VISTOS, RELATADOS E DISCUTIDOS os presentes autos

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Yago Gusmão Ferreira
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1 oè;lr- jusnlve,4d ei:x PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DA FARAIBA GABINETE DO DES. MÁRCIO MURILO DA CUNHA RAMOS ACÓRDÃO APELAÇÃO CINTEL N /001 Comarca de Queimadas RELATOR: Des. Márcio Murilo da Cunha Ramos APELANTE: Leandro Cabral Maciel ADVOGADO: Marcos Antônio Inácio da Silva APELADO: Itall Seguros S.A. ADVOGADO: Samuel Marques APELAÇÃO CÍVEL COBRANÇA DE SEGURO OBRIGATÓRIO DPVAT IMPROCEDÊNCIA IRRESIGNAÇÃO LAUDO CONCLUSIVO QUE ATESTA INVALIDEZ PARCIAL PERMANENTE NA FUNÇÃO MASTIGATÓRJA EM DECORRÊNCIA DA PERDA DE 06 (SEIS) ELEMENTOS DENTÁRIOS SINISTRO OCORRIDO NA VIGÊNCIA DA LEI 6.194/74, ALTERADA PELA LEI N 8.441/92 INDENIZAÇÃO QUE DEVE SER FIXADA EM ATÉ 40 (QUARENTA) SALÁRIOS MÍNIMOS OBSERVÂNCIA AO GRAU DE COMPROMETIMENTO DA INVALIDEZ PROVIMENTO PARCIAL. Tem direito ao recebimento de indenização referente ao seguro obrigatório DPVAT a vítima de acidente de trânsito que comprova, através de perícia médica, ter adquirido invalidez permanente parcial na função rnastigatória decorrente da perda de elementos dentários. No caso concreto, considerando a legislação vigente na época do acidente, o limite do valor indenizatório em caso de invalidez permanente é de até 40 (quarenta) salários mínimos (Lei 6.194/74, art. 3, "b"). Sendo assim, devem ser consideradas as peculiaridades de cada lesão para que a indenização seja fixada de forma razoável e compatível. acima identificados. VISTOS, RELATADOS E DISCUTIDOS os presentes autos ACORDA a Egrégia Terceira amara vel do Colendo Tribunal de Justiça do Estado, POR UNANIMIDADE, M DAR ROVIMENTO PARCIAL AO APELO. RELATÓRIO Trata-se de Apelação Cível interposta por Leandro Cabral Maciel contra a sentença de fls. 80/84 que, nos autos da Ação de Cobrança de Seguro DPVAT ajuizada em desfavor da Itati Seguros S.A., julgou improcedente o pedido.

ELANTE: Leandro Cabral Maciel ADVOGADO: Marcos Antônio Inácio da Silva APELADO: Itall Seguros S.A. ADVOGADO: Samuel Marques APELAÇÃO CÍVEL COBRANÇA DE SEGURO OBRIGATÓRIO DPVAT IMPROCEDÊNCIA

2 Em suas razões recursais (fls. 88/92), o apelante alega que, diante da perda de elementos dentários, adquiriu invalidez permanente na função da fonação e na função estética, bem como lesão definitiva da porção inicial do aparelho digestivo, motivos pelos quais afirma estarem demonstrados os requisitos autorizadores ao recebimento do seguro DPVAT. Pretende, assim, a re forma da sentença para que seja fixado o valor indenizatório em 40 (quarenta) salários mínimos. sentença. Contrarrazões apresentadas às fls. 95/103, pela manutenção da É o relatório. VOTO: Compulsando os autos, infere-se que o autor ingressou com a presente ação de cobrança de indenização decorrente do seguro DPVAT, alegando que adquiriu invalidez permanente em razão de acidente de trânsito sofrido no dia , conforme revelam os documentos anexados à inicial. Entendeu a MM Juiza de primeira instância que a perda de elementos dentários e danos estéticos não dão direito à indenização do seguro DPVAT. A sentença, porém, comporta reforma. Primeiramente, pontuo que, analisando detidamente os documentos acostados, resta incontroverso o nexo de causalidade entre o acidente e a invalidez adquirida, posto que o autor foi vítima de acidente de trânsito em 12/11/06 do qual lhe resultaram lesões corporais, tendo sido submetido à "reconstituição do sulco gengivo-labial e perda de seis elementos dentários de canino a canino" (fl. 11). Com efeito, a indenização decorrente do seguro obrigatório DPVAT abrange tão somente os casos de morte, invalidez permanente e despesas de assistência médica, não abrangendo danos estéticos. No caso dos autos, todavia, o autor não sofreu apenas danos estéticos, mas sim invalidez permanente parcial na função mastigatória decorrente da perda de elementos dentários. de fl. 68. Vejamos: É o que se depreende do laudo traumatológico complementar "b. A lesão sofrida pelo autor caracteriza invalidez permanente? Sim, pois o mesmo tem dificuldade na mastigação, o que leva a distúrbios digestivos pela mastigação mal mastigada. c. Em razão da invalidez permanente. da de função da parte do corpo do autor afetada? Sim, houve lesão definitiva da por (7o inicial o aparelho digestivo boca sem dentes. c.1) Em que grau percentual? Houve uma perda calculada em 5 % (cinquenta por cento)" Ora, o laudo conclusivo, extreme de dúvidas, indica que o autor ficou com limitação na função mastigatória o que lhe ocasiona distúrbios digestivos.

digestivo, motivos pelos quais afirma estarem demonstrados os requisitos autorizadores ao recebimento do seguro DPVAT.

