OS ROMANCES DE PEPETELA: LITERATURA E ENGAJAMENTO CAROLINA BEZERRA MACHADO

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1 OS ROMANCES DE PEPETELA: LITERATURA E ENGAJAMENTO CAROLINA BEZERRA MACHADO O colonialista é colonialista, acabou. Dele não há nada a esperar. Mas de nós? O povo esperava tudo de nós, prometemos-lhe o paraíso na terra, a liberdade, a vida tranqüila do amanhã. Falamos sempre no amanhã. Ontem era a noite escura do colonialismo, hoje é o sofrimento da guerra, mas amanhã será o paraíso. Um amanhã que nunca vem, um hoje eterno. Tão eterno que o povo esquece o passado e diz ontem era melhor que hoje (PEPETELA, 2013, p.169). A passagem acima, retirada do romance A Geração da Utopia de Pepetela retoma uma questão muito presente em seus romances, a crítica ao projeto político desenvolvido em Angola após a independência. A narrativa sugere ao leitor que os impasses, as decepções e hesitações permaneceram mesmo após a vitória contra o colono, o que deixa claro os limites do novo regime político, que não extinguiu as heranças coloniais. A esperança e a utopia de uma sociedade livre após a independência logo deram espaço para as desilusões e incertezas (CHAVES, 1999, p.12). Ao levarmos em consideração as novas abordagens historiográficas que procuram valorizar os aspectos culturais como influentes nas motivações políticas das sociedades, a literatura é reconhecida como um campo fértil para estudarmos a vida política de Angola. A sua importância no espaço político do país é valorizada, principalmente, ao tomarmos os diferentes momentos em que ela aparece como um meio de resistência e combate, trazendo à baila a insatisfação política e social presente na sociedade angolana. Conforme salienta Marcelo Bittencourt, a ampliação do nosso diálogo político para os terrenos da cultura, aproximou os valores individuais dos coletivos, abrindo espaço para compreendermos os aspectos políticos para além dos seus limites formais. Essa possibilidade enriquece a nossa análise. No caso angolano, essa abordagem se torna ainda mais significativa se pensarmos que a cultura, principalmente a literatura se destaca desde cedo como um campo em ebulição, demarcando um espaço de crítica e resistência. É necessário nos atentarmos ainda para o fato de que muitos membros do Movimento pela Libertação de Angola (MPLA) eram poetas, escritores e músicos (BITTENCOURT, 2010). A literatura desde os tempos coloniais se configurou como uma forma de expressão angolana. A formação de uma nova geração de intelectuais a partir da década de 1940 permitiu o aparecimento de uma intensa produção literária de crítica ao autoritarismo do colonizador. Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense.

2 Utilizada como arma de combate, buscava-se a verdadeira face do homem angolano, que aos poucos era construída em diferenciação ao outro. Da mesma forma, no período pós-colonial, a preocupação com a formação da identidade nacional continuou, e o otimismo de outrora, com a aproximação da independência, passou a dar espaço novamente para as críticas, e, consequentemente, para a desilusão com o novo estado político e social que se formava no país. A literatura de Pepetela está inserida nesse espaço. Como afirma Rita Chaves, o passado vira objeto de reflexão para o questionamento do presente, que permanece tendo como objeto a identidade. O comprometimento que a literatura tem com a História do país faz com que ela se torne um importante objeto de pesquisa, principalmente para o historiador que se debruça em compreender a sociedade e política angolana. No momento logo após a independência, a criação de uma associação literária, pelo então presidente Agostinho Netto, a