orientação 6 Estágio Supervisionado 5

128 Elaborar notas de leitura Essas notas devem orientar a sua exposição, a fim de que você selecione os trechos dos materiais didáticos que deseja retomar durante a aula. Se você for utilizar um texto de um livro, revista ou produzido por você para a exposição, por exemplo, de fatos interessantes da história da equação do 2º grau, ou mesmo que trata do desenvolvimento desse assunto, primeiramente, é importante que escolha um texto correspondente ao nível de entendimento do seu aluno, a fim de que ele possa desenvolver uma leitura compreensível em seus estudos. Posteriormente, organize sua exposição selecionando os tópicos a serem tratados na aula, buscando articulá-los. Observar o tempo Organize o tempo de sua aula de modo a alternar a exposição com outros métodos. Esteja atento aos sinais de cansaço e desatenção e seja sensível para saber o momento certo de intercalar a aula expositiva com outras atividades, um jogo, por exemplo, (em anexo, apresentamos o jogo Quais são os números? que trabalha as relações entre a soma e o produto das raízes e os coeficientes de uma equação de 2º grau). Considere que, como a aula expositiva é menos participativa, pode ser mais cansativa para o aluno. Portanto, pense em dinâmicas que podem ser trabalhadas em complemento a sua exposição. Usar recursos audiovisuais Avaliar Utilize recursos para esclarecer e apoiar sua exposição, eles podem ajudar você a demonstrar, ilustrar, exemplificar e, assim, se fazer entender. Estabeleça um procedimento que lhe permita saber o que o seu aluno aprendeu sobre o assunto tratado, se o objetivo da aula foi alcançado e se a sua aula precisa ser melhorada em algum aspecto. No caso da sua aula de equação do 2º grau, você, com certeza, irá usar o quadro negro para desenvolver alguns exemplos. Na utilização da história, você pode necessitar de um data-show, retro-projetor ou cartazes para apresentar como esse conteúdo foi, inicialmente, desenvolvido. Esses meios audiovisuais podem auxiliá-lo na organização e condução metódica do processo de ensino e aprendizagem. Entre os instrumentos avaliativos que você pode dispor para esse planejamento, temos: a produção de um texto, em que o aluno possa descrever o que foi visto em aula e o que ele aprendeu sobre aquilo e que pode compor um diário de aula, caso você utilize esse instrumento em sua disciplina; e/ou atividades com situações-problema cujas soluções podem ser socializadas com a turma, como forma de acomodar o conteúdo aprendido. Como desenvolver a aula expositiva? Etapas Orientações Tema da aula: a Equação do 2º grau Introdução Deve-se preparar/envolver o aluno, apresentando os objetivos e relacionando-os ao conteúdo da aula. Introduzir a sua aula a partir de um problema de aplicação prática da equação do 2º grau em que seus alunos podem tentar resolver sem, necessariamente, conhecer o conteúdo em questão, mas apenas lançando mão de suas experiências e de seus conhecimentos matemáticos adquiridos. Desenvolvimento Deve-se expor o conteúdo, explicitando seus princípios, conceitos, definições etc. É possível dinamizar essa etapa: questione seus alunos; oriente-os a fazer as próprias anotações; exemplifi que etc. A partir da socialização das diferentes respostas surgidas da situação-problema colocada por você, apresente a equação como um método facilitador na busca da resposta. A partir daí, recorra à história da matemática para explicar a utilização e o seu processo de desenvolvimento. A seguir, apresente como a equação é escrita, as formas completas e incompletas em que elas se apresentam, e como encontrar as raízes de uma equação de 2º grau. Fechamento Esta etapa deve permitir que o aluno relacione o conteúdo exposto a discussões anteriores e ao que ainda será ensinado-aprendido, bem como ajudá-lo a avaliar a aprendizagem obtida, o alcance dos objetivos e a sua própria aula. Ao terminar a explicação de cada um dos tipos de equações, apresente uma atividade de fixação/aplicação do conteúdo. Ao corrigi-la coletivamente você estará fazendo algumas correções conceituais dos alunos e fazendo relações, não apenas entre os tipos de equações, como também entre outros conteúdos matemáticos anteriormente trabalhados. Ao vermos a avaliação como um processo do ensino e aprendizagem, a dinâmica utilizada por você pode servir como um instrumento de avaliação do aprendizado dos alunos, bem como de seu próprio método de ensino. 6 Módulo de orientação 6 Estágio Supervisionado

129 Vale lembrar que o sucesso da aula expositiva, como método de ensino, depende da mediação do professor e está diretamente relacionado ao conteúdo e objetivos. Portanto, não adianta traçar um objetivo mirabolante, como redescobrir a fórmula de Bhaskára se o método adotado por você, no caso, a exposição oral, permite apenas que você apresente esta fórmula para seus alunos e demonstre como desenvolvê-la. Sugestão de atividade 2 Você já tem os passos para planejar e desenvolver uma aula expositiva a partir do exemplo dado com o ensino de equação do 2º grau. Agora é a sua vez! Identifique os conteúdos que serão vistos pela sua turma e selecione aqueles que mais se adeqüam ao método de aula expositiva. A seguir, elabore o plano de ensino considerando os conteúdos relacionados por você. Para a elaboração desse plano, você pode retomar os roteiros de planejamento de unidades de ensino das aulas: 11 Interação, mediação e planejamento ; 12 Planejar: para que, por que, como? ; e 13 Elaboração de um plano de ensino I, da disciplina de Didática; além do módulo Propostas de ações colaborativas para o Estágio, de Estágio Supervisionado I. Na disciplina Instrumentação para o ensino de Química, veja a aula 5 Reflexões sobre a aula expositiva. Tema Público alvo Objetivos Conteúdo Metodologia de trabalho / descrição das ações Formas de avaliação Módulo de orientação 6 Estágio Supervisionado 7

130 Ao realizar seu trabalho, registre em seu diário de campo: quais pontos você considerou mais difíceis ao organizar seu planejamento. Caso você tenha aplicado a aula planejada, observe como foi a participação dos alunos, quais as principais perguntas que realizaram, se o desenvolvimento da exposição do conteúdo conseguiu envolvê-los e quais foram os momentos da aula (introdução, desenvolvimento e fechamento) que você sentiu mais dificuldade e por que. O seminário como oportunidade de pesquisa para o aluno O seminário é também uma das formas correntes de se trabalhar em sala de aula. Neste, a atuação do professor é um pouco diferenciada da aula expositiva: ele orienta, acompanha os estudos dos alunos, a organização e apresentação de um conteúdo previamente defi nido. Nas escolas, normalmente, todas as etapas do seminário são realizadas em grupo e pressupõe os seguintes objetivos voltados para o aluno: 8 Módulo de orientação 6 Estágio Supervisionado

131 colocar o aluno em contato com fontes e espaços, sejam escolares (como biblioteca, sala de vídeo, livros didáticos, enciclopédias, mapas etc.) ou não (como estação de tratamento de água, sites de busca, revistas, jornais, entrevistas etc.); permitir que ele aprofunde seu conhecimento sobre o assunto, relacionando-o a outros contextos, além da escola; permitir que discuta suas idéias, formule questões, amplie sua aprendizagem com as intervenções dos colegas, seja ao longo do planejamento, ou na apresentação do seminário; levar o aluno a compreender a importância de seu papel na própria aprendizagem, criando, assim, uma postura ativa diante da escola. Nesse sentido, o seu papel como professor é fundamental, seja no acompanhamento da elaboração do trabalho, seja no apoio aos grupos durante sua apresentação. Assim, para planejar o seminário o professor deve considerar: o conteúdo que será estudado, a fim de que não tenha surpresas no desenvolver da pesquisa por seus alunos; se os estudantes têm condições de visitar locais fora da escola, e se a biblioteca ou laboratório dão suporte para a pesquisa; os objetivos que pretende alcançar com a aula; o tempo que será destinado para a atividade; os recursos que a escola pode dispor para o momento da apresentação dos alunos; os instrumentos e parâmetros que você irá utilizar para a avaliação. Diante de tantos objetivos, você deve ter concluído que a realização de um seminário requer diferentes etapas para preparar, motivar e acompanhar os alunos. Essa dinâmica está ligada à atividade de pesquisa, dessa forma, exige um grau de relativa autonomia dos alunos e, ao mesmo tempo, de vínculo com o grupo para que seja bem sucedida. Módulo de orientação 6 Estágio Supervisionado 9

132 Como acompanhar a organização do seminário? Etapas Orientações Tema do seminário: Água Seleção e divisão do conteúdo entre os grupos Indicação de fontes e acesso a material para realização do trabalho Ajuda na distribuição das atribuições de cada componente Dar visibilidade às diferentes aprendizagens envolvidas nesta etapa Observe se seu objetivo é desenvolver um trabalho de ordem prática, teórica ou teórico-prática. Isso direcionará o foco do seminário: o estudo de um conceito, ou a realização de um experimento, por exemplo. Será fundamental que você realize a pesquisa antes dos alunos para saber indicar onde será possível encontrar as fontes. Motive-os a utilizar o acervo da biblioteca e tente viabilizar apoio material da escola. Alguns alunos podem, mesmo involuntariamente, assumir funções que deveriam ser partilhadas. Por isso, é importante que você colabore nesse sentido. Orientar para que os alunos compreendam o trabalho que estão fazendo, superem os equívocos e tenham clareza do que estão aprendendo. O tema água, por exemplo, pode ser subdividido em cinco tópicos: abundância, escassez, contaminação, tratamento, mau uso. Dependendo da quantidade de alunos, um tópico pode ser trabalhado por cada um ou dois grupos. Indicamos grupos com até cinco alunos. Para pesquisar o conteúdo, os alunos poderão procurar fontes de pesquisas (livros, folders informativos, fi lmes) na biblioteca ou vidioteca da escola, em postos de saúde, na Companhia de Fornecimento de Água da sua cidade. Alguns alunos também podem investigar em sua região se há algum caso de pessoas contaminadas com alguma doença transmitida pela água etc. Oriente seus alunos a dividirem as tarefas do grupo, por exemplo, enquanto um procura materiais impressos, outros elaboram as questões para entrevista e a desenvolvem. Posteriormente, o grupo se reúne para socializar o trabalho. A seguir, o grupo pode decidir o roteiro de sua apresentação. Durante a organização do trabalho, oriente os grupos de modo a corrigir equívocos de aprendizagem e propiciar a máxima compreensão dos itens que englobam cada tópico. Ao estudar o tratamento da água, o grupo deve explorar as etapas de seu tratamento (decantação, fi ltração e clorifi cação), problemas advindos do mau tratamento, a exemplo do excesso de nitrato e suas conseqüência (vários tipos de câncer). É importante que o professor tenha clareza do que engloba cada tópico, a fim de orientar de modo a evitar repetições nas apresentações. Talvez você precise agendar com os alunos um momento na biblioteca (extra horário de sala de aula) para dar esse apoio, ou mesmo utilizar algumas de suas aulas para orientar essa participação. Durante a preparação e apresentação dos seminários, é interessante que o professor assuma algumas posturas. A seguir, temos orientações a esse respeito. 10 Módulo de orientação 6 Estágio Supervisionado

133 Como deve ser sua participação como professor durante o seminário? Durante o seminário, você deve estar atento a, basicamente, dois pontos: orientação das interações: permitindo que todos os componentes do grupo possam se expressar, sem terem sua participação prejudicada por um colega mais falante; lançando orientações ao grupo ou comentários de estímulo, interferindo quando perceber que o grupo se afastou do tema durante a discussão; orientando que a turma registre o que pareceu importante, o que não ficou claro ou não concorda para, no momento da discussão, se posicionar; explicitação das particularidades do seminário: dando visibilidade à turma acerca da contribuição do grupo na aprendizagem do conteúdo; avaliar a forma de organização do trabalho, as fontes usadas, os materiais, pesquisas realizadas etc. Com isso, você fornecerá parâmetros para a turma sobre todo o processo de organização e realização de um seminário; avaliação contínua: suas anotações de como se deu o desempenho dos alunos durante o processo de organização do seminário, bem como as anotações dos alunos, são valiosos instrumentos de avaliação. Não esqueça, porém, que são várias as formas de se comunicar (oral, pictórica, escrita) e que seu aluno pode expressar o que aprendeu utilizando-se de várias delas, ou mais de uma que de outra. Isso ressalta a importância da sua interlocução durante o processo. Ao longo do trabalho, esteja sempre atento às dificuldades enfrentadas pelos às vezes, alguns ajustes no tema, nos objetivos do trabalho podem ser necessários diante alunos, dessas particularidades. Avalie a interação entre o grupo, se há conflitos e como você pode apresentar alternativas. Observe que algumas normas para organização do trabalho são importantes estabelecer prazos, explicar as metas, delimitar número de alunos etc., mas outras podem prejudicar o trabalho determinar a composição dos grupos, dedicar-se mais a um grupo do que a outro, por exemplo. Módulo de orientação 6 Estágio Supervisionado 11

134 O seminário pode ser um método contemplado em um procedimento maior, a exemplo de um projeto. Apresentando-se como uma atividade em uma etapa introdutória ou finalizadora de um projeto, que em outras etapas pode contemplar visitas a companhias de tratamento, atividades experimentais e outras. Nesse caso, é importante que o professor tenha clareza dos objetivos desse método dentro do projeto para adequar o seu planejamento. Sugestão de atividade 3 Agora que você tem os passos para planejar e desenvolver um seminário com sua turma a partir do exemplo que mostra como o tema Água pode ser trabalhado, planeje um seminário para trabalhar um conteúdo a ser visto pela sua turma de estágio. Tema Público alvo Objetivos Metodologia de trabalho / descrição das ações Formas de avaliação 12 Módulo de orientação 6 Estágio Supervisionado

135 Ao realizar seu trabalho, registre em seu diário de campo: quais pontos você considerou mais difíceis ao organizar seu planejamento; caso você tenha aplicado a aula planejada, sobre o desenvolvimento, observe como foi a participação dos alunos, as principais difi culdades enfrentadas por eles e se o desenvolvimento da pesquisa sobre o conteúdo conseguiu envolvêlos, e ainda quais foram os momentos do desenvolvimento da atividade que você viu como obstáculos e por que. Leituras complementares BIBLIOTECA VIRTUAL DO ESTUDANTE DE LÍNGUA PORTUGUESA - BIBVIRT. Disponível em: Acesso em: 23 jun No site BibVirt, você encontra materiais que oferecem subsídios para o planejamento e desenvolvimento de atividades curriculares e extra-curriculares. São livros (digitados e falados) e vídeos de diferentes autores e da TV Escola com temas interessantes e diversifi cados de modo a contemplar diferentes áreas de ensino. SÓ MATEMÁTICA. Disponível em: < Acesso em: 23 jun No site Só Matemática, você encontra artigos interessantes, descobertas e curiosidades matemáticas que podem auxiliá-lo no planejamento de suas aulas. Referências GODOY, Arilda Schimidt. Revendo a Aula expositiva. In: MOREIRA, Daniel A. (Org.). Didática do ensino superior: técnicas e tendências. São Paulo: Pioneira, LIBANEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, MENDES, Iran Abreu; MARTINS, André Ferrer Pinto. Didática. Natal, RN: EDUFRN, MOREIRA, Daniel A. (Org.). Didática do ensino superior: técnicas e tendências. São Paulo. Pioneira, PAIVA, Irene Alves de; PERNAMBUCO, Marta Maria Castanho Almeida. Educação e realidade: interdisciplinar. Natal, RN: EDUFRN, SANT ANNA, Ilza Martins; MENEGOLLA, Maximiliano. Didática: aprender a ensinar. 5. ed. São Paulo: Edições Loyola, Módulo de orientação 6 Estágio Supervisionado 13

136 Anexo A Jogo Quais são os Números? Organizado por: Humberto Luis de Jesus - Pesquisador do Mathema < com.br/>. Objetivos Operações com números inteiros. Relações entre a soma e o produto das raízes e os coefi cientes de uma equação de segundo grau. Competências e habilidades Desenvolver estimativa e cálculo mental. Promover a análise de erros. Idade/série recomendada A partir do 9º ano. Organização da classe Grupo de 4 alunos. Material Calculadoras que tenham a tecla +/- (uma por grupo pode ser a do computador). Para acionar a calculadora do Windows, clique em INICIAR > PROGRAMAS > ACESSÓRIOS > CALCULADORA. Descrição da atividade 1ª etapa Proponha a seus alunos o seguinte jogo: Objetivo do jogo Descobrir os números escolhidos pelos outros componentes do grupo. Atenção, professor, Organize os grupos e, se for preciso, relembre como determinar a soma e o produto de dois números inteiros em uma calculadora. A soma pode ser encontrada, por exemplo, assim: 6 +/- + +/- 4 =; e o produto entre esses dois números pode ser determinado teclando-se: 6 +/- * 4 +/- =. 14 Módulo de orientação 6 Estágio Supervisionado

137 Regras 1) Sem que os outros vejam, cada componente do grupo escolhe dois números inteiros (entre - 30 e + 30) e calcula a soma e o produto entre eles. 2) Os componentes decidem a ordem dos jogadores e o tempo disponível para a descoberta dos números, que não pode ultrapassar três minutos para cada par de números. 3) Na sua vez, um componente diz aos demais a soma e o produto dos dois números escolhidos por ele, conforme o exemplo: - A soma dos dois números é 16 - O produto dos dois números é 48. 4) Os outros devem descobrir, no menor espaço de tempo possível, quais foram os dois números escolhidos. Pontuação Se algum jogador descobrir os números escolhidos por outro, dentro do limite estipulado, ganha 5 pontos. Se isso não ocorrer, o jogador que escolheu os números ganha 10 pontos. Ganhador: aquele que, ao final de oito rodadas, obtiver o maior número de pontos. 2ª etapa Jogue com seus alunos pelo menos mais duas vezes. Converse com eles para saber como fizeram para determinar o número desconhecido. Se possível, registre no quadro, em forma de texto, as estratégias utilizadas. Solicite então que realizem novamente o jogo utilizando uma das estratégias registradas pela turma. 3ª etapa Após os alunos realizarem essa vivência, proponha problemas, como estes: a) João escolheu os números 20 e Quais números ele dirá aos outros componentes do grupo dele? b) Ana disse a soma é 15 e o produto é 56. Cláudia disse que os números que ela escolheu foram o 8 e o 7. Ela acertou? Por quê? c) Quando um jogador diz: a soma é 0 e o produto é n (um número entre -900 e + 900), o que podemos afirmar, com certeza, sobre os números escolhidos por esse jogador? d) E se fosse o contrário, isto é, soma n (um número entre 60 e + 60) e produto 0? O que podemos afirmar, com certeza, sobre os números escolhidos por esse jogador? Discuta com a turma a resolução dos problemas propostos garantindo a participação de todos. Para saber mais Esta atividade foi retirada do livro: CHICA, Cristiane Rodrigues; JESUS, Humberto Luis. Matemática. São Paulo: Editora SER, (9º ano). Módulo de orientação 6 Estágio Supervisionado 15