3 Logo, é devida a indenização do seguro DPVAT No caso dos autos, considerando a aplicação da legislação vigente na época do acidente ( ), infere-se que o artigo 3 0 da Lei n 6.194/74 prescreve, na letra "b", o critério de fixação do valor da indenização para a hipótese de invalidez permanente, que é a situação aqui tratada. No caso, o dispositivo mencionado estipula que o valor da indenização será de até 40 (quarenta) salários mínimos. Vejase: "Art. 3 0 Os danos pessoais cobertos pelo seguro estabelecido no artigo 2 compreendem as indenizações por morte, invalidez permanente e despesas de assistência médica e suplementares, nos valores que se seguem, por pessoa vitimada: (...) b) Até 40 (quarenta) vezes o valor do maior salário-mínimo vigente no País no caso de invalidez permanente; Assim, na fixação da indenização por invalidez permanente, deve-se ter em consideração, também, o grau de comprometimento da invalidez para a vítima. Ora, se dispõe a lei que a indenização é de até determinado valor, conclui-se que para cada caso deve-se fixar o valor de forma pr9porcional, o que não impede, também, que a indenização seja fixada no valor máximo, dependendo do caso. Orienta o STJ, inclusive, que a indenização relativa ao seguro obrigatório DPVAT - oriunda de invalidez permanente deverá ser fixada em até 40 (quarenta) salários-mínimos, conforme o grau da lesão e da invalidez do segurado: CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. SEGURO OBRIGATÓRIO (DPVAT). INVALIDEZ PERMANENTE PARCIAL. PAGAMENTO PROPORCIONAL DO SEGURO. POSSIBILIDADE. TABELA PARA CÁLCULO DE INVALIDEZ. INDENIZAÇÃO LEGAL. VALOR QUANTIFICADO EM SALÁRIOS MINIMOS. LEI N /1974, ART. 5, 1. DATA DE APURAÇÃO. CORREÇÃO MONETÁRIA. TERMO A QUO. EVENTO DANOSO. 1MPROVIMENTO. I. Em caso de invalidez parcial, o pagamento do seguro DPVAT deve, por igual, observar a respectiva proporcionalidade. Precedentes do STJ. II. A indenização decorrente do seguro obrigatório (DPVAT) deve ser apurada com base no valor do salário mínimo vigente na data do evento danoso, monetariamente atualizado alé o efetivo pagamento. III. Agravo regimental improvido. (AgRg nos EDcl no REsp /SP, Rel. Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR, QUARTA TURMA, julgado em 07/04/2011, DJe 15/04/2011) AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO ESPECIAL. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO ARTIGO 535 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. DPVAT. SEGURO OBRIGATÓRIO. INVALIDEZ PERMANENTE. PERÍCIA MÉDICA. APURAÇÃO DO GRAU DA LESÃO SOFRIDA. PAGAMENTO OPORCIONAL DO SEGURO. PRECEDENTES. DECISÃ GRAVADA MANTIDA. IMPROVIMENTO. I.- Inexiste omissão ou au ncia de fun ment ção, não constando do acórdão embargado os de itos previstos no artigo 535 do Código de Processo Civil, quando a d cisão embargada tão-só mantém tese diferente da pretendida pela parte reco -ente. II.- Em caso de invalidek parcial, o pagamento do seguro DPVAT deve observar a respectiva proporcionalidade. Precedentes. III - A revisão do julgado no tocante ao preenchimento das condições necessárias ao recebimento da indenização (se a invalidez seria permanente

No caso, o dispositivo mencionado estipula que o valor da indenização será de até 40 (quarenta) salários mínimos. Vejase: "Art.

4 ou parcial), demandaria reexame de provas, o que não se admite em âmbito de Recurso Especial, a teor do enunciado 7 da Súmula desta Corte. Agravo Regimental improvido" (AgRg no Ag /MT, Rel. Ministro SIDNEI BENET1, TERCEIRA TURMA, julgado em 26/04/20H, DJe 5/5/2011). In casu, considerando a invalidez parcial do apelado, tem-se por adequada a fixação em 10 (dez) salários mínimos na decisão ora atacada, posto que atende satisfatoriamente a proporção da invalidez sofrida pelo autor/recorrente, devendo, portanto, ser mantida. Ante todo o exposto, DOU PROVIMENTO PARCIAL AO APELO, para reformar a respeitável sentença hostilizada e julgar parcialmente procedente o pedido inicial, condenando a parte demandada ao pagamento de 10 (dez) salários-mínimos, vigentes à data do sinistro, correspondente ao pagamento da indenização referente ao seguro DPVAT, o qual deverá ser corrigido monetariamente a partir do evento e acrescido de juros de mora de 1% (um por cento) a partir da citação. Condeno, ainda, a parte promovida, ora apelada, ao pagamento das custas e honorários advocatícios, arbitrando estes em 15% (quinze por cento) sobre o valor da condenação. É como voto. Presidiu a Sessão o Exmo. Des. Genésio Gomes Pereira Filho, presidente em exercício. Participaram do julgamento, o Exmo. Des. Márcio Murilo da Cunha Ramos, o Dr. Francisco Francinaldo Tavares, juiz convocado em substituição ao Exmo. Des. Saulo Henriques de Sá e Benevides e o Esmo. Des. Genésio Gomes Pereira Filho. Procurador de Justiça. Presente ao julganv. a o Exmo. Dr. Doriel Veloso Gouveia, julho reio Murilo da Cunha Ramos. Relator

In casu, considerando a invalidez parcial do apelado, tem-se por adequada a fixação em 10 (dez) salários mínimos na decisão ora atacada, posto que atende satisfatoriamente a proporção da invalidez

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