União dos Escritores Angolanos (UEA), que passa a reunir os escritores de Angola, assim como incentivar a sua produção, vai afirmar a importância da literatura no campo cultural de Angola. O documento assinado pelos escritores no momento da fundação da associação esclarece: A história de nossa literatura é testemunho de geração de escritores que souberam, na sua época, dinamizar o processo de nossa libertação exprimindo os anseios profundos de nosso povo, particularmente o das camadas mais exploradas. A literatura angolana surge assim não como simples necessidade estética, mas como arma de combate pela afirmação do homem angolano. (APUD, CHAVES, 2005, p.70). Ao nos voltarmos para a obra pepeteliana, devemos levar em consideração como ela dialoga com a realidade contemporânea de Angola, representando-a em sua complexidade infindável. As críticas suscitadas pelo escritor denotam um tempo de incertezas frente aos novos caminhos traçados pelo novo Estado angolano. Há nas linhas escritas pelo intelectual o inconformismo frente a um projeto nacional que não se concretizou, se esmiuçou devido aos interesses capitalistas que originaram uma burguesia emergente de caráter predatório. O historiador Sílvio de Carvalho destaca que ao mesmo tempo em que Pepetela escreve sobre Angola, também expõe um conjunto de valores construídos através da sua experiência cultural e ideológica, o que denominou de subtexto de si. Ou seja, enquanto escreve um texto crítico aos projetos políticos do seu país, constrói um projeto de nação (CARVALHO, 2012). Ao atentarmos para os recentes estudos da obra pepeteliana, percebemos que há um grande destaque para o intenso diálogo que há nos seus romances e a formação da identidade nacional angolana. Fica evidente através das pesquisas sobre o escritor e sua obra a vontade de

3 reconstrução da sociedade angolana a partir dos ideais de democracia e igualdade. Os debates acerca do processo de formação política e sócio-cultural de Angola estão no cerne de suas narrativas, como afirma o próprio: Alguns dos meus livros foram escritos anos antes da independência, embora tenham sido publicados depois dela. Uma participação tão prolongada no processo de libertação e de constituição de uma nação deixa marcas e influencia minha literatura, sobretudo em termos dos temas que escolho (MOTTA, Apud: CHAVES e MACÊDO, 2009, p.37) Inocência Mata destaca que a obra de Pepetela está inserida em uma tradição literária, em que a resistência, a afirmação identitária, a construção da nação, o projeto utópico e a celebração de um passado histórico (MATA, 1993, p.17) marcam um discurso que traz em seu seio uma grande preocupação com a questão nacional angolana. Todavia, os romances de Pepetela colocam em debate a identidade plural existente em Angola. Ao priorizar as diferenças, negam o ideal de nação coesa e harmônica pretendida no período pós-colonial. É uma literatura que intervém no processo de construção do país (MATA, 1993, p.52-53). Mata afirma que a literatura pepeteliana se questiona, procura pensar a sua funcionalidade. Se firma na singularidade da literatura angolana que vai contribuindo para a escrita da história recente do país (MATA, 2009, p.194). Do mesmo modo, Rita Chaves defende que os romances de Pepetela mostram com muita clareza as incertezas que estiveram presentes na História do país. Segundo a pesquisadora, se tomarmos o tema da utopia como central, ficam evidentes os avanços, recuos e desvios do projeto de nação que se pretendia na década de A partir de uma escrita engajada, o romancista organiza a sua visão do que tem sido aquela sociedade (CHAVES, 1999, p.3). Geração da Utopia, de acordo com Inocência Mata, inaugura um novo