138 Anotações 16 Módulo de orientação 6 Estágio Supervisionado

139 Estágio Supervisionado I INTERDISCIPLINAR EMENTA Apresenta as diferentes interfaces do estágio supervisionado, focalizando, principalmente, suas concepções e orientações institucionais para a formação docente; as orientações práticas para a vivência pedagógica e o planejamento do estágio na escola e a interlocução entre os saberes acadêmicos e escolares; como também os princípios de avaliação e acompanhamento do estagiário pelos diferentes sujeitos do estágio na EaD. AUTORAS Claudianny Amorim Noronha Tatyana Mabel N. Barbosa AULAS 01 Módulo de orientação 1 O Estágio Supervisionado para Formação de Professores: orientações para o estagiário 02 Módulo de orientação 2 O Estágio Supervisionado como possibilidade de pesquisa-formação 03 Módulo de orientação 3 O período de observação da escola: criando um outro olhar sobre os espaços, sujeitos e ações de uma antiga conhecida nossa 04 Módulo de orientação 4 Propostas de ações colaborativas para o Estágio: a interface entre os conhecimentos escolares e acadêmicos 05 Módulo de orientação 5 Materiais didáticos: como avaliar, utilizar e (re)elaborar 06 Módulo de orientação 6 Planejamento de ensino I: objetivos, conteúdos, métodos e avaliação da aprendizagem 07 Módulo de orientação 7 Planejamento de ensino II: objetivos, conteúdos, métodos e avaliação da aprendizagem 08 Módulo de orientação 8 A avaliação do estágio: um processo de reflexão contínua 09 Módulo de orientação 9 A (re)escrita do trabalho avaliativo final: o relatório, o artigo científico e o memorial 10 Módulo de orientação 10 Estágio Supervisionado: o papel da escola como instituição co-formadora 11 Fichário de estágio 2º Semestre de 2008 Impresso por: Gráfica Texform

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141 DISCIPLINA Estágio Supervisionado Planejamento de ensino II: objetivos, conteúdos, métodos e avaliação da aprendizagem Autoras Tatyana Mabel Nobre Barbosa Claudianny Amorim Noronha Módulo de orientação 07

142 Governo Federal Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva Ministro da Educação Fernando Haddad Secretário de Educação a Distância SEED Carlos Eduardo Bielschowsky Universidade Federal do Rio Grande do Norte Reitor José Ivonildo do Rêgo Vice-Reitora Ângela Maria Paiva Cruz Secretária de Educação a Distância Vera Lúcia do Amaral Secretaria de Educação a Distância- SEDIS Coordenadora da Produção dos Materiais Marta Maria Castanho Almeida Pernambuco Coordenador de Edição Ary Sergio Braga Olinisky Projeto Gráfi co Ivana Lima Revisores de Estrutura e Linguagem Janio Gustavo Barbosa Eugenio Tavares Borges Thalyta Mabel Nobre Barbosa Revisora das Normas da ABNT Verônica Pinheiro da Silva Revisoras de Língua Portuguesa Janaina Tomaz Capistrano Sandra Cristinne Xavier da Câmara Revisor Técnico Leonardo Chagas da Silva Revisora Tipográfi ca Nouraide Queiroz Ilustradora Carolina Costa Editoração de Imagens Adauto Harley Carolina Costa Diagramadores Bruno de Souza Melo Ivana Lima Johann Jean Evangelista de Melo Mariana Araújo de Brito Adaptação para Módulo Matemático Joacy Guilherme de A. F. Filho Imagens Utilizadas Banco de Imagens Sedis (Secretaria de Educação a Distância) - UFRN Fotografias - Adauto Harley Stock.XCHG - Divisão de Serviços Técnicos Catalogação da publicação na Fonte. UFRN/Biblioteca Central Zila Mamede Barbosa, Tatyana Mabel Nobre. Estágio supervisionado interdisciplinar / Tatyana Mabel Nobre Barbosa, Claudianny Amorim Noronha. Natal, RN: SEDIS, v 224 p. 1. Estágio supervisionado. 2. Formação de professores. 3. Educação. I. Noronha, Claudianny Amorim. II. Título. ISBN: CDD RN/UF/BCZM 2008/109 CDU Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

143 Apresentação Neste módulo, damos continuidade às orientações de diferentes possibilidades de planejamento de ensino, a fi m de que você realize seu trabalho em sala de aula. Orientaremos o planejamento e a realização do seu estágio supervisionado a partir das suas observações sobre os métodos, objetivos, conteúdos e formas de avaliação, adotados pelo Professor Colaborador. Os exemplos aqui utilizados visam a ilustrar as possibilidades de planejamento e desenvolvimento de unidades de ensino nas situações reais da sua sala de aula campo de estágio. É importante que você retome seus diários de campo, focalizando: quais as experiências educativas prévias, vivenciadas pelos seus alunos; e quais as metodologias, formas de avaliação e concepções sobre os conteúdos curriculares adotados pelo Professor Colaborador. Essa retomada do seu diário de campo e o diálogo com seu Professor Colaborador serão fundamentais para as escolhas e delimitações do planejamento de ensino que você fará. Conteúdos Orienta o planejamento de ensino para sua atuação ao longo do Estágio Supervisionado. Orienta a seleção dos métodos de ensino, objetivos, conteúdos e formas de avaliação possíveis. Orienta o planejamento e desenvolvimento de ensino a partir de aulas de campo e júri simulado. Discute questões pertinentes ao planejamento da avaliação e orienta quanto ao modo de incluí-la em seu planejamento de ensino. Módulo de Orientação 7 Estágio Supervisionado 1

144 Quando sair da escola: a aula de campo como aprendizagem do mundo Célestin Freinet Célestin Freinet foi um proeminente educador francês que idealizou nos anos 20 do século passado uma educação baseada na cooperação, em que as crianças aprendiam em contato com a realidade da vida. Atualmente, a aula de campo, ou aulas passeio, são largamente utilizadas pelos professores. Um dos idealizadores das aulas realizadas fora do ambiente escolar é Célestin Freinet, que as denominava aulas-passeio. Aulas como essas devem ser realizadas quando se desejar: aproximar o trabalho desenvolvido na sala de aula com as vivências dos alunos em seu cotidiano, tornando, assim, a aprendizagem mais significativa; permitir que os alunos conheçam diferentes objetos que integram os conteúdos escolares e fazem parte da sua realidade: sítios arqueológicos, vegetação, condições de vida de uma dada população etc.; confrontar, ampliar, associar as fontes escolares (livros didáticos, mapas, enciclopédias etc.) com dados empíricos (conversa com a comunidade, conhecer uma zona que sofreu impacto ambiental etc.). 2 Módulo de Orientação 7 Estágio Supervisionado

145 Para garantir o sucesso de sua aula de campo, você não pode esquecer seu planejamento. Converse com seu Professor Colaborador antes de planejar esse trabalho e avalie com ele as melhores condições de realizá-lo e sua pertinência. Ao ser integrado no planejamento de aulas, o trabalho didático-pedagógico realizado fora da escola deve: enriquecer aspectos específicos do ensino-aprendizagem dos conteúdos; contemplar determinados objetivos e, principalmente, estar em consonância com as concepções e orientações pedagógicas partilhadas entre professores, direção e alunos. Nesse sentido, observe nossas orientações para o planejamento e desenvolvimento de uma aula de campo. A realização de aulas de campo ou demais momentos de trabalho a serem desenvolvidos fora do espaço físico da escola só poderão ocorrer, obrigatoriamente, com a ciência da Direção escolar ou Supervisor de Estágio, do Professor Colaborador e do Tutor de Estágio. Como estagiário, você só poderá atuar fora do ambiente escolar com a presença do seu Professor Colaborador e após encaminhar documento à escola e ao pólo com a assinatura desses sujeitos. Veja no Fichário do Estágio Solicitação de participação em atividades didático-pedagógicas, relativas ao Estágio Supervisionado, fora da escola. No Fichário, há duas vias desse documento. Uma delas deve ficar com seu Tutor de Estágio e a outra na escola. É importante lembrar que a aula de campo não é um passeio que se faz casualmente com a família ou amigos. É uma atividade didático-pedagógica! Por isso, tanto a escola como a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) precisam acompanhar a sua participação no trabalho que está sendo desenvolvido. Para que os objetivos da aula de campo realmente se consolidem, é importante que o professor planeje um momento de sistematização daquilo que foi observado, para discutir quando retornar à sala de aula. Veja algumas orientações a seguir para você planejar e desenvolver sua aula de campo e o seu retorno à sala de aula. Módulo de Orientação 7 Estágio Supervisionado 3

146 Como planejar/realizar a aula de campo? Orientação para a aula de campo Etapas Apresentar o conteúdo e os objetivos de trabalho Definir qual lugar é pertinente para se conhecer e sua importância para o ensino-aprendizagem Planejar a estrutura de apoio para a aula de campo Orientações Antes da aula de campo, apresente aos alunos alguns aspectos referentes ao conteúdo. Isso os ajudará a direcionar as observações e compreender o sentido pedagógico do passeio. Tenha clareza de quais aspectos do conteúdo poderão ser mais compreendidos com a visita ao lugar definido. Para essa delimitação, deve-se observar: a segurança do local, se é permitida a visita e sob quais condições, quais as normas do local e em que medida esse lugar contribuirá para a aprendizagem do seu aluno. A escola deve certificar-se: como será o deslocamento dos alunos; a que horas sairão e retornarão; se os familiares autorizaram a participação do aluno; se o local a ser visitado está preparado para receber a quantidade de alunos prevista etc. Proceder de acordo com as normas da escola para atividades de campo. Tema da aula de campo: períodos geológicos O professor pode apresentar os conceitos de era (cenozóico, mesozóico, paleozóico, proteozóico, azóico), período, época, bem como discutir os principais eventos biológicos de cada um desses momentos. Para aprender e ensinar melhor sobre os períodos geológicos, o professor pode agendar uma aula numa dessas formações existentes no interior nordestino (e talvez até em seu próprio município). Certifique-se se esse lugar enquadra-se em algumas dessas eras e quais vestígios são possíveis de se identificar. Todo esse processo exige certo tempo de preparo, daí o fato de seu planejamento ser feito com bastante antecedência. Certifique-se quais os riscos e medidas preventivas devem ser tomadas: como normalmente são regiões quentes, os alunos devem ter proteção nesse sentido, às vezes são regiões acidentadas e é necessário observar os riscos físicos. Orientar os alunos durante a aula de campo Prepare seu roteiro de trabalho: os itens principais a serem observados durante a visita, se os alunos precisarão fazer registros, o que devem observar pertinente aos conteúdos, evitar dispersões, estimular as perguntas e a refl exão sobre a relação entre aquele espaço, o contexto social mais amplo e os conteúdos escolares. Para apoiar o seu trabalho, consulte o quadro (anexo A) Períodos geológicos retirado de Delizoicov, Angotti e Pernambuco (2002, p ). Ele pode servir de base para seus estudos e, a partir dele, você pode fazer uma espécie e fi cha, em que o aluno, durante a aula de campo, identifi cará à qual era, período e época aquela região pertence, bem como seus eventos biológicos principais. 4 Módulo de Orientação 7 Estágio Supervisionado

147 O que fazer ao retornar à sala de aula? Orientações para o retorno à sala de aula depois da aula de campo Etapas Como retomar as aprendizagens Como dar seqüência ao trabalho em sala Como integrar os alunos que não participaram Orientações Retome os registros realizados pelos alunos (se tiver sido o caso); lance pontos importantes da observação e estabeleça a relação/comparação entre o estudado e o vivido. Depois da aula de campo, pode ser importante retomar os materiais didáticos e viabilizar a sistematização das aprendizagens. Pode ser solicitado do aluno um trabalho acerca dessa atividade em que o estudo realizado antes da aula de campo, suas anotações realizadas durante as observações sejam sistematizadas. Viabilizar momentos de socialização dos materiais, relatos e demais dados recolhidos durante a aula de campo (se for o caso). Tema da aula de campo: períodos geológicos É possível que alguns alunos ainda não tenham conseguido caracterizar a região a partir dos períodos geológicos. Nesse sentido, é importante relembrar as características do local e comparar com as descrições contidas no material didático de que dispõem. Você pode lançar características de outros períodos para que elas, de acordo com o que viram e as informações que tiveram no local, vão eliminando as alternativas, erradas. Pode ser importante solicitar dos alunos sistematizar sua aprendizagem, com uma avaliação pontual, em que os conceitos necessários para o estudo global dos períodos geológicos possam ser retomados. A falta de compreensão dos conceitos de era, período e época, por exemplo, podem ter difi cultado a caracterização geológica do local. Embora a aula de campo seja uma atividade didático-pedagógica realizada pela escola, alguns alunos podem não ter conseguido comparecer. Então, é fundamental incluí-los na vivência, levando fotos, inserindo-os em grupos de trabalho, organizando um relato dos grupos sobre o que viram e permitindo-lhes compreender o que aconteceu na aula de campo e o que ela permitiu aprender. As avaliações devem considerar que alguns alunos, mesmo muito empenhados em estudar, não compareceram ao local, portanto, pondere quais questões são muito específicas e quais são de fato pertinentes para a aprendizagem. Módulo de Orientação 7 Estágio Supervisionado 5

148 Como situar a avaliação na aula de campo: elementos importantes para o planejamento A avaliação no início da unidade de ensino e sua importância para o planejamento Realize o diagnóstico do que os alunos sabem sobre os Períodos geológicos : quando aparecem os primeiros organismos, os primeiros répteis, os dinossauros etc. Com essa sondagem, você poderá elaborar a primeira versão do seu planejamento, selecionando os objetivos e demais formas de avaliação a serem realizadas. A avaliação ao longo da unidade de ensino e sua importância para o planejamento Como se trata de um conteúdo cuja apreensão exige um relativo grau de abstração (pois os alunos estão distantes temporalmente), você pode utilizar imagens das composições do solo da época, da fauna e flora (filmes e desenhos). Isso poderá ajudá-lo a compor um cenário de cada era. Para permitir um maior aproveitamento da aula de campo, observe se não seria pertinente realizar um momento avaliativo antes, o que permitira aos alunos: estudar e identifi car os elementos constitutivos da unidade de ensino e apreendê-los conceitualmente; agrupar os eventos de cada período de acordo com a coerência de sua co-existência, elucidada pelo professor; perceber as semelhanças e diferenças entre cada era. Sugerimos a aula de campo após essa avaliação, pois, a partir das dificuldades dos alunos, o professor poderá pensar em novos métodos para sua atuação nesse momento, bem como instrumentos avaliativos que podem ser utilizados na aula de campo, não apenas para apoiar as aprendizagens, mas para lhe permitir saber o nível de entendimento dos alunos sobre o assunto. A avaliação ao final da unidade de ensino e sua importância para o planejamento Nessa avaliação, o professor deve permitir que o aluno relacione as diferentes dimensões do tema Períodos geológicos : conceituais (o que é era, período, época? quais são suas denominações e por quê?), descritivas (o que ocorreu em cada era e quais seus principais componentes) e empíricas (quais relações posso estabelecer entre o que eu estudei na sala de aula e na aula de campo? As semelhanças, as diferenças etc.). Essa avaliação final da unidade de ensino deve servir para elucidar as dificuldades possíveis que os alunos ainda têm, pois poderão ser cruciais para o planejamento da próxima unidade. Para isso, o professor pode pensar em uma produção textual, a exposição oral desses itens, como em um seminário, ou mesmo o uso de um questionário, desde que bem elaborado. 6 Módulo de Orientação 7 Estágio Supervisionado

149 Sugestão de atividade 1 Agora é a sua vez. Com base nos conteúdos que estão sendo trabalhados pela sua turma de estágio, investigue um ambiente que pode ser visitado e relate: a) que conteúdo você irá trabalhar? b) qual a importância de conhecer esse lugar para o ensino e aprendizagem do conteúdo que você irá trabalhar? c) quais os objetivos de sua aula de campo? d) que seqüência você dará ao conteúdo após a visita? e) como pretende avaliar seu aluno? Módulo de Orientação 7 Estágio Supervisionado 7

150 Quando seus alunos são juízes do conhecimento escolar: a utilização do júri simulado No mundo contemporâneo, com o desenvolvimento científico e tecnológico, as diferentes áreas têm vivido uma permanente rediscussão da aplicabilidade de suas descobertas ou dos seus conceitos, antes vistos como dados imutáveis. O método do júri simulado deve ser aplicado em situações em que os conteúdos podem ser polêmicos ou são fatos relativamente novos, cuja área de conhecimento tem diferentes posições a respeito. E, nesse sentido, os alunos, testemunhas das polêmicas e incertezas científico-tecnológicas do seu tempo, deverão ser capazes de reunir as informações e avaliar seu contexto, apresentando seu parecer e conhecendo as diferentes implicações das suas escolhas. Nesse sentido, para o trabalho com conteúdos curriculares que permitem diferentes versões e visões, o júri simulado pode ser uma alternativa relevante de trabalho. Em Biologia, por exemplo, tem ganhado ênfase a discussão acerca do conceito de vida, devido à possibilidade de uso das células-tronco para o desenvolvimento de órgãos e o tratamento de doenças fatais. Em Geografi a, as mudanças climáticas, conseqüências da intervenção humana no meio ambiente, trazem a discussão preservação do meio ambiente versus crescimento econômico; na Física, a produção de chips, que poderão ser implantados em seres humanos, a fim de controlar a sua localização, como no caso de presidiários. Todas essas questões têm exigido da escola a inclusão de diversas discussões, cujos temas, muitas vezes, ainda nem constam nos livros didáticos. 8 Módulo de Orientação 7 Estágio Supervisionado

151 Como organizar o júri simulado? O conteúdo a produção dos biocombustíveis e a crise mundial de alimentos é pertinente para se organizar um júri simulado na escola, uma vez que é uma discussão recente, com desdobramentos em diversas disciplinas. Em Matemática, por exemplo, pode-se analisar os diversos percentuais que envolvem progresso e fome; em Química, a produção dos diferentes combustíveis ao longo da história e suas implicações. Procedimentos a) Deve haver um juiz (que pode ser você ou o professor supervisor) b) A turma deve ser dividida em 04 grupos: a acusação (03 alunos), defesa (03 alunos), os escrivães (02 alunos) e o conselho de sentença (que deve ter um coordenador, ou você ou o professor supervisor). Não pode haver acúmulo de funções. Atuação de cada grupo a) O juiz: ouvir a acusação e a defesa e emitir seu parecer final, ponderando os argumentos e apresentando uma solução não-radical. O parecer do juiz deve considerar a posição do grupo de sentença. Além disso, deve atuar na ordem dos trabalhos, evitando que os grupos se desentendam e comprometam o andamento do trabalho. b) O juiz e o coordenador do grupo de sentença: devem elaborar as regras do júri e encaminhar aos grupos com antecedência: indicando o tempo de fala para cada um, as funções, quais os tipos de provas que serão aceitos e se será permitido levar depoentes, estabelecer o tempo para a preparação da acusação e da defesa na pesquisa que precisarão fazer, indicar fontes para as pesquisas. c) A acusação e a defesa: devem pesquisar sobre o tema e levantar os argumentos a favor da sua tese. d) Os escrivães: atuarão no dia do júri, registrando todos os argumentos e decisões tomadas. Também devem estudar sobre o tema, pois terão direito a voto, juntamente com o grupo de sentença. e) O grupo de sentença: deve estudar profundamente o tema e elaborar perguntas para a defesa e para a acusação, que deverão ser feitas quando permitido pelo juiz. Ao final da exposição da defesa e da acusação, o coordenador do grupo de sentença (no caso o professor supervisor ou você), deve distribuir a cédula para que todos assinalem seu voto, que deve ser secreto. f) O coordenador do grupo de sentença: deve evitar que o grupo de sentença seja manipulado pela defesa e acusação, principalmente, antes da realização do júri. Módulo de Orientação 7 Estágio Supervisionado 9

