MEMÓRIA DE AUDIÊNCIA PÚBLICA. Inquérito Civil Público MPPR n
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- Alessandra Gorjão Barros
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1 MEMÓRIA DE AUDIÊNCIA PÚBLICA Inquérito Civil Público MPPR n Aos 04 dias do mês de julho de 2011, às 14h30, presentes o Procurador de Justiça Ciro Expedito Scheraiber e o Promotor de Justiça Clayton de Albuquerque Maranhão, compareceram para audiência nesta Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor de Curitiba, localizada à Avenida Marechal Floriano Peixoto, 1251, Procon-PR, representado por Claudia Silvano e Marta Favreto Paim; Agência Nacional de Saúde Suplementar-ANS, representada por Tatiana Nozaki Grave e Francisco A. M. Oliveira; Sindicato dos Médicos do Estado do, representado por Mario Antonio Ferrari;, representada por Gilberto Pascolat, João Carlos G. Barracho, Fabiano Spanholt Drey e José Fernando Macedo;, representada por Sergio O. Ioshii, Agenor F. Silva Filho, Tereza C. Fardeski, Joseane Canestraro e Eduardo B. Ramos; Fundação Copel, representada por Valéria Pudeulko e Sandra Calbar; Associação dos Hospitais do -AHOPAR, representada por Benno Kreisel e Phillipe Fabrício de Mello; Hospital Santa Brígida, representada por Leonidas Noronha Silva; Sociedade Paranaense de Anestesiologia, representada por Ricardo Lopes da Silva e Paulo Bayer Tuleski; Cooperativa Paranaense dos Anestesiologistas, representada por Fabio Topolski; e OCEPAR, representado por Paulo Roberto Stöberl. Discussão: Aberta a audiência pública pelo Procurador de Justiça Ciro Expedito Scheraiber, momento em que agradeceu a presença de todas as entidades representativas, enaltecendo a importância do ato para discussão dos pontos divergentes e a busca de uma solução negociada entre as partes envolvidas, o que pode servir de referência para outras Comarcas do Estado, ressaltando, ainda, que o objetivo maior é a promoção dos direitos do consumidor; em seguida, fez uso da palavra o Promotor de Justiça Clayton de Albuquerque Maranhão, presidente do Inquérito Civil, procedendo a breve relato da notícia do descredenciamento médico, em novembro de 2010, o que motivara a instauração de Inquérito Civil Público no âmbito da Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor de Curitiba, no mês de fevereiro de 2011, destacando, ainda, o objetivo desta audiência pública, no sentido de que se materialize, com a brevidade que o caso exige, um acordo acerca do descredenciamento dos profissionais junto às operadoras dos planos de saúde, sem prejuízo da adoção de medidas judiciais cabíveis, sugerindo, como metodologia dos trabalhos, que cada entidade presente se manifeste por até dez minutos, e, como tema central da pauta, a assunção de compromisso imediato pelas operadoras de planos de saúde presentes ( e Fundação Copel) no sentido de que todo e qualquer descredenciamento médico seja claramente informado em tempo real nos seus respectivos sítios eletrônicos na rede mundial (internet), assim como em periodicidade mensal, via boleto de pagamento ou contra-cheque (conforme o caso), direta e pessoalmente ao consumidor, como também haja o compromisso de imediata substituição por profissionais da mesma especialidade, com idêntica clareza e rapidez no repasse atualizados das respectivas informações à massa de consumidores, de modo a garantir a qualidade dos serviços prestados à população e o cumprimento dos contratos de planos de saúde. Pela representante do Procon, Claudia Silvano, foi sugerido que pelas operadoras de plano de saude fosse disponibilizado um 0800 apenas para informações sobre credenciamento e descredenciamento de profissionais. Ainda, que o consumidor seja informado acerca dos eventuais descredenciamentos, bem como sobre a substituição dos profissionais, desde que em cartas separadas. Pela ANS foi sugerido primeiramente uma negociação das 1