tempo na escrita de Pepetela, em que novas significações históricas com derivações ideológicas são demarcadas. Há uma desmistificação da história do movimento nacionalista e de guerrilha, o que ainda não se encontrava em Mayombe. O que aparece nos seus livros a partir daí é a narrativa de memória individual de um passado vivenciado (CHAVES, 1999, p.23-24). Ao defender a interpretação que destaca um particularismo estilístico na literatura africana, designando-a de realismo africano, José Carlos Venâncio aponta para o fundo histórico com que é construída a narrativa angolana. De acordo com Venâncio, Pepetela é um dos escritores angolanos que mais se sobressai nesta perspectiva:

4 O olhar crítico do autor tanto se vira para o burocrata corrupto, para o carreirista político, como para o pseudo-intelectual, para o operário alienado, para os zairenses oportunistas, para a prostituta etc. São visados na sua crítica todos aqueles a quem o convívio urbano fez nascer um sentimento elitista, egoísta, que é contraproducente para a criação dum espaço de entendimento comum ( VENÂNCIO, 1992, p.59). Este ponto de vista implica reconhecer a importância intelectual e social de Pepetela para o cenário político e cultural angolano. Embora não sejam autobiográficos, seus livros inúmeras vezes delineiam experiências pessoais que se entrelaçam à História do país. Deste modo, torna-se interessante observar as vicissitudes biográficas do escritor para compreender as representações que foram feitas nos seus romances, considerando a pluralidade de campos em que age o indivíduo, o que Pierre Bourdieu denomina de ilusão biográfica (BOURDIEU, 2006, p ). As críticas ao governo, o reconhecimento de uma sociedade moralmente em crise e a desilusão, mas também a esperança, temas constantes em seus livros, devem ser considerados tanto em diálogo com as experiências políticas que o levaram a participar efetivamente da luta de independência do seu país, quanto com o seu constante envolvimento com a vida cultural, sendo exaltado como um dos maiores escritores de língua portuguesa 1 Vale então ressaltar sua passagem pela Casa dos Estudantes do Império, período em que já se dedicava à escrita, contribuindo com alguns contos para a revista mensagem 2. Essa sua experiência permitiu a transformação da casa em um importante cenário de Geração da Utopia, um lugar em que as esperanças, os projetos nacionais e as expectativas para uma sociedade melhor e mais justa estavam em ebulição. Sua participação política também fica evidente em seus textos. A fase de guerrilha parece ter sido fundamental para o entendimento das diferenças que existiam entre os grupos que lutavam pela libertação, assim como também para a compreensão dos diferentes projetos nacionais que estavam em disputa. Do mesmo modo, os cargos políticos que ocupou no partido do MPLA após a independência também o levaram a formular suas críticas ao Estado e ao governo que se formou no pós-independência. 3 1 Pepetela já recebeu o prêmio de literatura por obras como Mayombe e Yaka, assim como o prêmio da Associação paulista dos críticos de arte (APCA) pelo livro Geração da Utopia; o prêmio da União dos escritores angolanos (UEA); prêmio Camões pelo conjunto de sua obra; o prêmio holandês Prinz Claus, novamente pelo conjunto da obra; o prêmio da Câmara Municipal de Sintra (Portugal); recebe a Ordem de Rio Branco (Brasil) e o prêmio literário de escritor galego universal promovido em Santiago de Compostela. 2 Revista escrita entre 1951 e Pepetela foi Diretor do Departamento de Educação e Cultura do MPLA, Diretor de Orientação Política do MPLA e atuou como Vice Ministro da Educação e Presidente da Comissão nacional para a Unesco.