152 Como vê, a utilização do júri simulado deve permitir aos alunos uma pesquisa relativamente aprofundada sobre o tema. Por isso, o seu papel é fundamental na indicação das fontes e orientação dos estudos em sala de aula. O júri simulado não pode ocorrer antes que você ou o Professor Colaborador tenham iniciado o assunto, discutido os principais conceitos e definições sobre o tema, pois ele permitirá um aprofundamento de um conceito que já tenha sido pauta. A preparação para o dia do júri deve ser realizada pelos alunos com orientação sua e do Professor Colaborador, por isso é muito importante estabelecer as regras desse acompanhamento para que todos tenham ciência. Procure avaliar os pontos mais difíceis de desenvolver, o que poderia ter sido repensado no planejamento e realização. Retome as anotações dos escrivães para lhe ajudar a identificar que pontos ainda serão necessários ser retomados nas aulas seguintes ao júri. Como situar a avaliação no júri simulado: elementos importantes para o planejamento A avaliação no início da unidade de ensino e sua importância para o planejamento Realize o diagnóstico do que os alunos sabem sobre os biocombustíveis e crise de alimentos. Com essa sondagem, você poderá elaborar a primeira versão do seu planejamento, selecionando os objetivos e demais formas de avaliação a serem realizadas. É possível, inclusive, que alguns conceitos/temas do conteúdo sejam redimensionados para adequar-se às necessidades de aprendizagem dos alunos. A avaliação ao longo da unidade de ensino e sua importância para o planejamento Como se trata de um conteúdo divulgado pela mídia impressa e audiovisual, o aluno, certamente, terá muitas fontes não escolares de informação. É preciso que você oriente essas pesquisas para que trabalhem com dados confi áveis. A preparação para o júri é um momento avaliativo importante: você poderá avaliar a participação dos alunos, suas difi culdades teóricas sobre o tema e avanços na aprendizagem. Fique atento, pois os bastidores do júri podem revelar a necessidade de ampliação do tempo da pesquisa e dos objetivos inicialmente propostos no planejamento. A avaliação ao final da unidade de ensino e sua importância para o planejamento Nessa avaliação, o professor deve permitir que o aluno relacione as diferentes dimensões do tema A produção dos biocombustíveis e a crise mundial de alimentos : teóricoconceituais (o que é biocombustivel, quais são as diferentes formas de sua produção? Quais são os diferentes tipos de combustíveis?), descritivas (qual a relação entre biocombustíveis e crise de alimentos?) e vivenciais (qual a relação do que ouço e leio na imprensa com o que me dizem as fontes escolares?). Avalie seus alunos, observando e registrando as lacunas e avanços em cada uma dessas dimensões. 10 Módulo de Orientação 7 Estágio Supervisionado

153 Sugestão de atividade 2 Converse com professores de outras disciplinas a respeito dos conteúdos que eles estão trabalhando ou já trabalharam nesse ano letivo. Verifi que se algum desses está relacionado ao que você está explorando em sua disciplina. Agora, escolha um tema para desenvolver um júri simulado em sua sala de aula de estágio, de modo a contemplar questões que estão sendo discutidas em outras disciplinas. Tema escolhido: Por quê? Relação com outras disciplinas: Módulo de Orientação 7 Estágio Supervisionado 11

154 A avaliação escolar como momento de aprendizagem Com certeza, durante o seu curso, a avaliação foi um tema presente. Não foi à toa que a disciplina Didática reservou uma aula só para tratar da avaliação. Na aula 15 (Avaliando para construir a aprendizagem), da disciplina Didática, você encontra os conceitos de avaliação, conhece diferentes instrumentos de avaliação e tem orientações sobre como proceder para avaliar. Avaliar tem sido um tema angustiante para professores e estressante para alunos. Entretanto, retomamos esse tema nesse módulo com o intuito de ressaltar a necessidade de transformá-la num processo que não seja uma mera cobrança de conteúdo que devem ser decorados pelos alunos. Moretto (2004) ressalta a angústia sentida por se ter que usar um instrumento tão valioso no processo educativo como recurso de repressão, como meio de garantir que uma aula seja levada a termo com certo grau de interesse. O autor destaca sentenças como: anotem, pois vai cair na prova, prestem atenção nesse assunto porque na semana que vem tem prova, se não fi carem calados vou fazer uma prova surpresa, já que vocês não param de falar, considerem a matéria dada e vai cair na prova, entre outras, como indicadores da maneira repressiva como tem sido utilizada a avaliação da aprendizagem. Entretanto, Moretto (2004) destaca que esse processo também gera conseqüências para o aluno, para estes a hora da avaliação representa a hora do acerto de contas, a hora da verdade, a hora de dizer ao professor o que ele quer que eu saiba, a hora da tortura. Enquanto não há prova marcada, muitos alunos encontram um álibi para não estudar. E se por acaso o professor achar que a matéria dada não irá cair na prova... então para que estudar?, perguntarão os alunos. Além disso, para grande parte dos pais, a prova também não cumpre seu real papel. Moretto (2004) considera que os pais se dão por satisfeitos se a nota for razoável ou ótima, pois pressupõem que a nota traduz a aprendizagem correspondente, o que nem sempre é verdade. E os alunos sabem disso. Se a nota foi de aprovação, eles a apresentam como um troféu recebido como recompensa. Lembrar que o dever foi cumprido... ah! Isso nem vem ao caso. 12 Módulo de Orientação 7 Estágio Supervisionado

155 Ao contrário da visão predominante, de concepção de avaliação como seleção, ou seja, como forma de eliminar do processo de aprendizagem os alunos que não atingiram determinados patamares, a avaliação realizada em sala de aula deve ser tomada como uma espécie de mapa, que indicará para o professor as aprendizagens já alcançadas pelos alunos e aqueles pontos em que ele precisará investir mais no ensino. Quando concebida assim, temos uma avaliação a serviço da aprendizagem, em que o professor se apoiará para realizar os ajustes em seu planejamento. Ao longo do desenvolvimento do seu planejamento, o erro do seu aluno lhe indicará as hipóteses lançadas por ele sobre os conteúdos curriculares. São percursos de aprendizagem que podem lhe exigir aplicar novos métodos de ensino para atingir determinadas metas que não foram possíveis com outras estratégias. É na relação de coerência entre ensino e aprendizagem que se deve conceber a avaliação. No processo de ensino-aprendizagem escolar, o ensino e a avaliação se interdependem. Não teria sentido avaliar o que não foi objeto de ensino, como não teria sentido também avaliar sem que os resultados dessa avaliação se refletissem nas próximas atuações de ensino. Assim, um alimenta o outro [...]. Na rotina de nossas atividades escolares, o fio dessa interdependência parece ter-se rompido e, desse modo, avaliação e ensino nem sempre guardam essa reciprocidade. Com grandes prejuízos para o ensino, pois, em muitos casos, a avaliação passou a ser espécie de finalidade: a aula é dada para preparar a prova; o livro é lido porque é pra nota ; [...] Estuda-se para... uma prestação de contas [...] daí o termo cobrar ser uma expressão bem corrente no discurso da escola. (ANTUNES, 2003, p ). Por isso, neste módulo e no módulo Planejamento de Ensino I, sugerimos diversas alternativas avaliativas e indicamos métodos de ensino e conteúdos que parecem mais propícios para sua aprendizagem. Além disso, ao longo do seu estágio, a avaliação foi um dos pontos centrais: ao observar a escola, fazer seus registros no diário de campo; e ao ser acompanhado pelo Professor Colaborador, Tutor de Estágio e professor orientador. Esse conjunto de olhares objetivou melhor qualificar o trabalho a ser desenvolvido em sala de aula. Agora, considerando o conjunto de sugestões e orientações que você recebeu, realizadas inclusive a partir desses módulos, é o momento de você avaliar seu aluno. Ao realizar essa tarefa, você estará levantando os pontos para dar continuidade e/ou ajustar seu planejamento. Há três momentos que são fundamentais para que você avalie o aluno: ao início da unidade de ensino: você pode aplicar uma atividade em sala de aula para tentar depreender os conhecimentos prévios dos seus alunos acerca do conteúdo que será central na unidade. Para aplicar essa avaliação, o professor não deve ensinar Módulo de Orientação 7 Estágio Supervisionado 13

156 os conteúdos, mas apenas sondar o que eles já sabem e ainda não sabem sobre o conteúdo/conceito em questão. Essa avaliação pode ocorrer de várias formas escrita, através de jogos, podem ser perguntas realizadas oralmente pelo professor, entre outras e não deve valer nota. O objetivo de sua aplicação é a análise das respostas dos alunos que serão elemento rico para que você identifi que as difi culdades e repertórios dos alunos. Por isso, registre suas análises no diário de campo, pois elas funcionarão como diagnóstico e serão fundamentais para a elaboração do seu planejamento. ao longo da unidade de ensino: como professor, você avaliará o aluno permanentemente: seus gestos negativos e afi rmativos durante as aulas, as dúvidas que menciona, a concentração/dispersão devem ser elementos lidos por você, pois podem ser indicativos da aprendizagem ou dificuldades dos alunos. Além dessa avaliação, ao longo da unidade de ensino, você pode desenvolver atividades em que os alunos se sintam motivados em participar e que sejam orientadoras da aprendizagem. Sendo um apoio à aprendizagem dos alunos, a avaliação deverá instigá-los a realizar relações e associar o conteúdo trabalhado com outros já estudados, bem como a fazê-los perceber os diferentes componentes que o compõem. Através dessas avaliações, o professor poderá observar o que ainda é incompreendido pelo aluno e levantar hipóteses sobre seus percursos de aprendizagem, optando por alterar os métodos de ensino ou as formas de avaliação, por exemplo. ao final da unidade de ensino: esse é o momento de realizar uma atividade de culminância. Ou seja, que permita ao aluno retomar suas aprendizagens sobre o conteúdo da unidade. Esse momento deve considerar que os alunos podem se encontrar em estágios diferentes de aprendizagem, por isso, deve se basear na diversidade de níveis das questões. Essa avaliação deve ser elaborada considerando os objetivos de ensino e também a realidade da sua sala de aula. Como você pode observar, trata-se, de fato, da avaliação de todos os momentos do trabalho de sala de aula e cada um desses momentos poderá lhe fornecer elementos-chave para o seu planejamento e desenvolvimento das atividades docentes. A primeira avaliação funciona como diagnóstico, fornecendo ao professor as bases para seu planejamento; o segundo momento de avaliação deve orientar a aprendizagem do aluno acerca do percurso a seguir na sua aprendizagem, ao mesmo tempo em que permite ao professor inferir sobre esse percurso; o terceiro momento deve servir como articulação dos elementos que compõem o conteúdo da unidade, sendo, ao mesmo tempo uma possibilidade do professor visualizar as dificuldades que os alunos terão na unidade de ensino seguinte, tendo em vista a articulação entre os conteúdos. Não podemos deixar de ressaltar que a avaliação da aprendizagem precisa ser coerente com a forma de ensinar. Se a abordagem do ensino foi dentro dos princípios da construção do conhecimento, a avaliação da aprendizagem seguirá a mesma orientação. Nessa linha de pensamento, Moretto (2004, p. 96) propõe alguns princípios que sustentam nossa concepção de avaliação da aprendizagem: 14 Módulo de Orientação 7 Estágio Supervisionado

157 A aprendizagem é um processo interior ao aluno, ao qual temos acesso por meio de indicadores externos. Os indicadores (palavras, gestos, fi guras, textos) são interpretados pelo professor e nem sempre a interpretação corresponde fi elmente ao que o aluno pensa. O conhecimento é um conjunto de relações estabelecidas entre os componentes de um universo simbólico. O conhecimento construído significativamente é estável e estruturado. O conhecimento adquirido mecanicamente é instável e isolado. A avaliação da aprendizagem é um momento privilegiado de estudo e não um acerto de contas. Considerar os princípios ora mencionado, bem como ter em mente que o processo de ensino e aprendizagem deve ser integrado de modo a haver uma avaliação constante tanto do aprendente, quanto daquele que ensina e de sua prática, é importante para que você, futuro professor, possa organizar de forma efi ciente o processo de avaliação da aprendizagem e, conseqüentemente, a sua prática. Moretto (2004) faz uma distinção entre eficácia e eficiência na avaliação da aprendizagem. Para o autor, a avaliação é eficaz quando o objetivo proposto pelo professor foi alcançado. Por exemplo, se o professor colocou como objetivo verificar se os alunos sabem todos os afluentes do rio Amazonas e todos obtêm 10 (dez) na prova, podemos dizer que a avaliação foi eficaz. A efi ciência, por sua vez, está relacionada ao objetivo e o processo desenvolvido para alcançá-lo é racional, econômico e útil. Para isso, é preciso que a avaliação também seja eficaz. Entretanto, a avaliação pode ser eficaz sem ser eficiente. Isso ocorre, por exemplo, quando o professor organiza as condições para que seus alunos aprendam de cor todos os países da África e suas respectivas capitais e consegue que os todos tirem 10 (dez) na prova elaborada sobre o assunto. Pode-se afirmar que a avaliação foi eficaz, pois ela atingiu o objetivo proposto. No entanto, a eficiência foi pouca, pois esse conhecimento possivelmente não é relevante no contexto dos alunos e o processo de aprendizagem não foi racional, pois aprenderam de cor e de forma isolada. Módulo de Orientação 7 Estágio Supervisionado 15

158 Sugestão de atividade 3 Converse com o Professor Colaborador do seu estágio para identificar como estão integrados os objetivos de trabalho, conteúdos, métodos às formas de avaliação Veja como ele avalia a participação dos alunos, o que considera principal na aprendizagem e qual foco dá à avaliação. Registre suas observações em seu diário de campo Compare seus registros com as sugestões de planejamento contidas a seguir. Tente identificar quais delas melhor se adequam às necessidades de aprendizagem dos seus alunos. Leitura complementar DELIZOICOV, Demétrio; ANGOTTI, José André; PERNAMBUCO, Marta Maria. Ensino de ciências: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, (Docência em formação). Neste livro, há diversos relatos/sugestões de trabalho para o ensino de ciências. São sugestões de aplicação e organização do ensino e aprendizagem. Por isso, é uma fonte importante para você consultar durante o Estágio Supervisionado. MORETTO, Pedro Vasco. Prova: um momento privilegiado de estudo não um acerto de contas. 4. ed. Rio de Janeiro: DP&A, Este livro tem como objetivo direto ajudá-lo na sua prática do dia-a-dia, tendo como base central: não acabar com a prova escrita ou oral, mas ressignificar o instrumento e elaborá-lo dentro de uma nova perspectiva pedagógica. Visa ajudar docentes dedicados e, muitas vezes, com poucas oportunidades para uma reflexão simples e direta. É um livro com linguagem muitas vezes coloquial, como em diálogo com o leitor e está centrado em dois pontos básicos: nos oito primeiros capítulos, é abordado o tema Como operacionalizar uma aula com sucesso, apresentando os pressupostos da perspectiva construtivista sociointeracionista com relação ao ensinar. Nos dois capítulos finais são apresentados os fundamentos para um processo de avaliação da aprendizagem. O livro mostra que o caminho da mudança passa por uma transformação do processo de avaliação, tornando-o uma oportunidade para o aluno ler, refletir, relacionar, operar mentalmente e demonstrar que tem recursos para abordar situações complexas. 16 Módulo de Orientação 7 Estágio Supervisionado

159 Referências ANTUNES, Irandé. Aula de português: encontro & interação. São Paulo: Parábola Editorial, DELIZOICOV, Demétrio; ANGOTTI, José André; PERNAMBUCO, Marta Maria. Ensino de ciências: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, (Docência em formação). GODOY, Arilda Schimidt. Revendo a aula expositiva. In: MOREIRA, Daniel A. (Org.). Didática do ensino superior: técnicas e tendências. São Paulo: Pioneira, LIBANEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, MENDES, Iran Abreu; MARTINS, André Ferrer Pinto. Didática. Natal-RN: EDUFRN, MOREIRA, Daniel A. (org.). Didática do ensino Superior: técnicas e tendências. São Paulo. Pioneira, MORETTO, Pedro Vasco. Avaliar com eficácia e eficiência. In: Prova: um momento privilegiado de estudo não um acerto de contas. 4 ed. Rio de Janeiro: DP&A, p PAIVA, Irene Alves de; PERNAMBUCO, Marta Maria Castanho Almeida. Educação e realidade: interdisciplinar. Natal-RN: EDUFRN, SANT ANNA, Ilza Martins; MENEGOLLA, Maximiliano. Didática: aprender a ensinar. 5. ed. São Paulo: Edições Loyola, Anotações Módulo de Orientação 7 Estágio Supervisionado 17

160 Anexo A Períodos geológicos Era Período Época Principais eventos biológicos Milhões de anos Quaternário Holoceno Pleistoceno Tempo histórico e pré-histórico Evolução do homem 1,8 Cenozóico Terciário Plioceno Mioceno Olicoceno Eoceno Paleoceno Idade do ferro Ancestrais do Homem-prossímos Domínio das angiospermas (surgimentos das graminias) Propagação dos mamíferos, pássaros e insetos polinizadores 6,5 Cretácico Extinção dos dinossauros e répteis voadores no continente, extinção de répteis aquáticos e amonites no mar Aparição e propagação de plantas com flores 145 Mesozóico Jurássico Triássico Grande desenvolvimento de amonites no mar Expansão dos dinossauros e mamíferos Vegetação dominada por ginospemas Répteis mamiferóides Expansão dos insetos Pérmico Primeira catástrofe do ecossistema terrestre, com grande extinção marinha terrestre Extinção dos trilobitos 290 Diversificação de répteis primitivos 18 Módulo de Orientação 7 Estágio Supervisionado

161 Era Período Época Principais eventos biológicos Milhões de anos Carbonífero Primeiros répteis. Anfíbios dominantes Bosques extensos Início de glaciação no hemisfério austral 360 Devonico Expansão dos bosques primitivos Primeiras plantas com semente Primeiros anfíbios e insetos Diversificação de peixes com esqueleto interno 408 Paleozóico Silúrico Diversificações de peixes com mandíbula Primeiras plantas terrestres e artrópodes Diversidade de peixes sem mandíbulas 438 Ordovício Grande diversificação da vida oceânica Trilobitos. Primeiros vertebrados. Abundantes algas marinhas 505 Câmbrico Expansão do organismo com esqueleto externo Origem de quase todos os vertebrados. Diversas algas. 590 Proterozóico Precâmbrico Primeiros organismos multicelulares Primeiras algas verdes Início da fotossíntese Procariotas: primeiras bactérias 3500 Azóico Consolidação da Terra 4600 Fonte: Delizoicov, Angotti e Pernambuco (2002, p ). Módulo de Orientação 7 Estágio Supervisionado 19

162 Anotações 20 Módulo de Orientação 7 Estágio Supervisionado

163 Anotações Módulo de Orientação 7 Estágio Supervisionado 21

164 Anotações 22 Módulo de Orientação 7 Estágio Supervisionado

165 Anotações Módulo de Orientação 7 Estágio Supervisionado 23

166 Anotações 24 Módulo de Orientação 7 Estágio Supervisionado

167 Estágio Supervisionado I INTERDISCIPLINAR EMENTA Apresenta as diferentes interfaces do estágio supervisionado, focalizando, principalmente, suas concepções e orientações institucionais para a formação docente; as orientações práticas para a vivência pedagógica e o planejamento do estágio na escola e a interlocução entre os saberes acadêmicos e escolares; como também os princípios de avaliação e acompanhamento do estagiário pelos diferentes sujeitos do estágio na EaD. AUTORAS Claudianny Amorim Noronha Tatyana Mabel N. Barbosa AULAS 01 Módulo de orientação 1 O Estágio Supervisionado para Formação de Professores: orientações para o estagiário 02 Módulo de orientação 2 O Estágio Supervisionado como possibilidade de pesquisa-formação 03 Módulo de orientação 3 O período de observação da escola: criando um outro olhar sobre os espaços, sujeitos e ações de uma antiga conhecida nossa 04 Módulo de orientação 4 Propostas de ações colaborativas para o Estágio: a interface entre os conhecimentos escolares e acadêmicos 05 Módulo de orientação 5 Materiais didáticos: como avaliar, utilizar e (re)elaborar 06 Módulo de orientação 6 Planejamento de ensino I: objetivos, conteúdos, métodos e avaliação da aprendizagem 07 Módulo de orientação 7 Planejamento de ensino II: objetivos, conteúdos, métodos e avaliação da aprendizagem 08 Módulo de orientação 8 A avaliação do estágio: um processo de reflexão contínua 09 Módulo de orientação 9 A (re)escrita do trabalho avaliativo final: o relatório, o artigo científico e o memorial 10 Módulo de orientação 10 Estágio Supervisionado: o papel da escola como instituição co-formadora 11 Fichário de estágio 2º Semestre de 2008 Impresso por: Gráfica Texform