2 operadoras com os profissionais e, em último caso, o reembolso direto e integral, nos termos das Instruções Normativas nº 23 e nº 28, e da Resolução Normativa nº 259, todas da ANS. Ainda, que sejam realizadas denúncias junto à ANS para que possa haver uma atuação daquele órgão regulador no que se refere ao eventual descumprimento da Resolução Normativa nº 71 da ANS. Pela, Dr. Macedo, foram relatados os problemas que os médicos vêm enfrentando ao estarem credenciados aos planos de saúde e que a classe médica nunca deixou em desamparo seus pacientes, exigindo apenas dignidade e respeito profissional. Pelo Sindicato dos Médicos do, Dr. Mario Ferrari, fora feito um histórico da questão do descredenciamento dos médicos junto às operadoras, inclusive com firmamento de ajustamentos de conduta junto à ANS, havendo relato de demandas já extintas na Justiça Federal de Curitiba (então aforada pelo MPF), e outras ainda em trâmite na primeira instância da Justiça do Trabalho em Curitiba (destacando-se uma liminar deferida em Ação Civil Pública que tramita pela 21ª Vara do Trabalho em favor do Sindicato), sugerindo, ao final, fossem chamados os representantes do CADE e do Ministério Público do Trabalho (Procuradoria de Defesa Sindical), tendo em vista haver uma relação trabalhista entre os médicos e as operadoras de planos de saúde. Acrescenta que existem dois pólos hipossuficientes nesta questão, os médicos e os consumidores, razão pela qual devem ser discutidos todos os pontos. No que se refere à participação do CADE e do MPT na questão do descredenciamento, pelo Promotor de Justiça Clayton de Albuquerque Maranhão foi explicitada a impossibilidade do chamamento do CADE, pela ausência de atribuições daquele órgão para questões de âmbito local, assim como a respeito da independência das questões relativas aos direitos do trabalho e do consumidor, nada impedindo, contudo, sejam aqueles órgãos comunicados das providências que vierem a ser adotadas no que concerne ao tema amplo do descredenciamento dos médicos, naquilo que o movimento tenha caráter nacional (e que, no entendimento do Promotor de Justiça, está a recomendar a aprovação do Projeto de Lei nº 6964/10, ora em trâmite na Câmara dos Deputados). Pelo Presidente da AHOPAR, Dr. Benno, foram relatadas as dificuldades de atendimento das exigências das operadoras de planos de saúde para o recebimento de reembolso, por meio de emissão de uma declaração pelos hospitais a respeito da presença ou não de médico cooperado no momento do serviço prestado por médico anestesiologista não cooperado, tendo em vista que existem auditores das operadoras que fazem vistorias nos hospitais, os quais poderiam verificar a veracidade dos documentos referente àquela circunstância. O Presidente da Sociedade Paranaense de Anestesiologistas informou o desligamento de 70 médicos da Unimed, tendo em vista que em se tratando de cooperativa, existe o princípio da livre associação e livre desligamento. Pelo advogado Phillipe, da Associação dos Hospitais, foi sugerida a regulamentação pela ANS da documentação exigida para reembolso, considerando a inconveniência concernente ao trâmite de pagamento de honorários médicos pelas operadoras, via Hospitais, fato que pode gerar vínculo empregatício entre os médicos e os Hospitais. Não há óbice ao fornecimento de recibos subscritos diretamente pelos médicos, mas sim de declarações com a informação a respeito da inexistência de médicos anestesistas credenciados ou de cópias dos prontuários médicos, tal como vem sendo exigido pelas operadoras de planos de saúde. A ANS informa que o pagamento pelo paciente e consequente reembolso junto à operadora é exceção, somente devendo isso ocorrer quando não houver médico credenciado na rede de atendimento, posto que o reembolso não é garantia de assistência, mas apenas uma previsão para quando não há credenciado, o que pode ocasionar em responsabilização da operadora junto à Agência. Pelo Presidente da Cooperativa Paranaense dos Anestesiologistas foram explicados os 2