5 Em conjunto a estas experiências, o autor se destaca em meio a uma geração de escritores que se caracteriza pela desilusão com os rumos históricos e políticos da nação angolana após a independência e passa a fazer da escrita sua principal arma. Ao se afastar do então partido MPLA, passa a denunciar as arbitrariedades do novo governo, que cada vez mais se posiciona como autoritário frente a sociedade angolana. Seus romances são interpretados como fundamentais para compreendermos a Angola na sua contemporaneidade. Há em suas narrativas uma profunda análise sobre a vida política do país. Por meio de um posicionamento político de combate, resistência e crítica aos rumos tomados pelos novos dirigentes no período pós-independência, Pepetela problematiza as relações complexas entre o Estado e a sociedade. Ao analisar o governo do MPLA desde a independência do país, seus livros representam o retrato de uma sociedade marcada pela guerra e corrupção, envolvida em uma rede de interesses que dificulta o caminho para uma democracia estável e uma sociedade mais igualitária. Seus personagens ganham grande destaque à medida que se consolida no cenário político angolano um governo forte, de postura política e social autoritária e de abertura para um mercado capitalista. Todavia, embora seja notória a importância dos seus livros como documento histórico, a historiografia ainda carece de uma análise que problematize o campo da literatura como influente na vida social e política de Angola e, mais específico, que analise os romances de Pepetela como produtos de uma época. Claramente ficam evidentes os diálogos com a sociedade. Propõe-se, sobretudo, reconhecer a literatura como um dos campos da cultura mais influentes para estudarmos a Angola contemporânea. Quando lembrada, é apenas retratada de moto ilustrativo ou simbólico. Quanto aos estudos desenvolvidos sobre a literatura pepeteliana, ainda estão reduzidos aos programas de pós-graduação de letras e literatura comparada, que embora mantenham um diálogo profícuo com outras disciplinas, inclusive a História, se voltam para os interesses específicos da área de pesquisa. Como afirma Inocência Mata, em uma sociedade ainda carente de (auto) reflexão e de instituições que a possam impulsionar sem interesses particulares de determinados grupos, a literatura exerce grande influência ao desempenhar um papel que vai além da sua significação estética e simbólica ao exercer o que chamou de significação extratextual. Ou seja, ela pode ser interpretada como a conjugação de uma memória individual sobre um passado histórico supostamente coletivo. Através da literatura somos colocados diante das contradições vivenciadas naquela sociedade (MATA, 1993, p.51).

6 O historiador Sílvio de Almeida Carvalho Filho ao analisar a trajetória intelectual, assim como o pensamento político e social de Pepetela, compreende o escritor como um dos mais influentes na literatura do seu país. A partir do engajamento crítico presente em suas obras, Carvalho defende que os romances de Pepetela são essenciais para analisarmos a sociedade angolana na sua contemporaneidade, principalmente pelas questões abordadas pelo literato, que percorrem a construção da Angola enquanto nação. Em diálogo com estas perspectivas, compreende-se que por representar ainda um destacado ator social, as construções que o escritor faz sobre os rumos tomados pelos dirigentes políticos, mas também por parcela da sociedade que apoia e mantém uma estrutura clientelista com o Estado, são importantes para refletirmos sobre a política de Angola. Mesmo fazendo parte de uma memória individual, sua narrativa dialoga com os anseios, perspectivas e opiniões da sociedade. Os discursos proferidos pelo romancista fazem parte de uma crítica interna que chama a atenção para aqueles que teriam traído a construção da nação e o projeto de uma sociedade democrática e mais igualitária ao privilegiar seus interesses pessoais. Essa perspectiva propõe refletir sobre os movimentos do homem como um todo e em sua complexidade. Ao ampliarmos os objetos da história, novos temas-problemas apareceram no cenário historiográfico, trazendo novos questionamentos. Ao