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169 DISCIPLINA Estágio Supervisionado A avaliação do estágio: um processo de reflexão contínua Autoras Claudianny Amorim Noronha Tatyana Mabel Nobre Barbosa Módulo de orientação 08

170 Governo Federal Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva Ministro da Educação Fernando Haddad Secretário de Educação a Distância SEED Carlos Eduardo Bielschowsky Universidade Federal do Rio Grande do Norte Reitor José Ivonildo do Rêgo Vice-Reitora Ângela Maria Paiva Cruz Secretária de Educação a Distância Vera Lúcia do Amaral Secretaria de Educação a Distância- SEDIS Coordenadora da Produção dos Materiais Marta Maria Castanho Almeida Pernambuco Coordenador de Edição Ary Sergio Braga Olinisky Projeto Gráfi co Ivana Lima Revisores de Estrutura e Linguagem Janio Gustavo Barbosa Eugenio Tavares Borges Thalyta Mabel Nobre Barbosa Revisora das Normas da ABNT Verônica Pinheiro da Silva Revisoras de Língua Portuguesa Janaina Tomaz Capistrano Sandra Cristinne Xavier da Câmara Revisor Técnico Leonardo Chagas da Silva Revisora Tipográfi ca Nouraide Queiroz Ilustradora Carolina Costa Editoração de Imagens Adauto Harley Carolina Costa Diagramadores Bruno de Souza Melo Ivana Lima Johann Jean Evangelista de Melo Mariana Araújo de Brito Adaptação para Módulo Matemático Joacy Guilherme de A. F. Filho Imagens Utilizadas Banco de Imagens Sedis (Secretaria de Educação a Distância) - UFRN Fotografias - Adauto Harley Stock.XCHG - Divisão de Serviços Técnicos Catalogação da publicação na Fonte. UFRN/Biblioteca Central Zila Mamede Barbosa, Tatyana Mabel Nobre. Estágio supervisionado interdisciplinar / Tatyana Mabel Nobre Barbosa, Claudianny Amorim Noronha. Natal, RN: SEDIS, v 224 p. 1. Estágio supervisionado. 2. Formação de professores. 3. Educação. I. Noronha, Claudianny Amorim. II. Título. ISBN: CDD RN/UF/BCZM 2008/109 CDU Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

171 Apresentação É importante e ético entender o que é válido no estágio. Certamente, não é a nota ou o conceito obtido após sua realização, nem a carga horária cumprida, mas saber que foi realizado um trabalho com compromisso, seriedade e efi ciência no que diz respeito a sua formação. Neste módulo, estaremos conversando sobre o que e como você será avaliado durante o estágio. Informar os critérios e métodos de avaliação significa muito mais do que praticar uma atitude ética na sua formação, futuro professor, trata-se, portanto, de nortear o planejamento e desenvolvimento de sua prática. A avaliação do estágio, no seu curso, não objetiva lhe atribuir somente uma nota ao final do semestre. Objetiva fazer parte do processo do estágio de modo a contribuir com a dinâmica refl exiva que, como já discutimos em módulos anteriores, faz parte do fazer constante do professor e deve estar incorporado na constância de sua formação. Conteúdos 1 2 Apresenta e discute critérios e instrumentos de avaliação do estagiário: produção escrita e fi cha de avaliação. Proporciona e orienta reflexões com base na avaliação da prática docente no estágio. Módulo de orientação 8 Estágio Supervisionado 1

172 Como avaliar o Estágio Supervisionado Estamos sempre avaliando: a roupa que usamos, o livro que iremos comprar, nossas atitudes diante de dada situação, as pessoas com as quais convivemos, enfim, avaliar faz parte de nossa vida, principalmente, quando precisamos tomar uma decisão a respeito de como agir. Assim, a ação e a refl exão estão em torno do que fazemos e a avaliação faz parte disso. Numa perspectiva libertadora, transformadora, constituidora de consciências, a avaliação passa a ser entendida, vivenciada, como processo de redimensionamento permanente da prática pedagógica dos sujeitos, bem como da construção significativa da aprendizagem dos envolvidos (BUSATO, 2005). Nesse sentido, a avaliação no estágio tem como objetivo que tanto você, estagiário, quanto o Professor Colaborador, o Tutor de Estágio, o Professor Orientador e seu aluno da escola campo de estágio se lancem ao desafi o de se constituírem como sujeitos da práxis, alimentando-se permanentemente da curiosidade epistemológica inerente ao processo de construção e de reconstrução crítica do saber. Sendo assim, o processo de avaliação do estágio é pensado para que os sujeitos envolvidos possam construí-lo e vivenciá-lo de modo a colaborar para a ressignifi cação de suas práticas pedagógicas e, ao mesmo tempo, para a construção crítica e signifi cativa na produção do conhecimento. Com base nos estudos de Saul (2001 apud BUSATO, 2005), propomos as seguintes características centrais para o processo de avaliação no Estágio Supervisionado: o processo de descrição em que a realidade é verbalizada e problematizada de acordo com o que um determinado grupo consegue apreendê-la; a análise e crítica de uma dada realidade caracterizam-se por um recuo crítico do grupo que vivencia a instituição e que passa a assumir a crítica da sua própria ação, através de procedimentos de reflexão sobre a sua prática; e a transformação da realidade a partir do delineamento de alterações necessárias no curso da ação. Nessa perspectiva, é importante que, ao se envolverem em uma ação educacional, você e os demais sujeitos envolvidos no estágio gerem as suas próprias alternativas de ação, através de uma postura de auto-reflexão. 2 Módulo de orientação 8 Estágio Supervisionado

173 Enquanto problematização da prática, a tarefa avaliadora, para Paulo Freire (1978, p. 118), é um esforço formador e, como tal, indispensavelmente ligada à investigação de novas formas de ação. É o seu momento crítico. Momento em que os sujeitos da prática se voltam sobre ela para confi rmá-la ou retifi cá-la, neste ou naquele aspecto, enriquecendo a subseqüente prática e nela enriquecendo-se. Sendo assim, o processo de avaliação no Estágio Supervisionado, numa perspectiva formativa, visa, entre outros, possibilitar ao estagiário, enquanto futuro profi ssional da educação, desenvolver instrumentos de refl exões contínuas sobre sua prática. Com isso, você reunirá elementos para a sua formação permanente e renovação de seu fazer pedagógico e, nesse sentido, o olhar dos demais sujeitos do estágio é fundamental. Além disso, numa perspectiva de somativa, a avaliação do estagiário também visa verificar se o estagiário é capaz de planejar e desenvolver uma proposta de estágio e intervenção que contemple a realidade escolar na qual está inserido. Para atender a essas expectativas, além do estagiário, que deve assumir uma postura refl exiva, os Professor Orientador, Professor Colaborador e Tutor de Estágio desempenham importantes papéis, os quais estão descritos a seguir. O Tutor de Estágio auxilia o Professor Orientador no processo de avaliação do estagiário, oferecendo contribuições, principalmente, no aspecto formativo. Ao acompanhar mais de perto o estagiário, esse profi ssional estará de posse de observações relevantes que podem ser adicionadas na fi cha de avaliação e/ou repassadas via página. Além disso, também será o responsável em encaminhar as produções dos estagiários, as quais também ajudou a orientar, para o Professor Orientador. Além de avaliar a produção escrita, esse sujeito também é responsável em avaliar os materiais didáticos produzidos durante o estágio. O Professor Orientador avalia o estágio tanto na perspectiva formativa quanto somativa, a partir da análise do que foi avaliado pelo Tutor de Estágio e do produzido pelo estagiário. Esse sujeito contribui com orientações que visem melhorar o seu desempenho no estágio e também verifi ca a possibilidade de uma ação ora planejada ser desenvolvida ou não pelo estagiário, dada a realidade na qual está inserida. O Professor Colaborador, por sua vez, desempenha um importante papel na perspectiva formativa, oferecendo orientações importantes para a melhoria na qualidade de atuação do estagiário, mas também pode verifi car a possibilidade de realização ou não de uma atividade ora planejada. Módulo de orientação 8 Estágio Supervisionado 3

174 A avaliação do estágio pelo estagiário Dois outros módulos orientarão mais profundamente o processo de avaliação do estágio por você, são eles: O período de observação da escola e A (re) escrita do trabalho avaliativo final. No primeiro, você será orientado a avaliar a escola e, nesse sentido, através dos diários de campo, registrar sua avaliação, focalizando também a avaliação do seu papel e participação. No outro módulo, discutiremos sobre a escrita do trabalho avaliativo fi nal e propomos a opção de escrita do relatório, artigo científi co e memorial de formação. Esses gêneros devem ser solicitados ao fi nal de cada Estágio Supervisionado e servirão para que você sistematize e elabore suas sínteses sobre o conjunto de atividades desenvolvidas, apresente o estágio sob sua perspectiva e seja avaliado a partir dessa análise. Essa produção será um dos instrumentos de avaliação do estágio, principalmente, para o Professor Orientador. Nesse sentido, como coloca Busato (2005), ao colocarmos no papel um pouco de nós, da nossa visão, objetivamo-nos, questionamos e refl etimos sobre nós mesmos nesse processo de construção do saber. A avaliação da prática docente do estagiário Observar faz parte de nossa vida, observamos o que fazemos, o que comemos, o que sentimos, o que dizemos em uma determinada situação. Entretanto, a observação da prática docente assume uma perspectiva intencional, transformadora, que deve considerar o fato de que somos seres históricos, em permanente construção, somos seres do mundo, no mundo, para o mundo (BUSATO, 2005). No Estágio Supervisionado, o que você desenvolve em sua prática pedagógica é observado pelo Professor Colaborador, Tutor de Estágio e pelo seu aluno na escola. Essas observações da sua prática, numa perspectiva avaliadora, servirão para compreender o que e como diferentes saberes são produzidos e a realidade escolar, por sua vez, é transformada e transformadora. A documentação da observação é um instrumento a mais de avaliação em prol da reflexão e busca de melhorar o processo de formação em desenvolvimento. Sendo assim, o registro dos itens que serão observados pelo Tutor de Estágio, Professor Colaborador e pelo seu aluno durante o estágio devem ser realizado através de fichas de avaliação. Não queremos dizer com isso que esse será o único método de avaliação, esses sujeitos podem expor suas observações utilizando diferentes métodos de comunicação, a exemplo da oralidade. 4 Módulo de orientação 8 Estágio Supervisionado

175 Os registros nas fi chas de avaliação não se valem apenas para avaliar a impressão a respeito da sua prática pedagógica e propor-lhe pontos a serem melhorados e/ou refl etidos por você. Mas, também, contribuem para que tanto o Professor Colaborador, quanto o Tutor de Estágio e Professor Orientador possam, num processo de ação-reflexão-ação, ressignifiquem a sua própria avaliação na área de conhecimento e espaço em que atuam. A memória, uma vez escrita, constitui a explicação de uma construção subjetiva que pretende levar cada indivíduo a manifestar a sua experiência, única e original, no processo pedagógico. Sua finalidade é expor a concepção que cada um tem da experiência pedagógica em desenvolvimento e permitir a avaliação do significado de tal processo na sua formação global. (BENINCÁ et al apud BUSATO, 2005, p. 51). Perguntar-se sobre o que será observado é normal e até importante, pois os itens da ficha de avaliação podem contribuir, sobretudo, para o planejamento e direcionamento de suas ações. A seguir, apresentaremos os itens contemplados na ficha de avaliação, bem como algumas orientações que podem ser consideradas por você no desenvolvimento de suas ações. A ficha de avaliação A ficha de avaliação é um instrumento a ser utilizado pelos Professor Colaborador e Tutor de Estágio. O Professor Colaborador será orientado a preenchê-la apenas ao fi nal do período de estágio cumprido por você ou em intervalos de tempo menores (semanalmente, quinzenalmente, mensalmente), conforme indicação do Tutor de Estágio ou Professor Orientador. As observações contemplarão questões relativas ao planejamento, à execução do que foi planejado e à convivência no ambiente escolar. Nesse sentido, esse profissional atribuirá um conceito e poderá dar sugestões para o desenvolvimento do Estágio Supervisionado. O Tutor de Estágio também terá uma fi cha de avaliação a ser preenchida no decorrer do semestre de estágio e encaminhada ao Professor Orientador, num espaço de tempo acordado entre ambos. As observações desse profissional contemplam as mesmas questões mencionadas na fi cha do Professor Colaborador, com a adição de questões relativas ao desempenho nas atividades do Grupo de Apoio desenvolvidas no pólo. O Professor Colaborador e o Tutor de Estágio poderão fazer a avaliação conjuntamente, cabendo, exclusivamente ao Tutor a quarta parte da ficha. Módulo de orientação 8 Estágio Supervisionado 5

176 Veja no fichário do estágio: a ficha de avaliação do Professor Colaborador; a ficha de avaliação do Tutor de Estágio. No fichário, você encontrará dois modelos de cada uma dessas fichas, um objetivo e outro subjetivo. Há dois modelos de fichas: o primeiro de cada um dos modelos é mais objetivo, onde o Professor Colaborador, na maioria dos itens avaliados, pode optar em assinalar sim (quando seu desempenho contempla o item descrito), não (quando o item não foi contemplado entre as ações vivenciadas ou desenvolvidas), em parte (quando o critério mencionado for parcialmente atingido) ou não contempla (quando o critério mencionado não refl etir o contexto de ações desenvolvidas pelo estagiário naquele período); o segundo modelo é mais subjetivo, com espaço para o professor expressar mais livremente o seu entendimento. O modelo a ser utilizado deve ser acordado entre o Tutor de Estágio e o Professor Orientador. A seguir, você terá orientações sobre os pontos que compõem os itens dessas fichas de avaliação. A avaliação do planejamento (pelo Professor Colaborador e Tutor de Estágio) O registro dá início a partir dos itens referentes ao planejamento, os quais permitem avaliar como você está se saindo no que se refere à atividade de planejar a sua prática. A seguir, você terá algumas orientações sobre o que pode ser avaliado nessa etapa da ficha de avaliação. Item de avaliação Planeja todas as atividades. Quanto ao planejamento Orientações O planejamento das atividades é importante, pois orienta as suas ações e, principalmente, possibilita que você as avalie. Através desse instrumento, você pode verifi car o que foi efi caz ou não e, assim, saber onde melhorar. O planejamento é coerente com o nível de aprendizagem e desenvolvimento dos alunos. Nesse item, é avaliado se o conteúdo, o objetivo e os métodos utilizados por você são condizentes com o nível de aprendizagem dos alunos. Esse item é importante porque, ao utilizar métodos considerados muito difíceis ou, ao contrário, muito fáceis pelo aluno, ele perderá o interesse. Considere também os conhecimentos prévios dos alunos. Demonstra autonomia ao planejar as atividades. A autonomia de que tratamos aqui, não se refere à liberdade de poder planejar sua aula sem a necessidade de considerar a orientação dada pelo Professor Colaborador. Mas, de você, como futuro professor, saber buscar novos conhecimentos e inovações que possam ser acrescentados em seu plano. Há coerência entre as partes do planejamento (conteúdo, objetivo, metodologia, avaliação e tempo). Planejar apenas não basta. É preciso saber construir cada parte do planejamento sem perder sua relação: o(s) método(s) a ser trabalhado em sua aula deve corresponder ao conteúdo e objetivos a serem alcançados; o tempo pensado para aula deve ser condizente para desenvolver as ações planejadas. 6 Módulo de orientação 8 Estágio Supervisionado

177 A avaliação do desenvolvimento do planejamento (pelo Professor Colaborador e Tutor de Estágio) A segunda etapa de avaliação da ficha de avaliação diz respeito ao desenvolvimento do que foi planejado por você. Objetiva saber como você desenvolve ações durante o período de regência de classe. Veja algumas orientações a respeito dos critérios a serem avaliados. Item de avaliação Demonstra clareza dos objetivos que está propondo alcançar em cada aula. Estabelece uma integração entre os conteúdos das diferentes áreas de ensino. Utiliza diferentes situações de aprendizagem que atenda as necessidades dos alunos. As atividades propostas são bem elaboradas. Quanto à execução do planejamento Orientações Não basta ter objetivos traçados em seu planejamento. É necessário que você saiba do que trata e se organize para que através de sua aula você possa alcançá-los. Para isso, é importante que você organize o que será realizado em cada momento de sua aula. Algumas disciplinas de seu curso abordaram o tema inter e transdisciplinaridade. Essa é a hora de você por em prática o que aprendeu e, na medida do possível, buscar fazer relações do que você está ensinando com o que está sendo visto em outras disciplinas ou mesmo com saberes não escolares, mas que fazem parte do dia-a-dia de seus alunos fora da escola. Como já foi mencionado nos módulos referentes ao Planejamento de Ensino, é importante que você varie seus métodos de aula de modo a motivar seus alunos. Mas seja cauteloso na escolha do método a adotar, verifique se ele corresponde ao nível de seus alunos. Lembre que a dinamização do método depende também de você, de sua mediação e que esse deve estar em consonância com os objetivos e conteúdos de sua aula. É importante que você, como professor, preze pela textualidade dos materiais que utiliza em sala de aula. Lembre-se de que o aluno é leitor dos seus textos (provas, anotações na lousa etc.). Explica o conteúdo com segurança, obedece a uma seqüência lógica de apresentação, satisfaz curiosidades e esclarece dúvidas. O professor não precisa saber de tudo, mas é importante que ele possua um bom domínio dos conteúdos referentes a sua área de atuação. Sendo assim, antes de trabalhar um determinado conteúdo, retome-o de modo a relembrar do que trata, pesquise mais sobre ele: se há novas discussões, descobertas, novos métodos. No caso, de ser abordado por um aluno a respeito de algo que você não conhece, informe ao aluno que você ainda não tem o conhecimento para responder aquela pergunta, mas que irá pesquisar e retomar num outro momento. Nesse caso, ser sincero é a melhor opção. Conhecer o conteúdo ajuda no planejamento da aula, principalmente, na escolha de momento certo e de como apresentá-lo de modo não compartimentalizado. Permite ao aluno participar das aulas, expondo suas idéias e opiniões sobre o que está sendo estudado. Mesmo uma aula expositiva deve ter um momento de diálogo, de troca com os alunos. Isso é bom para todos: os alunos sentem-se mais envolvidos e interessados pelo assunto, você torna sua aula mais rica, com mais informações. Ao motivar seus alunos a participarem, observe para que a discussão não tome novo rumo, fugindo do assunto em pauta, lembre que você tem um tempo de aula que deve ser utilizado adequadamente. Estimula os alunos a criarem hipóteses, buscarem soluções, pesquisarem e interpretarem de modo a contribuir com o raciocínio lógico. O estímulo de que trata esse item não deve ser realizado apenas durante o momento de exposição do conteúdo, mas também com atividades que proporcionem aos alunos relacionarem os conhecimentos que já possuem do conteúdo ou não para tirarem suas conclusões, interpretarem, criarem hipóteses, fugindo, assim, de situações rotineiras e mecânicas. Acompanha o desenvolvimento das atividades realizadas em classe e as corrige. Em caso de passar atividades a serem feitas no horário da aula, é necessário estar atento às dúvidas. Esse é um momento de avaliar não apenas seus alunos, seus conhecimentos e difi culdades, mas também sua aula, pois o erro ou a dúvida podem mostrar um problema de interpretação, uma falha na explicação que pode ser retifi cada durante a correção. Módulo de orientação 8 Estágio Supervisionado 7