3 motivos que fizeram com que os médicos associados se descredenciassem da Unimed, sendo a principal razão de natureza ética e moral, explicando que não é de hoje que existe um número baixo de anestesiologistas no nosso Estado, sendo que a Unimed quis resolver a insuficiência de profissionais mediante o indevido empréstimo de nome de outro profissional em cada ato médico. Para solução do problema, apresenta duas propostas alternativas: (i) o contrato com a cooperativa (intercooperação), citando o precedente ocorrido no Estado do Rio Grande do Norte, ou (ii) o reembolso, mediante definição da documentação suficiente para tal fim. Pela representação da Fundação Copel informou-se que a operadora funciona na modalidade de Autogestão, não havendo descredenciamento em massa de médicos na rede prestadora, mas que, ainda assim, vem participar da presente reunião para comunicar que já a Fundação continua aberta à negociação com as entidades médicas (ocasião em que a AMP apresenta à mesa proposta escrita da Fundação Copel, datada de agosto de 2010, rejeitada pela classe médica); a Fundação Copel afirma também que já possui um 0800 e divulga as informações de credenciamentos e descredenciamentos, através de site e jornal interno, comprometendo-se a enviar ao Ministério Público cada exemplar do referido periódico. A OCEPAR demonstrou preocupação com a questão da discussão acerca dos honorários médicos, visto que o objetivo é zelar pelo bom nome do cooperativismo do ramo de saúde, colocando-se à disposição dos cooperados presentes. Pela foi feito um histórico dos últimos onze anos daquela Cooperativa, esclarecendo também que para o reembolso ao consumidor atendido por médico não cooperado é exigida uma declaração de que não havia médico credenciado naquele momento do atendimento. Sobre tal afirmação, propõe que os médicos cooperados possam atuar livremente nas redes hospitalares, decisão que depende do Diretor Clínico do Hospital (houve intensa discussão sobre esse ponto entre os presentes, com inúmeros apartes, todos concedidos pela mesa diretora, fazendo uso da palavra, por mais de uma vez, o presidente da, o presidente da Cooperativa Paranaense dos Anestesiologistas, o presidente da Sociedade dos Anestesiologistas do, o presidente da Associação dos Hospitais do, bem assim os respectivos departamentos jurídicos; houve também, pontuais manifestações da ANS, do PROCON/PR, pontuando a excepcionalidade da solução de pagamento/reembolso, registrando-se, ainda, que, na ótica da Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor, os direitos do consumidor devem ser facilitados quanto ao mecanismo de reembolso, sendo suficiente perante o CDC que o consumidor obtenha um recibo emitido diretamente pelo médico prestador do serviço). Prosseguindo com a palavra a, foi dito que quando não haja um médico cooperado no setor de anestesiologia no momento do procedimento cirúrgico eletivo, a Unimed pretende reembolsar através do próprio hospital, segundo a tabela fixada para procedimentos de urgência e emergência. Quanto às propostas formuladas pela Copan, (i) a intercooperativização depende autorização da assembléia, e (ii) o reembolso se faz necessário mediante a declaração do hospital a respeito de inexistência de médico cooperado na ocasião da cirurgia. Conclusão: Ao encerramento dos trabalhos, Unimed Curitiba, Sociedade Paranaense de Anestesiologistas e Cooperativa Paranaense dos Anestesiologistas-Copan firmaram um termo de compromisso em separado, também subscrito pelos representantes da Agência Nacional de Saúde Suplementar-ANS, do Procon Estadual e do Ministério Público do Estado do, momento em que todos fizeram uso da palavra após subscrever o termo de compromisso, enaltecendo o significado do documento para o avanço das negociações entre as partes no próximos trinta dias, quando, então, nova audiência será realizada na sede do Ministério Público. 3
4 Nada mais havendo, dá-se por encerrada a presente audiência, às 20h00. Eu, Aline Zorek Buchmann, assessora jurídica deste Prodec, secretariei a presente. Curitiba, 04 de julho de Valéria Pudeulko Fundação Copel Sandra Calbar Fundação Copel Tatiana Nozaki Grave ANS Francisco A. M. Oliveira ANS Mario Antonio Ferrari Sindicato dos Médicos PR Gilberto Pascolat João Carlos G. Barracho Fabiano Spanholt Drey José Fernando Macedo Sergio O. Ioshii Agenor F. Silva Filho Tereza C. Fardeski Joseane Canestraro Eduardo B. Ramos Benno Kreisel AHOPAR Phillipe F. De Mello AHOPAR Leonidas Noronha Silva Hospital Santa Brígida Ricardo Lopes da Silva Sociedade Paranaense de Anestesiologia Paulo Bayer Tuleski Sociedade Paranaense de Anestesiologia Fabio Topolski Cooperativa dos Anestesiologistas Claudia Silvano Procon-PR Marta Favreto Paim Procon-PR Paulo Roberto Stöberl OCEPAR Clayton de A. Maranhão Promotor de Justiça Ciro Expedito Scheraiber Procurador de Justiça 4
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