considerar a literatura como objeto histórico, compreende-se que as fontes não são mais interpretadas como verdades, mas como textos produzidos com interesses e disputas políticas e sociais, que devem ser da mesma forma que uma ata ou um documento oficial, interrogados e interpretados. O diálogo entre história e literatura, proporcionado pela nova história cultural, faz com que nós, historiadores, percorramos ainda mais os quadros tênues entre realidade e ficção. Os intensos debates acerca da verdade histórica circundam as encruzilhadas desses campos. Para tanto, a relação entre estas disciplinas traz como proposta refletir sobre as linhas literárias enquanto fontes históricas, investigando as redes de interlocução nas quais estão inseridas. O que mais importa não é determinar se é ficção ou não, o que entra como real e o que se exclui, mas sim, os testemunhos que escrevem, suas relações com o seu tempo e sua sociedade. Carlo Ginzburg em referência a Marc Bloch nos traz uma importante reflexão metodológica. Para o historiador, aquilo que o texto nos diz já não constitui o objeto preferido de nossa atenção, pois não nos interessaríamos mais somente pelos dados concretos das fontes, muitas vezes inventados, mas pela luz que lançam sobre a mentalidade de quem escreveu esses textos, teríamos assim, nos emancipado daquela subordinação ao passado de outrora, pois

7 conseguimos ir além do que as fontes nos descrevem, embora ainda fiquemos presos em seus rastros. Assim sendo, caminhar pelos terrenos da ficção para fazer emergir os testemunhos involuntários, as vozes incontroladas que se encontram nos textos são de extremo interesse para o trabalho. (GINZBURG, 2007). O que se pretende indagar é que o autor e sua obra não transcendem seu tempo histórico, eles fazem parte de uma época e, portanto, seria insatisfatório estudá-los à margem de seu grupo social. Como aponta Chalhoub, a proposta é historicizar a obra literária, destrinchar não a sua autonomia em relação à sociedade, mas sim a forma como constrói ou representa a sua relação com a realidade social, deve-se buscar a especificidade de cada testemunho (CHALHOUB, 1998). Ao historiador, resta explorar esse caminho, interrogar a literatura e transformá-la em matéria, em objeto de história para daí lhe atribuir significado. Levar em consideração as sociabilidades que o autor percorre para a produção de sua obra literária e assim encará-lo como produto de sua época e de sua sociedade. Por compreender que toda fonte histórica é uma representação do passado, sujeita a disputas discursivas e a campos de força que as influenciam, a literatura também se constitui como um importante documento histórico. Neste sentido, como afirma Le Goff, levando em consideração que todo documento é ao mesmo tempo verdadeiro e falso, cabe ao historiador colocar à luz as condições de produção e de mostrar em que medida aquele documento é instrumento de um poder (LE GOFF, 2003, p.525). De acordo com Antônio Cândido, os meios para se trabalhar a relação entre a literatura e a sociedade são inúmeros e sempre oscilam entre a Sociologia e a História. Para a presente pesquisa, nos deteremos a um modelo clássico, que procura se ocupar das representações que o escritor faz da sociedade em que vive, como ele a descreve e dialoga com a sua realidade. Esta reflexão procura ainda relacionar a posição que o escritor ocupa na sociedade, e como ela também influencia na sua produção (CÂNDIDO, 2010). Ao nos debruçarmos sobre os romances de Pepetela, somos remetidos a uma narrativa desenvolvida em profunda convergência com a realidade angolana. Os personagens construídos estão em diálogo com a complexidade que forma a política e as relações de poder de Angola no pós-independência. Cercados de ironia, seus personagens são metáforas de uma sociedade marcada por uma política de corrupção. Estas representações estão diretamente relacionadas com a posição intelectual que Pepetela ocupa na sua sociedade. Pois suas críticas estão em diálogo com os anseios de um projeto político que não se consolidou por conta dos interesses individuais que emergiram. E são estes interesses que vão ser enfatizados em seus romances.