178 A avaliação da sua interação com toda a equipe da escola (pelo Professor Colaborador e Tutor de Estágio) A escola é composta por diferentes sujeitos: diretor, coordenadores, professores, profissionais de serviços gerais, alunos, pais etc., cada um com suas peculiaridades, saberes, costumes, semelhanças e diferenças. É importante que você, como professor, saiba conviver com toda a equipe, de modo a manter uma relação de cooperação entre as diferentes instâncias da sala de aula e da escola. Nesse sentido, a terceira etapa da ficha de avaliação contempla a sua relação com outros personagens da escola. Item de avaliação Mantém um bom relacionamento com os alunos. Quanto à convivência no ambiente escolar Orientações A postura do professor em relação ao aluno é uma questão de suma importância, pois a forma de agir do professor é essencial para as boas relações entre ambos, bem como para que o saber seja proveitosamente trabalhado. Alguns estudos nos mostram que a intervenção do professor, por meio da sua interação com a classe, ajuda o aluno a transformar seu conhecimento em um saber organizado e preciso e que uma relação professor-aluno marcada pela tensão ou pelo medo ou desenvolvida verticalmente influencia no fracasso escolar. Procura o(a) Professor(a) Colaborador(a) para tomar decisões sobre a proposta de trabalho que está desenvolvendo. Mantém um bom relacionamento com demais profissionais da escola. O fato de você estar estagiando em uma determinada sala de aula não lhe faz o único responsável por ela. O professor, como funcionário da escola, continua sendo o responsável institucional pela turma. Dessa forma, é importante que as ações de estágio sejam previamente combinadas com o mesmo. Como já mencionamos anteriormente, além do professor e do aluno, outros funcionários e pessoas da comunidade também fazem parte do ambiente escolar. Portanto, sempre que possível ou necessário, busque conhecer quem são essas pessoas, o seu papel na escola e como você pode contribuir com ela. Demonstra satisfação e interesse em participar das atividades da escola. Durante o seu período de observação, você vai conhecer as diferentes atividades que acontecem na escola, além das aulas. Participar dessas atividades lhe ajudará a compreender melhor a dinâmica do contexto escolar. É pontual. É assíduo. Busque ser pontual e não faltar, isso demonstra o seu caráter profissional e responsável. Em casos que a falta ou o atraso sejam inevitáveis, procure o Professor Colaborador e/ou Tutor de Estágio e justifique. 8 Módulo de orientação 8 Estágio Supervisionado

179 A avaliação da sua participação nas atividades de grupo desenvolvidas no pólo (pelo Tutor de Estágio) Como já foi mencionado, a fi cha de avaliação a ser preenchida exclusivamente pelo Tutor de Estágio contém uma questão a mais que contempla itens relativos ao desempenho nas atividades de grupo desenvolvidas no pólo. Ao planejar, executar o planejado e vivenciar situações diversas na escola, você passa a enriquecer o seu leque de conhecimento, informações, experiências e/ou também de dúvidas, inquietações, receios. Os encontros com o grupo de estudo, no pólo, visam contribuir com refl exões de questões surgidas a partir da experiência no estágio através de uma troca de experiências e conhecimentos entre os integrantes do grupo. Entre os pontos avaliados pelo Tutor de Estágio, temos: Quanto às atividades do grupo de estudo Item de avaliação Produz e apresenta atividades a serem aplicadas na sala de aula de estágio. Orientações Para que as orientações e trocas entre os componentes do grupo sejam de fato realizadas e valorosas, é importante que as produções sejam levadas e discutidas. Portanto, não deixe de levar as atividades e aulas que você produz. Traz para o estudo em grupo questões que mostram envolvimento e reflexão com a realidade escolar. A sua vivência na escola vai além da sala de aula, inclui todo o contexto real em que essa instituição está imersa. E a reflexão sobre esse contexto irá nortear o seu agir no estágio. Quando essa refl exão se dá a partir de uma discussão em grupo, tende a ficar mais rica, pois permite a inclusão de novos pontos de vista e experiências. Contribui para a reflexão e solução de questões trazidas pelos colegas do grupo. Leva questões para serem discutidas com o grupo. O mais enriquecedor de uma discussão em grupo são as trocas de experiências, conhecimentos e, por que não, de dúvidas. Procure contribuir com a solução de questões levadas pelos seus colegas. Essa contribuição pode ser dada através de um diálogo, mas também através de um texto que trabalha o tema em questão, podendo ser lido, estudado e discutido por todos, através da apresentação de um recurso didático que você sabe como trabalhar, ou mesmo através de um reforço a respeito de um conteúdo sobre o qual você tem um domínio maior. Haverá casos em que um ou mais pontos observados não tenham sido contemplados entre os itens apresentados nas três etapas da ficha de avaliação, ou mesmo competências e habilidades merecedoras de um maior destaque na avaliação feita pelo Professor Colaborador ou Tutor de Estágio, para esses casos, haverá um espaço da fi cha destinado a informações adicionais onde o professor poderá acrescentar dados extras. Após as informações adicionais, consta o item referente à atribuição de um conceito ao seu desempenho, podendo ser atribuído um conceito entre os três sugeridos: Módulo de orientação 8 Estágio Supervisionado 9

180 Conceituação da observação A quando as atividades desenvolvidas no estágio forem cumpridas com excelência na maioria dos aspectos envolvidos; B quando as atividades desenvolvidas no estágio forem cumpridas de forma satisfatória na maioria dos aspectos envolvidos; C quando as atividades forem cumpridas de forma insatisfatória. A fi cha de avaliação é fi nalizada com uma questão em que podem ser acrescentadas sugestões dadas pelo Professor Colaborador ou pelo Tutor de Estágio para a melhoria no desenvolvimento do Estágio Supervisionado, a exemplo de normas, procedimentos ou atividades que podem contribuir com a escola campo de estágio, tais como: projetos, atividades extra-classe, organização de laboratórios, de salas de vídeo, de informática, bibliotecas e outros. Após serem avaliadas, essas sugestões podem ser tomadas por você como sugestões para os outros períodos de estágio. A avaliação do estagiário pelo seu aluno Que tal saber o que seu aluno pensa de sua aula? A avaliação do professor é algo que vem sendo discutido por muitos educadores. Não como caráter punitivo, mas no contexto de uma auto-avaliação, como forma de incentivá-lo a uma reflexão sobre sua prática, alertando-o para suas responsabilidades atuais e para os aperfeiçoamentos necessários. Não podemos desconsiderar que os estudantes estão em uma posição privilegiada para observar aspectos do professor, como: estilo de ensino, em que medida as avaliações contemplam o que foi ensinado, o trabalho extra-classe, a qualidade dos textos, a pontualidade e o seu próprio aprendizado, entre outros. Além disso, o julgamento dos estudantes representa uma participação no processo democrático de tomada de decisão. A avaliação do professor pelo aluno pode contribuir para a redução da distância entre aluno e professor. E, nesse sentido, pode ajudá-lo a refletir sobre questões como: o que faço e o que digo têm ressonância, signifi cado, importância para o aluno? Esse tipo de atitude, quando tomada pelo próprio professor, demonstra responsabilidade e sinceridade. O resultado de uma avaliação desse tipo pode ser um componente a mais para contribuir com a melhora de sua prática. Ajudará você a rever a sua metodologia de ensino, procurando melhorar, bem como reconhecer, incentivar, relevar o trabalho que tenha se destacado na avaliação. 10 Módulo de orientação 8 Estágio Supervisionado

181 No Estágio Supervisionado, a avaliação do estagiário pelo aluno não é um instrumento obrigatório. No entanto, consideramos conveniente sugeri-la como um instrumento que também pode ajudá-lo a refletir sobre sua prática, fornecendo dados que podem enriquecer a sua produção escrita. Essa avaliação pode ser feita de modo dialogado, em que você, através de um conversa informal com seus alunos, pode indagar sobre questões referentes à sua prática os estimulando a expressar aspectos positivos ou negativos em relação a mesma. Além desse, você pode pensar em um instrumento que deixe o aluno expressar livremente o que pensa sobre as aulas e sobre a disciplina ministrada por você. Nesse instrumento, não necessariamente precisa constar o nome do aluno. Veja a seguir: Indique os aspectos positivos e negativos na disciplina (conteúdos, atividades, explicação dos conteúdos e outros), sugerindo questões que podem ser melhoradas. Sugestão de atividade Avalie sua prática e registre em seu diário de campo Os parâmetros de avaliação da sua prática docente são fundamentais para serem considerados por você previamente ao processo de registro pelo Professor Colaborador, Tutor de Estágio ou aluno. Eles devem ser pontos-chave para sua iniciação profi ssional e, nesse sentido, podem ser elementos do processo contínuo de auto-avaliação. Além disso, você ainda pode consultar as próprias fichas preenchidas por cada um desses sujeitos e enriquecer sua avaliação. Nesse sentido, retome seu diário de campo e registre sua avaliação, considerando sempre os parâmetros aqui mencionados. Isso será fundamental para a escrita do trabalho avaliativo do final do estágio, uma vez que lhe permitirá analisar sua evolução ao longo do processo. Módulo de orientação 8 Estágio Supervisionado 11

182 Leitura complementar FREIRE, Paulo. Cartas a Guiné-Bissau: registro de uma experiência em processo. 2. ed. Rio de Janeiro, RJ: Paz e Terra, Nesse livro, Paulo Freire, ao discutir relatos de sua experiência de trabalho em Guiné- Bissau, no campo da educação de modo geral e, particularmente na educação de adultos, chama atenção para a dinâmica de trabalho de um grupo de profissionais de educação daquele país. O autor destaca a forma como esse grupo encara a prática docente que, num processo dialógico, é tomada como objeto de avaliação na busca do entendimento da causa das falhas e das diferentes maneiras de superá-las, contribuindo assim para a formação continuada dos professores num processo de unidade da prática e da teoria. Referências BUSATO, Zelir Salete Lago. Avaliação nas práticas de ensino e estágios: a importância dos registros na reflexão sobre a ação docente. Porto Alegre: Mediação, FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário eletrônico Aurélio. 3. ed. Curitiba: Editora Positivo, FREIRE, Paulo. Cartas a Guiné-Bissau: registro de uma experiência em processo. 2. ed. Rio de Janeiro, RJ: Paz e Terra, Módulo de orientação 8 Estágio Supervisionado

183 Estágio Supervisionado I INTERDISCIPLINAR EMENTA Apresenta as diferentes interfaces do estágio supervisionado, focalizando, principalmente, suas concepções e orientações institucionais para a formação docente; as orientações práticas para a vivência pedagógica e o planejamento do estágio na escola e a interlocução entre os saberes acadêmicos e escolares; como também os princípios de avaliação e acompanhamento do estagiário pelos diferentes sujeitos do estágio na EaD. AUTORAS Claudianny Amorim Noronha Tatyana Mabel N. Barbosa AULAS 01 Módulo de orientação 1 O Estágio Supervisionado para Formação de Professores: orientações para o estagiário 02 Módulo de orientação 2 O Estágio Supervisionado como possibilidade de pesquisa-formação 03 Módulo de orientação 3 O período de observação da escola: criando um outro olhar sobre os espaços, sujeitos e ações de uma antiga conhecida nossa 04 Módulo de orientação 4 Propostas de ações colaborativas para o Estágio: a interface entre os conhecimentos escolares e acadêmicos 05 Módulo de orientação 5 Materiais didáticos: como avaliar, utilizar e (re)elaborar 06 Módulo de orientação 6 Planejamento de ensino I: objetivos, conteúdos, métodos e avaliação da aprendizagem 07 Módulo de orientação 7 Planejamento de ensino II: objetivos, conteúdos, métodos e avaliação da aprendizagem 08 Módulo de orientação 8 A avaliação do estágio: um processo de reflexão contínua 09 Módulo de orientação 9 A (re)escrita do trabalho avaliativo final: o relatório, o artigo científico e o memorial 10 Módulo de orientação 10 Estágio Supervisionado: o papel da escola como instituição co-formadora 11 Fichário de estágio 2º Semestre de 2008 Impresso por: Gráfica Texform

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185 DISCIPLINA Estágio Supervisionado A (re)escrita do trabalho avaliativo final: o relatório, o artigo científico e o memorial Autoras Tatyana Mabel Nobre Barbosa Claudianny Amorim Noronha Módulo de orientação 09

186 Governo Federal Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva Ministro da Educação Fernando Haddad Secretário de Educação a Distância SEED Carlos Eduardo Bielschowsky Universidade Federal do Rio Grande do Norte Reitor José Ivonildo do Rêgo Vice-Reitora Ângela Maria Paiva Cruz Secretária de Educação a Distância Vera Lúcia do Amaral Secretaria de Educação a Distância- SEDIS Coordenadora da Produção dos Materiais Marta Maria Castanho Almeida Pernambuco Coordenador de Edição Ary Sergio Braga Olinisky Projeto Gráfi co Ivana Lima Revisores de Estrutura e Linguagem Janio Gustavo Barbosa Eugenio Tavares Borges Thalyta Mabel Nobre Barbosa Revisora das Normas da ABNT Verônica Pinheiro da Silva Revisoras de Língua Portuguesa Janaina Tomaz Capistrano Sandra Cristinne Xavier da Câmara Revisor Técnico Leonardo Chagas da Silva Revisora Tipográfi ca Nouraide Queiroz Ilustradora Carolina Costa Editoração de Imagens Adauto Harley Carolina Costa Diagramadores Bruno de Souza Melo Ivana Lima Johann Jean Evangelista de Melo Mariana Araújo de Brito Adaptação para Módulo Matemático Joacy Guilherme de A. F. Filho Imagens Utilizadas Banco de Imagens Sedis (Secretaria de Educação a Distância) - UFRN Fotografias - Adauto Harley Stock.XCHG - Divisão de Serviços Técnicos Catalogação da publicação na Fonte. UFRN/Biblioteca Central Zila Mamede Barbosa, Tatyana Mabel Nobre. Estágio supervisionado interdisciplinar / Tatyana Mabel Nobre Barbosa, Claudianny Amorim Noronha. Natal, RN: SEDIS, v 224 p. 1. Estágio supervisionado. 2. Formação de professores. 3. Educação. I. Noronha, Claudianny Amorim. II. Título. ISBN: CDD RN/UF/BCZM 2008/109 CDU Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

187 Apresentação Chegando ao fim de cada Estágio Supervisionado, você, certamente, está se vendo diante de um grande volume de papéis caderneta escolar, provas, diários de campo, fichas de avaliação etc. e de flashs com as mais diferentes lembranças da sua vivência na escola: as difi culdades dos primeiros dias, a organização e desenvolvimento das atividades de sala de aula, as tentativas de motivar os alunos etc. Antes que as peças desse mosaico se dispersem, é o momento de sistematizar o trabalho, socializar as atividades desenvolvidas, analisar as estratégias utilizadas, as difi culdades vivenciadas e apresentar sua avaliação sobre esse conjunto de ações. Estamos falando da necessidade de você escrever sobre sua experiência como estagiário. Ao escrever, poderá registrar ações/situações pertinentes para se compreender o ensino e a aprendizagem na sua área; apontar sugestões que poderão ser retomadas por você próprio no Estágio seguinte ou mesmo em sua vida profissional; indicar elementos importantes para se repensar a escola e o papel da universidade na formação do professor de Química, Física, Matemática, Geografia, dentre tantas outras áreas. Assim, a partir deste módulo, você conhecerá as especifi cidades de alguns gêneros textuais solicitados nessa situação; selecionará os temas que devem ser mencionados/ relatados/analisados no seu texto e iniciará sua primeira versão escrita sobre a avaliação final do estágio. Conteúdos 1 2 A (re)escrita do trabalho avaliativo final: o relatório, o artigo científico e o memorial. Orientações para o planejamento, escrita e reescrita dos gêneros acadêmicos. Módulo de Orientação 9 Estágio Supervisionado 1

188 Por que escrever sobre o estágio? Ao longo do estágio, diferentes instrumentos como os diários de campo, roteiros de observação da escola e de avaliação já foram utilizados por você e pelos demais sujeitos envolvidos no seu acompanhamento. a) Diários de campo e roteiros de observação da escola: escritos por você após cada dia de observação ou de aula. Tiveram o objetivo auto-avaliativo (em que você avaliou o próprio trabalho) e de avaliação de todo conjunto que envolve a escola (quando seus registros são resultado de observação da escola e da atuação dos seus sujeitos e possibilidades de ali desenvolver seu trabalho). Portanto, essa escrita serviu para apoiar seu acompanhamento, indicando os elementos importantes a serem considerados acerca do estágio (em seu planejamento e atuação). b) Fichas de observação: foram utilizadas pelos alunos, Professor Colaborador e o orientador para analisarem seu trabalho e sua participação na escola. As avaliações realizadas por cada um desses sujeitos foram fundamentais. O que seus alunos disseram serviu para pensar em formas de interação mais adequadas às suas necessidades e possibilidades de aprendizagem; o que o Professor Colaborador indicou foi fundamental como parâmetro para situar suas ações diante das expectativas da escola; o diálogo com o Professor Orientador foi importante para encaminhar alternativas de trabalho, coerentes com a realidade do estágio e mediar as relações entre você, a escola e a universidade. Assim, escrever sobre o estágio não é algo novo. No entanto, o objetivo dessa escrita que você fará agora ao final é um pouco diferenciado daquele que você vinha visando até então: agora, é o momento de fazer as sínteses e identificar os resultados do trabalho. Essa escrita é importante porque permitirá a você sistematizar os diversos textos escritos ao longo do estágio (por você e pelos demais sujeitos), analisar as várias ações desenvolvidas (seminário, aulas de campo, oficinas etc.) e, assim, identificar os grandes eixos do seu trabalho. Com isso, você deve levantar pontos importantes a serem considerados nos próximos estágios (se for o caso) e que contribuam, especialmente, para pensar o ensino da sua área e apontar elementos para que a escola e a universidade possam melhor atuar na formação e acompanhamento da iniciação docente. O registro da experiência de estágio é o momento de você, como futuro professor, olhar sua própria prática, não apenas para tomar consciência da necessidade de mudança, mas articular teoria e prática. Para isso, as trocas entre você, o Tutor de Estágio, o Professor Colaborador e o Professor Orientador são essenciais. Sendo assim, essa escrita não pode ser um instrumento simplesmente técnico que visa conferir uma nota ao final do semestre, mas uma atividade participativa, desenvolvida através de um processo contínuo. Assim, é essencial assumir essa escrita como momento de avaliação e problematização da prática. 2 Módulo de Orientação 9 Estágio Supervisionado

189 O que e como escrever sobre o estágio? Agora que você sabe da importância de escrever ao fi nal do estágio, deve estar se perguntando o que, objetivamente, é importante escrever e como. Há vários gêneros textuais que podem ser solicitados nessa situação: o relatório, o artigo científi co e o memorial são alguns deles. Embora o tema a ser tratado nesses textos seja o mesmo o Estágio Supervisionado, cada um deles tem características próprias que concedem um tratamento diferenciado àquilo de que falam e que focalizarão aspectos específicos nessa avaliação. Gênero textual é uma expressão utilizada para nos referirmos a textos materializados [...] que encontramos em nossa vida diária e que apresentam características sócio-comunicativas definidas por conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição característica. (MARCHUSCHI, 2005, p ) Fique atento! Certifique-se do seu tutor qual desses textos será solicitado de você ao fi nal do Estágio Supervisionado I, II ou III. Módulo de Orientação 9 Estágio Supervisionado 3

190 Independentemente do gênero textual que você escreverá, é fundamental que siga três etapas básicas do processo de escrita: o planejamento, a escrita do texto e a reescrita. Esses passos lhe permitirão elaborar um texto mais coerente e em consonância com as demandas acadêmico-escolares, como refl etir sobre momentos e práticas específi cas desenvolvidas durante o Estágio Supervisionado. Observe o quadro a seguir e identifique as diferentes ações necessárias para realizar cada uma das fases de escrita. Oferecemos parâmetros globais que você deve procurar ajustar de acordo com suas possibilidades de escrita e exigências do seu professor orientador. Como planejar a escrita sobre o estágio Ampliar o seu repertório: ler o que for pertinente para saber o que escrever (materiais produzidos no estágio, livros, textos etc.). Delimitar o tema: diante da quantidade de pontos que podem ser abordados num texto sobre seu estágio (indisciplina, gestão, material didático etc.), selecionar aqueles que, de fato, são significativos. Escolher como irá ordenar as informações: que tópicos são principais, quais estarão subordinados. Como escrever sobre o estágio Iniciar a escrita e estar sempre atento ao que planejou escrever. Observar se os itens selecionados para serem relatados estão constando no texto. Observar se, ao escrever, o modo de tratamento dos temas está coincidindo com o planejado. É possível que ocorram mudanças. Como reescrever sobre o estágio Ler atentamente o que foi escrito. Observar se houve continuidade temática; se elementos novos foram associados ao tema; se não há ambigüidades ou passagens confusas. Observar se as associações estabelecidas são realmente válidas e pertinentes. Ter clareza do contexto de circulação do texto e das características do gênero: isso pesa sobre a finalidade da sua escrita: analisar, relatar, expor elementos pertinentes do estágio aos seus leitores, que se situam na universidade e na escola (professores colaboradores e orientadores). A linguagem deve prezar pela clareza, objetividade e correção. Analise também o tratamento dado aos temas desenvolvidos, pois esse texto é acadêmico e todas as suas análises/relatos devem estar fundamentadas. Rever se os objetivos da escrita foram atendidos; analisar a correção da linguagem (ortografia, pontuação, semântica e sintaxe); analisar se os leitores e você considerariam o texto pertinente. Fonte: Antunes (2003). Seguindo esses passos, você poderá selecionar os aspectos relevantes a serem abordados (planejamento), adequar melhor o seu texto às especificidades do gênero (escrita), e redefi nir melhor o modo como pretende abordar cada elemento do estágio mencionado no trabalho (reescrita). E é justamente sobre as especificidades de cada um desses gêneros que discutiremos a seguir, a fim de orientá-lo no processo de elaboração do seu trabalho de final de Estágio I, II ou III. 4 Módulo de Orientação 9 Estágio Supervisionado

191 Orientações para a escrita do relatório O relatório é, certamente, o gênero acadêmico mais solicitado como trabalho de final de Estágio Supervisionado. Ele caracteriza-se pela apresentação do trabalho desenvolvido no estágio em toda a sua dimensão: descrição dos dados, procedimentos utilizados, análises, resultados alcançados e conclusões (MARCONI; LAKATOS, 2002). Embora o relatório seja utilizado por diferentes profissionais (policiais, peritos, engenheiros etc.) para organizar os dados, provas e relatar o estado de uma investigação ou de uma obra, por exemplo, o relatório que você irá elaborar é um texto científi co e, por isso, tem algumas especifi cidades: seu relatório deve ser fundamentado teoricamente; suas análises devem considerar a situação de colaboração interinstitucional entre escola e universidade na formação e no seu acompanhamento. Portanto, não é uma encomenda da universidade sobre o que ocorreu na escola, mas um texto que circunstancia tanto as atividades planejadas e desenvolvidas na escola quanto os processos de orientação realizados no seu acompanhamento. Desse modo, esse gênero visa permitir que você possa compreender o sentido do estágio, das suas ações e obter pistas para os Estágios seguintes, ou para sua vida profissional futura. O relatório do Estágio Supervisionado caracteriza a escola, apontando, normalmente, descrições resultantes das suas observações, descreve suas atividades como estagiário, os resultados e avaliação do processo, bem como considerações sobre a formação docente realizada no âmbito da universidade e suas contribuições para o estágio. Veja, a seguir, algumas passagens de relatórios, escritos por graduandos de Física*. Descrição da escola campo de estágio A caracterização inicial da escola mostrou que ela dispõe de recursos para favorecer um melhor aprendizado que são: xerox, vídeos, retroprojetores, laboratório, biblioteca (onde o ambiente é agradável para se efetuar pesquisas), salas de vídeo e de informática, espaço teatral, quadra poliesportiva (a escola oferece várias opções de esportes [...]). (COSTA, 2004, p. 7, relatório de estágio) O papel do professor colaborador Existe também uma boa interação entre professor e alunos, sendo esta interação de fundamental importância no ensino-aprendizagem. Pude observar, além deste aspecto, algumas estratégias que o professor utilizava em sala. Estas são: desenhos, questionamentos, exemplos e exercícios. (COSTA, 2004, p. 8, relatório de estágio) Módulo de Orientação 9 Estágio Supervisionado 5

192 Os alunos como aprendizes Quanto aos alunos, meu contato mais próximo foi com a turma por mim selecionada para o estágio, o terceiro ano, turma B. Nesta turma constavam 32 alunos matriculados [...]. Todos eram adolescentes, bastante reivindicadores dos seus direitos e, segundo outros professores, cumpridores de seus deveres. [...] Aparentemente os alunos da turma viam a Física apenas como um obstáculo para o término do ensino médio, algo que normalmente, tem sido visto nos alunos do nível médio, e que é causado usualmente, pela falta de base ou de conhecimentos matemáticos que a Física exige para sua compreensão. (ALMEIDA, 2004, p. 5, relatório de estágio) O desenvolvimento do planejamento Ao elaborar o planejamento, tive a preocupação de saber a quem estaria direcionando tais conceitos da física, pois sabemos que nem todos os alunos gostam desse ramo que é tão belo e misterioso [...]. Os conteúdos ali presentes exploravam tanto a parte física como a parte da matemática [...] porque fi cava claro que alguns alunos não tinham uma boa afinidade com a matemática. Uma preocupação que sempre tive em mente, durante o ato do planejamento foi com relação à Didática, [segue seu texto citando Libâneo] (COSTA, 2004, p. 9, relatório de estágio). Considerações sobre o estágio e a graduação É no estágio que temos a oportunidade de transmitir para os alunos um pouco da Física que aprendemos no decorrente do curso. As disciplinas pedagógicas nos ajudam muito nesta fase (do estágio), pois elas nos ensinam como lidar com os alunos e como fazer para que eles se voltem para o que estamos explicando. Tentamos construir significados para o que estávamos estudando e evidenciamos em que parte da vida iríamos utilizar aqueles conhecimentos (COSTA, 2004, p. 13, relatório de estágio). * Essas citações referem-se a relatórios de estágio supervisionado, os quais foram desenvolvidos na disciplina Prática de Ensino de Física, junto aos graduandos da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, em 2004, sob a orientação da Professora Doutora Auta Stella de Medeiros Germano, a quem agradecemos pela disponibilização dos relatórios para utilização neste material didático. Esses são alguns dos elementos muito recorrentes no desenvolvimento do relatório do Estágio Supervisionado. Como você pode observar, a escrita é predominantemente objetiva e se detém à descrição sobre os elementos centrais do estágio, buscando apresentar o estado atual da escola e do trabalho desenvolvido. 6 Módulo de Orientação 9 Estágio Supervisionado

193 Sugestão de atividade 1 Planeje a escrita do seu relatório Veja a seguir como estruturar o seu relatório e, considerando o quadro que orienta como planejar, escrever e reescrever, inicie o seu planejamento. Também é importante que você consulte o item leituras complementares deste material e conheça exemplares de relatórios. Elementos pré-textuais Elementos textuais Como elaborar cada parte do relatório Capa UFRN, SEDIS, curso de licenciatura em, disciplina: Estágio Supervisionado, título do relatório, nome do estagiário, do professor supervisor, do tutor, local e data. Folha de rosto Todos os itens da capa e, após o título, um parágrafo recuado à direita contendo: Relatório apresentado ao curso de, da UFRN-SEDIS, como requisito da disciplina Estágio Supervisionado. Sumário Os tópicos estruturadores do trabalho e respectivos números de página. Introdução Mencionar os objetivos do relatório; explicitar os temas/assuntos que abordará ao relatar o Estágio Supervisionado; justificar a delimitação. Desenvolvimento Este item se organiza em sub-itens, nos quais se deve caracterizar a escola e todo o trabalho de observação, planejamento e atuação no estágio. Ao desenvolver cada um desses itens, deve-se fazer referência aos materiais produzidos em função do estágio (provas, diários de campo, planos de aula etc.), bem como ao referencial teórico-metodológico que fundamenta o relato. Liste o que deve conter no seu relatório Conclusões Evidenciar os avanços e limitações, apontar os eixos orientadores da relação teoria-prática, indicar os resultados atingidos com o estágio e as perspectivas. Referências Mencionar todas as bibliografias e demais fontes citadas. Fonte: Marconi e Lakatos (2001). Módulo de Orientação 9 Estágio Supervisionado 7

194 Orientações para a escrita do artigo científico Os artigos científicos são muito utilizados na vida acadêmica. Você, certamente, já teve oportunidade de ser leitor ou autor de um artigo, pois esse gênero consta nas revistas científi cas, livros universitários e também são disponibilizados na Internet em sites institucionais (normalmente, em formato pdf). Embora, assim como o relatório, o artigo seja um gênero também utilizado em outras situações, além das acadêmicas, o artigo científico tem aspectos estruturais, funções e leitores muito específicos: Os artigos científi cos são pequenos estudos, porém completos, que tratam de uma questão verdadeiramente científica [...]. Apresentam o resultado de estudos ou pesquisas e distinguem-se dos diferentes tipos de trabalhos científicos pela sua reduzida dimensão e conteúdo. (MARCONI; LAKATOS, 2001, p. 84) A escrita do artigo científi co sobre um aspecto específi co do Estágio Supervisionado pressupõe um trabalho de pesquisa prévio em que você atuará na sistematização e análise dos dados, focalizando um ponto pertinente para investigação. 8 Módulo de Orientação 9 Estágio Supervisionado

195 Conheça alguns artigos científicos Em pesquisas na Internet, você encontrará diversos artigos científicos focalizando sua área de ensino. Veja nossas indicações, planeje a sua pesquisa e escreva seu artigo científico. Ensino da Matemática O artigo Temas político-sociais no ensino da matemática, das autoras Renata Ueno Faculdade de Tecnologia de Garça (FATEC) e Maria Sueli Simão Moraes Universidade Estadual Paulista (UNESP), trata da aprendizagem de conceitos matemáticos e estatísticos junto a alunos dos anos fi nais do Ensino Fundamental. As autoras analisaram uma experiência de ensino da Matemática na qual os alunos aprenderam a partir da resolução de problemas ampliados por temas transversais/político-sociais. Consulte a referência e veja o artigo na íntegra: UENO, Renata; MORAES, Maria Sueli Simão. Temas político-sociais no ensino da matemática. Ciência & Educação, v. 13, n. 2, p , Disponível em: < ciedu/v13n2/v13n2a06.pdf>. Acesso em: 25 jun Ensino da Física No artigo Tecnologias de Informação e Comunicação para ampliar e motivar o aprendizado de Física no Ensino Médio, os autores Marcelo Antonio Pires (Colégio Anchieta) e Eliane Angela Veit (Instituto de Física, Universidade Federal do Rio Grande do Sul) analisam como a criação de um site e a utilização de um ambiente virtual de aprendizagem permitiram o ensino da gravitação a estudantes do primeiro ano do Ensino Médio. Consulte a referência e veja o artigo na íntegra: PIRES, Marcelo Antonio; VEIT, Eliane Angela. Tecnologias de Informação e Comunicação para ampliar e motivar o aprendizado de Física no Ensino Médio. Revista Brasileira de Ensino de Física, São Paulo, v. 28, n. 2, abr./jun Disponível em: < br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s &lng=isso&nrm=isso# nt01>. Acesso em: 25 jun Ensino de Química No artigo Letramento em química, educação planetária e inclusão social, de Wildson Luiz Pereira dos Santos (Instituto de Química, Universidade de Brasília), discute-se o letramento em ciência e tecnologia, a fi m de compreender a relevância da educação química para a inclusão social. Consulte a referência e veja o artigo na íntegra: SANTOS, Wildson Luiz Pereira dos. Letramento em química, educação planetária e inclusão social. Química Nova, v. 29, n. 3, p , Disponível em: < pdf/qn/v29n3/29295.pdf>. Acesso em: 25 jun Módulo de Orientação 9 Estágio Supervisionado 9

196 Os artigos Temas político-sociais no ensino da matemática e Tecnologias de Informação e Comunicação para ampliar e motivar o aprendizado de física no ensino médio são exemplares de pesquisa acerca de uma situação de ensino. Embora não tenham, necessariamente, sido desenvolvidos na situação de estágio, descrevem e analisam a prática de ensino em Matemática e Física, a partir de situações que poderiam ser desenvolvidas em sua sala de aula, por exemplo. Já o artigo Letramento em química, educação planetária e inclusão social retoma elementos mais globais da educação, relacionando com o conhecimento da Química. A leitura dos três artigos lhe permitirá comparar as pesquisas descritas com suas ações em sala de aula e será enriquecedor para a sua formação e atuação docente. Por outro lado, o ajudará a delimitar o tema do seu artigo. Ao ler esses artigos, observe que eles contêm, basicamente, a seguinte estrutura: preliminares, sinopse, corpo do artigo e referências. Quanto ao conteúdo, sua escrita pressupõe a delimitação de um tema a ser tratado dentro da temática mais ampla que é o Estágio Supervisionado. No relatório, pode-se falar um pouco sobre muitos aspectos do estágio. No artigo científico, deve-se tratar com profundidade sobre uma questão pertinente do estágio. Observe que os artigos fundamentam-se em teorias e apresentam resultados comprováveis diante da metodologia empregada. E isso responde por uma de suas funções, além de partilhar com a comunidade científica os resultados de uma pesquisa, contribuindo, no seu caso, com novas metodologias, abordagens e análises de uma prática específica de ensino da sua área. De acordo com a leitura desses artigos, você verá que seu texto não só deve se constituir na possibilidade de divulgação da pesquisa realizada, mas também permitir ao leitor compreender os passos empenhados no seu trabalho. Por isso, procure usar uma linguagem clara, articulada e objetiva, dar validade às descrições e resultados apontados, a partir da retomada dos referenciais teóricos, e demonstrar os resultados apontados a partir dos dados analisados. Nesse sentido, você pode consultar um dos nossos módulos, no qual falamos sobre o Estágio como oportunidade para a pesquisa e ver que os materiais produzidos no Estágio (avaliações, fichas de observação etc.) podem sim constituírem os dados da análise. 10 Módulo de Orientação 9 Estágio Supervisionado

197 Sugestão de atividade 2 Planeje a escrita do seu artigo científico Veja a seguir como estruturar o seu artigo científico e, considerando o quadro que orienta como planejar, escrever e reescrever, inicie o seu planejamento. Também é importante que você consulte o item leituras complementares deste material e conheça, a partir das nossas sugestões, outros exemplares de artigos científicos. Estrutura Preliminares Sinopse Corpo do artigo Parte referencial Como elaborar cada parte do artigo científico Cabeçalho: título do artigo Autor: Tutor: Nome da instituição: UFRN - SEDIS Curso: Está na primeira página, depois dos dados do cabeçalho. É o resumo do artigo com até 500 palavras, contendo: introdução, metodologia, resultados, conclusão. Palavras-chaves: selecionar 03 palavras. Compõe-se dos seguintes elementos: Introdução: apresentação do assunto, objetivo, metodologia, limitações e possibilidades encontradas no estágio. Dsenvolvimento: este item organiza-se em sub-itens, nos quais se deve: expor, explicar e demonstrar o que se propõe como tema central dentro do estágio. Conclusões: dedução lógica, baseada no texto e na bibliografia, de forma resumida. Referências: mencionar todas as bibliografi as e demais fontes citadas. Anexos: só deve ser usado quando realmente necessário. Liste o que deve conter no seu artigo científico Fonte: Marconi e Lakatos (2001, p.84-85). Módulo de Orientação 9 Estágio Supervisionado 11

198 Orientações para escrita do memorial de formação Memorial Passeggi (2006) aponta diferenças entre os memoriais solicitados nas duas situações. O memorial descritivo é normalmente solicitado numa situação de progressão na carreira ou ingresso no ensino superior como docente. Nele, o professor-candidato apresenta sua trajetória e sua relação com a área a que se propõe, situando seu projeto de atuação para a instituição. O memorial de formação vem sendo largamente utilizado como texto auto-avaliativo produzido ao final da graduação. Nele, os graduandos relatam suas experiências formativas pertinentes para a área de atuação profissional. Temas nos memoriais A identificação dessas temáticas como recorrentes nos memoriais de formação vem sendo sistematicamente apontadas nas pesquisas desenvolvidas pelo Grupo interdisciplinar de formação, autobiografia e representações sociais (GRIFARS/PPGED-UFRN) no âmbito da Associação Norte-Nordeste de Histórias de Vida em Formação (ANNHIVIF). O memorial é um gênero acadêmico de prestígio na Universidade. Inicialmente, solicitado apenas para professores em situações de progressão na carreira (memorial descritivo), a partir da década de 1990, vem sendo largamente utilizado como requisito parcial para a graduação em diversos cursos (memorial de formação) e em concursos para o Ensino Superior. O memorial de formação é um texto auto-biográfico em que o autor historiciza sua vida profissional e teoriza sobre a própria formação. Por isso, não é um mero relato evocativo, mas um gênero acadêmico em que o Estágio Supervisionado será um dos elementos a ser objeto de teorização sobre a própria formação do estagiário. O que os memoriais representam para seus autores Nos memoriais, cada autor desconstrói e reconstrói representações desse universo cultural, numa articulação dialética entre situação pessoal e estrutura institucional. [...] O professor-aluno escreve o memorial durante o processo de formação, é acompanhado por um professor-formador, além de se beneficiar de espaços de discussão, em pequenos e grandes grupos, sobre experiências da vida profi ssional. O tempo de refl exão, a relação entre pares e a orientação do formador auxiliam o professor-aluno a transformar sua formação em história e essa história em trabalho acadêmico. (PASSEGGI, 2006, p ) O que os memoriais representam para a Educação Os memoriais acadêmicos [...] reúnem representações do sistema educacional em diferentes regiões do Brasil, percepções de narradores com distintos níveis de escolaridade, visões sobre a formação e prática profissional em diversas áreas do conhecimento. Entendê-los [...] permitiria desvendar [as] conseqüências e desdobramentos para o ensino superior no Brasil e/ou (re)compor o mosaico das representações de práticas educacionais no país. (PASSEGGI, 2006, p. 68) No memorial de formação, o tema central é a formação, realizada ao longo da vida, seja em situações formais ou não. Por isso, há sempre menção às situações ocorridas no ambiente familiar, no trabalho e às personagens consideradas mediadores, nem sempre ligados à universidade ou à escola. A partir dessa escrita, fi cam evidenciados os diferentes espaços nos quais se aprende e sujeitos que nos ensinam. Diferentemente do artigo científico, o memorial permite uma escrita mais subjetiva, uma vez que o seu objeto é a formação do próprio autor. Observamos alguns temas nos memoriais que lhe são estruturadores e recorrentes, são eles: a infância entre a escola e a família; a formação no magistério e/ou superior; a iniciação/escolha da profi ssão; a prática docente (no estágio e na vida profi ssional); a importância da escrita de si e o devir. Essas temáticas 12 Módulo de Orientação 9 Estágio Supervisionado