8 Ao seguir esse caminho, a obra literária não importa apenas se a estudarmos em seu nível ilustrativo. Como enfatiza Cândido, os principais estudos ora buscaram focar que somente através da sua expressão de realidade teríamos um significado e valor do texto, ora mostraria esse lado como secundário, pretendendo assim, a autonomia da obra, como se ela pairasse acima da sociedade. Mas, o que hoje nos satisfaz é integrar texto, contexto e indivíduo. No caso aqui estudado, embora se compreenda que o autor desenvolve a sua obra dentro de limites sociais, também devemos levar em consideração a sua individualidade para a formação da sua rede social. Portanto, seria insuficiente tratar dessas relações de modo isolado, pois o fundamental é articular as redes que os ligariam, entendendo assim todo o processo por qual passaria a feitura da obra, valorizando tanto seus aspectos externos quanto internos, constituídos numa simbiose. Para Cândido, tanto o intrínseco do texto literário, ou seja, que corresponde ao seu conteúdo, à forma e ao estilo discursivo, quanto o extrínseco, correspondente ao contexto social e cultural em que foi produzido, são elementos fundamentais para a análise histórica da obra. Por isso, ao estudarmos os romances de Pepetela devemos considerar os diálogos que são travados com o tempo da sua escrita, levando em consideração os elementos políticos e sociais que influenciaram no enredo construído por Pepetela. Do mesmo modo, também é importante levarmos em consideração os tempos anteriores, correspondentes às temáticas das obras, enquanto for fundamental para a pesquisa histórica. Ao relativizar a ideia de que a obra literária é expressa através de uma singularidade, compreende-se que ela é fruto de valores e ideias compartilhadas socialmente. O indivíduo é considerado um ser social em que o processo interno de sua escrita está inserido num processo maior por qual este dialoga e o percebe de acordo com os seus valores. Assim, estudar o indivíduo é também estudar o seu meio social, visto que todo o seu processo formador perpassa essa sociedade. Longe de tratá-los como opostos, mas encará-los como parte constituinte do outro. Como afirma Roger Chartier, a História Cultural tem por principal objeto identificar o modo como em diferentes lugares e momentos uma determinada realidade social é construída, pensada, dada a ler (CHARTIER, 2002, p.17). Por esta perspectiva, os conceitos de representações e apropriações desenvolvidos pelo historiador contribuem para uma nova reflexão acerca dos sujeitos históricos. Defende-se que as percepções sobre o social não são neutras, elas são desenvolvidas em diálogo com os interesses de um determinado grupo. A realidade é sempre construída envolta

9 ao modo como ocorre a apropriação do contexto. Por isso, as modalidades do agir e do pensar devem ser sempre remetidas para os laços de interdependência que regulam as relações entre os indivíduos. (CHARTIER, 2002, p. 25). Devemos, por isso, dar atenção tanto ao meio em que é produzido o sentido quanto aos interesses individuais que estão presentes. O conceito de representação recebe então uma atenção especial por estar relacionado a um sentido mais particular que não deixa de estar em sintonia com o social. A derivação de determinados discursos está intimamente ligada à posição de quem o faz, de como interpreta a sociedade em que vive e a realidade na qual está inserido. Da mesma forma, a aproximação entre a história e a literatura também deve ser vista dentro do campo das representações. O mundo dos textos, da sua produção e de como eles são apropriados pelos leitores é totalmente influenciado pelas percepções dos indivíduos envolvidos nessa relação, cabendo aos historiadores interpretar esses objetos (SENA JUNIOR, p.6) Assim, o diálogo entre a história e a literatura se torna fecundo à medida que entendemos a História e as fontes históricas não como verdades absolutas, mas sim, como representações historicamente construídas sobre dada realidade, produzidas dentro de processos históricos determinados. As disputas e os anseios se relacionam e definem a escrita de determinado texto. Como afirma Chalhoub, os testemunhos do sujeito (intencionais ou não) devem ser tomados pelo historiador com o objetivo de descobrir e detalhar com o mesmo comprometimento tanto as condições de produção de uma página em livro de ata, de um depoimento em processo criminal, quanto um conto, uma crônica ou uma peça literária (CHALHOUB e PEREIRA, 1998, p.8). Novamente, é importante relembrar o destaque que exerce a literatura para o país Angolano. Conforme Bittencourt menciona, as obras literárias se proliferaram pela Angola e tiveram como tema principal os questionamentos à presença dos colonos, o que amplificava os debates já existentes que vinham sendo constantemente censurados pela repressão salazarista. Do mesmo modo, no pós-independência, o papel de destaque permanece. Ao atuar de forma autônoma em relação ao MPLA, os romances de Pepetela muitas vezes preenchem uma lacuna do pensamento histórico, e por isso, se tornam ricos para o diálogo (BITTENCOURT, 2000, p ). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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