199 têm se colocado como os principais tempos da formação docente para os licenciandos ao escreverem seus memoriais. Veja, a seguir, algumas passagens de memoriais de formação, escritos por graduandos de Matemática*. A infância entre a escola e a família [...] fui feliz na aquisição dos conhecimentos matemáticos nas primeiras séries do ensino fundamental; sem esquecer, é claro, da grande importância e contribuição dos conhecimentos prévios, adquiridos fora da escola, uma vez que nesse período eu vendia picolé na escola em que minha mãe trabalhava e sacos de tecido vazios da feira, fazendo com que logo cedo me familiarizasse com os algoritmos das quatro operações aritméticas (MOISÉS, 2007, p. 7, memorial). A formação no magistério e/ou superior A formação no nível superior, para um professor de Matemática, é essencial. Faço essa referência porque, mesmo lecionando a disciplina durante vários anos com apenas o conhecimento adquirido durante o período em que cursei o ensino médio, hoje, sendo aluno do curso de Matemática, sinto uma diferença enorme: tenho mais segurança na aplicação dos conteúdos e vejo alguns que não lembro se estudei no ensino médio (MAURÍCIO, 2007, p. 29, memorial). A iniciação/escolha da profissão Tive o privilégio de ter uma excelente professora primária quando cursava a 2ª série do ensino fundamental [...]. Pelo seu jeito carinhoso de ensinar e pelo exemplo de dedicação ao trabalho, chegando a encantar todos os seus alunos, decidi que um dia também seria professora (MARLENE, 2007, p. 19, memorial). A prática docente (no estágio e/ou na vida profissional) Revi os meus planejamentos e, conseqüentemente, a metodologia até então por mim utilizada. Dentre essas mudanças, passei a ver com um novo olhar os diferentes estilos cognitivos dos alunos, ao valorizar e propor que socializassem as estratégias de cálculo por eles utilizadas. Com isso, os alunos compreendem, por meio de análises e comparações, que pode haver diferentes caminhos para se resolver um problema e também ampliam seu repertório acerca dos diferentes procedimentos e tipos de cálculo por eles utilizados. [...] (MOISÉS, 2007, p , memorial). A importância da escrita de si Escrever sobre minha infância, a vida escolar, a profi ssional e a acadêmica tornou-se para mim um desafi o e, ao mesmo tempo, um campo de pesquisa, que me permitiu voltar ao passado e relembrar os acontecimentos que marcaram de forma signifi cativa a minha trajetória estudantil. Fazendo esse exercício de memória, trago para os dias de hoje uma análise do vivido, de forma crítica e reflexiva [...] (LUAN, 2007, p. 7, memorial). Módulo de Orientação 9 Estágio Supervisionado 13

200 O devir [...] a educação é, acima de tudo, mudança. É movimento, é lidar com o inesperado, é ir para a sala de aula com um plano de trabalho e sair com outro realizado. E eu, enquanto parte desse movimento, não posso parar jamais, pois tenho plena consciência de que a educação, por si só, não é capaz de transformar a sociedade, mas sei que, sem uma boa educação, jamais poderá ocorrer tal transformação (JOÉLIA, 2007, p. 24, memorial). Todos os memoriais aqui citados foram lidos em: Melo (2008, p. 327), cuja pesquisa foi desenvolvida junto ao Instituto de Formação de Professores Presidente Kennedy (Natal-RN) e analisou, a partir dos memoriais, os processos de aprendizagem do ser professor de matemática. Agradecemos à autora pela disponibilização do seu trabalho para menção neste material didático. Os pontos levantados nos memoriais, como você deve ter observado, são indissociáveis. Aos ler esses relatos, é possível que você esteja se dando conta: de experiências significativas para a sua formação docente vivenciadas na infância; de que os modelos dos seus professores do Ensino Fundamental e Médio tenham sido referências importantes durante o Estágio Supervisionado; ou de que as demandas familiares que lhe iniciaram no mundo do trabalho, por exemplo, tenham sido relevantes para a sua escolha profissional. Em todas essas situações, você se situa no centro da sua formação, elaborando e identificando os sentidos que atribuiu à sua história, bem como traçando metas para seu devir profissional. Esse processo, denominamos método (auto)biográfico: [...] o método (auto)biográfico repousa no reconhecimento não apenas do saber formal, externo aos sujeitos, mas também naqueles saberes subjetivos, não formais, tecidos nas suas experiências de vida e nos contextos socioculturais onde agem e interagem. A incorporação desse método no processo de formação docente contribuiu para a tomada de consciência, individual e coletiva, de que cada professor [ou licenciando autor do memorial] permite-nos investigar suas escolhas e as representações construídas sob influência do seu entorno familiar e profissional. As narrativas autobiográficas não são, apenas, descrições ou interpretações de acontecimentos pessoais, mas se constituem numa ação social por meio da qual o indivíduo retotaliza sua trajetória de vida e sua interação com o social. (PASSEGGI et al, 2006, p. 206) Por isso, ao optar por essa escrita, você estará não somente circunstanciando fatos pontuais do seu estágio ou analisando com mais profundidade um aspecto específico do ensino na sua área, mas estará tomando a experiência do estágio para identificar a rede complexa de saberes, teorias e práticas que contribuíram ao longo da vida para a sua formação docente. Nesse sentido, seu memorial será um balanço da sua formação e deverá apontar as grandes linhas teórico-práticas da sua atuação docente futura. Ao escrever o memorial, você se situará numa perspectiva pertinente para a Educação de Adultos, que considera seus registros (o lugar de onde você vê o mundo) e suas experiências formadoras (o que você aponta como significativo na sua formação), segundo Josso (2004), e sua capacidade de autopoiese (de se auto-criar através da escrita, transformando suas representações ao escrever e refletir sobre cada um desses tempos de formação), de acordo com Passeggi (2006). 14 Módulo de Orientação 9 Estágio Supervisionado

201 Sugestão de atividade 3 Planeje a escrita do seu memorial de formação Considerando os principais pontos presentes nos memoriais e o quadro que orienta como planejar, escrever e reescrever, inicie o seu planejamento. Observe o esquema a seguir e preencha com o que você considera que foi/é fundamental na sua formação docente e que foi, de alguma forma, importante nas suas reflexões sobre sua atuação no Estágio Supervisionado. Lembre-se de que qualquer tempo, espaço ou personagens podem constar na sua escrita, desde que tenham sido pertinentes para a sua formação docente. Quadro 1 - Tempos da formação docente A infância entre a escola e a família A formação no magistério e/ou superior O devir Formação docente A iniciação/escolha da profissão A importância da escrita de si A prática docente no Estágio Supervisionado e/ou na vida profissional Módulo de Orientação 9 Estágio Supervisionado 15

202 Leituras complementares Conheça pelo menos um exemplar de cada um dos gêneros aqui discutidos. A seguir, sugerimos alguns sites. Relatório de estágio Solicite de seu professor orientador a disponibilização, na página da disciplina, de exemplares de relatórios escritos por estagiários da sua área de ensino. Observe a estrutura, pontos desenvolvidos e a linguagem utilizada. Artigo científico SOCIEDADE BRASILEIRA DE FÍSICA. Disponível em: < sica.org.br/>. Acesso em: 25 jun SOCIEDADE BRASILEIRA DE MATEMÁTICA. Disponível em: < Acesso em: 25 jun SOCIEDADE BRASILEIRA DE QUÍMICA. Disponível em: < Acesso em: 25 jun Esses são, respectivamente, os sites das Sociedades Brasileiras de Física, Matemática e Química. Em todos eles há links que o redirecionarão para as Revistas publicadas pelas Sociedades. Em algumas delas, os artigos estão disponibilizados na íntegra para sua leitura. Além de conhecer discussões pertinentes da área para a sua formação, veja como o tema dos artigos está delimitado e como cada um dos seus itens está escrito. Essa leitura poderá ajudá-lo na sua escrita. REVISTA EDUCAÇÃO EM QUESTÃO. Disponível em: < br/>. Acesso em: 25 jun Esse é o site da Revista Educação em Questão do Departamento e Programa de Pós- Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Aqui, você encontrará diversos artigos científicos da área de Educação. Além de conhecer pesquisas relevantes para a sua formação docente, você poderá observar os elementos estruturais e textuais da escrita de um artigo científico para ajudá-lo na escrita do seu texto. Memorial BIBLIOTECA DIGITAL DA UNICAMP. Disponível em: < php?tid=121>. Acesso em: 25 jun Através desse site, você terá acesso à biblioteca digital da Unicamp e poderá encontrar inúmeros memoriais de formação publicados na íntegra, escritos por graduandos dessa universidade. Veja como se estruturam, a forma e estilo de escrita e, principalmente, o seu caráter formativo. Outra sugestão é, quando estiver em Natal-RN, ir ao Instituto de Formação Superior Presidente Kennedy e conhecer seu acervo de memoriais. 16 Módulo de Orientação 9 Estágio Supervisionado

203 Sugestão de atividade 4 Retome seus diários de campo e inicie o planejamento do seu texto avaliativo sobre o estágio Retome seus diários de campo e, a partir das orientações para planejamento, escrita e reescrita dos gêneros aqui discutidos, inicie a escrita do seu texto. Certifique-se do seu tutor de estágio qual desses gêneros será solicitado de você. Se for escrever um relatório, as anotações do diário de campo serão fundamentais para ajudá-lo a elaborar as descrições; no caso da escrita do artigo científi co, a leitura dos diários contribuirá para você delimitar o tema do seu trabalho de pesquisa, também poderá ser importante lançar mão dos demais materiais produzidos ao longo do estágio, para confirmar as primeiras hipóteses lançadas nos diários; para a escrita do memorial de formação, os diários permitirão situar as observações realizadas na escola como experiências formadoras. Referências ANTUNES, Irandé. Aula de português: encontro e interação. São Paulo: Parábola Editorial, JOSSO, Marie Christine. Experiências de vida e formação. Tradução José Cláudio e Júlia Ferreira. São Paulo: Cortez, MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do trabalho científico. 6. ed. São Paulo: Atlas, Técnicas de Pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONÍSIO, Ângela Paiva; MACHADO, Anna Raquel; BEZERRA, Maria Auxiliadora. Gêneros textuais e ensino. 3. ed. Rio de Janeiro: Lucerna, MELO, Maria José Medeiros Dantas de. Olhares sobre a formação do professor de matemática: imagem da profissão e escrita de si f. Tese (Doutorado em Educação) Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, Módulo de Orientação 9 Estágio Supervisionado 17

204 PASSEGGI, Maria da Conceição. As duas faces do memorial acadêmico. Odisséia, Natal: EDUFRN, v. 9, n. 13/14, p , PASSEGGI, Maria da Conceição et al. Formação e pesquisa autobiográfica. In: SOUZA, Elizeu Clementino de (Org.). Autobiografias, histórias de vida e formação: pesquisa e ensino. Porto Alegre: EDIPUCRS, PINEAU, Gaston. Temporalidades na formação. Tradução Lucia Pereira de Souza. São Paulo: TRIOM, PIRES, Marcelo Antonio; VEIT, Eliane Angela. Tecnologias de Informação e Comunicação para ampliar e motivar o aprendizado de Física no Ensino Médio. Revista Brasileira de Ensino de Física, São Paulo, v. 28, n. 2, abr./jun Disponível em: < php?script=sci_arttext&pid=s &lng=isso&nrm=isso#nt01>. Acesso em: 25 jun SANTOS, Wildson Luiz Pereira dos. Letramento em química, educação planetária e inclusão social. Química Nova, v. 29, n. 3, p , Disponível em: < qn/v29n3/29295.pdf>. Acesso em: 25 jun SOUZA, Elizeu Clementino de. O conhecimento de si: estágio e narrativas de formação de professores. Rio de Janeiro: DP&A, UENO, Renata; MORAES, Maria Sueli Simão. Temas político-sociais no ensino da matemática. Ciência & Educação, v. 13, n. 2, p , Disponível em: < ciedu/v13n2/v13n2a06.pdf>. Acesso em: 25 jun Anotações 18 Módulo de Orientação 9 Estágio Supervisionado

205 Anotações Módulo de Orientação 9 Estágio Supervisionado 19

206 Anotações 20 Módulo de Orientação 9 Estágio Supervisionado

207 Estágio Supervisionado I INTERDISCIPLINAR EMENTA Apresenta as diferentes interfaces do estágio supervisionado, focalizando, principalmente, suas concepções e orientações institucionais para a formação docente; as orientações práticas para a vivência pedagógica e o planejamento do estágio na escola e a interlocução entre os saberes acadêmicos e escolares; como também os princípios de avaliação e acompanhamento do estagiário pelos diferentes sujeitos do estágio na EaD. AUTORAS Claudianny Amorim Noronha Tatyana Mabel N. Barbosa AULAS 01 Módulo de orientação 1 O Estágio Supervisionado para Formação de Professores: orientações para o estagiário 02 Módulo de orientação 2 O Estágio Supervisionado como possibilidade de pesquisa-formação 03 Módulo de orientação 3 O período de observação da escola: criando um outro olhar sobre os espaços, sujeitos e ações de uma antiga conhecida nossa 04 Módulo de orientação 4 Propostas de ações colaborativas para o Estágio: a interface entre os conhecimentos escolares e acadêmicos 05 Módulo de orientação 5 Materiais didáticos: como avaliar, utilizar e (re)elaborar 06 Módulo de orientação 6 Planejamento de ensino I: objetivos, conteúdos, métodos e avaliação da aprendizagem 07 Módulo de orientação 7 Planejamento de ensino II: objetivos, conteúdos, métodos e avaliação da aprendizagem 08 Módulo de orientação 8 A avaliação do estágio: um processo de reflexão contínua 09 Módulo de orientação 9 A (re)escrita do trabalho avaliativo final: o relatório, o artigo científico e o memorial 10 Módulo de orientação 10 Estágio Supervisionado: o papel da escola como instituição co-formadora 11 Fichário de estágio 2º Semestre de 2008 Impresso por: Gráfica Texform

208

209 VERSÃO DO PROFESSOR DISCIPLINA Estágio Supervisionado Estágio Supervisionado: o papel da escola como instituição co-formadora Autoras Tatyana Mabel Nobre Barbosa Claudianny Amorim Noronha Módulo de orientação 10

210 Governo Federal Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva Ministro da Educação Fernando Haddad Secretário de Educação a Distância SEED Carlos Eduardo Bielschowsky Universidade Federal do Rio Grande do Norte Reitor José Ivonildo do Rêgo Vice-Reitora Ângela Maria Paiva Cruz Secretária de Educação a Distância Vera Lúcia do Amaral Secretaria de Educação a Distância- SEDIS Coordenadora da Produção dos Materiais Marta Maria Castanho Almeida Pernambuco Coordenador de Edição Ary Sergio Braga Olinisky Projeto Gráfi co Ivana Lima Revisores de Estrutura e Linguagem Janio Gustavo Barbosa Eugenio Tavares Borges Thalyta Mabel Nobre Barbosa Revisora das Normas da ABNT Verônica Pinheiro da Silva Revisoras de Língua Portuguesa Janaina Tomaz Capistrano Sandra Cristinne Xavier da Câmara Revisor Técnico Leonardo Chagas da Silva Revisora Tipográfi ca Nouraide Queiroz Ilustradora Carolina Costa Editoração de Imagens Adauto Harley Carolina Costa Diagramadores Bruno de Souza Melo Ivana Lima Johann Jean Evangelista de Melo Mariana Araújo de Brito Adaptação para Módulo Matemático Joacy Guilherme de A. F. Filho Imagens Utilizadas Banco de Imagens Sedis (Secretaria de Educação a Distância) - UFRN Fotografias - Adauto Harley Stock.XCHG - Divisão de Serviços Técnicos Catalogação da publicação na Fonte. UFRN/Biblioteca Central Zila Mamede Barbosa, Tatyana Mabel Nobre. Estágio supervisionado interdisciplinar / Tatyana Mabel Nobre Barbosa, Claudianny Amorim Noronha. Natal, RN: SEDIS, v 224 p. 1. Estágio supervisionado. 2. Formação de professores. 3. Educação. I. Noronha, Claudianny Amorim. II. Título. ISBN: CDD RN/UF/BCZM 2008/109 CDU Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

211 Apresentação Caro(a) Professor(a) Inicialmente, agradecemos sua colaboração ao aceitar e acompanhar o nosso estagiário. Saiba que esse é um momento ímpar na formação inicial do professor, pela possibilidade de convivência mais efetiva naquele que será o seu espaço de atuação como profissional na área escolhida por ele: a escola. Como profi ssional da escola, que é campo de estágio para nosso aluno, você poderá ocupar a função de Supervisor Escolar de Estágio ou de Professor Colaborador, cujos papéis você conhecerá mais detalhadamente no decorrer do módulo. Ao ler este módulo, você terá uma visão mais ampla da proposta e organização do Estágio Supervisionado, nos cursos de Licenciatura da Secretaria de Educação à Distância SEDIS, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e, nesse sentido, poderá perceber a importância da escola como co-formadora. É possível que você compreenda o estágio como sendo uma situação em que o estagiário demonstre o que aprendeu a respeito dos conhecimentos que envolvem a área na qual está se formando. Mas, o estágio é muito mais do que isso: trata-se de uma situação em que a escola, juntamente com a Universidade, é situada como espaço institucional de formação docente, em que se ampliam as instâncias de acompanhamento envolvidas (professor supervisor, colaborador, tutor de estágio e professor orientador). Essa composição presume a formação de um profissional capaz de refletir, interpretar, questionar e melhorar a sua prática com vistas a proporcionar um aprender significativo. Nessa perspectiva, este módulo foi estruturado a fim de apoiá-lo a compreender melhor o estágio, seus objetivos para os três semestres, sua organização, o papel de seus interlocutores, as principais orientações dadas ao estagiário acerca da sua atuação, e, principalmente, a importância da sua atuação como co-formador do licenciando. Conteúdos Estágio Supervisionado: definição e objetivos. O Estágio Supervisionado na SEDIS: Etapas do Estágio Supervisionado. O papel da escola como instituição de formação docente. Os documentos encaminhados à escola. A avaliação do estágio: o olhar do Professor Colaborador na avaliação do estágio; a Ficha de Avaliação. Módulo de Orientação 10 Estágio Supervisionado 1

212 Estágio Supervisionado: definição e objetivos Com a dinâmica de transformações que atualmente vivenciamos, seja na tecnologia, na ciência, no social ou, particularmente, na atividade do professor, nunca nos sentimos inteiramente formados. Nessa perspectiva, a formação inicial se confi gura como o começo da busca de uma base para o exercício da atividade em diferentes áreas de atuação. No que refere à formação do profi ssional docente, se faz necessária a constituição de uma base sólida que permita atender as necessidades impostas no desenvolver da profissão, o que pressupõe que essa base esteja firmada em concepções e práticas que levem à reflexão, no sentido de promover os saberes teóricos e práticos, bem como uma análise integral e sistemática da ação educativa de forma investigativa e colaborativa. Nesse sentido, o Estágio Supervisionado desempenha um importante papel. O Estágio Supervisionado é o momento em que o futuro profissional, nesse caso, o futuro professor, vivencia momentos práticos em sua área de formação, sob a supervisão de um profissional já formado, e essencialmente naquele que será o seu futuro ambiente de atuação, ou seja, nas unidades escolares. O estágio curricular obrigatório surge como elemento aglutinador na formação docente, que considera a ação e a prática, num processo contínuo de reflexão e construção, através da vivência 2 Módulo de Orientação 10 Estágio Supervisionado

213 da realidade social, educacional e escolar. Nesse sentido, a sua atuação no acompanhamento do estagiário favorecerá sua iniciação em diferentes dimensões da vida docente: nos processos de ensino e aprendizagem; na organização administrativa e pedagógica da escola; na integração com as atividades de sociabilização com a comunidade extra-escolar. Nesse sentido, o acompanhamento da escola ao licenciando, ao longo dos três semestres de Estágio Supervisionado, deve: Fazê-lo compreender o contexto da realidade social da escola campo de estágio, de modo a permitir ao licenciando se posicionar criticamente e participar de sua transformação. Favorecer a tomada de decisões pautadas pela ética, superação de preconceitos, aceitação da diversidade física, intelectual, sensorial, cultural, social, racial, lingüística e sexual dos alunos, tendo como princípio básico que todos são capazes de aprender. Permitir o desenvolvimento das habilidades e exploração de concepções de ensino-aprendizagem na sua área de conhecimento. Possibilitar a organização e vivência dos processos de ensino-aprendizagem, levando em conta o contexto social, os objetivos da escola, as condições da instituição escolar e as motivações e experiências dos alunos. Estimulá-lo a criar, realizar, avaliar e melhorar propostas de ensino e aprendizagem, procurando integrar as áreas de conhecimento e estimular ações coletivas na escola, de modo a propor uma nova concepção de trabalho educativo. Contribuir para a criação de uma postura investigativa do contexto educativo na sua complexidade, de modo a propor soluções para os problemas que se apresentem. O alcance desses objetivos pressupõe a formação de um professor capaz de analisar, discutir, confrontar práticas e teorias, e produzir novos conhecimentos referenciados ao contexto histórico, escolar e educacional. Módulo de Orientação 10 Estágio Supervisionado 3

214 O Estágio Supervisionado na SEDIS O Estágio Supervisionado para as licenciaturas constitui um conjunto de Atividades Especiais Coletivas, que envolve aspectos teóricos e práticos. Essas atividades são requisitos indispensáveis para a graduação de professores da Educação Básica em nível superior. Portanto, são oferecidas regular e coletivamente, em turmas registradas e, ressaltamos, desenvolvidas prioritariamente em unidades escolares e na área de conhecimento para qual o aluno optou cursar sua licenciatura e/ou nas áreas de competência pedagógica necessárias a um professor. O fato de a unidade escolar ser o principal ambiente para o estágio do futuro educador faz da colaboração dos profissionais que nela atuam um fator indispensável para o sucesso na realização do Estágio Supervisionado. Entretanto, não basta que o estagiário seja bem recebido na escola. Essa atividade prevê uma integração e vivência da realidade escolar, uma dinâmica de trocas de informações, conhecimentos e saberes. Para contribuir de modo mais dinâmico com esse processo, é importante que a escola e os profissionais envolvidos, principalmente, o Supervisor Escolar de Estágio e o Professor Colaborador, conheçam a dinâmica que envolve o Estágio Supervisionado em suas diferentes etapas, bem como o papel que desempenham na mesma. Etapas do Estágio Supervisionado O estagiário deve cumprir três atividades de estágio, as quais você verá detalhadas nos Quadro 1 e 2, são elas: Estágio Supervisionado I, Estágio Supervisionado II e Estágio Supervisionado III. Os saberes docentes, como nos dizem Pimenta e Lima (2004), não se restringem às paredes da sala de aula, uma vez que as relações que aí se estabelecem são determinadas pelos contextos mais amplos a cultura escolar, pedagógica, administrativa, a comunidade na qual se insere, os alunos e seu mundo, os professores e sua história, os sistemas de ensino, as demais instituições sociais e de cultura, a sociedade em geral. Nesse sentido, as Atividades Especiais Coletivas Estágio Supervisionado estão confi guradas de modo a possibilitar ao estagiário a vivência e reflexão desses diferentes contextos. Dessa forma, é importante que os profissionais da escola estejam informados a respeito de qual Atividade de Estágio Supervisionado está sendo cumprida pelo estagiário recebido 4 Módulo de Orientação 10 Estágio Supervisionado

215 na escola, pois cada uma dessas corresponde a objetivos e atividades diferentes, portanto, sugerem encaminhamentos diferentes na instituição escolar. Analise mais detalhadamente a descrição das Atividades Especiais Coletivas Estágio Supervisionado exposta nos Quadros 1 e 2. Quadro 1 Atividade Especial Coletiva Estágio Supervisionado I Descrição Objetivos Produções Essa atividade tem carga horária de 100h e prevê a imersão gradual do estagiário no ambiente escolar, com atuação pontual extra-disciplinar ou não. Planejamento para atuação no ano seguinte, com produção de materiais. Inserir-se numa realidade de ensino específi ca (escola campo de estágio) e desenvolver olhar reflexivo sobre a mesma, caracterizando e compreendendo sua estrutura e dinâmica. Observar e refletir sobre o cotidiano de uma turma de um ano escolar específico, junto ao Professor Colaborador do Estágio. Propor e vivenciar uma prática pedagógica de pequena dimensão e ter oportunidade de se auto-avaliar nesse processo. Planejar a atuação de dois semestres de docência em uma turma de um ano escolar específico. Produzir materiais que dêem subsídios a sua prática nos semestres subseqüentes. Registro e reflexões sobre o que foi observado e caracterizado no campo de estágio. Registro e observação de uma turma cujo ano será objeto de refl exão para a proposição de um plano de trabalho na mesma a ser desenvolvido nos Estágios II e III. Desenvolvimento de atividade pontual, que corresponda ao contexto da escola campo de estágio e que atenda às necessidades apontadas a partir das observações anteriormente realizadas, a exemplo de minicursos ou palestras voltadas para alunos, pais ou profissionais da educação, colaborações em projetos em curso na escola, laboratórios, bibliotecas e outros. Avaliação e registro da atividade planejada, de seu desempenho e dos resultados obtidos a partir da mesma. Plano de Ensino que será posto em prática nos dois semestres seguintes, relativos às atividades Estágio Supervisionado I e II; Materiais de ensino confeccionados de modo a atender as necessidades das ações descritas no Plano de Ensino. Módulo de Orientação 10 Estágio Supervisionado 5

216 Quadro 2 Atividades Especiais Coletivas Estágio Supervisionado II e III Atividades Especiais Coletivas Descrição Objetivos Produções Estágio Supervisionado II (Carga horária de 150 horas) Regência do processo de aprendizagem de uma turma, durante um semestre letivo. Proposta de investigação/ intervenção para o semestre seguinte. Desenvolver de forma reflexiva o trabalho pedagógico junto a uma turma da Educação Básica, num semestre letivo. Refletir sobre a realidade escolar (e comunidade em que a escola se insere), propondo questões e procedimentos que ajudem a compreender e/ou resolver problemas identificados. Registro refl exivo com ajuste contínuo do Plano de Ensino à realidade vivenciada no semestre específico de atuação. Atividades propostas e desenvolvidas junto à turma de estágio e, se for o caso, com outros sujeitos do contexto escolar e instrumentos avaliativos utilizados nas aulas; Registro e refl exão da experiência vivenciada nesse semestre de estágio, fazendo levantamento de dificuldades e propostas de superações. Plano de investigação e/ou intervenção para o próximo semestre. Estágio Supervisionado III (Carga horária de 150 horas) Regência do processo de aprendizagem de uma turma, durante um semestre letivo. Desenvolvimento de investigação/ intervenção. Produção textual relacionada à vivência nas três atividades de Estágio Supervisionado. Desenvolver de forma reflexiva o trabalho pedagógico junto a uma turma da Educação Básica, num semestre letivo, tendo como base a continuidade da experiência vivenciada no semestre anterior. Desenvolver práticas ou investigações concernentes a questões ou problemas observados. Sistematizar de forma reflexiva sua experiência de estágio, de modo a poder contribuir com outras práticas. Plano de Ensino dos dois semestres ajustado, se necessário, tendo como base a realidade vivenciada com a turma. Atividades propostas e desenvolvidas junto à turma de estágio e, se for o caso, com outros sujeitos do contexto escolar e instrumentos avaliativos utilizados nas aulas. Produção do trabalho final de estágio, considerando a experiência vivenciada durante os três semestres de estágio. 6 Módulo de Orientação 10 Estágio Supervisionado

217 Ao desenvolver a leitura do Quadro 1, é importante atentar para o fato de que o primeiro semestre de estágio corresponde a um período de observação e imersão gradual (observação participante) do estagiário na escola, voltado para que o aluno conheça a realidade que envolve essa instituição sob diferentes aspectos. Essa fase será fundamental para a caracterização da escola, necessária para que o estagiário possa planejar não apenas a atuação pontual (Quadro 1) que irá desenvolver nesse semestre, mas também a atuação integral como docente (Quadro 2), prevista para os semestres subseqüentes. Nesse sentido, quatro aspectos serão centrais nas observações do estagiário, a fim de possibilitá-lo compreender a relevância que têm as diferentes dimensões da escola para o Estágio Supervisionado e para as atuações futuras como professor: aspectos materiais, físicos e sócio-econômicos da escola; corpo discente: expectativas e possibilidades de aprendizagem; corpo docente: formação, planejamento, avaliação e concepções; direção e equipe técnica: organização das ações e seu projeto político pedagógico. Suas observações e (auto) avaliações do estágio serão continuamente registradas no diário de campo, a fim de sistematizar os elementos essenciais ao seu planejamento, atuação docente e formação. Em cada uma dessas dimensões, o estagiário é orientado a assumir uma postura ética e compreender que a escola não é apenas um lugar de ensino-aprendizagem, mas uma instituição que atuará significativamente na sua formação como professor, seja ao longo do Estágio Supervisionado, seja ao longo da sua vida docente. Ao longo do primeiro semestre, o estagiário ainda não assumirá integralmente uma turma, mas acompanhará o trabalho desenvolvido pelo Professor Colaborador. Ainda nesse semestre, ele é orientado a realizar uma atividade pontual, que visa possibilitá-lo experimentar a interação com o público específi co da escola, e utilizar essa experiência para ajustar suas habilidades e competências nessa interação. A realização dessa atividade pode estar relacionada a uma ação que já vem sendo desenvolvida na escola e que pode receber a colaboração do estagiário mediante um trabalho conjunto com os profissionais da instituição ou, ainda, pode ser uma atividade que vise atender a uma necessidade da escola. Somente a partir do segundo semestre de estágio, como pode ser constatado no Quadro 2, a regência de uma turma em tempo integral poderá ser assumida pelo estagiário. Nessa etapa, a presença do Professor Colaborador é fundamental, pois é ele quem orientará e colaborará na supervisão desse profi ssional. Portanto, a sua ausência inviabilizaria o desenvolvimento de estágio na sua sala de aula. Além da regência integral, entre o segundo e terceiro semestres do estágio, deverá ser proposta pelo estagiário uma investigação ou um tipo de intervenção diferenciada para contribuir com algum aspecto da realidade escolar que lhe tenha chamado mais atenção. Módulo de Orientação 10 Estágio Supervisionado 7

218 Os profissionais da escola e a sua relação com os demais envolvidos no estágio Como já mencionamos, os profissionais da escola, especialmente o Professor Colaborador e o Supervisor Escolar de Estágio, desempenham um importante papel na realização do estágio, pois interagem, apóiam e avaliam mais diretamente o estagiário durante esse processo. Entre esses profi ssionais, destacamos aqueles que nomeamos como Professor Colaborador e Supervisor Escolar de Estágio, cujos papéis descrevemos a seguir: Sujeitos que atuam na escola, acompanhando o estágio supervisionado: Supervisor Escolar de Estágio é o responsável pela organização e acompanhamento do estágio na escola. É quem recebe o estudante para estágio, oferecendo-lhe condições para o exercício de atividades práticas relacionadas à sua área de formação acadêmica e profissional, firmando com o mesmo o Termo de Compromisso do Estagiário. É responsável por incluir nas atividades regulares do ano letivo ações e eventos desenvolvidos pelos estagiários. Viabiliza o primeiro contato entre Professor Colaborador e estagiário e observa o bom andamento da colaboração entre os dois ao longo do estágio. Além disso, será responsável em comunicar ao Tutor de Estágio ou ao Professor Orientador de Estágio da UFRN-SEDIS qualquer ocorrência que possa prejudicar o desenvolvimento das atividades. Professor Colaborador de Estágio como professor da disciplina da área de atuação do estagiário na escola, é quem colabora com o estagiário em sala de aula durante o desenvolvimento das suas atividades de docência, orientando e acompanhando a execução das mesmas; avalia o estagiário nos aspectos relacionados ao desempenho e à freqüência das atividades realizadas na escola campo de estágio; contribui para analisar a continuidade das atividades do estagiário, informando ao Supervisor Escolar de Estágio e ao Tutor de Estágio o andamento das atividades. 8 Módulo de Orientação 10 Estágio Supervisionado

219 Os profi ssionais da escola não serão os únicos a interagirem com o estagiário. Outros sujeitos, numa dinâmica que tem como meta uma ação colaborativa e cooperativa, estarão envolvidos nesse processo. Sujeitos que atuam na Universidade, acompanhando o Estágio Supervisionado O Professor Orientador é um professor da UFRN que dá suporte aos alunos e ao Tutor de Estágio através do ambiente virtual de aprendizagem. É esse profissional que implementa e coordena as ações pedagógicas a serem desenvolvidas com os estagiários, através do Tutor de Estágio, e avalia o que foi produzido pelos alunos no desenvolver do estágio. Além disso, orienta, a cada semestre, o encaminhamento de estagiários às escolas campo de estágio e oferece sugestões de atividades e materiais que podem ser utilizados pelos estagiários nas mesmas. O Coordenador de Estágio da SEDIS é o responsável em encaminhar os dados pessoais dos estagiários para a Pró-Reitoria de Administração, solicitando a sua inclusão na Apólice de Seguro Contra Acidentes Pessoais; faz cumprir a legislação e normas aplicáveis aos Estágios Supervisionados e os convênios estabelecidos com as escolas campo de estágio, quando houver; organiza seminários e/ou apóia eventos para discutir questões que visem à melhoria na qualidade de desenvolvimento do estágio e da formação de professores; avalia e, quando necessário, reformula as atividades de Estágio Supervisionado de seus cursos; contribui para integrar ações dos estágios com projetos mais amplos entre UFRN e escolas campo de estágio. Sujeitos que atuam nos pólos, acompanhando o Estágio Supervisionado O Tutor de Estágio é o profissional da área pedagógica que organiza as atividades e orienta o Grupo de Apoio; recebe e avalia periodicamente as produções dos alunos; promove a interação entre estagiários e o professor orientador; formaliza o encaminhamento dos estagiários às escolas campo de estágio; comunica-se regularmente com estas, buscando informações sobre o desempenho de cada estagiário; avalia local e globalmente o desenvolvimento do estágio, fazendo, para isso, visitas de observação do estágio nas escolas e contribuindo com o Coordenador de Pólo para identificar pontes de interação entre escolas e UFRN- SEDIS. Ao receber o estagiário na Escola, o Supervisor Escolar de Estágio receberá uma Ficha de Dados contendo informações que possibilitarão entrar em contato com o Tutor de Estágio ou Coordenador de Pólo, caso necessário. Módulo de Orientação 10 Estágio Supervisionado 9

220 O Grupo de Apoio, por sua vez, é um grupo constituído por outros estagiários da mesma área de formação, com encontros presenciais, coordenados pelo Tutor de Estágio e que tem como objetivo garantir a troca de experiências entre os estagiários, a reflexão coletiva e o compromisso com essa reflexão, a discussão de dúvidas e proposição de soluções para problemas enfrentados pelos estagiários no desenvolver de suas atividades e a implementação de ações colaborativas entre os alunos, de modo que possam apoiar e receber apoio para o desenvolvimento de ações do estágio a partir da interação com o outro. O Coordenador de pólo é o responsável em formalizar o encaminhamento dos estagiários às escolas campo de estágio, por solicitação do Tutor de Estágio; promove a interação das Secretarias de Educação e escolas com a UFRN-SEDIS; encaminha e mantém atualizada, a partir de dados organizados com os tutores junto à Coordenação de Estágio da SEDIS, a relação de alunos estagiários com as respectivas escolas campo de estágio. O material didático acerca do Estágio Supervisionado o Guia do Estágio Supervisionado é distribuído aos estagiários como base para sua atuação docente e abrange orientações sobre os seguintes aspectos: discussão sobre o papel do Estágio Supervisionado na formação docente; planejamento de ações a serem desenvolvidas no estágio; registro e reflexões de experiências; processo e instrumentos de avaliação do estagiário; Trata-se de aspectos que visam não apenas um bom desempenho do estagiário no decorrer do processo, no que concerne às regras de convivência e às atividades desempenhadas, mas também o orientam a como trabalhar colaborativamente com o Professor Colaborador de modo a haver uma troca constante de conhecimentos, saberes e informações. Os documentos recebidos pela escola Como forma de oficializar a presença do estagiário no campo de estágio, alguns documentos inter-instituicionais serão encaminhados para a escola, a fim de viabilizar todo o trabalho de acompanhamento e formação docente realizados por essas duas instituições escola e Universidade. 10 Módulo de Orientação 10 Estágio Supervisionado

221 O Ofício de Encaminhamento, solicitando o desenvolvimento do estágio. O Termo de Compromisso do Estagiário, um instrumento legal que deverá ser firmado entre a escola campo de estágio e o estagiário, com intervenção obrigatória da UFRN, por meio da Coordenação dos Estágios da SEDIS. Deve ser preenchido em duas vias, sendo que uma pertence à escola e a outra será entregue ao Tutor de Estágio. A Ficha de Dados na qual serão preenchidas informações sobre o Pólo em que o aluno está vinculado, o Tutor de Estágio, o Estagiário, o Professor Colaborador e o Supervisor Escolar de Estágio, a fim de facilitar a comunicação entre estes. Essa ficha também deve ser preenchida em duas vias, sendo que uma pertence à escola e a outra será entregue ao Tutor de Estágio. Em caso do estagiário ser encaminhado para as Atividades Especiais Coletivas Estágio Supervisionado II e Estágio Supervisionado III, além dos documentos anteriormente mencionados, ele também apresentará a Ficha de Freqüência a qual ele deve assinar a cada dia em que estiver presente na escola. A avaliação do estágio Numa perspectiva libertadora, transformadora, constituidora de consciências, a avaliação passa a ser entendida, vivenciada como processo de redimensionamento permanente da prática pedagógica dos sujeitos, bem como da construção significativa da aprendizagem dos envolvidos (BUSATO, 2005). Sendo assim, o processo de avaliação do estágio é pensado de modo que os sujeitos envolvidos possam construí-lo e vivenciá-lo a fi m de colaborar para a ressignifi cação de suas práticas pedagógicas e, ao mesmo tempo, para a construção crítica e signifi cativa na produção do conhecimento. Com base nos estudos de Saul (2001 apud BUSATO, 2005), propomos as seguintes características centrais para o processo de avaliação no Estágio Supervisionado: o processo de descrição em que a realidade é verbalizada e problematizada de acordo com um determinado grupo que consegue apreendê-la; a análise e crítica de uma dada realidade se caracterizam por um recuo crítico do grupo que vivencia a instituição e que passa a assumir a crítica da sua própria ação, através de procedimentos de reflexão sobre a sua prática; e a transformação da realidade a partir do delineamento de alterações necessárias no curso da ação. Módulo de Orientação 10 Estágio Supervisionado 11

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